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CURSOS ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS–TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR MOZART FOSCHETE 
www.pontodosconcursos.com.br 1
 
CURSO DE FINANÇAS PÚBLICAS 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
 
APRESENTAÇÃO 
Iniciaremos nos próximos dias o nosso curso de Finanças 
Públicas direcionado para o concurso de Auditor da Receita 
Federal. 
O curso terá a duração de oito aulas, e contemplará a parte 
teórica da disciplina e a resolução comentada de exercícios de 
concursos anteriores realizados pela Esaf, principalmente dos 
concursos da Receita Federal (todos sabem que a antiga área 
de especialização de Política e Administração Tributária - PAT 
cobrava Finanças Públicas). 
Serão 5 (cinco) aulas de teoria e 3 (três) aulas de exercícios 
de concursos comentados, para revisarmos, nos comentários 
às questões, os tópicos mais cobrados nas provas. 
As dúvidas sobre a parte teórica ou sobre a resolução dos 
exercícios das provas de concursos poderão ser esclarecidas, 
no decorrer do curso, no fórum de dúvidas. 
O programa apresentado é o mesmo que vinha sendo cobrado 
nos concursos anteriores de AFRF, na área de Política e 
Administração Tributária – PAT. Se vocês prestarem atenção, 
verão que esse programa tem um enfoque muito grande na 
parte tributária, que mais interessa à Receita Federal, e por 
isso acreditamos que não haverá nenhuma mudança de 
conteúdo programático no próximo concurso. 
De qualquer forma, acertei com o Ponto dos Concursos que se 
eventualmente for acrescentado algum novo tópico a esse 
programa de Finanças Públicas, será ele ministrado em aulas 
complementares, sem nenhum custo adicional para o aluno. 
Sejam todos bem-vindos – e passemos à Aula Demonstrativa, 
para a nossa primeira conversa sobre Finanças Públicas! 
 
 
 
CURSOS ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS–TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR MOZART FOSCHETE 
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AULA 0: PRINCÍPIOS TEÓRICOS DA TRIBUTAÇÃO 
 
 
1. Introdução – Finanças Públicas: de que se trata? 
 
Certa vez eu entrei numa sala de aula de um cursinho 
preparatório para concurso público para dar minha primeira aula de 
Finanças Públicas e iniciei a aula dizendo que ia “começar pelo 
começo”, falando das funções e da evolução do papel do Estado, 
quando fui surpreendido com a seguinte pergunta de uma aluna que 
se sentava nas primeiras fileiras: “-Já que você diz que vai começar 
pelo começo, porque você não começa por definir o que é “Finanças 
Públicas”? “Eu não tenho a mínima idéia do que seja isso!” - 
acrescentou a aluna. 
Foi, então, que percebi que “Finanças Públicas” não é uma 
disciplina de conhecimento universal. Trata-se de uma disciplina 
bastante específica e que talvez só interessa àqueles que trabalham 
com as contas do governo e, claro, também àqueles que pretendem 
prestar algum concurso público. Se a ignorância da disciplina é, 
assim, tão ampla, nós vamos supor que você se inclui no grupo 
desses “ignorantes” que nada sabem de Finanças Públicas, mas que 
precisa saber, já que pretende prestar concurso para Auditor Fiscal, 
ou para Técnico do Banco Central ou para Analista do TCU. E se 
assim, comecemos realmente pelo começo! 
Finanças públicas é um ramo da ciência econômica que sempre 
despertou pouco interesse dos economistas e que, por isso mesmo, 
sempre foi dominada por profissionais de outras áreas, especialmente 
por alguns poucos servidores públicos que lidavam diretamente com 
as contas do setor público. Somente agora, nesses anos mais 
recentes, com a crise crônica por que vem passando a Administração 
Pública no Brasil desde os anos 80 do século passado, é que este 
ramo da economia vem merecendo maiores estudos e discussões dos 
profissionais economistas. 
Mas, afinal, de que tratam as Finanças Públicas? 
Basicamente, as finanças públicas tratam dos gastos do setor 
público e das formas de financiamento desses gastos. A partir daí, 
são desenvolvidos estudos, teorias e modelos que procuram explicar 
a evolução da participação setor público na economia, as formas de 
intervenção do Estado na atividade econômica, as fontes e origens 
das receitas públicas bem como a evolução crescente dessas receitas 
relativamente ao produto/renda nacional. Também são desenvolvidas 
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teorias sobre o nível “ótimo” dos gastos e das receitas públicas e 
sobre eventuais distorções causadas pela tributação na economia. 
