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ANC Imobilizado e Intangível

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PUC-MG – INSTITUTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS E GERENCIAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
PROF. RAFAEL ORNELAS MACHADO
ATIVO NÃO CIRCULANTE
2 ATIVO IMOBILIZADO
2.1 Conceituação
 A Lei 6404/76, art. 179, item IV, tem como conceito de contas classificadas no Ativo Imobilizado:
 “Os direitos que tenham por objetivo bens destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens”.
 Subtende-se que neste grupo estão incluídos todos os bens de permanência duradoura, ou seja, vida útil superior a um ano e que sejam destinados ao funcionamento normal da sociedade e de seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade. 
Os itens classificados como Ativo Imobilizado, são:
Bens Tangíveis, que têm corpo físico, tais como terrenos, construções, máquinas, móveis, veículos, benfeitorias em propriedades arrendadas, direitos de exploração sobre recursos naturais, etc.
 Integram também ao Imobilizado, os bens que ainda não estão em operação, mas que são destinados a tal finalidade, como construções em andamento, importações em andamento, etc.
2.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS
 A segregação do imobilizado em dois grandes grupos é de suma importância na análise das operações da empresa, particularmente na apuração de índices e comparações entre as receitas e o imobilizado, o que é apurado com mais precisão utilizando-se o imobilizado em operação e que está gerando receitas.
Bens em operação, que são todos os bens já em utilização na geração da atividade objeto da empresa.
Imobilizado em andamento, em que se classificam todas as aplicações de recursos de imobilizações bens ou direitos, mas que ainda não estão operando.
2.3 CUSTO DE AQUISIÇÃO
 Consideram-se como custo de aquisição todos os gastos relacionados com a aquisição do item do ativo imobilizado e os necessários para coloca-lo em local e condições de uso no processo operacional da empresa.
Exemplos:
Bens adquiridos de terceiros
 Além do valor do bem em si, inclui-se também os fretes, seguros, impostos (se não são creditados), comissões, desembaraço alfandegário, custos com escritura e outros serviços legais, bem como os custos de instalação e montagem. 
 Os encargos financeiros decorrentes de empréstimo e financiamentos para a aquisição de bens do ativo imobilizado, não devem ser incluídos como custo de aquisição, mas lançados com despesa financeira, mas se em fase de construção no ativo diferido.
Bens construídos
 O custo das unidades construídas deve incluir, além do custo dos materiais comprados, o custo da mão-de-obra própria ou de terceiros e seus encargos sociais, e outros custos diretos e indiretos relacionados com a construção.
 Conforme Deliberação CVM nº 193/96, itens I e II, em se tratando de empresas de capital aberto, os juros sobre financiamento obtidos de terceiros para a construção de bens do ativo imobilizado devem ser classificados no mesmo grupo de contas que lhe deu origem, até completado e colocado em condição de uso, sendo amortizado de acordo com os prazos designados para a depreciação, amortização e exaustão.
 
