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01 NEO233 GRAP Portugues A 2011

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Prévia do material em texto

Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 5
Língua Portuguesa A
1. (Unicamp-SP) “Os turistas que visitam as favelas do Rio se dizem transformados, capazes de dar valor 
ao que realmente importa”, observa a socióloga Bianca Freire-Medeiros, autora da pesquisa “Para ver 
os pobres: a construção da favela carioca como destino turístico”. “Ao mesmo tempo, as vantagens, os 
confortos e os benefícios do lar são reforçados por meio da exposição à diferença e à escassez. Em um 
interessante paradoxo, o contato em primeira mão com aqueles a quem vários bens de consumo ainda 
são inacessíveis garante aos turistas seu aperfeiçoamento como consumidores.” No geral, o turista é visto 
como rude, grosseiro, invasivo, pouco interessado na vida da comunidade, preferindo visitar o espaço 
como se visita um zoológico e decidido a gastar o mínimo e levar o máximo. Conforme relata um guia, “O 
turismo na favela é um pouco invasivo, sabe? Porque você anda naquelas ruelas apertadas e as pessoas 
deixam as janelas abertas. E tem turista que não tem ‘desconfi ômetro’: mete o carão dentro da casa das 
pessoas! Isso é realmente desagradável. Já aconteceu com outro guia. A moradora estava cozinhando e 
o fogão dela era do lado da janelinha; o turista passou, meteu a mão pela janela e abriu a tampa da panela. 
Ela fi cou uma fera. Aí bateu na mão dele.” 
(Adaptado de Carlos Haag, Laje cheia de turista. Como funcionam os tours pelas favelas cariocas.Pesquisa FAPESP n . 165, 2009, p.90-93.)
 a) Explique o que o autor identifi ca como “um interessante paradoxo”.
 
 
 b) O trecho em itálico, que reproduz em discurso direto a fala do guia, contém marcas típicas da linguagem 
coloquial oral. Reescreva a passagem em discurso indireto, adequando-a à linguagem escrita formal.
 
 
 
 
 
 
2. (Unicamp-SP) É sabido que as histórias de Chico Bento são situadas no universo rural brasileiro.
OBA, OBA
PRANTANDO UMA 
ÁRVRE NOVA, 
CHICO?!
ESSA AI É DI QUÊ? 
DI GOIABA? DI 
JACA? DI MANGA?
NÃO!
DI ISPERANÇA...
Copyright 2000 Mauricio de Souza Produções Ltda. 6966 - Todos os direitos reservados.
 a) Explique o recurso utilizado para caracterizar o modo de falar das personagens na tira.
 
 b) É possível afi rmar que esse modo de falar caracterizado na tira é exclusivo do universo rural brasileiro? 
Justifi que.
 
 
Cláudia Pavanello
 Ao invés de o turista fazer uma autocrítica relacionada ao seu próprio consumismo, o contato com a favela o reforça – 
“aperfeiçoamento como consumidores”.
 Esse dialeto também é encontrado em grandes centros devido ao fenômeno de urbanização das populações rurais.
 Dialeto caipira: “pranta”, “árvre”, “di” e “isperança”.
 O guia relata que o turismo na favela tem um tom agressivo. As ruas são estreitas, os moradores mantêm as janelas abertas e 
alguns turistas inconvenientes olham sem pudor para dentro das moradias, o que cria situações desagradáveis. Mencionou que, 
com outro guia, uma moradora cozinha em seu fogão próximo à janela e um turista que passava enfi ou a mão e destampou a 
panela, enfurecendo a mulher, que lhe golpeou a braço.
NEO233_GRAP-Portugues A.idml 5NEO233_GRAP-Portugues A.idml 5 19/09/2011 13:40:3119/09/2011 13:40:31
Atividades preparatórias à 2a fase da UEL6 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
3. (Unicamp-SP) Encontram-se, abaixo, a transcrição de parte de uma transmissão de jogo de futebol, trecho 
de uma canção e uma manchete de notícia.
 TEXTO 1
 Na marca de 36 minutos do primeiro tempo do jogo, pode abrir o marcador o time da Itapirense. A 
Esportiva precisa da vitória. Tomando posição o camisa 9 Juary. É a batida de penalidade máxima. Faz 
festa a torcida. Fica no centro do gol o goleiro Cléber. Partiu Juary com a bola para a esquerda, tocou, é 
gol. Gol da Esportiva! E o Mogi Mirim tem posse de bola agora, escanteio pela direita. 39 minutos, Juan 
na cobrança do escanteio para o Mogi Mirim, chutou, cruzou, cabeceia Anderson Conceição e é gol.
 Foi aos 39 minutos do primeiro tempo, Juan pra cobrança do lado direito, subiu, desviou de cabeça o 
zagueiro Anderson Conceição, bola pro fundo da rede do goleiro Brás da Itapirense. Cutucou pro fundo da 
rede Anderson Conceição, camisa 4.
 (Transcrição adaptada de trecho da transmissão da partida entre Mogi Mirim Esporte Clube e Itapirense em 04/10/2008. Disponível no Podcast 
“Mogi Mirim Esporte Clube”, em www.mogimirim.com.br)
 TEXTO 2
“Cotidiano” (Chico Buarque)
Todo dia ela faz
Tudo sempre igual
Me sacode
Às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca
De hortelã (...)
TEXTO 3
 “Presidente visita amanhã a Estação Antártica”
 (Imprensa Nacional, em www.in.gov.br, 15/02/2008)
 a) Nos três textos ocorrem verbos no tempo presente. Entretanto, seu uso descreve as ações de formas 
diferentes. Compare o uso do presente nos textos 1 e 2, e mostre a diferença. Faça o mesmo com os 
textos 2 e 3. Explique.
 
 
 b) O encadeamento narrativo do texto 1 é construído pela alternância entre verbos no presente e no 
passado. Justifi que a presença exclusiva do passado no último parágrafo, considerando que se trata de 
uma transmissão de jogo de futebol.
 
 
4. (Fuvest-SP) Jornalistas não deveriam fazer previsões, mas as fazem o tempo todo. Raramente se dão 
ao trabalho de prestar contas quando erram. Quando o fazem não é decerto com a ênfase e o destaque 
conferidos às poucas previsões que acertam.
 Marcelo Leite, Folha de S. Paulo. 
 a) Reescreva o trecho “Jornalistas não deveriam fazer previsões, mas as fazem o tempo todo”, iniciando-o 
com “Embora os jornalistas...” 
 
 
 Texto 1 – momento da fala, texto 2 – ações habituais, texto 3 – ação a ser realizada no futuro;
 “Embora jornalistas não devessem fazer previsões, fazem-nas o tempo todo”.
 O narrador utiliza o pretérito perfeito para retomar um fato ocorrido no instante anterior.
NEO233_GRAP-Portugues A.idml 6NEO233_GRAP-Portugues A.idml 6 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33
Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 7
 b) No trecho “Quando o fazem não é decerto com a ênfase (...)”, a que ideia se refere o termo grifado? 
 
 
5. (Fuvest-SP) “Devemos misturar e alternar a solidão e a comunicação.
 Aquela nos incutirá o desejo do convívio social, esta, o desejo de nós mesmos; e uma será o remédio da 
outra: a solidão curará nossa aversão à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão.”
 Sêneca, Sobre a tranquilidade da alma. Trad. de J.R. Seabra Filho.
 a) Segundo Sêneca, a solidão e a comunicação devem ser vistas como complementares porque ambas 
satisfazem um mesmo desejo nosso. É correta essa interpretação do texto acima? Justifi que sua resposta.
 
 
 
 b) “(...) a solidão curará nossa aversão à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão.”
 Sem prejuízo para o sentido original, reescreva o trecho acima, iniciando-o com “Nossa aversão à multidão...”
 
 
6. (Fuvest-SP) Leia e responda:
 I. Não deis aos cães o que é santo, nem atireis aos porcos as vossas pérolas (...). 
(Mateus, 7:6)
 II. Você pode atirar pérolas aos porcos. Mas não adianta nada atirar pérolas aos gatos, aos cães ou às 
galinhas porque isso não tem nenhum signifi cado estabelecido.
(Millôr Fernandes, Millôr defi nitivo: a bíblia do caos).
 a) Considerando-se que o texto II tem como referência o texto I, qual é a expressão que, de acordo com 
Millôr Fernandes, tem um “signifi cado estabelecido”?
 
 
 b) No texto I, os signifi cados dos segmentos “não deis aos cães o que é santo” e “nem atireis aos porcos 
as vossas pérolas” reforçam-se mutuamente ou se contradizem? 
 Justifi que sucintamente sua resposta.
 
 
7. (FGV-SP) Quanto à morfologia, explique o emprego das palavras em destaque:
 a) mal em …ouvirei as moças falandomal do chefe na fi la do Subway… e em – O mal é as moças não 
respeitarem a ausência do chefe na fi la do Subway.
 
 
 Não, solidão e comunicação são desejos contrários do homem. Solidão = necessidade de isolamento. Comunicação = necessidade 
de relacionamento social.
 Nossa aversão à multidão será curada pela solidão; o tédio à solidão será curado pela multidão.
 Pronome demonstrativo retoma a ideia de “prestar contas quando erram”.
 “atirar pérolas aos porcos”, que signifi ca “desperdiçar esforços com quem não é digno deles ou não é capaz de se benefi ciar com 
eles”.
 Reforçam-se mutuamente, pois recomenda não entregar um bem valioso a quem não é digno dele ou não tem condições de 
apreciá-lo.
 “falando mal” mal = advérbio, “o mal é...” mal = substantivo.
NEO233_GRAP-Portugues A.idml 7NEO233_GRAP-Portugues A.idml 7 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33
Atividades preparatórias à 2a fase da UEL8 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
 b) só em … em vez de caminhar, só, em direção a uma edícula, no fundo do quintal. – e em – Só preciso 
ter acesso ao coração do mundo.
 
 
8. (FGV-SP) Observe a pontuação dos segmentos frasais:
 a) Assim que saí do elevador no andar errado os versos de Drummond me desabaram na cabeça. Você 
constata um erro de pontuação? Explique.
 
 
 
 b) Voltei ao elevador decidido a raspar essa barbicha calculadamente desleixada, meu crachá de escritor.
 Justifi que o emprego da vírgula no período.
 
