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RESUMO DIETOTERAPIA I Introdução Doença= Eleva o aumento de gasto energético Individuo saudável dieta desequilibrada= mecanismos adaptivos Individuo enfermo mecanismos adaptativos limitados Dietoterapia: Tratamento de indivíduos portadores de determinada patologia através da alimentação adequada. Objetivo: distúrbios nutricionais intervenção adequada a condição de saúde do individuo prescrição dietoterápica adequada ao quadro clinico Aula 1- Obesidade O que significa o excesso de peso? R: Um estado no qual o peso excede um padrão baseado de acordo com a estatura O que significa a obesidade? R: Doença crônica não transmissível, uma condição de gordura excessiva, seja generalizada ou localizada Fatores que influenciam: Nutricionais, genéticos, fisiológicos, psicológicos, socioculturais, econômicos e políticos Quanto à origem: Endógena ou exógena -Endógena: obesidade hereditária/congênita,, obesidade psicogênica, obesidade medicamentosa, neurologia e endócrina Exógena: Ingestão alimentar excessiva, sedentarismo Hiperplasia: Aumento do numero de células Hipertrofia: Aumento da célula Tecido Adiposo: Órgão endócrino, órgão multifuncional produtor e secretor de bioativas, denominadas adipocitocinas. Funções do tecido adiposo: -Metabólica -Físicas -Isolante térmico -Endócrina Tecido Adiposo Branco: Apresenta coloração amarela (conferida pelo caroteno) Funções: deposito energético, protege os órgãos abdominais, funciona como isolante térmico Tecido Adiposo Marrom: Cor marrom devido a Intensa vascularização pra a produção de energia e calor Funções: Produzir energia na forma de Calor (adaptação a temperaturas frias), possui um grande numero de mitocôndrias e muitos glóbulos pequenos de gordura, em lugar de um grande glóbulo Localização: área escapular e subescapular Aumento do tecido Adiposo: -Aumento da resistina -Aumento da interleucina -Aumenta fator de necrose tumoral -Aumenta inibidor do ativador do plasminogenio -Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona Adipocitocinas Influencia nos processos fisiológicos: Funções: Controle da ingestão alimentar , Angiogenese, Homeostase energética Proteção vascular, Sensibilidade a insulina, Regulação da pressão ou coagulação sanguínea Obesidade ginoide (periférica): Deposito aumentado de gordura no quadril, alto risco de varizes e artroses Obesidade andróide (central): Região abdominal, alto risco cardiovascular, gordura visceral Aumento da quantidade de gordura corpo entende que e uma inflamaçãocorpo manda células de defesagera toxidade pode gerar necrose O tecido adiposo secreta ativamente uma ampla gama de citocinas pro e antiinflamatórias. Acionam- se sinais metabólicos no hipotálamo de indivíduos obesos, lançando as bases para uma inflamação crônica e danos nos tecidos durante um período prolongado. L-6(Interleucina-6) e TNF-A: São Citocinas pro- inflamatórias Quem Produz? Tecido adiposo e sistema imunológico -Representa um produto dos macrófagos relacionado a distúrbios metabólicos -Resistência a sensibilidade da insulina Adiponectina(Proteina anti-inflamatoria): Proteína anti-inflamatória produzida pelo tecido adiposo. Quando e secretada?E secretada pelo tecido adiposo em condições normais, mas quando o indivisuo tem excesso de peso, sua proteção diminui. Funções: Antiaterogenico (proteção do endotélio dos vasos) -Melhoria da sensibilidade a insulina (AMPK-proteina quinase ativada) -Oxidação de AG Resistina(pro-inflamatoria): Proteína produzida pelo tecido adiposo(condições inflamatórias) Funções: -Diminui as concentrações plasmáticas de AMPK qu tem um papel protetor na resistência insulínica -Quando secretadas em grandes quantidades esta relacionado a resistência da insulina. Leptina (Pro- inflamatória) Quem produz? Produzida exclusivamente pelas