Bens recebidos por doação
Bens recebidos sem ônus para a pessoa jurídica, devem ser incorporados ao imobilizado
pelo valor de mercado em contrapartida da conta específica de Receita de Doação.
Será tratada como receita não tributável caso seja constituída uma Reserva de Incentivos
Fiscais, da parcela do lucro líquido decorrente de doações e subvenções
Governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do
dividendo obrigatório.
Outras considerações:
d.1 - A legislação fiscal permite que se contabilize como despesa operacional do período, o custo de aquisição de bens do Ativo Permanente – Imobilizado cujo valor unitário não ultrapasse R$ 326,61 (até 31/12/14) e R$ 1.200,00 (a partir de 01/01/15) ou prazo de vida útil não exceder um ano, não se aplica aos casos em que a atividade explorada exija o emprego de pluralidade de bens unitários inferior ao limite de R$ 326,61 ou R$ 1.200,00 respectivamente.
d.2 - Gastos com manutenção e conservação são considerados despesas, mas se há melhorias que elevam a capacidade produtiva e a vida útil do bem é imobilizado.
d.3 - Bens do imobilizado quando retirados em decorrência de sua alienação, liquidação ou baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão, deverão ter seus valores contábeis baixados nas respectivas contas do ativo imobilizado.
2.4. DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO:
2.4.1. DEFINIÇÃO
Com exceção de terrenos e de alguns outros itens, os itens que integram o ativo imobilizado têm um período de vida útil econômica limitado, os custos destes ativos devem ser alocados aos exercícios beneficiados por seu uso no decorrer de sua vida útil econômica. O art. 183 da lei 6.404/76 estabelece que:
a) Depreciação, quando correspondente à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda da utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;
b) Amortização, quando corresponde à perda de valor do capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratual limitado;
c) Exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente de sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
2.4.2. TAXAS USUAIS PARA FINS FISCAIS
Contas básicas e sua taxa de depreciação para 8 h.
	Espécie de bens
	Taxa anual
	Vida útil estimada
	Edifícios
	4%
	25 anos
	Máquinas e Equipamentos
	10%
	10 anos
	Instalações
	10%
	10 anos
	Móveis e Utensílios
	10%
	10 anos
	Veículos
	20%
	05 anos
	Sistema de proc. Dados
	20%
	05 anos
 A tendência das empresas é em adotarem as taxas admitidas pela legislação fiscal, consolidadas no RIR, arts. 305 a 323, por um turno de oito horas diárias. O fisco admite que as empresas adotem taxas diferentes, desde que sejam suportadas por laudo pericial de entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica, para taxas menores não há problema e nem precisa de laudo. 
2.4.3. MÊS DE INÍCIO DA DEPRECIAÇÃO
 A despesa pode ser deduzida a partir do mês que se iniciou a utilização do bem.
2.4.4. CONTABILIZAÇÃO
D – Despesas de Depreciação, de Amortização, de Exaustão, (se os bens forem usados na produção devem ser alocados em CUSTOS) (CR)
C – Depreciação, Amortização ou Exaustão Acumulada (ANC - redutora).
2.4.5. DEPRECIAÇÃO ACELERADA EM FUNÇÃO DE USO INTENSIVO DOS
 EQUIPAMENTOS
É o valor resultante de desgaste pelo uso em regime de operação superior ao normal.
Critério:
Em função do número de horas diárias de operações, mediante a aplicação de coeficiente de depreciação acelerada sobre as taxa normais utilizadas.
Tendo a empresa, regime de trabalho em dois turnos de 8 horas cada, total 16 h, tem fator de multiplicação das taxas por 1,5; de três turnos de 8 horas cada, total 24 h, tem fator de multiplicação das taxas por 2,0;
 
	Turno de trabalho
	Coeficientes
	Um turno de 8 horas 
	1,0
	Dois turnos de 8 horas (16h)
	1,5
	Três turnos de 8 horas (24 h)
	2,0
2.4.6. VALOR OU CUSTO CONTÁBIL DO BEM
 Considera-se custo ou valor contábil do bem o seu valor de aquisição, diminuído da correspondente depreciação acumulada.
Exemplo: 
	Máquinas............................................................... R$ 4.800,00
(-) Depreciação
Acumulada ..................................(R$ 800,00)
 (=) Custo ou Valor Contábil do Bem .......................... R$ 4.000,00
Em caso de alienação do bem por valor superior ao seu custo contábil, a contabilidade registrará um Ganho na venda de imobilizado no subgrupo Outras receitas operacionais, caso contrário, ou seja, venda por valor inferior ao custo, registrará uma Perda na venda de imobilizado no Subgrupo Outras despesas operacionais. Estas operações são consideradas, também, como ganhos ou perdas de capital.
2.4.7. COMPRA DE BEM USADO
Na hipótese de aquisição de bem usado, o prazo de depreciação será o maior dentre os seguintes:
metade do prazo de vida útil que o bem teria se houvesse sido adquirido novo;
restante do prazo de vida útil do bem, considerando este em relação à primeira instalação ou utilização desse bem.
Exemplo:
	Máquina usada:
-Adquirido em ........................20.06.X3
-Inicio de utilização.................04.06.X1
Prazos:
metade do prazo de vida útil:.............. 5 anos (metade de dez anos)
restante do prazo de vida útil:............. 8 anos
prazo a ser utilizado:........................... 8 anos
	Taxa = 100 = 12,5% a.a.
 8anos
2.4.8 BASE DE CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO, EXAUSTÃO OU AMORTIZAÇÃO será:
A base de cálculo será:
O valor de custo.
O valor de reavaliação decorrente de novas avaliações efetuadas no ativo imobilizado.
2.4.9. MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO
Método das quotas constantes ou linear
Divide-se valor a ser depreciado pelo tempo de vida útil do bem, conforme segue:
	 