Do ponto de vista da análise econômica, as finanças públicas se 
materializam na chamada política fiscal que se constitui, sem dúvida, 
num dos principais instrumentos de intervenção na atividade 
econômica de que dispõe o governo, consistindo, basicamente, de: 
 i) aumentos ou cortes das despesas do governo, como, por exemplo, 
construção de escolas, de hospitais, de estradas, ou, ainda, gastos 
com o funcionamento da máquina administrativa e com o pagamento 
de funcionários; 
 ii) aumentos ou reduções do nível de impostos. 
 Estas duas medidas alteram a demanda agregada1, ainda que 
de forma diferente: enquanto os aumentos ou reduções dos gastos se 
refletem, na equação da demanda agregada, em um G maior ou 
menor, as variações no nível de impostos afetam a “renda pessoal 
disponível” dos indivíduos e, daí, o nível de consumo privado (Cp). 
É através da política fiscal – espelhada no seu orçamento – que o 
governo interfere na alocação de recursos, oferecendo bens e 
serviços que, deixados às forças de mercado, não seriam produzidos 
pelo setor privado. Este seria o caso dos chamados “bens públicos” 
(segurança nacional, corpo de bombeiros, polícia, etc.) e dos “bens 
semipúblicos” ou “bens meritórios” (educação e saúde, por exemplo). 
É ainda por meio da política fiscal que o governo procura melhorar 
a distribuição da renda no País, tributando mais os que ganham mais 
e realizando “transferências” para os grupos menos favorecidos da 
sociedade. Adicionalmente, a política orçamentária do governo 
contribui para a estabilização da atividade econômica. Esta função 
estabilizadora, exercida através de instrumentos macroeconômicos, 
objetiva a geração de um maior número de empregos na economia, a 
estabilização dos preços e o equilíbrio do balanço de pagamento do 
País. 
É de tudo isso que se trata quando falamos de Finanças Públicas. 
Feita esta introdução, vamos, então, falar um pouco sobre 
tributação – que, por ser um dos tópicos que sempre fazem parte de 
qualquer programa de finanças públicos nos concursos públicos – é o 
 
1 O estudo das Finanças Públicas pressupõe que o aluno já tenha algum conhecimento básico de 
macroeconomia. Apenas para recordar, a Demanda agregada (DA) é composta do Consumo privado (C) 
mais as despesas de investimentos das empresas (I) mais os gastos de governo (G) mais as exportações (X). 
Ou seja, DA = C+I+G+X. 
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objeto desta nossa aula demonstrativa de nosso curso de finanças 
públicas. 
 
2. Tributação 
 
Para financiar seus gastos com obras, com manutenção de suas 
escolas, de seus hospitais, com seus ministérios e secretarias e com 
seus funcionários, o governo dispõe de quatro alternativas: 
i) emissão de moeda; 
ii) empréstimos bancários; 
iii) venda de títulos públicos; 
iv) tributação. 
Cada uma dessas alternativas tem diferentes efeitos sobre a 
atividade econômica. 
No caso brasileiro, a primeira alternativa – a emissão monetária – 
por ser a mais simples e aparentemente a mais “barata” para o 
governo, sempre foi a mais utilizada, mas, agora, esta alternativa 
está proibida pela Constituição Federal. Da mesma forma, há 
inúmeras disposições legais impedindo que os órgãos governamentaisse endividem junto ao sistema bancário, contraindo empréstimos 
para financiar seus gastos. 
Sobram, assim, a venda de títulos públicos e a tributação – estes, 
sim, os mecanismos mais comumente utilizados no caso brasileiro. 
De toda forma, a experiência tem mostrado que a tributação tem 
sido e deve ser a principal fonte de financiamento dos gastos 
governamentais. Na prática, a venda de títulos públicos – Notas do 
Tesouro Nacional (NTN), Letras do Tesouro Nacional (LTN), Letras 
Financeiras do Tesouro (LFT), etc. – se constitui num instrumento 
complementar à tributação. De todo a forma, considerando que tanto 
a venda de títulos públicos como a emissão monetária e os 
empréstimos bancários são mecanismos estudados mais na disciplina 
Economia Financeira e Monetária, nosso estudo aqui estará 
concentrado nos efeitos e nas características da tributação. 
