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Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 95 Para o respeitado mestre Édis Milaré, os ETEPs são divididos em: ETEPs em sentido estrito (stricto sensu), que são as Unidades de Conservação; e ETEPs em sentido amplo (lato sensu), que são as Áreas de Preservação Permanente, Reservas Legais, Áreas de Uso Restrito e todas as demais. Segundo a Lei 9.985/00, unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Esquematizando tudo: Unidade de conservação é o: 9 Espaço territorial e seus recursos ambientais, 9 Com características naturais relevantes, 9 Legalmente instituído pelo Poder Público, 9 Objetivos de conservação, 9 Limites definidos, 9 Sob regime especial de administração, e 9 Garantias adequadas de proteção. Assim, para a configuração jurídico-ecológica de uma UC, deve haver a relevância natural, o caráter oficial, a delimitação territorial, o objetivo conservacionista, e o regime especial de proteção e administração. Cabe ressaltar que o subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, integram os limites das unidades de conservação. Poderão ser criadas por ato do Poder Público (Poder Legislativo - lei ou Poder Executivo - decreto), mas só poderão ser extintas, Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 95 suprimidas ou reduzidas por LEI. A desafetação também depende de LEI, mesmo que a UC tenha sido criada por decreto. Pessoal, na criação da UC, a lei ou decreto poderá ser federal, estadual ou municipal. Poderá, portanto, ser um decreto do chefe do Poder Executivo Federal (Presidente), Estadual (Governador) ou Municipal (Prefeito) OU ainda uma lei federal, estadual ou municipal. Importante lembrar que é um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas (Art. 9º, VI da Lei 6.938/81). A CF/88 em seu art. 225, § 1º, III, determina que incumbe ao Poder Público definir, em TODAS as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de LEI, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 95 Criação ou ampliação de UC Alteração (redução dos limites) ou supressão ou extinção e desafetação de UC Ato do Poder Público (Decreto ou Lei) da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Somente por Lei da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Segundo o art. 2o do decreto 4.340/02, que regulamenta a Lei 9.985/00, a o ato de criação de uma unidade de conservação deve indicar: I - a denominação, a categoria de manejo, os objetivos, os limites, a área da unidade e o órgão responsável por sua administração; II - a população tradicional beneficiária, no caso das Reservas Extrativistas e das Reservas de Desenvolvimento Sustentável; III - a população tradicional residente, quando couber, no caso das Florestas Nacionais, Florestas Estaduais ou Florestas Municipais; e IV - as atividades econômicas, de segurança e de defesa nacional envolvidas. A CRIAÇÃO é precedida de ESTUDOS TÉCNICOS e de CONSULTA PÚBLICA que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade. É dispensável [NÃO é obrigatória] a consulta para a criação de Estações Ecológicas e Reservas Biológicas. As unidades de conservação poderão ser compostas de áreas públicas ou privadas, dependendo da categoria. Na tabela resumo estão especificadas as características de cada UC. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 95 Recurso ambiental: x atmosfera, x águas interiores, superficiais e subterrâneas, x estuários, x mar territorial, x solo, e subsolo, x elementos da biosfera, x fauna e flora. Proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. Uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. Uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais. Uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável (SUSTENTÁVEL = Conservação ambiental + exploração econômica + justiça ou equidade social). Extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis; Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original. Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 95 Conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. Preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais. Zona de amortecimento: o entorno de uma UC, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. Diversidadebiológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. Conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 95 Manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas. Zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. Plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. Os mais cobrados em provas são os conceitos de Unidade de Conservação, zona de amortecimento e corredor ecológico. Perceba a diferença entre recuperação e restauração. E observe que a conservação compreende a preservação, ou seja, de acordo com a Lei do SNUC, conservação é um conceito mais amplo. . Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) O Sistema NACIONAL de Unidades de Conservação (SNUC) é constituído pelo conjunto das unidades de conservação FEDERAIS, ESTADUAIS e MUNICIPAIS. Assim todos os entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) são competentes para criar unidades de conservação. As unidades de conservação (UC) integrantes do SNUC dividem-se em 2 grupos: UC de PROTEÇÃO INTEGRAL e UC de USO SUSTENTÁVEL. Cada grupo é dividido em categorias, com características específicas. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 95 ResEx PÚBLICO Extrativismo, complementarmente agricultura de subsistência e criação de pequenos animais. ReFau PÚBLICO Área natural com animais de espécies nativas. Estudos técnicos científicos sobre manejo econômico sustentável. RDS PÚBLICO Área natural com populações tradicionais. Preservação da natureza e manutenção das condições de vida. RPPN PRIVADO Área privada gravada com perpetuidade. Conservar a biodiversidade. Permitida pesquisa e visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. Observações: Obs. 1: APA e Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) são constituídas por áreas públicas ou privadas, que podem ter normas e restrições de utilização. RPPN é área privada. As demais Unidades de uso sustentável (FloNa, ResEx, ReFau, RDS) são de domínio público. Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável terão o uso concedido por meio de contrato às populações extrativistas e tradicionais, respectivamente. Obs. 2: Em Reserva de Fauna e em Reserva Extrativista é proibida a caça amadorística ou profissional. *A caça profissional ou comercial é aquela que tem por finalidade extrair da fauna silvestre produtos animais, com o retorno econômico. *A caça amadorística ou desportiva ou esportiva é o exercício da caça com o fim recreativo, sem fins lucrativos. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 95 Órgão central Ministério do Meio Ambiente (MMA) Coordenar o Sistema. Órgãos executores Instituto Chico Mendes (ICMBio) e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais. Implementar o SNUC, subsidiar propostas de criação e administrar as UCs, nas respectivas esferas de atuação. A lei 11.516/07 além de ter alterado a lei 9.985/00 também criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de: I - executar ações da política nacional de unidades de conservação da natureza, referentes às atribuições federais relativas à proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e monitoramento das unidades de conservação instituídas pela União; II - executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e ao apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação de uso sustentável instituídas pela União; III - fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e de educação ambiental; IV - exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação instituídas pela União; e Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 95 V - promover e executar, em articulação com os demais órgãos e entidades envolvidos, programas recreacionais, de uso público e de ecoturismo nas unidades de conservação, onde estas atividades sejam permitidas. Atenção, pois o exercício do poder de polícia ambiental exercido pelo ICMBio para a proteção das unidades de conservação instituídas pela União, NÃO exclui o exercício supletivo do poder de polícia ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. Zona de Amortecimento As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental (APA) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos. A zona de amortecimento é o ENTORNO de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é considerada zona rural, para os efeitos legais e sua zona de amortecimento, uma vez definida formalmente, não pode ser transformada em zona urbana. Isso torna inaplicável nessas áreas a Lei 6.766/79, que trata de loteamento e desmembramento urbanos. O órgão responsável pela administração da unidade estabelecerá normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos de uma unidade de conservação. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 95 Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos e as normas específicas para disciplinar a ocupação e o uso dessas áreas poderão ser definidas no ato de criação da unidade ou posteriormente. Zona de amortecimento em amarelo. Mosaicos de Unidades de Conservação Quando existir um conjunto deunidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um MOSAICO, a GESTÃO DO CONJUNTO deverá ser feita de forma INTEGRADA e PARTICIPATIVA, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença da Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 95 biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional. O mosaico de Unidades de Conservação deverá dispor de um conselho de mosaico, com caráter consultivo e a função de atuar como instância de gestão integrada das unidades de conservação que o compõem. O conselho de mosaico terá como presidente um dos chefes das unidades de conservação que o compõem, o qual será escolhido pela maioria simples de seus membros. O mosaico de unidades de conservação será reconhecido em ato do Ministério do Meio Ambiente, a pedido dos órgãos gestores das unidades de conservação. Os corredores ecológicos, reconhecidos em ato do Ministério do Meio Ambiente, integram os mosaicos para fins de sua gestão. Na ausência de mosaico, o corredor ecológico que interliga unidades de conservação terá o mesmo tratamento da sua zona de amortecimento. Pessoal, já apresentamos os conceitos, mas sempre é bom revisar. Lembrem-se de que corredores ecológicos são porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. Já a zona de amortecimento é o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Limitação Administrativa O Poder Público poderá, na forma da lei, decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 95 empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas na criação de Unidade de Conservação. Isso poderá ocorrer quando, a critério do órgão ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes. Excluem-se dessa limitação as atividades agropecuárias e outras atividades econômicas em andamento e obras públicas licenciadas. Na área submetida a limitações administrativas, não serão permitidas atividades que importem em exploração a corte raso da floresta e demais formas de vegetação nativa. *Corte raso é a remoção total da cobertura florestal. A destinação final da área submetida à limitação administrativa será definida no prazo de 7 meses, improrrogáveis, após esse prazo fica extinta a limitação administrativa. Plano de Manejo O Plano de Manejo é o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. O Plano de Manejo constitui a lei interna da UC, devendo cada unidade de conservação dispor de um Plano de Manejo, que deverá ser elaborado (pelo órgão gestor ou pelo proprietário quando for o caso) no prazo de 5 anos a partir da data de criação da UC. O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 95 Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das Áreas de Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla participação da população residente. Segundo o art. 12 do decreto 4.340/02, o Plano de Manejo da unidade de conservação, elaborado pelo órgão gestor ou pelo proprietário quando for o caso, será aprovado: I - em portaria do órgão executor, no caso de Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre, Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva de Fauna e Reserva Particular do Patrimônio Natural; II - em resolução do conselho deliberativo, no caso de Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável, após prévia aprovação do órgão executor. O Plano de Manejo aprovado deve estar disponível para consulta do público na sede da unidade de conservação e no centro de documentação do órgão executor. Plano de Manejo e OGM O Plano de Manejo poderá dispor sobre as atividades de liberação planejada e cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM) nas Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e nas zonas de amortecimento das demais categorias de unidade de conservação, observadas as informações contidas na decisão técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio. ATENÇÃO! A liberação planejada e o cultivo de OGM precisam estar expressamente previstos no Plano de Manejo e só poderão Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 95 ocorrer nas APAs e nas zonas de amortecimento das demais categorias. Além disso, deve-se