 
 (UFSCar-SP) INSTRUÇÃO: Leia os dois textos a seguir para responder às questões 9,10 e 11.
Texto 1
 O material do poeta é a vida, e só a vida, com tudo o que ela tem de sórdido e sublime. Seu instrumento 
é a palavra. Sua função é a de ser expressão verbal rítmica ao mundo informe de sensações, sentimentos 
e pressentimentos dos outros com relação a tudo o que existe ou é passível de existência no mundo 
mágico da imaginação. Seu único dever é fazê-lo da maneira mais bela, simples e comunicativa possível, 
do contrário ele não será nunca um bom poeta, mas um mero lucubrador* de versos.
(Vinícius de Moraes, Para Viver um Grande Amor, p. 101-102.)
 * aquele que compõe com esforço à custa de muita meditação.
Texto 2
Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afi nidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
 1 – adjetivo (sozinho), 2 – advérbio (somente).
 Sim. “Assim que saí do elevador no andar errado, os versos de Drummond me desabaram na cabeça.” A vírgula separa a oração 
subordinada adverbial temporal da oração principal.
 A vírgula separa o aposto, “meu crachá de escritor”, do termo a que ele se refere, “barbicha calculadamente desleixada”.
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 9
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
(Carlos Drummond de Andrade, Procura da poesia.)
9. (UFSCar-SP) Comparando o texto em prosa de Vinícius ao trecho do poema de Drummond:
 a) Ambos apresentam o mesmo conceito de poesia? Por quê?
 
 
 b) Justifi que sua resposta, transcrevendo um trecho de cada um dos textos.
 
 
10. (UFSCar-SP) Leia novamente o poema de Drummond e responda:
 a) Que modo verbal caracteriza e domina a construção desse poema? Por quê?
 
 
 b) Qual é o signifi cado da pergunta Trouxeste a chave? no último verso do trecho apresentado?
 
 
11. (UFSCar-SP) Voltando ao texto em prosa de Vinícius de Moraes e pondo foco no trecho Seu único dever é 
fazê-lo da maneira mais bela,
 a) a que se refere no texto o pronome seu?
 
 
 b) A que se refere no texto o pronome lo?
 
 
 
 
 (Unesp) INSTRUÇÃO: As questões a seguir tomam por base trecho de um texto de Fabiana Cristina Komesu, 
publicado na obra Hipertexto e gêneros digitais, organizada por Luiz Antônio Marcuschi e Antônio Carlos Xavier:
 Blog é uma corruptela de weblog, expressão que pode ser traduzida como “arquivo na rede”. Os blogs 
surgiram em agosto de 1999 com a utilização do software Blogger, da empresa do norte-americano Evan 
Williams. O software fora concebido como uma alternativa popular para a publicação de textos on-line, 
uma vez que a ferramenta dispensava o conhecimento especializado em computação. A facilidade para a 
edição, atualização e manutenção dos textos em rede foram – e são – os principais atributos para o sucesso 
e a difusão dessa chamada ferramenta de autoexpressão. A ferramenta permite, ainda, a convivência de 
 Não. Para Vinícius base do fazer poético é a vida, a palavra é apenas o meio e para Durmmond a essência do poético seria de 
natureza linguística.
 Imperativo – verbos na segunda pessoa do singular. Porque o eu lírico emprega esse modo para formular interdições e prescrições 
relativas ao trabalho poético.
 Refere-se a poeta.
 Chave = metáfora para a capacidade de desvendar o enigma das palavras (“faces secretas”)
 (“fazê-lo”) Refere-se ao enunciado do período anterior: “dar expressão verbal rítmica ao mundo informe de sensações, sentimentos 
e pressentimentos dos outros com relação a tudo o que existe ou é passível de existência no mundo mágico da imaginação”
 Vinícius: “O material do poeta é a vida, só a vida, com tudo o que ela tem de sórdido e sublime”. Drummond: “Penetra surdamente 
no reino das palavras”. 
NEO233_GRAP-Portugues A.idml 9NEO233_GRAP-Portugues A.idml 9 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33
Atividades preparatórias à 2a fase da UEL10 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
múltiplas semioses, a exemplo de textos escritos, de imagens (fotos, desenhos, animações) e de som 
(músicas, principalmente). Atualmente, a maior parte dos provedores não cobra taxa para a hospedagem 
de um blog. (...)
 Sob essas condições de acesso, a parcela da população que usufrui de computador e internet pode utilizar 
o software para a expressão de seus sentimentos, principalmente, na atividade de escrita – e por meio de 
outras semioses, como a imagem e o som. Não se trata da exibição da vida particular de celebridades, mas 
do cotidiano e das histórias de pessoas consideradas comuns porque não exercem quaisquer atividades 
que lhes deem destaque social, a não ser o fato de possuírem um blog na rede.
 A avaliação das práticas sociais de um exibicionismo da vida privada em eventos textuais como os blogs 
é questão que pode ser estendida a outros meios de comunicação. Limito-me a mencionar a televisão, 
para fi car com um dos exemplos mais célebres. Nos últimos anos, os canais de televisão no mundo todo 
iniciaram a produção de programas que se ocupam do cotidiano de pessoas comuns, colocadas para 
conviverem juntas num mesmo ambiente. Por meio dos votos dos telespectadores, há a seleção de um 
vencedor. O “sobrevivente” recebe, ao término do programa, um montante em dinheiro. No Brasil, a 
fórmula é intitulada “Big Brother Brasil”.
(Fabiana Cristina Komesu, Blogs e as práticas de escrita sobre si na Internet)
12. (Unesp) Ao lado de termos estrangeiros (blog, weblog, software, on-line), o fragmento empregaexpressões 
portuguesas que se relacionam diretamente às novas tecnologias, especialmente o computador e a 
internet. Cite duas dessas expressões, comentando diferenças quanto ao sentido corriqueiro das palavras 
destacadas e sua nova acepção.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13. (Unesp) Explicite os objetivos da criação do blog e os motivos de seu sucesso, no mundo contemporâneo, 
considerando os dados fornecidos pelo fragmento escrito por Fabiana Komesu.
 
 
 
14. (Unesp) Tendo em vista as informações contidas no texto, o blog poderia ser relacionado ao gênero diário, 
uma vez que seu conteúdo trata “do cotidiano e das histórias de pessoas consideradas comuns”. Todavia, 
o gênero blog se distancia dos diários em vista de algumas de suas características, as quais também 
podem ser observadas, no fragmento. Aponte duas diferenças entre esses dois gêneros, apresentando 
explicações sucintas.
 
 
 
 1) arquivo, que de conjunto de documentos passou a ser também o grupo de dados digitalizados que são armazenados e tratados 
como um ente;
 2) rede, que de entrelaçado de fi os passou também a signifi car um sistema constituído pela interligação de diversos computadores;
 3) provedor, que de designação àquele que abastece, que sustenta, passou a indicar também uma empresa ou organização com 
alta capacidade de armazenamento de dados e com grande quantidade de computadores interligados e que disponibiliza o seu 
conteúdo a outros usuários.
 Blogs = seus autores expressam seus sentimentos e impressões associando a escrita a outros recursos visuais ou sonoros. O 
sucesso da ferramenta se dá à facilidade de manuseio e por ser gratuito.
 Nos dois gêneros o autor expressa seu sentimento, porém no Blog é possível utilizar outros recursos como imagens, vídeos e 
músicas e o conteúdo é acessível a outros usuários da rede mundial de computadores.
NEO233_GRAP-Portugues A.idml 10NEO233_GRAP-Portugues A.idml 10 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33
Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 11
 (Unicamp-SP) “Aurélio – BOM PRA BURRO”
15. Nessa propaganda do dicionário Aurélio, a expressão “bom pra burro” é polissêmica, e remete a uma 
representação de dicionário.
 a) Qual é essa representação? Ela é adequada ou inadequada? Justifi que.
 
 
 
 b) Explique como o uso da expressão “bom pra burro” produz humor nessa propaganda.
 
 
 
 
 
 
16. (Unicamp-SP) A propaganda abaixo explora a expressão idiomática ‘não leve gato por lebre’ para construir 
a imagem de seu produto:
 NÃO LEVE GATO POR LEBRE
 SÓ BOM BRIL É BOM BRIL
 a) Explique a expressão idiomática por meio de duas paráfrases.
 
 
 
 
 b) Mostre como a dupla ocorrência de BOM BRIL no slogan ‘SÓ BOM BRIL É BOM BRIL’, aliada à expressão 
idiomática, constrói a imagem do produto anunciado.
 
 
 
 
17. (Fuvest-SP) Leia com atenção as seguintes frases, extraídas do termo de garantia de um produto para 
emagrecimento:
 I- Esta garantia fi cará automaticamente cancelada se o produto não for corretamente utilizado.
 II- Não se aceitará a devolução do produto caso ele contenha menos de 60% de seu conteúdo.
 III- As despesas de transporte ou quaisquer ônus decorrente do envio do produto para troca corre por 
conta do usuário.
 Remete à expressão “Pai dos burros”. Inadequada, pois dicionários auxiliam pessoas com diversos níveis de inteligência. 
 A ambiguidade de “pra burro”, que pode ser adjunto adverbial de intensidade (bom pra burro: “muito bom”) ou complemento 
nominal de “bom”, remetendo, então, à expressão “pai dos burros” (bom pra burro: “bom para quem precisa de dicionário”).
 Corresponde à atribuição de uma qualidade única a um produto único. Todos os demais, ainda que aparentemente similares, 
seriam meros “gatos” querendo passar por “lebres”.
 “Não aceite um produto inferior em lugar do superior.”
 “Não se deixe enganar por produtos falsifi cados.”
NEO233_GRAP-Portugues A.idml 11NEO233_GRAP-Portugues A.idml 11 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33
Atividades preparatórias à 2a fase da UEL12 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
 a) Reescreva os trechos sublinhados nas frases I e II, substituindo as conjunções que os iniciam por outras 
equivalentes e fazendo as alterações necessárias.
 
 
 
 
 b) Reescreva a frase III, fazendo as correções necessárias.
 
