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INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS – IAESB 
FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS – FASB 
CURSO DE AGRONOMIA 
 
ALINNE ARAUJO 
ALLAN BROCK 
ALYSSON SCHWINGEL 
LUCAS MACEDO 
WESLLEY LOPES DE AMORIM 
 
 
 
 
 
 
NUTRIÇÃO ANIMAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARREIRAS-BA 
2017 
ALINNE ARAUJO 
ALLAN BROCK 
ALYSSON SCHWINGEL 
LUCAS MACEDO 
WESLLEY LOPES DE AMORIM 
 
 
 
 
 
 
 
 
NUTRIÇÃO ANIMAL 
 
 
 
Trabalho apresentado a disciplina de 
Bioquímica como requisito parcial de 
avaliação orientado pela professora 
Valdemara Cristiane Pereira dos Santos. 
 
 
 
 
 
BARREIRAS – BA 
2017 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O termo nutrição caracteriza uma sequência de processos do organismo, que 
englobam a ingestão do alimento, sua digestão, a absorção dos nutrientes, o 
metabolismo e a excreção. Esses processos têm por objetivo produzir energia e manter 
as funções vitais do organismo. 
 Os nutrientes são substâncias presentes nos alimentos, que fornecem energia 
para o funcionamento do corpo. Essas substâncias são responsáveis pela formação, 
conservação e crescimento de todos os tecidos do organismo, auxiliando também no 
bom funcionamento dos órgãos. Os nutrientes podem ainda ajudar em funções 
intestinais e na hidratação do corpo. Eles podem ser classificados como macronutrientes 
(carboidratos, proteínas e lipídeos) e micronutrientes (vitaminas e minerais). 
Os carboidratos fornecem a energia necessária para que você realize as 
atividades do dia-a-dia. As proteínas atuam na reestruturação de células e tecidos, 
crescimento e manutenção do esqueleto e síntese de enzimas e hormônios. E os lípideos 
são o transporte das vitaminas lipossolúveis, A, D e K e também fornecem energia. 
As vitaminas e os minerais são substâncias reguladoras, desempenham papel 
importante no bom funcionamento de intestino, contribuem na formação de ossos, 
dentes, cartilagens e no processo de absorção do organismo. Em cada fase da vida há 
uma demanda energética e nutricional diferente, de acordo com a necessidade orgânica. 
O termo “fator antinutricional” tem sido usado para descrever compostos ou 
classes de compostos presentes numa extensa variedade de alimentos de origem vegetal, 
que quando consumidos, reduzem o valor nutritivo desses alimentos. Eles interferem na 
digestibilidade, absorção ou utilização de nutrientes e, se ingeridos em altas 
concentrações, podem acarretar efeitos danosos à saúde, como diminuir sensivelmente a 
disponibilidade biológica dos aminoácidos essenciais e minerais, além de poder causar 
irritações e lesões da mucosa gastrintestinal, interferindo assim, na seletividade e 
eficiência dos processos biológicos. 
 
 
 
 
 
2. Nutrição Animal 
 
2.1 Conceito de nutrição 
 
Nutrição é um conjunto de processos, que envolve a ingestão, digestão, 
absorção, metabolismo e excreção dos nutrientes, com a finalidade de produzir energia e 
manter as funções do organismo. 
São substâncias contidas nos alimentos que fornecem energia para o 
funcionamento do corpo humano. Podemos dividir em macronutrientes e 
micronutrientes. Os macronutrientes são os carboidratos, proteínas e lipídeos e os 
micronutrientes são as vitaminas e mineirais. 
 
 
2.2 Metabolismos dos animais 
 
O metabolismo tem quatro funções específicas: (1) obter energia química pela 
degradação de nutrientes ricos em energia oriundos do ambiente; (2) converter as 
moléculas dos nutrientes em unidades fundamentais precursoras das macromoléculas 
celulares; (3) reunir e organizar estas unidades fundamentais em proteínas, ácidos 
nucléicos e outros componentes celulares; (4) sintetizar e degradar biomoléculas 
necessárias às funções especializadas das células 
 
2.3 Água 
 
Tendo em vista a grande variedade de suas funções e a magnitude de seus 
requisitos, a água pode ser considerada o nutriente essencial mais importante para os 
animais. A água é o maior constituinte do corpo, e a manutenção estável de sua 
quantidade é rigidamente controlada nos mamíferos e aves. O corpo humano pode 
perder praticamente toda a gordura e acima da metade da proteína e sobreviver, 
enquanto a perda de um décimo da água pode resultar em morte. O mesmo pode ocorrer 
com os animais domésticos, variando entre as espécies a capacidade de perdê-lo. O 
jumento, provavelmente, está entre os mais resistentes, pois sobrevive a perdas hídricas 
acima de 30% do seu peso. 
É um constituinte ativo e estrutural e não meramente um solvente das 
substancias presentes no corpo. É o componente corporal com maior taxa de reciclagem 
Compreende cerca de 70% da carcaça desengordurada dos animais adultos, variando 
pouco dos mamíferos. Veículo dos nutrientes na digestão, absorção, transporte para as 
células e excreção. É o dispersante ideal, devido ao seu poder ionizante, o que facilita as 
reações tissulares. Por causa do deu alto calor específico, é capaz de absorver o calor 
produzido nas reações, dissipando-as para a pele, pulmões e luz intestinal. O calor 
latente de evaporação (540 cal/g) exerce importante papel na regulação da temperatura 
corporal. 
 A alta tensão superficial auxilia na coesão das células e a manutenção das 
articulações. É o material com maior constante dielétrica (80) e é razão de ser a água um 
solvente universal. Na solubilização, há formação de hidratos, o que facilita as reações 
químicas por dispor os íons em contato mais intimo uns com os outros. As propriedades 
de solvente, dispersante e dielétrica são ajudadas pela baixa viscosidade - menor que 
qualquer outro líquido comum, o que permite a sua passagem, e a das substancias nela 
dissolvidas, pelos mais finos capilares do organismo, sem muito atrito e, portanto, baixa 
exigência do coração. As reações enzimáticas que ocorrem na digestão e metabolismo, 
em grande parte, implicam em adição (hidrólise) ou de substração de moléculas de água 
ao substrato. Secreção de hormônios, enzimas e outras substancias bioquímicas. 
Manutenção da pressão osmótica intra-celular. Equilíbrio ácido-básico : homeostase 
orgânica É constituinte principal de líquidos orgânicos particulares: sinóvia, fluido 
aquoso, cefalorraquidiano, perilinfa e amniótico, onde exerce ação lubrificante e de 
proteção. 
 
