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p. 1 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO PACIENTE ICTÉRICO O termo icterícia traduz o sinal físico secundário à impregnação da pele, esclera e membranas mucosas pela bilirrubina sérica. A bilirrubina é um composto tetrapirólico amarelado com duas cadeias de ácidos propiônicos, que apresenta fração lipossolúvel (não-conjugada) e uma hidrossolúvel (conjugada). Icterícia é observada quando os valores da bilirrubina ultrapassam níveis séricos de 0,5mg/dL a 1,0mg/dL. Ao atingir valores acima de 2,5mg/dL, a bilirrubina se deposita nos tecidos emprestando-lhes coloração amarela, mais evidente na esclera. Altas concentrações no espaço intracelular dos tecidos levam à lesões irreversíveis de vários órgãos-alvos. Sendo assim, a icterícia no pré e/ou pós-operatório eleva as taxas de morbimortalidade. Metabolismo da Bilirrubina: Cerca de 4mg/kg de bilirrubina são produzidos por dia no organismo, sendo 80% a 85% derivadas do catabolismo do grupo heme da hemoglobina das hemácias e 10% a 15% da destruição de eritrócitos maduros na medula óssea (eritopoiese ineficaz) ou dos grupos heme das hemeproteínas hepáticas. Nas células linforreticulares do baço, da medula óssea e do fígado a molécula de hemoglobina é fragmentada pela ação da hemeoxigenase em globina, ferro e grupamento heme. Esse sofre oxidação, transformando-se em bileverdina, que é reduzida em bilirrubina, ou fração não- conjugada. A bilirrubina não conjugada é um composto insolúvel em água e lipossolúvel, incapaz de ser excretado na bile, mas capaz de atravessar a barreira encefálica e a placenta. A bilirrubina liberada no plasma é transportada até o fígado, ligada à albumina por meio de ligação reversível entre duas moléculas de bilirrubina e uma de albumina, sendo praticamente nula a quantidade de bilirrubina livre no plasma. No fígado, é captada de forma reversível e dissociada da albumina por meio das proteínas receptoras intracelulares. A bile hepática é isotônica em relação ao plasma e é composta de água, eletrólitos, ácidos biliares, sais biliares, bilirrubina conjugada, lípides e lecitina. O principal sítio de reabsorção da bile é o íleo terminal e ela se faz por mecanismos de transporte ativo. Dos seus componentes, os sais biliares retomam a circulação êntero- hepática e a bilirrubina é excretada na urina como urobilinogênio. Alterações na p. 2 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO quantidade de bilirrubina formada em sua captação pelo fígado ou em sua conjugação hepática determinarão variações nos níveis séricos de bilirrubina não-conjugada. Falhas na excreção da bilirrubina conjugada do hepatócito para as vias biliares ou dessas para o duodeno determinarão aumento dos níveis séricos da bilirrubina conjugada. Classificação das icterícias e principais afecções associadas: É de grande importância conhecer qual a fração da bilirrubina que se encontra elevada. A determinação da fração responsável pela hiperbilirrubinemia permite classificar as icterícias de acordo com o mecanismo envolvido, o que norteia a abordagem terapêutica do paciente. Sinais de icterícia: prurido, coloração amarelada da pele, esclera e mucosas, urina cor de coca cola (colúria) e fezes esbranquiçadas (acolia). Avaliação e abordagem pré-operatória dos pacientes ictéricos: Anamnese: Manifestações clínicas como colúria + acolia + prurido indicam aumento da fração conjugada, sugerindo colestase (sendo a colúria o principal sinal). Deve-se sempre pesquisar sintomas digestivos: náuseas + vômitos + dor abdominal recorrente, sugerem cálculos biliares, intolerância alimentar, anorexia, diarreia e perda de peso (deve-se sempre determinar o tipo, a duração, a intensidade, a localização, a periodicidade, os fatores desencadeantes e associados). o Vesícula distendida e dolorosa colecistolitíase; o Dor epigástrica recorrente que irradia para o dorso + emagrecimento + vesícula biliar palpável indolor câncer de cabeça de pâncreas; p. 3 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO o Icterícia sem acolia e colúria + astenia + fraqueza + anemia + esplenomegalia processos hematológicos. Na anamnese, a investigação dos hábitos sexuais, dos antecedentes de parasitose intestinal e da história familiar podem nortear o diagnóstico etiológico da icterícia. O uso de drogas, álcool ou a exposição a tóxicos em pacientes ictéricos devem ser pesquisados porque se correlacionam intimamente com as hepatites por