 
 
18. (Fuvest-SP) Leia e responda ao que se pede: 
 Conversa no ônibus
 Sentaram-se lado a lado um jovem publicitário e um velhinho muito religioso. O rapaz falava animadamente 
sobre sua profi ssão, mas notou que o assunto não despertava o mesmo entusiasmo no parceiro. Justifi cou-
-se, quase desafi ando, com o velho chavão:
 – A propaganda é a alma do negócio.
 – Sem dúvida, respondeu o velhinho. Mas sou daqueles que acham que o sujeito dessa frase devia ser o 
negócio.
 a) A palavra alma tem o mesmo sentido para ambas as personagens? Justifi que.
 
 
 
 b) Seguindo a indicação do velhinho, redija a frase na versão que a ele pareceu mais coerente.
 
 
19. (Fuvest-SP) Leia e responda ao que se pede:
Capitulação
Delivery
Até pra telepizza
É um exagero.
Há quem negue?
Um povo com vergonha
Da própria língua
Já está entregue.
(Luís Fernando Veríssimo)
 a) O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o conteúdo do poema? Justifi que sua resposta.
 
 
 I - “… caso (contanto que, desde que, a não ser que) o produto não seja corretamente utilizado”. 
 II - “… se ele contiver…” ou “desde que (contanto que, a não ser que) ele contenha…”.
 “As despesas de transporte ou quaisquer ônus decorrentes (ou qualquer ônus decorrente) do envio do produto para troca correm 
por conta do usuário”.
 Sim. No contexto pode signifi car “essência” ou “fator fundamental”.
 Sim. Capitulação = invasão” de anglicismos (americanismos) na língua portuguesa corrente no Brasil.
 “O negócio é a alma da propaganda”.
NEO233_GRAP-Portugues A.idml 12NEO233_GRAP-Portugues A.idml 12 19/09/2011 13:40:3319/09/2011 13:40:33
Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 13
b) O exagero que o autor vê no emprego da palavra “delivery” se aplicaria também a “telepizza”? Justifi que 
sua resposta.
 
 
 
 
 
 
 (UFSCar-SP) INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões 20, 21 e 22:
 Tenho ódio mortal dos mosquitos. Se Charles Darwin tivesse me encarregado de colocar ordem na 
evolução das espécies, eu teria poupado os dinossauros e varrido os mosquitos da Terra.
 Não me faltam razões para tal idiossincrasia*: quase morri por causa de um Haemagogus** covarde 
que me transmitiu febre amarela sem deixar vestígio da picada. É o animal mais perigoso. Se somarmos 
todos os ataques contra seres humanos já realizados por onças, leões e cobras, obteremos um número 
insignifi cante perto dos que caem de cama numa única epidemia de malária ou dengue. Por essa razão, 
quando surge uma espécie nova de mosquito em qualquer país, as autoridades sanitárias se assustam.
 (Drauzio Varella. Folha de S.Paulo, 02.08.2008.)
 * No texto, modo particular de ver as coisas.
 ** Haemagogus é um mosquito de hábitos silvestres que vive no solo ou na copa das árvores.
20. Em Tenho ódio mortal dos mosquitos, Drauzio Varella usa a preposição de para ligar a palavra ódio à 
palavra mosquitos. Poderia, se quisesse, ter usado a e escrever: Tenho ódio mortal aos mosquitos. Trata-
-se da opção por uma determinada regência nominal. 
 a) Leia os três trechos a seguir e diga em qual deles é possível empregar indiferentemente de ou a.
 I. Eu, que tinha ódio ao menino, afastei-me de ambos.
 (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.)
 II. O ódio a Bill Gates se explica com uma palavra bem arcaicae bem humana: inveja.
 (Folha de S.Paulo, 02.07.2008.)
 III. O desejo de um conde por uma jovem desperta o ódio da mulher do nobre.
 (Folha de S.Paulo, 11.08.2008. Adaptado.)
 
 
 
 
 b) Explique o porquê da sua escolha anterior.
 
 
 
 
 “Telepizza” é um neologismo formado com um empréstimo linguístico já há muito incorporado ao português (italiano pizza) e o 
prefi xo (grego) tele-, corrente na língua. Portanto, não se trata do mesmo fenômeno de “capitulação” que se vê em delivery, pois 
aqui se substituiu uma palavra corrente na língua (“entrega”) por um estrangeirismo da moda.
 Em I, é possível trocar a por de: Eu, que tinha ódio do menino... A troca em I é possível porque o contexto não permite interpretação 
de do menino em função subjetiva (“ódio que o menino tinha”), ou seja, como adjunto adnominal. 
 O mesmo não ocorre em II, em que “ódio de Bill Gates” poderia se entendido como “ódio que Bill Gates sente”; nem em III, 
em que a substituição de “ódio da mulher” por “ódio à mulher” alteraria completamente o sentido da expressão, de “ódio que a 
mulher sente” (da mulher: função subjetiva, adjunto adnominal) para “ódio que sentem pela mulher” (à mulher: função objetiva, 
complemento nominal).
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL14 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
21. Em quase morri por causa de um Haemagogus covarde, o autor emprega o adjetivo covarde para modifi car 
o substantivo Haemagogus, com um propósito estilístico fi gurado.
 a) Em qual dos três exemplos a seguir, o adjetivo está usado com o mesmo propósito?
 Bandido perigoso
 Carro potente
 Estrada assassina
 
 
 b) Em que consiste esse uso fi gurado?
 
 
 
 
22. No trecho É o animal mais perigoso, o autor utilizou o substantivo animal para retomar Haemagogus, 
presente na frase anterior. Outra opção de escrita seria: É o inseto mais perigoso.
 a) No texto — A serpente estava escondida sob a pedra. Dois minutos depois, o animal já tinha atacado 
um cavalo —, como fi caria a segunda frase, se fosse escolhida uma alternativa semelhante à proposta 
para o trecho anterior de Drauzio Varella? 
 
 
 b) Faça o mesmo tipo de substituição no texto: 
 Pediu para usar o termômetro, mas a coisa estava quebrada.
 
 
 (Unesp) INSTRUÇÃO: As questões 23 e 24 tomam por base um texto extraído do jornal Folha de S. 
Paulo.
 PROGRAMA TRATA BICHOS COMO GENTE
 Laura Mattos
 Já faz tempo, mas ninguém esquece. Em 1991, fl agrado ao utilizar um carro ofi cial para levar sua cadela 
ao veterinário, o então ministro do Trabalho, Antonio Rogério Magri, deu a célebre declaração: “Cachorro 
também é ser humano”.
 É essa também a fi losofi a do “Pet.Doc”, programa escolhido pelo GNT dentre cem candidatos em processo 
de pitching – no qual produtoras independentes apresentam seus projetos a uma banca formada por 
diretores do canal.
 “É um programa que vai tratar o pet [animal de estimação] como se fosse gente”, afi rmou à Folha Leonardo 
Edde, sócio da produtora carioca Urca Filmes, responsável pelo projeto.
 “Vamos tratar o animal, seja um cachorro, um rato ou um papagaio, sempre pelo nome, como um ser 
humano, mostrar a importância dessa ‘pessoa’ e contar suas histórias”, diz.
 Em sua opinião, esse tom irá diferenciar o “Pet.Doc” de outros programas sobre animais exibidos na TV 
aberta e fechada “que mostram campeonatos de cães e as melhores rações”.
 Estrada assassina: sentido fi gurado, metafórico.
 Prosopopeia ou personifi cação: consiste em atribuir características humanas a seres inanimados ou animais.
 “A serpente estava escondida sob a pedra. Dois minutos depois, o réptil já tinha atacado um cavalo”.
 “Pediu para usar o termômetro, mas o instrumento estava quebrado”.
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 15
 Edde afi rma que a Urca optou por esse tema após analisar pesquisas que apontam que mais de 70% da 
população brasileira possui um pet.
 Segundo Edde, “Pet.Doc” é baseado no livro Nós e Nossos Cães (ed. Globo), de Cacau Hygino. “São 
várias histórias de como o cachorro mudou a vida de pessoas, de gente que era triste e arrumou um 
motivo para viver”, afi rma o produtor.
 “A ideia do programa é baseada no jeito como os donos tratam seus pets. Eles falam dos animais e agem 
com eles como se fossem fi lhos”, aponta. (…)
 O piloto (episódio teste) foi gravado com Caco Iocler, Marília Pêra e Vivianne Pasmanter. Vivianne é dona 
de um cachorro que atuou ao lado de sua personagem na novela “Páginas da Vida”, da Globo.
 O autor de novela Ricardo Linhares (“Paraíso Tropical”) e sua cadela Zoca também serão mostrados. 
“Nossa intenção é desmistifi car a celebridade, como fazemos com o ‘Tira Onda’, do Multishow [famosos 
assumem profi ssões diferentes por um dia]”, explica Edde.
(Folha de S.Paulo, 02.01.2008.)
23. O texto, extraído da Folha de S. Paulo, por seu caráter de notícia, identifi ca as pessoas, utiliza termos 
estrangeiros com liberdade, apoia-se em estatísticas e pesquisas etc. O próprio tempo é fi xado com 
maior precisão, como se vê na indicação da data de publicação do artigo (02.01.2008). Com base nessas 
considerações, destaque e comente dois outros elementos do texto capazes de ligar essa notícia a 
determinada época, mais próxima ao presente.
 
 
 
 
24. Por ocasião da comemoração do dia dos professores, no mês de outubro de 2003, foi veiculada a seguinte 
propaganda, assinada por uma grande corporação de ensino:
 Parabéns [Pl. de parabém] S. m. pl. 1. Felicitações, congratulações. 2. Oxítona terminada em ens, sempre 
acentuada. Acentuam-se também as terminadas em a, as, e, es, o, os, e em.
 Para a homenagem ao Dia do Professor ser completa, a gente precisava ensinar alguma coisa.
 a) Observe os itens 1 e 2 do verbete PARABÉNS. Há diferenças entre eles. Aponte-as.
 
 
 b) Levando em conta o enunciado que está abaixo do verbete, a quem se dirige essa propaganda?
 
 
 
 c) Diferentes imagens da educação escolar sustentam essa propaganda. Indique pelo menos duas dessas 
imagens.
 
