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Introdução à Psicologia e suas Abordagens

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Disciplina: Psicologia 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA .................................................................................. 2 
O SENSO COMUM ..................................................................................................... 5 
FASES E ABORDAGENS ........................................................................................... 7 
CIÊNCIA E ATITUDE CIENTÍFICA EM PSICOLOGIA .............................................. 10 
MÉTODOS DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA .............................................................. 11 
TÉCNICAS PSICOLÓGICAS .................................................................................... 12 
FÓRMULA FUNDAMENTAL DO COMPORTAMENTO ............................................ 14 
CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO ............................................................. 15 
O BEHAVIORISMO DE WATSON E SKINNER ........................................................ 16 
CONCEITOS DO BEHAVIORISMO ............................................................................... 17 
A PSICOLOGIA DE APRENDIZAGEM E INTELIGÊNCIA ........................................ 18 
OS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM ...................................................................... 18 
OS DIFERENTES ENFOQUES PARA AS APRENDIZAGENS ............................... 19 
A INTELIGÊNCIA HUMANA ........................................................................................... 20 
INTELIGÊNCIA RACIONAL (QI) .................................................................................... 20 
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL (QE) ............................................................................... 20 
INTELIGÊNCIAS MÚLTPLAS E ATITUDINAIS .......................................................... 21 
ESSÊNCIA DA APRENDIZAGEM E DA INTELIGÊNCIA ......................................... 24 
MEDINDO A INTELIGÊNCIA – OS FAMOSOS TESTES DE INTELIGÊNCIA .......... 24 
A PSICOLOGIA GESTALT ........................................................................................ 25 
A TEORIA DE CAMPO DE KURT LEWIN................................................................. 27 
O SURGIMENTO DA PSICANALISE ........................................................................ 29 
DISTURBIOS CONTEMPORÂNEOS E PREVENÇÕES POSSÍVEIS ...................... 32 
OS TRANTORNOS MENTAIS MODERNOS ........................................................ 33 
AS ORGANIZAÇÕES............................................................................................ 33 
O SURGIMENTO DA ABORDAGEM COM VYGOTSKY .......................................... 34 
PRINCIPAIS CONCEITOS .................................................................................... 34 
A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL E OS TIPOS DE AGRUPAMENTOS HUMANOS
 .................................................................................................................................. 35 
TIPOS DE GRUPOS ............................................................................................. 36 
COMO EVOLUEM OS GRUPOS DE TRABALHO ............................................... 36 
PSICOLOGIA INSTITUCIONAL E PROCESSO GRUPAL ................................... 36 
INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES E GRUPOS ................................................... 37 
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS GRUPOS NA PSICOLOGIA ..................... 38 
ASSERTIVIDADE ...................................................................................................... 39 
 
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
 
São inúmeras as situações que nos afligem no dia a dia. Marcas de um viver 
que busca, incessantemente, a tão desejada felicidade, mas que para tanto, tem de 
se defrontar com sólidas barreiras sociais, com os conflitos e com as dores das 
inevitáveis perdas inerentes à existência humana. Esse homem que sente, também 
trabalha. Ao entrar no ambiente de trabalho, esse homem não irá retirar de si e 
guardar em uma caixinha os seus sentimentos, emoções, desejos, sofrimentos etc. 
para que fiquem do lado de fora da porta da organização: 
Carlos, confuso e desanimado, teve de deixar a noiva, grávida no Brasil, e ir 
para os Estados Unidos trabalhar; Yamada sofre por ter perdido sua casa e sua mãe 
durante os tremores de terra na China; Júlia implementou um novo projeto na 
empresa que trabalhava, teve enorme sucesso, entretanto, não foi reconhecida e 
sua colega de trabalho recebeu os benefícios do processo. Rafael... Daiane... 
Pedro... Michele.... Somos todos personagens dessa enorme trama da vida. 
Casos como os citados acima nos acometem cotidianamente. Vale 
questionarmos: quais serão as consequências de tais fatalidades para a 
produtividade destes homens no ambiente de trabalho? Qual é o papel das 
organizações e gestores diante de tais situações particulares? Punir ou amparar? 
É em meio a estes contextos, de sofrimentos, angústias e questionamentos 
sobre o homem, que a ciência psicológica se edifica. Para tanto, a psicologia 
empreita pesquisas e análises a respeito da complexa natureza humana. Ela surge, 
então, visando dar respostas, e até soluções, a todo este desamparo e a esta 
fragilidade humana. 
Esta unidade introduz o conceito de psicologia e resgata um pouco da sua 
história. Explicita que a Psicologia tem suas raízes na filosofia, surgindo da 
necessidade que o homem teve de pensar-se e explicar-se a si próprio. Portanto, 
seu fundamento é a reflexão sobre o homem. Pontuam-se, ainda, nesta unidade, as 
múltiplas faces da Psicologia, seus desdobramentos em vários campos de estudos, 
bem como a sua solidificação enquanto ciência. 
A definição etimológica do termo “psicologia” constitui-se em uma junção de 
dois vocábulos gregos: “psyché” (alma, espírito, mente) e “logos” (estudo, razão, 
compreensão). Ou seja, “psico-logia” seria o estudo ou a compreensão da alma. 
A “alma” humana foi objeto de estudo dos filósofos gregos por muitos séculos 
e era entendida como uma realidade metafísica. Mas, o que seria uma realidade 
metafísica? Seria uma realidade fora do alcance dos sentidos, não passível de 
apreensão por meio da experiência – não podia ser vista ou tocada. Nós, seres 
humanos, teríamos acesso apenas às manifestações da alma, como por exemplo: o 
acesso às emoções, ao pensar, às percepções etc. 
Para os povos primitivos, as condutas e a natureza humana eram entendidas 
por meio do sobrenatural: maus espíritos, fúria dos deuses etc. Os filósofos gregos 
foram os primeiros a explicar as manifestações da natureza (inclusive o 
comportamento e a matéria humana) por meio de elementos naturais: a água, o 
fogo, o ar etc. 
Os famosos filósofos Sócrates e Platão, também trouxeram vários 
questionamentos psicológicos ao cerne da filosofia da época. O primeiro apontava a 
razão como um elemento “limite”, que separava o homem dos animais. Já Platão, 
procurava delimitar um “lugar” no corpo humano para a razão/alma. Este lugar, 
definido por ele, seria a cabeça e a medula espinhal seria o que ligaria a mente ao 
corpo. 
Aristóteles, discípulo de Platão, estudou as diferenças entre a razão, 
percepção e sensação, o que se ousou considerar um “primeiro tratado da 
psicologia”. 
Devemos nos atentar para o fato de a psicologia ter pertencido ao campo da 
filosofia por todo este tempo e apenas mais adiante começaremos a entrar em 
contato com uma psicologia científica. 
Com o Renascimento e as ideias Iluministas – marco na Idade Moderna – 
consolidam-se inúmeras ciências, em contraposição aos dogmas religiosos de 
outrora. Este período anunciou uma nova forma de organização social e econômica: 
o capitalismo. E ainda trouxe uma visão de homem antropológica, ou seja, o homem 
colocado no centro do conhecimento e do interesse social.A possibilidade do desenvolvimento e o enorme avanço das ciências e dos 
conhecimentos culminaram no que denominamos Revolução Industrial. Calcado 
nesta situação de mudanças e novos valores, o filósofo francês René Descartes 
deixou suas contribuições às ciências naturais e à psicologia. 
Descartes ficou conhecido pelo dualismo que instaurou na compreensão do 
ser-homem: dissociou o corpo da mente/alma. Ao corpo cabia um funcionamento 
similar às máquinas. Seus movimentos seriam “previsíveis, a partir do conhecimento 
de suas “peças” e relações entre elas” (BRAGHIROLLI et al, 1998). Enquanto que à 
mente cabia o conhecer, o raciocinar, o querer. Estes elementos estariam então, no 
campo da filosofia e por ser a mente uma entidade sem localização, seria 
imensurável e não observável. Suas ideias deixaram um legado enorme nos valores 
ocidentais e legitimaram teorias científicas de diversas áreas. Sua influência na 
administração clássica é inegável. Inclusive as relações patrão-empregado nas 
grandes fábricas da revolução industrial foram profundamente marcadas por esta 
leitura do homem. Ou seja, a cisão derivada dessa teoria entre o homem que produz 
e o homem que sente e pensa, passou a se reproduzir na divisão social do trabalho. 
A partir de todas as mudanças socioeconômicas e culturais, cada vez mais, a 
verdade sobre o mundo, antes ditada pela igreja, ganha os palcos científicos. Da 
mesma forma, vê-se solidificar as bases para uma nova psicologia, agora científica. 
O estudo da alma foi abandonado e as verdades absolutas impostas pelo 
cristianismo foram agora entregues à observação, experimentação, mensuração e 
verificação em prol da ciência. A psicologia passa então a se preocupar com os 
fenômenos psíquicos, passíveis de comprovação e submissão às regras científicas 
da corrente positivista. A pergunta que, possivelmente, os filósofos e antigos teóricos 
fariam é: como enquadrar a mente neste tipo de comprovação? 
A resposta estava no avanço da fisiologia, neuroanatomia e neurofisiologia. É 
nesses campos de estudo que a psicologia encontra um sustento científico e 
consolida a psicofísica. Podemos citar como referência ao estudo da psicofísica, 
Fechner e Weber em 1860, que estabeleceram a relação entre estímulo e sensação. 
Sua importância concentra-se no fato de, pela primeira vez, ser possível medir um 
fenômeno psicológico, garantindo assim o status de ciência para a psicologia (BOCK 
et al, 1997). 
A Psicometria (do grego psyké, alma e metron, medida, medição) teve seus 
primórdios datados deste período. Essa área da psicologia veio dar os fundamentos 
para validação, padronização e fidedignidade aos testes psicológicos. Galton, 
precursor dessa área da psicologia associou diversos aspectos físicos (tamanhos, 
número de repetições movimento, força, rapidez nas respostas etc.) com elementos 
psíquicos (capacidade mental, sentimentos etc.). Por isso, serviu ideologicamente ao 
recrutamento de soldados na primeira guerra mundial e marcou a introdução da 
psicologia nas indústrias. 
Vale pontuar que a psicologia acabou por se consolidar como ciência 
independente, “oficialmente”, em 1879 com a criação do primeiro laboratório de 
Psicologia na Universidade de Leipzig, na Alemanha. Wilhelm Wundt foi seu criador 
e ficou conhecido como o fundador do estruturalismo porque buscava compreender 
os estados da consciência a partir de estruturas do sistema nervoso central. Neste 
processo, a mente perdeu a autonomia e passou a ser explicável e dependente do 
sistema nervoso. 
Em contraposição, surge a psicologia funcional, criado por William James que 
se focou no funcionamento e nas funções da mente em detrimento de sua estrutura, 
ou seja, “o que fazem os homens e por que fazem?”. Para eles, as funções dos 
processos mentais seriam de adaptação do homem ao meio externo. Seria 
simplesmente uma forma de garantir a sobrevivência humana. 
 