2.3.1 Distribuição da água corpórea 
 
A água está distribuída no corpo animal de forma heterogênea, de maneira a 
manter o equilíbrio dinâmico entre os compartimentos do organismo. A água 
intracelular representa mais de 45% do peso vivo enquanto o conteúdo extra-celular 
aproximadamente 20%. O funcionamento normal do organismo se faz às custas de 
perdas ininterruptas de água que devem ser repostas constantemente através da água 
de bebida principalmente. Distribuição dos líquidos do corpo em % do peso 
corporal. 
 
 
2.3.2 Bovinos de leite 
 
Dos animais domésticos, a vaca leiteira é que mais sofre com uma deprivação de 
água, primariamente pela grande excreção no leite. O corpo contém, em média, de 55 a 
65% de água. Em temperatura elevada recusam alimento a partir do quarto dia de 
deprivação e a perda de peso pode chegar a 16%. O aumento da temperatura ambiente 
eleva o consumo de água, sendo 27-30°C a faixa em que ocorre diferença marcante de 
consumo. O aumento da umidade ambiente reduz o consumo de água, porque reduz a 
evaporação corporal. Dietas com alto conteúdo de fibra indigestível promovem grandes 
perdas de água nas fezes, o que aumenta a ingestão de água. 
 
2.3.3 Ovinos 
 
A ovelha gestante aumenta o consumo a partir do terceiro mês, dobra no quinto 
mês. A ovelha lactante temo dobro do consumo que a não lactante. A deprivação de 
água é acompanhada por severa depressão no consumo de alimentos e predispõe as 
ovelhas a toxemia gravídica (ou doença da gestação). A adequada ingestão de água é 
essencial para a excreção de substancias tóxicas, tais como oxalatos, amônia e sais 
minerais. A água a zero grau suprime a atividade microbiana ruminal por 4 horas após a 
ingestão, diminuindo a taxa de produção. Se mantidos em pastagens de qualidade 
média, o consumo em clima temperado chega a 4,0 litros/cab/dia, e 5-6 litros/cab/dia, 
em clima quente. 
 
2.3.4 Equinos 
 
De 30 a 45 litros para adultos ou 2-3 litros por Kg de matéria seca consumida. 
Éguas em lactação, cerca de 57 litros/dia. Existe estreita relação entre clima, exercício e 
consumo de água. Assim, cavalos podem consumir entre 65 litros de água, com 
temperatura entre 13-15°C e UR% de 72%, e 80 litros quando temperatura de 21°C e 
UR de 58%. A variação em função do trabalho vai de 37 litros de água, para cavalos em 
repouso, e até 58 litros para cavalos em trabalho pesado (Silva, 1989 citado por Nunes, 
1998). Beber água entre os potros é muito raro, a menor idade em que se observou um 
potro beber foi três semanas, e oito de 15 potros nunca foi observados bebendo antes da 
desmama. 
 
2.3.5 Caprinos 
 
Dos animais domésticos, a cabra é dos mais eficientes no uso da água, 
aproximando-se do camelo quanto à reduzida taxa de reciclagem por unidade de peso 
corporal. É capaz de conservar água pela redução das perdas na urina e nas fezes. O 
consumo de água nos alimentos é alto, dado à seleção e ingestão de brotos. Segundo 
Silanikove (2000), as raças Black Bedouin e a Barmer, só bebem água na freqüência de 
uma vez a cada quatro dias. 
 
2.3.6 Suínos 
 
O consumo de alimento diário é considerado o melhor preditor individual do 
consumo de água para suínos entre três e sete semanas de idade. A relação é descrita 
pela equação: Consumo de água (L/dia) = 0,149 + (3,053 x Consumo MS(kg)) Uma 
combinação do consumo de alimentos com o peso corporal foi descrita pela equação: 
Consumo de água (L/dia) = 0,788 + (2,23 x Cons. MS (kg)) + (0,367 x PC0,60) A 
necessidade de água pelos suínos é bastante variada em função da idade, tipo e 
quantidade de ração ingerida e estado fisiológico. 
 
2.3.7 Aves 
 
No início da vida a ave é muito sensível à desidratação. Só a deficiência de 
oxigênio é mais crítica que a falta de água. Basta lembrar que a perda de 10% de água 
em relação ao peso corporal leva o pintainho à perda de peso e induz à desidratação, e 
20% de perda das reservas de água do organismo, leva a ave à morte. Daí a importância 
de, antes de iniciarmos a implantação de um projeto avícola, verificarmos a 
disponibilidade de água para atender à demanda do consumo. Importante também é 
prever o aumento de consumo em condições adversas, como no caso de stress pelo 
calor, quando o consumo de água praticamente dobra. 
 