drogas ou vírus. Exame físico: Verifica os estágios da doença. Associação de icterícia, desnutrição, ascite, aranhas vasculares, ginecomastia, circulação colateral, irregularidade e retração hepática pacientes cirróticos avançados. Exames complementares: Dosagem de bilirrubina total e de suas frações, a conjugada (direta) e a não- conjugada (indireta): exame fundamental que classifica a icterícia e norteia a propedêutica; Hemograma: importante principalmente quando há o aumento da BI; Provas de função hepática: importante principalmente quando há aumento da BI por defeitos de captação ou conjugação hepática, nestes casos deve-se dosar fosfatase alcalina e GGT (porque são enzimas canaliculares e estarão aumentadas devido à obstrução – enzimas de colestase) além das transaminases e prova de coagulação (atividade de protrombina, RNI ou PTTa); US (método de escolha), TC abdominal, RNM: em casos de obstrução biliar (avaliam o calibre da via biliar) - se aumentado indicam obstrução mecânica: o US: verificar presença de cálculo na vesícula e no colédoco, pode mostrar um câncer de cabeça de pâncreas; útil para estudo da árvore biliar; o TC: pancreatite pode dar icterícia se tiver um aumento difuso do pâncreas (pâncreas aumentado e ausência de cálculo); o RNM – colangioressonância (não precisa de contraste e é um bom método para identificação de um colangiocarcinoma) ou RNM do abdome (para avaliação de pâncreas); Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE): feita por endoscopia, útil para tratamento. Usada para estudo da via biliar, não sendo muito invasiva. Chega-se até a papila duodenal e injeta-se contraste para fazer diagnóstico ou se faz por meio da abertura da papila duodenal passando uma cesta (Baguet) que se abre quando chega no cálculo o sequestrando. Nos casos de tumor, usa- se uma prótese que se expande e abre o canal; Radiografia de abdome: identifica cálculo radiopaco (minoria); Biópsia hepática: colestase com forte suspeita de causa intra-hepática. p. 4 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Procedimentos cirúrgicos em pacientes ictéricos: Quando houver icterícia e patologia cirúrgica sem urgência primeiro deve-se esclarecer a icterícia, postergando o tratamento até o completo esclarecimento, visto que a mortalidade cirúrgica de pacientes ictéricos chega a 14%, principalmente por insuficiência renal. Os principais procedimentos cirúrgicos indicados em pacientes ictéricos visam tratar a causa da icterícia ou diminuir sua intensidade, por meio de tratamento definitivo ou paliativo da doença de base. Os procedimentos podem ser percutâneos, endoscópicos ou cirúrgicos. o Os percutâneos permitem apenas a paliação por intermédio de drenagens externas e/ou internas da via biliar. o A passagem de próteses endoscópicas nos casos de estenose biliar ou a extração endoscópica de cálculos da via biliar têm sido procedimentos cada vez mais frequentes em decorrência de seu sucesso terapêutico. o Em contrapartida, os procedimentos cirúrgicos, na maioria dos casos, representam a forma definitiva de tratamento da doença de base. Classificam-se em operações de ressecção ou de drenagem. As de ressecção incluem colecistectomia, hepatectomia, duodenopancreatectomia e ressecção de tumorespancreáticos ou das vias biliares. As operações de drenagem compreendem coledocotomia com exploração do colédoco, papilotomia e anastomoses biliodigestivas. p. 5 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Complicações perioperatórias em decorrência da icterícia: Diminuição das reservas de glicogênio hepático, intolerância à glicose e dificuldade da transformação do glicogênio hepático em glicose, consequentemente com tendência à hipoglicemia. A síntese de proteínas e de fatores de coagulação encontram-se diminuídas, favorecendo a desnutrição, o sangramento e a dificuldade de metabolismo das drogas anestésicas, com respectivo aumento da hepatotoxicidade delas e dificuldade de extubação do paciente. Devido às alterações no sistema cardiovascular, provavelmente secundárias ao peptídeo natriurético, observa-se circulação hiperdinâmica, com diminuição da volemia e da contratilidade do miocárdio, vasodilatação sistêmica e diminuição da resposta a epinefrina e angiotensina II. Consequentemente há tendência à hipotensão, sobrecarga cardíaca, taquicardia e má-perfusão tecidual. Algumas vezes, essas alterações determinam insuficiência cardíaca de grau variável com falência da bomba, choque cardiogênico e suas