Nesta Aula, vamos avaliar a tributação não apenas do ponto de 
vista de um mecanismo de financiamento dos gastos do governo, 
mas principalmente os princípios que devem reger um sistema 
tributário para que este seja o mais justo e mais socialmente aceito. 
Adicionalmente, vamos verificar os efeitos e eventuais distorções que 
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a tributação pode causar sobre a produção, o consumo e alocação de 
recursos. 
 Já que os impostos – assim como a morte – são inevitáveis – 
vamos tentar responder questões do seguinte tipo: 
- Qual o melhor sistema tributário para a sociedade? 
- Quais os efeitos de um determinado tipo de tributo sobre o 
indivíduo isoladamente e sobre a coletividade? 
- As alíquotas dos impostos devem ser as mesmas para todos os 
bens e serviços e para todos os indivíduos? 
- O grau de eqüidade do sistema é satisfatório? 
- Qual deve ser o equilíbrio entre a tributação indireta (sobre bens 
e serviços) e a direta (sobre a renda e o patrimônio)? 
Essas e outras perguntas do mesmo gênero não têm respostas 
fáceis. De todo modo, o que se espera é que o sistema tributário 
preencha as seguintes características básicas: 
i) que seja eficaz no sentido de gerar receitas suficientes para o 
financiamento dos serviços prestados pelo governo; 
ii) que cada indivíduo seja taxado de acordo com sua capacidade 
para pagar; 
iii) que os tributos sejam universais, no sentido de não distinguir 
indivíduos em situações similares; 
iv) que os tributos sejam escolhidos de forma a minimizar seus 
efeitos sobre a atividade econômica, evitando que esta se torne 
mais ineficiente. 
 Dito isso, passemos aos princípios teóricos da tributação. 
 
3. Princípios teóricos da tributação 
 Quando se fala de tributação, é muito difícil chegar-se a um 
consenso sobre o que é justo ou injusto. Todos aqueles atingidos por 
um imposto se julgam, em princípio, injustiçados. Isso é próprio da 
natureza humana. No entanto, a montagem de um sistema de 
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tributação que se aproxime daquilo que possa ser considerado mais 
justo deve se basear em dois princípios fundamentais: Neutralidade e 
Eqüidade. Vejamos cada um desses princípios e seus 
desdobramentos: 
3.1. Princípio da Neutralidade 
 As decisões dos agentes econômicos – empresas, consumidores, 
investidores, poupadores, etc. – são geralmente tomadas, no dia-a-
dia da economia, tendo como referência o sistema de preços vigente 
no mercado. O principio da Neutralidade refere-se, neste caso, à não-
interferência dos tributos sobre aquelas decisões. 
 Se as decisões de alocação de recursos são baseadas nos preços 
relativos definidos pelo mercado, a neutralidade tributária seria 
obtida quando a forma de arrecadação de impostos pelo governo não 
modificasse aqueles preços. Se a mudança na tributação provocar 
alterações nos preços relativos, tal fato contribuirá para tornar menos 
eficientes as decisões econômicas, acarretando uma redução no nível 
de bem-estar da coletividade. 
 Em síntese, o princípio da neutralidade pode ser definido como 
a imposição de tributos de maneira tal que não altere o 
comportamento privado com respeito às decisões de consumo e 
produção. A rigorosa aplicação desse princípio conduz ao que se 
costuma chamar, em finanças públicas, de tributação eficiente ou 
tributação ótima, no sentido de Pareto2. 
 Uma observação importante. A análise dos efeitos dos diversos 
tipos de impostos sobre a atividade econômica é feita, geralmente, 
por meio de gráficos. Trata-se, no entanto, de gráficos um tanto 
complexos e para cujo entendimento se exigiria que os alunos 
tivessem uma razoável familiaridade com a interpretação gráfica – o 
que, nem sempre, é o caso. Como esses gráficos são apresentados 
apenas para se provar alguma conclusão dos efeitos de cada tipo de 
imposto, julgamos desnecessário apresentá-los aqui, pois isso 
 
2 Uma situação alocativa é dita como “ótima” no sentido de Pareto se a 
produção e a distribuição não podem ser re-organizadas ou re-arranjadas para 
aumentar o bem-estar de um ou mais indivíduos sem prejudicar ou piorar o 
bem-estar de outro indivíduo. Da mesma forma, uma alocação de recursos é 
um “não-ótimo” de Pareto se o bem estar de alguém pode ser melhorado sem 
prejudicar o bem-estar de qualquer outro indivíduo. 
