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Profa. Viviani Milan vivimilan@uninove.br MONITORIZAÇÃO TERAPÊUTICA DE FÁRMACOS A monitorização da terapêutica de fármacos É a medição dos teores dos fármacos no plasma para determinar a dose efetiva para um paciente e evitar seus efeitos tóxicos. A monitorização da terapêutica de fármacos Prática clínica para individualização da posologia e na otimização da terapêutica farmacológica do doente. Utiliza: As concentrações plasmática dos fármacos Princípios farmacocinéticos Critérios farmacodinâmicos Índice terapêutico Representa uma gama de concentrações do fármaco para as quais existe: Uma probabilidade relativamente elevada de obter a resposta clínica desejada, E uma probabilidade relativamente baixa de se observar uma toxicidade inaceitável. Porém alguns doentes: Respondem abaixo da margem terapêutica, Que necessitam de concentrações acima desta. Que manifestam reações tóxicas com concentrações dentro da margem terapêutica. Índice terapêutico Fármacos podem apresentar: •Amplo I.T. uma ampla faixa de concentração que leva ao efeito requerido ("janela terapêutica“) •Estreita janela terapêutica (I.T. < 10) Monitorização da terapêutica As concentrações dos fármacos nos vários fluidos biológicos são utilizadas conjuntamente com outras medidas da observação clínica para: Avaliar o estado do doente, A individualização da terapêutica, Caracterização de alterações farmacocinéticas observadas durante o curso do tratamento, A detecção de alterações no estado fisiopatológico Modificação da farmacocinética base do fármaco, por exemplo devido a uma interação farmacológica. Objetivo da monitorização da terapêutica Otimizar: Eficácia dos fármacos monitorizados, Diminuir o tempo de resposta Reduzir os custos decorrentes: Tempo de internação, Consumo de recursos A melhoria da qualidade de vida do doente. Fármacos Sujeitos ao Controle Terapêutico ANTIBIÓTICOS Aminoglicosídios Amicacina Dibecacina Gentamicina Kanamicina Metilmicina Estreptomicina Tobramicina Cloranfenicol Vancomicina ANALGÉSICOS Paracetamol Ácido acetilsalicílico ANTINEOPLÁSICO Metotrexato BRONCODILATADOR Teofilina ANTICONVULSIVANTES Carbamazepina Fenobarbital Fenitoína Primidona Ácido valpróico Clonazepam Etosuximida AGENTES CARDIOATIVOS Antiarrítmicos Disopiramido Lidocaína Procainamida Propranolol Quinidina Glicosídeos cardíacos Digitoxina Digoxina AGENTES PSICOATIVOS Amitriptilina Desipramina Lítio Imipramina Nortriptilina INDICAÇÕES PARA A MONITORIZAÇÃO TERAPÊUTICA Boa correlação entre a resposta farmacológica e a concentração plasmática Mesma dose ou regime de doses (dose e respectivo intervalo de doses) produz grande variabilidade nas concentrações plasmáticas do fármaco Tratamentos crônicos com fármacos de estreito índice terapêutico Diferenciar hipo de hiperdosagem INDICAÇÕES PARA A MONITORIZAÇÃO TERAPÊUTICA Comprovar o uso do fármaco pelo paciente Ao introduzir novos medicamentos Estados patológicos Aparecimento de efeitos nocivos Processo total de teste Etapas pré-analíticas Inicia com a entrevista do paciente com o médico – onde é levantada a questão clínica que pode ser respondida com o teste laboratorial; Em seguida o clínico seleciona um ou mais testes a serem realizados; Esta etapa é concluída com a coleta da amostra e seu transporte até o laboratório clínico. Análise Material Plasma ou soro; saliva; urina Analito Total. Ex. Lítio, antibiótico aminoglicosídeo Livre. Ex. Fenitoína, varfarina Fármaco + metabólito ativo: Fenobarbital + primidona; Diazepam + nordiazepam; Procainamida + n-acetilprocainamida Análise Horário de coleta: conhecer o vd, o t ½, a DT Paciente no equilíbrio dinâmico (4 a 6 T ½) Após absorção/ distribuição completa; De maneira geral: No pico plasmático (máxima/ proporcional à dose) Vale (mínima ou antes da dose subsequente/ proporcional ao acúmulo no organismo) Processo total de