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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 5 Língua Portuguesa A 1. (Unicamp-SP) “Os turistas que visitam as favelas do Rio se dizem transformados, capazes de dar valor ao que realmente importa”, observa a socióloga Bianca Freire-Medeiros, autora da pesquisa “Para ver os pobres: a construção da favela carioca como destino turístico”. “Ao mesmo tempo, as vantagens, os confortos e os benefícios do lar são reforçados por meio da exposição à diferença e à escassez. Em um interessante paradoxo, o contato em primeira mão com aqueles a quem vários bens de consumo ainda são inacessíveis garante aos turistas seu aperfeiçoamento como consumidores.” No geral, o turista é visto como rude, grosseiro, invasivo, pouco interessado na vida da comunidade, preferindo visitar o espaço como se visita um zoológico e decidido a gastar o mínimo e levar o máximo. Conforme relata um guia, “O turismo na favela é um pouco invasivo, sabe? Porque você anda naquelas ruelas apertadas e as pessoas deixam as janelas abertas. E tem turista que não tem ‘desconfi ômetro’: mete o carão dentro da casa das pessoas! Isso é realmente desagradável. Já aconteceu com outro guia. A moradora estava cozinhando e o fogão dela era do lado da janelinha; o turista passou, meteu a mão pela janela e abriu a tampa da panela. Ela fi cou uma fera. Aí bateu na mão dele.” (Adaptado de Carlos Haag, Laje cheia de turista. Como funcionam os tours pelas favelas cariocas.Pesquisa FAPESP n . 165, 2009, p.90-93.) a) Explique o que o autor identifi ca como “um interessante paradoxo”. b) O trecho em itálico, que reproduz em discurso direto a fala do guia, contém marcas típicas da linguagem coloquial oral. Reescreva a passagem em discurso indireto, adequando-a à linguagem escrita formal. 2. (Unicamp-SP) É sabido que as histórias de Chico Bento são situadas no universo rural brasileiro. OBA, OBA PRANTANDO UMA ÁRVRE NOVA, CHICO?! ESSA AI É DI QUÊ? DI GOIABA? DI JACA? DI MANGA? NÃO! DI ISPERANÇA... Copyright 2000 Mauricio de Souza Produções Ltda. 6966 - Todos os direitos reservados. a) Explique o recurso utilizado para caracterizar o modo de falar das personagens na tira. b) É possível afi rmar que esse modo de falar caracterizado na tira é exclusivo do universo rural brasileiro? Justifi que. Cláudia Pavanello Ao invés de o turista fazer uma autocrítica relacionada ao seu próprio consumismo, o contato com a favela o reforça – “aperfeiçoamento como consumidores”. Esse dialeto também é encontrado em grandes centros devido ao fenômeno de urbanização das populações rurais. Dialeto caipira: “pranta”, “árvre”, “di” e “isperança”. O guia relata que o turismo na favela tem um tom agressivo. As ruas são estreitas, os moradores mantêm as janelas abertas e alguns turistas inconvenientes olham sem pudor para dentro das moradias, o que cria situações desagradáveis. Mencionou que, com outro guia, uma moradora cozinha em seu fogão próximo à janela e um turista que passava enfi ou a mão e destampou a panela, enfurecendo a mulher, que lhe golpeou a braço. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 5NEO233_GRAP-Portugues A.idml 5 19/09/2011 13:40:3119/09/2011 13:40:31 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL6 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 3. (Unicamp-SP) Encontram-se, abaixo, a transcrição de parte de uma transmissão de jogo de futebol, trecho de uma canção e uma manchete de notícia. TEXTO 1 Na marca de 36 minutos do primeiro tempo do jogo, pode abrir o marcador o time da Itapirense. A Esportiva precisa da vitória. Tomando posição o camisa 9 Juary. É a batida de penalidade máxima. Faz festa a torcida. Fica no centro do gol o goleiro Cléber. Partiu Juary com a bola para a esquerda, tocou, é gol. Gol da Esportiva! E o Mogi Mirim tem posse de bola agora, escanteio pela direita. 39 minutos, Juan na cobrança do escanteio para o Mogi Mirim, chutou, cruzou, cabeceia Anderson Conceição e é gol. Foi aos 39 minutos do primeiro tempo, Juan pra cobrança do lado direito, subiu, desviou de cabeça o zagueiro Anderson Conceição, bola pro fundo da rede do goleiro Brás da Itapirense. Cutucou pro fundo da rede Anderson Conceição, camisa 4. (Transcrição adaptada de trecho da transmissão da partida entre Mogi Mirim Esporte Clube e Itapirense em 04/10/2008. Disponível no Podcast “Mogi Mirim Esporte Clube”, em www.mogimirim.com.br) TEXTO 2 “Cotidiano” (Chico Buarque) Todo dia ela faz Tudo sempre igual Me sacode Às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca De hortelã (...) TEXTO 3 “Presidente visita amanhã a Estação Antártica” (Imprensa Nacional, em www.in.gov.br, 15/02/2008) a) Nos três textos ocorrem verbos no tempo presente. Entretanto, seu uso descreve as ações de formas diferentes. Compare o uso do presente nos textos 1 e 2, e mostre a diferença. Faça o mesmo com os textos 2 e 3. Explique. b) O encadeamento narrativo do texto 1 é construído pela alternância entre verbos no presente e no passado. Justifi que a presença exclusiva do passado no último parágrafo, considerando que se trata de uma transmissão de jogo de futebol. 4. (Fuvest-SP) Jornalistas não deveriam fazer previsões, mas as fazem o tempo todo. Raramente se dão ao trabalho de prestar contas quando erram. Quando o fazem não é decerto com a ênfase e o destaque conferidos às poucas previsões que acertam. Marcelo Leite, Folha de S. Paulo. a) Reescreva o trecho “Jornalistas não deveriam fazer previsões, mas as fazem o tempo todo”, iniciando-o com “Embora os jornalistas...” Texto 1 – momento da fala, texto 2 – ações habituais, texto 3 – ação a ser realizada no futuro; “Embora jornalistas não devessem fazer previsões, fazem-nas o tempo todo”. O narrador utiliza o pretérito perfeito para retomar um fato ocorrido no instante anterior. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 6NEO233_GRAP-Portugues A.idml 6 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 7 b) No trecho “Quando o fazem não é decerto com a ênfase (...)”, a que ideia se refere o termo grifado? 5. (Fuvest-SP) “Devemos misturar e alternar a solidão e a comunicação. Aquela nos incutirá o desejo do convívio social, esta, o desejo de nós mesmos; e uma será o remédio da outra: a solidão curará nossa aversão à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão.” Sêneca, Sobre a tranquilidade da alma. Trad. de J.R. Seabra Filho. a) Segundo Sêneca, a solidão e a comunicação devem ser vistas como complementares porque ambas satisfazem um mesmo desejo nosso. É correta essa interpretação do texto acima? Justifi que sua resposta. b) “(...) a solidão curará nossa aversão à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão.” Sem prejuízo para o sentido original, reescreva o trecho acima, iniciando-o com “Nossa aversão à multidão...” 6. (Fuvest-SP) Leia e responda: I. Não deis aos cães o que é santo, nem atireis aos porcos as vossas pérolas (...). (Mateus, 7:6) II. Você pode atirar pérolas aos porcos. Mas não adianta nada atirar pérolas aos gatos, aos cães ou às galinhas porque isso não tem nenhum signifi cado estabelecido. (Millôr Fernandes, Millôr defi nitivo: a bíblia do caos). a) Considerando-se que o texto II tem como referência o texto I, qual é a expressão que, de acordo com Millôr Fernandes, tem um “signifi cado estabelecido”? b) No texto I, os signifi cados dos segmentos “não deis aos cães o que é santo” e “nem atireis aos porcos as vossas pérolas” reforçam-se mutuamente ou se contradizem? Justifi que sucintamente sua resposta. 7. (FGV-SP) Quanto à morfologia, explique o emprego das palavras em destaque: a) mal em …ouvirei as moças falandomal do chefe na fi la do Subway… e em – O mal é as moças não respeitarem a ausência do chefe na fi la do Subway. Não, solidão e comunicação são desejos contrários do homem. Solidão = necessidade de isolamento. Comunicação = necessidade de relacionamento social. Nossa aversão à multidão será curada pela solidão; o tédio à solidão será curado pela multidão. Pronome demonstrativo retoma a ideia de “prestar contas quando erram”. “atirar pérolas aos porcos”, que signifi ca “desperdiçar esforços com quem não é digno deles ou não é capaz de se benefi ciar com eles”. Reforçam-se mutuamente, pois recomenda não entregar um bem valioso a quem não é digno dele ou não tem condições de apreciá-lo. “falando mal” mal = advérbio, “o mal é...” mal = substantivo. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 7NEO233_GRAP-Portugues A.idml 7 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL8 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A b) só em … em vez de caminhar, só, em direção a uma edícula, no fundo do quintal. – e em – Só preciso ter acesso ao coração do mundo. 