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Negociação Raphael Fernandes Gomes Sumário Objetivos ......................................................................................................................................................... 2 1. Negociação ............................................................................................................................................. 3 1.1. As Negociações e os interesses pessoais...................................................................................... 3 1.2. Posicionamentos estratégicos para resolução dos conflitos ....................................................... 6 1.3. Colaboração ........................................................................................................................................ 6 1.4. Acomodação ........................................................................................................................................ 6 1.5. Disputa.................................................................................................................................................. 6 1.6. Inação ................................................................................................................................................... 6 1.7. Compromisso ...................................................................................................................................... 7 Síntese ............................................................................................................................................................. 8 Referências Bibliográficas ......................................................................................................................... 9 Objetivos Insira aqui os objetivos da Unidade de Aprendizagem de acordo com o Plano de Unidade de Aprendizagem Ao final da presente unidade de aprendizagem o aluno deverá ser capaz de: • Compreender o que é arbitragem e o seus históricos na evolução legislativa mundial; • Entender qual a aplicabilidade da arbitragem; • Saber quais os princípios norteadores da arbitragem; • Assimilar a natureza jurídica da arbitragem. 1. Negociação A negociação está presente em nosso dia a dia. Em casa, no trabalho, na faculdade, etc. Em nossa vida social em geral ela será encontrada. Sempre que houver algum conflito ou diferença para se tratar, encontraremos os princípios presentes em uma negociação e que dão a possibilidade das coisas serem resolvidas, apaziguadas e que as relações sociais prossigam. Segundo Francisco Guirardo em artigo sobre os tipos de negociação: a negociação pode ser praticada tanto para resolver questões pessoais, como para questões profissionais, em ambientes políticos, comerciais, diplomáticos, institucionais, gerenciais, jurídicos, trabalhistas, de libertação de reféns, e mediação Diante dessa grande diversidade de contextos, existem muitas definições e formas diferentes de abordar o assunto. É um método auto compositivo de resolução de conflitos caracterizado pelo diálogo direto entre os indivíduos envolvidos no conflito, sem interferência nenhuma de terceiro interessado ou não interessado. A decisão é tomada de forma conjunta, em uma situação em que esteja estabelecido um conflito de interesses ou opiniões onde a conversa deve ser aprimorada para que seja possível que ambas as partes abram mão de algumas coisas para atingirem o consenso, deixando todos os envolvidos satisfeitos. A principal ideia, no cerne das negociações, é a questão da troca, que deve variar de acordo com a relação estabelecida entre os negociantes. Se caracterizará pelo jogo entre proposta e contraproposta. Para entender melhor a negociação na vida cotidiana, assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=gZUcJsOA2VQ 1.1. As Negociações e os interesses pessoais SAIBA MAIS: “Ao lidar com pessoas, lembre-se de que você não está lidando com criaturas de lógica, mas de emoção." - Dale Carnegie1 O maior desafio durante uma negociação é saber lidar com os sentimentos e interesses de cada um dos envolvidos. Deve-se conseguir êxito em separas as pessoas e os problemas nos quais estão envolvidas, o que é muito difícil. O autor Marlon Kaufmann nos ensina que: Um dos grandes desafios na negociação inserida na mediação (grifos nossos) é o nível de pessoalidade que ela pode alcançar. Estejam os interlocutores negociando em causa