 
O SENSO COMUM 
 
No nosso cotidiano, muitas vezes, vivenciamos a ocorrência de um manancial 
de crenças bem populares, algumas receitas psicológicas de gente que não 
frequenta o meio acadêmico, científico, mas que consegue se aproximar de algumas 
verdades, em variados meios, lançando mão de “palpites”, quase todos para “ajudar 
os outros”, ao que chamam de “melhores das intenções.” 
Será mesmo que possuímos um mix de loucura e de magia, de médicos e de 
insanos? Qual é a verdade, se é que há apenas uma verdade em tudo o que 
ouvimos, vemos, sentimos, percebemos, palpitamos, entre outras experiências dos 
viveres existenciais? De certo modo, podemos constatar certo domínio popular em 
questões usuais, nas quais o acúmulo de experiências passadas soma aprendizado 
e é passado de geração a geração. Essa é a “psicologia do senso comum”, mas que 
fique, a partir dos estudos mais intensos e interessados das Psicologias, bastante 
esclarecido que se trata apenas de uma sabedoria popular, cultural, bem diferente 
do que verão na cientificidade da Psicologia – o que a pequena história dessa 
importante ciência desvendará. 
O conhecimento espontâneo da realidade (uma visão de mundo) é bastante 
diferente da complexidade inerente e consistente da Psicologia Científica. O 
estudante necessitará munir-se de amplos conhecimentos psicológicos para poder 
discernir e não mais cometer o erro do leigo, mesmo que este seja revelador, como 
muitas vezes pode mesmo ser (sabedorias populares). 
Todo senso comum é simplista, reducionista e jamais revelador de 
vicissitudes reais, nos campos das subjetividades e objetividades, as quais são 
necessariamente focadas pela Psicologia Científica, considerando-se múltiplos 
fatores (determinantes e/ou não). Nem mesmo o avanço científico é capaz de 
esgotar as possibilidades e encontrar compreensão precisa para todos os limites 
ainda existentes no mundo moderno. Por um lado, existe o conhecimento que se 
aprofunda e se desdobra, mas por outro, um abismo, um grande mistério. Eis o 
desafio, no limite tênue dessa navalha, em que somente a humildade do aprendiz, 
no bom cuidado do conhecimento contínuo, pode e deve cultivar. 
O senso comum deixou o legado de um conhecimento intuitivo que, sem 
dúvida, não dava mais conta do desenvolvimento humano, de sua compreensão. O 
mundo foi ficando mais e mais complexo, e o homem teve que ocupar diversos 
espaços; assim sendo, o conhecimento de técnicas mais precisas passou a fazer 
parte das preocupações. Era necessário dominar a natureza e tirar desta o melhor 
dos proveitos. A matemática dos gregos, próxima do século IV a.C., foi primordial 
para questões agrícolas e urgentes da época (projetos navais e arquitetônicos). E, 
com o passar dos tempos, a especialização foi buscada até um nível elevado de 
complexidade, o que, por exemplo, fez o homem chegar à Lua. 
Para interpretar a realidade, o homem, então, foi fazendo composições, 
parcerias de conhecimentos (senso comum somado às ciências), compreendendo 
melhor a sua realidade e a de seus semelhantes. As especulações sobre a origem 
do significado da existência humana sempre ocuparam o centro das atenções dos 
gregos (filosofias). Os mistérios, os princípios morais e todos os pensamentos sobre 
a origem do próprio homem (as religiões: a bíblia dos judaicos, a dos cristãos e o 
livro sagrado dos hindus – livro dos Vedas); a sensibilidade humana representada 
desde as cavernas (artes) até as criações mais rebuscadas em técnicas, 
metodologias, entre múltiplos e específicos conhecimentos (ciências); enfim, todas 
as áreas de conhecimento são importantíssimas para a Psicologia, ou melhor, 
dizendo, para as Psicologias. Quão mais vasta em evolução uma área do 
conhecimento, mais aproximada às necessidades do homem, por meiodos tempos 
e de todos os espaços. 
 
FASES E ABORDAGENS 
 
Fase Grega: surgiu com os gregos a Psicologia, no período anterior à era 
cristã, tendo sido uma ramificação das filosofias, artes e crenças humanas atreladas 
ao misticismo da época. Os principais filósofos que a influenciaram foram: Sócrates, 
Platão e Aristóteles, nos períodos de 469 a 322 a.C. Com Sócrates, a Psicologia 
ganha consistência, uma vez que sua principal preocupação era com o limite que 
separava o homem dos animais, trazendo a característica humana da razão, que lhe 
permitia pensar e sobrepujar-se aos instintos (bases mais irracionais). Com Platão, 
discípulo de Sócrates, a Psicologia cedeu lugar à razão, sendo o próprio corpo, mais 
precisamente a cabeça, o centro de localização para a alma humana, no qual a 
medula faria a ligação corpo-mente (elementos importantes, pois Platão concebia 
uma separação entre corpo e mente e acreditava na imortalidade da alma). Já com 
Aristóteles, a Psicologia ganhou o seu primeiro tratado, no qual tivemos os primeiros 
estudos profundos das diferenças entre a razão, percepção e sensações (Da 
anima). Esse pensador acreditava que a alma e o corpo não podiam ser 
dissociados, o que trouxe uma forte evolução para a compreensão dos fatores 
humanos para a Psicologia da época. 
 
Fase Romana: no período datado entre 430 a 1274, a Psicologia sofreu a 
influência direta dos padres e filósofos Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. O 
primeiro foi inspirado em Platão, trazendo a concepção de uma alma pensante, com 
razão e com manifestação divina (ligação do elemento humano com Deus), sendo a 
alma também a sede do pensamento, havendo a preocupação da Igreja em 
compreendê-la. Já com São Tomás de Aquino, devido ao período de ruptura da 
Igreja com as Revoluções Francesa e Industrial, houve a preocupação pela distinção 
entre essência e existência, sendo que somente Deus poderia assegurar a perfeição 
ao homem e não o avanço das liberdades e do desenvolvimento humano (a intenção 
era a de garantir à Igreja o monopólio do estudo do psiquismo) 
Fase do Renascimento: “pouco mais de 200 anos após a morte de São 
Tomás de Aquino, tem início uma época de transformações radicais no mundo 
europeu.” (BOCK, 1996, p. 35). O Renascimento e todo o mercantilismo levam às 
novas descobertas que propiciam ao homem o acúmulo de riquezas e acabam por 
acirrar novos valores (bens capitais e organizações mais econômicas e sociais). As 
transformações ocorrem em todos os setores e dá-se a valorização do homem e de 
seus inúmeros processos. O conhecimento tornou-se independente da fé e surgem 
sociedades mais complexas e a necessidade de metodologias, técnicas capazes de 
assegurar com maior e melhorada precisão as complexidades humanas. Em outras 
palavras, o conhecimento trouxe a necessidade de uma remodelagem nos padrões 
vigentes até então. Como exemplo: Galileu (1610), com o estudo da queda dos 
corpos (primeiras experiências da Física moderna); Maquiavel (1513), com a 
clássica obra política “O príncipe”; e René Descartes (1596-1659), renomado filósofo 
que postulou a separação entre a mente e o corpo, deixando o famoso dualismo 
cartesiano de herança cultural, o que, sem dúvida, configurou um significativo 
avanço para a Psicologia, como ciência, pois, assim, o corpo humano morto, 
separado da alma, poderia, então, ser mais bem observado e pesquisado. 
 
Fase Científica: o século XIX trouxe o avanço de inúmeras ciências, sendo 
que a Psicologia, então, para acompanhar seus estudos sobre o homem, teve 
também de se tornar objetiva, a fim de mensurá-lo, classificá-lo e analisá-lo, 
prestando melhor suas contribuições de compreensão da espécie humana e social. 
Com a divisão do trabalho, adventos das revoluções francesas e industriais, a 
Psicologia ganha espaço cada vez maior, ao ficar puramente libertada das filosofias, 
somando sistematizações nos procedimentos e padronizando os ajustamentos 
necessários para a sociedade capitalista, passando a ser respeitada e utilizada por 
todos os setores da sociedade humana. Wundt trouxe a concepção de uma 
Psicologia apartada da alma, na qual o conhecimento científico poderia ser obtido a 
partir de medição e observação em laboratório, fator de extrema importância para o 
avanço dos estudos da mente e comportamentos humanos. 
 