8. (FGV-SP) Observe a pontuação dos segmentos frasais: a) Assim que saí do elevador no andar errado os versos de Drummond me desabaram na cabeça. Você constata um erro de pontuação? Explique. b) Voltei ao elevador decidido a raspar essa barbicha calculadamente desleixada, meu crachá de escritor. Justifi que o emprego da vírgula no período. (UFSCar-SP) INSTRUÇÃO: Leia os dois textos a seguir para responder às questões 9,10 e 11. Texto 1 O material do poeta é a vida, e só a vida, com tudo o que ela tem de sórdido e sublime. Seu instrumento é a palavra. Sua função é a de ser expressão verbal rítmica ao mundo informe de sensações, sentimentos e pressentimentos dos outros com relação a tudo o que existe ou é passível de existência no mundo mágico da imaginação. Seu único dever é fazê-lo da maneira mais bela, simples e comunicativa possível, do contrário ele não será nunca um bom poeta, mas um mero lucubrador* de versos. (Vinícius de Moraes, Para Viver um Grande Amor, p. 101-102.) * aquele que compõe com esforço à custa de muita meditação. Texto 2 Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. As afi nidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam. Nem me reveles teus sentimentos, que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem. O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia. Não recomponhas tua sepultada e merencória infância. Não osciles entre o espelho e a memória em dissipação. Que se dissipou, não era poesia. Que se partiu, cristal não era. Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. 1 – adjetivo (sozinho), 2 – advérbio (somente). Sim. “Assim que saí do elevador no andar errado, os versos de Drummond me desabaram na cabeça.” A vírgula separa a oração subordinada adverbial temporal da oração principal. A vírgula separa o aposto, “meu crachá de escritor”, do termo a que ele se refere, “barbicha calculadamente desleixada”. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 8NEO233_GRAP-Portugues A.idml 8 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 9 Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? (Carlos Drummond de Andrade, Procura da poesia.) 9. (UFSCar-SP) Comparando o texto em prosa de Vinícius ao trecho do poema de Drummond: a) Ambos apresentam o mesmo conceito de poesia? Por quê? b) Justifi que sua resposta, transcrevendo um trecho de cada um dos textos. 10. (UFSCar-SP) Leia novamente o poema de Drummond e responda: a) Que modo verbal caracteriza e domina a construção desse poema? Por quê? b) Qual é o signifi cado da pergunta Trouxeste a chave? no último verso do trecho apresentado? 11. (UFSCar-SP) Voltando ao texto em prosa de Vinícius de Moraes e pondo foco no trecho Seu único dever é fazê-lo da maneira mais bela, a) a que se refere no texto o pronome seu? b) A que se refere no texto o pronome lo? (Unesp) INSTRUÇÃO: As questões a seguir tomam por base trecho de um texto de Fabiana Cristina Komesu, publicado na obra Hipertexto e gêneros digitais, organizada por Luiz Antônio Marcuschi e Antônio Carlos Xavier: Blog é uma corruptela de weblog, expressão que pode ser traduzida como “arquivo na rede”. Os blogs surgiram em agosto de 1999 com a utilização do software Blogger, da empresa do norte-americano Evan Williams. O software fora concebido como uma alternativa popular para a publicação de textos on-line, uma vez que a ferramenta dispensava o conhecimento especializado em computação. A facilidade para a edição, atualização e manutenção dos textos em rede foram – e são – os principais atributos para o sucesso e a difusão dessa chamada ferramenta de autoexpressão. A ferramenta permite, ainda, a convivência de Não. Para Vinícius base do fazer poético é a vida, a palavra é apenas o meio e para Durmmond a essência do poético seria de natureza linguística. Imperativo – verbos na segunda pessoa do singular. Porque o eu lírico emprega esse modo para formular interdições e prescrições relativas ao trabalho poético. Refere-se a poeta. Chave = metáfora para a capacidade de desvendar o enigma das palavras (“faces secretas”) (“fazê-lo”) Refere-se ao enunciado do período anterior: “dar expressão verbal rítmica ao mundo informe de sensações, sentimentos e pressentimentos dos outros com relação a tudo o que existe ou é passível de existência no mundo mágico da imaginação” Vinícius: “O material do poeta é a vida, só a vida, com tudo o que ela tem de sórdido e sublime”. Drummond: “Penetra surdamente no reino das palavras”. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 9NEO233_GRAP-Portugues A.idml 9 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL10 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A múltiplas semioses, a exemplo de textos escritos, de imagens (fotos, desenhos, animações) e de som (músicas, principalmente). Atualmente, a maior parte dos provedores não cobra taxa para a hospedagem de um blog. (...) Sob essas condições de acesso, a parcela da população que usufrui de computador e internet pode utilizar o software para a expressão de seus sentimentos, principalmente, na atividade de escrita – e por meio de outras semioses, como a imagem e o som. Não se trata da exibição da vida particular de celebridades, mas do cotidiano e das histórias de pessoas consideradas comuns porque não exercem quaisquer atividades que lhes deem destaque social, a não ser o fato de possuírem um blog na rede. A avaliação das práticas sociais de um exibicionismo da vida privada em eventos textuais como os blogs é questão que pode ser estendida a outros meios de comunicação. Limito-me a mencionar a televisão, para fi car com um dos exemplos mais célebres. Nos últimos anos, os canais de televisão no mundo todo iniciaram a produção de programas que se ocupam do cotidiano de pessoas comuns, colocadas para conviverem juntas num mesmo ambiente. Por meio dos votos dos telespectadores, há a seleção de um vencedor. O “sobrevivente” recebe, ao término do programa, um montante em dinheiro. No Brasil, a fórmula é intitulada “Big Brother Brasil”. (Fabiana Cristina Komesu, Blogs e as práticas de escrita sobre si na Internet) 12. (Unesp) Ao lado de termos estrangeiros (blog, weblog, software, on-line), o fragmento empregaexpressões portuguesas que se relacionam diretamente às novas tecnologias, especialmente o computador e a internet. Cite duas dessas expressões, comentando diferenças quanto ao sentido corriqueiro das palavras destacadas e sua nova acepção. 13. (Unesp) Explicite os objetivos da criação do blog e os motivos de seu sucesso, no mundo contemporâneo, considerando os dados fornecidos pelo fragmento escrito por Fabiana Komesu. 14. (Unesp) Tendo em vista as informações contidas no texto, o blog poderia ser relacionado ao gênero diário, uma vez que seu conteúdo trata “do cotidiano e das histórias de pessoas consideradas comuns”. Todavia, o gênero blog se distancia dos diários em vista de algumas de suas características, as quais também podem ser observadas, no fragmento. Aponte duas diferenças entre esses dois gêneros, apresentando explicações sucintas. 1) arquivo, que de conjunto de documentos passou a ser também o grupo de dados digitalizados que são armazenados e tratados como um ente; 2) rede, que de entrelaçado de fi os passou também a signifi car um sistema constituído pela interligação de diversos computadores; 3) provedor, que de designação àquele que abastece, que sustenta, passou a indicar também uma empresa ou organização com alta capacidade de armazenamento de dados e com grande quantidade de computadores interligados e que disponibiliza o seu conteúdo a outros usuários. Blogs = seus autores expressam seus sentimentos e impressões associando a escrita a outros recursos visuais ou sonoros. O sucesso da ferramenta se dá à facilidade de manuseio e por ser gratuito. Nos dois gêneros o autor expressa seu sentimento, porém no Blog é possível utilizar outros recursos como imagens, vídeos e músicas e o conteúdo é acessível a outros usuários da rede mundial de computadores. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 10NEO233_GRAP-Portugues A.idml 10 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 11 (Unicamp-SP) “Aurélio – BOM PRA BURRO” 15. Nessa propaganda do dicionário Aurélio, a expressão “bom pra burro” é polissêmica, e remete a uma representação de dicionário. a) Qual é essa representação? Ela é adequada ou inadequada? Justifi que. b) Explique como o uso da expressão “bom pra burro” produz humor nessa propaganda. 16. (Unicamp-SP) A propaganda abaixo explora a expressão idiomática ‘não leve gato por lebre’ para construir a imagem de seu produto: NÃO LEVE GATO POR LEBRE SÓ BOM BRIL É BOM BRIL a) Explique a expressão idiomática por meio de duas paráfrases. b) Mostre como a dupla ocorrência de BOM BRIL no slogan ‘SÓ BOM BRIL É BOM BRIL’, aliada à expressão idiomática, constrói a imagem do produto anunciado. 17. (Fuvest-SP) Leia com atenção as seguintes frases, extraídas do termo de garantia de um produto para emagrecimento: I- Esta garantia fi cará automaticamente cancelada se o produto não for corretamente utilizado. II- Não se aceitará a devolução do produto caso ele contenha menos de 60% de seu conteúdo. III- As despesas de transporte ou quaisquer ônus decorrente do envio do produto para troca corre por conta do usuário. Remete à expressão “Pai dos burros”. Inadequada, pois dicionários auxiliam pessoas com diversos níveis de inteligência. A ambiguidade de “pra burro”, que pode ser adjunto adverbial de intensidade (bom pra burro: “muito bom”) ou complemento nominal de “bom”, remetendo, então, à expressão “pai dos burros” (bom pra burro: “bom para quem precisa de dicionário”). Corresponde à atribuição de uma qualidade única a um produto único. Todos os demais, ainda que aparentemente similares, seriam meros “gatos” querendo passar por “lebres”. “Não aceite um produto inferior em lugar do superior.” “Não se deixe enganar por produtos falsifi cados.” NEO233_GRAP-Portugues A.idml 11NEO233_GRAP-Portugues A.idml 11 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL12 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A a) Reescreva os trechos sublinhados nas frases I e II, substituindo as conjunções que os iniciam por outras equivalentes e fazendo as alterações necessárias. b) Reescreva a frase III, fazendo as correções necessárias. 