células de gordura (geneOB) Função: E responsável pela sensação de saciedade no individuo (interage com diferentes sistemas neuroendócrinos centrais) Obs: Os adipocitos produz hormônio leptina Obesos têm + produção de leptina, mas há uma falha nos receptores Angiotensinogenio(HAS) Quem produz? Produzido pelo fígado e tecido adiposo. -O angiotensinogenio e convertido em uma substancia que causa constrição dos vasos sanguíneos, contribuindo para o aumento da PAS( Pressão arterial sistêmica). A obesidade causa o aumento da angiotensinogenio (Resumindo) Ou seja... Individuo obeso: liberação de TNF-ALFA, IL-6 (citocinas pró-inflamatórias), diminuição de adiponectina (proteína; hormônio produzido pelo tecido adiposo), aumento da resistina, aumento da leptina Insulina Quem Produz: Produzida pelo pâncreas Função: Estimula a entrada de glicose Ativa o glut 4 para entrar, AMPK sensibiliza a abertura da entrada -Quando não te insulinaglicose não consegue atravessar a membrana célulasgera acumulo no sangue -Muita insulina circulante, muita glicose circulante (hiperglicemia e glicosuria) Glicose não consegue entrar nas células, liberação de ácidos graxos metabolizados pelo tecido adiposo na circulação para gerar energia (ácido graxo em excesso- tóxico para o pâncreas). -Processo inflamatório prejudica a beta oxidação (transformação de lipídeos em energia), fazendo com que haja um acumulo de gordura no fígado- Esteatose. -Se essa inflamação não for tratada- Câncer no fígado. Resumão: A obesidade é gerada pelo excesso de ingestão de calorias. A hiperplasia e a hipertrofia estão relacionadas com o processo inflamatório que contribui para a anormalidade das adipocitocinas. Com o excesso de gordura ocorre o processo inflamatório crônico que libera toxinas, sendo elas: IL-6, TNF-ALFA, LEPTINA, RESISTINA e ANGIOTENSINOGENIO. Essas toxinas provocam uma resistência à insulina e consequentemente hiperglicemia, hiperinsulinêmia, glicosuria. Ocorre a redução de glicose dentro da célula e como consequência ocorre à liberação de ácidos graxos mobilizados pelo tecido adiposo na circulação para gerar energia. O fígado irá sintetizar triglicérides para gerar energia (beta oxidação), todavia o processo inflamatório ira deixar deficiente a beta oxidação, ocorrendo um acúmulo de gordura no fígado. Aula 2 Esteatose Hepatica:Acumulo anormal de gordura no fígado, podendo evoluir para uma inflamação caso não cuidada Principais co-morbidades associadas a obesidade: Apneia do sono, calculo biliar(excesso de colesterol), diabetes, osteoartrose, gota, varizes, infarto do coração, hipertensão arterial, aterotrombose, derrames cerebrais. Comer excessivo: -Excesso de freqüência -Excesso de volume -Excesso de aporte calórico Modelo Transteorico do comportamento alimentar: -Pre-Contemplacao: O individuo não incorpora a mudança, ou não foram realizadas alterações no comportamento alimentar, e não há intenção de adotá-las. -Contemplação: Entendeu o que precisa melhorar, mas não foi tomada a decisão. -Decisão: Escolhe se vai ou não seguir a dieta -Ação: Inicia-se a mudança -Manutenção: O paciente continua com a ação por mais de um ano, precisa manter a mudança Síndrome Metabólica: E a designação que não se refere a uma doença especifica, mas a um conjunto de fatores de risco de origem metabólica. Tratamento não medicamentoso da síndrome metabólica Cortisol: Hormônio liberado em situações de estresse Situação de estresse eixo hipotálamo-hipófise-adrenal manda sinal para as glândulas supra-renais produzir cortisol -O cortisol estimula os neurônios chamados de Neuro Peptídeo “Y”, responsável por estimular a fome no SNC. -No individuo obeso o corpo esta constantemente em stress e as citocinas pró-inflamatórias contribuírem para a hiperatividade do eixo hipotálamo- hipófise- adrenal Medicamento Anti- Obesidade