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ISABELA LIMA FISIOTERAPIA 2018.1 REEDUCAÇÃO FUNCIONAL TEORIAS DO CONTROLE MOTOR 1. TEORIA DO REFLEXO: desenvolvida por Sir Charles Sherrington, neurofisiologista, determina que o movimento se dá por reflexos, que são blocos de construção para um comportamento simples ou complexo. Comportamento simples: estímulo – resposta; Comportamento complexo: estímulo (sensorial) – resposta (estímulo) – resposta... Explicado pela combinação de reflexos individuais que estavam conectados uns aos outros. Limitações O reflexo não pode ser considerado unidade básica de comportamento se ambos os movimentos espontâneos e voluntários são reconhecidos como classes aceitáveis de comportamento; Não explica e prevê de maneira adequada os movimentos que ocorrem na ausência de um estimulo sensorial; Não explica movimentos rápidos; Não explica como um único estímulo pode resultar em respostas variáveis de acordo com o contexto e os comandos (ex. fogo); Não explica o aprendizado motor (movimentos novos reúnem combinações únicas de estímulos e respostas). Implicações clínicas Enfatizar ou reduzir efeitos de diferentes reflexos; PNF; TAPPING. 2. TEORIA HIERÁRQUICA: estabelece que o cérebro apresenta níveis de controle (elevado, intermediário e baixo). O controle organizacional ocorre de cima para baixo, ou seja, do nível mais elevado, sucessivamente exerce controle sobre o nível abaixo dele. Em uma hierarquia estritamente vertical, linhas de controle não se cruzam e nunca há controle de baixo para cima. Conceitos atuais descrevem o controle hierárquico dentro do sistema nervoso reconhecem o fato de que cada nível do sistema nervoso pode agir em outros níveis (mais elevados e mais baixos) dependendo da tarefa. Limitações Há situações em que o reflexo predomina sobre os padrões superiores (ex. pisar em um prego); O controle postural é automático no movimento voluntário; Não contempla o efeito do ambiente. Implicações clínicas Explica a disfunção do controle motor no paciente com deficiência neurológica (quando a influência dos centros mais elevados sofre interferência temporária ou permanente, os reflexos normais se tornam exacerbados e então os denominados reflexos patológicos aparecem); Útil para explicar movimentos balísticos ou altamente habilidosos que não dependem de feedback sensorial; Era a base do conceito Bobath no inicio “tratamento baseado na inibição e liberação dos reflexos anormais e facilitação de movimentos normais” 1948. 3. TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA: analisa que mesmo removendo o estimulo gerador, ainda tem uma resposta padronizada. Programa motor caracteriza-se por armazenamento de regras abstratas para a classe de movimentos independente do efetor. Gerador de padrão central. A teoria apresenta um suporte experimental considerável, ex. o estudo do controle no gafanhoto ISABELA LIMA FISIOTERAPIA 2018.1 demonstraram que o tempo do batimento da asa do animal em vôo dependia do padrão gerador rítmico. Mesmo quando os nervos sensoriais foram cortados, o sistema nervoso, por si só gerava o movimento da asa, porém o batimento era mais lento. Isso sugeriu que o movimento é possível na ausência da ação reflexa. Limitações Não leva em consideração o ambiente, a gravidade e nem a biomecânica musculoesquelética. Implicações clínicas Auxiliam o paciente a reaprender as regras corretas para uma ação. 4. TEORIA DOS SISTEMAS: passou a considerar o corpo como um sistema mecânico, sujeito as forças externas, como a gravidade, e as internas, inércia e forças dependentes do movimento. O mesmo comando central pode levar a movimentos diferentes devido a interação entre forças externas e as variações nas condições iniciais. O controle do movimento integrado era distribuído por muitos sistemas que interagem, atuando em cooperação para realizar um movimento. A coordenação do movimento depende dos graus de liberdade. Limitações Pouco mensurável por existir múltiplas variáveis envolvidas; Não se concentra na integração do ambiente. Implicações clínicas Salienta a importância de entender o corpo como sistema mecânico; Terapeutas não esquecem as múltiplas interações. 5. TEORIA DA AÇÃO DINÂMICA: baseada no principio da auto-organização, o movimento pode surgir como resultado da interação de elementos, sem a necessidade de comandos específicos ou programas motores do sistema nervoso. Um modelo de ação dinâmica prevê mudanças discretas no comportamento, o que resulta em mudanças nas dinâmicas lineares de um sistema mutável. Por exemplo, à medida que a velocidade da locomoção aumenta de forma linear, um limiar é alcançado, resultando em uma mudança não linear no estado comportamental do animal que se move do andar para o trotar para o galopar. Parâmetro de controle. No exemplo o parâmetro é a velocidade. Limitações Qual o papel do SN? Apenas o individuo e ambiente são suficientes para determinar o comportamento? Implicações clínicas Modificações ou alterações no comportamento do movimento podem ser explicadas pelos princípios físicos e não necessariamente pelas estruturas neurais. No tratamento, o fisioterapeuta tendo conhecimento das propriedades físicas ou dinâmicas do corpo humano, poderia utilizar com os pacientes na reconquista do controle motor. Ex. usar a velocidade a favor do movimento. 6. TEORIA ECOLÓGICA: interação dos sistemas motores com o meio ambiente, a fim de obter um comportamento direcionado a um objetivo. O movimento é controlado a partir da exploração do ambiente. A percepção é fator importante. A partir da percepção do ambiente, utiliza-se a informação necessária para controlar e modificar o movimento. Não apenas reage ao ambiente, e sim explora ativamente. Limitações Dá menos ênfase a organização e a função do sistema nervoso. Mudou de SN para interface organismo/ambiente. ISABELA LIMA FISIOTERAPIA 2018.1 Implicações clínicas Individuo como explorador ativo do ambiente – múltiplas tarefas; Adaptabilidade; Executar tarefas funcionais de modo múltiplo. QUAL A MELHOR TEORIA? Não há uma teoria que diz tudo; O melhor é reunir elementos de todas as teorias e deixar espaço para novas informações; Qualquer teoria hoje é inacabada; Movimento: individuo – tarefa – meio ambiente; Percepção – cognição – ação. A PRÁTICA CLÍNICA É dinâmica, muda conforme a necessidade frente aos novos estudos; Foi evoluindo em paralelo com as teorias cientificas; Neurofacilitação à intervenção foi desenvolvida em paralelo com as teorias do reflexo e hierárquica; Mais atual: abordagem direcionada à tarefa Sugere que é essencial trabalhar tarefas funcionais do que apenas padrões de movimentos isolados em si; Resolver problemas inerentes a tarefa; Não ficar praticando movimentos normais repetidamente; Diversos modos de resolver o objetivo da tarefa.
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