18. (Fuvest-SP) Leia e responda ao que se pede: Conversa no ônibus Sentaram-se lado a lado um jovem publicitário e um velhinho muito religioso. O rapaz falava animadamente sobre sua profi ssão, mas notou que o assunto não despertava o mesmo entusiasmo no parceiro. Justifi cou- -se, quase desafi ando, com o velho chavão: – A propaganda é a alma do negócio. – Sem dúvida, respondeu o velhinho. Mas sou daqueles que acham que o sujeito dessa frase devia ser o negócio. a) A palavra alma tem o mesmo sentido para ambas as personagens? Justifi que. b) Seguindo a indicação do velhinho, redija a frase na versão que a ele pareceu mais coerente. 19. (Fuvest-SP) Leia e responda ao que se pede: Capitulação Delivery Até pra telepizza É um exagero. Há quem negue? Um povo com vergonha Da própria língua Já está entregue. (Luís Fernando Veríssimo) a) O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o conteúdo do poema? Justifi que sua resposta. I - “… caso (contanto que, desde que, a não ser que) o produto não seja corretamente utilizado”. II - “… se ele contiver…” ou “desde que (contanto que, a não ser que) ele contenha…”. “As despesas de transporte ou quaisquer ônus decorrentes (ou qualquer ônus decorrente) do envio do produto para troca correm por conta do usuário”. Sim. No contexto pode signifi car “essência” ou “fator fundamental”. Sim. Capitulação = invasão” de anglicismos (americanismos) na língua portuguesa corrente no Brasil. “O negócio é a alma da propaganda”. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 12NEO233_GRAP-Portugues A.idml 12 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 13 b) O exagero que o autor vê no emprego da palavra “delivery” se aplicaria também a “telepizza”? Justifi que sua resposta. (UFSCar-SP) INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões 20, 21 e 22: Tenho ódio mortal dos mosquitos. Se Charles Darwin tivesse me encarregado de colocar ordem na evolução das espécies, eu teria poupado os dinossauros e varrido os mosquitos da Terra. Não me faltam razões para tal idiossincrasia*: quase morri por causa de um Haemagogus** covarde que me transmitiu febre amarela sem deixar vestígio da picada. É o animal mais perigoso. Se somarmos todos os ataques contra seres humanos já realizados por onças, leões e cobras, obteremos um número insignifi cante perto dos que caem de cama numa única epidemia de malária ou dengue. Por essa razão, quando surge uma espécie nova de mosquito em qualquer país, as autoridades sanitárias se assustam. (Drauzio Varella. Folha de S.Paulo, 02.08.2008.) * No texto, modo particular de ver as coisas. ** Haemagogus é um mosquito de hábitos silvestres que vive no solo ou na copa das árvores. 20. Em Tenho ódio mortal dos mosquitos, Drauzio Varella usa a preposição de para ligar a palavra ódio à palavra mosquitos. Poderia, se quisesse, ter usado a e escrever: Tenho ódio mortal aos mosquitos. Trata- -se da opção por uma determinada regência nominal. a) Leia os três trechos a seguir e diga em qual deles é possível empregar indiferentemente de ou a. I. Eu, que tinha ódio ao menino, afastei-me de ambos. (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.) II. O ódio a Bill Gates se explica com uma palavra bem arcaicae bem humana: inveja. (Folha de S.Paulo, 02.07.2008.) III. O desejo de um conde por uma jovem desperta o ódio da mulher do nobre. (Folha de S.Paulo, 11.08.2008. Adaptado.) b) Explique o porquê da sua escolha anterior. “Telepizza” é um neologismo formado com um empréstimo linguístico já há muito incorporado ao português (italiano pizza) e o prefi xo (grego) tele-, corrente na língua. Portanto, não se trata do mesmo fenômeno de “capitulação” que se vê em delivery, pois aqui se substituiu uma palavra corrente na língua (“entrega”) por um estrangeirismo da moda. Em I, é possível trocar a por de: Eu, que tinha ódio do menino... A troca em I é possível porque o contexto não permite interpretação de do menino em função subjetiva (“ódio que o menino tinha”), ou seja, como adjunto adnominal. O mesmo não ocorre em II, em que “ódio de Bill Gates” poderia se entendido como “ódio que Bill Gates sente”; nem em III, em que a substituição de “ódio da mulher” por “ódio à mulher” alteraria completamente o sentido da expressão, de “ódio que a mulher sente” (da mulher: função subjetiva, adjunto adnominal) para “ódio que sentem pela mulher” (à mulher: função objetiva, complemento nominal). NEO233_GRAP-Portugues A.idml 13NEO233_GRAP-Portugues A.idml 13 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL14 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 21. Em quase morri por causa de um Haemagogus covarde, o autor emprega o adjetivo covarde para modifi car o substantivo Haemagogus, com um propósito estilístico fi gurado. a) Em qual dos três exemplos a seguir, o adjetivo está usado com o mesmo propósito? Bandido perigoso Carro potente Estrada assassina b) Em que consiste esse uso fi gurado? 22. No trecho É o animal mais perigoso, o autor utilizou o substantivo animal para retomar Haemagogus, presente na frase anterior. Outra opção de escrita seria: É o inseto mais perigoso. a) No texto — A serpente estava escondida sob a pedra. Dois minutos depois, o animal já tinha atacado um cavalo —, como fi caria a segunda frase, se fosse escolhida uma alternativa semelhante à proposta para o trecho anterior de Drauzio Varella? b) Faça o mesmo tipo de substituição no texto: Pediu para usar o termômetro, mas a coisa estava quebrada. (Unesp) INSTRUÇÃO: As questões 23 e 24 tomam por base um texto extraído do jornal Folha de S. Paulo. PROGRAMA TRATA BICHOS COMO GENTE Laura Mattos Já faz tempo, mas ninguém esquece. Em 1991, fl agrado ao utilizar um carro ofi cial para levar sua cadela ao veterinário, o então ministro do Trabalho, Antonio Rogério Magri, deu a célebre declaração: “Cachorro também é ser humano”. É essa também a fi losofi a do “Pet.Doc”, programa escolhido pelo GNT dentre cem candidatos em processo de pitching – no qual produtoras independentes apresentam seus projetos a uma banca formada por diretores do canal. “É um programa que vai tratar o pet [animal de estimação] como se fosse gente”, afi rmou à Folha Leonardo Edde, sócio da produtora carioca Urca Filmes, responsável pelo projeto. “Vamos tratar o animal, seja um cachorro, um rato ou um papagaio, sempre pelo nome, como um ser humano, mostrar a importância dessa ‘pessoa’ e contar suas histórias”, diz. Em sua opinião, esse tom irá diferenciar o “Pet.Doc” de outros programas sobre animais exibidos na TV aberta e fechada “que mostram campeonatos de cães e as melhores rações”. Estrada assassina: sentido fi gurado, metafórico. Prosopopeia ou personifi cação: consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou animais. “A serpente estava escondida sob a pedra. Dois minutos depois, o réptil já tinha atacado um cavalo”. “Pediu para usar o termômetro, mas o instrumento estava quebrado”. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 14NEO233_GRAP-Portugues A.idml 14 19/09/2011 13:40:3419/09/2011 13:40:34 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 15 Edde afi rma que a Urca optou por esse tema após analisar pesquisas que apontam que mais de 70% da população brasileira possui um pet. Segundo Edde, “Pet.Doc” é baseado no livro Nós e Nossos Cães (ed. Globo), de Cacau Hygino. “São várias histórias de como o cachorro mudou a vida de pessoas, de gente que era triste e arrumou um motivo para viver”, afi rma o produtor. “A ideia do programa é baseada no jeito como os donos tratam seus pets. Eles falam dos animais e agem com eles como se fossem fi lhos”, aponta. (…) O piloto (episódio teste) foi gravado com Caco Iocler, Marília Pêra e Vivianne Pasmanter. Vivianne é dona de um cachorro que atuou ao lado de sua personagem na novela “Páginas da Vida”, da Globo. O autor de novela Ricardo Linhares (“Paraíso Tropical”) e sua cadela Zoca também serão mostrados. “Nossa intenção é desmistifi car a celebridade, como fazemos com o ‘Tira Onda’, do Multishow [famosos assumem profi ssões diferentes por um dia]”, explica Edde. (Folha de S.Paulo, 02.01.2008.) 23. O texto, extraído da Folha de S. Paulo, por seu caráter de notícia, identifi ca as pessoas, utiliza termos estrangeiros com liberdade, apoia-se em estatísticas e pesquisas etc. O próprio tempo é fi xado com maior precisão, como se vê na indicação da data de publicação do artigo (02.01.2008). Com base nessas considerações, destaque e comente dois outros elementos do texto capazes de ligar essa notícia a determinada época, mais próxima ao presente. 24. Por ocasião da comemoração do dia dos professores, no mês de outubro de 2003, foi veiculada a seguinte propaganda, assinada por uma grande corporação de ensino: Parabéns [Pl. de parabém] S. m. pl. 1. Felicitações, congratulações. 