observar a decisão técnica da CTNBio. O Poder Executivo estabelecerá os limites para o plantio de organismos geneticamente modificados nas áreas que circundam as unidades de conservação até que seja fixada sua zona de amortecimento e aprovado o seu respectivo Plano de Manejo. * Organismo geneticamente modificado ± OGM é o organismo cujo material genético ± ADN/ARN tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética. Gestão compartilhada de UC por OSCIP As unidades de conservação podem ser geridas por Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) com objetivos afins aos da unidade, mediante instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão. A gestão compartilhada de unidade de conservação por OSCIP é regulada por termo de parceria firmado com o órgão executor, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999. Poderá gerir unidade de conservação a OSCIP que preencha os seguintes requisitos: x Tenha dentre seus objetivos institucionais a proteção do meio ambiente ou a promoção do desenvolvimento sustentável; e x Comprove a realização de atividades de proteção do meio ambiente ou desenvolvimento sustentável, preferencialmente na unidade de conservação ou no mesmo bioma. A OSCIP deve encaminhar anualmente relatórios de suas atividades para apreciação do órgão executor e do conselho da unidade. Espécies não autóctonesDireito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 95 São as espécies exóticas, não nativas da área em que vivem. É proibida a introdução nas unidades de conservação de espécies não autóctones. Excetuando-se as Áreas de Proteção Ambiental, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas e as Reservas de Desenvolvimento Sustentável, bem como os animais e plantas necessários à administração e às atividades das demais categorias de unidades de conservação, de acordo com o que se dispuser em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. Nas áreas particulares localizadas em Refúgios de Vida Silvestre e Monumentos Naturais podem ser criados animais domésticos e cultivadas plantas considerados compatíveis com as finalidades da unidade, de acordo com o que dispuser o seu Plano de Manejo. Pesquisa Científica A realização de pesquisas científicas nas unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, depende de aprovação prévia e está sujeita à fiscalização do órgão responsável por sua administração. Os órgãos executores articular-se-ão com a comunidade científica com o propósito de incentivar o desenvolvimento de pesquisas sobre a fauna, a flora e a ecologia das unidades de conservação e sobre formas de uso sustentável dos recursos naturais, valorizando-se o conhecimento das populações tradicionais. Evidentemente as pesquisas científicas nas unidades de conservação não podem colocar em risco a sobrevivência das espécies integrantes dos ecossistemas protegidos. Recursos e Doações Os órgãos responsáveis pela administração das unidades de conservação podem receber recursos ou doações de qualquer Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 95 natureza, nacionais ou internacionais, com ou sem encargos, provenientes de organizações privadas ou públicas ou de pessoas físicas que desejarem colaborar com a sua conservação. A administração dos recursos obtidos cabe ao órgão gestor da unidade, e estes serão utilizados exclusivamente na sua implantação, gestão e manutenção. Os recursos obtidos pelas unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral (exemplo: Parques Nacionais) mediante a cobrança de taxa de visitação e outras rendas decorrentes de arrecadação, serviços e atividades da própria unidade serão aplicados de acordo com os seguintes critérios: ¾ até 50%, e não menos que 25%, na implementação, manutenção e gestão da própria unidade; ¾ até 50%, e não menos que 25%, na regularização fundiária das unidades de conservação do Grupo; ¾ até 50%, e não menos que 15%, na implementação, manutenção e gestão de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 95 Jurisprudência STF sobre a Compensação Ambiental Compensação ambiental é um instrumento previsto no art. 36 da Lei 9.985/00, que obriga o empreendedor a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos que causem significativo impacto ambiental, com fundamento no EIA/RIMA. Segundo o Caput do art. 36, as unidades de conservação beneficiadas são as pertencentes ao grupo de proteção integral; entretanto no parágrafo 3º do mesmo artigo, temos que no caso de o empreendimento afetar uma unidade específica (mesmo que não seja de Proteção Integral) ou sua zona de amortecimento, a unidade afetada deverá ser uma das beneficiárias, ou seja, se uma unidade de conservação sustentável for afetada pela atividade, também deverá ser beneficiada com a compensação. Além disso, o licenciamento só será concedido mediante autorização do órgão responsável pela administração da UC atingida. A lei estabeleceu, em seu texto original, que o montante de recursos a ser destinado para as unidades de conservação pelo empreendedor não poderia ser inferior a 0,5% dos custos totais de implementação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador de acordo com o grau de impacto causado pelo empreendimento. O artigo 36, § 1o da lei 9.985/2000, ainda traz essa redação. E é aqui que mora o perigo! Pois o Supremo declarou a inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento." (STF. ADI Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 95 3.378-DF, Relator Min. Carlos Britto. Julgamento: 09-04-2008. DJ 20-06- 2008). Por esse motivo, eu risquei a exigência do percentual mínimo de 0,5%. Hoje não temos mais um piso! O órgão ambiental fixará o montante de acordo com o grau de impacto causado, com fundamento no EIA/RIMA. Observe que a decisão do STF declarou inconstitucional apenas o piso de 0,5%. A compensação ambiental é constitucional e continua em vigor. Assim, para os fins de fixação da compensação ambiental, o IBAMA estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, ocasião em que considerará, exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente. ATENÇÃO! É o IBAMA que faz o cálculo da compensação ambiental! Apenas para complementar o assunto, vale dizer que, de acordo com o art. 36, § 2º da Lei 9.985/00, as unidades de conservação a serem beneficiadas são definidas pelo órgão ambiental licenciador, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação. Além disso, o Decreto 4.340/02 acrescenta que fixado em caráter final o valor da compensação, o IBAMA definirá sua destinação, ouvindo tabém o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes. A aplicação dos recursos da compensação ambiental nas unidades de conservação, existentes ou a serem