própria ou representando uma empresa ou instituição, não há como ignorar o fato de que ambos são seres humanos. Os envolvidos em negociações são sempre pessoas (mesmo os representantes de pessoas jurídicas, no casa de a disputa ser entre empresas), movidos por emoções, pensamentos, conceitos e pré-conceitos, etc. E assim segue nos explicando Kaufmann: A mera disposição em negociar denota que as partes desejam obter um resultado em comum. Este resultado é a solução do conflito com o qual ambos se deparam. Este problema é uma situação distinta das pessoas em si, embora a tendência seja que os misturemos como se fossem um só. O foco da negociação deve ser, portanto, afastar a ideia de que lados opostos são inimigos. Ambas as partes possuem interesses em comum, e uma negociação exitosa consegue identificar exatamente quais são estes interesses e encontrar soluções de ganho mútuo. Para separar as pessoas do problema é importante ensinar a valorização da comunicação Então podemos levar em conta que a comunicação é um dos fatores mais importantes para o êxito de uma negociação. Deve se deixar que ambas as partes falem, se expressem, mostrem seus pontos de vista e esclareçam os pontos onde há conflito de ideias. Sem esta comunicação, sem ruídos, é praticamente impossível se conseguir uma negociação que chegue a um resultado satisfatório. 1 In http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6012/A-importancia-da-negociacao-na-Advocacia Kaufmann nos apresenta mais alguns ensinamentos importantes para a boa condução de um negociação, evitando problemas e situações de conflito entre as partes: Outro detalhe importante é remover o peso do que é falado- desapaixonar-se pelo tema, sem dar carga exagerada ao mérito. Uma frase costuma ser melhor assimilada em tom de pergunta que em tom de afirmação, por isso é interessante perguntar em vez de afirmar. Falar sobre si mesmo e não sobre o outro também é de grande auxílio, buscando explicitar as suas necessidades em vez das deficiências da outra parte. Da mesma forma, é importante colocar-se no lugar do interlocutor. A cada situação apresentada, é fundamental deixar claro se esta foi compreendida. Frases como “deixe-me ver se entendi”, ou “o que você quer dizer é que a taxa de juros praticada lhe impossibilita de fechar o negócio? ” Facilitam a comunicação e favorecem um clima de cooperação entre as partes. Tal feedback é importantíssimo para minimizar distorções interpretativas. Cada parte naturalmente possui percepções distintas geradas pela distorção da realidade enxergada por cada um. É importante discutir as percepções de cada parte. Esse é o caminho para tornar as propostas compatíveis com os valores do outro. Uma vez que a outra parte identifica em uma proposta o seu próprio ponto de vista, o êxito é iminente. Por fim, outro conselho fundamental é permitir que o outro lado participe da formação do resultado. É importante que ambos se sintam donos da ideia. Assim será mais fácil que ambos aceitem eventuais concessões e considerem que não houve perda significativa para ninguém. Sendo assim, podemos estabelecer queé muito importante para um bom resultado que ambas as partes possam se colocar, de forma amigável, sem confrontos diretos e tendo os percalços contornados. Cada parte irá apresentar opiniões e pontos de vista distintos, mas estes não podem ser valorizados ou destacados, devem ser lapidados e as arestas devem ser aparadas para gerar um resultado pleno. INSERIR IMAGEM: http://thumbs8.dreamstime.com/x/negocia%C3%A7%C3%A3o-64305055.jpg A ideia final tem que ser criada de forma conjunta, com a participação de ambas as partes envolvidas, para dar a estas a sensação de satisfação e de participação na elaboração e no resultado final obtido com a negociação. 1.2. Posicionamentos estratégicos para resolução dos conflitos Para gerir os conflitos, algumas estratégias devem ser observadas por parte dos envolvidos na negociação, partindo de uma situação inicial que é a preocupação presente quanto aos resultados a serem obtidos por ambas as partes (cada uma preocupada com o seu resultado e com o da outra). Com isso, podemos chegar ao molde de cinco posições estratégicas para que o conflio seja gerido. 