Inibição da fome Aumenta a dopamina e noradrenalina Hipotálamolateral: centro fome estimula saciedade via serotoninérgica (liberando serotonina) Age no hipotálamo ventromedial:centro saciedade Medicamentos atuam centralmente por meio da liberação de catecolaminas/ serotonina nas glândulas sinápticas, que causa a diminuição do apetite/ estimula saciedade Medicamentos Catecolaminergicos e Serotoninergicos Sibutramina Inibidor da recaptacao de serotonina, noradrenalina e dopamina -Duplo Mecanismo de ação: Reduz a fome, aumenta a saciedade/ sensação de plenitude -Aumenta a taxa metabólica pelo aumento da função de noradrenalina -Reduz o declínio adaptativo na taxa metabólica durante a redução de peso Orlistate -Não atua no sistema nervoso central -Ação exclusiva no intestino -Inibição da lipase pancreática -Bloqueio da absorção de 30% da gordura ingerida -Seguro em pacientes com co-morbidade -Efeitos adversos gastrointestinais e relacionados a dieta inadequada Liraglutida (Indicado para DM tipo II) -Retarda o esvaziamento gástrico intestinal -Estimula o SNC a liberar serotonina -Aumenta secreção de insulina -Diminui apetite (promove saciedade) Inibidores seletivos da receptação de serotonina -Locarserina -Fluoxetina e a sertralina (antidepressivos) Suplementos termogenicos: Estimula liberação de noradrenalina, transforma calorias em energia Cafeína: sementes de café, folhas de cha- verde, cacau, guaraná, erva-mate, cola AULA- CIRURGIA BARIATRICA Obesos Graves que não respondem às terapêuticas tradicionais (95% casos) Indivíduos que sofrem de problemas crônicos de saúde associados ao excesso de peso Os candidatos à cirurgia devem ser avaliados (triagem): -Avaliação clinica, nutricional, psicológica; psiquiátrica, outros (dependendo da equipe). -Tipos de cirurgia: o tipo de intervenção realizada vai depender de cada caso (grau de obesidade, doenças associadas, etc). Técnicas: Restritivas: Vao mexer somente no estomago Disabsortivas:Vai mexer no intestino, diminuindo absorção Mistas: Mexe tanto no intestino quanto no estomago Restritivas não-cirurgicas: -Balão Intragastrico Introdução por endoscopia digestiva de um balão intragástrico (balão de silicone – cerca de 500 ml de líquido insufla um líquido de cor azulada); Diminui reservatório gástrico e volume residual disponível para alimentos – sensação de plenitude; Capaz de produzir reduções ponderais médias de 10% em 4 a 6 meses; Indicação: Provisório – adjuvante na perda de peso, principalmente no preparo de pacientes com IMC > 50 e comorbidades; Dieta: Fracionamento – Menor volume -Banda Gástrica Ajustável Procedimento ajustável e reversível; “Anel” de silicone com material inflável colocada na porção superior do estômago (2cm da cárdia); “Anel” de constrição que pode ser ajustado externamente (injeção de ar ou líquido). Técnica cirúrgica Restritiva -Gastrectomia Vertical: Tirou parte do estomago, - é transformado em um tubo de 80 a 100 milímetros (estomago normal= 1000 ml). -Gastrectomia Parcial Distal com Billroth I Ressecção parcial (50%) da cavidade gástrica distal, isto é, antro e piloro, anastomose da porção do estômago remanescente com o duodeno proximal (Billroth I). Redução da secreção de ácido clorídrico em 80%. Manutenção de um reservatório gástrico satisfatório. Gastrectomia: aumenta a velocidade de esvaziamento gástrico. Antrectomia Depleção do hormônio gastrina (células G localizadas no antro) Predispõe a uma atrofia das células parietais produtoras de FI deficiência de vitamina B12 Gastroplastia em y de roux (ByPass) É uma derivação gástrica (gastric bypass), método mais eficaz e mais utilizado no mundo. Consiste em reduzir o estômago a não mais do que 30mL e conectá-lo ao intestino. Além de reduzir o volume gástrico esta técnica diminui também a velocidade de esvaziamento uma vez que