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Preparos Cavitários (classes III, IV e V) Preparos cavitários são o tratamento biomecânico das lesões de carie ou outras lesões (tal como por trauma) nos tecidos duros do dente de forma com que as estruturas sadias remanescentes possam receber uma restauração que as proteja, seja resistente e previna a reincidência de carie. Os preparos devem preservar o máximo possível de tecido sadio (diferente do que dizia Black quando indicava “extensão para prevenção”) e são realizados de formas diferentes para se adequar a cada material restaurador a ser utilizado, sendo assim se tem optado cada vez mais por materiais que permitem desgastar cada vez menos tecido sadio (Ex: resina composta, CIV, etc) e cada vez menos os que necessitam de um preparo desgastante ao dente (Ex: amalgama). O operador (Cirurgião Dentista) deve também estar ciente que nenhum material restaurador pode substituir a qualidade da estrutura dental sadia, além de conhecer a anatomia dental para poder evitar possíveis iatrogenias. 1. Princípio de Black VS Dentística Moderna Para Black deveria ser feita uma extensão do preparo cavitario, pois assim haveria uma prevenção contra a reincidência de cárie, porem com a evolução técnico-científica se percebeu que isso era uma conduta que apenas desgastava tecido sadio e em nada modificava na ação da doença cárie, sendo assim hoje se preserva o máximo possível de tecido sadio. 2. Classificação das Cavidades. Black a quase 100 anos atrás designou por números as classificações das cavidades dentais, sendo Classe I, II, III, IV e V. 2.1. Classe I Cicatrículas e Fissuras: Face oclusal de dentes posteriores; Faces livres de dentes posteriores; Face Palatina de dentes anteriores. 2.2. Classe II Face oclusal de dentes posteriores com acometimento de uma ou ambas faces proximais. 2.3. Classe III Face proximal de dentes anteriores sem envolvimento de borda incisal. 2.4. Classe IV Face proximal de dentes anteriores com envolvimento de borda incisal. 2.5. Classe V Terços cervicais das faces livres de qualquer dente. 3. Princípios Gerais do Preparo Para realizar um preparo deve se realizar algumas etapas, são elas: 3.1. Abertura Remoção do esmalte sem apoio (socavado) para expor o processo patológico, facilitando assim a visualização e instrumentalização durante o procedimento. Pode ser realizado pelas vias de acesso (Vestibular, Palatal/Lingual e Vestibulopalatal) devendo sempre priorizar a palatal por motivos estéticos. (Realizada com Brocas Diamantadas Esféricas de alta rotação) 3.2. Forma de contorno Definição do formato, limite e desenhos da cavidade de acordo com o material restaurador, englobando os tecidos comprometidos sem a necessidade de extensão preventiva e preservando sempre que possível as estruturas de reforço (pontes de esmalte, vertentes de cúspides, crista marginal). Nessa etapa deve se englobar também cicatrículas, fissuras e sulcos muito profundos e próximos à cárie. 3.3. Forma de resistência/retenção São as características dadas às cavidades para que as estruturas remanescentes e a restauração sejam capazes de resistir as forças mastigatórias e não haja a fratura ou deslocamento das mesmas. Algumas formas de resistência são por exemplo arredondamento de anglos vivos para evitar fraturas ou paredes circundantes voltadas para a oclusal (amalgama) para reter o material. Brocas especificas para cada função, ex: a 329 serve para aplanar a parede pulpar e convergir as circundantes para oclusal. 3.4. Formas de conveniência São as medidas que são realizadas a fim de facilitar o acesso e a realização do preparo cavitario. São exemplos disso a anestesia, isolamento absolto, posição de trabalho, afastamento dental, instrumentais adequados, etc. 3.5. Remoção de tecido cariado Remoção total da dentina cariada, sendo realizada antes da forma de contorno em casos de processos cariosos avançados e simultaneamente em caries incipientes (pouco invasivas). Realizada com Curetas dentinarias ou brocas esféricas carbide (broca de acordo com tamanho da lesão). 3.6. Acabamento da Cavidade Remoção do esmalte socavado e alisamento das bordas para a melhor adaptação do material e maior longevidade da restauração. (cinzeis, discos, etc) 3.7. Limpeza da Cavidade Remoção das partículas que restaram das etapas anteriores. (Bacterias, raspas de tecido duro, óleos de aparelhos rotatórios, etc) 4. Diagnóstico Quando acometem as faces livres com ou sem englobar a borda incisal o diagnóstico é simples, porém quando há acometimento restrito de face proximal pode se utilizar de técnicas complementares ao exame clinico, são elas: Rx Interdental, transiluminador e Afastamento Dental 5. Estética da restauração Para promover um aspecto mais natural e estético à restauração há algumas medidas que devem ser tomadas, são elas: 1 – Seleção correta da cor da resina 2 – Realizar bizel que irá fazer uma transição suave da cor do dente para a cor da resina, eliminado assim a linha de restauração.
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