2. Oxítona terminada em ens, sempre acentuada. Acentuam-se também as terminadas em a, as, e, es, o, os, e em. Para a homenagem ao Dia do Professor ser completa, a gente precisava ensinar alguma coisa. a) Observe os itens 1 e 2 do verbete PARABÉNS. Há diferenças entre eles. Aponte-as. b) Levando em conta o enunciado que está abaixo do verbete, a quem se dirige essa propaganda? c) Diferentes imagens da educação escolar sustentam essa propaganda. Indique pelo menos duas dessas imagens. 1) 1991 é dado como um tempo distante; 2) fenômenos atuais como TV a cabo (“TV fechada”); 3) utilização do vocabulário inglês para designar animais domésticos (“pets”); 4) referência a atores e novelas da época. A propaganda não se dirige, paradoxalmente, aos professores, mas aos discentes ou ao público em geral. A imagem que a propaganda passa da escola é a de uma instituição preocupada apenas com regras, informações, conteúdo. O primeiro contém uma defi nição semântica e o segundo contém uma regra ortográfi ca. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 15NEO233_GRAP-Portugues A.idml 15 19/09/2011 13:40:3419/09/2011 13:40:34 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL16 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 25. Leia a tirinha e responda ao que se pede: (Gonsales, Fernando, “Níquel Náusea”. Folha de S. Paulo on line em www.uol.com.br/niquel) a) No primeiro quadrinho, a menção a ‘palavrões’ constrói uma expectativa que é quebrada no segundo quadrinho. Mostre como ela é produzida, apontando uma expressão relacionada a ‘palavrões’, presente no primeiro quadrinho, que ajuda na construção dessa expectativa. b) No segundo quadrinho, o cômico se constrói justamente pela quebra da expectativa produzida no quadrinho anterior. Entretanto, embora a relação pressuposta no primeiro quadrinho se mantenha, ela passa a ser entendida num outro sentido, o que produz o riso. Explique o que se mantém e o que é alterado no segundoquadrinho em termos de pressupostos e relações entre as palavras. No primeiro quadrinho é estabelecida uma relação entre ‘palavrões’ e ‘passar vergonha’. Essa relação é de causalidade, ou seja, o pronunciamento de palavras de baixo calão pelo papagaio e uma respectiva reação indignada por parte dos ouvintes seriam a razão pela qual o menino, dono do papagaio, passaria vergonha. A relação de causalidade e a inadequação das palavras usadas pelo papagaio, referidas como ‘palavrões’, se mantêm, pois, de fato, é a natureza dos ‘palavrões’ que faz o menino se envergonhar. O que se altera são as causas da vergonha. Pressupunha-se no primeiro quadrinho que a agressividade dos palavrões era a causa da inadequação e, portanto, de se ‘passar vergonha’. No segundo quadrinho, entretanto, pelo fato de o papagaio falar ‘xixi’, ‘cocô’, etc., altera-se a razão da inadequação. Trata-se de expressões normalmente usadas por crianças muito pequenas, expressões inócuas, que causam riso nos ouvintes e, portanto, constrangem o dono do papagaio. A premissa de que o papagaio costuma repetir apenas aquilo que ouve na casa em que vive torna mais contundente a imagem de que seu dono é quem seria infantil, motivo do embaraço. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 16NEO233_GRAP-Portugues A.idml 16 19/09/2011 13:40:3419/09/2011 13:40:34 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 17 (UEL-PR) Cuitelinho Cheguei na beira do porto onde as ondas se espaia. As garça dá meia volta, senta na beira da praia. E o cuitelinho não gosta que o botão de rosa caia. Ai quando eu vim de minha terra, despedi da parentaia. Eu entrei no Mato Grosso, dei em terras paraguaia. Lá tinha revolução, enfrentei fortes bataia. A tua saudade corta como aço de navaia. O coração fi ca afl ito, bate uma a outra faia. E os óio se enche d’água que até a vista se atrapaia. Fonte: Tema folclórico. Adaptação Musical: Wagner Tiso e Milton Nascimento. Texto Poético: Paulo Vanzolini e Antônio Xandó. In: NASCIMENTO, M. Milton Nascimento ao Vivo. São Paulo: Polygram, 1983 1. Caso o autor optasse por redigi-la de acordo com a norma culta, como fi caria a última frase “e os óio se enche d’água que até a vista se atrapaia.”? Resposta: A (A) e os olhos se enchem d’água que até as vistas se atrapalham. (B) e os olhos se enchem d’água que até as vistas nos atrapalham. (C) e os olhos nos enchem d’água que até as vistas nos atrapalham. (D) e os olhos se enchem d’água que até as vistas se nos atrapalham. (E) e os olhos nos enchem d’água que até as vistas atrapalham. (Fuvest-SP) Texto para a próxima questão: Belo Horizonte, 28 de julho de 1942. Meu caro Mário, Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima coisa que eu quero te falar (a respeito da Conferência, que acabei de ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com você tudo o que ela me fez sentir. Mas é longo, não tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear. Fernando Sabino. 2. Neste trecho de uma carta de Fernando Sabino a Mário de Andrade, o emprego de linguagem informal é bem evidente em Resposta: E (A) “se bem que haja”. (B) “que acabei de ler agora”. (C) “Vem-me uma vontade”. (D) “tudo o que ela me fez sentir”. (E) “tomar seu tempo e te chatear”. (UEPG-PR) Texto para a próxima questão: Relacionamentos virtuais fazem sucesso A regra “nunca te vi, sempre te amei” não serve para chatters brasileiros: 72% se encontram pessoalmente. Quem reclama de falta de namorado nunca frequentou salas de bate-papos virtuais. Nos últimos tempos, a brincadeira tornou- -se um sucesso. Psicólogos que estudam o comportamento do internauta brasileiro concluíram que os usuários de chats não podem se queixar de falta de amor. Basta ver os números. Entre os 72% que se encontraram pessoalmente pelo menos uma vez, 60% continuam o relacionamento. Não é difícil fazer parte dessa turma. O usuário pode entrar em agências de casamento on- -line, deixar suas características e o que espera da “alma gêmea”. Depois, é só torcer para receber a resposta via e-mail. Existem também os “Instant Messengers”, programas abertos, porém mais reservados que web chats. A instalação é fácil. Basta fazer um download (transferir arquivos) do site do fabricante. Os mais famosos são: ICQ, ComVC, StarMedia Express, Yahoo! Messenger, MSN Messenger e IstanTerra. Endereços de encontros virtuais pipocam na rede, como o Chapamania: um mês de vida, o site tem 600 mil Page view (páginas do endereço vistas). Outro exemplo: lançado em fevereiro, hoje o Bate-papo recebe mais 40 mil visitas diárias. (Adriana Dias Lopes – Revista Galileu, edição 108) NEO233_GRAP-Portugues A.idml 17NEO233_GRAP-Portugues A.idml 17 19/09/2011 13:40:3419/09/2011 13:40:34 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL18 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A (08) O emprego dos vocábulos internautas, usuários e chatters evidencia a linguagem oral usada pelas camadas populares do meio urbano brasileiro. (16) A popularização dos termos em inglês na área de informática desobriga a articulista a destacá-los em forma de negrito, aspas ou itálico. Soma: 3. Com relação à linguagem empregada no texto, assinale o que for correto. (01) As expressões de estrangeirismos são usadas de maneira proposital, para marcar uma linguagem pessoal, técnica. (02) O texto traz marcas da irreverência da articulista diante do fato exposto. (04) O emprego de termos como pipocam mostra que a articulista optou por uma linguagem mais próxima do público-leitor. 20 (04+16) (UFMT) Texto para a questão 4: Folha de S. Paulo [sinapse], p. 24, 26 abril. 2005. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 18NEO233_GRAP-Portugues A.idml 18 19/09/2011 13:40:3419/09/2011 13:40:34 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 19 Embora predomine no texto a linguagem formal, é possível identifi car nele marcas de coloquialidade, como as expressões assinaladas em: Resposta: D (A) “mordeu a vida” e “moral prudente e um pouco avara”; (B) “sem se perguntar mais uma vez” e “não deveria haver prazeres”; (C) “parece lógico” e “que não sejam só a decisão”; (D) “e combinar, sei lá, nitratos” e “a gente se preocupa”; (E) “que valham um risco de vida” e “(e talvez sobretudo) um questionamento”. (UEPG-PR) VOCÊ TRABALHA PARA QUÊ? Os consultores vivem dizendo que, quando a gente tem uma meta, o foco aumenta e o esforço para realização – seja ele em termos de aprendizado, de performance ou de poupança – vai mais fácil. Em nossa reportagem de capa desse mês, você vai conhecer a história de quatro profi ssionais que estão focados em crescer na carreira e realizar sonhos. (Juliana de Mari. Revista Você S/A, setembro/2007) 6. Quais das seguintes palavras, extraídas do texto, são acentuadas em razão da tonicidade? (01) fácil (02) mês (04) quê (08) você (16) história Soma: 7. (UEMS) As palavras “indagatório”, “árvore” e “até” recebem acento gráfi co, respectivamente, porque são: Resposta: C (A) paroxítona terminada em ditongo – proparoxítona – monossílaba átona (B) proparoxítona – proparoxítona – monossílaba tônica (C) paroxítona terminada em ditongo – proparoxítona – oxítona terminada em “e” aberto (D) monossílaba átona – paroxítona terminada em ditongo – proparoxítona (E) paroxítona terminada em hiato – proparoxítona – monossílaba átona 4. Assinale o trecho do texto que exemplifi ca o registro formal escrito: Resposta: C (A) Isso só pode ser influência do professor, né? (B) Foi aí que comecei a ver as coisas de outro jeito. (C) Se sou capaz de ensinar, também sou capaz de aprender. (D) Passei a estudar pra valer e a tirar notas boas. (E) Fica lá sentado olhando o professor falar sem parar. 