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Capítulo 30 Litisconsórcio

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Capítulo 30
Litisconsórcio
- Humberto Theodoro Junior
Pluralidade de partes
Litisconsórcio = hipótese em que uma das partes do processo se compõe de várias pessoas.
Litisconsortes = diversos litigantes, que se colocam do mesmo lado da relação processual.
	O que justifica o cúmulo subjetivo, in casu, é o direito material disputado tocar a mais de um titular ou obrigado, ou é a existência de conexão entre os pedidos formulados pelos diversos autores ou opostos aos diversos réus.
Classificações
Ativo ou passivo – conforme se estabeleça entre vários autores ou vários réus.
Inicial – já nasce com a propositura da ação, quando vários são os autores que intentam, ou quando vários são os réus convocados pela citação inicial.
Incidental – surge no curso do processo em razão de um fato ulterior à propositura da ação, como o em que a coisa litigiosa é transferida a várias pessoas que vêm a assumir a posição da parte primitiva; ou decorre de ordem do juiz, na fase de saneamento, para que sejam citados os litisconsortes necessários não arrolados pelo autor na inicial; ou quando terceiro, em situação material semelhante à do autor, pretenda inserção no processo em andamento ao lado da parte primitiva, adicionando pretensão própria; ou quando o terceiro denunciado comparece em juízo e se integra na relação processual ao lado do denunciante.
Unitário e necessário – irrecusável, porque os efeitos do processo se estenderão necessariamente ao interveniente.
Facultativo ulterior – aquele em que terceiro espontaneamente requer sua inclusão no processo, buscando se beneficiar do resultado da futura sentença; em regra, inadmissível, visto que implicaria alteração subjetiva de relação processual já definida e estabilizada.
Espécies de litisconsórcio
	Quanto às consequências
	Conforme possam ou não as partes dispensar ou recusar a formação da relação processual plúrima
	Necessário
	O que não pode ser dispensado, mesmo com o acordo geral dos litigantes.
	
	
	Facultativo
	O que se estabelece por vontade das partes e que se subdivide em:
Irrecusável – requerido pelos autores, não pode ser recusado pelos réus.
Recusável – admite rejeição pelos demandados.
	
	Do ponto de vista da uniformidade da decisão perante os litisconsortes
	Unitário (especial)
	Ocorre quando a decisão da causa deva ser uniforme e em relação a todos os litisconsortes.
	