consequências. A desidratação e a hipotensão podem determinar má-perfusão hepática e renal com lesões desses órgãos. Nos rins, a baixa perfusão renal associada às lesões do parênquima renal pode determinar anúria e insuficiência renal aguda. Lesão renal, desidratação, desnutrição e infecções geralmente determinam distúrbios hidroeletrolíticos, principalmente acidose metabólica e distúrbios de sódio e potássio. Pacientes ictéricos geralmente, toleram mal a hipoxemia e, quando a icterícia é secundária à anemia hemolítica, podem apresentar crises hemolíticas com hipóxia tecidual e sofrimento dos tecidos. Cuidados pré, per e pós-operatórios em pacientes ictéricos: A bilirrubina não excretada na bile por qualquer causa leva a diminuição do fluxo sanguíneo hepático; queda da pressão no sistema porta; deposição de pigmentos e imunocomplexos na membrana basal dos glomérulos renais; aumento da sensibilidade hepática e renal às hemorragias; sangramentos; predisposição às infecções por supercrescimento bacteriano, com consequente alteração da microbiota intestinal e aparecimento de endotoxinas e bactérias no sistema porta. Prurido intenso: administrar anti-histamínico, antialérgico, diazepam ou colestiramina que aumenta a excreção dos sais biliares pelo seu efeito catártico (usar somente na vigência de icterícia obstrutiva parcial). Melhora do estado nutricional: aumentar reserva de glicogênio com infusão de glicose, insulina e potássio (GIK); dieta hiperproteica e hipolipídica (na ausência de insuficiência hepática); complemento das vitaminas ADEK e da vitamina C (para prevenir distúrbios de cicatrização); e administração de albumina humana nos casos de icterícia prolongada ou alterações hepáticas secundárias. o A vitamina K é necessária na dose de 10mg/dia durante os três dias anteriores ao da operação, já que sua reserva orgânica é muito pequena. Caso não seja possível sua administração opta-se pelo plasma congelado. Corrigir DHE: soluções pobres em sódio, devido à baixa capacidade renal de excreção do íon e aos baixos níveis de albumina. Fazer ionograma para controle e, quando necessário, gasometria arterial. p. 6 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Nos pacientes com icterícia de padrão obstrutivo de longa duração, com níveis de bilirrubina direta acima de 8mg/dL, duas complicações graves e muitas vezes fatais podem ocorrer: insuficiência renal aguda e colangite o Lesão renal aguda: alteração do clearance de creatinina. Profilaxia se faz por meio de hidratação oral e parenteral a fim de manter o débito > 100 ml/h. Deve-se fazer reposição de dois litros acima da necessidade diária, fazendo uso de 100-200 ml de manitol a 10% no per e no pós-operatório imediato (dependendo pode se estender até o 1º DPO); além de utilizar sais biliares por VO e desoxicolato de Na associado ao uso de taurocolato de Na (3-6 dias antes da operação na tentativa de diminuir as endotoxinas). o Colangite: secundária ao processo obstrutivo, devido a estase biliar prolongada ou após procedimentos invasivos nas vias biliares. Tríade de Charcot: calafrios com febre, dor no hipocôndrio direito e icterícia: Tratamento se faz com o uso de ATB + drenagem da via biliar (desobstrução). Lactulose VO: laxativo utilizado para diminuição da população bacteriana intestinal. Inibição da secreção ácida do estômago com antagonistas dos receptores H2 ou com inibidores da bomba de prótons, um a dois dias antes do procedimento cirúrgico, no peroperatório e no pós-operatório, parecem prevenir a hemorragia digestiva secundária a essas lesões. Cuidados específicos devem ser tomados no peroperatório para permitir menor índice de complicações. Os cuidados básicos são: fazer a monitorização peroperatória cardiovascular de pressão venosa central e da pressão intra- arterial; controlar a infusão de líquidos (pela pressão venosa central e pelo fluxo urinário); corrigir distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos, por meio do monitoramento da gasometria, glicemia e ionograma; manter o fluxo renal no mínimo de 100ml/h; avaliar o grau de acometimento da função cardiovascular, renal, metabólica e da coagulação; usar anestésico de baixa toxicidade hepática, capaz de melhor preservar o fluxo sanguíneo hepático, como o isofluorano e os opioides; empregar hemoderivados (concentrado de hemácias, plaquetas, plasma fresco e fatores específicos da coagulação) apenas quando necessário. Icterícia pós-operatória: Pode surgir no pós-operatório