 
 
A Psicologia como ciência vai se configurando em diferentes concepções, 
com as seguintes abordagens: 
O funcionalismo, de William James (1842- 1910): corrente americana para a 
qual importa responder “o que fazem e por que fazem os homens”, na qual a 
consciência surge como centro das preocupações e da compreensão dos 
funcionamentos, de acordo com as necessidades humanas de adaptação ao meio 
ambiente (pragmatismo americano a serviço do desenvolvimento econômico da 
época). 
O estruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927): tal qual o funcionalismo, 
ocupou-se com a compreensão da consciência, porém com enfoque aos aspectos 
mais intrínsecos, ou seja, mais estruturais do sistema nervoso central, utilizando o 
método introspectivo para a observação experiencial em laboratório. 
O associacionismo, de Edward L. Thorndike (1874-1949): basicamente 
formulou a primeira abordagem da aprendizagem para a Psicologia, na qual o 
processo se daria das associações entre ideias simples até as mais complexas entre 
os conteúdos. Thorndike formulou uma lei comportamentalista em que a repetição 
do comportamento humano e animal dariam até o ponto do efeito (recompensa; 
exemplo: elogio para o bom feito infantil), o que permitia a observação da 
aprendizagem bem-sucedida; ou o contrário, como um efeito ativador da suspensão 
do comportamento (o castigo; exemplo: o olhar severo do pai em resposta ao ato 
inadequado da criança). Essa lei ficou conhecida como: “Lei do Efeito” 
Todas essas abordagens anteriormente descritas vão dar estruturação e 
embasamentos científicos preciosos para o que viria a ser as Psicologias mais 
contemporâneas (Behaviorismo, Gestalt e Psicanálise, abordagens que veremos 
com maior destaque no transcorrer da disciplina, portanto, nesta apostila). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIÊNCIA E ATITUDE CIENTÍFICA EM PSICOLOGIA 
 
A Psicologia estuda o comportamento, os processos mentais, a experiência 
humana e, de um modo especial, a personalidade. Com técnicas metódicas 
próprias, a Psicologia procura não só descobrir novos fatos, nessas áreas, mas tenta 
também medi-los. 
A ciência é um instrumento de conhecimento, de controle e de medida dos 
fatos. É, há um tempo, conhecimento e poder, por dar a explicação adequada e 
permitir tanto previsão quanto controle. Pelo fato de se poder aplicar, na prática, 
muito de seus conhecimentos confere poder a quem os aplica. 
O método científico é algo simples, mas não é uma atividade que se 
apresenta espontaneamente. Para ser utilizado, é preciso que a pessoa esteja 
predisposta ou treinada. Por exemplo, as experiências de Galileu estudando a queda 
dos corpos (que está na origem da Física tradicional) poderiam ter sido feitas no 
Egito Antigo, nas Muralhas de Creta ou em qualquer período da Grécia ou de Roma. 
O espírito da época, contudo, não predispunha as pessoas para essa atividade mais 
rigorosa do saber. 
O método científico pode ser empregado para a descoberta tanto de grandes 
quanto de simples fatos da vida ou da ciência. A maneira mais eficiente de se 
chegar às causas de um fenômeno é utilizar o método científico. São os seguintes 
os passos desse método: 
 Identificação do problema (observação do fenômeno a pesquisar); 
antecedentes históricos; 
 Formulação de uma hipótese que explique o fenômeno. Esta serve para 
orientar o trabalhoda pesquisa e é, ao mesmo tempo, uma garantia de 
objetividade. Toda experimentação tem como objetivo ver como a hipótese se 
manifesta; 
 Experimentação da hipótese; 
 Comprovação da hipótese; 
 Comunicação dos resultados para conhecimento do mundo científico; 
 Análise estatística; 
 Conclusões; 
 Sugestões para nova pesquisa; 
 Crítica. 
Portanto, a tarefa dos cientistas consiste em criar teorias que viabilizem níveis 
comprovadamente válidos, para garantir rigor aos aspectos e variáveis analisados, 
conforme dita o método científico. Assim, podemos pensar em formas de análise do 
comportamento humano. 
 
MÉTODOS DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA 
 
Os autores costumam dividir os métodos usados pelos psicólogos em três 
grandes grupos: 
 Introspecção ou método de observação interna; 
 Extrospecção ou método de observação externa; 
 Experimentação. 
A introspecção é um método subjetivo de observação interior. A pessoa 
observa suas próprias experiências e as relata (a pessoa relata suas emoções, 
percepções, interesses, recordações etc.). Um exemplo: aumentamos nosso 
conhecimento da mente humana lendo diários íntimos, autobiografias ou memórias. 
Imaginamos que as pessoas foram sinceras ao descrever seus sentimentos, 
emoções, recordações etc., mas não o podemos provar. Para estudar certos traços 
de personalidade, os psicólogos têm pedido às pessoas que respondam a um 
questionário. Para esse fim, os indivíduos terão que observar seu íntimo e dar suas 
respostas – as quais irão revelar aos psicólogos seus interesses, emoções, 
preferências etc. 
Para estudar o raciocínio, o psicólogo Claparède imaginou um método que 
chamou de reflexão falada: deu um problema a um jovem e pediu a este que o 
resolvesse e fosse, ao mesmo tempo, descrevendo em voz alta o seu pensamento. 
Embora seja impossível verificar se as pessoas foram corretas ao relatarem 
seus fenômenos íntimos, a introspecção tem sido usada para colher informações 
que não possam ser obtidas de nenhuma outra maneira. Porém, a introspecção não 
pode ser empregada no estudo de animais, de crianças muito novas, de débeis 
mentais etc. 
Já a extrospecção é um método objetivo de observação externa. O psicólogo 
procura conhecer as reações externas dos organismos. Ao observar, por exemplo, 
uma pessoa, procura conhecer seu modo de agir, seus gestos, suas expressões 
fisionômicas, suas realizações etc. 
Sempre que possível, os psicólogos dão preferência à extrospecção e 
procuram torná-la mais exata, usando aparelhos para melhor documentar suas 
observações: máquinas fotográficas e de filmar, cronômetros, gravadores de som 
etc. 
A experimentação consiste em um observador controlando a situação e 
verificando os diferentes níveis de reações do sujeito. 
 
 
TÉCNICAS PSICOLÓGICAS 
 
Animais em laboratório: a observação de animais em situações controladas 
facilita a compreensão do comportamento das aprendizagens. Os animais mais 
utilizados são: cães, ratos, pombos, gatos e macacos. 
 
Técnica da medida do tempo de reação: esse tempo é medido em frações 
de segundo, por cronômetros. Esse tempo varia de pessoa para pessoa e é de 
grande importância para provas de aptidão para determinadas profissões como: 
motoristas, profissionais de mídia, aviação, entre outros. 
 
Técnica das associações determinadas: essa técnica foi introduzida pelo 
psicólogo suíço Carl Gustav Jung. Consiste em ler para o paciente, uma a uma, as 
palavras de uma lista, pedindo-lhe que a cada palavra ouvida diga tudo que lhe 
venha à mente, mesmo que lhe pareça estranho e absurdo. Essa técnica possibilita 
traçar um tipo psicológico do paciente. 
 
Técnica da associação livre: utilizada por Sigmund Freud, que foi o 
fundador da Psicanálise. O psicanalista sugere um assunto e deixa que o 
pensamento flua na livre associação de ideias que o paciente faz, de acordo com o 
seu histórico pessoal. 
 
Técnica de grupos de controle: essa técnica consiste na comparação de 
dois ou mais grupos semelhantes, tratados de modo igual, em todos os aspectos da 
atividade, com exceção de um – o aspecto que está sendo estudado. Imagine que 
todas as crianças de uma creche passaram por uma experiência de ataque de 
cachorros e desenvolveram medo. Essa técnica poderia ser aplicada de modo a 
controlar esse medo, apresentando um filme no qual aparecessem crianças 
acariciando cachorros dóceis e, assim, fazendo paulatinamente diminuir o medo de 
cachorros. 
 
Técnica de comparação de gêmeos: consiste em comparar dois gêmeos 
idênticos ou univitelinos. Essa técnica tem sido muito empregada para prever a 
influência da hereditariedade e do ambiente no desenvolvimento da inteligência e da 
personalidade, de modo geral. 
 
Técnicas projetivas: são atividades propostas pelos psicólogos nas quais as 
pessoas são convidadas a expressarem seus íntimos. 
 
a) Hermann Rorschach elaborou um teste de borrões, com dez cartões, 
revelando traços significativos da personalidade, como nível de inteligência, 
extroversão ou introversão, conflitos emocionais etc.; 
b) Henry D. Murray criou o TAT, conhecido como teste de apercepção 
temática, em que existem 20 quadros que remontam a contos, nos quais a criança 
pode elaborar a sua própria história, baseada em fatores de sua psicodinâmica 
pessoal e familiar; 
c) análise do brinquedo: Melanie Klein encontrou muita dificuldade para 
estudar a causa dos problemas emocionais apresentados pelas crianças e resolveu 
observar o modo como as crianças brincavam, por meio de brinquedos, baseando-
se na compreensão de seus vocabulários ao expressarem o que vinha pelas mentes 
e formas de construções de brincadeiras, assim como no tipo de brinquedos 
escolhidos, mais comumente; a ludoterapia passou a ser uma forma terapêutica 
para auxiliar a cura da criança pelo brinquedo; 
d) análise do desenho: o desenho da figura humana, da casa e da árvore, são 
os mais utilizados, revelando interesses, autoimagem, conflitos emocionais, nível 
intelectual, entre outros fatores, muito utilizados em empresas; 
e) testes psicológicos: de inteligência, de conhecimentos gerais e/ou 
específicos, nos quais se observa o tipo de resposta dada e o desempenho, 
medindo aptidões dos indivíduos (muito utilizados em seleção de pessoal). 
 