 
 
 1) 1991 é dado como um tempo distante; 2) fenômenos atuais como TV a cabo (“TV fechada”); 3) utilização do vocabulário inglês 
para designar animais domésticos (“pets”); 4) referência a atores e novelas da época.
 A propaganda não se dirige, paradoxalmente, aos professores, mas aos discentes ou ao público em geral.
 A imagem que a propaganda passa da escola é a de uma instituição preocupada apenas com regras, informações, conteúdo.
 O primeiro contém uma defi nição semântica e o segundo contém uma regra ortográfi ca.
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL16 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
25. Leia a tirinha e responda ao que se pede: 
(Gonsales, Fernando, “Níquel Náusea”. Folha de S. Paulo on line em www.uol.com.br/niquel)
 
 a) No primeiro quadrinho, a menção a ‘palavrões’ constrói uma expectativa que é quebrada no 
segundo quadrinho. Mostre como ela é produzida, apontando uma expressão relacionada a ‘palavrões’, 
presente no primeiro quadrinho, que ajuda na construção dessa expectativa.
 
 
 
 
 
 
 b) No segundo quadrinho, o cômico se constrói justamente pela quebra da expectativa produzida no 
quadrinho anterior. Entretanto, embora a relação pressuposta no primeiro quadrinho se mantenha, 
ela passa a ser entendida num outro sentido, o que produz o riso. Explique o que se mantém e o que 
é alterado no segundoquadrinho em termos de pressupostos e relações entre as palavras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No primeiro quadrinho é estabelecida uma relação entre ‘palavrões’ e ‘passar vergonha’. Essa relação é de causalidade, ou 
seja, o pronunciamento de palavras de baixo calão pelo papagaio e uma respectiva reação indignada por parte dos ouvintes 
seriam a razão pela qual o menino, dono do papagaio, passaria vergonha. 
 A relação de causalidade e a inadequação das palavras usadas pelo papagaio, referidas como ‘palavrões’, se mantêm, pois, de 
fato, é a natureza dos ‘palavrões’ que faz o menino se envergonhar. O que se altera são as causas da vergonha. Pressupunha-se 
no primeiro quadrinho que a agressividade dos palavrões era a causa da inadequação e, portanto, de se ‘passar vergonha’. 
No segundo quadrinho, entretanto, pelo fato de o papagaio falar ‘xixi’, ‘cocô’, etc., altera-se a razão da inadequação. Trata-se 
de expressões normalmente usadas por crianças muito pequenas, expressões inócuas, que causam riso nos ouvintes e, 
portanto, constrangem o dono do papagaio. A premissa de que o papagaio costuma repetir apenas aquilo que ouve na casa em 
que vive torna mais contundente a imagem de que seu dono é quem seria infantil, motivo do embaraço.
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 17
 (UEL-PR) Cuitelinho
 Cheguei na beira do porto
 onde as ondas se espaia.
 As garça dá meia volta,
 senta na beira da praia.
 E o cuitelinho não gosta
 que o botão de rosa caia.
 Ai quando eu vim de minha terra,
 despedi da parentaia.
 Eu entrei no Mato Grosso,
 dei em terras paraguaia.
 Lá tinha revolução,
 enfrentei fortes bataia.
 A tua saudade corta
 como aço de navaia.
 O coração fi ca afl ito,
 bate uma a outra faia.
 E os óio se enche d’água
 que até a vista se atrapaia.
 Fonte: Tema folclórico. Adaptação Musical: Wagner Tiso e Milton 
Nascimento. Texto Poético: Paulo Vanzolini e Antônio Xandó. 
In: NASCIMENTO, M. Milton Nascimento ao Vivo. São Paulo: 
Polygram, 1983
1. Caso o autor optasse por redigi-la de acordo 
com a norma culta, como fi caria a última frase 
“e os óio se enche d’água que até a vista se 
atrapaia.”? Resposta: A
 (A) e os olhos se enchem d’água que até as 
vistas se atrapalham.
 (B) e os olhos se enchem d’água que até as 
vistas nos atrapalham.
 (C) e os olhos nos enchem d’água que até as 
vistas nos atrapalham.
 (D) e os olhos se enchem d’água que até as 
vistas se nos atrapalham.
 (E) e os olhos nos enchem d’água que até as 
vistas atrapalham.
 (Fuvest-SP) Texto para a próxima questão: 
 Belo Horizonte, 28 de julho de 1942. 
 Meu caro Mário, 
 Estou te escrevendo rapidamente, se bem 
que haja muitíssima coisa que eu quero te 
falar (a respeito da Conferência, que acabei 
de ler agora). Vem-me uma vontade imensa 
de desabafar com você tudo o que ela me fez 
sentir. Mas é longo, não tenho o direito de 
tomar seu tempo e te chatear.
 Fernando Sabino.
2. Neste trecho de uma carta de Fernando Sabino 
a Mário de Andrade, o emprego de linguagem 
informal é bem evidente em Resposta: E
 (A) “se bem que haja”.
 (B) “que acabei de ler agora”.
 (C) “Vem-me uma vontade”.
 (D) “tudo o que ela me fez sentir”.
 (E) “tomar seu tempo e te chatear”.
 (UEPG-PR) Texto para a próxima questão:
 Relacionamentos virtuais fazem sucesso
 A regra “nunca te vi, sempre te amei” não serve 
para chatters brasileiros: 72% se encontram 
pessoalmente.
 Quem reclama de falta de namorado nunca 
frequentou salas de bate-papos virtuais. 
Nos últimos tempos, a brincadeira tornou-
-se um sucesso. Psicólogos que estudam 
o comportamento do internauta brasileiro 
concluíram que os usuários de chats não 
podem se queixar de falta de amor. Basta ver 
os números. Entre os 72% que se encontraram 
pessoalmente pelo menos uma vez, 60% 
continuam o relacionamento.
 Não é difícil fazer parte dessa turma. O usuário 
pode entrar em agências de casamento on-
-line, deixar suas características e o que espera 
da “alma gêmea”. Depois, é só torcer para 
receber a resposta via e-mail. Existem também 
os “Instant Messengers”, programas abertos, 
porém mais reservados que web chats.
 A instalação é fácil. Basta fazer um download 
(transferir arquivos) do site do fabricante. Os 
mais famosos são: ICQ, ComVC, StarMedia 
Express, Yahoo! Messenger, MSN Messenger 
e IstanTerra. Endereços de encontros virtuais 
pipocam na rede, como o Chapamania: um mês 
de vida, o site tem 600 mil Page view (páginas 
do endereço vistas). Outro exemplo: lançado 
em fevereiro, hoje o Bate-papo recebe mais 40 
mil visitas diárias.
(Adriana Dias Lopes – Revista Galileu, edição 108) 
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL18 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
 (08) O emprego dos vocábulos internautas, 
usuários e chatters evidencia a linguagem 
oral usada pelas camadas populares do 
meio urbano brasileiro.
 (16) A popularização dos termos em inglês na 
área de informática desobriga a articulista 
a destacá-los em forma de negrito, aspas 
ou itálico.
 Soma: 
 3. Com relação à linguagem empregada no texto, 
assinale o que for correto.
 (01) As expressões de estrangeirismos são 
usadas de maneira proposital, para marcar 
uma linguagem pessoal, técnica.
 (02) O texto traz marcas da irreverência da 
articulista diante do fato exposto.
 (04) O emprego de termos como pipocam 
mostra que a articulista optou por uma 
linguagem mais próxima do público-leitor. 20 (04+16)
 (UFMT) Texto para a questão 4:
Folha de S. Paulo [sinapse], p. 24, 26 abril. 2005.
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 19
 Embora predomine no texto a linguagem 
formal, é possível identifi car nele marcas 
de coloquialidade, como as expressões 
assinaladas em: Resposta: D
 (A) “mordeu a vida” e “moral prudente e um 
pouco avara”;
 (B) “sem se perguntar mais uma vez” e “não 
deveria haver prazeres”;
 (C) “parece lógico” e “que não sejam só a 
decisão”;
 (D) “e combinar, sei lá, nitratos” e “a gente se 
preocupa”;
 (E) “que valham um risco de vida” e “(e talvez 
sobretudo) um questionamento”.
 (UEPG-PR) VOCÊ TRABALHA PARA QUÊ?
 Os consultores vivem dizendo que, quando 
a gente tem uma meta, o foco aumenta e o 
esforço para realização – seja ele em termos de 
aprendizado, de performance ou de poupança 
– vai mais fácil. Em nossa reportagem de capa 
desse mês, você vai conhecer a história de 
quatro profi ssionais que estão focados em 
crescer na carreira e realizar sonhos.
(Juliana de Mari. Revista Você S/A, setembro/2007)
6. Quais das seguintes palavras, extraídas do 
texto, são acentuadas em razão da tonicidade?
 (01) fácil
 (02) mês
 (04) quê
 (08) você
 (16) história
 Soma: 
7. (UEMS) As palavras “indagatório”, “árvore” e 
“até” recebem acento gráfi co, respectivamente, 
porque são: Resposta: C
 (A) paroxítona terminada em ditongo – 
proparoxítona – monossílaba átona
 (B) proparoxítona – proparoxítona – 
monossílaba tônica
 (C) paroxítona terminada em ditongo – 
proparoxítona – oxítona terminada em “e” 
aberto
 (D) monossílaba átona – paroxítona terminada 
em ditongo – proparoxítona
 (E) paroxítona terminada em hiato – 
proparoxítona – monossílaba átona
4. Assinale o trecho do texto que exemplifi ca o 
registro formal escrito: Resposta: C
 (A) Isso só pode ser influência do professor, 
né?
 (B) Foi aí que comecei a ver as coisas de outro 
jeito.
 (C) Se sou capaz de ensinar, também sou 
capaz de aprender.
 (D) Passei a estudar pra valer e a tirar notas 
boas.
 (E) Fica lá sentado olhando o professor falar 
sem parar.
5. (Fuvest-SP) Leia o texto e responda ao que se 
pede:
 O fi lme Cazuza – O tempo não para me deixou 
numa espécie de felicidade pensativa. Tento 
explicar por quê.Cazuza mordeu a vida com 
todos os dentes. A doença e a morte parecem 
ter-se vingado de sua paixão exagerada de 
viver. É impossível sair da sala de cinema 
sem se perguntar mais uma vez: o que vale 
mais, a preservação de nossas forças, que 
garantiria uma vida mais longa, ou a livre 
procura da máxima intensidade e variedade de 
experiências?
 Digo que a pergunta se apresenta “mais uma 
vez” porque a questão é hoje trivial e, ao mesmo 
tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma 
proliferação de regras que são ditadas pelos 
processos da prevenção. Ninguém imagina 
que comer banha, fumar, tomar pinga, transar 
sem camisinha e combinar, sei lá, nitratos com 
Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À 
primeira vista, parece lógico que concordemos 
sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não 
deveria haver prazeres que valham um risco de 
vida ou, simplesmente, que valham o risco de 
encurtar a vida. De que adiantaria um prazer 
que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o 
qual estou sentado?
 Os jovens têm uma razão básica para 
desconfi ar de uma moral prudente e um pouco 
avara que sugere que escolhamos sempre os 
tempos suplementares. É que a morte lhes 
parece distante, uma coisa com a qual a gente 
se preocupará mais tarde, muito mais tarde. 
Mas sua vontade de caminhar na corda bamba 
e sem rede não é apenas a inconsciência 
de quem pode esquecer que “o tempo 
não para”. É também (e talvez sobretudo) 
um questionamento que nos desafi a: para 
disciplinar a experiência, será que temos 
