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Reflexão Escrita

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Movimentos Artísticos e Linguísticos dos Povos Pré Colombianos e Diaspóricos nas América
Docente: Laura Castro de Araújo
Discente: Renam de Souza Pereira
Refletir a educação indígena vai muito mais além do que somente pensar escola. De acordo com a Constituição Federal de 1988, os povos indígenas têm direito a uma educação diferenciada e específica, cabendo aos estados e municípios a garantia do cumprimento desses direitos. O ministério da Educação fez uma portaria onde as Secretarias Estaduais de Educação criassem os núcleos Educação Indígenas, onde ele orienta as secretarias num tripé de três ações: A formação de professores, a construção de escolas e a elaboração de materiais didáticos próprios. Mesmo tendo seus direitos assegurados pelo Estado, a população indígena ainda anda sofrendo com a falta de investimento na área da educação.
Foi através dos movimentos sociais que buscavam revitalizar e/ou resgatar a identidade das culturas indígenas no Brasil, que surgiu implantação da proposta de formação intercultural indígena, assunto já sinalizado na Constituição Federal de 1988 e na LDB de 1996. A educação escolar indígena deve ser pensada a partir da discussão sobre territórios etnoeducacionais. Essa discussão supõe e exige a consideração das particularidades da escola em cada contexto de sua ocorrência.
 A Educação Escolar Indígena proporciona um maior conhecimento não somente sobre a cultura dos povos indígenas, mas também fortalecem seu caráter em relação às suas línguas maternas, práticas socioculturais e sua diversidade étnica. Para eles o ensinar e aprender estão mesclados em seu dia-a-dia, onde há um compartilhamento mútuo e constante de conhecimento entre os povos. Portanto, o compartilhamento deste conhecimento sobre a cultura indígena é fundamental para que a mesma seja preservada. Os Pataxós do extremo sul da Bahia buscam também essa educação em que os elementos da cultura material que ainda se fazem presentes no cotidiano, como o Awê, a produção do artesanato, as manifestações religiosas possam compor o currículo escolar.
Ao estudar sob a Educação Escolar Indígena no Brasil, compreendemos o quanto ela é multifacetada, diante da diversidade de etnias e dos dialetos indígenas que compõem os vários territórios etnoeducacionais. Pode-se perceber também que as possibilidades dos caminhos de diálogos entre conhecimento científico e conhecimentos tradicionais vêm se construindo na Educação Escolar Indígena a partir da interculturalidade.
Acredito que o livro didático reformulado é um potente meio educativo possível para valorizar o saber e a cultura dos povos indígenas e, ao mesmo tempo, dar-lhes condições de participar ativamente das questões sociais. Esse mesmo livro teria como objetivo fazer com que o país conheça a si próprio, oferecendo aos alunos não indígenas condições para estar em contato com as tradições de seu país.
A escola indígena é uma nova forma para revitalizar e reelaborar a cultura de cada povo, objetivando a autonomia social, econômica e cultural, enriquecendo suas memórias e suas identidades étnicas.

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