imediato ou demorar meses para se manifestar. A icterícia precoce torna obrigatória a exclusão do agravamento ou descompensação da doença hepática ou hematológica de base, como a cirrose, anemias hemolíticas ou doença de Gilbert. As hepatites medicamentosas por sensibilidade a anestésicos, principalmente em pacientes submetidos a exposição anestésica de repetição, e as hepatites virais contraídas no pré-operatório podem se manifestar no pós-operatório. A hepatite medicamentosa pode ocorrer na forma colestática ou na hepatítica. Caso tenham ocorrido transfusões de hemoderivados, pode surgir icterícia devido à hemólise por incompatibilidade sanguínea ou por lise de hemácias velhas estocadas por longos períodos em bancos de sangue. p. 7 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Quadros graves que evoluem com choque de qualquer natureza com hipoxemia prolongada podem cursar com icterícia. A icterícia nesses casos, é consequente ao dano hepático secundário ao hipofluxo hepático com necrose na zona hepatocelular do lóbulo central. Pacientes submetidos a procedimentos na vesícula ou nas vias biliares e que desenvolvem icterícia no pós-operatório podem apresentar lesão iatrogênica da via biliar principal (ligadura inadvertida ou estenose cicatricial parcial com ou sem colangite; ou cálculo residual). Icterícia branda e mínima, que regride espontaneamente, pode ser observada após colecistectomia realizada no tratamento de colecistite aguda. Tratamento: O tratamento da icterícia pós-operatória depende da sua causa, porém sempre se deve procurar corrigir e diminuir os efeitos deletérios da icterícia sobre o organismo. As medidas de suporte clínico visam: Manter hidratação vigorosa (além das necessidades diárias de água), na tentativa de se preservar o rim. Nutrir o paciente e procurar refazer as reservas de glicogênio hepático. Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos, acidobásicos e as hipovitaminoses. Diminuir as endotoxinas por meio douso de lactulose e sais biliares. Prevenir e tratar as infecções com antibioticoterapia e drenagem precoce da via biliar. PACIENTE HEPATOPATA A doença hepática alcoólica e as hepatites crônicas virais B e C são as principais afecções hepáticas crônicas que podem evoluir para cirrose e insuficiência hepática. Na atualidade, estas afecções constituem os diagnósticos mais frequentes em pacientes da lista de espera para transplante hepático. As hepatopatias auto-imunes, colestáticas e metabólicas, a hepatopatia medicamentosa e, mais recentemente, a esteato-hepatite não-alcoólica são outras causas importantes de doença hepática crônica. As hepatites agudas, que eventualmente podem se manifestar como hepatite fulminante, podem ser de origem viral, medicamentosa ou auto-imune. É bem documentado que o paciente com doença hepática apresenta resposta orgânica aumentada no pós-operatório, dependente da magnitude do trauma cirúrgico. A resposta de estresse catabólico hepático representa parte da resposta orgânica pós- operatória. O fígado é responsável por, pelo menos, duas funções da resposta orgânica ao trauma: síntese de proteínas de fase aguda e aumento da síntese de ureia. p. 8 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Anestesia no paciente com doença hepática: Pacientes com doença hepática são particularmente susceptíveis aos efeitos dos anestésicos, sedativos e relaxantes musculares utilizados no ato operatório. A administração de anestésicos, por via inalatória ou espinhal, leva à diminuição do fluxo sanguíneo hepático, o que pode contribuir para a disfunção do fígado. Além dos agentes anestésicos utilizados, hemorragia peroperatória, ventilação mecânica e aumento da resistência do fluxo esplâncnico podem levar à isquemia hepática manifestada por disfunção pós-operatória. Avaliação do paciente com doença hepática e cuidados pré-operatórios: Anamnese: Deve-se questionar a respeito do consumo alcoólico e de atividades que estão ligadas a risco aumentado de doenças virais, como o uso de drogas ilícitas, local de procedência (exemplo: Teófilo Otoni e Governador Valadares – áreas endêmicas para esquistossomose). História familiar de hepatopatias pode ser significativa. Deve-se, ainda, investigar história de alterações no nível de consciência, icterícia, hematêmese e melena, aumento do volume abdominal, uso de medicamentos e diagnóstico prévio de hepatite. Exame físico: Os sinais periféricos de insuficiência hepática, como icterícia, ginecomastia, rarefação