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HIDROLOGIA APLICADA Professora Denise Thölken Aula 03 - Balanço hídrico e Precipitação DEFINIÇÃO: é a quantidade de entrada e saída de água em um sistema. Este sistema pode ser macro, intermediário ou local. Sistema macro: o próprio ciclo hidrológico; Sistema intermediário: uma bacia hidrográfica; Sistema local: uma cultura. BALANÇO HÍDRICO Entrada de Água Saída de Água P = Chuva E = Evaporação O = Orvalho ET = Evapotranspiração Ri = Escoamento superficial Ro = Escoamento superficial DLi = Escoamento infiltrado DL = Escoamento infiltrado AC = Ascensão capilar DP = Drenagem Profunda Considerando as variáveis e equacionando as entradas e saídas do sistema temos que a variação de armazenamento (ΔARM) de água no solo é dada por: ΔARM=P+O+Rt+Dli+AC-E-ET-Ro-DLo-DP BALANÇO HÍDRICO Entrada de Água Saída de Água P = Chuva E = Evaporação O = Orvalho ET = Evapotranspiração Ri = Escoamento superficial Ro = Escoamento superficial DLi = Escoamento infiltrado DL = Escoamento infiltrado AC = Ascensão capilar DP = Drenagem Profunda ΔARM=P+O+Rt+Dli+AC-E-ET-Ro-DLo-DP A chuva é a principal entrada em um sistema, o orvalho é significativo em regiões muito áridas, as entradas por ascensão capilar também são pequenas e desprezíveis, elas ocorrem em locais com lençol freático superficial e em períodos muito secos. Os fluxos horizontais de escoamento para áreas homogêneas se compensa e por isso estes se anulam. A ET é a saída significativa de água do sistema para períodos secos. A DP é a saída significativa de água do sistema para períodos chuvosos. BALANÇO HÍDRICO Entrada de Água Saída de Água P = Chuva E = Evaporação O = Orvalho ET = Evapotranspiração Ri = Escoamento superficial Ro = Escoamento superficial DLi = Escoamento infiltrado DL = Escoamento infiltrado AC = Ascensão capilar DP = Drenagem Profunda Portanto: ΔARM=P-E-ET-DP Para longos períodos de tempo (anos) é considerado: ΔARM=0, ou seja: P=E-ET-DP Para bacias hidrográficas, sendo Q a vazão do rio principal na saída da área de controle: ΔARM=P-E-ET-Q BALANÇO HÍDRICO Entrada de Água Saída de Água P = Chuva E = Evaporação O = Orvalho ET = Evapotranspiração Ri = Escoamento superficial Ro = Escoamento superficial DLi = Escoamento infiltrado DL = Escoamento infiltrado AC = Ascensão capilar DP = Drenagem Profunda Qual seria a vazão de saída (m³/s) de uma bacia completamente impermeável, com área de 17km², sob uma chuva constante à taxa de 5 mm/hora? EXEMPLO 1 Em uma bacia hidrográfica com precipitações médias anuais de 1800 mm, foram medidas as vazões do rio ao longo de 11 anos e a vazão média do rio é de 43,1m³/s. Considerando que a área da bacia neste local é de 1604km² , qual é a evaporação+evapotranspiração média anual nesta bacia? EXEMPLO 2 Em uma bacia hidrográfica com precipitações médias anuais de 1.450mm, foram medidas as vazões do rio ao longo de 12 anos e a vazão média do rio é de 52,3m³/s. Considerando que a área da bacia neste local é de 3.236km² , qual é a evaporação+evapotranspiração média anual nesta bacia? EXEMPLO 3 DEFINIÇÃO: é a água proveniente da atmosfera que atinge a superfície da Terra. Exemplos de precipitação: chuva, granizo e neve. A precipitação possui três grandezas: altura, duração e intensidade. A altura está relacionada ao volume precipitado medido em mm relacionado a um período de tempo. As precipitações são classificadas como: Chuvas frontais ou ciclônicas; Chuvas orográficas; Chuvas convectivas. PRECIPITAÇÃO CHUVAS FRONTAIS OU CICLÔNICAS: Chuvas de média e longa duração, ocasionadas por choques de massa de ar quente e frio. O ar frio é mais denso e empurra a massa de ar quente para cima, esta se resfria e condensa o vapor de água, ocorrendo a chuva. PRECIPITAÇÃO CHUVAS CONVECTIVAS: Também chamadas de chuva de verão. Ocorrem quando o ar úmido for aquecido próximo do solo e cria camadas de ar quente que se mantém em equilíbrio instável. Quando esta chamada sobe, resfria rapidamente, condensa o vapor atmosférico, forma nuvens e muitas vezes precipitações. PRECIPITAÇÃO CHUVAS OROGRÁFICAS: Estas chuvas são influenciadas pelo relevo, quando ventos úmidos do oceano encontram barreiras montanhosas