Em Psicologia Clínica, estuda-se o comportamento de uma única pessoa, 
visando ajudá-la em seu ajustamento. É feito um estudo do caso, procurando 
compreender as principais forças e influências que orientaram o desenvolvimento 
dessa pessoa. Esse estudo consiste em várias fases, entre as quais: investigar o 
tipo de vida da pessoa; as condições sociais em que ela vive; aplicar testes de 
interesses, de aptidões, de inteligência geral, de maturidade emocional, de 
sociabilidade, de traços de personalidade; e fazer seu levantamento biográfico. Após 
esse estudo, surge o diagnóstico do problema dessa pessoa, é recomendada uma 
terapêutica e o caso é “acompanhado” por um supervisor, por algum tempo. A 
observação de casos particulares permite descobrir algumas características comuns 
a muitas pessoas. 
 
 
FÓRMULA FUNDAMENTAL DO COMPORTAMENTO 
 
O comportamento tem sido definido como sendo o conjunto das reações ou 
respostas que um organismo apresenta às estimulações do ambiente. Todo o 
organismo está continuamente recebendo estimulações do ambiente e reagindo a 
elas. Por isso é que os cientistas afirmam que o organismo vive em um constante 
processo de interação com seu ambiente. As relações que mantemos com o mundo 
que nos rodeia são de dar e receber. Recebemos inúmeras estimulações e damos 
respostas a elas. 
Para simbolizar a dependência entre reação e estimulação,muitas vezes tem 
sido empregado esse pequeno esquema, no qual E significa estímulo ou conjunto de 
estímulos (situação) e R significa reação ou resposta. Os estudiosos do 
comportamento preferem empregar o verbo ‘eliciar’ no lugar de ‘provocar’ ou 
‘causar’. 
Por exemplo: o sumo da cebola elicia a secreção de lágrimas, pelas glândulas 
lacrimais. 
Estímulo é qualquer modificação do ambiente que provoque a atividade do 
organismo. Assim, a luz é um estímulo aos olhos, o som, aos ouvidos 
Reação ou resposta é qualquer alteração do organismo (movimentos 
musculares ou secreções glandulares), eliciada por um estímulo. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO 
 
Comportamento inato: também conhecido como comportamento natural. Há 
reações que todos os seres da mesma espécie apresentam todas as vezes que 
recebem determinada estimulação, sendo invariáveis. Um exemplo: nossas pupilas 
se contraem sempre que aumenta a intensidade da luz no ambiente em que 
estamos e se dilatam quando a luminosidade diminui (reflexo pupilar). Outro 
exemplo: nossas pálpebras se cerram fortemente sempre que um objeto se 
aproxima bruscamente de nossos olhos e sempre que ouvimos um som muito alto 
(reflexo palpebral). Essas reações não precisam ser aprendidas. Todos os seres 
humanos, em estado normal, as apresentam. São chamadas reações inatas e, 
também, reações não variáveis. 
Comportamento adquirido ou aprendido: é um comportamento variável. Há 
reações que alguns seres apresentam e outros, embora da mesma espécie, não 
apresentam ao receberem determinada estimulação. São reações que necessitam 
de aprendizagem para se processarem, quando o organismo recebe a estimulação. 
Um exemplo: o gato de uma determinada casa entra na cozinha todas as manhãs ao 
ouvir o ruído da porta da geladeira. Outros gatos, ao ouvirem esse mesmo som, não 
reagem desse modo. Outro exemplo: o cão de certa família aproxima-se 
prontamente, ao ouvir alguém dizer “Totó”. Outros cães, ao ouvirem esse mesmo 
som, não reagem desse modo. Essas reações foram aprendidas. Constituem o 
comportamento variável ou adquirido, portanto, aprendido. 
O estudo do desenvolvimento do comportamento durante o decorrer de nossa 
vida tem sido realizado pela Psicologia genética ou evolutiva. Observou-se que, no 
início de nossa vida, apresentamos aos estímulos reações que, em sua maioria, são 
inatas. À medida que amadurecemos, vai aumentando o número de nossas reações 
adquiridas ou aprendidas. 
A Psicologia comparativa realiza o estudo do comportamento animal, 
comparando-o com o comportamento humano. Ela tem demonstrado que, nos 
animais inferiores, predominam as reações inatas, invariáveis, ao passo que, no ser 
humano, predomina o comportamento variável ou aprendido. 
 
 
 
O BEHAVIORISMO DE WATSON E SKINNER 
 
O Behaviorismo nasce com Watson e tem um desenvolvimento grande nos 
Estados Unidos, em função de suas aplicações práticas. Tornou-se importante por 
ter definido o fato psicológico, de modo concreto, a partir da noção do 
comportamento (behavior, do inglês). Essa abordagem surge com John B. Watson, 
em 1913, e basicamente traz a ideia de que todo estímulo elicia uma resposta, com 
a fórmula comportamental básica: E – R (sendo que E = estímulo e R = resposta do 
indivíduo). Essa abordagem traz para a Psicologia da época a serventia da 
quantificação (mensuração) do comportamento humano, já que o capitalismo institui 
a necessidade de um parâmetro mais prático para a análise humana e suas relações 
com o trabalho. Os primeiros experimentos foram feitos com ratos brancos em 
laboratórios, assim como outros animais, tais como: pombos e sapos, por questões 
éticas e determinantes das ciências biológicas e humanas. 
Temos com B. F. Skinner um importante experimento com ratos, o que 
possibilitou o avanço da compreensão dos condicionamentos e aprendizagens 
humanas. Para os behavioristas, todos os comportamentos podem ser controláveis 
e controlados, uma vez que reconhecem como sendo passível de observação o que 
emite uma resposta concreta, visível e mensurável no meio ambiente onde está 
atrelado o indivíduo. O Behaviorismo é muito utilizado em empresas, escolas, 
organizações de diferentes segmentos, por ser eficaz na especificação das 
características humanas. 
 
CONCEITOS DO BEHAVIORISMO 
 
Comportamento reflexo ou respondente: são todos os comportamentos/ 
respostas do organismo vivo/indivíduo que não dependem diretamente dos fatores 
de aprendizagens (piscar o olho mediante a incidência da luz e afastar a mão do 
calor do fogo, por exemplo) 
Comportamento instrumental ou operante: diferentemente dos 
comportamentos reflexos/respondentes, estes dependem da habilidade de 
aprendizagem e apenas ocorrem mediante condicionamentos. Esses 
condicionamentos podem ser primários, secundários ou terciários, sendo os 
primeiros ligados às necessidades de primeira ordem (básicas) e os outros 
associados a elas. Ou seja, para os behavioristas, toda a aprendizagem está 
diretamente vinculada às habilidades voluntárias de um organismo responder às 
suas urgências, mediante os estímulos provenientes do meio ambiente, tornando 
assim o esquema E – R condicionável, controlável (exemplo: ao pressionar uma 
barra, o rato observa a ocorrência do surgimento da água, e isso apenas acontece 
após inúmeras tentativas de obter sucesso – recompensa). Assim, para os 
comportamentalistas, o comportamento e a aprendizagem estão diretamente 
vinculados aos sucessivos erros, até que se possa alcançar o acerto. 
Vamos relembrar um conhecido experimento feito com ratos em laboratório. 
Vale informar que animais como ratos, pombos e macacos – para citar alguns – 
foram utilizados pelos analistas experimentais do comportamento (inclusive Skinner) 
para verificar como as variações no ambiente interferiam nos comportamentos. Tais 
experimentos permitiram-lhes fazer afirmações sobre o que chamaram de leis 
comportamentais. 
Um ratinho, ao sentir sede em seu habitat, certamente manifesta algum 
comportamento que lhe permita satisfazer a sua necessidade orgânica. Esse 
comportamento foi aprendido por ele e se mantém pelo efeito proporcionado: saciar 
a sede. Assim, se deixarmos um ratinho privado de água durante 24 horas, ele 
certamente apresentará o comportamento de beber água no momento em que tiver 
sede. Sabendo disso, os pesquisadores da época decidiram simular esta situação 
em laboratório sob condições especiais de controle, o que os levou à formulação de 
uma lei comportamental. Um ratinho foi colocado na ‘caixa de Skinner’ – um 
recipiente fechado no qual encontrava apenas uma barra. Esta barra, ao ser 
pressionada por ele, acionava um mecanismo (camuflado) que lhe permitia obter 
uma gotinha de água, que chegava à caixa por meio de uma pequena haste. 
Durante a exploração da caixa, o ratinho pressionou a barra acidentalmente, o que 
lhe trouxe, pela primeira vez, uma gotinha de água, que, devido à sede, fora 
rapidamente consumida. E, por ter obtido água ao encostar na barra quando sentia 
sede, constatou-se a alta probabilidade de que, estando em situação semelhante, o 
ratinho a pressionasse novamente. 
Skinner denominou esse comportamento de operante, em que o que propicia 
a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito 
dela, seus resultados, ou seja, a satisfação de uma necessidade, sendo que a 
aprendizagem fica atrelada nessa relação entre ação e efeito. 
Em suma, os behavioristas contribuíram enormemente para a sistematização 
dos comportamentos aprendidos, desde esses estudos feitos em laboratórios, 
deixando claras as questões dos condicionamentos para as aprendizagens 
humanas, em diversas áreasdo conhecimento e aplicações (escolas, indústrias, 
serviços em gerais, entre outras tantas atividades ocupacionais do mercado de 
trabalho). 
 