teste Etapas analíticas Processamento e análise intralaboratorial da amostra; Verificação dos resultados. Métodos (TEM QUE SER VALIDADOS) Imunoensaios; Cromatografia gasosa (CG) Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE, HPLC), Eletroforese capilar; Espectrofotometria. Fatores de Erro na Determinação das Concentrações Plasmáticas Erros na medicação Diferentes biodisponibilidade das formulações Cronofarmacocinética Coleta das amostras Armazenamento inadequado das amostras Método analítico não validado Processo total de teste Etapas pós-analíticas Resultado é reportado Interpretado Tomada de decisões Avaliações dessas ações no bem-estar do paciente. Monitorização Terapêutica Processo que envolve várias etapas: Atividades inter-relacionadas; NÃO é simplesmente um valor numérico para a concentração de um fármaco no plasma. MT leva a decisões que determinam um impacto positivo para o paciente e a eficiência econômica do sistema. Formulário para a MT Informações específicas do paciente Nome e endereço Número de identificação Nome do médico e sua especialidade Características do paciente Idade, gênero, altura, etnia Gravidez Alergias, processos patológicos Dados laboratoriais (albumina, depuração de Creatinina etc) Formulário para a MT INFORMAÇÕES SOBRE A AMOSTRAGEM Horário de coleta Tipo de amostra Local de coleta Tipo de p material utilizado na coleta INFORMAÇÕES SOBRE O FÁRMACO Nome do fármaco e do medicamento Horário da última tomada do medicamento, frequência, dose, via de administração Outros medicamentos utilizados concomitantemente Formulário para a MT FINALIDADE DA ANÁLISE Confirmação do uso do medicamento Suspeita de intoxicação/ sobredosagem Monitorização dos metabólitos ativos Suspeita de interação medicamentosa Avaliação da farmacocinética Ausência de resposta terapêutica Protocolo de Monitorização Terapêutica Vancomicina Critério de Exclusão: Adultos < 60anos com peso normal Tempo de tratamento < ou = a sete dias Critérios de Inclusão: Tratamento com Vancomicina superior a sete dias Insuficiência renal (Clcr <40mL/min) Alteração da função renal devido a aumento da creatinina sérica em 0,5mg/dL ou 50% do basal Protocolo de Monitorização Terapêutica Vancomicina População especial com volume de distribuição ou clearance renal alterados: Idosos > ou = 60 anos Queimados Oncológicos Obesidade mórbida: IMC > 40 Pediátricos Diabéticos > 50 anos de idade. Pacientes Instaveis Protocolo de Monitorização Terapêutica Vancomicina Drogas nefrotóxicas concomitantes Aminoglicosídeos Anfotericina B Diuréticos de alça (hidroclorotiazida, clortalidona, furosemida) Agentes vasopressores Contraste Protocolo de Monitorização Terapêutica Vancomicina Casos em que é recomendado monitoramento de nível sérico no Pico e Vale de concentração: Meningite Endocardite Pneumonia Sepsis Frequência do Monitoramento Monitorar 01 vez por semana se a terapia for por longo período, acima de 07 dias, em pacientes com função renal normal A cada 2 dias dependendo da resposta clinica do paciente ou da função renal Maior frequência para pacientes instáveis Protocolo de Monitorização Terapêutica Vancomicina Orientações para coleta das amostras: Os níveis séricos devem ser obtidos, após atingir o steady – state , geralmente após 4 meias vidas ( 24h). As amostras para determinação da concentração sérica no pico são coletadas 1 hora após administração IV. Para determinação das concentrações de vale a coleta é feita 1 hora antes da próxima dose Ajuste: Vancocinemia: 5-10 mg/dL (basal) 30-40mg/dL(terapêutico) > 90mg/dL (tóxico) Protocolo de Monitorização Terapêutica Vancomicina Doses recomendadas: Função renal normal Cl cr>50- 90mL/min Cl cr>10- 50mL/min Cl cr<10mL/min Diálise 1g 12x12h 1g 12x12h 1g 24x96h 1g 4-7 dias Hemo/CAPD = Cl cr<10 Protocolo de Monitorização Terapêutica Aminoglicosídeo Critério de Exclusão: Pacientes adultos com função