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poderia muito mais complicar do que contribuir para seu 
entendimento. 
 Assim dito, vejamos, objetivamente e de forma conclusiva, os 
efeitos dos diversos tipos de impostos sobre o sistema de preços, 
sobre o consumo e sobre a alocação de recursos: 
i) Primeiro, vamos considerar um imposto uniforme per capita 
(lump-sum tax), ou seja, um imposto cujo ônus fosse repartido 
igualmente pelo número de consumidores, independentemente de 
seu nível de renda. Do ponto de vista individual, este imposto 
representaria uma redução na renda, porém sem afetar a escala 
de preferências dos consumidores, apenas reduzindo sua linha de 
restrição orçamentária e, nesse sentido, este imposto é 
considerado “neutro”; 
ii) Segundo, um imposto geral e uniforme sobre o consumo ou sobre 
a renda – também teria, em princípio, os mesmos efeitos do 
imposto anteriormente descrito. A eficiência nas decisões sobre 
alocação de recursos para a produção e consumo de mercadorias 
e serviços não seria, assim, afetada por impostos desse tipo; 
iii) Terceiro, suponha que o governo institua um imposto seletivo 
sobre, digamos, o consumo do produto X, mas não sobre o 
consumo do bem Y. Esse imposto alteraria “perversamente” os 
preços relativos de X e de Y, forçando o consumidor a reduzir o 
consumo de X, já que este se tornou relativamente mais caro. É 
provável que o consumidor decida trocar parte do consumo de X 
por mais consumo de Y – ocorrendo o chamado efeito-
substituição. Isso representa uma perda de bem-estar para os 
consumidores – o que caracteriza uma ineficiência desse tipo de 
imposto – sendo tal ineficiência medida pela redução do consumo 
de X – e que geralmente é chamada de “peso-morto” da 
tributação. 
 A descrição acima sugere que os impostos gerais (sobre a renda 
ou sobre o consumo) seriam mais eficientes que os impostos parciais 
ou seletivos – já que aqueles operam somente com o efeito-renda, 
sem modificar os preços relativos. Mas, atente-se que essa afirmativa 
só é absolutamente verdade, para o imposto per capita. Nos demais 
casos, essa conclusão pode ou não ser verdadeira, dependendo de 
cada caso. 
 Vamos clarear melhor este ponto: na microeconomia se analisa 
muito a questão sobre o que leva o indivíduo a optar ou por mais 
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trabalho ou por mais lazer. Deve ficar claro que na tomada de 
decisões sobre a escolha entre trabalho e lazer, um imposto geral 
sobre a renda aumentaria o preço relativo do trabalho em termos do 
número de horas dedicadas ao lazer, afetando as opções dos 
indivíduos. 
 Nessa mesma linha de raciocínio, o mesmo se poderia dizer sobre 
a escolha entre consumo presente e consumo futuro que seria 
afetada por um imposto geral sobre o consumo, que aumentaria o 
custo do consumo presente frente à opção de poupar uma parcela da 
renda para consumo futuro. 
 Nesses dois exemplos, esses impostos produziriam o efeito-
substituição e violariam o princípio da neutralidade. 
 Temos, então, como conclusão final: apenas o imposto per capita 
(lump-sum tax) é um imposto neutro por excelência, uma vez que 
sua neutralidade se mantém para todas as situações, não provocando 
custo de eficiência (ou excesso de carga). Isso ocorre porque sua 
base de incidência não está associada a fatos econômicos, não 
provocando, assim, mudança nos preços relativos. Mas, como nem no 
mundo dos impostos nada é perfeito, este imposto per capita padece 
de um grave defeito: sua completa desconsideração para com o 
princípio da eqüidade, já que todos – pobre e ricos – pagam a mesma 
quantia de imposto. Daí o porque de sua pouca aceitação na vida 
real. 