no continente, quando são elevados e resfriados, formando nuvens e precipitações. Estas são chuvas de pequenas intensidades e grande duração. PRECIPITAÇÃO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS PRECIPITAÇÕES: São necessários alguns parâmetros básicos para definir uma precipitação: altura pluviométrica (r): espessura média da lâmina da água que se formaria no solo como resultado de uma chuva, caso não houvesse escoamento, infiltração ou evaporação de água precipitada. duração (t): período de tempo contado desde o início até o fim da chuva, expresso geralmente em horas ou minutos frequência de ocorrência ou probabilidade (p): quantidade de ocorrências de eventos iguais ou superiores ao evento de chuva considerado. PRECIPITAÇÃO INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO: São três instrumentos básicos para se medir uma precipitação: Pluviômetro; Pluviógrafos; Radares meteorológicos. PRECIPITAÇÃO PLUVIÔMETRO: Possui uma superfície de capacitação horizontal delimitada por um anel metálico e de um reservatório que acumula a água recolhida. Esse aparelho possui uma área de captação de 400 cm², de modo que um volume de 40 ml corresponde a 1mm de precipitação. A água acumulada no aparelho é tirada por meio de uma torneira, em horários prefixados. PRECIPITAÇÃO PLUVIÔMETRO: Calcula-se a precipitação da seguinte forma: P = 10 . V / A P: precipitação em mm V: volume recolhido em cm³ ou ml A: área da captação do anel em cm². A instalação do pluviômetro deve ser, de preferência, em um terreno plano e livre de obstáculos igual ao dobro de sua altura. As normas da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) recomendam que o aro que delimita o pluviômetro esteja a uma altura de 1,50m do solo. PRECIPITAÇÃO PLUVIÓGRAFOS: Faz o registro contínuo das variações das alturas pluviais ao longo do tempo. PRECIPITAÇÃO PLUVIÓGRAFOS: PRECIPITAÇÃO RADARES METEOROLÓGICOS: A medição de chuva por radar tem base na emissão de pulsos de radiação eletromagnéticos que são refletidos pelas partículas de chuva na atmosfera, e na medição da intensidade do sinal refletido. A relação entre a intensidade do sinal enviado e recebido, denominado refletividade, é correlacionada à intensidade de chuva que está caindo em uma região. Pode-se estabelecer a distribuição espacial da chuva em cada instante e dentro de um raio de até 200 km. No Brasil, no estado de São Paulo é que existem alguns em operação. Em países desenvolvidos como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha a cobertura por radar, para estimar a chuva, é completa. PRECIPITAÇÃO PRECIPITAÇÃO MÉDIA SOBRE UMA REGIÃO: A precipitação média pode ser calculada considerando a lâmina de água de altura uniforme sobre toda a área analisada, associada a um período de tempo. Os principais métodos para determinar a precipitação média em uma área são: Método da Média Aritmética; Método de Thiessen e o Método das Isoietas. PRECIPITAÇÃO Método da Média Aritmética: A precipitação média é calculada como a média aritmética dos valores médios de precipitação. Este método ignora variações geográficas da precipitação e, portanto, é aplicável apenas em regiões planas com variação gradual e suave gradiente pluviométrico e com cobertura de postos de medição bastante densa. PRECIPITAÇÃO Método da Média Aritmética: Exemplo 3: Calcule a precipitação média da bacia da figura abaixo: PRECIPITAÇÃO Método da Média Aritmética: Exemplo 4: Calcule a precipitação média da bacia da figura abaixo: PRECIPITAÇÃO [mm] Métodode Thiessen: Também como método do vizinho mais próximo. Define-se a área de influência de cada posto pluviométrico dentro da bacia hidrográfica. Exemplo 5: Tendo uma bacia hidrográfica com valores médios de precipitação contendo uma área total de 100km². PRECIPITAÇÃO Método de Thiessen: Primeiro é preciso traçar linhas que unem os postos pluviométricos mais próximos. PRECIPITAÇÃO Método de Thiessen: Em seguida determina-se o ponto médio em cada uma destas linhas, e a partir desse ponto traça-se uma linha perpendicular. PRECIPITAÇÃO Método de Thiessen: A intercepção das linhas médias entre si e com os limites da bacia vão definir a área de influência de