2.4 Carboidratos 
 
Os carboidratos, na forma de açúcar ou amido, representam a maior parte da 
ingestão calórica dos animais. São fontes imediatas de energia, enquanto os lipídios 
constituem a principal reserva energética. Esses carboidratos também desempenham 
outras funções biológicas importantes. O amido e o glicogênio servem como depósitos 
temporários de glicose; polímeros (moléculas gigantes) de carboidratos atuam no 
revestimento celular dos animais; outros carboidratos lubrificam as juntas esqueléticas; 
promovem adesão entre as células, entre outras funções. 
Existem três grandes classes de carboidratos: monossacarídeos, 
oligossacarídeos e polissacarídeos. Os monossacarídeos são carboidratos bem pequenos, 
como o açúcar glicose; os oligossacarídeos são açúcares de tamanho intermediário, 
tendo-se como exemplo a sacarose (açúcar de cana); os polissacarídeos são carboidratos 
de grande tamanho, tendo como representantes o amido e a celulose. 
A maioria dos carboidratos digestíveis encontrados nos grãos de cereais e em 
produtos animais não são açúcares simples, mas sim polímeros de açúcares simples. 
Explicando, a glicose é um açúcar simples, mas o mais comumente encontrado é uma 
molécula gigantesca, em cuja composição estão muitas moléculas de glicose. Amidos 
naturais são uma mistura de dois compostos, amilase e amilopectina. Ambos são longas 
cadeias de glicose, mas diferem por essas glicoses estarem ligadas de maneira diferente 
entre elas.O glicogênio, açúcar correspondente nos animais ao amido nas plantas, é 
também um polímero de glicose bastante ramificado. A sacarose é composta por uma 
molécula de glicose e uma de frutose. A lactose consiste em uma molécula de glicose e 
uma de galactose. 
A digestão do amido inicia-se na boca, quando o alimento é misturado com a 
saliva. Esta contém a ptialina, que é capaz de quebrar as ligações entre as glicoses do 
amido. O principal local de digestão dos carboidratos é o intestino, já que as enzimas da 
saliva (e também do pâncreas) “quebram” apenas parcialmente as moléculas grandes. 
Esses compostos, agora em tamanho reduzido, são novamente quebrados até chegarem 
à glicose. Essa quebra ocorre quando esses compostos entram em contato com as células 
da mucosa intestinal. A maior parte dos carboidratos dos alimentos para cães e gatos é 
quebrada e absorvida na forma de glicose. Essa glicose, agora na corrente sangüínea, 
pode entrar nas células. Na maioria das células esse açúcar entra com o auxílio da 
proteína insulina; a entrada da glicose nas células hepáticas, nos glóbulos vermelhos e 
nas células do sistema nervoso central, porém, já não depende dessa proteína. 
Em animais alimentados com dietas que contém mais carboidratos do que o 
necessário, o excesso de energia proveniente dos carboidratos é armazenado sob a 
forma de glicogênio no fígado e músculos, e como triglicerídeos nos tecidos adiposos. 
Durante períodos de jejum, stress ou atividade muscular acelerada, o glicogênio é 
degradado em glicose. 
Muitos açúcares e o amido fazem parte dos carboidratos digeríveis pelo 
organismo. Alguns deles, no entanto, o organismo animal não conseguem digerir. 
Fazem parte desse grupo as fibras alimentares, que são necessárias na alimentação 
mesmo não sendo digeridas. São exemplo de fibras alimentares a celulose, a lignina, a 
pectina etc., assim como uma determinada parte do amido, chamado amido resistente. 
Algumas proteínas não digeríveis, como a queratina (um composto das unhas, cabelos 
etc.), podem ser consideradas fibras alimentares. 
2.4.1 Alimentos ricos em Carboidrato 
- Milho (é o 1º mais usado): fonte de Amido. São usados corriqueiramente para 
produção de alimentos para animais. Normalmente, é usado moído. 
- Arroz: excelente alimento. Se cozido (para cães e gatos), apresenta maior 
digestibilidade. A desvantagem dele é que é mais caro, principalmente para quem está 
longe dos locais de produção do mesmo. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de 
arroz. Ele melhora e diminui a consistência das fezes. Arroz é muito usado para cão e 
gato. Amido bem mais digestível que do milho. Mas é caro. Algumas rações usam 
milho e arroz, mas muitas Super Premium usam só arroz. 
- Aveia: é muito mais cara que o milho! É normalmente utilizada em alimentos 
para eqüinos. É muito seguro para cavalos, porque contém amido, os quais são mais 
facilmente digeridos por eles e, fibras, que facilitam a passagem do TGI. Só é utilizada 
em alimentos mais caros e pode ser oferecido sozinho na alimentação. 
Aveia é muito usada para eqüinos e em algumas rações para cães (mas pouco, 
por causa da fibra). É um grão mais caro, possui casca fibrosa e amido em seu interior. 
Para o cavalo, geralmente o grão de aveia é cozido.Vai melhorar sua digestibilidade, 
mas precisa ser fornecido imediatamente, senão estraga logo. Às vezes, ela também é 
achatada, em vez de cozida. Isso também melhora sua digestibilidade. 
- Trigo: O farelo de trigo utilizado é um subproduto da industrialização do 
trigo, onde o amido é retirado para fazer farinha. A casca + pequenas porções não 
retiradas = rico em fibras. Estas são utilizadas em pequenas quantidades para rações de 
Equinos, coelhos. 
- Sorgo: mais usado: é uma gramínea, parece com o pé de milho, contém alta 
quantidade de amido e fibra. Por ter alto teor de fibra, são pouco utilizados na 
alimentação de monogástricos! O Sorgo também é rico em tanino, que dificulta a 
digestão do amido no intestino. É mais barato que milho, mas pouco usado para cães e 
gatos por esse motivo. Tanino é uma substância que apresenta valor ANTInutricional, 
porque diminui a digestibilidade de outros alimentos. 
- Melaço: não tem amido; é resultado do cozimento de caldo de cana 
(desidratação). É rico em açúcar (sacarose). É usado pp na ração de eqüinos. O custo 
aumentou muito, porque as empresas estão preferindo fazer açúcar para exportar. É 
usado para eqüinos (que adoram o sabor) e bovinos (menos hoje em dia, por causa do 
preço). Encontrado em forma líquida e em pó. 
- Triticaleé um grão resultado da hibridação entre o trigo e o centeio. É pouco 
usado no Brasil (+ no Sul). Rico em amido, mas também em fibra. 
Cada um desses tem seu amido específico (ligeiramente diferente de um pro 
outro). 
Rações de aves e suínos são geralmente ricas em milho (carboidrato) e soja 
(proteína). O grão do milho tem partes ricas em óleo e em proteína (no gérmen). 
A membrana que envolve o amido nos vegetais dificulta a ação da amilase. O 
cozimento dos vegetais é que proporciona a quebra dessa membrana. Então, a 
digestibilidade dos vegetais ricos em amido é maior quando sofrem processo de cocção. 
Dependendo da técnica de industrialização teremos mais ou menos quebra 
dessa membrana, ou seja, maior ou menor digestibilidade do amido. 
2.5 . Lipídios 
 