renal e auditiva normal recebendo terapia por 72 h Pacientes pediátricos > 3 meses de idade com função renal e auditiva normais, a clínica e terapia inferior a 5 dias. Critérios de Inclusão: Tratamento esperado superior a sete dias Insuficiência renal (Clcr<20mL/min) Alteração da função renal devido a aumento da creatinina sérica em 0,5mg/dL Protocolo de Monitorização Terapêutica Aminoglicosídeo Uso concomitante de drogas nefrotóxica e/ou ototóxicas. Vancomicina Anfotericina B Uso de Quimioterapicos: cisplatina, carboplatina e vinblastina Diuréticos de alça (hidroclorotiazida, clortalidona, furosemida) Agentes vasopressores Contraste Antiinflamatório não hormonal Protocolo de Monitorização Terapêutica Aminoglicosídeo População especial com volume de distribuição ou clearance renal alterados: Idosos > ou = 60 anos Queimados Obesos > 125% do peso corpóreo ideal Pediátricos < ou = 3 meses Diabéticos > 50 anos Protocolo de Monitorização Terapêutica Aminoglicosídeo Freqüência do Monitoramento Pacientes com função renal normal: monitorar 01 vez por semana se a terapia for por longo período, acima de 07 dias. A cada 2-3 dias dependendo da resposta clinica do paciente ou da função renal Maior frequência para pacientes instáveis Menor para pacientes estáveis Protocolo de Monitorização Terapêutica Aminoglicosídeo Orientações para coleta das amostras Os níveis séricos devem ser obtidos nos primeiros três dias de terapia, após atingir o steady – state , geralmente após 3º ou 4º dose . Para regime de dose única não é necessário esperar a 3º dose para coleta As amostras para determinação da concentração sérica no Pico são coletadas 60- 90 minutos após a administração IM e 30-60 min após administração IV Para determinação das concentrações de Vale a coleta é feita < 30 min antes da próxima dose Protocolo de Monitorização Terapêutica Aminoglicosídeo Valores de concentrações séricas: Valores de Pico e Vale para regime de dose convencional Droga Pico (mcg/ml) Vale (mcg/ml) Amicacina 15-30 5-10 Gentamicina 4-10 <2 Tobramicina 4-10 <2 Valores de Pico e Vale para regime de dose única Droga Vale (mcg/ml) Amicacina < 5 Gentamicina <0,5-1,0 Tobramicina <0,5-1,0 Protocolo de Monitorização Terapêutica para Drogas anticonvulsivantes Critérios de Exclusão: Pacientes com efeito terapêutico satisfatório Suspeita de reação adversa não relacionada à dose Após alteração de dose em pacientes com uso crônico de carbamazepina (> 4 semanas de terapia) ou ácido valpróico Protocolo de Monitorização Terapêutica para Drogas anticonvulsivantes Critérios de Inclusão: Início de terapia ou terapia reiniciada com drogas anticonvulsivantes (incluindo mudança para medicamento similar) Resposta clínica insuficiente com dose adequada da medicação Alteração da função renal (Clcr < 50mL/min) Alteração da função hepática (aumento das transaminases, fosfatase alcalina ou bilirrubina conjugada duas vezes acima do valor de referência) Idade > 80 anos e/ou baixo peso corporal (< 40Kg) Protocolo de Monitorização Terapêutica para Drogas anticonvulsivantes Hipoalbuminemia (< 2,5g/L) Suspeita de toxicidade ou reação adversa dose-dependente Utilização de drogas com risco de interações graves com os anticonvulsivantes Crise convulsiva (medir dentro de 6 horas após a crise) Após ajuste de dose da fenitoína Protocolo de Monitorização Terapêutica para Drogas anticonvulsivantes Quando Colher a amostra: Quando alcançar o steady state (css), definido como: Ácido valpróico: 3 dias Carbamazepina: 28 dias para terapia recente e 3 dias para usuários crônicos Fenitoína: 10 dias Coletar a amostra no Vale (antes da próxima dose), exceto em casos de crise convulsiva, suspeita de intoxicação ou efeito adverso intoxicação dependente. Valores de Referência: Ácido valpróico: 0,7 – 150 µg/mL Carbamazepina: 2 – 20 µg/mL Fenitoína: 10 – 20 µg/mL
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