5. (Fuvest-SP) Leia o texto e responda ao que se pede: O fi lme Cazuza – O tempo não para me deixou numa espécie de felicidade pensativa. Tento explicar por quê.Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da máxima intensidade e variedade de experiências? Digo que a pergunta se apresenta “mais uma vez” porque a questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma proliferação de regras que são ditadas pelos processos da prevenção. Ninguém imagina que comer banha, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À primeira vista, parece lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens têm uma razão básica para desconfi ar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupará mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede não é apenas a inconsciência de quem pode esquecer que “o tempo não para”. É também (e talvez sobretudo) um questionamento que nos desafi a: para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais? Contardo Calligaris. Folha de S.Paulo 31 (01+02+04+08+16) NEO233_GRAP-Portugues A.idml 19NEO233_GRAP-Portugues A.idml 19 19/09/2011 13:40:3419/09/2011 13:40:34 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL20 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 8. (UFSC) Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). (01) Os acentos gráfi cos em corrupião, lá e baldeação são justifi cados pela mesma regra. (02) São classifi cadas como oxítonas: corrupião, poder e conduzi-lo. (04) As palavras beira, aérea e tédio possuem a mesma classifi cação quanto à posição da sílaba tônica. (08) Os acentos gráfi cos dos vocábulos você, protegê-los e contém seguem as regras de acentuação das oxítonas. (16) Em idade, ainda e fl uido temos três palavras com o mesmo número de sílabas. (32) As palavras gratuito, debaixo e implicou são trissílabas. Soma: 9. (UEPG-PR) Considerando os aspectos de ortografi a, assinale o que for correto. (01) Os vocábulos hipóteses, parágrafo, irreverência são acentuados segundo a mesma regra de acentuação. (02) O plural de bem-humorada e obra-prima são, respectivamente, bem-humoradas; obras-primas. (04) O plural de opinião e isenção apresenta mais de uma forma, assim como o plural de corrimão. (08) Os pronomes minha, isso, nossa apresentam em sua grafi a duas letras que representam um fonema. (16) O vocábulo atraído apresenta em sua construção um hiato. (32) No vocábulo ceticismo, o sufi xo ismo dá um sentido conjunto de características relativas a cético. Soma: 10. (ITA-SP) Assinale a opção cujas palavras devem ser grafi camente acentuadas, respectivamente, pelas mesmas regras que se aplicam em “Jau, juri, perde-la, video”: Resposta: B (A) fl uido, biquini, tres, difi ceis; (B) reune, Hernani, pequines, longinquo; (C) Luis, ravioli, timidez, amendoa; 46 (02+04+08+32) 58 (02+08+16+32) (D) ciume, resumi-lo, caterete, tenue; (E) fortuito, quati, fe-lo, desaguam. (UFPR) A língua do Brasil amanhã Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua. Às vezes se diz que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de outras línguas supostamente expansionistas (em especial o inglês, atual candidato número um a língua universal); ou que vai se “misturar” com o espanhol, formando o “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se corromper pelo uso da gíria e das formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado). Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: a nossa língua, estou convencido, não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. (...) O que é que poderia ameaçar a integridade, ou a existência, da nossa língua? O primeiro fator, frequentemente citado, é a infl uência do inglês – o mundo de empréstimos que andamos fazendo para nos expressarmos sobre certos assuntos. Não se pode negar que o fenômeno existe; o que mais se faz hoje é surfar, deletar ou tratar do marketing. Mas isso não signifi ca o desaparecimento da língua portuguesa; empréstimos são um fato da vida, e sempre existiram. Hoje pouca gente sabe disso, masavalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue são palavras de origem estrangeira; hoje já se naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça nelas. Afi nal de contas, quando se começou a jogar aquela bolinha em cima da mesa, precisou-se de um nome; podíamos dizer tênis de mesa, e alguns tentaram, mas a palavra estrangeira venceu – só que virou portuguesa, hoje vive entre nós como uma imigrante já casada, com fi lhos brasileiros etc. Perdeu até o sotaque. Quero dizer que não há o menor sintoma de que os empréstimos estrangeiros estejam causando lesões na língua portuguesa; a maioria, aliás, desaparece em pouco tempo, e os que fi cam se assimilam. O português, como toda língua, precisa crescer para dar conta das novidades sociais, tecnológicas, artísticas e culturais; para isso pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute, balé – e também pode (e com maior frequência) criar palavras a partir de seus próprios recursos – como computador, ecologia, poluição– ou então estender o uso NEO233_GRAP-Portugues A.idml 20NEO233_GRAP-Portugues A.idml 20 19/09/2011 13:40:3519/09/2011 13:40:35 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 21 de palavras antigas a novos signifi cados – executivo ou celular, que signifi cam coisas hoje que não signifi cavam há vinte anos. Isso está acontecendo a todo tempo com todas as línguas, e nunca levou nenhuma delas à extinção. Eu, pessoalmente, desconfi o que os falantes possuem um bom senso inato que os impede de utilizar termos estrangeiros além de um certo limite; por isso, a maioria das palavras de empréstimo são muito efêmeras: quem se lembra hoje do que é um ban-lon, um goal- keeper ou mesmo (essa eu lamento, não pela palavra, mas pela coisa) um fox-trot? (...) Como primeira conclusão deste ensaio, direi que não estamos em perigo de ver nossa língua submergida pela maré de empréstimos ingleses. A língua está aí, inteira: a estrutura gramatical não mudou, a pronúncia é ainda inteiramente nossa, e o vocabulário é mais de 99% de fabricação nacional. Por enquanto, falamos português. PERINI, Mário A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. p. 11-14. O trecho a seguir aborda o mesmo tema discutido por Perini: Em primeiro lugar, é importante notar que, embora pareça fácil apontar, hoje, home banking e coffee break como exemplos claros de estrangeirismos, ninguém garante que daqui a alguns anos não estarão sumindo das bocas e mentes, como o match do futebol e o rouge da moça; assim como ninguém garante que não terão sido incorporadosnaturalmente à língua, como o garçom e o sutiã, o esporte e o clube. GARCEZ, Pedro M.; ZILLES, Ana Maria. Estrangeirismos – desejos e ameaças. In: Faraco, Carlos A. (Org.). Estrangeirismos – guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001, p. 20. 11. Garçom, sutiã, esporte e clube. Esses exemplos são usados no texto para ilustrar o mesmo fenômeno que Perini apresenta ao comentar o surgimento no português das palavras: Resposta: D (A) computador e ecologia; (B) executivo e celular; (C) fox-trot e poluição; (D) alfaiate e tenor; (E) ban-lon e goal-keeper. (UFRGS-RS) Assim que a seleção francesa foi desclassifi cada, tirando da competição a supostamente invencível Marselhesa, The Guardian anunciou: “O Brasil agora possui o melhor hino nacional da Copa Mundial de 2002”. E não apareceu ninguém para desmentir _______ jornal inglês. Para The Guardian, o nosso hino nacional é “o mais alegre, o mais animado, o mais melodioso e o mais encantador do planeta”. A despeito da secular pinimba dos britânicos com os franceses, não me pareceu forçada _______ restrição que fi zeram _____ Marselhesa e seus “belicosos apelos às armas”, desfavoravelmente comparados ao estímulo aos sentimentos nacionais e às belezas naturais do fl orão da América contido nos versos que Joaquim Osório Duque Estrada escreveu para a música de Francisco Manuel da Silva. Cânticos de louvor _________ nações e seus povos, os hinos pouco se diferenciam: são quase sempre hipérboles patrióticas, não raro jingoístas, demasiado apegadas a glórias passadas e inclinadas a exortar a alma guerreira que em muitos de nós dormita. Entretanto, comparado aos hinos dos países que nós derrotamos nas três fases da Copa, o nosso ganha fácil em beleza melódica e expressividade poética. “É como se tivesse vindo pronto, já composto, de uma casa de ópera”, bajulou The Guardian. Quase um século nos separa da concepção da letra do Hino Nacional Brasileiro. Ela é antiga, solene, infl amada, alambicada, anacrônica, como todas de sua espécie. Custamos a nos acostumar com ela. Suas anástrofes e seus cacófatos até hoje aturdem as crianças. Passei um bom tempo de minha infância sem atinar para o sentido de alguns versos e acreditando