Os animais e os vegetais possuem (sintetizam) grupos de substâncias, 
insolúveis em água, que são via de regra denominadas de lipídios, sendo os mais 
conhecidos as gorduras. Assim como os aminoácidos são os componentes das proteínas, 
os lipídios são a união de diversos ácidos graxos. A constituição química desses ácidos, 
aliados à quantidade deles na molécula, é que confere o aspecto gorduroso do lipídio. 
São os principais combustíveis da maioria dos organismos. Dentre os lipídios 
aproveitados pelo organismo estão, por exemplo, o colesterol, um dos precursores da 
vitamina D, mas que em altas concentrações podem provocar obstruções nas veias 
cardíacas; triglicerídeos; hormônios esteróides etc.. Os lipídios de origem vegetal são 
denominados extrato etéreo, cujos níveis podem ser facilmente verificados nas 
embalagens dos produtos. 
 
Em seguimento ao estágio de amamentação, os lipídios constituem apenas uma 
pequena parcela na dieta da maioria dos animais, com exceção de carnívoros e 
humanos. No entanto, o metabolismo dos lipídios assume grande importância na 
nutrição, tanto pelas funções vitais desempenhadas por lipídios específicos, como pela 
ampla síntese das gorduras, que ocorre no organismo durante a sua deposição e na 
secreção do leite. Há ocorrência de lipídios como componentes essenciais em cada 
célula do organismo, em que uma de suas funções, junto às proteínas, é formar a 
membrana celular. Embora o depósito de gordura sirva basicamente como fonte de 
energia, aquela depositada sob a pele serve também como um isolante térmico, que 
impede a fuga demasiadamente rápida de calor orgânico. As gorduras acumuladas ao 
redor das vísceras e alguns outros órgãos funcionam como um “apoio”. Gorduras tanto 
de origem animal como vegetal podem ser usadas quase que com a mesma eficiência 
para a produção de energia. Contudo, os óleos vegetais são as fontes mais potentes de 
ácidos graxos essenciais. 
Os lipídios são importantes na nutrição pois concentram, em média, 2,25 vezes 
mais energia do que o peso equivalente de proteínas ou carboidratos. Por serem 
abundantes em animais e vegetais, sua obtenção na dieta natural é facilitada e, na dieta 
industrializada, o custo para sua adição é reduzido. O lipídio mais importante na 
nutrição é o ácido linoléico, que deve constar obrigatoriamente na alimentação. As 
gorduras também podem ser sintetizadas pelo organismo a partir de ácidos graxos da 
dieta, de carboidratos e de produtos de degradação de proteínas. 
Além de fornecerem energia, os lipídios são importantes na alimentação por 
influenciar na palatabilidade e textura dos alimentos e carrearem vitaminas lipossolúveis 
(solúveis em gordura). O tipo e a quantidade de óleos e gorduras na dieta são 
extremamente importantes, pois podem influenciar: 1) o apetite e a ingestão dos 
alimentos; 2) os níveis exigidos de minerais, vitaminas e proteínas na dieta; 3) a 
velocidade e a eficiência de ganhos e perdas de peso; 4) a capacidade de realizar 
trabalho muscular; 5) estado da pelagem; 6) aparência física; 7) o tipo de gordura 
depositada no organismo; 8) patologia dos tecidos. 
Um desbalanço na quantidade de gordura na dieta, mesmo em pequenas 
proporções, podem provocar desequilíbrios metabólicos e conseqüentes enfermidades. 
Filhotes, principalmente os de crescimento rápido, quando alimentados com dietas 
desbalanceadas em gorduras, podem ficar susceptíveis a infecções e alteração na 
pelagem e na pele, por exemplo. 
Em razão de seu alto teor calórico, são os lipídios que determinam a densidade 
energética de um alimento. Como dito anteriormente, também contribuem para o 
aumento da palatabilidade. Isso leva a uma série de cuidados como, por exemplo, tentar 
promover um equilíbrio entre a quantidade ideal de gordura e a moderação do paladar, 
ou seja, evitar um consumo excessivo de alimento. Os carnívoros suportam bem níveis 
elevados de gorduras e as digerem perfeitamente. No entanto, esse possível excesso 
deve ser estritamente reservado aos cães ativos ou que possuem necessidades 
energéticas elevadas, por exemplo cadelas em lactação. A grande freqüência de cães 
obesos é em geral associada à utilização abusiva de alimentos bastante energéticos em 
animais pouco ativos, sem um adequado controle de consumo. Com relação ao 
crescimento, deve-se estar sempre atento a escolher um alimento com nível energético 
(logo, de lipídios) moderado, a fim de evitar um crescimento muito rápido e indução 
precoce da obesidade, que é difícil de corrigir na idade adulta. 
Duas famílias de ácidos graxos merecem particular atenção: 
– a série “ômega 6”: o precursor do ácido linoléico, que se encontra mais 
naturalmente nos vegetais e pouco nos produtos animais, com exceção da gordura de 
frango. Sua carência provoca o ressecamento da pele, descamação, alopecia (falta de 
pêlos) e pêlos sem brilho. 
– a série “ômega 3”: o precursor do ácido linolênico. Essa série não seria 
indispensável, pois pode ser sintetizada a partir do ácido linoléico. No entanto esses 
ácidos graxos têm uma função metabólica importante na integridade da membrana 
celular, no funcionamento do sistema nervoso e na indução da imunidade. Um aporte 
em ácidos graxos dessa série é, pois, recomendada. Podem ser encontrados em óleos de 
peixes. 
 