outras razões que não sejam só a decisão de 
durar um pouco mais?
 Contardo Calligaris. Folha de S.Paulo
31 (01+02+04+08+16)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL20 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
8. (UFSC) Assinale a(s) proposição(ões) 
CORRETA(S). 
 (01) Os acentos gráfi cos em corrupião, lá e 
baldeação são justifi cados pela mesma 
regra.
 (02) São classifi cadas como oxítonas: 
corrupião, poder e conduzi-lo.
 (04) As palavras beira, aérea e tédio possuem 
a mesma classifi cação quanto à posição 
da sílaba tônica.
 (08) Os acentos gráfi cos dos vocábulos você, 
protegê-los e contém seguem as regras 
de acentuação das oxítonas.
 (16) Em idade, ainda e fl uido temos três 
palavras com o mesmo número de sílabas.
 (32) As palavras gratuito, debaixo e implicou 
são trissílabas.
 Soma: 
9. (UEPG-PR) Considerando os aspectos de 
ortografi a, assinale o que for correto. 
 (01) Os vocábulos hipóteses, parágrafo, 
irreverência são acentuados segundo a 
mesma regra de acentuação.
 (02) O plural de bem-humorada e obra-prima 
são, respectivamente, bem-humoradas; 
obras-primas.
 (04) O plural de opinião e isenção apresenta 
mais de uma forma, assim como o plural 
de corrimão.
 (08) Os pronomes minha, isso, nossa 
apresentam em sua grafi a duas letras que 
representam um fonema.
 (16) O vocábulo atraído apresenta em sua 
construção um hiato.
 (32) No vocábulo ceticismo, o sufi xo ismo dá 
um sentido conjunto de características 
relativas a cético.
 Soma: 
10. (ITA-SP) Assinale a opção cujas palavras devem 
ser grafi camente acentuadas, respectivamente, 
pelas mesmas regras que se aplicam em “Jau, 
juri, perde-la, video”: Resposta: B
 (A) fl uido, biquini, tres, difi ceis;
 (B) reune, Hernani, pequines, longinquo;
 (C) Luis, ravioli, timidez, amendoa;
46 (02+04+08+32)
58 (02+08+16+32)
 (D) ciume, resumi-lo, caterete, tenue;
 (E) fortuito, quati, fe-lo, desaguam.
 (UFPR) A língua do Brasil amanhã
 Ouvimos com frequência opiniões alarmantes 
a respeito do futuro da nossa língua. Às vezes 
se diz que ela vai simplesmente desaparecer, 
em benefício de outras línguas supostamente 
expansionistas (em especial o inglês, atual 
candidato número um a língua universal); 
ou que vai se “misturar” com o espanhol, 
formando o “portunhol”; ou, simplesmente, 
que vai se corromper pelo uso da gíria e das 
formas populares de expressão (do tipo: o 
casaco que cê ia sair com ele tá rasgado). Aqui 
pretendo trazer uma opinião mais otimista: a 
nossa língua, estou convencido, não está em 
perigo de desaparecimento, muito menos de 
mistura. (...)
 O que é que poderia ameaçar a integridade, ou 
a existência, da nossa língua? O primeiro fator, 
frequentemente citado, é a infl uência do inglês 
– o mundo de empréstimos que andamos 
fazendo para nos expressarmos sobre certos 
assuntos.
 Não se pode negar que o fenômeno existe; 
o que mais se faz hoje é surfar, deletar ou 
tratar do marketing. Mas isso não signifi ca 
o desaparecimento da língua portuguesa; 
empréstimos são um fato da vida, e sempre 
existiram. Hoje pouca gente sabe disso, 
masavalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue 
são palavras de origem estrangeira; hoje já 
se naturalizaram, e certamente ninguém vê 
ameaça nelas. Afi nal de contas, quando se 
começou a jogar aquela bolinha em cima da 
mesa, precisou-se de um nome; podíamos 
dizer tênis de mesa, e alguns tentaram, mas 
a palavra estrangeira venceu – só que virou 
portuguesa, hoje vive entre nós como uma 
imigrante já casada, com fi lhos brasileiros etc. 
Perdeu até o sotaque.
 Quero dizer que não há o menor sintoma de 
que os empréstimos estrangeiros estejam 
causando lesões na língua portuguesa; a 
maioria, aliás, desaparece em pouco tempo, e 
os que fi cam se assimilam. O português, como 
toda língua, precisa crescer para dar conta das 
novidades sociais, tecnológicas, artísticas e 
culturais; para isso pode aceitar empréstimos 
– ravióli, ioga, chucrute, balé – e também pode 
(e com maior frequência) criar palavras a partir 
de seus próprios recursos – como computador, 
ecologia, poluição– ou então estender o uso 
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 21
de palavras antigas a novos signifi cados – 
executivo ou celular, que signifi cam coisas 
hoje que não signifi cavam há vinte anos. Isso 
está acontecendo a todo tempo com todas 
as línguas, e nunca levou nenhuma delas à 
extinção. Eu, pessoalmente, desconfi o que os 
falantes possuem um bom senso inato que os 
impede de utilizar termos estrangeiros além de 
um certo limite; por isso, a maioria das palavras 
de empréstimo são muito efêmeras: quem se 
lembra hoje do que é um ban-lon, um goal-
keeper ou mesmo (essa eu lamento, não pela 
palavra, mas pela coisa) um fox-trot? (...)
 Como primeira conclusão deste ensaio, direi 
que não estamos em perigo de ver nossa 
língua submergida pela maré de empréstimos 
ingleses. A língua está aí, inteira: a estrutura 
gramatical não mudou, a pronúncia é ainda 
inteiramente nossa, e o vocabulário é mais 
de 99% de fabricação nacional. Por enquanto, 
falamos português.
 PERINI, Mário A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. 
São Paulo: Parábola Editorial, 2004. p. 11-14. 
 O trecho a seguir aborda o mesmo tema 
discutido por Perini:
 Em primeiro lugar, é importante notar que, 
embora pareça fácil apontar, hoje, home 
banking e coffee break como exemplos claros 
de estrangeirismos, ninguém garante que 
daqui a alguns anos não estarão sumindo das 
bocas e mentes, como o match do futebol e o 
rouge da moça; assim como ninguém garante 
que não terão sido incorporadosnaturalmente 
à língua, como o garçom e o sutiã, o esporte e 
o clube.
 GARCEZ, Pedro M.; ZILLES, Ana Maria. Estrangeirismos – 
desejos e ameaças. In: Faraco, Carlos A. (Org.). Estrangeirismos 
– guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001, p. 20.
11. Garçom, sutiã, esporte e clube. Esses 
exemplos são usados no texto para ilustrar o 
mesmo fenômeno que Perini apresenta ao 
comentar o surgimento no português das 
palavras: Resposta: D
 (A) computador e ecologia;
 (B) executivo e celular;
 (C) fox-trot e poluição;
 (D) alfaiate e tenor;
 (E) ban-lon e goal-keeper.
 (UFRGS-RS) Assim que a seleção francesa 
foi desclassifi cada, tirando da competição a 
supostamente invencível Marselhesa, The 
Guardian anunciou: “O Brasil agora possui 
o melhor hino nacional da Copa Mundial de 
2002”. E não apareceu ninguém para desmentir 
_______ jornal inglês.
 Para The Guardian, o nosso hino nacional é “o 
mais alegre, o mais animado, o mais melodioso 
e o mais encantador do planeta”. A despeito 
da secular pinimba dos britânicos com os 
franceses, não me pareceu forçada _______ 
restrição que fi zeram _____ Marselhesa e seus 
“belicosos apelos às armas”, desfavoravelmente 
comparados ao estímulo aos sentimentos 
nacionais e às belezas naturais do fl orão da 
América contido nos versos que Joaquim 
Osório Duque Estrada escreveu para a música 
de Francisco Manuel da Silva.
 Cânticos de louvor _________ nações e seus 
povos, os hinos pouco se diferenciam: são 
quase sempre hipérboles patrióticas, não 
raro jingoístas, demasiado apegadas a glórias 
passadas e inclinadas a exortar a alma guerreira 
que em muitos de nós dormita. Entretanto, 
comparado aos hinos dos países que nós 
derrotamos nas três fases da Copa, o nosso 
ganha fácil em beleza melódica e expressividade 
poética. “É como se tivesse vindo pronto, já 
composto, de uma casa de ópera”, bajulou The 
Guardian.
 Quase um século nos separa da concepção da 
letra do Hino Nacional Brasileiro. Ela é antiga, 
solene, infl amada, alambicada, anacrônica, 
como todas de sua espécie. Custamos a nos 
acostumar com ela. Suas anástrofes e seus 
cacófatos até hoje aturdem as crianças. Passei 
um bom tempo de minha infância sem atinar 
para o sentido de alguns versos e acreditando 
que a nossa terra era “margarida”, e não “mais 
garrida”. Por uma deformação mental qualquer 
– ou,quem sabe, condicionado por outros hinos 
e por fatos de nossa nada incruenta história –, 
vivia a cantar “paz no futuro e guerra (em vez 
de ‘glória’) no passado”.
 Encontrei uma versão em que tiraram o berço 
o gigante eternamente deitado: “Erguido 
virilmente em solo esplêndido / Entre as ondas 
do mar e o céu profundo”. Prefi ro os versos 
originais. Não por convicções ideológicas, mas 
por uma questão de métrica, de eufonia e um 
pouco por desconfi ar que sempre vivemos 
deitados em berço esplêndido, dormindo mais 
do que deveríamos.
(Adaptado de: AUGUSTO, Sérgio. Bravo! ano 5, n. 59.)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL22 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
fundo. Por um lado, há a vontade de defender 
o que, desde sempre, constitui uma espécie 
de essência: a devoção, a fi delidade exclusiva 
à tribo; por outro, há a sedução da Alemanha, 
para onde já fora o amigo. Qual é a força dessa 
sedução? Será que está apenas na abundância 
de bugiganga?
 Ultimamente, tem-se levantado o __________ 
da retomada do confl ito entre o Islã e a 
cristandade. Mas o confl ito de hoje não é 
o mesmo que assolou a Idade Média, pois 
a cristandade está diluída na modernidade. 
O confl ito de hoje não é entre duas culturas, 
cada uma exclusiva, mas entre uma cultura 
tradicional, que se sustenta na exclusão (dos 
infi éis, por exemplo), e a modernidade, que 
idealiza a inclusão de todos.
 Abdul, dividido entre a fi delidade tribal e a 
sedução de uma cultura distinta, mas que 
poderia incluí-lo, já é nosso semelhante. Sua 
contradição não é muito diferente da nossa, 
cotidiana, entre a nostalgia de algum tipo de 
pátria e a ambição de reconhecer a humanidade 
como nossa única tribo.
 (Adaptado de: CALLIGARIS, C. Um amigo na Alemanha. Folha 
de S.Paulo, 6 dez. 2001.)
13. Considere as seguintes afi rmações sobre a 
formação de palavras do texto:
 I. As palavras “contradição” e “tradicional” 
contêm a mesma raiz.
 II. As palavras “exclusão” e “inclusão” contêm 
prefi xos que são antônimos.
 III. As palavras “infi éis” e “fi delidade” têm a 
mesma raiz.
 Quais estão corretas? Resposta: D
 (A) Apenas I.
 (B) Apenas II.
 (C) Apenas III.
 (D) Apenas II e III.
 (E) I, II e III.
12. Considere as seguintes afi rmações sobre a 
formação de palavras do texto:
 I.O prefi xo contido na palavra invencível é o 
mesmo que se encontra, em formas variantes, 
nas palavras inferir, irromper e irrigar.
 II.A palavra hipérboles contém o mesmo 
prefi xo que a palavra hipermercado.
 III.As palavras melodioso (linha 08) e melódica 
são adjetivos derivados de um mesmo 
substantivo, como o é também a palavra 
melodista.
 