que a nossa terra era “margarida”, e não “mais garrida”. Por uma deformação mental qualquer – ou,quem sabe, condicionado por outros hinos e por fatos de nossa nada incruenta história –, vivia a cantar “paz no futuro e guerra (em vez de ‘glória’) no passado”. Encontrei uma versão em que tiraram o berço o gigante eternamente deitado: “Erguido virilmente em solo esplêndido / Entre as ondas do mar e o céu profundo”. Prefi ro os versos originais. Não por convicções ideológicas, mas por uma questão de métrica, de eufonia e um pouco por desconfi ar que sempre vivemos deitados em berço esplêndido, dormindo mais do que deveríamos. (Adaptado de: AUGUSTO, Sérgio. Bravo! ano 5, n. 59.) NEO233_GRAP-Portugues A.idml 21NEO233_GRAP-Portugues A.idml 21 19/09/2011 13:40:3519/09/2011 13:40:35 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL22 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A fundo. Por um lado, há a vontade de defender o que, desde sempre, constitui uma espécie de essência: a devoção, a fi delidade exclusiva à tribo; por outro, há a sedução da Alemanha, para onde já fora o amigo. Qual é a força dessa sedução? Será que está apenas na abundância de bugiganga? Ultimamente, tem-se levantado o __________ da retomada do confl ito entre o Islã e a cristandade. Mas o confl ito de hoje não é o mesmo que assolou a Idade Média, pois a cristandade está diluída na modernidade. O confl ito de hoje não é entre duas culturas, cada uma exclusiva, mas entre uma cultura tradicional, que se sustenta na exclusão (dos infi éis, por exemplo), e a modernidade, que idealiza a inclusão de todos. Abdul, dividido entre a fi delidade tribal e a sedução de uma cultura distinta, mas que poderia incluí-lo, já é nosso semelhante. Sua contradição não é muito diferente da nossa, cotidiana, entre a nostalgia de algum tipo de pátria e a ambição de reconhecer a humanidade como nossa única tribo. (Adaptado de: CALLIGARIS, C. Um amigo na Alemanha. Folha de S.Paulo, 6 dez. 2001.) 13. Considere as seguintes afi rmações sobre a formação de palavras do texto: I. As palavras “contradição” e “tradicional” contêm a mesma raiz. II. As palavras “exclusão” e “inclusão” contêm prefi xos que são antônimos. III. As palavras “infi éis” e “fi delidade” têm a mesma raiz. Quais estão corretas? Resposta: D (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. 12. Considere as seguintes afi rmações sobre a formação de palavras do texto: I.O prefi xo contido na palavra invencível é o mesmo que se encontra, em formas variantes, nas palavras inferir, irromper e irrigar. II.A palavra hipérboles contém o mesmo prefi xo que a palavra hipermercado. III.As palavras melodioso (linha 08) e melódica são adjetivos derivados de um mesmo substantivo, como o é também a palavra melodista. Quais estão corretas? Resposta: D (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas II e III. (UFRGS-RS) Ao tomarem Cunduz, no Afeganistão, os homens de Aliança do Norte encontraram um soldado do Taleban, Abdul Hadid, sentado na calçada, baleado, tremendo de choque; com as roupas __________ de sangue. No pequeno grupo hostil e __________ que se formou ao seu redor, Abdul percebeu que havia dois jornalistas ocidentais, as únicas caras, provavelmente, a mostrarem compaixão. Endereçou a eles seu único (e último?) pedido de ajuda da seguinte maneira: “Tenho um amigo na Alemanha”. Depois disso, foi levado embora - ofi cialmente, para um hospital. É como se Abdul dissesse aos que podiam entendê-lo, ou seja, aos ocidentais presentes: não sou “todo” daqui, minha tribo não resume inteiramente minha humanidade. Na hora de morrer por causa de uma diferença étnica, ele invocou um mundo em que, em princípio, tribos e crenças não seriam condições de cidadania. Não acredito que a frase de Abdul fosse uma __________ oportunista. É mais provável que ela manifestasse uma dolorosa contradição de NEO233_GRAP-Portugues A.idml 22NEO233_GRAP-Portugues A.idml 22 19/09/2011 13:40:3519/09/2011 13:40:35 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 23 (PUC-Rio) 14. Classifi que como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afi rmações abaixo sobre a estrutura mórfi ca das palavras: I. O elemento “i” grifado em “decidir” é do mesmo tipo que aquele grifado em “felicidade”. II. As palavras “fi caram” e “deram” apresentam desinências modo-temporais que podem ser usadas em dois tempos verbais diferentes. III. “Indenização” e “abandonada” são palavras formadas a partir de substantivos. IV. No texto, a palavra “comprado” (l. 36) tem as mesmas possibilidades de fl exão que “abandonada” (l. 1). V. Os sufi xos de “motorista” e “costureira” apresentam o mesmo valor semântico. (A) F – F – V – V – F Resposta: B (B) F – V – F – F – V (C) V – F – V – F – V (D) V – V – V – F – F (E) V – F – F – F – V (UFSCar-SP) Sob a óptica do senso comum, conhecimento tem a ver com familiaridade. O conhecido, diz a linguagem comum, é o familiar. Se você está acostumado com alguma coisa, se você lida e se relaciona habitualmente com ela, então você pode dizer que a conhece. O desconhecido, por oposição, é o estranho. O grau de conhecimento, nessa perspectiva, é função do grau de familiaridade: quanto mais familiar, mais conhecido. Daí a fórmula: “eu sei = estou familiarizado com isso como algo certo”. Mas se o objetorevela alguma anormalidade, se ele ganha um aspecto distinto ou se comporta de modo diferente daquele a que estou habituado, perco a segurança que tinha e percebo que não o conhecia tão bem quanto imaginava. Urge domá- lo, reapaziguar a imaginação. Ao reajustar minha expectativa e ao familiarizar-me com o novo aspecto ou o novo comportamento, recupero a sensação de conhecê-lo. Sob a ótica da abordagem científi ca, contudo, a familiaridade é não só falha como critério de conhecimento como ela é inimiga do esforço de conhecer. A sensação subjetiva de conhecimento associada à familiaridade é ilusória e inibidora da curiosidade interrogante de onde brota o saber. O familiar não tem o dom de se tornar conhecido só porque estamos habituados a ele. Aquilo a que estamos acostumados, ao contrário, revela- se com frequência o mais difícil de conhecer verdadeiramente. (Eduardo Giannetti, Autoengano, p. 72.) 15. Assinale a alternativa em que há palavras que apresentam o mesmo processo de derivação das palavras destacadas no trecho a seguir: . . . conhecimento tem a ver com familiaridade. (A) É fatal fi carmos tristes diante daquilo que é efêmero. Resposta: C (B) Uma bela face humana vai um dia fi car velha e menos bela. (C) Mas a transitoriedade lhe empresta renovado encantamento. (D) Uma fl or que dura apenas uma noite não parece menos bela. (E) Uma bela obra de arte não tem limitação de tempo ou espaço. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 23NEO233_GRAP-Portugues A.idml 23 19/09/2011 13:40:3519/09/2011 13:40:35 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL24 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A (UEMS) 18. No segundo texto “Hino ao sono”, as palavras sem – pequena – noite – cada apresentam, respectivamente, a seguinte classifi cação morfológica: Resposta: B (A) artigo – substantivo – adjetivo – numeral; (B) preposição – adjetivo – substantivo – pronome indefi nido; (C) preposição – substantivo – substantivo – verbo; (D) conjunção coordenativa – substantivo – adjetivo – advérbio; (E) numeral – adjetivo – adjetivo – pronome pessoal. (ITA-SP) Durante a Copa do Mundo deste ano [2002], foi veiculada, em programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia de que um apostador inglês acertou o resultado de uma partida, porque seguiu os prognósticos de seu burro de estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte observação: “Já vi muito comentarista burro, mas burro comentarista é a primeira vez”. Percebe-se que a classe gramatical das palavras se altera em função da ordem que elas assumem na expressão. 19. Assinale a alternativa em que isso não ocorre: (A) obra grandiosa; Resposta: A (B) jovem estudante; (C) brasileiro trabalhador; (D) velho chinês; (E) fanático religioso. (UEL-modifi cado-PR) “Modesto, pintado de um controverso verde e com a fachada em forma de ondas, o edifício Ypiranga seria mais uma brava reminiscência da década de 50 em Copacabana, na Zona Sul carioca, caso não abrigasse o famoso escritório de Oscar Niemeyer. Para se chegar à toca do Arquiteto do Século é preciso sair do elevador no nono andar e subir uma escadinha meio rocambolesca, improvável em projetos arquitetônicos de hoje. Despojado de qualquer sofi sticação ou modismo, o escritório é uma lufada de bom gosto, todo branco, com janelões de vidro que emolduram o mar azul. Nas paredes, a marca do dono: retas e curvas em total liberdade a formar desenhos e pilares fi losófi cos (...).” (LOBATO, Eliane. Isto É, 16 out. 2002. p. 7.) 