2.6 Proteínas 
 
As proteínas, cujo nome significa “primeiro” ou “o mais importante”, são as 
macromoléculas mais importantes das células e constituem mais da metade do peso 
seco de muitos seres vivos. São enormes moléculas orgânicas, constituídas de 
“pequenos pedaços” chamados aminoácidos. Existem 20 aminoácidos, cujas 
combinaçõesentre eles resultam em milhões de proteínas diferentes. Desde a mais 
antiga bactéria, até o ser mais evoluído atualmente, a composição orgânica varia desses 
mesmos 20 aminoácidos. 
No caso dos vegetais, fermentos e bactérias, sais de nitrato e amônio são 
utilizados como compostos iniciais para síntese de proteína. Entretanto, no caso dos 
animais, a maioria dos aminoácidos deverá constar da alimentação. Isso porque o 
organismo animal é incapaz de sintetizar a maior parte dos aminoácidos de que 
necessita. Esse fato dá margem a classificar os aminoácidos em dois tipos: essenciais e 
não-essenciais. Os aminoácidos essenciais são aqueles que o organismo não consegue 
sintetizar nas proporções para crescimento e manutenção normais, ou seja, sua obtenção 
nos alimentos é essencial. Os aminoácidos não-essenciais são aqueles que o organismo 
consegue sintetizar nas proporções adequadas ao crescimento e manutenção normais, ou 
seja, não precisam estar no alimento. 
Uma vez que a proteína é o principal componente dos órgãos e estruturas 
moles do organismo animal, durante toda a vida é necessária a ingestão acentuada desse 
nutriente. Dessa forma, a transformação de proteína alimentar em proteína orgânica é 
parte importantíssima no processo de nutrição. A proteína alimentar, quando submetida 
à ação do ácido estomacal e de certas enzimas, é degradada (catabolismo) em 
aminoácidos, que são o “material de construção” com o qual a proteína orgânica é feita 
(anabolismo). 
Além de fazer parte da estrutura das células, a proteína é responsável por 
fornecer nitrogênio ao organismo, que entra na composição, por exemplo, de alguns 
produtos de excreção. É salutar, portanto, manter uma quantidade equilibrada de 
nitrogênio à disposição do processo metabólico. 
Proteínas vegetais são plenamente satisfatórias para todas as fases da vida do 
cão, se elas forem adequadamente processadas e quando houver proporções equilibradas 
de aminoácidos presentes. Por um lado, a obtenção de proteína vegetal pode ser mais 
barata, mas promover o balanço adequado pode se tornar mais dispendioso; por outro, 
as carnes possuem quantidades bem superiores de proteína, o que por conseqüência 
reduz a quantidade de matéria-prima do alimento. Note-se que o uso de proteína vegetal 
deve ser prescrita pelo Médico Veterinário, pelas particularidades digestórias do cão. O 
uso de proteína animal, já que o cão é originalmente carnívoro, reduz as chances de 
carência alimentar. 
A qualidade e a quantidade de proteína são muito importantes. Algumas fontes 
alimentares de proteína são deficientes em um ou mais aminoácidos, enquanto outras 
contêm outros aminoácidos em teores quase ótimos. 
A primeira digestão das proteínas ocorre no estômago e trato digestório superior, 
originando os aminoácidos; em seguida, esses aminoácidos são absorvidos através da 
parede intestinal, permanecendo no sangue e constituindo o mais importante conjunto 
de aminoácidos metabólicos. 
A absorção intestinal é influenciada pela concentração de aminoácidos e outros 
nutrientes na dieta. Qualquer grande excesso de aminoácidos é desperdiçado. Os tecidos 
do organismo não podem utilizá-los facilmente e esse excesso é degradado e excretado. 
Isso explica porque os aminoácidos não podem ser acumulados ou armazenados no 
organismo. 
 
 
2.6.1 Digestão e absorção de proteínas 
 Para que a proteína dos alimentos possa ser usada pelos animais, tem que 
sofrer digestão e absorção e tornar-se apta ao metabolismo. As proteínas são substâncias 
complexas, de natureza coloidal e de peso molecular elevado. São unidades 
polimerizadas de aminoácidos. Estes são produtos finais da hidrólise, quando as 
proteínas são fervidas durante muitas horas com ácidos fortes ou quando atuados por 
enzimas próprias. Na digestão dá-se, também, o seu desdobramento até aminoácidos, 
que é a forma com que ela é absorvida. Entretanto, sabe-se que pequenos peptídeos 
podem ser absorvidos nas vilosidades intestinais. A proteína não digerida aparece na 
matéria sêca fecal juntamente com as proteínas de origem microbiana e das enzimas 
utilizadas na digestão. De maneira geral, a proteína da matéria fecal humana é composta 
de 40% de proteínas não digeridas, 40% de proteínas microbianas e 20% de proteínas 
enzimáticas. Nos animais domésticos, 20% a 25% da proteína ingerida são excretados. 
No humano, essa quantidade baixa para 7% a 8 %. 
 