 
A PSICOLOGIA DE APRENDIZAGEM E INTELIGÊNCIA 
 
OS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM 
Todas as correntes filosóficas e científicas das Psicologias, de forma geral, 
enfocam a questão da predisposição humana para o crescimento ajustativo para 
com o seu meio ambiente. Existe uma forte tendência a acreditar na força criadora 
das capacidades neurais para suplantar as dificuldades mais variadas, pois a 
inteligência humana, até hoje, ainda não foi totalmente disponibilizada, para atingir 
todo o seu cume e capacidade total de funcionamento, conforme comprovam os 
neurocientistas mais debruçados em análises humanas/sociais. 
Um famoso psicólogo, Jean Piaget (1896- 1980), desenvolveu uma 
importante teoria para compreender o desenvolvimento cognitivo, por meio do 
trabalho que acompanhava crianças, e classificou a aprendizagem a partir de 
estágios, tais como: 
 a) sensório-motor (ênfase na importância da estimulação ambiental, até os 
18 meses); 
b) pré-operacional (ênfase na intuição, em que o sentido é o 
desenvolvimento das capacidades mais simbólicas das crianças, dos 18 meses até 
os seis anos de idade); 
c) operações concretas (ênfase nas operações mentais e no uso do 
pensamento lógico estruturado com as ações e situações reais, dos sete aos 11 
anos); 
d) operações formais (ênfase no pensamento complexo, articulado e 
hipotético-dedutivo, envolvendo a imaginação mais rica e intuição, após os 12 anos 
de idade). 
Piaget fomentou inúmeras pesquisas, contribuindo vastamente para 
posteriores investigações de seus inúmeros seguidores. Possibilitou a compreensão 
dos processos atrelados às aprendizagens no mundo do trabalho, uma vez que 
podemos observar que as dificuldades do indivíduo sempre se reportam às fases 
anteriores, caso estas tenham sido vivenciadas com lacunas e falhas, dependendo 
tanto da maturação cognitiva quanto da qualidade e quantidade das estimulações do 
meio ambiente. 
 
OS DIFERENTES ENFOQUES PARA AS APRENDIZAGENS 
 
 Os comportamentalistas acreditam na aprendizagem condicionada; os 
gestaltistas nas relações dinâmicas dos contatos humanos internos e externos; já os 
psicanalistas acreditam na viabilização de um maximizado acesso ao inconsciente, 
sendo que este armazena o manancial criativo e faz com que a consciência 
emancipe o seu dispositivo maior para aprender o mundo tanto interior quanto 
exterior. Com Piaget, assim como com outros importantes psicoterapeutas, as 
Psicologias foram angariando novas vertentes e constatando em testes, pesquisas e 
experimentos, os inúmeros atributos das capacidades individuais e grupais para as 
aprendizagens, tanto específicas quanto generalizadas, do potencial humano. 
 
 
 
 
A INTELIGÊNCIA HUMANA 
 
 Fatores hereditários e adquiridos formam e transformam a inteligência 
humana sob e sobre toda a interatividade que já estamos acostumados a verificar 
em nossas relações humanas. Para os psicólogos contemporâneos, fatores 
racionais e emocionais são determinantes da evoluída inteligência, assim como 
fatores atitudinais e inter-relacionais. 
 
INTELIGÊNCIA RACIONAL (QI) 
 
 Binet, Simon e Stern, em 1912, pesquisaram o quociente de inteligência 
mediante uma escala que media a capacidade do conhecimento de crianças 
comparando as idades cronológicas. Assim sendo, catalogaram diferentes medidas 
para as inteligências (até a atualidade são muito utilizadas essas escalas para 
medição de QI). Consideram o QI saudável dentro dos parâmetros 90-120, sendo 
que variações para baixo ou para cima estariam relacionadas com 
defasagens/incapacidades e, por outro lado, genialidades/alta capacitação de 
expansão pessoal. 
Pesquisas e testes de QI em muito facilitam a seleção de pessoal para as 
organizações, desde a era industrial até a atualidade, pois vivemos em um mundo 
globalizado e de forte tendência competitiva, fazendo-se necessários os 
instrumentos práticos de medição de recursos para os conhecimentos específicos e 
gerais da inteligência humana. 
 
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL (QE) 
 
Daniel Goleman (1995) traz o conceito de sincronia emocional e nos atenta 
para as questões das deficiências “das conscientizações dos sentires”, tão 
vastamente ignoradas por outras correntes das Psicologias. Por meio de 
experimentos ricos e complexos, tal ideia nos remonta para a integração de uma 
inteligência emocional e racional, na qual haja o contínuo alinhamento da rede 
neural com todos os âmbitos emocionais. 
Goleman foi o criador do termo ‘QE’ e revolucionou a visão fragmentada da 
inteligência, trazendo uma concepção de ampliada e inquietante constatação de que 
o controle emocional dependerá sempre de uma profunda e intensa capacidade de 
se dar conta do que se sente, sem que isso implique em atuar o sentimento 
concomitantemente no meio, na situação vivida. 
Para o autor, o sequestro emocional seria uma ação inadequada do indivíduo, 
comprovando a sua incapacidade de lidar com a emoção percebida, ou seja, a 
inconsciência de um sentimento levando a uma ação inadequada ao contexto. Essa 
visão da inteligência explicou o porquê de pessoas com QI elevados não serem as 
mais bem-sucedidas profissionalmente, por possuírem outras genialidades e não 
emocionais e relacionais. Suponhamos que um profissional de criação, em uma 
reunião em que esteja apresentando a sua campanha seja tomado por um forte 
sentimento de ira e resolva agir de forma grosseira e agressiva, ocasionando a 
perda da conta de um importante cliente para a sua agência. Com certeza, esse 
episódio dramático seria um típico sequestro emocional, típico de quem não lida 
bem com as próprias emoções, mantendo-as sob controle consciente e ajustativo, 
conforme exige cada situação das vivências que se apresentam no dia a dia. 
 
INTELIGÊNCIAS MÚLTPLAS E ATITUDINAIS 
 
 Howard Gardner, nos anos 60, foi um importante pesquisador e trouxe a 
contribuição de uma teoria que identificou diferentes inteligências: 
a) lógico-matemática: símbolos numéricos e lineares; 
b) linguística: símbolos ligados às letras, palavras, assim como expressões da 
mesma pela palavra e suas manifestações; 
c) espacial: ligada aos aspectos mais físicos de contextualizações; 
d) musical: ligada aos sons, desde a emissão até elaborações mais avançadas; 
e) intrapessoal: que diz respeito às capacidades de autoconhecimento e controle 
emocional; e 
 f) interpessoal: que dita as habilidades de relacionamentos com as outras pessoas, 
de forma madura, responsável, ética e assertiva. 
Para Gardner, quanto mais as pessoas puderem investir não somente em 
maximizar suas potencialidades, como também em potencializar suas limitações, 
mais e mais estarão aptas para desenvolverem em plenitude suas totais e genéricas 
aptidões cognitivas/emocionais. Em outras palavras, o ser inteligente atual e 
contemporâneo é aquele que vive a sua inteligência de maneira múltipla, de acordo 
com os sistemas em que se insere, uma vez que o mundo está cada vez mais 
criativo, diferenciado e solicitando inúmeras capacidades de ajustamentos variados 
e crescentes. 
 Para os cognitivistas, o processo de organização das informações e de 
integração do material à estrutura do pensar e refletir, armazenar e processar, 
integrar aos processos conscientes é o que melhor conceitua a aprendizagem. Esta 
abordagem diferencia a aprendizagem mecânica da aprendizagem significativa: 
 a) aprendizagem mecânica refere-se à aprendizagem de novas informações com 
pouca ou nenhuma associação com conceitos já existentes na estrutura cognitiva.O 
conhecimento assim adquirido fica arbitrariamente distribuído na estrutura cognitiva, 
sem se ligar a conceitos específicos (ex: decorar um texto); 
b) aprendizagem significativa: processa-se quando um novo conteúdo (idéias ou 
informações) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponíveis na 
estrutura cognitiva, sendo assim assimilado por ela. Estes conceitos disponíveis são 
os pontos de ancoragem para a aprendizagem. 
Um exemplo dessa última forma de aprendizagem: você integra e aprende o 
conceito que pode viver na vida real e não se esquece mais do valor significativo da 
teoria, graças à experiência cognitiva aprendida. E isso se aplica em diversas áreas, 
com diferentes pessoas, dos pequenos até grandes grupos. 
A inteligência é, sem dúvida, uma das qualidades humanas mais desejáveis. 
Cada cientista, ao longo da história e de suas pesquisas, revelam a inteligência, sob 
e entre diferenciados aspectos. Desde Platão, pensar a inteligência, por si só, já é 
uma representação bastante satisfatória dela, pois o exercício é um indicativo de 
capacidade reflexiva e pensante. 
O que mais caracteriza o ato inteligente é o fato de utilizar vários elementos 
da situação de maneira original ou criativamente nova. No fundo, em todo ato 
inteligente há uma pequena descoberta, a estrutura da inteligência: 
a) cognição: na solução de um problema ou situação difícil, é preciso, em 
primeiro lugar, reconhecer os elementos disponíveis e constitutivos da situação 
(essa operação é a cognição = conhecer, do latim); 
b) memória: além de levantar os dados do problema, é preciso retê-los na 
memória ou evocar outros elementos para o processamento da solução (reter e 
evocar são funções da memória); 
c) produção convergente: é uma forma de atividade intelectual que processa 
os elementos mentais de conformidade com os padrões convencionais (exemplo: 
seguir manuais de orientações nas organizações, criteriosamente); 
d) produção divergente: é uma forma de atividade intelectual que processa 
os elementos mentais de modo não convencional; as descobertas e invenções são 
produtos divergentes, não convencionais da mente, são originalidades expressivas 
do ato singular de se criar, dando um salto qualitativo nas dimensões que 
convergem; 
e) avaliação: é uma forma de atividade mental em que a mente elabora 
pesos e valores diferentes, julgando a respeito da correção, adequação, 
desejabilidade, melhor conveniência. Quando um supervisor ou coordenador está 
avaliando mentalmente, está processando elementos mentais que são valores, 
pesos, reações comportamentais adequadas etc. Em todo processo decisório, cada 
informação tem uma relevância e um peso próprios. Nem todos os elementos se 
apresentam com o mesmo valor; é um ato típico de avaliação. 
 