cada um dos postos. Com isso mede-se a área de cada posto. A área sobre a influência do posto com 120mm é de 15 km²; A área sobre a influência do posto com 70mm é de 40 km²; A área sobre a influência do posto com 50mm é de 30 km²; A área sobre a influência do posto com 75mm é de 5 km²; A área sobre a influência do posto com 82mm é de 10 km²; PRECIPITAÇÃO Método de Thiessen: A precipitação média da bacia é: Pm = Posto com 120mm é de 15 km²; Posto com 70mm é de 40 km²; Posto com 50mm é de 30 km²; Posto com 75mm é de 5 km²; Posto com 82mm é de 10 km²; PRECIPITAÇÃO Método de Thiessen : Exemplo 6: Calcule a precipitação média da bacia da figura abaixo, as precipitações dadas estão em mm.: PRECIPITAÇÃO Método das Isoietas: O método constitui de linhas que unem pontos de igual precipitação. Depois de escrever os valores de chuva em cada posto se unem estes com linhas retas nas quais se interpolam linearmente os valores para os quais se pretende traçar as isolinhas. PRECIPITAÇÃO Método das Isoietas: Exemplo 7: Considerando a bacia com área total de 100km². Primeiro traça-se linhas que unem os postos pluviométricos mais próximos entre si: PRECIPITAÇÃO Método das Isoietas: Em seguida se divide as linhas escrevendo os valores da precipitação interpolados linearmente. PRECIPITAÇÃO Método das Isoietas: O próximo passo será em traçar as isolinhas: PRECIPITAÇÃO Método das Isoietas: Cálculo da precipitação média na bacia hidrográfica: Pm = PRECIPITAÇÃO Método das Isoietas: Exemplo 8: Calcule a precipitação média da bacia da figura abaixo: PRECIPITAÇÃO [mm] ANÁLISE DE DADOS: O objetivo de um posto de medição de chuvas é obter uma série ininterrupta de precipitações ao longo dos anos ou o estudo da variação das intensidades de chuva ao longo das tormentas. Caso ocorra períodos sem informações ou com falhas nas observações, devido a problemas com aparelhos de registro e/ou com o operador do posto. Essas falhas devem ser preenchidas por métodos estatísticos. Dentre eles, os métodos mais comuns de preenchimento de falhas são: Método de Ponderação Regional; Método de Regressão Linear. PRECIPITAÇÃO Método de Ponderação Regional: É um método simplificado normalmente utilizado para o reenchimento de séries mensais ou anuais de precipitações, visando a homogeneização do período de informações e à análise estatística das precipitações. Onde: y é a precipitação do porto Y a ser estimada; x1, x2, x3 são as precipitações correspondentes ao mês (ano) que se deseja preencher, observadas em três estações vizinhas; ym é a precipitação média do ponto Y; xm1, xm2, xm3 são as precipitações médias nas três estações vizinhas. PRECIPITAÇÃO ANÁLISE DE DADOS: Exemplo 9: Calcule a falha o método da ponderação regional: PRECIPITAÇÃO Adotar como médias ANÁLISE DE DADOS: Exemplo 10: Calcule a falha o método da ponderação regional PRECIPITAÇÃO Método de Regressão Linear: Um método mais aprimorado de preenchimento de falhas consiste em utilizar as regressões lineares simples ou múltiplas. No caso de regressão linear simples, as precipitações de um posto com falhas (Y) e de um posto vizinho (X) são correlacionadas. A correlação é uma equação analítica, cujos parâmetros podem ser estimados por métodos como o de mínimos quadrados, ou graficamente através da plotagem cartesianas dos pares de valores (X,Y). Define-se desta forma uma equação do tipo: Y=A+BX e são preenchidas as falhas. PRECIPITAÇÃO y = 0,9632x + 25,619 0 50 100 150 200 250 0 50 100 150 200 Y X Y = 25,619 + 0,9632 X ANÁLISE DE DADOS: Exemplo 11: A tabela abaixo apresenta valores de precipitação anual (mm) para dois postos pluviométricos situados numa região de mesmo regime pluviométrico. Preencha os dados faltante utilizando o da Regressão Linear Simples. PRECIPITAÇÃO Y X 185 171 173 155 141 115 103 68 51 33 33 12 60 43 121 98 161 139 181 162 202 183 ANÁLISE DE DADOS: Exemplo 12: Admitindo que os dados ‘*’ sejam desconhecidos, calcule as falhas pelo método das médias de ponderação regional e progressão linear. Dado: y = 11,4223 + 1,0132x PRECIPITAÇÃO HIDROLOGIA APLICADA Professora Denise Thölken Aula 03 - Balanço hídrico e Precipitação
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