2.7 Fatores antinutricionais 
 
Na produção animal a combinação de alimentos energéticos e protéicos é de 
fundamental importância para o adequado fornecimento de nutrientes necessários à 
maximização dos desempenhos produtivo e reprodutivo. O custo da alimentação pode 
representar até 75 % do custo total de produção o que leva a utilização, cada vez maior, 
de alimentos alternativos. No entanto, com o aparecimento de problemas sanitários e de 
transmissão vertical de doenças, a utilização de fontes protéicas de origem animal, na 
formulação de rações, tem sido alvo de questionamentos, ocorrendo restrição à 
utilização dessas fontes, aumentando desta forma a procura de alimentos alternativos de 
origem vegetal para as rações de animais. 
O valor nutricional dos alimentos pode ser determinado por análises químicas, 
porém, a performance dos animais é o melhor indicador do valor real, pois os alimentos 
podem conter fatores antinutricionais, que interferem na digestibilidade, absorção e 
utilização dos nutrientes. As análises químicas convencionais não incluem estimativas 
da presença destes fatores. 
Os fatores antinutricionais existentes nos alimentos são estudados há vários 
anos, haja visto que o tratamento da soja crua com calor data de 70 anos atrás. 
Infelizmente, quase todas as fontes de proteínas de origem vegetal possuem fatores 
antinutricionais que precisam ser eliminados por processos e técnicas especiais, para 
que possa ser usado na alimentação animal ou para que tenham seus valores nutricionais 
aumentados. 
Para as plantas, os fatores antinutricioriais funcionam como proteção natural 
aos ataques de fungos, bactérias, insetos e pássaros. Há indicações que os efeitos desses 
fatores provocam distúrbios digestivos nos microrganismos e insetos atuando de modo 
similar em animais. A eficiência de utilização dos nutrientes contidos nos alimentos está 
diretamente ligada à possibilidade da inativação dos fatores antinutricionais, 
proporcionando ainda, menor poluição ambiental e redução no custo de produção. 
O termo “fator antinutricional” convencionalmente esta reservado para aquelas 
substâncias na qual reduz a utilização de nutrientes ou o consumo nos animais. 
 
2.7.1 Fatores Antinutricionais da Soja 
 
Dentre os alimentos protéicos de origem vegetal, destaca-se a soja, a qual 
contem cerca de 37% de proteína, sendo também fonte adequada de óleo (17%). O grão 
de soja quando devidamente processado apresenta proteína de elevado valor biológico, 
de fácil digestão e com elevados teores de aminoácidos essenciais. Entretanto, devido à 
presença de fatores antinutricionais que atuam negativamente sobre o desempenho 
animal, a soja “in natura” não pode ser utilizada na alimentação de monogástricos, 
necessitando de um adequado processamento térmico para desativação destes 
componentes sem afetar suas propriedades nutritivas. 
Os principais fatores antinutricionais presentes na soja são: os Inibidores de 
Proteases que inibem as enzimas digestivas tripsina e quimotripsina e as Lectinas ou 
Hemaglutininas, que promovem a aglutinação dos glóbulos vermelhos. 
 
2.7.2 Processamento da Soja 
 
Os efeitos causados pelos inibidores de proteases podem ser reduzidos 
significativamente pela adição extra de metionina na dieta, sendoa suplementação de 
cistina menos eficiente. No entanto a qualidade do farelo de soja melhora quando recebe 
adequado tratamento térmico, o qual reduz a atividade dos inibidores de proteases e da 
lectina. Em geral a magnitude pela qual estes inibidores podem ser inativados pelo 
aquecimento é função da temperatura, tempo de aquecimento, pressão utilizada, 
umidade e tamanho das partículas, variáveis estas que exigem máximo cuidado para 
obtenção de um produto de excelente valor nutritivo. 
A extrusão é um tipo de processamento muito eficiente, uma vez que provoca o 
rompimento da parede celular propiciando maior exposição dos nutrientes e provocando 
a gelatinização dos componentes amiláceos, a desnaturação das proteínas e o 
cisalhamento e reestruturação de produtos expandidos dispensando a moagem do 
produto. 
No processamento de tostagem, o cozimento se faz através de uma fonte de 
calor. O tempo de cozimento do grão de soja e a temperatura variam de acordo com o 
tipo de equipamento utilizado, havendo necessidade de moagem do produto final. 
A micronização consiste num processo onde o grão de soja crua é submetido 
ao aquecimento por vapor indireto a uma temperatura de ± 165°C por 2 a 3 minutos, 
após o aquecimento, é retirada a casca do grão da soja que em seguida é submetida a um 
processo de moagem por rolos (micronização) até atingir uma granulometria final de ± 
30 microns. 
A disponibilidade dos nutrientes do farelo de soja processado depende do tipo e 
qualidade do processamento empregado. 
A inativação da atividade do inibidor de tripsina pelo tratamento térmico é 
acompanhada pelo aumento concomitante na taxa de utilização da proteína (TUP). 
 
2.7.3 Métodos para Avaliar a Qualidade da Soja 
 
É bem conhecido que a soja deve receber tratamento térmico para destruir seus 
vários fatores antinutricionais. O desafio é saber qual a quantidade exata de calor 
necessária para garantir maior qualidade nutricional deste ingrediente. Quantidades de 
calor insuficiente no processamento não eliminam adequadamente os fatores 
antinutricionais e o superaquecimento pode resultar na destruição de alguns 
aminoácidos ou provocar reações que os tornam indigestíveis (reação de Mailard). 
Para assegurar a qualidade dos produtos derivados da soja é necessária a 
avaliação do tratamento térmico. O método mais utilizado para avaliar o processamento 
do farelo de soja é o índice de urease (American Oil Chemists Society, 1980a), que é 
usado como indicador indireto da presença de fatores antinutricionais e indica 
processamento inadequado (subaquecimento) do farelo de soja. A urease é uma enzima 
que é destruída em condições térmicas semelhantes aos inibidores de proteases e lectina. 
Em boas condições de processamento espera-se uma diferença de pH, no índice de 
urease, de 0,05 a 0,20 entre a soja testada e a soja controle. 
 