 Quais estão corretas? Resposta: D
 (A) Apenas I.
 (B) Apenas II.
 (C) Apenas III.
 (D) Apenas I e II.
 (E) Apenas II e III.
 (UFRGS-RS) Ao tomarem Cunduz, no 
Afeganistão, os homens de Aliança do Norte 
encontraram um soldado do Taleban, Abdul 
Hadid, sentado na calçada, baleado, tremendo 
de choque; com as roupas __________ de 
sangue. No pequeno grupo hostil e __________ 
que se formou ao seu redor, Abdul percebeu 
que havia dois jornalistas ocidentais, as únicas 
caras, provavelmente, a mostrarem compaixão. 
Endereçou a eles seu único (e último?) pedido 
de ajuda da seguinte maneira: “Tenho um 
amigo na Alemanha”. Depois disso, foi levado 
embora - ofi cialmente, para um hospital.
 É como se Abdul dissesse aos que podiam 
entendê-lo, ou seja, aos ocidentais presentes: 
não sou “todo” daqui, minha tribo não resume 
inteiramente minha humanidade. Na hora de 
morrer por causa de uma diferença étnica, ele 
invocou um mundo em que, em princípio, tribos 
e crenças não seriam condições de cidadania.
 Não acredito que a frase de Abdul fosse uma 
__________ oportunista. É mais provável que 
ela manifestasse uma dolorosa contradição de 
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 23
 (PUC-Rio)
14. Classifi que como verdadeira (V) ou falsa (F) cada 
uma das afi rmações abaixo sobre a estrutura 
mórfi ca das palavras:
 I. O elemento “i” grifado em “decidir” é do 
mesmo tipo que aquele grifado em “felicidade”.
 II. As palavras “fi caram” e “deram” apresentam 
desinências modo-temporais que podem ser 
usadas em dois tempos verbais diferentes.
 III. “Indenização” e “abandonada” são palavras 
formadas a partir de substantivos.
 IV. No texto, a palavra “comprado” (l. 36) 
tem as mesmas possibilidades de fl exão que 
“abandonada” (l. 1).
 V. Os sufi xos de “motorista” e “costureira” 
apresentam o mesmo valor semântico.
 (A) F – F – V – V – F Resposta: B
 (B) F – V – F – F – V
 (C) V – F – V – F – V
 (D) V – V – V – F – F
 (E) V – F – F – F – V
 (UFSCar-SP) Sob a óptica do senso comum, 
conhecimento tem a ver com familiaridade. 
O conhecido, diz a linguagem comum, é o 
familiar. Se você está acostumado com alguma 
coisa, se você lida e se relaciona habitualmente 
com ela, então você pode dizer que a conhece. 
O desconhecido, por oposição, é o estranho.
 O grau de conhecimento, nessa perspectiva, é 
função do grau de familiaridade: quanto mais 
familiar, mais conhecido. Daí a fórmula: “eu sei = 
estou familiarizado com isso como algo certo”.
 Mas se o objetorevela alguma anormalidade, se 
ele ganha um aspecto distinto ou se comporta de 
modo diferente daquele a que estou habituado, 
perco a segurança que tinha e percebo que não o 
conhecia tão bem quanto imaginava. Urge domá-
lo, reapaziguar a imaginação. Ao reajustar minha 
expectativa e ao familiarizar-me com o novo 
aspecto ou o novo comportamento, recupero a 
sensação de conhecê-lo.
 Sob a ótica da abordagem científi ca, contudo, 
a familiaridade é não só falha como critério 
de conhecimento como ela é inimiga do 
esforço de conhecer. A sensação subjetiva 
de conhecimento associada à familiaridade é 
ilusória e inibidora da curiosidade interrogante 
de onde brota o saber. O familiar não tem 
o dom de se tornar conhecido só porque 
estamos habituados a ele. Aquilo a que 
estamos acostumados, ao contrário, revela-
se com frequência o mais difícil de conhecer 
verdadeiramente.
(Eduardo Giannetti, Autoengano, p. 72.)
15. Assinale a alternativa em que há palavras que 
apresentam o mesmo processo de derivação 
das palavras destacadas no trecho a seguir: . . . 
conhecimento tem a ver com familiaridade. 
 (A) É fatal fi carmos tristes diante daquilo que 
é efêmero. Resposta: C
 (B) Uma bela face humana vai um dia fi car 
velha e menos bela.
 (C) Mas a transitoriedade lhe empresta 
renovado encantamento.
 (D) Uma fl or que dura apenas uma noite não 
parece menos bela.
 (E) Uma bela obra de arte não tem limitação 
de tempo ou espaço.
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL24 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
 (UEMS) 
18. No segundo texto “Hino ao sono”, as palavras 
sem – pequena – noite – cada apresentam, 
respectivamente, a seguinte classifi cação 
morfológica: Resposta: B
 (A) artigo – substantivo – adjetivo – numeral;
 (B) preposição – adjetivo – substantivo – 
pronome indefi nido;
 (C) preposição – substantivo – substantivo – 
verbo;
 (D) conjunção coordenativa – substantivo – 
adjetivo – advérbio;
 (E) numeral – adjetivo – adjetivo – pronome 
pessoal.
 (ITA-SP) Durante a Copa do Mundo deste ano 
[2002], foi veiculada, em programa esportivo 
de uma emissora de TV, a notícia de que um 
apostador inglês acertou o resultado de uma 
partida, porque seguiu os prognósticos de seu 
burro de estimação. Um dos comentaristas 
fez, então, a seguinte observação: “Já vi muito 
comentarista burro, mas burro comentarista é 
a primeira vez”.
 Percebe-se que a classe gramatical das 
palavras se altera em função da ordem que elas 
assumem na expressão.
19. Assinale a alternativa em que isso não ocorre:
 (A) obra grandiosa; Resposta: A
 (B) jovem estudante;
 (C) brasileiro trabalhador;
 (D) velho chinês;
 (E) fanático religioso.
 (UEL-modifi cado-PR) “Modesto, pintado de um 
controverso verde e com a fachada em forma de 
ondas, o edifício Ypiranga seria mais uma brava 
reminiscência da década de 50 em Copacabana, 
na Zona Sul carioca, caso não abrigasse o 
famoso escritório de Oscar Niemeyer. Para se 
chegar à toca do Arquiteto do Século é preciso 
sair do elevador no nono andar e subir uma 
escadinha meio rocambolesca, improvável em 
projetos arquitetônicos de hoje. Despojado de 
qualquer sofi sticação ou modismo, o escritório 
é uma lufada de bom gosto, todo branco, com 
janelões de vidro que emolduram o mar azul. 
Nas paredes, a marca do dono: retas e curvas 
em total liberdade a formar desenhos e pilares 
fi losófi cos (...).”
 (LOBATO, Eliane. Isto É, 16 out. 2002. p. 7.)
16. Os adjetivos “controverso”, “brava” e 
“rocambolesca” utilizados no texto para 
caracterizar “verde”, “reminiscência” e 
“escadinha” podem ser entendidos, 
respectivamente, como: Resposta: C
 (A) escuro, constante e estreita.
 (B) agressivo, desfeita e de metal.
 (C) discutível, resistente e espiralada.
 (D) espalhafatoso, agradável e íngreme.
 (E) sombrio, agressiva e fora de moda.
 (PUC-RS) Das utopias
 01 Se as coisas são inatingíveis... ora!
 02 Não é motivo para não querê-las...
 03 Que tristes os caminhos, se não fora
 04 A presença distante das estrelas!
 Mário Quintana
17. Assinale a alternativa em que as duas palavras 
pertencem à mesma classe gramatical:
 (A) Coisas / inatingíveis (linhas 01 e 01);
 (B) Que / para (linhas 03 e 02); Resposta: E
 (C) Para / ora (linhas 02 e 01);
 (D) Tristes / fora (linhas 03 e 03);
 (E) Coisas / estrelas (linhas 01 e 04). 
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 25
tanto. De que serve você brilhar na sua profi ssão, 
vencendo um monte de obstáculos, se, do alto dos 
seus saberes, você é derrotado pela caixinha de 
iogurte, cuja única orelhinha, como a de Van Gogh, 
você extirpou na tentativa de sorver a delícia descrita 
em cores vivas no plástico? Você manda a orelhinha 
arrebentada para a fi lha do fabricante como prova do 
incontido amor que você tem pela própria empresa? 
Meu Deus, a nossa primeira embalagem, a 
placenta que nos embrulhou na vinda pra cá, já não 
era lá essas coisas. Talvez seja para compensar que 
enfeitamos tanto os mortos. Que o caixão, nosso 
derradeiro pacote, que nos levará deste para outro 
mundo, sobre o qual temos muita curiosidade 
mas nenhuma pressa de ir, resista àqueles últimos 
amigos que nos haverão de carregar para a nossa 
última morada e também nosso último cacófato.
Já pensou se o fundo desprega e você cai 
no meio do corredorzinho do cemitério ou diante do 
altar, onde a tua alma acabou de ser encomendada? 
O velho São Pedro, experiente, ranzinza e com a 
estabilidade no emprego há quase dois milênios, 
aceitará em embalagem assim esculhambada?
20. Assinale a alternativa em que a expressão 
grifada não tem valor adjetivo: Resposta: C
 (A) “aquele instrumento de suplício” (linhas 
19-20)
 (B) “levanta com o pé direito” (linha 23)
 (C) “a parte que tem a lâmina” (linhas 25 e 
26)
 (D) “pois é um homem de fé” (linha 35)
 (E) “uma Constituição modesta e de 
verdade” (linhas 44-45)
 (UEMS) “Primeiro, não pude acreditar, Quem 
teria batizado a pobre criança sob tão lamentável 
inspiração? Mas era verdade. Eu me espantei com 
esse nome de mau gosto, quase um insulto.”
21. As palavras em negrito, no parágrafo acima, 
classifi cam-se do ponto de vista morfológico, 
respectivamente, como: Resposta: A
 (A) numeral ordinal – pronome interrogativo – 
adjetivo – preposição essencial – adjetivo
 (B) numeral cardinal – pronome possessivo 
– substantivo – preposição acidental – 
advérbio
 (C) pronome demonstrativo – advérbio – 
substantivo – conjunção coordenativa – 
adjetivo
 (D) advérbio de tempo – pronome pessoal 
– substantivo – advérbio de lugar – 
substantivo
 (E) substantivo – pronome indefi nido – 
substantivo – preposição acidental – 
advérbio
A PLACENTA E O CAIXÃO
Quem de nós já não se irritou com algum tipo 
de embalagem?
É de manhã, o astro-rei espalha seus 
primeiros raios fúlgidos sobre a parte que lhe cabe 
da pátria, o torrão em que vivem você e a família que 
você preside, a célula-mater da sociedade, e seu dia 
já está todo atrapalhado, nem bem começou. Ah, 
escritores românticos! Como ignorastes o cotidiano 
das pessoas numa sociedade que se industrializou 
deste modo.
Na verdade, seus atrapalhos começaram a 
acordar. Tendo sobrevivido aos barulhos noturnos, 
aquela gente sempre volta do bar de madrugada 
e sempre tem dinheiro pra lá voltar e beber mais, 
enquanto você precisa descansar para trabalhar no 
dia seguinte, sendo para você um mistério mais 
profundo do que o da Santíssima Trindade como 
é que esta gente ganha sem trabalhar, você dá 
um pequeno tapa no rádio-relógiopara que aquele 
instrumento de suplício pare de bombardear seu 
ouvido com aquele zuem-zuem-zuem, bip-bip-bip, 
nheco-nheco-nheco.
Você, enfi m, levanta com o pé direito, 
supersticioso que é. Mas como tirar o aparelho de 
barbear daquele bunker em que puseram a parte que 
tem lâmina? Está escrito descartável. Descartável 
para quem? Mais fácil os aliados destruírem o 
esconderijo do Hitler na Segunda Guerra Mundial do 
que você arrebentar o invólucro onde a gilete está 
escondida.
Feita a barba, você se sente glorioso: 
sobreviveu e está com a cara limpa. Mas daí a toalha 
daquela poderosa indústria têxtil que proclamou suas 
vantagens na televisão — você bem que , outra vez, 
