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A TEORIA ORGANÍSMICA E HOLÍSTICA DE KURT GOLDSTEIN
Perls se influencia pela obra “The Organism” de Kurt Goldstein
Neuropsiquiatra alemão.
Médico, cientista e professor.
Durante	a	primeira	grande	guerra,	foi	diretor	do	Hospital Militar para soldados com lesões cerebrais.
TEORIA ORGANÍSMICA E HOLÍSTICA
Kurt Goldstein
Seu modelo, mesmo que inovador e crítico em relação ao método preponderante de estudo nas pesquisas naturais, era ainda um modelo biológico e voltado para o estudo de fenômenos patológicos.
TEORIA ORGANÍSMICA E HOLÍSTICA
Goldstein não acreditava na possibilidade de entender as mudanças de personalidade dos pacientes lesionados dentro de um ponto de vista que valorizasse apenas as mudanças no ambiente (dados sócio-culturais ou geográficos), nem apenas os aspectos meramente físicos de suas doenças (lesões cerebrais). O que ele verificara é que a personalidade total destes indivíduos mudava em função das lesões sofridas.
TEORIA ORGANÍSMICA E HOLÍSTICA
Propõe um novo método para o estudo dos seres vivos,
principalmente o homem, o método holístico.
Assim como no Gestaltismo, o holismo procura entender o organismo como um todo e não como a soma de partes isoladas.
Pelo método holístico, toda e qualquer forma de experiência é válida para o entendimento global do funcionamento do organismo.
TEORIA ORGANÍSMICA E HOLÍSTICA
Por organismo, Goldstein compreende um sistema, que funciona como uma unidade, sendo que qualquer estímulo que atinja este organismo em qualquer um dos seus subsistemas, necessariamente promoverá mudanças na unidade total.
AUTORREGULAÇÃO ORGANÍSMICA
Goldstein definia a autorregulação organísmica como uma forma do organismo de interagir com o mundo, segundo a qual o organismo pode se atualizar, respeitando a sua natureza, do melhor modo possível. Este lidar com o meio pode se dar tanto através de reações de aceitação e adaptação a este, quanto também através de ações de rejeição e fuga do mesmo.
TEORIA ORGANÍSMICA E HOLÍSTICA
Goldstein	falava
da	impossibilidade	de	se
reduzir	o
entendimento dos comportamentos humanos, mesmo àqueles aparentemente mais simples, sendo necessário um olhar complexo para uma correta avaliação.
Os procedimentos de estudo reducionistas ou isolacionistas não permitiriam alcançar-se a “essência” (a natureza intrínseca) do homem.
“O todo é maior que as somas das partes.”
TEORIA ORGANÍSMICA E HOLÍSTICA
O Organismo e a Noção de Sintoma:
Quanto a noção de sintoma, Kurt Goldstein e a Gestalt- Terapia defendiam que os sintomas deveriam ser encarados como tentativas de adaptação do organismo, como respostas deste buscando equilibrar-se entre as demandas do meio e as necessidades prioritárias para o funcionamento do mesmo.
TEORIA ORGANÍSMICA E HOLÍSTICA
A teoria da Gestalt terapia vai compartilhar com a teoria organísmica de Kurt Goldstein a ideia de que tentativa de repetição de padrões de comportamentos já conhecidos, a não mudança e não exposição a situações novas, é uma tentativa dos indivíduos de não lidar com a ansiedade gerada pelo inesperado.
TEORIA ORGANÍSMICA E HOLÍSTICA
Quando há uma cristalização deste padrão a teoria da personalidade da Gestalt terapia vai entendê-la como um padrão neurótico de comportamento, padrão este que vai levando ao empobrecimento das experiências do sujeito, a um repertório repetitivo e limitado de comportamentos que não propiciam a mudança.
AUTORREGULAÇÃO ORGANÍSMICA
A lei que governaria o funcionamento dos organismos era,
para a Goldstein, a da tendência para atualizar-se.
É um processo holisticamente natural do organismo, como
uma potencialidade intrínseca do ser humano.