criadas, deve obedecer à seguinte ordem de prioridade: I - regularização fundiária e demarcação das terras; II - elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo; Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 95 III - aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento; IV - desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de conservação; e V - desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação e área de amortecimento. Pessoal, sobre compensação ambiental há apenas mais um detalhe. Há uma fórmula para calcular o seu valor. O Valor da Compensação Ambiental - CA será calculado pelo produto do Grau de Impacto - GI com o Valor de Referência - VR, de acordo com a fórmula a seguir: CA = VR x GI, onde: CA = Valor da Compensação Ambiental; VR = somatório dos investimentos necessários para implantação do empreendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos,projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais; (As informações necessárias ao calculo do VR deverão ser apresentadas pelo empreendedor ao órgão licenciador antes da emissão da licença de instalação) GI = Grau de Impacto nos ecossistemas, podendo atingir valores de 0 a 0,5%. O EIA/RIMA deverá conter as informações necessárias ao cálculo do GI. O grau de impacto considera o Impacto sobre a Biodiversidade; o Comprometimento de Área Prioritária; e a Influência em Unidades de Conservação. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 95 Jurisprudência AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 36 E SEUS §§ 1º, 2º E 3º DA LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. CONSTITUCIONALIDADE DA COMPENSAÇÃO DEVIDA PELA IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 1º DO ART. 36. 1. O compartilhamento-compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº 9.985/2000 não ofende o princípio da legalidade, dado haver sido a própria lei que previu o modo de financiamento dos gastos com as unidades de conservação da natureza. De igual forma, não há violação ao princípio da separação dos Poderes, por não se tratar de delegação do Poder Legislativo para o Executivo impor deveres aos administrados. 2. Compete ao órgão licenciador fixar o quantum da compensação, de acordo com a compostura do impacto ambiental a ser dimensionado no relatório - EIA/RIMA. 3. O art. 36 da Lei nº 9.985/2000 densifica o PRINCÍPIO USUÁRIO- PAGADOR, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica. 4. Inexistente desrespeito ao postulado da razoabilidade. Compensação ambiental que se revela como instrumento adequado à defesa e preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, não havendo outro meio eficaz para atingir essa finalidade constitucional. Medida amplamente compensada pelos benefícios que sempre resultam de um meio ambiente ecologicamente garantido em sua higidez. 5. Inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento", no § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/2000. O valor da compensação-compartilhamento é de ser fixado proporcionalmente ao Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 95 impacto ambiental, após estudo em que se assegurem o contraditório e a ampla defesa. Prescindibilidade da fixação de percentual sobre os custos do empreendimento. 6. Ação parcialmente procedente. (STF: ADI 3378 DF, Relator: CARLOS BRITTO, Data de Julgamento: 08/04/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-112 Divulg. 19-06- 2008 Public. 20-06-2008) Pessoal, por fim cabe dizer que o novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) dispôs em seu artigo 41, § 6o, que os proprietários localizados nas zonas de amortecimento de Unidades de Conservação de Proteção Integral são elegíveis para receber apoio técnico-financeiro da compensação prevista no art. 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, com a finalidade de recuperação e manutenção de áreas prioritárias para a gestão da unidade. Assistam ao vídeo sobre a compensação ambiental com questões comentadas para complementar o estudo: https://www.youtube.com/watch?v=7fh3iyNnvBw Obs.: Consulte na busca do Youtube ³5RVHQYDO�-~QLRU´�H�DVVLVWD�DR�YtGHR� #3 sobre Compensação Ambiental Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 95 Reserva da Biosfera A Reserva da Biosfera é reconhecida pelo Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera ± MAB", estabelecido pela Unesco, organização da qual o Brasil é membro. Trata-se de um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais. É gerida por um Conselho Deliberativo, formado por representantes de instituições públicas, de organizações da sociedade civil e da população residente. É constituída por áreas de domínio público ou privado; podendo ser integrada por unidades de conservação já criadas pelo Poder Público. Possui como objetivos básicos a preservação da diversidade biológica, pesquisa científica, monitoramento ambiental, educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações. Quando a Reserva da Biosfera abranger o território de apenas um Estado, o sistema de gestão será composto por um conselho deliberativo e por comitês regionais. Quando a Reserva da Biosfera abranger o território de mais de um Estado, o sistema de gestão será composto por um conselho deliberativo e por comitês estaduais. A única diferença é que se a RB abranger apenas um estado terá comitês regionais. No caso de abranger mais de um Estado, o sistema de gestão terá comitês estaduais. Nas duas situações haverá conselho deliberativo. À Comissão Brasileira para o Programa "O Homem e a Biosfera" ± COBRAMAB - compete criar e coordenar a Rede Nacional de Reservas da Biosfera. O Brasil possui atualmente as seguintes Reservas da Biosfera distribuídas pelos grandes biomas brasileiros: Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 95 ¾ RB Mata Atlântica, ¾ RB Pantanal, ¾ RB Caatinga, ¾ RB Cerrado, ¾ RB Amazônia Central, ¾ RB da Serra do Espinhaço e ¾ RB Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (que integra a RB Mata Atlântica). A primeira dessas Reservas da Biosfera foi a da Mata Atlântica (RBMA), que tem atualmente 350.000 km2 e forma um grande corredor envolvendo 15 estados brasileiros, incorporando centenas de áreas núcleo (Unidades de Conservação). A RBMA foi reconhecida em cinco fases entre 1991 e 2002, e é a segunda maior reserva da biosfera do mundo. As Reservas da Biosfera são constituídas de: 9 Áreas-núcleo: destinadas à proteção integral da natureza; 9 Zonas de amortecimento: só são admitidas atividades que não resultem em dano para as áreas-núcleo; e 9 Zonas de transição: Não possui limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos naturais são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis. Veja abaixo as ilustrações sobre a constituição das Reservas da Biosfera. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 95 Nesse caso, o órgão executor deve viabilizar a participação de pessoas físicas ou jurídicas, observando-se os limites estabelecidos pela legislação vigente sobre licitações públicas e demais normas em vigor. Além disso, a autorização deve estar fundamentada em estudos de viabilidade econômica e investimentos elaborados pelo órgão executor, ouvido o conselho da unidade. Ficando proibida a construção e ampliaçãode benfeitoria sem autorização do órgão gestor da unidade de conservação. Os produtos, sub-produtos ou serviços inerentes à unidade de conservação seriam: I - aqueles destinados a dar suporte físico e logístico à sua administração e à implementação das atividades de uso comum do público, tais como visitação, recreação e turismo; II - a exploração de recursos florestais e outros recursos naturais em Unidades de Conservação de Uso Sustentável, nos limites estabelecidos em lei. O uso de imagens de unidade de conservação com finalidade comercial será cobrado conforme estabelecido em ato administrativo pelo órgão executor. Quando a finalidade do uso de imagem da unidade de conservação for preponderantemente científica, educativa ou cultural, o uso será gratuito. Resumindo: o uso de imagem com fim comercial será cobrado! Quando o uso for predominantemente para fins científicos será gratuito! Conselho Consultivo e Deliberativo As categorias de unidade de conservação poderão ter conselho consultivo ou deliberativo, que serão presididos pelo chefe da unidade de conservação, o qual designará os demais conselheiros indicados pelos setores a serem representados. Conforme artigo 29 da Lei 9.985/00, cada unidade de conservação do grupo de Proteção Integral disporá de um Conselho Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 95 Consultivo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil, por proprietários de terras localizadas em Refúgio de Vida Silvestre ou Monumento Natural, quando for o caso, e, das populações tradicionais residentes, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade. Para as unidades de uso sustentável há previsão específica de conselho para algumas unidades e omissão em relação a outras. A lei 9.985/00 especifica que Reserva Extrativista (Art. 18, § 2º) e Reserva de Desenvolvimento Sustentável (Art. 20, § 4º) serão geridas por conselho deliberativo. Assim como para Reserva da Biosfera (Art. 41, § 4º da Lei 9985/00). Floresta Nacional disporá de um conselho consultivo (Art. 17, § 5º) e a Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente (Art. 15, § 5º). Nos demais casos a legislação é omissa, o que nos leva a entender que seria facultativo, uma vez que o decreto 4.340/02, em seu artigo 17, dispõe que as categorias de unidade de conservação poderão ter conselho consultivo ou deliberativo. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 95 Questões comentadas Unidades de Conservação 1 - (CESPE - Juiz - TRF - 1ª REGIÃO - 2011) Os espaços territoriais previstos na CF dizem respeito apenas às porções do território nacional, isto é, pertencentes à União, não podendo atingir áreas estaduais ou municipais. Errado. Art. 225, § 1º, III da CF/88. "Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: III - definir, em TODAS as UNIDADES DA FEDERAÇÃO, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção." Sendo assim, teremos espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos em TODAS as UNIDADES DA FEDERAÇÃO [U, E, DF e M]. 2 - (Cesgranrio - Petrobrás - Profissional Júnior - 2010) A Estação Ecológica é uma das categorias de unidade de conservação da natureza dentre as quais se incluem as áreas de preservação permanente. Errado. Pessoal, não confundam Unidade de Conservação com área de preservação permanente (APP) e com reserva legal (RL). São espaços territoriais especialmente protegidos (ETEP) distintos. ETEP é o gênero. UC, APP e RL são espécies. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 95 4 - (PGE-RO - Procurador - 2011) As Unidades de Conservação integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação dividem-se em três grupos: Unidades de Proteção Integral, Unidades de Uso Sustentável e Unidades de Preservação Permanente. Errado. São 2 grupos: UC de Proteção Integral e UC de Uso Sustentável. 5 - (PGE-RO - Procurador - 2011) As Unidades de Conservação podem ser criadas por ato do Poder Executivo ou do Poder Legislativo. Correto. São criadas por ato do Poder Público. Pode ser por lei ou por decreto. 6 - (CESPE - Juiz - TJ-PB - 2011) Sendo o objetivo básico das unidades de proteção integral manter os ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, não se admite o uso, mesmo indireto, dos recursos naturais nelas situados. Errado. O objetivo das unidades de conservação de proteção integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na lei do SNUC. 7 - (TRF - Juiz - TRF - 4ª REGIÃO - 2010) O Grupo das Unidades de Uso Sustentável tem como objetivo básico preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei 9.985/2000. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 95 Errado. Aqui houve uma inversão de conceitos. A definição apresentada pela questão diz respeito às Unidades de Proteção Integral. As unidades de Uso Sustentável visam compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. 8 - (PGE-RO - Procurador - 2011) Todas as Unidades de Conservação, sem exceções, devem dispor de um plano de manejo. Correto. Não há exceção! As unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo, que deverá ser elaborado (pelo órgão gestor ou pelo proprietário quando for o caso) no prazo de 5 anos a partir da data de sua criação. O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas. 9 - (CESPE - Promotor de Justiça - MPE-RN - 2009) Considerando a Lei n.º 9.985/2000, assinale a opção correta acerca do SNUC. (A) O Ministério do Meio Ambiente é o órgão consultivo e deliberativo do SNUC. (B) O Conselho Nacional do Meio Ambiente é o órgão central do SNUC. (C) O refúgio de vida silvestre é unidade de conservação de uso sustentável. (D) A floresta nacional é unidade de conservação de proteção integral. (E) O objetivo básico das unidades de proteção integral é preservar a natureza, sendo admitidoapenas o uso indireto de seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em lei. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 95 Gabarito: Letra E. A- Errado. O Conama é o órgão consultivo e deliberativo do SNUC. B - Errado. O MMA é o órgão central. C- Errado. Refúgio da Vida Silvestre é UC de proteção integral. D- Errado. Floresta Nacional é UC de uso sustentável. E- Correto. Perfeito. Literalidade do art. 7º, § 1º da Lei 9.985/00. 