também pode ser colocado um pequeno anel de contenção/estreitamento na costura. Indicação: Pacientes obesos mórbidos % perda de peso: 40% do peso total em média Riscos: fístulas, embolia pulmonar Falhas: perda de peso insuficiente: rara Pode ocorrer Reganho de peso Internação Hospitalar: 72 horas.Tempo cirúrgico aproximado: 2 1 horas; Recuperação anestésica: 4 horas Dieta: evolução gradativa Acompanhamento: consultas periódicas Gastrectomia Parcial Distal com Billroth II -Ressecção parcial (50%) da cavidade gástrica distal, isto é, antro e piloro, anastomose da porção do estômago remanescente com jejuno (Billroth II). Tratamento Nutricional (Pré- Operatório) Objetivo da Orientação Nutricional: Preparar o Paciente para o programa de alimentação no período pós-operatório Promover a Reeducação Alimentar que terá continuidade com o processo cirúrgico Pacientes com IMC > 50 kg/m2 deveriam perder 10 % de seu peso antes da operação, a fim de garantir melhor controle das comorbidades e reduzir risco cirúrgico; A identificação de erros alimentares e comportamentos praticados no período pré-operatório pode melhorar a adesão do tratamento no pós operatório; Avaliação Completa do Estado Nutricional Características da Ingestão Alimentar (macro e micronutrientes, principalmente os comprometidos na absorção após a cirurgia) Exames bioquímicos: Hemograma Completo Glicemia Jejum Micronutrientes Proteínas Totais e Albumina Sérica Avaliacao Antropométrica Aferição: Peso Atual; altura; circunferência abdominal; cálculo do IMC atual e histórico do peso habitual Anamnese Nutricional Pos operatório -Pós-operatório (após 24h)- ingestão de pequenos volumes de agua com progressão para líquidos claros. Primeira fase- dieta com líquidos claros: -Depois de demonstrar tolerância a dieta pode permanecer com líquidos claros por mais quatro dias. Uma semana após a cirurgia. -Alimentos com o mínimo de estimulo- objetivo repouso gástrico. -Consistência liquida (50 ml a cada 2h), cores claras, temperatura ambiente, sem adição de açúcar, gordura e sal. -Alimentos permitidos: agua sem gás, agua de coco, chás claros, sucos de frutas naturais não ácidos, coados e sem açúcar, caldo de vegetais coados e sem tempero- somente o caldo, gelatina dietética e sem lactose. Segunda fase- dieta liquida completa: -Paciente inicia a fase da dieta liquida para a adaptação de pequenos volumes e repouso gástrico permanecendo por 15 dias (3 semanas). Na quarta semana pós-operatório inicia a dieta pastosa. -Objetivos: repouso gástrico, adaptação e pequenos volumes. -Consistência liquida; alimentos dissolvem na boca. -6 a 8 refeições- 50 ml a cada duas horas. -temperatura ambiente, sem adição de açúcar. Terceira fase- dieta pastosa: -Importância da mastigação (exaustivamente e sem líquidos). Orientar quanto a ingestão de alimentos comprometidos na absorção. -15 dias a um mês (tolerância individual). -Os alimentos devem estar na forma de purê, creme e mingau. -Carnes devem ser muito bem cozidas, batidas, desfiadas ou cortadas em pequenos cubos. Quarta fase- dieta branda: -Duração de 15 dias até a dieta de consistência normal, permanecendo o controle de volume. -Objetivos: evoluir para uma dieta próxima do normal (abrandamento de fibras e tecidos conectivos). -Fracionamento e volume. -Alimentos excluídos: especiarias e condimentos fortes, frituras, hortaliças cruas, grãos (apenas liquidificado), embutidos e conservas. Dieta normal: -Consistência normal com adaptações nutricionais- seleção de alimentos ricos em proteínas, cálcio, ferro, vitamina c e folato. -Utilizar pratos e utensílios pequenos para ajudar no controle das porções. -Ingestão alimentar: 1 mês- 500 kcal; dia, 1 ano- 1000 kcal; dia. -Hiperprotéica: 60 a 80g; dia- alto valor biológico- suplementos.
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