dos pelos, aranhas vasculares, ascite, hepatoesplenomegalia, edema de membros inferiores e encefalopatia, devem ser obrigatoriamente pesquisados. A palpação do abdome pode identificar fígado aumentado e endurecido ou esplenomegalia, levando ao diagnóstico de hepatopatias que demandarão cuidados no pré e pós-operatório. Exames laboratoriais: As provas de investigação laboratorial incluem hemograma completo, glicemia, função renal, proteínas totais e frações, coagulograma, eletrólitos e enzimas hepáticas. Outros exames a serem solicitados, em casos selecionados, incluem dosagem de fibrinogênio sérico, gasometria arterial e radiografia de tórax. Em situações específicas, testes para hepatites virais, doenças auto-imunes, doença de Wilson, deficiência de alfa 1-antitripsina e hemocromatose hereditária poderão ser necessários. Ultrassonografia abdominal, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética do abdome são testes não-invasivos e úteis para avaliação de ductos biliares dilatados e hipertensão porta. A realização de biópsia hepática pode ser necessária para esclarecimento diagnóstico antes do procedimento cirúrgico eletivo. Perfil hepático somente na suspeita de doença hepática (ver qual o nível de lesão hepática – classificar o grau de Child). p. 9 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Principais afecções hepáticas: Paciente cirrótico: necessidade de classificar de acordo com Child em A, B ou C: O paciente classificado como Child A, com cirrose compensada, apresenta melhores condições de se submeter a procedimento cirúrgico de maior complexidade. Os pacientes Child B podem tolerar o procedimento cirúrgico desde que adequadamente preparados no pré- operatório. Entretanto, recomenda-se evitar ressecções hepáticas maiores nesse grupo (nos casos de hemorragia digestiva alta, levará a uma grande descompensação ainda mais porque além de tudo, será necessário reposição sanguínea, acarretando alta taxa de mortalidade). p. 10 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Nos pacientes Child C submetidos a shunts portosistêmicos, procedimentos no trato biliar, ressecções hepáticas e operações pancreáticas, foram associadas a taxas de mortalidade pós-operatória de até 75%. Sepse, hemorragia gastrointestinal, falência hepática e insuficiência de múltiplos órgãos são complicações frequentemente observadas e podem levar o paciente ao óbito. Risco cirúrgico proibitivo, optar apenas em situações excepcionais e de emergência (tentar compensar). No preparo dos pacientes cirróticos é essencial tratar a ascite (dieta hipossódica, repouso no leito, diuréticos (preferência por espironolactona) e, eventualmente, paracentese); administrar vitamina K (10mg, EV ou IM, dependendo do diluente, por três dias consecutivos) em pacientes com tempo de protrombina prolongado, avaliar e prescrever terapia nutricional, quando necessário; hidratar adequadamente pacientes ictéricos para evitar complicações renais. Cuidados peroperatórios com o paciente com doença hepática: No peroperatório, o controle hemodinâmico do paciente é de fundamental importância, devendo-se evitar hipovolemia, hipotensão arterial e hipoxemia. A diminuição do fluxo sanguíneo da veia porta e a redução da pressão parcial de oxigênio no sangue porta são acompanhados de vasoconstrição esplâncnica, com subsequente diminuição do fluxo sanguíneo da artéria hepática. Ocorrem, em consequência disso, diminuição da disponibilidade de oxigênio para o fígado e lesão dos hepatócitos nas regiões centrolobulares. Coagulopatias devem ser corrigidas. Cuidados pós-operatórios com o paciente com doença hepática: Pequenas elevações dos níveis séricos de aminotransferases ou de bilirrubinas em operações de grande porte, não-complicadas, são geralmente transitórias, regredindo espontaneamente após alguns dias. São observadas, por vezes, alterações hepáticas de maior gravidade no pós- operatório, inclusive com quadros de insuficiência hepatocelular importante, que devem ser consideradas à luz de cuidadoso diagnóstico diferencial. Tais distúrbios hepatobiliares são, em geral, abordados a partir da presença de icterícia. Algumas circunstâncias especiais, frequentes na prática diária, podem criar condições propícias ao aparecimento de lesão hepatobiliar. Entre elas destacam- se hipotensão arterial, grandes destruições teciduais, infecções e o uso de certos medicamentos ou anestésicos. Entre as drogas capazes de causar hepatite destacam-se