10 - (TRF - 4ª REGIÃO - Juiz - 2010) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. Podem ser constituídas de terras particulares: I. Área de proteção ambiental. II. Refúgio de vida silvestre. III. Reserva biológica. IV. Área de relevante interesse ecológico. V. Reserva extrativista. (A) Estão corretas apenas as assertivas I e V. (B) Estão corretas apenas as assertivas II e IV. (C) Estão corretas apenas as assertivas I, II e IV. (D) Estão corretas apenas as assertivas II, III e V. (E) Nenhuma assertiva está correta. Gabarito: Letra C. Pessoal, as unidades que podem ser constituídas de áreas particulares ou públicas são: x Monumento Natural; x Refúgio da Vida Silvestre; x APA; x Área de Relevante Interesse Ecológico. A RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) é uma área privada gravada com perpetuidade. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 95 As demais unidades são de domínio Público. 11 - (CESPE - Promotor de Justiça - MPE-AM - 2007) De acordo com a Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, o refúgio de vida silvestre é unidade de conservação de proteção integral restrita às áreas públicas. Errado. De fato, é uma UC de proteção integral, no entanto o Refúgio da Vida Silvestre pode ser de domínio público ou privado. Vide questão anterior. 12 - (CESPE - Advogado - IBRAM-DF - 2009) A reserva biológica, unidade de proteção integral da qual trata a Lei nº 9.985/2000, em áreas particulares ou públicas, tem como objetivo a preservação integral da biota e dos demais atributos naturais existentes em seus limites. Errado. Meus alunos, estão notando como são as questões? Estou buscando passar o pulo do gato para na prova vocês responderem essas questões muito rapidamente e sem esforço. Basta memorizar quais são as Unidades de domínio público ou privado. E quais são elas? x Monumento Natural; x Refúgio da Vida Silvestre; x APA; x Área de Relevante Interesse Ecológico. A RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) é uma área privada gravada com perpetuidade. As demais unidades são de domínio Público. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 95 Pronto! Saibam que 2 unidades do grupo de proteção integral (Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre) e 2 unidades do grupo de uso sustentável (APA e Área de Relevante Interesse Ecológico) podem ser de domínio público ou privado. RPPN só pode ser área privada. Acabou! Todas as outras 7 categorias são de domínio público! Galera, para quem está estudando pela primeira vez esse assunto, sugiro que primeiro entenda essa divisão dos 2 grupos, memorizem as categorias e a qual grupo elas pertencem. A maioria das questões exige esse conhecimento. 13 - (CESPE - Procurador de Estado - PGE-AL - 2009) O ser humano há muito tempo delimita áreas para preservação de sua fauna e flora. Indica-se como precursor da ideia de parques e outros espaços territorialmente protegidos a criação do parque nacional de Yellowstone, em 1872, nos Estados Unidos da América. No Brasil, o primeiro parque nacional instituído foi o de Itatiaia, em 1937. A Lei n.º 9.985/2000 buscou sistematizar critérios para a criação, implantação e gestão de unidades de conservação (UCs). Assinale a opção correta com relação aos enunciados normativos dessa legislação. (A) O Sistema Nacional de Unidades de Conservação estabelece dois grupos de UCs: as de proteção integral e as de uso sustentável. (B) Estação ecológica e reserva biológica são unidades de proteção de uso sustentável. (C) Parque nacional e área de proteção ambiental são unidades de uso sustentável. (D) Refúgio da vida silvestre é unidade de uso sustentável. (E) Entende-se por UC o espaço territorial e seus recursos ambientais, exceto os recursos hídricos nele existentes. Gabarito: Letra A. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 95 A - Correto. Art. 7º, da Lei 9.985/00. B - Errado. Estação Ecológica e Reserva Biológica são Unidades de Proteção Integral. C- Errado. Parque Nacional é UC de proteção integral, mas APA é UC de uso sustentável. D - Errado. Refúgio da Vida Silvestre é UC de proteção integral. E- Errado. Inclusive os recursos hídricos. E até o subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema. Art. 24, da Lei 9.985/00. 14 - (Cesgranrio - Engenheiro Ambiental - SEAD Amazonas - 2005) A Lei Federal no 9.985, de 18 de julho de 2000, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Segundo esta lei, a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original, é denominada: (A) recuperação. (B) conservação. (C) melhoria. (D) restauração. (E) proteção Gabarito: Letra A. Quando for restituição a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original, estaremos falando de RECUPERAÇÃO. Em se tratando de restituição o mais próximo possível da sua condição original será RESTAURAÇÃO. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 95 15 - (Cesgranrio - Analista Ambiental Júnior Biologia - Petrobras março/2010) De acordo com a Lei no 9.985 de 2.000, uma unidade de conservação da natureza criada na esfera administrativa municipal ou estadual pode, excepcionalmente, integrar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação desde que (A) a integração seja aprovada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente. (B) a unidade inclua trechos do território de mais de um município. (C) a unidade possua pelo menos 100 ha de área. (D) a zona de amortecimento desta unidade não inclua terrenos de marinha. (E) os objetivos de manejo desta unidade possam ser claramente atendidos por alguma categoria prevista nesta Lei. Gabarito: Letra A. Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista na lei do SNUC e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção. 16 - (Cesgranrio - Engenheiro de Meio Ambiente - Petrobras - março/2010)O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), instituído pela Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, estabelece que as unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas: as Unidades de Proteção Integral e as Unidades de Uso Sustentável. Constituem um exemplo Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 95 Não consta entre os seus objetivos básicos o controle da poluição ambiental. 