2.7.4 Taninos e Sorgo 
 
A primeira definição dos taninos foi realizada em 1966 por Haslam, que os 
definiu como polímeros fenólicos, solúveis em água que precipitam proteínas, 
apresentam sabor amargo e adstringente, possuem capacidade de inibir enzimas, 
formam complexos com carboidratos e outros polímeros não protéicos e possuem 
atividade antimicrobiana. 
Existem dois tipos de taninos, os hidrolisáveis (carboidrato central com 
ligações de ácidos fenólicos carboxílicos) e os condensados (mistura de polímeros 
flavonóides). 
O tanino do sorgo é do tipo condensado, constituído pela polimerização do 
Flavan 3-4 diol (catequinas ou epicatequinas), caracterizando-se pela resistência à 
hidrólise, este se encontra concentrado na testa do grão. A testa é um tecido altamente 
pigmentado, localizado logo abaixo do pericarpo, e sua existência é fator determinante 
da presença de tanino no sorgo (alto tanino). A ausência da testa indica variedades de 
baixo conteúdo de tanino. 
Os taninos condensados são os responsáveis metabolicamente pela inibição de 
algumas enzimas presentes no sistema digestivo, diminuindo assim, a absorção dos 
nutrientes através da parede intestinal. 
Os taninos condensados geralmente não são absorvidos no trato digestivo dos 
animais, provavelmente devido ao seu alto peso molecular, assim seu efeito é restrito 
apenas ao aparelho digestivo. 
Estudos “in vitro” com taninos condensados indicam que grande variedade de 
enzimas pode ser efetivamente inibida pelos taninos, tais como amilase, lipase e 
tripsina. 
A afinidade do tanino pela proteína é dependente tanto da composição em 
aminoácidos quanto da estrutura. As proteínas, que de modo geral, têm estrutura 
flexível e aberta e em particular aquelas ricas em prolina, possuem maior afinidade 
pelos taninos. 
As proteínas salivares e de mucosas, ricas em prolina apresentam alta 
capacidade de ligação com o tanino condensado. Animais submetidos a dietas ricas em 
taninos apresentam hipertrofia da glândula parótida, devido ao aumento na produção de 
secreções destas glândulas . 
 
2.7.5 Processamento do Sorgo 
 
O uso do calor tem sido estudado como um método potencial para reduzir os 
efeitos antinutricionais associado ao tanino. Entretanto este calor remove apenas 57% da 
fração ativa do tanino presente nos alimentos. Já a remoção mecânica (descortificação) 
envolve processos abrasivos, que podem muitas vezes, reduzir o conteúdo de proteína 
do grão. 
Entre os tratamentos químicos destaca-se o uso de amônia diluída, carbonato 
de potássio ou óxido de cálcio os quais têm mostrado reduzir a quantidade detectável de 
tanino no sorgo entre 80 a 90%, resultando num aumento do valor nutritivo de linhagens 
de sorgo com alto tanino. 
Um simples tratamento para desintoxicação, embora inconveniente, é a 
reconstituição, a qual envolve a adição de água no sorgo de alto tanino elevando sua 
umidade a aproximadamente 40%, seguido de um período de estocagem anaeróbica por 
duas a três semanas. Vários ensaios com pintos, utilizando sorgo reconstituído têm 
mostrado redução no conteúdo deste fator, melhorando o valor nutricional dos 
cultivares de sorgo com alto tanino. 
Comparando o efeito de sorgo de baixo e de alto tanino, no crescimento de 
pintos de corte, observaram redução de 45% no crescimento quando os pintos foram 
alimentados com dietas fareladas. Entretanto quando a ração foi fornecida na forma 
peletizada essa diferença foi de apenas 25%, e a adição de metionina suplementar 
também contribuiu para melhorar o desempenho das aves. Desta forma a peletização 
pode ser uma prática para tentar reduzir o efeito antinutricional causado pelos taninos de 
rações a base de sorgo. 
 
2.7.6 Fatores Antinutricionais da Canola 
 
Vários alimentos alternativos têm sido testados, visando à redução do custo das 
rações para monogástricos. Entretanto, poucos são os ingredientes, de origem vegetal, 
utilizados como substituto do farelo de soja em rações para aves e suínos. 
A canola foi introduzida recentemente no Brasil, e cultivada principalmente no 
Paraná, com a finalidade de extração do óleo para o consumo humano. O farelo de 
canola é o subproduto resultante da moagem das sementes de canola após a extração do 
óleo e apresenta potencial para ser utilizado na alimentação animal como substituto 
parcial do farelo de soja. 
A presença de glucosinolatos e ácido erúcico no farelo de canola tem limitado 
sua utilização na formulação de rações para aves e suínos. Além dos glucosinolatos o 
farelo de canola contém tanino e sinapina, a qual tem sabor amargo, podendo apresentar 
efeitos adversos sobre a patabilidade. 
Os glucosinolatos, aparentemente não são tóxicos, entretanto, os produtos de 
sua hidrólise, pela ação da enzima mirosinase, é que são considerados tóxicos. A enzimamirosinase ocorre naturalmente junto com os glucosinolatos nas sementes de canola e o 
contato desses dois componentes, durante o processamento, pode provocar a degradação 
dos glucosinolatos liberando glicose, isotiocianetos, nitrilos e gointrilas, os quais, por 
sua vez interferem na atividade da glândula tireóide, inibindo a síntese e secreção dos 
hormônios tireoidianos. Os principais efeitos destes produtos hidrolíticos são: depressão 
da absorção de iodo; hipertrofia e hiperplasia da tireóide, mudança na razão entre T3 e 
T4 (causada pelo isotiocianato) e lesões no fígado e rins, devido a presença de nitrilos. 
Isto leva a menor ingestão de alimentos; redução no crescimento, piora na eficiência 
alimentar e produção de ovos. Outros efeitos indesejáveis causados principalmente 
pelas gointrilas incluem, a citotoxicidade e a contaminação de ovos e leite. 
 
2.7.7 Processamento da Canola 
 
O processamento para reduzir os efeitos dos glucosinolatos é geralmente 
economicamente inviável. Por isto, o procedimento mais promissor foi o melhoramento 
genético, levando ao desenvolvimento de variedades com baixo teor de glucosinolatos. 
Os grãos moídos quando cozidos a 75 - 110°C por aproximadamente 25 
minutos perdem a atividade da mirosinase, entretanto o glucosinolalo ainda fica 
susceptível às enzimas bacterianas. Os glucosinolatos também podem ser inativados 
pelo calor úmido e através de radiação infravermelho. O uso de tratamento químico com 
ácool/amônia-hexano tem sido estudado e o seu efeito na extração varia de 50-100% 
como mostrado na. 
 