3.1. Princípio da eqüidade 
O segundo princípio da tributação é o da eqüidade. Por esse 
princípio, procura-se dar um mesmo tratamento, em termos de 
contribuição, aos indivíduos considerados iguais (eqüidade 
horizontal), assegurando, ao mesmo tempo, que os desiguais serão 
diferenciados segundo algum critério a ser estabelecido (eqüidade 
vertical). 
Para a aplicação do princípio da eqüidade, há necessidade de se 
estabelecer o critério a ser utilizado para classificar os indivíduos 
considerados iguais e, também, a definição de normas de 
diferenciação. Existem dois critérios (ou dois princípios) com essa 
finalidade: 
i) O Critério do Benefício – que propõe atribuir a cada indivíduo 
um ônus equivalente aos benefícios que ele usufrui dos 
programas do governo; 
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ii) O Critério da Capacidade de Contribuição – que propõe que a 
distribuição do ônus tributário seja feita de acordo com as 
capacidades individuais de contribuição. 
 Vejamos cada um desses dois critérios. 
3.1.1. Critério do benefício 
 O critério (ou princípio) do benefício estabelece que cada indivíduo 
deve contribuir para a produção de serviços governamentais, de 
forma a igualar o preço unitário do serviço ao benefício marginal que 
ele recebe com sua produção. Em outras palavras, cada indivíduo na 
sociedade deverá pagar um tributo de acordo com o montante de 
benefícios que ele recebe do governo. 
 Pelo princípio do benefício, os impostos são vistos, assim, como 
preços que os cidadãos devem pagar pelos serviços que recebem do 
governo. 
 Alguns poderiam argumentar que esse princípio é mais justo 
porque evitaria a situação na qual um indivíduo pagaria 
indiretamente pelo benefício de outra pessoa. Já os economistas 
argumentam que este princípio – embora de difícil operacionalização 
– é mais eficiente porque ele atua como no sistema de livre mercado 
onde cada indivíduo paga de acordo com os benefícios que ele recebe 
ao adquirir os bens e serviços de que precisa. 
 Por esses argumentos, conclui-se que, quanto maior o benefício, 
maior será o nível de consumo e, por conseguinte, maior será o preço 
a ser pago. 
 Um dos problemas, porém, com esse princípio é justamente 
estabelecer o que é benefício e, também, quantificar o benefício 
recebido, principalmente quando se sabe que os indivíduos se 
mostram resistentes em revelar suas preferências. 
 Ora, se os benefícios não são conhecidos, como pode o princípio 
do benefício ser aplicado? Se as pessoas não querem revelar suas 
preferências, como evitar o surgimento dos free riders – isto é, 
daqueles que se aproveitam da situação em que o serviço 
governamental não pode ser divisível ou individualizado – como no 
caso da defesa nacional – e usufruem do serviço sem querer pagar 
por ele? Como seria medido o benefício individual a fim de que se 
estabeleça um valor a ser pago proporcional a este beneficio? 
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 Esta dificuldade de se apurarem os benefícios usufruídos por cada 
indivíduo mostra a impossibilidade de o sistema tributário ser 
baseado apenas no princípio do benefício. 
 Outra questão relevante na aplicação deste princípio refere-se à 
situação dos indivíduos que, por não terem renda, estariam excluídos 
do consumo dos bens e serviços governamentais, já que não têm 
como pagar por ele. Neste caso, do ponto de vista redistributivo, a 
função do governo estaria sendo altamente ineficiente. 
 De tudo isso se conclui que um sistema tributário baseado apenas 
no princípio do benefício seria totalmente ineficiente – o que mostra a 
necessidade de se buscar um outro mecanismo que, associado ao 
princípio do benefício, torne o sistema tributário mais eficiente e mais 
justo. Este mecanismo seria o princípio da capacidade de pagamento, 
que será visto a seguir. 
3.1.2. O critério da capacidade de pagamento 
 Este critério (ou princípio) procura distribuir o ônus da tributação 
entre os indivíduos na sociedade de acordo com a sua capacidade de 
pagamento, medida usualmente pelo nível de renda. 