acreditou, pois é um homem de fé e acredita em 
todos eles — com a qual você acaba de enxugar o 
rosto, deixa aqueles ridículos fi apos sobre a tua face 
de brasileiro envergonhado da tecnologia nacional. 
Sim, é verdade que temos carros luxuosos, 
máquinas sofi sticadas e um arsenal de leis 
impressionante, sendo esta Constituição uma das 
mais prolixas do mundo. Mas você pensa que os 
constituintes, que tabelaram de mentirinha os juros 
a 12% ao ano, poderiam fazer uma Constituição 
modesta e de verdade incrustando artigos que 
melhorassem o cotidiano dos cidadãos? Por 
exemplo: a tampa do dentifrício há de ser menor do 
que o buraco da circunferência da pia? E como ser 
feliz se a tampa, como a felicidade, nunca está onde 
nós a pusemos e sempre cai onde não queremos?
Se não nos é permitido sonhar com uma 
sociedade cuja Constituição garanta que todos 
sejam iguais perante a lei, que pelo menos seja 
lícito exigir que as embalagens não nos façam sofrer 
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
 (FGV-RJ) Texto para as questões 20 e 21:
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL26 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
 Texto II
1
2
3
4
5
Gosto de cachorros, mas tratá-los como filhos é demais. Há tantas 
crianças nas ruas e nos orfanatos - e as pessoas preocupadas 
com futilidades. Não consigo entender isso. Deveriam levar o 
carinho, o amor e o dinheiro gasto com um cachorro para uma 
criança carente.
DANIEL ROSSO, CRICIÚMA, SC
(Revista Superinteressante, Abril de 2009, pág. 08z
22. Analise as seguintes afi rmativas sobre o 
emprego do pronome demonstrativo.
 I. O pronome “essa” (texto I, linha 4) retoma 
o substantivo “noia”.
 II. O pronome “isso” (texto II, linha 3) resume 
o que foi dito anteriormente.
 III. O pronome “isso” (texto II, linha 3) refere-
-se a “Deveriam levar o carinho, o amor 
e o dinheiro gasto com um cachorro para 
uma criança carente”.
 IV. O pronome “essa” (texto I, linha 4) refere-
-se ao substantivo “noia”.
 V. Tanto “essa” (texto I, linha 4), quanto “isso” 
(texto II, linha 3) retomam referentes no 
texto.
 Assinale a opção que contém afi rmativas 
corretas. Resposta: B
 (A) II – V (B) II – IV (C) I – III
 (D) III – IV (E) I – V
23. (UEPG-PR) Assinale o que for correto, no que 
se refere ao emprego do pronome relativo.
 (01) É muito valiosa a amizade das pessoas 
que confi amos.
 (02) Mande-me a conta a que ela se refere.
 (04) A rua a que nos dirigimos está alagada.
 (08) Chame o fotógrafo a cuja exposição fazem 
referência.
 (16) Esta é a pessoa a quem ofereceram 
propina.
 Soma: 30 (02+04+08+16)
 (Cefet-RS) FAÇA O BEM SEM OLHAR A 
QUEM
 Terezinha Pasqualotto - Jornalista e licenciada em Filosofi a – Obra 
em prelo, 2008.
 Faça o bem sem olhar a quem. Eu me criei 
ouvindo esta frase. Dentro deste espírito, quero 
propor um ato de amor e de solidariedade. Quero 
propor que você seja um doador de órgãos, já 
que nem eu e nem você, caro leitor, fi caremos 
para semente. Será um gesto de bondade que, 
se não garantir uma cadeira no céu ou a redenção 
dos pecadilhos, proporcionará um sentimento de 
satisfação, que só o desprendimento e a caridade 
podem propiciar, na certeza de que alguém fará 
uso de algo que já não nos servirá mais.
 Para ser um doador não é preciso deixar nada 
escrito, basta avisar à família. Se a consciência 
sobre a importância da doação se multiplicar, 
poderemos possibilitar cenas como estas: Maria 
apaixonada pelo Marcos com o coração da 
Priscila. João lendo notícias, por causa da córnea 
da Lúcia, com a qual ele voltou a enxergar. A 
Cristina bebendo uma cervejinha gelada com o 
fígado do Pedro. A Karen comendo saborosos 
docinhos com o pâncreas da Neuza. O rim 
poderá ir para o Felipe, aquele fi lho da vizinha que 
há anos espera na fi la, lembra? 
 Os órgãos da menina Eloá, falecida recentemente, 
foram doados a sete pessoas. Sete pessoas 
que serão eternamente gratas à Eloá e à família 
dela. Sete pessoas que voltaram a ter vida, a ter 
sonhos e a ter esperanças. Hoje, mais do que 
nunca, todos vivenciam um tempo em que são 
acometidos pela dor de uma perda insuperável, 
e a doação de órgãos pode trazer maior alento 
do que apenas rezar missas e colocar fl ores. É 
o ato de fé mais signifi cativo para manter viva 
aquela pessoa entre nós. Aí poderemos afi rmar: 
morreu coisa nenhuma. Está doando vida a 
outro ser humano. É uma ressurreição possível 
e real, que sai das páginas da Bíblia e vira milagre 
testemunhado por todos nós.
 Nenhum de nós quer morrer, nenhum de nós 
quer perder ninguém, nenhum de nós quer, 
nem mesmo, comentar tal assunto. Antes de 
prosseguir com o seu dia a dia, aparentemente 
inabalável, expresse, inúmeras vezes e com 
ênfase, sua vontade de viver até os 90 ou 100 
anos (amém) e, caso o destino seja mais rápido 
no gatilho, isto é, passar desta para outra, você 
sobreviverá através do corpo de outra pessoa. Não 
é um assunto mórbido. Estamos comentando 
sobre esperança. Doe-se em vida e depois dela. 
24. Em qual alternativa a palavra “que” não 
funciona como pronome? Resposta: C
 (A) Sete pessoas que serão eternamente 
gratas à Eloá e à família dela.
 (B) O rim poderá ir para o Filipe, aquele fi lho da 
vizinha que há anos espera na fi la, lembra? 
 (C) Quero propor que você seja um doador de 
órgãos.
 (D) [...] todos vivenciam um tempo em que 
são acometidos pela dor de uma perda 
insuperável.
(FURG-RS) É certo tratar cães como 
humanos? 
 Texto I
1
2
3
4
5
Com o meu dog, meu amado samoiedo Theodoro, faço o que 
quiser. Nem quero saber se ele gosta de ser chamado de filho, ou 
se gosta que eu o persiga o tempo todo pedindo abraços e beijos. 
Só o ser humano tem essa noia de querer recionalizar as coisas 
desse jeito.
ANA ROSA, NO SITE.
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A 27
 (UFSCar-SP) A FLOR E A NÁUSEA
 Carlos Drummond de Andrade
 Preso à minha classe e algumas roupas,
 vou de branco pela rua cinzenta.
 Melancolias, mercadorias espreitam-me.
 Devo seguir até o enjoo?
 Posso, sem armas, revoltar-me?
 (...)
 Uma fl or nasceu na rua!
 Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço 
do tráfego.
 Uma fl or ainda desbotada
 ilude a polícia, rompe o asfalto.
 Façam completo silêncio, paralisem os negó-
cios, garanto que uma fl or nasceu.
 (...)
 Observe os versos:
 Façam completo silêncio, paralisem os negó-
cios, garanto que uma fl or nasceu.
25. O poeta pede que façam completo silêncio. Se 
na última frase fosse explicitado o pronome, 
retomando a quem o poeta se refere, ela 
assumiria a seguinte redação: Resposta: A
 (A) Garanto-lhes que uma fl or nasceu.
 (B) Garanto-vos que uma fl or nasceu.
 (C) Garanto-os que uma fl or nasceu.
 (D) Garanto-te que uma fl or nasceu.
 (E) Garanto-lheque uma fl or nasceu.
26. (UEPG-PR) Assinale as alternativas em que o 
emprego dos pronomes pessoais não causa 
ambiguidade:
 (01) Preciso ser sincero contigo, não há mais 
nada entre mim e ti.
 (02) Márcia ligou imediatamente para a irmã 
quando soube que ela havia passado no 
vestibular.
 (04) Nós nunca nos esqueceremos de que 
você a criticou duramente.
 (08) Em sua conversa com o pai, o rapaz fez 
questão de lembrar que o vizinho já o havia 
chamado de vagabundo várias vezes.
 (16) Vou contar-lhe o que aconteceu, pois 
confi o muito em você.
 Soma: 
27. (Fuvest-SP) Considere a validade das 
afi rmações sobre o enunciado “cartas que não 
se escrevem”. Resposta: D
 I. O termo que retoma o seu antecedente, 
introduzindo uma oração que tem o valor de 
um modifi cador desse mesmo antecedente.
 II. O termo que é agente e paciente do processo 
expresso pelo verbo escrever.
 III. O enunciado não determina qual é o agente 
do processo expresso pelo verbo escrever.
 a) Apenas a afi rmação I está correta.
 b) Apenas a afi rmação II está correta.
 c) Apenas as afi rmações II e III estão corretas.
 d) Apenas as afi rmações I e III estão corretas.
 e) Todas as três afi rmações estão corretas.
 (UEL-PR) “Se fosse escrita hoje, a história dos 
três porquinhos terminaria com o Lobo Mau 
empunhando uma pistola. Fôlego não seria 
necessário. Bastaria uma boa estratégia (e 
munição) para entrar pela porta da frente da 
casa de tijolos. A fábula do século 19 se mantém 
atual ao dar a medida de como o crime supera 
recursos desenvolvidos exatamente para 
combatê-lo. Primeiro, a palha; depois, a madeira; 
depois, a lvenaria. A tecnologia defi nitivamente 
não faz sucesso, senão imediato; os sopros da 
violência estarão sempre em dia com a última 
novidade. [...] É consenso entre urbanistas e 
arquitetos do mundo inteiro: muros que cercam 
casas e prédios, munidos ou não de cercas 
elétricas, e especialmente aqueles que são 
voltados para a calçada guardam contradições 
diversas dos tempos modernos. Tudo o que 
representam e tentam preservar – segurança, 
privacidade, delimitação de espaço – cai por 
terra quando sua função é invertida. Em vez 
de proteger quem está do lado de dentro, 
acreditam os especialistas, acabam isolando 
os moradores e, consequentemente, também 
eventuais invasores. Além de transformar a rua 
em território de ninguém.[...]”.
 (FIORATTI, G. Contra a parede. Disponível em: www1.folha.
uol.com.br/fsp/cotidian/ff0710200722.htm. Acesso em: 07 out. 
2007.)
5 (01+05)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL28 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa A
28. Em relação ao uso do tempo nos verbos 
sublinhados do primeiro período do texto: “Se 
fosse escrita hoje, a história dos três porquinhos 
terminaria com o Lobo Mau empunhando uma 
pistola. Fôlego não seria necessário. Bastaria 
uma boa estratégia (e munição) para entrar pela 
porta da frente da casa de tijolos”, é correto 
afi rmar que a ação verbal é descrita Resposta: A 
 (A) no futuro do pretérito porque este tempo 
pode ocorrer em enunciados hipotéticos ou 
contrafactuais.
 (B) no pretérito imperfeito porque o enunciado 
designa um fato passado, mas não concluído.
 (C) no pretérito mais-que-perfeito, pois denota 
um fato situado vagamente no passado 
relativamente ao momento da enunciação.
 (D) no pretérito perfeito: indica uma ação que 
ocorreu antes de outra ação já passada ou 
fato passado relativamente ao momento da 
enunciação.
 (E) no futuro do indicativo já que indica a 
posterioridade do intervalo de tempo entre 
as duas ações descritas.
29. (UEL-PR) Analise o período: “Antes de 
embrenhar-se na terceira reforma ortográfi ca 
em menos de um século (já houve outras em 
1943 e 1971), é preciso ao menos ter certeza 
de que Portugal irá segui-la, (...).”
 Assinale a alternativa que substitui corretamente 
a forma verbal sublinhada. Resposta: C
 (A) Existiu.
 (B) Houveram.
 (C) Existiram.
 (D) Haveriam.
 (E) Existiria.
 