As atividades da mente só existem sobre determinados conteúdos; ninguém 
pensa a respeito de nada. O pensamento consiste em elaborar, processar 
mentalmente algum conteúdo. É claro que podemos raciocinar sobre inúmeras 
coisas. Há um número infinito de assuntos sobre os quais podemos pensar. 
Contudo, Guilford, psicólogo americano, reduziu-os a quatro categorias: 
a) conteúdos figurativos: elementos concretos num espaço limitado 
(inteligência espacial, concreta e mecânica); 
b) conteúdos simbólicos: inteligência numérica, musical ou de qualquer 
outro elemento simbólico; 
c) conteúdos semânticos: inteligência mais verbal (oradores, professores, 
escritores, filósofos); 
d) conteúdos comportamentais: inteligência social baseada em atitudes, 
formas de proceder, ação, padrão de ações das pessoas, formas altamente criativas 
para lidar com elementos comportamentais (exemplo: profissionais das publicidades 
e marketing necessitam dessas qualificações para melhor exercerem suas funções). 
 
 
 
ESSÊNCIA DA APRENDIZAGEM E DA INTELIGÊNCIA 
 
 O que está no cerne do comportamento inteligente? Para alguns psicólogos, a 
ênfase está no pensamento abstrato e no raciocínio, e, para outros, o foco está nas 
capacidades que possibilitam a aprendizagem e a acumulação de conhecimentos. 
Existem correntes que enfatizam a competência social: se as pessoas conseguem 
resolver os problemas apresentados por sua cultura. E na época atual, os psicólogos 
não sabem sequer se há um único fator geral (normalmente chamado de ‘G’, inicial 
de ‘geral’) do qual dependam todas as habilidades cognitivas. 
 
 
MEDINDO A INTELIGÊNCIA – OS FAMOSOS TESTES DE INTELIGÊNCIA 
 
 Alfred Binet (1857-1911), destacado psicólogo francês, foi quem criou a 
primeira medição prática da inteligência. De início, juntamente com seus 
colaboradores, mediu habilidades sensoriais e motoras, da mesma forma que o fez 
Galton. Logo, eles perceberam que tais avaliações não funcionariam e começaram a 
observar as habilidades cognitivas – duração da atenção, memória, julgamentos 
estéticos e morais, pensamento lógico e compreensão de sentenças – bem como 
medidas de inteligência. 
O projeto de Binet teve significativa arrancada em 1904, ano em que foi 
nomeado para integrar uma comissão do governo para estudar os problemas do 
ensino de crianças retardadas. O grupo concluiu que se deveria identificar as 
crianças mentalmente incapazes e dirigi-las a escolas especiais. Esse evento 
possibilitou estudos avançados de distinção de níveis intelectuais para a 
diferenciação de aprendizagens, para crianças com dificuldades cognitivas. O teste 
de Binet foi importado pelos Estados Unidos e por outros países. 
 Lewis Terman, um psicólogo que trabalhava na Universidade de Stanford, nos 
Estados Unidos, fez uma revisão amplamente aceita do teste de Binet, em 1916. 
Esse teste ficou conhecido como Stanford-Binet e trouxe o padrão mundialmente 
conhecido para os testes de inteligências QI (quociente de inteligência, termo criado 
por psicólogos alemães). Esse teste compara os resultados obtidos por um indivíduo 
com aqueles de outros indivíduos da mesma idade, dentro de uma escala de 
probabilidades e expectativas para cada fase do desenvolvimento (conforme vimos 
com Piaget, para as cognições), o que também foi um forte critério para que tal 
escala pudesse ser configurada. 
 Os testes de inteligência atuais ainda seguem as tendências citadas 
anteriormente, e somam-se a estas as da Escala de Inteligência Adulta de Wechsler, 
revisada em 1981, em que a preocupação é medir diferentes recursos individuais 
para lidar com os correspondentes desafios (subtestes verbais e de desempenho 
avaliam capacidades que exigem a manipulação de objetos ou outros tipos de 
resposta com as mãos, baseando-se no pensamento sem palavras e nas 
habilidades de resolução de problemas práticos, também). 
 
 
A PSICOLOGIA GESTALT 
 
Tendo seu berço na Europa, surge como uma negação da fragmentação das 
ações e processos humanos, realizada pelas tendências da Psicologia Científica do 
século XIX, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma 
totalidade dinâmica e processual, sendo, assim, uma abordagem de cunho 
existencial, humanística e sistêmica de fundamental importância para a 
compreensão da complexidade humana. 
A palavra ‘Gestalt’ não possui tradução exata, mas representa configuração, 
forma e em um primeiro momento, na Alemanha, mais especificamente com os 
psicólogos Max Wertheimer, Christian von Ehrenfels, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka 
adquire importância em uma sociedade pautada, naquela época, por concepções 
puramente racionais, cognitivas ou com ênfase em aspectos puramente 
inconscientes. Com esses pesquisadores, volta a promover a importância de uma 
visão de homem e de mundo mais fenomênica, integrada e contextualizada, tal 
como as exigências mais correntes demandavam.Basicamente, a Psicologia da Gestalt tratou a princípio dos fatores atrelados 
às percepções humanas e suas manifestações tanto internas quanto externas, 
trazendo a contribuição de enfatizar que a relação do indivíduo com o meio era o 
fator de maior impacto, o que mereceria análise e compreensão e que também traria 
a constatação da unicidade e da universalidade, fatores fundamentais dessa 
abordagem. 
Kurt Lewin (1890-1947) trabalhou 10 anos com os gestaltistas e elaborou a 
sua famosa teoria de campo, sendo que esta se reporta às crenças de que todo 
indivíduo somente pode ser compreendido se estivermos focando todo o ambiente 
onde ele está envolvido e, principalmente, como ele está se relacionando em seu 
campo (as suas crenças, valores, necessidades e limitações). Para Lewin, o 
indivíduo não pode ser compreendido de forma linear, rígida, fixa, mas, sim, 
dinâmica, processual e contextual. 
Os gestaltistas foram ampliando as pesquisas relacionadas às percepções e 
organizações humanas, percebendo que os elementos biopsicossociais estavam 
sempre atuando de forma sistêmica e variando de acordo com a singularidade de 
cada pessoa e ambiência envolvida. Outro psicólogo surgiu desse movimento, Fritz 
Perls, tendo sido um marco para o que viria a ser a Gestalt-terapia que conhecemos 
na atualidade. Para Perls, todo comportamento é a melhor resposta que um 
indivíduo pode dar num determinado momento e apenas o presente é capaz de 
fazê-lo atualizar-se e promover o ajustamento criativo que lhe dará a satisfação 
imediata, para que uma nova necessidade ressurja no campo interno e externo, 
sucessivamente. Para Perls, somente existia o presente e como o indivíduo agia era 
o fator mais fundamental para a compreensão de seu modo de estar sendo 
transformado, processualmente. Essa visão traz uma maior positividade e liberdade 
na perspectiva que o mundo da época tinha do caráter humano e social, o que sem 
dúvida agregou inúmeros desenvolvimentos e pesquisas para as Ciências Humanas 
e Sociais da época. 
Os principais conceitos da Gestalt são: 
a) figura-fundo: sendo que a figura é a parte central e mais importante da 
percepção, e o fundo, todo o contexto que lhe dá destaque; 
b) a busca pela boa forma: a percepção se organiza por meio da intencionalidade 
de buscar a harmonia e a integração, assim como um sentido satisfatório para a 
compreensão do que o indivíduo percebe; 
c) insight: existe a habilidade natural do indivíduo para a busca do fechamento do 
que compreende, buscando em seu repertório individual parâmetros para as 
soluções criativas dos problemas/percepções; 
d) espaço vital: o indivíduo se atualiza no campo situacional onde vive, de acordo 
com solicitações externas e recursos internos; 
e) leis da percepção: para a Gestalt (simetria, regularidade, proximidade, 
semelhança e fechamento): condições fundamentais para o processo autorregulativo 
da boa forma, para a percepção; 
f) o todo é maior do que a soma das partes: cada elemento possui uma função e 
contribui de formas correlacionais ao todo em que está inserido, sendo que o 
significado das partes apenas reflete exatamente a função do contexto presente. 
Porém, a dinâmica processual é sempre reajustativa, circular e processual, levando 
à totalidade e, ao mesmo tempo, alcançando novos rumos e sentidos; 
g) o como é mais importante do que os porquês; 
h) o presente, o aqui e agora, é o foco principal para a compreensão da percepção e 
atualização do indivíduo no seu meio (o passado e o futuro se condensam quando 
existe centragem de percepção e tomada de decisão, propriamente ditas). 
 
 
Saiba mais 
 Para os gestaltistas, toda vez que um indivíduo expande suas fronteiras de contato 
e corre o risco de viver algo novo/inusitado, ocorre um ajustamento criativo; em 
outras palavras, a coragem de se recriar continuamente está diretamente vinculada 
às nossas relações de contato com o outro. Na linha divisória de encontrar o outro é 
que eu descubro quem é o outro e quem sou eu; cada vez mais e melhor, num 
crescente contínuo, se o ajustamento criativo for funcional. 
 