Depreciação = Vr.Custo – Vr. Residual Estimado .
 Vida útil do bem
Exemplo:
Custo do bem: $ 12.000,00
Vida útil.........: 5 anos (60 meses)
Não há valor residual estimado
Depreciação = 12.000 = 200/mês
 60
	
Taxa de Depreciação(em %) = . 100 .
 Vida útil do bem
	
Quota de Depreciação (R$) = Taxa de Depreciação x Custo do bem (R$)
b) Método da soma dos dígitos dos anos
Somam-se os algarismos que compõem o número de anos de vida útil do bem. No exemplo anterior, teríamos:
1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
A depreciação de cada ano é uma fração em que o denominador é a soma dos algarismos, conforme obtido em (a), e o numerador é, para o primeiro ano (n), para o segundo ano (n – 1), para o terceiro (n – 2), e assim por diante, em que n = numero de anos de vida útil.
EXEMPLO:
Custo de aquisição do bem R$ 10.000,00
Vida útil............................... 5 anos
 
	Ano
	Fração
	Depreciação Anual
	1
	 5 x $ 10.000,00
15
	3.333,33
	2
	 4 x $ 10.000,00
15
	2.666,67
	3
	 3 x $ 10.000,00
15 
	2.000,00
	4
	 2 x $ 10.000,00
15
	1.333,33
	5
	 1 x $ 10.000,00 
15
	 666,67
	 TOTAL 
	10.000,00
 Este método promove uma depreciação maior no início e menores no fim da vida útil. Permitindo assim maior uniformidade nos custos, já que os bens, quando novos, necessitam de pouca manutenção e reparos.
 
 Embora este método seja considerado melhor que o das quotas constantes, a legislação fiscal não o aceita.
Método de unidades produzidas
 É baseado numa estimativa do número total de unidades produzidas no período de depreciação, em relação à produção total ao longo da vida útil do bem. 
 Formula:
	 Quota de depreciação anual = nº de unidades produzidas no ano X
 nº de unidades estimadas a serem 
 produzidas durante a vida útil do bem
 
