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Enzimas, com casos clínicos. Amilase; Lipase; LDH e CK

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ENZIMAS
AMILASE E LIPASE:
São enzimas da classe das hidrolases (enzimas que promovem a cisão do material orgânico através da água).
A amilase, que atua extracelularmente para clivar o amido e o glicogênio ingeridos na dieta, é secretada, principalmente, pelas glândulas salivares (forma S) e pelas células acinares do pâncreas (forma P) e é secretada no trato intestinal por meio do ducto pancreático. As glândulas salivares secretam a amilase que inicia a hidrólise do amido presente nos alimentos na boca e no esôfago. No intestino, a ação da amilase pancreática é favorecida pelo meio alcalino presente no duodeno. 
A atividade amilásica é também encontrada no sêmen, nos testículos, nos ovários, nas tubas uterinas, no músculo estriado, nos pulmões, na tireoide, na amígdala, no leite, no colostro, no suor, nas lágrimas e no tecido adiposo. 
A enzima tem massa molecular entre 54 e 62 kDa, sendo facilmente filtrada pelo glomérulo renal. É a única enzima encontrada comumente na urina.
As amilases podem ser divididas em duas categorias quanto ao seu modelo de ação: as endoamilases e as exoamilases. As endoamilases hidrolisam as ligações glicosídicas ao acaso no interior da molécula de amido liberando oligossacarídeos e as exoamilases hidrolisam, sucessivamente, as ligações glicosídicas a partir da extremidade não redutora da molécula, liberando glicose ou maltose.
A Lipase tem como função biológica catalisar a hidrólise de longas cadeias de triacilglicerídeos (TAG’s) formando ácidos graxos e glicerol. Realizam também a esterificação, que é a síntese reversa a partir de longas cadeias de ácidos graxos e glicerol, ou seja, transformam-se em triacilglicerídeos. 
Ambas enzimas estão ligadas a diagnóstico de distúrbios pancreáticos. 
Valores de referência:
	Amilase
	Soro 28 a 100 U/L
Urina 1 a 17 I/L
	Lipase
	Adulto <38 U/L
Caso clínico: 
Um homem de 56 anos com longo histórico de uso abusivo de álcool apresenta dor abdominal central, perda de peso, diarreia e náuseas. Análise laboratorial revelou elevação da atividade da amilase no soro e aumento da atividade da lipase. 
Pancreatite Aguda
Doença grave e potencialmente ameaçadora, causada por cálculos biliares que bloqueiam o ducto pancreático ou por uso abusivo de álcool. Os pacientes apresentam dor abdominal grave, náuseas e vômitos. O marcador químico mais importante da pancreatite é o aumento da atividade enzimática da amilase e lipase. Após o início da inflamação pancreática, já nas primeiras horas, a amilase e a lipase sérica elevam-se. Após o ataque, a amilase sérica reduz-se mais rapidamente que a lipase, e retorna à normalidade dentro de 24 h; a elevação persistente da amilase é indício de complicação, como abscesso e pseudocisto. Em alguns pacientes, em que a pancreatite é letal, a amilase pode estar normal, provavelmente, pela grande destruição glandular. A lipase é o melhor indicador de pancreatite em pacientes que são vistos vários dias após o início da crise pancreática.
Não há tratamento específico para o processo inflamatório, que impeça a progressão da doença. Assim, o tratamento, na fase inicial, é clínico e sintomático. A cirurgia é indicada para resolver algumas condições associadas, com o objetivo de prevenir novos episódios e tratar as complicações locais (necrose infectada, abscessos, fístulas e pseudocistos). As complicações da PA podem ser decorrentes da toxicidade sistêmica, associadas à falência de múltiplos órgãos, ou podem refletir os eventos patológicos, confinados ao pâncreas e aos tecidos peripancreáticos. Uma classificação temporal, em complicações de natureza precoce, intermediária e tardia, pode auxiliar na abordagem terapêutica.
LACTATO-DESIDROGENASE (LDH) E CREATINOQUINASE (CK):
A lactato-desidrogenase é uma enzima da classe das oxidorredutases que catalisa a oxidação reversível do lactato a piruvato, em presença da coenzima NAD+, que atua como doador ou aceptor de hidrogênio. 
A LDH está presente no citoplasma de todas as células do organismo, sendo rica no miocárdio, no fígado, no músculo esquelético, nos rins e nos eritrócitos. Os níveis teciduais de LDH são, aproximadamente, 500 vezes maiores do que os encontrados no soro. Desse modo, as lesões naqueles tecidos provocam elevações plasmáticas significativas dessa enzima.
Devido à presença da lactato-desidrogenase em vários tecidos, aumentos dos teores séricos da mesma é um achado inespecífico. É possível obter informações de maior significado clínico pela separação da LD em suas cinco frações isoenzimáticas. As isoenzimas de LD são designadas de acordo com sua mobilidade eletroforética.