 De acordo com este princípio, todo indivíduo deve contribuir no 
custo total da oferta de bens públicos puros (exemplo, defesa e 
segurança nacional) conforme sua capacidade de pagamento. Em 
outras palavras, os indivíduos com capacidades iguais devem 
contribuir no mesmo montante, enquanto indivíduos com capacidades 
diferentes devem contribuir com montantes diferentes. Daí, surgem 
os conceitos de eqüidade horizontal e de eqüidade vertical. 
 A eqüidade horizontal – um dos princípios ortodoxos da 
tributação – exige que se dê igual tratamento para iguais. Os 
contribuintes com a mesma capacidade de pagamento devem arcar 
com o mesmo ônus fiscal. 
 Trata-se de um princípio de fácil aceitação nas sociedades 
democráticas modernas, partindo da idéia da igualdade de todos 
perante a lei e da conseqüente necessidade de prevenção contra atos 
arbitrários do poder público em relação a indivíduos particulares. 
 A eqüidade vertical exige que seja dado desigual tratamento 
para desiguais. Em outras palavras, isso significa que os indivíduos 
com um nível de renda maior devem pagar mais impostos que os 
indivíduos de renda mais baixa. 
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 Vale observar que a implementação da eqüidade horizontal é 
relativamente fácil à medida que pessoas com o mesmo nível de 
renda devem, em princípio, dar igual contribuição tributária. 
 Entretanto, quando se trata de eqüidade vertical, sua 
implementação já é um pouco mais complicada na medida em que 
exige um padrão de tributação diferente entre pessoas de rendas 
diferentes. Na verdade, há três critérios para a implementação da 
eqüidade vertical: 
i) igual sacrifício absoluto; 
ii) igual sacrifício proporcional; 
iii) igual sacrifício marginal. 
 A aplicação do critério de igual sacrifício absoluto exigiria que o 
tributo sobre o indivíduo de alta renda causasse a ele uma 
quantidade de sacrifício de utilidade igual àquela sofrida por um 
contribuinte de baixa renda – ou seja, o imposto deveria causar, por 
exemplo, 10 unidades de desutilidade para ambos os indivíduos. 
 O critériode igual sacrifício proporcional sugere que o imposto 
deveria causar a cada indivíduo o mesmo percentual de desutilidade 
total para obter a eqüidade vertical. Assim, por exemplo, se o 
indivíduo A, com renda alta, tem 200 unidades de utilidade de 
consumo, enquanto o indivíduo B, com renda baixa tem 100 unidades 
de utilidade de consumo, então A deveria pagar, com o imposto, 20 
unidades de utilidade e B pagaria 10 unidades para que tenham o 
mesmo sacrifício. 
 O critério de igual sacrifício marginal propõe que cada indivíduo 
deve arcar com uma igual redução na utilidade de sua renda, depois 
do pagamento do imposto. Assim, se o imposto marginal de um Real 
pago pelo indivíduo A causa a ele 5 unidades de desutilidade, 
enquanto que o pago por B provoca 15 unidades de desutilidade, 
então A deveria pagar taxas mais altas de imposto e B taxas mais 
baixa, até que suas desutilidades marginais sejam iguais em, 
digamos, 10 unidades de desutilidade. 
 Se for aceita a hipótese convencional de padrões idênticos de 
utilidade entre contribuintes, este critério torna as rendas iguais, 
após o imposto, tanto para A como para B e para o resto da 
sociedade. Isso implica taxas marginais progressivas altamente 
elevadas, com alíquotas de até 100% para os extratos mais altos de 
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renda. Trata-se, então, de um caso de extremo oposto ao da teoria 
da igualdade absoluta, visto que equaliza as rendas após o imposto, 
em vez de equalizar os pagamentos absolutos de imposto que 
desconsideram diferenças de rendas. 
 Na realidade, um sistema de tributação progressiva da renda 
baseia-se em duas hipóteses: 
i) é possível comparar utilidades entre contribuintes; e 
ii) a utilidade marginal da renda é decrescente. 
 Trata-se de duas hipóteses nada realistas. Primeiro, porque a 
utilidade não pode ser medida em termos cardinais, ou seja, não há 
como comparar a utilidade interpessoal entre contribuintes, devido o 
alto grau de subjetividade que envolve o tema. Segundo, o conceito 
de capacidade de pagamento, dadas aquelas hipóteses, implica que a 
capacidade para pagamento do imposto aumenta mais do que 
proporcionalmente relativamente ao crescimento da renda, porque a 
utilidade marginal da renda declina a uma taxa crescente à medida 
que a renda se torna maior3. 