tetraciclinas, metildopa, amiodarona, rifampicina, cetoconazol, isoniazida, sulfonamidas, quinidina e verapamil. Entre os medicamentos associados a quadros de colestase estão fenotiazinas, eritromicina, clorpropramida, nitrofurantoínas, metildopa e tiazidas. Deve-se lembrar que as hepatites por drogas geralmente se manifestam por calafrios, febre, erupção da pele, prurido e artralgias. p. 11 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Complicações cirúrgicas no paciente com doença hepática: As principais complicações pós-operatórias no paciente com doença hepática ocorrem devido à piora da função hepática ou à presença de infecção. Pacientes cirróticosapresentam maior incidência de infecções bacterianas, em especial as infecções pulmonares, urinárias, do líquido ascítico e em acessos venosos profundos. A insuficiência hepatocelular se manifesta pela presença de encefalopatia, ascite, icterícia e acidose metabólica. A queda da albumina e da atividade de protrombina ocorre frequentemente no pós-operatório de intervenções de grande porte. No paciente inicialmente estável no pós- operatório, a infecção em sítio extra-hepático pode se manifestar ainda com sinais de descompensação hepática. Afecções mais comuns de causar complicação: Colecistectomia. Hérnia umbilical. Neoplasias do TGI. Doenças ulcerosas. Hemorragia gastrointestinal. Câncer hepatocelular. PACIENTE DIABÉTICO Eventualmente já é ASA2 e ASA3. Evitar hipoglicemia e hiperglicemia. Operar os pacientes na parte da manhã, evitando uso de hipoglicemiantes. Mal controle glicêmico: controle ambulatorial e internação 24 a 48 horas antes. Pré-operatório: Tipo 1 o Manter insulina NPH da forma habitual até a véspera da cirurgia. o Jejum à partir das 23h (se usar medicação na parte da manhã da cirurgia pode levar o paciente a hipoglicemia durante procedimento cirúrgico). o Cirurgia pela manhã. Dependendo da cirurgia aceita-se glicoses de 150, 160, pois sabe-se a que cirurgia não produzirá uma resposta endócrino-metabólica exacerbada. Prefere-se a hiperglicemia à hipoglicemia, por essa ser menos deletéria. Tipo 2 o Internar 24 a 48 horas antes. o Clorpropamida suspender em 48 a 72 horas antes. o Metformina suspender em 24 a 48 horas antes (leva a acidose lática). o Controle glicêmico com glicemia capilar e insulina regular. p. 12 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Pós-operatório: Mesmo esquema de insulina do pré-operatório, glicemia capilar de 4 em 4 horas mantendo-se os níveis entre 120 a 180 mg/dl. Potássio a cada 6 horas. Dieta oral suspender insulina EV (regular) e iniciar subcutânea (NPH). Impedido de alimentar: solução glicosada ajustando as doses do medicamento (insulina). Esquema: Subcutânea somatório das últimas 24 horas. NPH 2/3 manhã, 1/3 noite. Urgência de pacientes diabéticos: Atrasar o procedimento em 4 a 6 horas. Dependendo da urgência do procedimento não se dosa a glicemia. Excluir cetoacidose em procedimentos eletivos (glicemia, gasometria, eletrólitos). Em caso de cetoacidose, iniciar tratamento medicamentoso até glicemia < 250 mg/dl. Usar antibioticoterapia (no caso de infecção). COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS FEBRE Sinal de alarme: pode ser proveniente de doença de base, da resposta endócrino-metabólica ou sinal de infecção saber identificar. Normalmente pensa-se na febre como um sinal de infecção. Deve-se saber em qual momento do dia está ocorrendo e também a temperatura, visto que normalmente a febre no pós-operatório normalmente é baixa (febre de infecção de sítio cirúrgico – não passa de 38 graus). Resposta fisiológica nos primeiros dias: entre 24-72 h eleva-se até 1,5 ºC (devido a absorção de sangue, soro e linfa da região manipulada). A febre que acontece nas 48 horas de cirurgia está normalmente relacionada a doença de base ou a resposta endócrino-metabólica. Deve-se portanto excluir a possibilidade de infecção no pós-operatório, para garantir que se trata de um evento normal. Outras causas não-cirúrgicas podem ocorrer: transfusões, reação alérgica, desidratação, tumores, drogas e entre outros. Investigação: Exame clínico e curva térmica: o Avaliar temperatura axilar. o Avaliar aumento da FC. p. 13 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO o Avaliar sudorese (sinais de desidratação). o Procurar infecção no local da operação (sítio cirúrgico, no local da incisão ou no leito operatório). Dependerá da cirurgia: se for limpa, não é necessário, caso o paciente estiver