Diferentes isoenzimas LDH são encontradas em diferentes órgãos. Assim um exame de isotipos permite ter uma ideia de quais células estão se rompendo. As áreas de maior concentração para cada tipo de isoenzima são:
LDH-1: Coração e glóbulos vermelhos
LDH-2: Glóbulos brancos
LDH-3: Pulmões
LDH-4: Rins, placenta e pâncreas
LDH-5: Fígado e músculo esquelético
Devido à distribuição em todos os tecidos, a elevação da LD sérica ocorre em várias condições, incluindo infarto do miocárdio, hemólise e desordens do fígado, dos rins, dos pulmões e dos músculos.
A creatinoquinase catalisa a fosforilação reversível da creatina pela adenosina-trifosfato (ATP) com a formação da creatina-fosfato. Fisiologicamente, quando o músculo contrai, a ATP é convertida em adenosina-difosfato (ADP) e a CK catalisa a refosforilação da ADP em ATP utilizando a creatina-fosfato. Logo, a CK está associada à geração de ATP nos sistemas contráteis ou de transporte. 
A função predominante da enzima ocorre nas células musculares, onde está envolvida no armazenamento de cratina-fosfato. A CK está amplamente distribuída nos tecidos, com atividades mais elevadas no músculo esquelético, no cérebro e no tecido cardíaco.
A creatina quinase consiste de um dímero composto de duas subunidades (B ou cérebro e M ou muscular) que são separadas em três formas moleculares distintas:
· CK-BB ou CK-1 , encontrada predominantemente no cérebro. Raramente está presente no sangue.
· CK-MB ou CK-2 , forma híbrida, predominante no miocárdio.
· CK-MM ou CK-3 , predominante no músculo esquelético.
Estas três isoenzimas são encontradas no citosol ou associadas à estruturas miofibrilares. O músculo esquelético contém quase inteiramente CK-MM, com pequenas quantidades de CK-MB. A maior atividade da CK no músculo cardíaco é também atribuída a CK-MM com, aproximadamente, 20% de CK-MB. O soro normal contém ao redor de 94-100% de CK-MM. A CK-MB está confinada quase exclusivamente no tecido cardíaco. Níveis elevados de CK-MB são de grande significado diagnóstico no infarto agudo do miocárdio. Existe uma quarta forma que difere das frações anteriores, chamada CK-Mt, localizada no espaço entre as membranas internas e externas das mitocôndrias e corresponde a 15% da atividade da CK total cardíaca.
Valores de referência
	LDH
	Soro 95 a 225 U/L
Urina 42 a 98 U/L
Líquido 7 a 30 U/L
cefalorraquidiano 
	CK
	7 a 16 U/L
Caso clínico: 
Mulher de 65 anos de idade procurou a emergência com queixa de dor no peito que irradiava para o braço direito, dificuldade respiratória e tonturas, relata estar sentindo tais dores desde o dia anterior, tendo crises de aproximadamente 30 minutos. Relatou ser hipertensa. 
 Análise clínica mostrou que a concentração de LDH-1 estava maior que a de LDH-2, e aumento da atividade enzimática da CK (fração MB de CK-MB 100 U/L).
Infarto do miocárdio:
O infarto do miocárdio (IM) é o resultado do bloqueio do fluxo sanguíneo para o coração. O dano do tecido resulta na liberação de enzimas intracelulares para o sangue. Entre estas estão as enzimas glicolíticas, como a LDH; contudo, as dosagens de mioglobina, CK plasmática total e isoenzimas CK-MB são geralmente mais usadas para o diagnóstico e acompanhamento no tratamento do IM. Os níveisplasmáticos totais de CK e das isoenzimas CK-MB começam a aumentar entre 3 a 10 horas após um IM, e atingem um valor de pico até 25 vezes o valor normal após 12-30 horas; eles podem permanecer elevados por 3 a 5 dias. Os níveis de CK total podem também aumentar como resultado de dano do músculo esquelético, mas a dosagem de CK-MB oferece especificidade para o dano cardíaco. 
O tratamento é feito com medicamentos para dor e vasodilatadores, é necessário acompanhamento através de exames, pois existem diversos tipos de medicamentos. Como a paciente apresente hipertensão é necessário um cuidado maior. Além disso, e ainda mais importante é o repouso do paciente, para reduzir o trabalho cardíaco. É necessário permanência em internação com visitas restritas pelas 72 horas próximas, por ser o período crítico. Após, o paciente é encaminhado ao quarto e lentamente induzido aos primeiros movimentos, como sentar. O tempo de internação é de aproximadamente 7 dias, variando com a gravidade e possíveis complicações da doença.
Referências
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v50n2/20786
http://www.scielo.br/pdf/rbci/v17n3/v17n3a21.pdf
https://mundodababsi.wordpress.com/2012/11/11/bioqumica-clnica-principais-enzimas-e-perfil-cardaco/
DOMINICZAK, M. H.; BAYNES, J. W. Bioquímica médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
MOTTA, V. T.. Bioquímica clínica para o laboratório: princípios e interpretações. 5. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2009.
MARZOCCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2007.
http://www.scielo.br/pdf/rbti/v20n4/v20n4a08.pdf
http://www.medicinacomplementar.com.br/sdi4/sdi4-arquivos/imagens_biblioteca/PDF/enzimas_digestivas.pdf
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/94524/276691.pdf;jsessionid=43D7C3D8AFEA66D6AFB970BDB6D2C9A8?sequence=1

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