1.3. Colaboração Situação “ganha-ganha”. Tem como proposito a resolução do conflito de forma conjunta, tendo compreensão das diferentes posições dentro da situação conflituosa e os objetivos de cada parte envolvida. Deve ser utilizada quando somente a colaboração de ambas as partes poderá trazer uma solução satisfatória do conflito. É aplicada principalmente em situações em que há complexidade de resultados e desdobramentos que se prolongam no tempo. 1.4. Acomodação Situação “perde-ganha”. Nesta posição um dos envolvidos irá reduzir a sua preocupação com os seus resultados focando mais no resultado da outra parte envolvida. Sua aplicação pode ser feita quando um dos envolvidos acredita que cedendo um pouco naquele momento de conflito poderá lograr êxito em conseguir resultados favoráveis e lucrativos em um futuro próximo, e quando percebe que sua situação encontra-se fragilizada. O envolvido que irá “perder” pode abrir mão de algumas coisas ou renunciar a elas para evitar animosidade com a outra parte. 1.5. Disputa Situação “ganha-perde”. Nesta forma de negociação os envolvidos adotam uma posição onde pretendem que os seus interesses prevaleçam aos da outra parte, com foco em ter melhores resultados para si. Este tipo de situação ocorre principalmente quando a comunicação não se faz de forma correta, dando destaque para os pontos de atrito e fazendo com que um dos envolvidos se coloque em situação dominadora. Também acontece quando um dos envolvidos objetiva resultados concretos em tempo curto, o que acaba por tornar a comunicação frágil e complicada. 1.6. Inação Situação “perde-perde”. Nesta situação os envolvidos têm como tendência evitar a negociação. Eles não assumem posições tendo em vista a visão negativa que possuem da situação conflitiva, criando um sentimento de instabilidade quanto ao resultado que pode ser obtido diante da tratativa com a outra parte. Este tipo de percepção acaba surgindo quando há o conflito ou quando um dos envolvidos se vê com alguma desvantagem para confrontar a outra parte, adotando esta posição como estratégia inicial para posterior modificação comportamental. 1.7. Compromisso A ideia neste tipo de estratégia é contornar o conflito da melhor forma possível. Normalmente é utilizado quando o conflito é de extrema complexidade e as partes envolvidas não conseguem chegar a um acordo e por isso não se pode utilizar as demais estratégias. Com o compromisso tentar-se-á obter resultados satisfatórios para ambas as partes, mesmo que de forma incompleta, suplantando as diferenças apresentadas para que se tenha a solução do problema. Por fim, devemos concluir de nosso estudo que a negociação é método que demanda técnica e habilidade para que possamos ver resolvidos os conflitos. Por isso muitas vezes a falta de habilidade dos envolvidos (e às vezes também a de seus advogados), e as questões emocionais abarcadas, acabam por atravessar o caminho da negociação e terminam frustrando a questão como um todo. Por isso que muitas vezes se faz necessária apresença de um terceiro não interessado que faça o apaziguamento da situação, através de mediação ou conciliação. Estas serão estudas nas próximas unidades do nosso estudo. Síntese u gráficos Em síntese, nesta unidade pudemos entender: • O que é negociação; • A importância da mesma para as relações sociais, jurídicas e comerciais; • A aplicabilidade da negociação; • As estratégias para a efetivação da negociação. Referências Bibliográficas Mencionar as referências utilizadas na unidade de aprendizagem de acordo com as Normas da ABNT. ARAÚJO CINTRA, Antônio Carlos de; GRINOVER, Ada Pelegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 23 ed. São Paulo: Malheiros, 2007. BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev.geral João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. - Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998. CALMON, Petrônio Fundamentos da Mediação e da Conciliação, 1ª ed., Rio de Janeiro, Forense, 2007. CARNEIRO, Athos Gusmão, Jurisdição e Competência, 15ª ed., São Paulo, Saraiva, 2007. CARNELUTTI, Francesco. 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Disponível em: http://marlonkaufmann.com/2012/07/23/negociacao-separe-as-pessoas-do- problema/. Acesso em: 05 de janeiro de 2016. MOORE, Christopher W. O Processo de Mediação: Estratégias Práticas para a Resolução de Conflitos. Trad. Magda França Lopes. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. PAUMGARTTEN, Michele Pedrosa. Novo Processo Civil Brasileiro – Métodos adequados de resolução de conflitos. Curitiba. Juruá Editora. 2015.
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