	
	Não unitário (comum)
	Quando a decisão, embora proferida no mesmo processo, pode ser diferente para cada um dos litisconsortes.
Sistema do Código
Art. 113, caput – Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
Entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
Entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir;
Ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
O litisconsórcio será necessário quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Casos legais de litisconsórcio
Comunhão de direitos ou obrigações
Conexão pelo pedido ou pela causa de pedir
Afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito
Litisconsórcio necessário e litisconsórcio unitário
Necessário:
Pode ser resultado de imposição da lei; ou
Pode decorrer da natureza e da relação jurídica controvertida, cuja solução judicial, para ser eficaz, dependerá da presença no processo de todos os respectivos sujeitos.
Unitário: formado quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Precisão do sistema litisconsorcial instituído pelo novo Código
As hipóteses de litisconsórcio são genericamente enunciadas pelo art. 113, de modo a justificar todas as possibilidades de ocorrência de partes plurissubjetivas, sejam de litisconsórcio facultativo, sejam de litisconsórcio necessário ou unitário.
Será a natureza da relação material controvertida que irá definir quando o litisconsórcio se apresentará como necessário ou unitário;
Tanto no caso do necessário como no do unitário, é a relação jurídica controvertida que determinará a formação do litisconsórcio. O necessário se impõe a partir do pressuposto lógico-jurídico de que uma relação complexa subjetivamente não pode ser atacada em juízo, sem que todos os seus sujeitos estejam presentes no processo, para que os efeitos sejam eficazes. Já o unitário tem como base a necessidade lógico-jurídica de que a solução judicial seja uniforme para todos os colitigantes, sem indagar do caráter obrigatório ou facultativo da reunião de vários litigantes no mesmo polo da relação processual.
É a natureza da relação jurídica material que definirá se um litisconsórcio deva ser tratado como necessário ou unitário.
O litisconsórcio unitário pode ser estabelecido sem a obrigatoriedade da presença de todos os cointeressados. Bastará que a lei material confira legitimidade para qualquer cotitular defender individualmente o interesse em comum.
Litisconsórcio necessário ativo e passivo
O litisconsórcio necessário ocorre apenas no polo passivo do processo. Não há litisconsórcio necessário ativo, em regra.
A previsão de litisconsorte necessário é para o litisconsórcio passivo, hipótese em que sua citação é indispensável, sob pena de, não ocorrendo, acarretar a extinção do processo sem resolução do mérito.
É ao autor que cabe identificar contra quem deseja demandar. Por isso, o juiz, in casu, verificando que falta litisconsórcio necessário no polo passivo da ação proposta, determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Mobilidade da posição processual do litisconsorte necessário
Negócios jurídicos plurilaterais – não havendo como instituir forçadamente um litisconsórcio ativo, aquele que toma a iniciativa do processo terá de citar para a causa todos os demais sujeitos do negócio sub cogitatione.
	O fato, porém, de os diversos litisconsortes terem sido incluídos pelo autor no polo passivo do processo não obriga todos os citados a permanecerem na condição de réus. O litisconsórcio necessário tem de ser observado na propositura da ação, sob pena de invalidade da relação processual. Mas o litígio real pode envolver apenas um ou alguns dos demandados obrigatórios, de sorte que, uma vez concluída a citação, é perfeitamente possível que alguns deles se posicionem favoravelmente à pretensão do autor, passando a atuar ao seu lado no polo ativo.
	Quando o litisconsórcio é inevitável por decorrência de situação jurídica complexa e multilateral disputada em juízo – autor não tem como deixar de propor a demanda em face de todos os figurantes na relação de direito material envolvida no objeto litigioso, ainda que os interesses dos cointeressados não sejam homogêneos.
Citação = ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.
	O demandado “não é citado para defender-se, mas para participar, pouco importando a posição processual em que o fará.
Litisconsórcio necessário não observado na propositura da ação 
Art. 115 do NCPC
Será nula a sentença de mérito, que haveria de ser uniforme para todos os participantes da relação jurídica controvertida, quando proferida sem que tenham integrado o contraditório “todos os que deveriam ter integrado o processo” (inciso I), isto é, todos os litisconsortes necessários; e
Quando o caso for de litisconsórcio não obrigatório, a sentença somente atingirá os participantes do processo, sendo ineficaz para os coobrigados que não foram citados.
Citação do litisconsorte necessário ordenada pelo juiz
Duas correntes se formaram, no regime do CPC/1973, a respeito da citação dos litisconsortes necessários:
Uma que só a admitia perante litisconsortes passivos – citação era o chamamento que se fazia ao réu para defender-se em juízo, e não de alguém para vir agir ativamente ao lado do autor.O direito de ação era veículo de faculdade e não de obrigação.
Outra que defendia sua possibilidade tanto com relação a sujeitos ativos como passivos – se era imperiosa a presença no processo de todos os interessados em relação litigiosa complexa, e o autor não conseguira colocar a seu lado aqueles necessários para demandar contra os verdadeiros réus, o remédio seria citar todos os interessados, deixando para a opção de cada um deles a tomada definitiva de posição, no curso do processo, de litigar em defesa da tese do autor ou da resistência oposta aos que lhe são contrários.
A integração da relação processual tanto pode ocorrer no polo do autor como no do réu, ou ainda no de terceiro interessado (art. 238).
A lei prevê que o juiz, quando for o caso, apenas determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes. À parte caberá a diligência de requerer a citação e fornecer ao juízo os dados reclamados para sua efetivação. Se o autor entender que não deva promove-la, o juiz decretará a extinção do processo.
Não terá poder de inserir, de ofício, no polo passivo da relação processual, réu não nomeado pelo autor.
Litisconsórcio facultativo unitário
A figura do litisconsórcio facultativo unitário tem como função resolver os casos previstos no direito material em que a relação jurídica é incindível, mas a legitimação para discuti-la é atribuída por lei a mais de uma pessoa, que pode agir individualmente, provocando solução judicial extensível a todos os cointeressados. substituição processual resolver o problema dos colegitimados que deixam de participar no processo
A sentença ultrapassará os substitutos e repercutirá na esfera jurídica dos substituídos.
Litisconsórcio facultativo recusável
O poder conferido ao juiz de controlar a formação e o volume do litisconsórcio facultativo, no art. 113, será feito na fase de conhecimento, liquidação de sentença ou execução, mediante limitação do número de litigantes, sempre que se tornar evidente que a rápida solução do litígio ou a defesa do réu ou o cumprimento da sentença estejam sendo prejudicados.
Postulado o desmembramento depois da citação, ficará interrompido o prazo de resposta ou manifestação, cuja retomada se dará a partir da intimação da decisão, seja de acolhida ou de rejeição da pretensão de redução do litisconsórcio (art. 113, §2º).
Posição de cada litisconsorte no processo
Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos; e por isso, os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
No litisconsórcio unitário, os atos benéficos alcançam todos os litisconsortes, mas não os atos e omissões prejudiciais.
As provas não se consideram como pertinentes apenas ao litisconsorte que as tenha promovido, sejam favoráveis ou contrárias ao interesse comum do litisconsórcio. É que as provas são do juízo, pelo princípio da livre pesquisa da verdade material, não importando a quem tenha cabido a iniciativa de produzi-las. princípio da comunhão da prova
O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos seus interesses (litisconsórcio necessário).
No caso de solidariedade passiva, o litisconsórcio é facultativo e nem sempre será unitário. Quando as defesas opostas ao credor forem comuns a todos os codemandados solidários, o recurso interposto por um deles a todos aproveitará.
No que tange à confissão, a confissão de um litisconsorte não prejudica os demais. A norma é geral e incide sobre qualquer tipo de pluralidade subjetiva.
Autonomia dos litisconsortes para os atos processuais
Ainda que seja unitário o litisconsórcio, cada um tem o direito de promover o andamento do processo e todos devem ser intimados dos respectivos atos.
Para a prática dos atos processuais, prevalece autonomia dos litisconsortes, em qualquer circunstância.
Quando forem diferentes os procuradores, serão contados em dobro os prazos para todas as suas manifestações.

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