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CASO CONCRETO3 ESTUPRO SIMPLES ILEGITIMIDADE DA PARTE- PRÁTICA PENAL- ESTACIO FARGS

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CASO CONCRETO 3- JULIANO DA SILVA MACHADO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DA 2ª VARA CRIMINAL DO ESTADO DO ________- __
Processo Nº:_____________
Mateus, por seu advogado constituído, infra- assinado, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, nos autos do processo crime acima epigrafado, que lhe move o Ministério Público do Estado do ________, invocar o art. 396 do Código de Processo Penal, para tão só protestar por inocência do delito que se lhe quer imputar, art.213 e 224, alínea “b” do Código Penal, tudo pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
I- PRELIMINARES:
I.I- NULIDADE- PARTE ILEGÍTIMA PARA POSTULAR A AÇÃO PENAL:
Preliminarmente, ressalta- se que o crime de estupro tipificado no art. 213 do Código Penal, trata- se de uma ação penal pública condicionada à representação da vítima, ou seja, depende de representação da vítima.
 Portanto desde já requer a Vossa Excelência a nulidade absoluta da ação penal, bem como a rejeição da denúncia por falta de pressuposto processual previsto no art. 395, inciso II do CPP.
A matéria já foi decidida em Ação de Direta de Inconstitucionalidade n. 4301, ao declarar inconstitucional que o crime de estupro trata- se de ação penal condicionada a representação da vítima, conforme ADIN n. 4301, in verbis:
A legitimidade ativa para postular a presente ação penal depende de representação da vítima, percebe-se que em nenhum momento a vítima Maísa, quis representar a ação penal contra o acusado, que frisa- se é seu namorado, e que do fruto deste amor irá nascer uma criança.
Insta salientar que embora a vítima em nenhum momento tenha mostrado vontade em representar o suposto estupro, o parquet, mesmo contra sua vontade, denúncia o acusado sem observar as regras do Art. 225 do Código Penal, que teve sua redação alterada pela lei 12.015/2009. 
Art. 225 Nos crimes definidos nos capítulos I e II deste Título, procede- se mediante ação penal pública condicionada a representação.
Sustenta ainda na denúncia o membro do Ministério Público Estadual que a vítima é pessoa incapaz, porém, não existe prova material dos autos que a Sr. Maísa seja pessoa incapaz, e mesmo que fosse pessoa incapaz ainda assim dependeria de representação do seu representante legal, que no caso em tela seria sua genitora Aida, que salienta- se também não representou a presente ação penal. 
Ilustre magistrado, a presente defesa deve ser acolhida para o processo contra Mateus, seja anulada a presente ação penal ou ainda que seja julgada sumariamente na forma do artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal, com redação dada pela lei n. 11.719/2008, pois o fato a ele imputado é totalmente atípico e eivados de vícios processuais.
II- DOS FATOS:
Mateus está sendo processado pelo crime de estupro, previsto no art. 213 do Código Penal, sob acusação de ter tido relação sexual sem consentimento da vítima Maísa, de 19 anos de idade, e está ser mentalmente incapaz.
Porém excelência, em que pese à prova nos autos de que houve a conjunção carnal entre o acusado e a vítima, frisa-se com consentimento da vítima, ainda a de ressaltar que ambos são namorados há algum tempo, conforme cópia robusta em anexo, de suas fotos e do perfil de ambos nas redes sociais facebook, e que o namoro havia consentimento da avó Olinda e mãe da vítima Aida.
Logo fica evidente que o acusado e a vítima por serem namorados, ambos por diversas vezes tiveram relações sexuais, sendo que em todas às vezes houve consentimento da vítima.
 Portanto, a prova material produzida através do exame de corpo de delito, que comprova a conjunção carnal e a gravidez da vítima, apenas resulta de uma ralação sadia e amoroso entre a vítima e o acusado, nada tendo como ser imputado ao acusado o crime de estupro.
Ressalta– se ainda que a vítima, sua genitora, e sua avó não desejam ver processado o acusado, por todos terem uma relação sadia. 
Alega ainda o parquet em sua peça acusatória que a vítima é deficiente mental, porém frisa- se mais uma vez que não há prova material nos autos que comprove a debilidade mental da vítima, que por sinal é bem lúcida, e goza de toda sua capacidade civil para todos os atos da sua vida civil.
Como se vê da prova dos autos, ilustríssima e culto magistrado, o fato imputado ao acusado é totalmente atípico, pois ambos estão na plena capacidade e gozo mental para discernir sobre os atos de sua vida civil, além de estar viciado por não ter o parquet legitimidade ativa para intentar a presente ação penal, justamente porque, não trata- se de uma ação penal incondicionada, mas sim porque depende de representação da vítima ou do seu representante legal.
III- DOS PEDIDOS:
Diante do exposto requer a Vossa Excelência, a nulidade absoluta, da presente ação penal, bem como a rejeição da denúncia por não ter o membro do Ministério Publica Estadual, pressuposto processual previsto no art. 395, inciso II do CPP, para intentar a presente persecução conforme Art. 225 do Código Penal, que teve sua redação alterada pela lei 12.015/2009, ou ainda, a absolvição sumária do acusado, por tratar- se de fato atípico, conforme prevê o artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal, com redação dada pela lei n. 11.719/2008.
Caso não seja acolhida a nulidade absoluta da ação penal, ou não seja o acusado absolvido sumariamente, protesta desde já por inocência no delito que se quer lhe imputar, como também, tempestivamente, arrolar testemunhas de defesa, elencadas abaixo, que compareceram mediante notificação regular, em dia e hora que lhes forem designadas e independente de intimação a vítima e o acusado. 
ROL DE TESTEMUNHAS:
Mateus (sobrenome), residente e domiciliado na Rua _______,(Número) CEP: _______, (cidade/estado).
 Maísa (sobrenome), residente e domiciliado na Rua _______,(Número) CEP: _______, (cidade/estado)
Ainda (sobrenome), residente e domiciliado na Rua _______,(Número) CEP: _______, (cidade/estado).
Olinda , (sobrenome), residente e domiciliado na Rua _______,(Número) CEP: _______, (cidade/estado).
 Data, 
cidade/estado.
 Advogado
OAB/UF

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