 (UEPG-PR) Para ser grande, sê inteiro: nada
 Teu exagera ou exclui.
 Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
 No mínimo que fazes.
 Assim em cada lago a lua toda
 Brilha porque alta vive.
(Fernando Pessoa. Odes de Ricardo Reis)
30. Sobre a fl exão dos verbos para a terceira pessoa 
do singular, assinale o que for correto.
 (01) Façais (fazes – 4º verso).
 (02) Ponha; seja (põe; és – 3º verso).
 (04) Seja (sê – 1º e 3º versos).
 (08) Sede (sê – 3º verso).
 (16) Exagere; exclua (2º verso).
 Soma: 
31. (UFPR) Considere as seguintes formas verbais:
 1. havia recebido
 2. tinha recebido
 3. estava recebendo
 4. iria estar recebendo
 Na frase “Todas as notícias daquele dia foram 
redigidas a partir dos documentos que a direção 
do jornal recebera do ministério público”, a 
forma verbal grifada pode ser substituída, 
mantendo-se a relação de sentido temporal e 
sem prejuízo à obediência à língua culta, por:
 (A) 4 apenas. Resposta: E
 (B) 1, 2 e 3 apenas.
 (C) 3 e 4 apenas.
 (D) 1 e 4 apenas.
 (E) 1 e 2 apenas.
 (UEL-PR) 
 – Eu vinha vindo para cá. Eu vinha vindo meio 
tonta, como sempre fi co, assim meio tonta, 
meio aérea quando durmo tanto. E nem durmo, 
é mais uma coisa que parece assim. Que nem, 
sei lá. Foi numa dessas barraquinhas de frutas 
que eu vi. Eu vinha de cabeça baixa, umas 
ameixas tão vermelhas. Eu vinha pensando 
numa porção de coisas quando. 
 – Que coisas? 
 – Que coisas o quê? 
 – As que você vinha pensando.
 – Ah. Ela acende outro cigarro. Do lado certo. 
 – Sei lá, que eu ando. Muito triste. Uma merda, 
tudo isso. Mas não importa, não me interrompa 
agora. Deixa eu falar, por favor, deixa eu falar. 
Tem uma coisa dentro de mim que continua 
dormindo quando eu acordo, lá longe de mim. 
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 – Traga fundo. E solta a fumaça quase sem 
respirar. – Foi então que vi aquelas ameixas e 
achei tão bonitas e tão vermelhas que pedi um 
quilo e era minha última grana certo porque 
meus pais não me dão nada e daí eu pensei 
assim se comprar essas ameixas agora vou ter 
que voltar a pé para casa mas que importa volto 
a pé mesmo pode ser até que acorde um pouco 
e aquela coisa lá longe volte pra perto de mim 
e então eu vinha caminhando devagarinho as 
ameixas eu não conseguia parar de comer sabe 
já tinha comido acho que umas seis estava toda 
melada quando dobrei a esquina aqui da rua e ia 
saindo um caixão de defunto do sobrado amarelo 
na esquina certo acho que era um caixão cheio 
quer dizer com defunto dentro porque ia saindo 
e não entrando certo e foi bem na hora que eu 
dobrei não deu tempo de parar nem de desviar 
daí então eu tropecei no caixão e as ameixas 
todas caíram assim paf! na calçada e foi aí que 
eu reparei naquelas pessoas todas de preto e 
óculos escuros e lenços no nariz e uma porrada 
de coroas de fl ores devia ser um defunto muito 
rico certo e aquele carro fúnebre ali parado e só 
aí eu entendi que era um velório. Quer dizer, um 
enterro. O velório é antes,certo? 
 – É – confi rmo. – O velório é antes. 
 (ABREU, C. F. Pera, Uva, Maçã?. In: ABREU, C. F. Morangos 
Mofados. 4 ed. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 99-100). 
32. Considerando o emprego do pretérito perfeito 
e do pretérito imperfeito no trecho do conto, é 
correto afi rmar.
 I. O pretérito perfeito é empregado na narração 
da experiência da recente viúva.
 II. Para assinalar os sentimentos da personagem 
feminina, o autor fez uso do pretérito perfeito.
 III. O predomínio do imperfeito sobre o 
perfeito

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