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Anestesio - Aula 02 (07/12/2016) - Prof Rafael Tipos de Anestesia Vai depender do tipo de paciente, se é de risco. - Local (ambulatorial) - analgesia, para ausência de dor - Local assistida (ambulatorial/hospitalar) - ambulatorial caso haja uma estrutura adequada; um profissional vai assistir, geralmente o paciente está sendo monitorado por um médico anestesista (com sedação) - Geral (hospitalar) - analgesia mais profunda, inconsciência, imobilidade e proteção neurovegetativa. Diabetes melito Desordem metabólica mais comum. Transmitida hereditariamente. Existem dois tipos: Tipo I e Tipo II. A glicose não sai do sangue para a célula. Tipo I: insulinodependente, geralmente se manifesta em pacientes mais jovens. Destruição das células Beta por problema autoimune ou idiopático. Tipo II: não é insulinodependente, geralmente aparece em pacientes mais velhos. Graus variados de resistência à insulina, células preservadas, mas não o suficiente para produção. Sinais e Sintomas: - poliúria - muita urina; - polidipsia - muita sede (só conseguimos excretar glicose na urina se bebermos muita água, pois ela é uma molécula muito grande); - polifagia - individuo vai comer muito, o corpo interpreta como falta de comida; - perda de peso - o individuo come muito devido à fome exacerbada pela não captação de glicose pelas células, causando um aumento na glicose sanguínea. Isso deixará o sangue cada vez mais hiperosmolar, com o gradiente de concentração altíssimo. O corpo vai usar outras fontes de energia como gordura e em casos mais graves proteína, causando a perda de peso. Vai perder massa gorda e massa magra. Níveis Séricos de Glicose - normal: 70 a 120mg/dl - leve: 120 a 200mg/dl - moderada: 200 a 250mg/dl - severa: acima de 250mg/dl Temos que avaliar a gravidade, se ele é controlado ou não, se usa a insulina regularmente. Cuidados: - hipoglicemia: causas maior de risco são ajustes exógenos (sair de casa sem comer) e situações de estresse, pedem uma alta demanda de glicose (tratamento odontológico) Às vezes é bom conversar com o endócrino do paciente. - após o tratamento: função fagocitária deficiente (não consegue combater infecção com muita eficácia); Hipoglicemia: - fome, náusea, alteração do humor, fraqueza, delírio, cefaleia, letargia; - taquicardia, transpiração, palidez e ansiedade; - inconsciência, convulsão e hipotensão (casos mais avançados); Tratamento: - administrar dextrose, glucagon ou adrenalina; - administrar O2 e recuperar sinais vitais; - transporte rápido para o hospital - é uma complicação importante e que deve ser evitada, pois o tratamento é difícil; - controle da ansiedade, perante o estresse ele tem uma maior necessidade de glicose, sendo que ele não tem esse ajuste fino fisiológico; - consulta pela manhã; - monitoração e contato verbal; - ajuste da terapia antiglicemiante, tem que ser discutido com o endócrino; - tratamento agressivo a infecções (?) Controle de Ansiedade: - pré-operatório: hipnóticos (induzem o sono) na noite anterior e/ou ansiolítico 1h antes do procedimento (ex: flumitrozipan, bromazipan, midazolan); - transoperatório: é o mais importante, explicar o procedimento, passar segurança para o paciente (mais psicologia), boa anestesia local, sedação com N2O2 (óxido nitroso), sedação EV (endovenosa); - pós-operatório: analgésico adequado e telefone de contato para passar segurança de que você vai estar disponível em qualquer eventualidade. Asma É um encurtamento respiratório produzindo dificuldade respiratória e dispneia. Muito associada à ansiedade e tem como principal agente promotor um elevado grau de estresse. - promover o controle da ansiedade, mas ter cuidado com ansiolíticos/hipnóticos porque eles são depressores do SNC, logo do sistema respiratório também. - N2O2 (óxido nitroso) é bom para transoperatório; a maior quantidade que podemos utilizar é de 70% do óxido e 30% de O2. - manter bronco-dilatadores acessíveis (pacientes asmáticos usam bombinhas, mas podem esquecer) - evitar AINES (antinflamatórios não esteroidais), pois eles bloqueiam a cicloxigenase, acumulando ácido araquidônico, sofrendo ação de uma enzima só, a lipoxigenase, que vai formar muito leucotrieno (bronco constritor). Então pode causar asma por bronco constritor. - ajustar corticoterapia: muitos pacientes asmáticos fazem uso crônicos de corticoides. Quem regula corticoide/cortisol é a supradrenal. Mas se o administrarmos de maneira exógena, vai dar um feedback negativo e o organismo para de produzir. Perante uma necessidade, o individuo que faz uso exógeno não consegue ajustar. Ter cuidado para o paciente não ter insuficiência supradrenal. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) Enfisema. - via aérea com perda da propriedade elástica e permanecem obstruídas por edema de mucosa, secreção ou bronco espasmo. Ou seja, paciente com dificuldade respiratória importante; - dispneia ao esforço, tosse, secreção abundante e tórax em barril (devido ao grande uso da musculatura acessória para respiração); - fazem uso crônico bronco dilatadores e corticoides; Tratamento - controle da ansiedade: ter cuidado com o sistema respiratório; - O2 suplementar não é bom para esse tipo de paciente: isso porque ele tem um estímulo constante do bulbo, então se você oferta O2 é bom no momento, mas depois quando você tirar, ele não vai ter mais esse estímulo endógeno e ele pode parar de respirar, a não ser que ele normalmente já use (PC O2 elevada, mas já é um paciente grave); - ajustar corticoterapia; - manter bronco dilatadores acessíveis; - consultas à tarde: devido a grande secreção pulmonar pela manhã e que à tarde diminui; Diálise Renal Baixa função renal, que é responsável por filtrar o sangue. A filtração é realizada por uma máquina, onde o sangue é filtrado e tem as impurezas retiradas. - diálise com heparina (pro sangue não coagular enquanto estiver na máquina) e presença de fístula (shunt) arteriovenoso, para aumentar o fluxo venoso, assim que ele não fica horas na máquina; - observar a doença de base, como hepatite, que pode ser transmitida pelo uso da máquina; Tratamento - consulta 24h após a diálise, nunca no mesmo dia, independente de não ser cirúrgico; - evitar medicamentos com metabolismo ou excreção renal, ou ajustar a dose destes; - profilaxia antibiótica, pode ser utilizada antes para evitar a perda do shunt arteriovenoso (mas isso é altamente controverso na literatura) Insuficiência Suprarrenal Patologia no córtex adrenal ou, mais comum, uso crônico de corticoide. O individuo usa corticoide para combater uma doença de base (ex: DPOC, asma, bronquite). Isso gera características muito peculiares, como a obesidade centrípeta, face em lua cheia com aspecto de querubim mais gordinho, corcunda de búfalo, etc; Em situações de estresse há a necessidade fisiológica de corticoides, o que gera um feedback negativo (oferta exógena do corticoide) e a suprarrenal não vai funcionar adequadamente, podendo desenvolver insuficiência dela; Sinais e Sintomas - náusea, hipertermia, hipotensão e PCR (parada cardiorrespiratória) Tratamento Sempre que formos fazer o tratamento de pacientes com uso crônico de corticoide... - controle da ansiedade pré, trans e pós operatório; - dobrar a dose usual no dia anterior, no dia e um dia após o ato operatório (CTC) Xmg de hidrocortisona -> 2Xmg no dia antes, 2Xmg no dia, 2Xmg no dia após 20mg de hidrocortisona 2sem/ano - esse paciente vai ser considerado como risco para ter insuficiência renal durante 1 ano. Hipertireoidismo Aumento dos hormônios T3 e T4, cabelos quebradiços, hiperpigmentação da pele, sudorese, taquicardia, palpitações, instabilidades emocionais e perda de peso. Também chamado de Doença de Graves. Pode desenvolver Crise Tirotóxica, não devemos atender pacientes descompensados devido às complicações (náusea, obstrução intestinal, hipertemia, taquicardia, hipotensão e PCR); Tratamento - controle sistêmico total, se forum paciente compensado, descompensado não atende; - monitorar pulso e PA; - evitar vasoconstritor adrenérgico e simpático mimético. Crises Convulsivas - Avaliar se ele é compensado, sabendo a frequência, duração e se há sequelas. - Controle de ansiedade e/ou ajuste de dose. - Crise aguda: proteção, evitando automutilação do paciente. Gravidez e Lactação - primeiro trimestre: risco de promover alteração genéticas, deformações. - segundo trimestre: melhor momento para realizar o tratamento. - terceiro trimestre: risco de induzir parto prematuro. - radiação deve ser evitada; - medicamentos com melhor ação em grávidas, efeitos colaterais mais conhecidos; - risco de eclampsia; - evitar sedativos; - cuidado para não comprimir a veia cava anterior ainda mais; - felipressina não pode ser usado (efeito de estimular contração uterina, podendo gerar parto prematuro ou aborto). Insuficiência Hepática Doença de base. Saber o que gerou essa insuficiência. - o fígado junto com a vitamina K produz fatores importantes da coagulação: II, VII, IX e X, e no caso de insuficiência hepática pode estar deprimido. Isso leva a uma alteração da via extrinseca de coagulação, que é avaliado pelo TAP (tempo de atividade de protrombina). - paciente que tem isso provavelmente pode ter hipertensão porta (sistema de vascularização colateral entre o fígado e o baço, quando tem alteração no fluxo a pressão dentro desse sistema aumenta, então entra mais sangue no baço. Sendo assim, o tempo de coagulação pode estar alterado); - evitar o uso de medicamentos com metabolização de expressão hepática; Paciente Que Faz Uso de Anticoagulante - utilizado em várias patologias, IAM, AVC, hemodiálise, arritmias, etc. - não devemos suspender nenhuma medicação que não prescrevemos. - INR, TAP e TS - o ajuste é feito pelo hematologista clínico ou cardiologista Coagulopatias Hereditárias - conhecimento real da patologia: doença de Van Willerbrand, hemofilia A, B ou C, púrpura trombocitopênica, etc; - mensurar gravidade + TAP/INR/TTP/TS/RC (retração do coágulo)/CP (contagem de plaquetas); - hematologista + controle total do sangramento + AINES (deve ser evitado).
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