19 - (Cesgranrio - Engenheiro Ambiental - SEAD Amazonas ± 2005) A proteção da biodiversidade no Brasil ocorre, principalmente, por meio da criação de unidades de conservação. A Lei n° 9.985/00 institui o Sistema Nacional das Unidades de Conservação (SNUC). As Áreas de Proteção Ambiental são uma categoria de um dos grupos das unidades de conservação integrantes do SNUC. Em relação a Áreas de Proteção Ambiental (APA), está correto afirmar que: (A) são áreas em geral extensas, com um certo grau de ocupação humana, tendo como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. (B) disporão de um Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído somente por representantes de órgãos públicos. (C) são de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. (D) nas áreas da APA que estão sob domínio público, as condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública serão estabelecidas pelo órgão de controle ambiental enquadrante. (E) a utilização de uma propriedade privada localizada em uma APA é de competência de seu proprietário, não cabendo o estabelecimento de normas ou restrições de uso pelo gestor da APA. Gabarito: Letra A. A Área de Proteção Ambiental (APA) é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 95 objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. APA é constituída por terras públicas ou privadas. A utilização da propriedade privada localizada em uma APA pode ficar sujeita a normas e restrições. É o órgão gestor da unidade que estabelece as condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública nas áreas sob domínio público Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e restrições legais. A APA disporá de um Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes: x dos órgãos públicos, x de organizações da sociedade civil e x da população residente. 20 - (Cesgranrio - Especialista em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e Gás Natural - Especialidade: Meio Ambiente - ANP 2008) A proteção da biodiversidade no Brasil ocorre, principalmente, por meio da criação de unidades de conservação. A Lei no 9.985/00 institui o Sistema Nacional das Unidades de Conservação (SNUC). A Unidade de Conservação definida como uma área, em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e que tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza, é a (o) Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 95 (A) Área de Relevante Interesse Ecológico. (B) Área de Proteção Ambiental. (C) Reserva de Desenvolvimento Sustentável. (D) Reserva Particular do Patrimônio Natural. (E) Parque Nacional. Gabarito Letra A. Coloquei uma questão de APA e outra de ARIE de propósito. Nas provas os examinadores costumam trocar as definições das duas. x APA é área em geral EXTENSA, com CERTO GRAU de ocupação. x ARIE é área em geral pequena, com POUCA ou NENHUMA ocupação. 21 - (UEPA - Delegado de Polícia - PCPA - 2013) O Sistema Nacional de Unidades de Conservação, criado pela Lei 9985/2000, estabelece as Unidades de Conservação de Uso Sustentável e de Proteção Integral. A Floresta Nacional é uma unidade de conservação de proteção integral. ERRADO. De fato o SNUC é formado por Unidades de Conservação de Uso Sustentável e de Proteção Integral. No entanto, a FloNa é uma UC de Uso Sustentável. Os 2 grupos e as 12 categorias de Unidades de Conservação: Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 95 22 - (CESPE - Analista de Atividade do Meio Ambiente - Engenheiro Florestal - IBRAM - 2009) Na estação ecológica, a pesquisa científica depende de autorização do órgão responsável por sua administração, permitido-se alterações dela decorrentes em área de até 3% da extensão total da unidade e não superior a 1.500 ha. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 95 Certo. Art. 9º, § 4º da Lei 9.985/00 Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas no caso de: I - medidas que visem à restauração de ecossistemas modificados; II - manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica; III - coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas; IV - pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo 3% da extensão total da unidade e até o limite de 1.500 hectares. Pesquisa científica em Estação Ecológica 9 MÁX.: 3% da extensão total da unidade 9 ATÉ o limite de 1.500 hectares. 23 - (FCC - Procurador - PGE-SP - 2009) Com o julgamento da ADI 3.378-6 DF, ajuizada pela Confederação Nacional da Indústria, pelo Supremo Tribunal Federal, a compensação ambiental, de que trata o artigo 36 da Lei Federal no 9.985/2000, foi considerada inconstitucional, não mais podendo ser exigida pelo órgão ambiental competente nos processos de licenciamento ambiental. Errado. Esse tema já está bastante manjado e vocês não podem errar! Cuidado! O STF declarou a inconstitucionalidade apenas do piso de 0,5%. A compensação ambiental é constitucional e continua sendo exigida. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 95 24 - (Cesgranrio - Petrobras - Advogado - 2011) Sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, analise as afirmações a seguir: I - Nos casos de licenciamento ambientalde empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório (EIA/Rima), o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e a manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral. Correto. Questão aborda o instrumento da compensação ambiental. Pessoal, o item é cópia literal do artigo 36 da Lei 9.985/2000. II - Quando o empreendimento sujeito à compensação ambiental afetar a zona de amortecimento de uma Área de Proteção Ambiental (APA), essa Unidade de Conservação deverá ser uma das beneficiárias dos recursos da compensação ambiental. Errado. ATENÇÃO! Confira comigo o artigo Art. 25. da lei 9.985/2000. "As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos." Ora, se APA e RPPN não possuem zona de amortecimento como poderiam ter essas áreas afetadas??? III - O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor a título de compensação ambiental não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 95 licenciador de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. Errado. O Supremo declarou a inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento." (STF. ADI 3.378-DF, Relator Min. Carlos Britto. Julgamento: 09-04-2008. DJ 20-06-2008). Embora o item tenha reproduzido a literalidade do art. 36, deve ser analisado como errado, pois desconsiderou a decisão do STF. IV - Dentre as unidades de conservação de uso sustentável, cujo objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais, encontram- se as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais e as Reservas de Fauna. Certo. 7 categorias de UC no grupo de UC de USO SUSTENTÁVEL I - Área de Proteção Ambiental (APA); II - Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE); III - Floresta Nacional (FloNa); IV - Reserva Extrativista (ResEx); V - Reserva de Fauna (RF); VI ± Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS); e VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). A) I e II, apenas. B) I e IV, apenas. C) II e III, apenas. D) III e IV, apenas. E) I, II, III e IV. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 95 Gabarito: Letra B. 25 - (Elaborada pelo Professor) Um Parque Nacional obteve R$ 10.000 mediante a cobrança de taxa de visitação. Desse valor poderão ser aplicados até R$ 5.000,00 na implementação, manutenção e gestão de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral. Certo. Os recursos obtidos pelas unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral (exemplo: Parques Nacionais) mediante a cobrança de taxa de visitação e outras rendas decorrentes de arrecadação, serviços e atividades da própria unidade serão aplicados de acordo com os seguintes critérios: ¾ até 50%, e não menos que 25%, na implementação, manutenção e gestão da própria unidade; ¾ até 50%, e não menos que 25%, na regularização fundiária das unidades de conservação do Grupo; ¾ até 50%, e não menos que15%, na implementação, manutenção e gestão de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral. Dessa forma, como o valor arrecadado foi de R$ 10.000,00 o Parque Nacional, unidade de proteção integral, poderia aplicar até R$ 5.000,00, ou seja, 50% do total arrecadado na implementação, manutenção e gestão de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral. 26 - (CESPE - Analista em Geociências ± Direito - CPRM ± 2013) A unidade de conservação compreende o espaço territorial e seus recursos ambientais, com características naturais relevantes, aí Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 95 incluídas as águas jurisdicionais. Legalmente instituído pelo poder público, com objetivos de conservação e limites definidos, esse espaço territorial possui regime especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. CERTO. Questão simples que cobra o conceito de Unidade de Conservação. Conforme o art. 2°, I da Lei 9.985/00, unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 27 - (CESPE - Analista em Geociências ± Direito - CPRM ± 2013) Caso pretenda criar uma unidade de conservação, o poder público deve, previamente, promover estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade. Esse processo de consulta é dispensável apenas na criação de estação ecológica ou reserva biológica. CERTO. Art. 22, da Lei do SNUC. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público. A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento. Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta, ou seja, é dispensável. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 95 28 - (MPE-SC - Promotor de Justiça ± 2013) Conforme a Lei 9.985/2000, a desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica. CERTO. Art. 22, § 7º da Lei 9.985/00. A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica. 29 - (CESPE/UnB - Analista Ambiental - ICMBIO - 2008) Uma vez elaborado o zoneamento de uma UC, é possível constituir o seu plano de manejo. Este é um documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma UC, estabelecem-se as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, incluindo a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. Errado. Questão muito sutil. Vejam o conceito de plano de manejo, disposto no art. 2o, XVII da Lei 9.985/00. Plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. Notem que é o plano de manejo que estabelece o zoneamento, ou seja, o zoneamento é estabelecido mediante o plano de manejo. A redaçãodo item leva a entender que primeiro faz-se o zoneamento, para só depois poder elaborar o plano de manejo. 30 - (CESPE/UnB - Analista Ambiental - ICMBIO - 2008) O Parque Nacional, de posse e domínio públicos, tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 95 relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. A visitação pública está sujeita às normas e às restrições estabelecidas no plano de manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração e àquelas previstas em regulamento. Certo. Neste e no próximo item o Examinador fez um resumo de três unidades de conservação de proteção integral. Aqui ele abordou os principais aspectos dos Parques Nacionais. No próximo item a Banca exigiu conhecimentos sobre Reserva Biológica e Refúgio da Vida Silvestre. Vamos aos principais dispositivos: De acordo com o art. 11 da Lei 9.985/00, o Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 95 31 - (CESPE/UnB - Analista Ambiental - ICMBIO - 2008) O objetivo da reserva biológica é a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. O refúgio de vida silvestre tem como objetivo a proteção dos ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou a reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Certo. Agora temos outras duas unidades de proteção integral: Reserva Biológica e Refúgio da Vida Silvestre. Consoante art. 10 da Lei 9.985/00, a Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. A Reserva Biológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento específico. A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 58 de 95 No art. 13 da Lei 9.985/00 temos as características do Refúgio de Vida Silvestre, o qual tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei. A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. Galera, com esses dois últimos itens nós vimos 3 importantes unidades de proteção integral, para completar a lista ficaram faltando apenas 2: Estação Ecológica e Monumento Natural. É imprescindível que vocês memorizem as cinco e gravem suas principais características. Recordando as 5 unidades de proteção integral: I - Estação Ecológica; II - Reserva Biológica; III - Parque Nacional; IV - Monumento Natural; V - Refúgio de Vida Silvestre. Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 59 de 95 Criação ou ampliação de UC Alteração (redução dos limites) ou supressão ou extinção e desafetação de UC Ato do Poder Público (Decreto ou Lei) da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Somente por Lei da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. 32- (CESPE - Analista em Geociências ± Direito - CPRM ± 2013) A unidade de conservação compreende o espaço territorial e seus recursos ambientais, com características naturais relevantes, aí incluídas as águas jurisdicionais. Legalmente instituído pelo poder público, com objetivos de conservação e limites definidos, esse espaço territorial possui regime especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. CERTO. Questão simples que cobra o conceito de Unidade de Conservação. Conforme o art. 2°, I da Lei 9.985/00, unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 33 - (CESPE - Analista em Geociências ± Direito - CPRM ± 2013) Direito Ambiental Exame de Ordem Aula 05 Prof.
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