Goldstein afirmava que quando o indivíduo apresentava respostas antagônicas ou desarmônicas a este princípio é por que este estava submetido a condições inadequadas de funcionamento.
AUTORREGULAÇÃO ORGANÍSMICA
Para Yontef, a autorregulação organísmica é baseada no reconhecimento da existência de uma gama completa de dados emocionais, mentais e sensoriais, relativos tantos às necessidades interiores quanto às necessidades do meio, e também dos recursos internos e do meio.
Baseia-se na assimilação, em vez de introjetar ou rejeitar.
REGULAÇÃO DEVERÍSTICA
A Regulação Deverística é baseada em deveria(s), que são informações de “obrigação”, que dizem ao indivíduo como regular seu comportamento por padrões externos, isolados de suas necessidades organísmicas ou da avaliação de suas prioridades internas.
São entidades fixas e não processos organísmicos.
REGULAÇÃO DEVERÍSTICA
O objetivo do indivíduo saudável seria o de trocar a regulação deverística pela autorregulação organísmica pois esta exige capacidade para prescrutar a realidade exterior e suas necessidades internas, os sentimentos e as crenças e, à partir daí, reconhecer holisticamente o que do ambiente lhe serve.
REGULAÇÃO DEVERÍSTICA
A obediência ao deveria(s) se utiliza da introjeção, e é uma forma funcional de lidar quando a pessoa tem pouca maturidade desenvolvimental/suporte para confrontar a pressão ambiental e escolher entre assimilar ou rejeitar.
HOMEOSTASE
Processo de equalização, centragem ou homeostase:
Há nos seres humanos um quantum de energia constante e que tende a se distribuir uniformemente pelo organismo todo. O objetivo de uma pessoa normal não é o de descarregar a energia simplesmente, quando há uma situação de acúmulo, mas distribuí-la de modo uniforme. O nível ideal de equilíbrio desta energia seria a homeostase, que é um nível ideal, raramente atingido.
HOMEOSTASE
O processo homeostático é aquele pelo qual o organismo mantém seu equilíbrio e, consequentemente, sua saúde sob condições diversas. A homeostase é, portanto, o
processo	através	do necessidades.	Trata-se
qual		o	organismo	satisfaz	suas de	um	processo		contínuo	de
estabilidade e desequilíbrio do organismo.
HOMEOSTASE
Poderíamos chamar o processo de homeostase de processo de autorregulação, o processo pelo qual o organismo interage com seu meio. Perls cita o papel da frustração neste ciclo de autorregulação explicando que sem se frustrar o indivíduo não possuirá motivos para buscar seus recursos internos no sentido de descobrir suas capacidades de autoajustar-se.
A criatividade seria um importante elemento homeostático
pois cria novas respostas a velhos problemas.
Bibliografia
Capra, Fritjof. (1982). O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix.
Frazão, L. M., Fukumitsu, K. O., Veras, R. P., Lima, P., Mendonça, M. M., Rodrigues, H. E., ... & Rehfeld, A. (2013). Gestalt-terapia: fundamentos epistemológicos e influências filosóficas (Vol. 1). São Paulo: Summus Editorial.
Lima, L. M. S. (2000). O Tao da educação: a filosofia oriental na escola ocidental. São Paulo: Editora Agora.
Lima, P. V. D. A. (2005). Teoria organísmica. IGT na Rede. Rio de Janeiro, RJ. Disponível em:
<http://www.igt.psc.br/ojs/viewarticle.php?id=57>. Acesso em: 18 06 2013.
Lima, P. V. D. A. (2008). O holismo em Jan Smuts e a Gestalt-terapia.Revista da Abordagem
Gestáltica, 14(1), 3-8.
Perls, F. (1988). A Abordagem Gestáltica e Testemunha Ocular da Terapia. 2ª. RJ: Guanabara.
Yontef, G. M. (1998). Processo, diálogo e awareness ensaios em gestalt-terapia. São Paulo: Summus Editorial.