 
A TEORIA DE CAMPO DE KURT LEWIN 
 
O psicólogo Lewin (1890-1947) trabalhou durante 10 anos com Wertheimer, 
Koffka e Kohler na Universidade de Berlin, e dessa colaboração com os pioneiros da 
Gestalt foi que germinou o que viria a se tornar essa importante teoria da percepção, 
vista de uma maneira mais holística e sistêmica. Entretanto, sendo ele um 
pesquisador, mais do que um gestaltista, parte da teoria da Gestalt é para construir 
um conhecimento novo e genuíno. Ele abandona a preocupação psicofisiológica 
(limiares de percepção) da Gestalt, para buscar na Física as bases metodológicas 
de sua psicologia. 
O principal conceito de Lewin é o do espaço vital, que ele define como a 
totalidade dos fatos coexistentes e mutuamente interdependentes que determinam o 
comportamento do indivíduo num certo momento. O que Lewin concebeu como 
campo psicológico foi o espaço de vida considerado dinamicamente, em que se 
levam em conta não somente o indivíduo e o meio, mas o todo circunstancial vivido 
dentro de um espaço e um tempo. Um bom exemplo da visão de Lewin descarta 
completamente a visão fragmentada do humano nas relações sociais, ou seja, não 
devemos “julgar” com a nossa visão de mundo a forma de vida de um indivíduo e/ou 
um grupo, pois cada um se relaciona com coerência dentro de seu campo interno e 
externo (objetiva e subjetivamente), como em se tratando da compreensão dos 
modos de vida de uma tribo específica. 
Segundo Garcia-Roza (2005, p. 45), o [...] campo não deve, porém, ser 
compreendido como uma realidade física, mas sim fenomênica. Não são os fatos 
físicos que produzem efeitos sobre o comportamento. O campo deve ser 
representado tal como ele existe para o indivíduo em questão, num determinado 
momento, e não como ele é em si. Para a constituição desse campo, as amizades, 
os objetivos conscientes e inconscientes, os sonhos e os medos são tão essenciais 
como qualquer ambiente físico. 
Em outras palavras, todo o contexto segue uma coerência, uma rede de 
intersecções condizentes com a pessoa e com o todo, concomitantemente, sendo 
necessário se colocar no lugar e tempo do ser/objeto de observação para melhorar a 
interpretação e compreensão. 
Os conceitos e ferramentas da Gestalt são fundamentais para viabilizar a 
compreensão do funcionamento das percepções e relações do humano em diversos 
contextos sociais, garantindo a boa forma e a satisfação de necessidades 
pertinentes e possíveis, com a devida contextualização, tornando-nos mais próximos 
da realidade e das múltiplas verdades coexistentes do mundo em que vivemos, 
trabalhamos e nos relacionamos, dinamicamente, processualmente. 
 
 
 
 
O SURGIMENTO DA PSICANALISE 
 
A Psicanálise nasce com Sigmund Freud (1856-1939), na Áustria, a partir da 
prática médica, recuperando para a Psicologia a importância da afetividade e do 
inconsciente como objetos de estudo, quebrando a tradição da Psicologia como foco 
de uma ciência com ênfase na consciência e razão. A contribuição dessa 
abordagem é comparada a de Karl Marx, na importância da compreensão dos 
processos humanos, sociais e históricos, com investigação aprofundada e 
sistematizada, conforme tendências crescentes daquela época. 
Para compreender a Psicanálise, é necessário entender o homem por detrás 
da vasta teoria do inconsciente, o próprio Freud, o qual teve sua formação inicial, em 
1881, em Medicina na Universidade de Viena, onde a posteriori especializou-se em 
Psiquiatria. Trabalhou em fisiologia e em neuropatologia no Instituto onde 
desenvolveu pesquisas acadêmicas e clínicas,juntamente com outro médico, 
Breuer. Em seguida, já em Paris, com uma bolsa de estudos, trabalhou com outro 
psiquiatra renomado, o francês Jean Charcot, e, conjuntamente, desenvolveram um 
importante método de análise: a hipnose para tratamento de histerias. 
A sociedade da época era extremamente rígida e preconceituosa; fazia com 
que as pessoas reprimissem seus problemas e os somatizassem em grande escala, 
com profunda dor. Freud percebeu que seus conhecimentos de Medicina não 
estavam mais dando conta de analisar devidamente o paciente humano e resolveu 
observar mais atentamente as reações dos sintomas, catalogando-os e 
classificando-os, de acordo com o que acompanhava. Tanto a hipnose quanto o 
método de associação livre, assim como a análise de sonhos, fazia parte de sua 
metodologia de interpretação. Clinicou durante um vasto período e seus principais 
clientes traziam queixas que não eram possíveis de curar apenas com a medicina 
usual ou mesmo pela compreensão do discurso prévio, o que fez com que Freud 
tomasse novos rumos como médico. Utilizou o método catártico desenvolvido por 
Josef Breuer, isto é, um “tratamento que possibilita a liberação de afetos e emoções 
ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião 
da vivência desagradável ou dolorosa, levando à eliminação dos sintomas.” (BOCK, 
1996, p. 72). Ao descobrir o inconsciente, instância psíquica que abarca conteúdos 
reprimidos, uma vez dolorosos e responsáveis pela origem de um sintoma, Freud, 
substituindo o método catártico, denomina de Psicanálise o método de investigação 
e de cura. Isso porque considerava que o sintoma de um paciente era uma reação 
de defesa ao conteúdo de dor reprimido, e se o indivíduo se apercebesse desse 
mecanismo, poderia ser curado, conforme pesquisas e acompanhamento de casos 
clínicos com inúmeros pacientes. Assim, a interpretação é o método psicanalítico 
utilizado para elucidar e buscar compreender os sintomas manifestados pelos 
indivíduos e, numa esfera mais ampla, pela sociedade. 
Freud ocupou-se em analisar exaustivamente o indivíduo, com uma 
profundidade e intensidade, o que deu origem a toda a sua vasta teoria, tida até hoje 
como uma das mais completas e complexas nas Psicologias adotadas até a 
atualidade. Vemos que todos os psicólogos se preocupam em citá-lo. Fundam suas 
novas teorias apropriando-se de vá- rios conceitos desse importante mestre de 
referência, considerado o “pai” da Psicanálise. 
 Entre os conceitos desenvolvidos pela Psicanálise, embora alguns já tenham 
sido discutidos, ressaltamos os seguintes mecanismos de defesa: 
A projeção: mecanismo de defesa mais comum e utilizado em inúmeras 
situações. É o ato de atribuir à outra pessoa sentimentos ou intenções que se 
originam em si próprio, a fim de evitar a ameaça de algo interno que não se pode ver 
e dar conta. Normalmente é uma falha na autocrítica e está a serviço de proteger a 
autoestima da pessoa. Como exemplo: uma fofoqueira habitual, sempre se mostra 
como alguém vulnerável, vítima de situações, de perseguições e falatórios, assim 
como de observações maldosas advindas de outrem. O projetor é alguém incapaz 
de assumir responsabilidades e normalmente o faz por insegurança ou mesmo 
infantilidade. A projeção é um mecanismo muito utilizado quando se sente medo e 
não se pode encarar a verdade, sendo mais fácil culpar outrem, a fim de ocultar-se, 
evitando maior conflito emocional e dor. 
A introjeção: o introjetor é incapaz de separar o que é de si mesmo e o que é 
do outro; na verdade, toma como seu o que vem de fora, “engolindo” sem refletir e 
sem relutância. Como exemplo, suponhamos que uma pessoa cresceu sendo 
maltratada e sempre humilhada. Mesmo em fase adulta, tendo até uma posição de 
prestígio, pode sempre experimentar a sensação de humilhação iminente, sem 
motivos reais. No fundo, tomou como propriedade sua a questão da desvalorização, 
vivida lá na primeira infância. 
A negação: como mecanismo de defesa, a negação é a tentativa de não 
aceitar na realidade um fato que perturba o ego. Os adultos têm a tendência de 
“fantasiar” que certos acontecimentos não são da maneira que ocorrem, que na 
verdade não aconteceram. Esse “voo” de fantasia pode tomar várias formas, 
algumas das quais parecem absurdas ao observador objetivo. Imagine uma pessoa 
sendo contratada para trabalhar com alguém que lhe lembra um ex-chefe autoritário. 
Essa pessoa sempre se mostrará insegura, dependente nas relações. Porém, não 
terá capacidade de enxergar a confusão que está fazendo, para não admitir 
publicamente que teve problemas anteriores com chefias, a fim de não colocar seu 
emprego em risco. 
 