16. Os adjetivos “controverso”, “brava” e “rocambolesca” utilizados no texto para caracterizar “verde”, “reminiscência” e “escadinha” podem ser entendidos, respectivamente, como: Resposta: C (A) escuro, constante e estreita. (B) agressivo, desfeita e de metal. (C) discutível, resistente e espiralada. (D) espalhafatoso, agradável e íngreme. (E) sombrio, agressiva e fora de moda. (PUC-RS) Das utopias 01 Se as coisas são inatingíveis... ora! 02 Não é motivo para não querê-las... 03 Que tristes os caminhos, se não fora 04 A presença distante das estrelas! Mário Quintana 17. Assinale a alternativa em que as duas palavras pertencem à mesma classe gramatical: (A) Coisas / inatingíveis (linhas 01 e 01); (B) Que / para (linhas 03 e 02); Resposta: E (C) Para / ora (linhas 02 e 01); (D) Tristes / fora (linhas 03 e 03); (E) Coisas / estrelas (linhas 01 e 04). NEO233_GRAP-Portugues A.idml 24NEO233_GRAP-Portugues A.idml 24 19/09/2011 13:40:3619/09/2011 13:40:36 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 25 tanto. De que serve você brilhar na sua profi ssão, vencendo um monte de obstáculos, se, do alto dos seus saberes, você é derrotado pela caixinha de iogurte, cuja única orelhinha, como a de Van Gogh, você extirpou na tentativa de sorver a delícia descrita em cores vivas no plástico? Você manda a orelhinha arrebentada para a fi lha do fabricante como prova do incontido amor que você tem pela própria empresa? Meu Deus, a nossa primeira embalagem, a placenta que nos embrulhou na vinda pra cá, já não era lá essas coisas. Talvez seja para compensar que enfeitamos tanto os mortos. Que o caixão, nosso derradeiro pacote, que nos levará deste para outro mundo, sobre o qual temos muita curiosidade mas nenhuma pressa de ir, resista àqueles últimos amigos que nos haverão de carregar para a nossa última morada e também nosso último cacófato. Já pensou se o fundo desprega e você cai no meio do corredorzinho do cemitério ou diante do altar, onde a tua alma acabou de ser encomendada? O velho São Pedro, experiente, ranzinza e com a estabilidade no emprego há quase dois milênios, aceitará em embalagem assim esculhambada? 20. Assinale a alternativa em que a expressão grifada não tem valor adjetivo: Resposta: C (A) “aquele instrumento de suplício” (linhas 19-20) (B) “levanta com o pé direito” (linha 23) (C) “a parte que tem a lâmina” (linhas 25 e 26) (D) “pois é um homem de fé” (linha 35) (E) “uma Constituição modesta e de verdade” (linhas 44-45) (UEMS) “Primeiro, não pude acreditar, Quem teria batizado a pobre criança sob tão lamentável inspiração? Mas era verdade. Eu me espantei com esse nome de mau gosto, quase um insulto.” 21. As palavras em negrito, no parágrafo acima, classifi cam-se do ponto de vista morfológico, respectivamente, como: Resposta: A (A) numeral ordinal – pronome interrogativo – adjetivo – preposição essencial – adjetivo (B) numeral cardinal – pronome possessivo – substantivo – preposição acidental – advérbio (C) pronome demonstrativo – advérbio – substantivo – conjunção coordenativa – adjetivo (D) advérbio de tempo – pronome pessoal – substantivo – advérbio de lugar – substantivo (E) substantivo – pronome indefi nido – substantivo – preposição acidental – advérbio A PLACENTA E O CAIXÃO Quem de nós já não se irritou com algum tipo de embalagem? É de manhã, o astro-rei espalha seus primeiros raios fúlgidos sobre a parte que lhe cabe da pátria, o torrão em que vivem você e a família que você preside, a célula-mater da sociedade, e seu dia já está todo atrapalhado, nem bem começou. Ah, escritores românticos! Como ignorastes o cotidiano das pessoas numa sociedade que se industrializou deste modo. Na verdade, seus atrapalhos começaram a acordar. Tendo sobrevivido aos barulhos noturnos, aquela gente sempre volta do bar de madrugada e sempre tem dinheiro pra lá voltar e beber mais, enquanto você precisa descansar para trabalhar no dia seguinte, sendo para você um mistério mais profundo do que o da Santíssima Trindade como é que esta gente ganha sem trabalhar, você dá um pequeno tapa no rádio-relógiopara que aquele instrumento de suplício pare de bombardear seu ouvido com aquele zuem-zuem-zuem, bip-bip-bip, nheco-nheco-nheco. Você, enfi m, levanta com o pé direito, supersticioso que é. Mas como tirar o aparelho de barbear daquele bunker em que puseram a parte que tem lâmina? Está escrito descartável. Descartável para quem? Mais fácil os aliados destruírem o esconderijo do Hitler na Segunda Guerra Mundial do que você arrebentar o invólucro onde a gilete está escondida. Feita a barba, você se sente glorioso: sobreviveu e está com a cara limpa. Mas daí a toalha daquela poderosa indústria têxtil que proclamou suas vantagens na televisão — você bem que , outra vez, acreditou, pois é um homem de fé e acredita em todos eles — com a qual você acaba de enxugar o rosto, deixa aqueles ridículos fi apos sobre a tua face de brasileiro envergonhado da tecnologia nacional. Sim, é verdade que temos carros luxuosos, máquinas sofi sticadas e um arsenal de leis impressionante, sendo esta Constituição uma das mais prolixas do mundo. Mas você pensa que os constituintes, que tabelaram de mentirinha os juros a 12% ao ano, poderiam fazer uma Constituição modesta e de verdade incrustando artigos que melhorassem o cotidiano dos cidadãos? Por exemplo: a tampa do dentifrício há de ser menor do que o buraco da circunferência da pia? E como ser feliz se a tampa, como a felicidade, nunca está onde nós a pusemos e sempre cai onde não queremos? Se não nos é permitido sonhar com uma sociedade cuja Constituição garanta que todos sejam iguais perante a lei, que pelo menos seja lícito exigir que as embalagens não nos façam sofrer 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 (FGV-RJ) Texto para as questões 20 e 21: NEO233_GRAP-Portugues A.idml 25NEO233_GRAP-Portugues A.idml 25 19/09/2011 13:40:3719/09/2011 13:40:37 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL26 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A Texto II 1 2 3 4 5 Gosto de cachorros, mas tratá-los como filhos é demais. Há tantas crianças nas ruas e nos orfanatos - e as pessoas preocupadas com futilidades. Não consigo entender isso. Deveriam levar o carinho, o amor e o dinheiro gasto com um cachorro para uma criança carente. DANIEL ROSSO, CRICIÚMA, SC (Revista Superinteressante, Abril de 2009, pág. 08z 22. Analise as seguintes afi rmativas sobre o emprego do pronome demonstrativo. I. O pronome “essa” (texto I, linha 4) retoma o substantivo “noia”. II. O pronome “isso” (texto II, linha 3) resume o que foi dito anteriormente. III. O pronome “isso” (texto II, linha 3) refere- -se a “Deveriam levar o carinho, o amor e o dinheiro gasto com um cachorro para uma criança carente”. IV. O pronome “essa” (texto I, linha 4) refere- -se ao substantivo “noia”. V. Tanto “essa” (texto I, linha 4), quanto “isso” (texto II, linha 3) retomam referentes no texto. Assinale a opção que contém afi rmativas corretas. Resposta: B (A) II – V (B) II – IV (C) I – III (D) III – IV (E) I – V 23. (UEPG-PR) Assinale o que for correto, no que se refere ao emprego do pronome relativo. (01) É muito valiosa a amizade das pessoas que confi amos. (02) Mande-me a conta a que ela se refere. (04) A rua a que nos dirigimos está alagada. (08) Chame o fotógrafo a cuja exposição fazem referência. (16) Esta é a pessoa a quem ofereceram propina. Soma: 30 (02+04+08+16) (Cefet-RS) FAÇA O BEM SEM OLHAR A QUEM Terezinha Pasqualotto - Jornalista e licenciada em Filosofi a – Obra em prelo, 2008. Faça o bem sem olhar a quem. Eu me criei ouvindo esta frase. Dentro deste espírito, quero propor um ato de amor e de solidariedade. Quero propor que você seja um doador de órgãos, já que nem eu e nem você, caro leitor, fi caremos para semente. Será um gesto de bondade que, se não garantir uma cadeira no céu ou a redenção dos pecadilhos, proporcionará um sentimento de satisfação, que só o desprendimento e a caridade podem propiciar, na certeza de que alguém fará uso de algo que já não nos servirá mais. Para ser um doador não é preciso deixar nada escrito, basta avisar à família. Se a consciência sobre a importância da doação se multiplicar, poderemos possibilitar cenas como estas: Maria apaixonada pelo Marcos com o coração da Priscila. João lendo notícias, por causa da córnea da Lúcia, com a qual ele voltou a enxergar. A Cristina bebendo uma cervejinha gelada com o fígado do Pedro. A Karen comendo saborosos docinhos com o pâncreas da Neuza. O rim poderá ir para o Felipe, aquele fi lho da vizinha que há anos espera na fi la, lembra? Os órgãos da menina Eloá, falecida recentemente, foram doados a sete pessoas. Sete pessoas que serão eternamente gratas à Eloá e à família dela. Sete pessoas que voltaram a ter vida, a ter sonhos e a ter esperanças. Hoje, mais do que nunca, todos vivenciam um tempo em que são acometidos pela dor de uma perda insuperável, e a doação de órgãos pode trazer maior alento do que apenas rezar missas e colocar fl ores. É o ato de fé mais signifi cativo para manter viva aquela pessoa entre nós. Aí poderemos afi rmar: morreu coisa nenhuma. Está doando vida a outro ser humano. É uma ressurreição possível e real, que sai das páginas da Bíblia e vira milagre testemunhado por todos nós. Nenhum de nós quer morrer, nenhum de nós quer perder ninguém, nenhum de nós quer, nem mesmo, comentar tal assunto. Antes de prosseguir com o seu dia a dia, aparentemente inabalável, expresse, inúmeras vezes e com ênfase, sua vontade de viver até os 90 ou 100 anos (amém) e, caso o destino seja mais rápido no gatilho, isto é, passar desta para outra, você sobreviverá através do corpo de outra pessoa. Não é