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Ação de Alimentos gravídicos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (...) VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE (...)
		(...), por meio de seu advogado infra assinado, vem à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS C/C ALIMENTOS PROVISÓRIOS
em face de (...), com fundamento no art. 2º da  Lei nº 11.804/2008, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos
DOS FATOS
		A autora e o requerido mantiveram um breve relacionamento amoroso em meados de (...), que resultou em gravidez, conforme o exame em anexo (...).
		Ocorre que, após a confirmação da gravidez o relacionamento acabou e a demandante se encontra desempregada, não possui plano de saúde e está passando por grave dificuldade financeira.
		Já o requerido, apesar de ter possibilidade de ajuda-la financeiramente, visto que (...), não o faz, frustrando inclusive, as tentativas de contato telefônico feitas pela autora.
		Desta feita, não restou alternativa para a autora se não procurar o poder judiciário para solucionar tal situação.
DOS FUNDAMENTOS
DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
		Conforme o art. 4º da Lei 5478/68: 
Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
		A autora além de não possuir plano de saúde, se encontra desempregada, passando por graves dificuldades financeiras, não podendo, destarte, arcar com os custos com alimentação, exames e demais despesas advindas da gestação, conforme comprovantes em anexo.
		Já o requerido, é (...) e percebe um rendimento de R$ (...) mensais.
		Posto isto, diante do evidente periculum in mora, haja vista que a demandante não tem condições de custear a gravidez, requer a fixação liminar dos alimentos gravídicos, no importe de R$ (...) (mil reais) mensais.
DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS
		Os alimentos gravídicos tem previsão específica na Lei 11804/08 art. 2º, que preconiza: 
Art. 2º.Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
		Nos termos do art. 6º da Lei 11804, para a concessão dos alimentos gravídicos, basta a existência de indícios da paternidade.
Art. 6o  Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. 
		Na hipótese vertente não restam duvidas de que o réu é o pai do nascituro, tendo em vista que a demandante só teve esse relacionamento em sua vida, relacionamento este que durou (...), em que as partes mantinham relações sexuais habituais e só teve fim quando a gravidez se confirmou, ademais, o réu refuta as tentativas de contato da autora.
		Doutra ponta, nos moldes do art. 1694, § 1º do CC, para que qualquer espécie de alimento seja concedida, é necessária a presença do binômio: necessidade do alimentando e possibilidade do alimentante.
		Do presente feito, a gestante está passando por grave dificuldade financeira, não tem plano de saúde, está desempregada. Já o réu, é (...) e percebe R$ (...) mensais e vive sozinho em local de luxo.
		Clarividente a necessidade da gestante em receber alimentos gravídicos durante todo período de gestação, no importe de R$ (...) mensais.
		Vejamos o posicionamento da jurisprudência sobre o tema:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. INTERLOCUTÓRIO DE INDEFERIMENTO NA ORIGEM. (1) ALIMENTOS GRAVÍDICOS. REQUISITOS PREENCHIDOS. CONCESSÃO.
A concessão dos alimentos gravídicos exige, como ônus da alimentanda, essencialmente: A) a comprovação médica de sua gravidez; e b) a demonstração da existência de indícios da paternidade do réu alimentante, os quais se fazem suficientemente presentes quando evidenciada, mediante fotografias e trocas de mensagens eletrônicas (e-mail, sms, whatsapp), a existência de envolvimento amoroso entre as partes no período da concepção e o reconhecimento expresso do réu alimentante da possibilidade de que seja o genitor do infante. (2) alimentos. Critérios de fixação. Ausência de renda certa e fixa do alimentante. Utilização do salário mínimo como base de cálculo. Possibilidade. - A fixação de alimentos é relegada ao prudente arbítrio do juiz, a quem cabe, com base nas regras da experiência comum, sopesar o binômio necessidade-possibilidade à luz da proporcionalidade, inexistindo percentual ou quantitativo preestabelecidos, sendo que, dispondo o alimentante de ganho salarial certo, fixo e não sujeito a oscilações, deve ser sobre este fixado o percentual apropriado ao caso concreto, e, nas demais situações, enquanto base subsidiariamente mais segura, sobre o salário mínimo nacional, porquanto é a verba constitucionalmente prevista como aquela capaz de satisfazer as necessidades vitais básicas do indivíduo com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, sendo inaplicável a vedação de sua utilização como fator de indexação em se tratando de obrigação alimentar, justamente por esta verba bem refletir a natureza daquele importe. Decisão reformada. Recurso provido. (TJSC; AI 2014.074359-8; São Bento do Sul; Quinta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Henry Petry Junior; Julg. 19/02/2015; DJSC 03/03/2015; Pág. 144)
DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer:
a) Concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser a autora pobre em sentido legal, conforme os preceitos da Lei1060/50 e declaração de pobreza em anexo;
b) Intimação do Ministério Público, por se tratar de interesse de menor, nos moldes do art. 178, I, do Novo Código de Processo Civil;
c) Concessão, de imediato, dos alimentos provisórios, no importe de R$ (...) mensais a serem descontados diretamente em folha de pagamento;
d) Citação do réu para contestar no prazo de 5 dias, sob pena de revelia, conforme art. 7º da Lei 11.804/2008;
e) Que seja julgado procedente para condenar o réu a pagar a autora o valor mensal de R$ (...) durante toda a gravidez (art. 6º da lei 11.804/2008. Após o nascimento com vida, que sejam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor (art. 6º, Parágrafo Único, da Lei 11.804/2008;
f) Condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, conforme artigo 85 e seguintes do Novo Código de Processo Civil;
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
		Nos termos do art. 334, § 5º, do Código de Processo Civil, o autor desde já manifesta, pela natureza do litígio, desinteresse em autocomposição.
Ou
		Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando espírito conciliador, a par das inúmeras tentativas de resolver amigavelmente a questão, o autor desde já, nos termos do art. 334 do Novo Código de Processo Civil, manifesta interesse em autocomposição, aguardando a designação de audiência de conciliação.
DAS PROVAS
		Protesta por provar o alegado através de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem necessários.
VALOR DA CAUSA
		Dá-se à causa o valor de R$ (...), para os efeitos fiscais.
Respeitosamente, pede deferimento.
Cidade..., de ... de ...
Advogado
OAB/UF

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