Por vezes, todo o indivíduo, quando se encontra diante de um momento de 
extremo desafio de suas potencialidades e se sente inseguro de dar uma boa 
solução, pode vir a adotar atitudes regressivas, apresentando um comportamento de 
esquiva e dando respostas menos apropriadas às exigências do meio, até 
reencontrar encorajamento para enfrentar a nova situação. Isso acontece, por 
exemplo, quando se é recém-promovido e ainda se adota um comportamento 
anterior, das antigas funções, até se sentir mais seguro para as novas solicitações 
exigidas pelo trabalho. 
A Psicanálise de Freud retratou exaustivamente a questão da necessidade 
que o ego humano tem de sempre encontrar formas de lidar com a realidade, 
desenvolvendo máscaras, subterfúgios, para, de certa forma, evitar o impacto às 
suas formas mais espontâneas de ser. Pois, certo é, e de ordem geral, que o 
ambiente externo, as relações humanas são sempre revestidas de elementos 
ameaçadores, o que pode pôr em risco as funções do psiquismo humano. Se não 
houvesse os mecanismos de defesa, todos estariam muito expostos aos inúmeros 
perigos advindos do meio ambiente, o que supostamente geraria um grau 
insuportável de frustrações e danos, dentro da perspectiva de “saúde mental”. 
Podemos dizer que a questão da normalidade sempre será relativa, pois 
dependerá do grau das patologias; em outras palavras, do como e do quanto os 
mecanismos de defesas utilizados por uma pessoa contribuem para ou a afastam do 
desenvolvimento salutar, adequado ao seu ciclo de vida e às suas potencialidades. 
Claro que quanto mais a pessoa puder ter consciência de suas defesas e seus 
receios, mais saudável será a sua vida e convivência. 
Todas as correntes psicológicas são unânimes em afirmar e observar que a 
angústia e o sofrimento humanos são condições presentes na realidade e atuam no 
psiquismo para encontrarem resistências e, ao mesmo tempo, contribuírem na 
geração de recursos que capacitem o ser a evoluir na busca de renovadas soluções 
de impasses e problemas. Sem tais desafios, a vida seria algo sem sentido e 
invariável. 
DISTURBIOS CONTEMPORÂNEOS E PREVENÇÕES POSSÍVEIS 
 
As neuroses: mais conhecidas como manias, fobias repetitivas, que levam o 
indivíduo a acentuar suas formas e mecanismos de defesa ao agir, pois sempre 
estará superocupando-se com o meio, deixando de ser ele mesmo; 
 
As psicopatias: desvios de conduta, humor ou mesmo formas mais 
complexas e perigosas ligadas aos distúrbios neurológicos ou mentais, sendo que 
muitas vezes pode se tratar de uma incapacitação do sentir (alexitimia). 
 
As psicoses: doenças mentais graves, nas quais o indivíduo não possui 
nenhum contato com a realidade, sofrendo de inúmeras alucinações e surtos, que 
podem representar perigo para o outro e o ambiente; 
 
As esquizofrenias: são quadros mais complexos, ligados às doenças da 
alma, trazendo variações humorais e até levando o indivíduo a experimentar cisões 
comportamentais e de forte impacto emocional. 
 
Na melhor dashipóteses, somos neuróticos? Sim e não, como ditam 
inúmeros pesquisadores das áreas biológicas, humanas e sociais, o que nos leva a 
constatação de que não devemos deixar de investir em autoconhecimento e de 
sempre buscarmos relações humanas e profissionais favoráveis, saudáveis, para 
suprir, na melhor forma, os nossos campos internos, tornando possível, assim, a 
nossa evolução no melhor sentido, a fim de prestarmos os melhores serviços que 
escolhemos e os que nos são atribuídos, no decorrer cíclico de nossas existências. 
 
 
 
 
OS TRANTORNOS MENTAIS MODERNOS 
 
As ansiedades incontroláveis: os pânicos, geradores de impasses, medos 
infundados e comportamentos de fuga, mesmo que não haja a concretude de perigo, 
mesmo que exista alguém por perto, o indivíduo fica imobilizado para dar conta da 
realidade externa, pois vive fortemente o impacto de seus medos e ansiedades. 
 
As depressões: as decepções mal resolvidas e acumuladas com o tempo, a 
falta de alegria, de esperança, de oportunidade e de garra, a baixa tolerância para 
os fracassos e erros inevitáveis, a falta de uma salutar autoestima, problemas de 
ordem hormonal atrelados aos fatores citados anteriormente, são todos aspectos de 
uma energia desvitalizante que faz o indivíduo viver uma constante em seu 
rebaixamento de tônus vital. 
 
Transtornos bipolares: ora o indivíduo está eufórico, ora depressivo, ora 
maníaco e ora desvitalizado, e essas oscilações são bastante acentuadas, levando a 
um colapso psicológico/emocional e fisiológico, com o tempo. 
 
 
AS ORGANIZAÇÕES 
 
Algumas modernas organizações já perceberam que um bom ambiente de 
trabalho ajuda bastante, pois promove o bem-estar e propicia que todos vivam uma 
busca constante de equilíbrio e satisfação. Investem em salas equipadas com 
recursos para descanso, meditação, ginástica, ioga e outros. 
Estudos recentes têm comparado rendimentos profissionais com o grau de 
felicidade dos funcionários de uma empresa; outros estudos revelam que a saúde 
mental dos indivíduos está relacionada com pressões financeiras e profissionais, 
dado o aumento da competitividade, da insegurança advinda do crescente 
desemprego, entre outros fatores (separações, nascimento de mais um filho, 
gravidez indesejada, por exemplo). A ênfase maior e melhor sempre será a de 
prevenção, mas caso haja a identificação de problemas sérios, duradouros, o 
indivíduo deverá ser devidamente recomendado ou encaminhado para 
acompanhamento psicoterapêutico e/ou psiquiátrico. 
Em suma, conhecendo elementos gerais da Psicologia, é possível antever 
problemas, tomar atitudes de prevenção, desenvolvendo comportamentos que nos 
movam para a busca de um melhor equilíbrio mental, emocional, corporal e 
espiritual. Estamos vivos para as relações humanas e quanto melhores forem às 
trocas entre as pessoas, promovendo respeito às diferenças, que somem e 
multipliquem bons recursos, melhor será a qualidade de vida e melhores serão os 
resultados. 
 
O SURGIMENTO DA ABORDAGEM COM VYGOTSKY 
 
Essa abordagem surge na ex-União Soviética, com influência da Revolução 
de 1917 e a teoria marxista. Ganha força no Ocidente, por volta dos anos 70, 
tornando-se referência para a Psicologia do Desenvolvimento, a Psicologia Social e 
a Educação, propriamente ditas. 
Vygotsky buscou construir uma Psicologia que superasse as tradições 
positivistas e pudesse abarcar o homem e seu mundo psíquico como uma 
construção histórica e social da humanidade. 
 
Definição de Positivismo: O positivismo defende a ideia de que o conhecimento 
científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os 
positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada 
através de métodos científicos válidos. 
Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados as crenças, 
superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para 
eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos. 
 
 
PRINCIPAIS CONCEITOS 
 
As funções superiores do homem e suas compreensões não podem ser 
atingidas pelo simples estudo animal, pois os animais não possuem vida social e 
cultural: 
 O organismo humano não possui maturação independente para atingir 
funções superiores; 
 Tanto a linguagem quanto o pensamento humano têm origem no contexto 
social; 
 Para se compreender e explicar as funções superiores do homem é 
necessário integrá-los aos aspectos da cultura; 
 Para se compreender e explicar as funções superiores do homem é 
necessário integrá-los aos aspectos da cultura; 
 Existe uma unidade entre consciência e comportamento, que deve ser 
integrada pela Psicologia Humana e Social; 
 Os fenômenos são processos em constante transformação; 
 A natureza e o homem estão diretamente ligados, um transformando o outro 
concomitantemente; 
 O conhecimento deve ser construído por meio de um rastreamento da 
evolução dos fenômenos; 
 É a vida que um homem tem que determina a sua consciência. 
 
Vygotsky vem sendo estudado por outros teóricos e, no Brasil, tem 
influenciado diretamente a Educação, desde a década de 1980, o que tem 
possibilitado uma construção de uma Psicologia Social mais crítica e significativa, 
uma vez que amplia e aprofunda a visão humana e social do ser humano, de forma 
diferenciada. Sem dúvida, sua rica concepção humana e social do homem tem 
contribuído para elucidar os aspectos mais complexos da natureza e possibilidades 
de aprendizagens humanas, dentro de divergências culturais, ampliando a 
compreensão e o respeito cuidadoso que se deve ter em se tratando das 
concepções do homem e todas as suas correlações (essenciais e existenciais). 
 
 
A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL E OS TIPOS DE AGRUPAMENTOS HUMANOS 
 
O ser humano é um ser social para os psicó- logos existencialistas, e 
concebê-lo de forma existencialista e sistêmica é urgente, uma vez que toda a 
natureza humana se inicia a partir da própria relação, desde o surgimento dos 
primeiros embriões humanos, como dita a própria história do homem e de sua 
humanidade. 
A natureza sociável o é por ter o homem a habilidade para o ajustamento 
criativo, natural e original, dependendo de fatores atrelados às personalidades de 
cada um e aprendizagens, tal como estilos de vida. 
 
TIPOS DE GRUPOS 
São tipos de grupos: 
a) primários: a família; 
b) secundários: amigos da escola, grupos mais próximos e trabalho; 
c) terciários: os grupos como associações em clubes, times, seitas, por outros 
objetivos, mais esporádicos. 
 O indivíduo transfere para os grupos de ordem secundária e terciária os seus 
padrões aprendidos e projetam expectativas, de acordo com sua mobilização ou, o 
contrário, suas resistências/dificuldades de pertencimento e cooperação. 
 
 
COMO EVOLUEM OS GRUPOS DE TRABALHO 
 
Estudos têm indicado, desde Kurt Lewin (1890-1947), que o ser humano 
primeiramente se agrega por um objetivo comum (grupo) e, à medida que fica 
estabelecida uma divisão de tarefas e um maior envolvimento entre seus membros, 
esse agrupamento recebe uma nova forma, mais coesa (equipe), que pode ou não 
se aperfeiçoar nas redes de cooperação e intimidades, fazendo, assim, surgir a 
autonomia e a interdependência fluida, criativa, entre todos os participantes, 
atingindo uma configuração quase que infalível, indestrutível (time). 
Tem-se observado que quanto mais integrados forem os grupos, mais 
sucessos estarão destinados a ter em suas tarefas/objetivos, pois favorecerão as 
atitudes conhecidas como “um por todos e todos por um”, fundamental no mundo 
das comunicações e relações humanas em geral, inclusive.

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