um assunto mórbido. Estamos comentando sobre esperança. Doe-se em vida e depois dela. 24. Em qual alternativa a palavra “que” não funciona como pronome? Resposta: C (A) Sete pessoas que serão eternamente gratas à Eloá e à família dela. (B) O rim poderá ir para o Filipe, aquele fi lho da vizinha que há anos espera na fi la, lembra? (C) Quero propor que você seja um doador de órgãos. (D) [...] todos vivenciam um tempo em que são acometidos pela dor de uma perda insuperável. (FURG-RS) É certo tratar cães como humanos? Texto I 1 2 3 4 5 Com o meu dog, meu amado samoiedo Theodoro, faço o que quiser. Nem quero saber se ele gosta de ser chamado de filho, ou se gosta que eu o persiga o tempo todo pedindo abraços e beijos. Só o ser humano tem essa noia de querer recionalizar as coisas desse jeito. ANA ROSA, NO SITE. NEO233_GRAP-Portugues A.idml 26NEO233_GRAP-Portugues A.idml 26 19/09/2011 13:40:3719/09/2011 13:40:37 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 27 (UFSCar-SP) A FLOR E A NÁUSEA Carlos Drummond de Andrade Preso à minha classe e algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjoo? Posso, sem armas, revoltar-me? (...) Uma fl or nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma fl or ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negó- cios, garanto que uma fl or nasceu. (...) Observe os versos: Façam completo silêncio, paralisem os negó- cios, garanto que uma fl or nasceu. 25. O poeta pede que façam completo silêncio. Se na última frase fosse explicitado o pronome, retomando a quem o poeta se refere, ela assumiria a seguinte redação: Resposta: A (A) Garanto-lhes que uma fl or nasceu. (B) Garanto-vos que uma fl or nasceu. (C) Garanto-os que uma fl or nasceu. (D) Garanto-te que uma fl or nasceu. (E) Garanto-lheque uma fl or nasceu. 26. (UEPG-PR) Assinale as alternativas em que o emprego dos pronomes pessoais não causa ambiguidade: (01) Preciso ser sincero contigo, não há mais nada entre mim e ti. (02) Márcia ligou imediatamente para a irmã quando soube que ela havia passado no vestibular. (04) Nós nunca nos esqueceremos de que você a criticou duramente. (08) Em sua conversa com o pai, o rapaz fez questão de lembrar que o vizinho já o havia chamado de vagabundo várias vezes. (16) Vou contar-lhe o que aconteceu, pois confi o muito em você. Soma: 27. (Fuvest-SP) Considere a validade das afi rmações sobre o enunciado “cartas que não se escrevem”. Resposta: D I. O termo que retoma o seu antecedente, introduzindo uma oração que tem o valor de um modifi cador desse mesmo antecedente. II. O termo que é agente e paciente do processo expresso pelo verbo escrever. III. O enunciado não determina qual é o agente do processo expresso pelo verbo escrever. a) Apenas a afi rmação I está correta. b) Apenas a afi rmação II está correta. c) Apenas as afi rmações II e III estão corretas. d) Apenas as afi rmações I e III estão corretas. e) Todas as três afi rmações estão corretas. (UEL-PR) “Se fosse escrita hoje, a história dos três porquinhos terminaria com o Lobo Mau empunhando uma pistola. Fôlego não seria necessário. Bastaria uma boa estratégia (e munição) para entrar pela porta da frente da casa de tijolos. A fábula do século 19 se mantém atual ao dar a medida de como o crime supera recursos desenvolvidos exatamente para combatê-lo. Primeiro, a palha; depois, a madeira; depois, a lvenaria. A tecnologia defi nitivamente não faz sucesso, senão imediato; os sopros da violência estarão sempre em dia com a última novidade. [...] É consenso entre urbanistas e arquitetos do mundo inteiro: muros que cercam casas e prédios, munidos ou não de cercas elétricas, e especialmente aqueles que são voltados para a calçada guardam contradições diversas dos tempos modernos. Tudo o que representam e tentam preservar – segurança, privacidade, delimitação de espaço – cai por terra quando sua função é invertida. Em vez de proteger quem está do lado de dentro, acreditam os especialistas, acabam isolando os moradores e, consequentemente, também eventuais invasores. Além de transformar a rua em território de ninguém.[...]”. (FIORATTI, G. Contra a parede. Disponível em: www1.folha. uol.com.br/fsp/cotidian/ff0710200722.htm. Acesso em: 07 out. 2007.) 5 (01+05) NEO233_GRAP-Portugues A.idml 27NEO233_GRAP-Portugues A.idml 27 19/09/2011 13:40:3719/09/2011 13:40:37 Atividades preparatórias à 2a fase da UEL28 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 28. Em relação ao uso do tempo nos verbos sublinhados do primeiro período do texto: “Se fosse escrita hoje, a história dos três porquinhos terminaria com o Lobo Mau empunhando uma pistola. Fôlego não seria necessário. Bastaria uma boa estratégia (e munição) para entrar pela porta da frente da casa de tijolos”, é correto afi rmar que a ação verbal é descrita Resposta: A (A) no futuro do pretérito porque este tempo pode ocorrer em enunciados hipotéticos ou contrafactuais. (B) no pretérito imperfeito porque o enunciado designa um fato passado, mas não concluído. (C) no pretérito mais-que-perfeito, pois denota um fato situado vagamente no passado relativamente ao momento da enunciação. (D) no pretérito perfeito: indica uma ação que ocorreu antes de outra ação já passada ou fato passado relativamente ao momento da enunciação. (E) no futuro do indicativo já que indica a posterioridade do intervalo de tempo entre as duas ações descritas. 29. (UEL-PR) Analise o período: “Antes de embrenhar-se na terceira reforma ortográfi ca em menos de um século (já houve outras em 1943 e 1971), é preciso ao menos ter certeza de que Portugal irá segui-la, (...).” Assinale a alternativa que substitui corretamente a forma verbal sublinhada. Resposta: C (A) Existiu. (B) Houveram. (C) Existiram. (D) Haveriam. (E) Existiria. (UEPG-PR) Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha porque alta vive. (Fernando Pessoa. Odes de Ricardo Reis) 30. Sobre a fl exão dos verbos para a terceira pessoa do singular, assinale o que for correto. (01) Façais (fazes – 4º verso). (02) Ponha; seja (põe; és – 3º verso). (04) Seja (sê – 1º e 3º versos). (08) Sede (sê – 3º verso). (16) Exagere; exclua (2º verso). Soma: 31. (UFPR) Considere as seguintes formas verbais: 1. havia recebido 2. tinha recebido 3. estava recebendo 4. iria estar recebendo Na frase “Todas as notícias daquele dia foram redigidas a partir dos documentos que a direção do jornal recebera do ministério público”, a forma verbal grifada pode ser substituída, mantendo-se a relação de sentido temporal e sem prejuízo à obediência à língua culta, por: (A) 4 apenas. Resposta: E (B) 1, 2 e 3 apenas. (C) 3 e 4 apenas. (D) 1 e 4 apenas. (E) 1 e 2 apenas. (UEL-PR) – Eu vinha vindo para cá. Eu vinha vindo meio tonta, como sempre fi co, assim meio tonta, meio aérea quando durmo tanto. E nem durmo, é mais uma coisa que parece assim. Que nem, sei lá. Foi numa dessas barraquinhas de frutas que eu vi. Eu vinha de cabeça baixa, umas ameixas tão vermelhas. Eu vinha pensando numa porção de coisas quando. – Que coisas? – Que coisas o quê? – As que você vinha pensando. – Ah. Ela acende outro cigarro. Do lado certo. – Sei lá, que eu ando. Muito triste. Uma merda, tudo isso. Mas não importa, não me interrompa agora. Deixa eu falar, por favor, deixa eu falar. Tem uma coisa dentro de mim que continua dormindo quando eu acordo, lá longe de mim. 20 (04+16) NEO233_GRAP-Portugues A.idml 28NEO233_GRAP-Portugues A.idml 28 19/09/2011 13:40:3719/09/2011 13:40:37 Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 29 – Traga fundo. E solta a fumaça quase sem respirar. – Foi então que vi aquelas ameixas e achei tão bonitas e tão vermelhas que pedi um quilo e era minha última grana certo porque meus pais não me dão nada e daí eu pensei assim se comprar essas ameixas agora vou ter que voltar a pé para casa mas que importa volto a pé mesmo pode ser até que acorde um pouco e aquela coisa lá longe volte pra perto de mim e então eu vinha caminhando devagarinho as ameixas eu não conseguia parar de comer sabe já tinha comido acho que umas seis estava toda melada quando dobrei a esquina aqui da rua e ia saindo um caixão de defunto do sobrado amarelo na esquina certo acho que era um caixão cheio quer dizer com defunto dentro porque ia saindo e não entrando certo e foi bem na hora que eu dobrei não deu tempo de parar nem de desviar daí então eu tropecei no caixão e as ameixas todas caíram assim paf! na calçada e foi aí que eu reparei naquelas pessoas todas de preto e óculos escuros e lenços no nariz e uma porrada de coroas de fl ores devia ser um defunto muito rico certo e aquele carro fúnebre ali parado e só aí eu entendi que era um velório. Quer dizer, um enterro. O velório é antes,certo? – É – confi rmo. – O velório é antes. (ABREU, C. F. Pera, Uva, Maçã?. In: ABREU, C. F. Morangos Mofados. 4 ed. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 99-100). 32. Considerando o emprego do pretérito perfeito e do pretérito imperfeito no trecho do conto, é correto afi rmar. I. O pretérito perfeito é empregado na narração da experiência da recente viúva. II. Para assinalar os sentimentos da personagem feminina, o autor fez uso do pretérito perfeito. III. O predomínio do imperfeito sobre o perfeito
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