 O resultado representará o percentual de depreciação a ser aplicada no ano X.
 A legislação fiscal só aceita este método para determinar a quota de exaustão.
Método de Horas de Trabalho
Baseia-se na estimativa de vida útil do bem, representada em horas de trabalho.
Formula: 
	Quota de depreciação = nº de horas de trabalho no período Y
 nº de horas de trabalho estimas durante
 a vida útil do bem
 Obs.: A empresa pode e deve escolher o melhor método e taxa para o seu imobilizado, devendo, se fora da legislação fiscal fazer o ajuste para o valor legal no LALUR.
2.5 Ativo Intangível
São ativos não monetários, identificáveis, sem substância física.
Ex.: Licenças, marcas, patentes, filmes, direitos autorais, direitos de exploração, franquias, pesquisa e desenvolvimento, nomes de domínio na internet, desenvolvimento de software, etc.
“São agregados de benefícios econômicos futuros sobre os quais uma dada entidade detém o controle e exclusividade na sua exploração. Ocorre que, diferentemente dos ativos tangíveis, que são visivelmente identificados, e contabilmente separados, os intangíveis por vezes não o são.”(IUDICIBUS, MARTINS & GELBCKE, 2007).
“Devem ser reconhecidos se forem mensuráveis, relevantes e precisos (como todo e qualquer ativo).” (HENDRIKSEN & VAN BREDA, 2007).
Bens Intangíveis, cujo valor não reside na propriedade física, mas sim nos direitos de propriedade que são legalmente conferidos às empresas, tais como patentes, marcas, etc.
2.5.1. AMORTIZAÇÃO
É o valor que corresponde à recuperação do capital aplicado em bens intangíveis, ou dos recursos aplicados em despesas que contribua para a formação do resultado de mais de um exercício social, a ser contabilizada como custo ou encargo, em cada período.
2.5.2. Bens intangíveis sujeitos à amortização
Ativo Intangível 
Marcas e Patentes;
Logiciais (softwares);
Fórmulas ou processos de fabricação, direitos autorais, concessões;
Pesquisa e desenvolvimento de novos produtos;
Ponto Comercial, Fundo de Comércio;
Benfeitorias em Prédios de Terceiros;
Custo de Projetos Técnicos;
Contabilização
D – Despesa de Amortização (Custo ou Despesa) (CR)
C – Amortização Acumulada (ANC)
 OU
D – Despesa de Amortização (Custo ou Despesa) (CR)
C – Custo dos bens a amortizar (ANC)
2.5.3 Legislação Fiscal
A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista:
o número de anos restantes de existência do direito;
o número de períodos de apuração em que deverão ser usufruídos os benefícios decorrentes das despesas registradas no ativo diferido;
o prazo de amortização não poderá ser inferior a 5 (cinco) anos e nem superior a 10 (dez) anos.	
2.6. EXAUSTÃO
 Representa a diminuição do valor dos recursos naturais não renováveis (minerais e outros), resultante da sua exploração, a ser lançada como custo ou encargo, em cada período de apuração, nos mesmos moldes dos cálculos dos encargos de depreciação e amortização. A quota de exaustão anual será determinada de acordo com o método das unidades produzidas, ou seja, será determinada pelo volume da produção no período e sua relação com a possança conhecida da mina, ou em função do prazo de concessão dado pela autoridade governamental.
 
 Para empresa de mineração, o RIR art. 331, admite incentivo fiscal, exaustão incentivada de 20% sobre o valor da receita de exploração da mineração e que este incentivo seja lançado na conta de Lucros/Prejuízos Acumulados, a DÉBITO, e na conta de Reservas de Lucros a CRÉDITO.
EXEMPLO:
Dados
Valor da Conta – Custo de Obtenção dos Direitos de Lavra: R$ 500.000,00
Reserva Potencial de Exploração (Possança) conhecida: 15.000.000t
Minérios Extraídos:
1º Ano................ 600.000 Toneladas
2º Ano 1.200.000
Toneladas
3º Ano.................1.500.000 Toneladas
Cálculos da Quota Anual de Exaustão
1º Ano: Taxa = 600.000 x 100 = 4%
 15.000.000
	R$ 500.000,00 x 4% = R$ 20.000,00
2º Ano: Taxa = 1.200.000 x 100 = 8%
 15.000.000
	R$ 500.000,00 x 8% = R$ 40.000,00
3º Ano: Taxa = 1.500.000 x 100 = 10%
 15.000.000
	R$ 500.000,00 x 10% = R$ 50.000,00
Contabilização:
D – Despesas de Exaustão (Custo ou Despesa) (CR)
C – Exaustão Acumulada (ANC) 
 
Referências:
MARION, José Carlos – Contabilidade Empresarial, livro texto 10ª ed. E de exercícios: Ed. Atlas – SP: 2002.
IUDICIBUS, Sérgio de, MARTINS, Eliseu, GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade Societária. Ed. Atlas – SP 2013.
Lei das S A : Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976., 29ª ed. - SP: Atlas.2002.
4. NEVES, Silvério das, VICECONTI, Paulo E.V. – Contabilidade Avançada e Análise das Demonstrações Financeiras
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