evoluindo bem, termometrá-lo de 6 em 6 h. Em cirurgias como apendicite com peritonite, principalmente em idosos, deve ser medida a temperatura com frequência, a fim de controlar possível infecção e para cálculo de balanço hídrico. Ficar atento às características da febre, p. ex. febre cirúrgica associada a abscesso normalmente é vespertina. o Peroperatória: infecção pré-existente, reações a drogas ou transfusionais, ou hipertermia maligna. o Primeiras 24 h: infecção pré-existente, atelectasia pulmonar, infecção necrosante da ferida operatória por estreptococos ou clostrídios (rara e grave). o 24-48 h de pós-operatório: complicações respiratórias (atelectasia, pneumonia bacteriana ou por aspiração) e complicações associadas ao cateter venoso (flebite). o > 72 h de pós-operatório: infecção (ITU, deiscência anastomótica e contaminação peritoneal ou infecção da ferida operatória). o Diagnóstico de exclusão: sinusite, parotidite aguda, colecistite alitiásica, hepatite viral, infecção por CMV, e entre outros. Propedêutica complementar só em febre persistente: PCR – aumentado. Hemograma – leucocitose e hemoconcentrado. UR – pensando em infecção urinária devido a sonda vesical, é um exame que só é pedido quando há fatores de risco que levem a pensar em ITU. Hemocultura quando suspeita de sepse ou infecção sistêmica. RX de tórax – atelectasia, embolia, pneumonia: quando há dispneia ou tosse associadas a febre. US abdominal – averiguar líquido livre, coleção, como abscesso. Porém é um exame limitado quando há distensão abdominal porque o US não é transmitido pelo ar (suspeita de infecção pulmonar). TC – achados semelhantes ao do US. Causas de febre no pós-operatório: Causas mais frequentes: infecção do sítio cirúrgico; flebite (por cateter endovenoso); pneumonia; atelectasia; embolia pulmonar; infecção urinária; e hematoma. Causas menos frequentes: p. 14 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO o Hipertermia maligna (potencialmente grave); só tem uma droga que trata, e nem sempre ela está disponível em todos os hospitais (Dantrolene). o Crise tireotóxica: febre alta (>39ºC), tremores, ansiedade, confusão, delírios, sudorese profusa, hiperventilação, perda de peso, náuseas, vômitos, diarreia, desidratação, taquicardia sinusal, taquiarritmia (principalmente fibrilação atrial), e em alguns casos, insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Para tratar: dar iodo para diminuir a vascularização da glândula, dar antitireoideano e após isto administrar beta-bloqueador. o Reação à drogas. o Choque pirogênico: muitas vezes associadas a má manipulação de cateter ou assepsia mal feita. o Sinusite maxilar: paciente que utiliza sonda nasogástrica (complicação do seu uso prolongado). o Candidíase sistêmica: paciente imunossuprimido e em uso de ATB de largo espectro. o Corpo estranho: pode manifestar imediatamente ou 3 a 4 dias depois materiais que foram deixados após a cirurgia. o Colecistite aguda: em pacientes com nutrição parenteral, podendo levar a colecistite alitiásica, que é grave por ser isquêmica. o Pancreatite aguda. o Colite pseudomembranosa: associada ao uso de ATB. Sabe-se que é a mesma devido a presença de diarreia com feixes brancos. o Febre pós-esplenectomia: risco de sepse, normalmente estes pacientes devem ser vacinados contra H. influenza, Pnemococo e Meningococo (germes capsulados). o Doenças hemotransfusionais. Causas da febre Infecção no sítio cirúrgico Acomete tecidos, órgãos ou cavidades incisados ou manipulados. Até 30 dias após procedimento ou 1 ano após implante de prótese. Ocorre na incisão cirúrgica ou nos tecidos manipulados durante a operação. Fatores de risco: Paciente: Idade extremas; Desnutrição; Diabetes (especialmente descompensado); Prolongamento da internação: o Má higiene; o Tempo operatório; o Dificuldade técnica; p. 15 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO o Diabetes; o Obesidade (maior tecido subcutâneo e maior chance de descolamento de tecido). Imunossupressão e corticoide; Tabagismo (dificuldade de cicatrização); Hemotransfusão; Infecção coexistente; Esplenectomia. Microorganismo: Carga infectante (saber se é hospitalar); Virulência; Resistência aos antimicrobianos; Características próprias que distinguem um paciente do outro; Os microorganismos mais comuns são os de flora endógena. Procedimento cirúrgico: Cirurgia limpa: ex. hérnia, tireoide microorganismos que colonizam a pele. Potencialmente contaminada: abertura de uma víscera oca em uma