 Em resumo, na prática, o grau de progressividade da tributação 
tem repousado sobre um julgamento de valor da sociedade a respeito 
da utilidade agregada social, em vez de um empiricamente provável 
fato econômico. 
No Brasil, assim como em outros países, a progressividade tem se 
restringido a um intervalo entre as faixas de rendas baixas e médias, 
onde a tributação é crescente, tornando-se constante a alíquota 
marginal a partir de um determinado nível de renda considerado 
elevado, com tendência da alíquota média de praticamente se igualar 
à alíquota marginal. Isso significa que, a partir desse ponto, a 
legislação entenderia que a utilidade marginal da renda deixa de ser 
decrescente. 
4. Algumas conclusões 
 Pelo que foi discutido acima, fica evidente que o sistema tributário 
deve ser estruturado, tomando-se por base os princípios do 
 
3 Um aumento salarial de R$1.000,00 para R$1.500,00 tem uma utilidade marginal maior para o indivíduo do 
que se o seu salário passar de R$10.000,00 para R$10.500,00, e mais ainda se o salário passar de 
R$100.000,00 para R$100.500,00! 
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benefício e da capacidade de pagamento. Existe uma série de 
serviços coletivos pelos quais o governo pode aplicar o princípio do 
benefício. Entretanto, uma outra parcela significativa da tributação 
seria proveniente da tributação feita com base na capacidade de 
pagamento. 
 O sistema tributário de um país existe para financiar as atividades 
a serem desempenhadas pelo governo que, em última instância, 
deverão melhorar a qualidade de vida e o nível de bem-estar da 
sociedade. 
 Na definição do sistema tributário, como foi visto, devem ser 
observados alguns princípios ditos universais. Em primeiro lugar, 
deve-se buscar um mecanismo tributário que seja o mais justo 
possível, aplicando-se, para tanto, o princípio básico da eqüidade, 
tratando igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. A 
observância desse princípio contribui para que o sistema seja mais 
justo e não penalize as classes de renda menos favorecidas, de 
menor nível de renda. 
 Em segundo lugar, o sistema tributário deve contemplar, também, 
a neutralidade. Isso significa que sua estruturação deve ser feita de 
tal forma que não distorça os preços relativos dos bens e serviços, 
tornando o tributo um fator decisivo de competitividade no mercado. 
Nesse sentido, o tributo deve ser universal, atingindo da mesma 
forma os bens e serviços com características similares e competitivos 
entre si. 
 Por fim, é necessário que a sociedade tenha uma percepção de 
que há uma perfeita relação de custo/benefício no que se refere aos 
gastos do governo e à tributação. 
* * * 
5. Um resumo do que foi visto aqui 
 Os principais pontos abordados nesta nossa Aula Zero, de 
Finanças Públicas, foram: 
i) A idéia da justiça fiscal é antiga e teve um maior desenvolvimento 
com os avanços das liberdades individuais, políticas e econômicas. 
ii) Este desenvolvimento gerou duas propostas básicas: a de que o 
cidadão deve contribuir para as despesas do Estado conforme os 
benefícios recebidos ou conforme sua própria capacidade de 
pagamento. 
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iii) Pelo princípio do benefício, os impostos são vistos como preços 
pagos pelos serviços públicos recebidos pelo indivíduo. Esse 
enfoque admite algumas interpretações: 
a) que os impostos devem equivaler aos benefícios totais 
usufruídos pelos indivíduos, a partir dos gastos públicos; 
b) que os impostos não precisam ser equivalentes aos 
benefícios totais recebidos, mas apenas proporcionais a 
eles; 
c) que os impostos devem ser distribuídos de acordo com os 
benefícios marginais recebidos. 
iv) Ainda que defensável, do ponto de vista lógico, não existem meios 
que permitam operacionalizar o critério do benefício, por não 
serem os serviços do governo sujeitos a lei do preço. 
v) A preferência das sociedades modernas e democráticas é pela 
aplicação do princípio da capacidade de pagamento. O sinal 
mais indicativo dessa capacidade é preferencialmente a renda. 
vi) Na aplicação do princípio da capacidade de pagamento, exige-se 
“igual tratamento para os iguais” (eqüidade horizontal) e “desigual 
tratamento para desiguais” (eqüidade vertical). 
vii) Nesta última hipótese, os modernos sistemas tributários 
consagram a progressividade na tributação, ou seja: o rico 
deve pagar proporcionalmente mais e o pobre 
proporcionalmente menos. Essa idéia baseia-se na hipótese de 
que a renda está sujeita à lei da utilidade marginal decrescente. 