2.7.8 Raiz de Mandioca 
 
 A utilização de produtos de mandioca tem sido parcialmente limitada 
pelos teores de ácido cianídrico apresentados tanto pelas raízes, quanto pela parte 
aérea. Geralmente, atribui-se a toxidade da mandioca “in natura” e de seus subprodutos 
unicamente ao ácido cianídrico (HCN). Na realidade, o complexo toxicogênico é 
formado de glicosídio-acetona-cianogênico e apresenta como produtos de decomposição 
final acetona e o ácido cianídrico-glicose (TIESENHAUSEN, 1987). Portanto, o 
princípio tóxico é um glicosídio presente em todas as partes da planta que, quando 
hidrolisado libera HCN, cuja ingestão ou mesmo inalação de ar por ele poluído constitui 
sério perigo a saúde, provocando toxidade. Esse composto inibe grande número de 
enzimas, particularmente a oxidase terminal, na cadeia respiratória. O consumo de 
alimentos que contêm grande quantidade de glicosídios cianogênicos, não só tem 
resultado em morte ou efeitos neurológicos crônicos, mas também tem provocado 
inibição da penetração de iodo na glândula tireóide. 
A ação enzimática da linamarase sobre o glicosídio cianogênico provoca a 
liberação de ácido cianídrico, o qual se desprende por volatilização, podendo atingir 
baixos níveis em alguns produtos e tornando-os inócuos aos animais (CARVALHO, 
1987). 
Há 2 tipos de mandioca: mandioca brava ou amarga e a mandioca doce ou 
mansa (aipim, macaxeira). Mandioca brava: contém a substância linamarina (no látex, 
notadamente na casca da raiz e nas folhas) em teor elevado; essa substância transforma-
se em ácido cianídrico (altamente tóxico) no estômago dos animais. É de uso industrial. 
Mandioca mansa: contém baixíssimo teor de linamarina podendo ser consumida ao 
natural (uso culinário) (SEAGRI, 2001). Portanto, de acordo com o nível de glicosídeos 
cianogênicos e/ou de ácido cianídrico presentes na raiz é que se determina a diferença 
entre as variedades de maior toxidade, conhecidas como amargas ou bravas, e 
variedades menos tóxicas, chamadas de doces ou mansas. 
 
2.8 Mercado de nutrição animal 
 
A busca por aumento de produtividade tem sido uma das principais 
preocupações da pecuária. Produzir alimentos de qualidade e em menor tempo traz 
benefícios a toda a cadeia produtiva. Uma das ferramentas mais utilizadas para atingir 
essa meta é o enriquecimento nutricional dos alimentos dados aos animais, que 
permitem melhorar a saúde e o aproveitamento alimentar de bovinos, aves, suínos, 
caprinos, ovinos e peixes. 
De acordo com o vice-presidente da Phibro Animal Health, Stefan Mihailov, os 
aditivos alimentares permitem que o animal aproveite melhor o alimento para, assim, 
produzir mais carne ou leite em menos tempo e consumindo menor quantidade de ração, 
pasto ou sal mineral. ''Animais saudáveis geram alimentos saudáveis e, 
consequentemente, um mundo saudável'', salienta Mihailov. 
O diretor técnico e de regulatório para a América Latina da Phibro, Cesar 
Lopes, informa que a produção brasileira de ração animal foi de 61 milhões de 
toneladas, além de 2 milhões de toneladas de sal mineral. Segundo ele, o investimento 
necessário para essa produção é de R$ 27 bilhões. Lopes esclarece que os melhoradores 
são substâncias produzidas naturalmente por microrganismos. O que o mercado busca é 
produzir esses materiais em grande quantidade e inseri-los no alimento animal. Segundo 
ele, a Salinomicina, por exemplo, previne doenças em aves e melhora resultados de 
produção em bovino. Já a Virginiamicina melhora o desempenho do animal e atua 
contra a acidose ruminal no gado leiteiro. 
Lopes ressalta que o fato do aditivo estar inserido no alimento facilita seu uso 
por parte do produtor e também salienta que os produtos não deixam resíduo no animal 
para não prejudicar o consumidor final. Além disso, ao possibilitar um abate mais 
precoce os aditivos podem interferir positivamente na maciez da carne, tendo em vista 
que quanto mais novo o animal é abatido, mais macia sua carne no momento do 
consumo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Referencias Bibliográficas 
 
A IMPORTNAICA DA NUTRIÇÃO. Disponível em: 
<http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/a-importancia-da-nutricao-para-saude-2-1-
1-456.html>. Acesso em: 04 nov. 2017. 
 
ALIMENTAÇÃO ANIMAL. Disponível em : 
<http://www.dzo.ufla.br/Roberto/proteinas_alimentacao_animal.pdf Acesso em: 04 nov. 
2017. 
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<https://arnokayser.wordpress.com/2013/07/31/a-importancia-dos-animais/>. Acesso 
em: 05 nov. 2017 >. Acesso em: 04 nov. 2017. 
 
ASPECTOS IMPORTANTES DA NUTRIÇÃO ANIMAL. Disponível em : 
<http://www.saudeanimal.com.br/2015/11/26/alguns-aspectos-importantes-da-nutricao-
animal-os-nutrientes-5/. Acesso em: 04 nov. 2017. 
CARBOIDRATOS NA ALIMENTAÇÃO. Disponível em : 
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAffs4AJ/carboidratos-na-alimentacao-animal-
nutricao?part=2. Acesso em: 03 nov. 2017. 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Disponível em : 
<https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Agua_nutricao_000gy2xyyy402w
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FATORES NUTRICIONAIS. Disponível em : 
<https://sites.google.com/site/nutricaoanimaluesc/home/extra/segundo-credito/05---
fatores-antinutricionais. Acesso em: 04 nov. 2017. 
MERCADO DA SUPLEMENTAÇÃO. Disponível em : < 
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/agroanalysis/article/viewFile/20112/18855. 
Acesso em: 05 nov. 2017.

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