________________ 
 
Apêndice: Uma digressão sobre o princípio da utilidade 
marginal decrescente 
 Em finanças públicas, comumente se utiliza o termo marginal, 
mais particularmente utilidade marginal. Este termo foi muito citado 
ao longo do texto desta Aula Demonstrativa, e o mesmo deve ocorrer 
nas próximas aulas. Para aqueles alunos não familiarizados com a 
terminologia da microeconomia, vale a pena esclarecer melhor o 
significado deste termo. 
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 O termo marginal, em economia, significa sempre o acréscimo nototal de uma variável decorrente do acréscimo de uma unidade de 
outra variável correlata. Assim, por exemplo, temos o conceito de 
produto marginal – que pode ser definido como o acréscimo no 
produto total decorrente do emprego de mais um homem na fábrica 
ou na fazenda. Também temos o conceito de custo marginal – que 
seria o acréscimo no custo total decorrente, digamos, da produção de 
mais uma unidade do produto. 
Nesta linha de raciocínio, um dos conceitos mais importantes é o 
conceito de utilidade marginal – que pode ser definido como o 
acréscimo na satisfação total do consumidor quando ele consome 
mais uma unidade de um determinado produto. 
De uma forma geral, a utilidade marginal dos bens é decrescente: 
quanto mais você consome de um produto, menos satisfação você 
tem com o consumo da última unidade consumida. Em outras 
palavras, a satisfação trazida pelo terceiro copo d’água ingerido é 
menor do que aquela trazida pelo primeiro copo d’água! Ou, o 
primeiro bife é mais “saboroso” do que o segundo ou o terceiro bife! 
 Com base nesse conceito de marginalidade, os economistas 
desenvolveram uma teoria do comportamento do consumidor 
fundamentada em três axiomas: 
i) os consumidores gastam sua renda de forma a maximizar 
sua satisfação (utilidades); 
ii) dentro de certos limites, quanto mais de um bem o 
consumidor adquire, maior é a utilidade total por ele 
recebida; 
iii) cada unidade adicional de um bem gera um menor 
incremento de utilidade, em relação às unidades 
consumidas anteriormente. 
Este último axioma – o princípio da utilidade marginal decrescente 
– assume implicitamente a possibilidade de medição dos incrementos 
de satisfação. Também pressupõe que este efeito declinante 
prevaleceria quando o consumo de todas as mercadorias e serviços 
expandisse simultaneamente. 
Como tal expansão só pode ocorrer caso a renda aumente, a 
conclusão final é a de que a renda está sujeita à lei da utilidade 
marginal decrescente. 
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Mas, será que, efetivamente, a renda está sujeita à utilidade 
marginal decrescente? 
Na verdade, a conclusão de que aumentos na renda trazem 
incrementos decrescentes de satisfação não se fundamenta em 
critérios diretos de medição, mas deriva de uma lógica fruto da 
observação do comportamento econômico dos indivíduos. 
A questão que se coloca é a seguinte: pode-se afirmar que a perda 
de utilidade pela redução de R$ 1.000,00 da renda de um homem 
rico deverá sempre ser menor do que o ganho de um homem pobre, 
cuja renda tenha sido aumentada em R$ 1.000,00? A resposta 
aparentemente mais lógica seria sim. Mas, esta questão não é tão 
pacífica assim. Mesmo porque, contestam alguns economistas, dois 
indivíduos com a mesma renda derivam diferentes níveis de 
satisfação de um mesmo padrão de gastos. 
Como se vê, a questão é polêmica e está aberta ao debate. 
 Com essas considerações, encerramos esta nossa Aula Zero – ou 
Aula Demonstrativa - de Finanças Públicas. Nossa próxima Aula – a 
de n° 1 – versará sobre “Tipos de Impostos: progressivos, 
regressivos, proporcionais, diretos e indiretos”. Até lá! Mozart 
Foschete 
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