condição controlada. Contaminada: contaminação não controlada (perfuração por exemplo). Suja ou infectada: presença de pus ou cirurgias de traumatismo (peritonite). Duração do ato operatório. Eletiva x urgência x emergência. o Técnica operatória: Manuseio grosseiro; Cautério excessivo; Ligadura em massas (isquemia em massa); Corpo estranho; Fio cirúrgico (alergia, inabsorvíveis e polifilamentares – maior risco de infecção, sendo que praticamente não os usa mais); Drenos (se parar de drenar); Espaço morto (acúmulo de líquido e tecido necrótico); Antissepsia das mãos – 5 minutos; Roupas e atitudes adequadas no bloco cirúrgico; Curativo (devem ser feitos com técnica e material asséptico, logo após o término da operação e mantidos por até 24-48 h). Infecção no sítio: Superficial: Pele e subcutâneo da incisão; Hiperemia, calor e dor; Celulite x abcesso (o que os difere é que na celulite não tem saída de secreção): p. 16 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO o Celulite: calor local e julgar se precisa de ATB. o Abcesso: realizar drenagem. Profunda: Plano músculo-aponeurótico; Fasculite x miosite. Órgãos e cavidade: Deiscência (se cair na cavidade vira peritonite); Contaminação; Abcesso residual. Profilaxia: Pré-operatório: Corrigir desnutrição; Suspender tabagismo (altera cicatrização e diminui a chance de ter tosse e pigarro); Redução de obesidade (dificilmente consegue-se este resultado); Infecções prévias (ITU e IVAS – não operar). Reduzir contaminação: Técnica correta; Lavar as mãos; Tricotomia x tonsura; Reduzir internação pré-operatória; Trânsito na sala; Preparo do campo operatório. Diagnóstico: Exame local, febre, sinais sistêmicos (febre, dispneia, taquicardia, desidratação), cultura e Gram. Embora o surgimento da febre ocorra a partir do 5º DPO, em algumas infecções, como por enterococos e anaeróbios esta pode se manifestar precocemente, antes mesmo de 12 h após o término da cirurgia. Complicações: Precoces: o Evisceração (deiscência de sutura saída da víscera – provocada por má manipulação ou infecção do sítio cirúrgico); o Sepse. Tardias: o Hérnias: enfraquecimento da linha de sutura que após 6 meses pode levar a hérnia incisional; o Cicatriz hipertrófica: devido ao desbridamento e reabertura da ferida cicatrização por segunda intenção, quando não sutura. o Retrações cicatriciais; p. 17 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO o Limitações do movimento; o Aderências intraperitoneais; o Obstrução intestinal. Tratamento: Abordagem local: Calor (orientar o paciente, no máximo 20 min 2 a 3 vezes no dia); Abertura; Drenagem local x guiada; Desbridamento; Curativos: açúcar x colagenase. o O açúcar pode ser uma opção para tratamento em casa, quando o paciente não tem condições de usar a colagenase. ATB sistêmico: Infecções profundas ou intra-cavitárias; Diabéticos; Imunossuprimidos; Necrose; Em uso de prótese; Infecção profunda (cartilagens, mãos e áreas nobres). Atelectasia Causa comum nas primeiras 48 h de pós-operatório; Complicação pulmonar mais frequente; Tabagista (dificuldade de expansão e presença de secreção), anestesia geral, incisões torácicas ou abdominais altas (causam dor); Ausência de ventilação colapso alveolar segmentar, mas manutenção da perfusão diminuição do clareamento das secreções do parênquima pulmonar acometido + crescimento bacteriano e fúngico com o risco de PNM nosocomial; Quadro clínico discreto: febre baixa e desconforto respiratório, porém, em alguns casos, pode não ocorrer febre. Pneumonia Grave: principal causa de óbito por infecção hospitalar; Febre (4º dia), dor torácica e tosse com escarro purulento pode ser prevenida com fisioterapia para tosse, caminhada (saída do leito), respiração profunda; O tratamento deve ser feito com ATB parenteral e tentativa de isolamento do agente etiológico. Embolia pulmonar Geralmente tem relação com a TVP; Febre de origem indeterminada associada à fatores de risco; p. 18 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Fatores de risco: tabagista, obesos, em uso de ACO, idade (> 40 anos), imobilização prolongada, coagulopatia, neoplasia, cirurgia ortopédica, varizes, doença cardiovascular crônica nesses casos deve-se fazer profilaxia; Profilaxia: meias de compressão pneumática e meias elásticas, elevação dos membros e deambulação precoce. Administração de medicamentos como heparina não fracionada, HBPM, baixas doses de cumarínicos e infusão de dextran; Quadro clínico variável: febre de origem indeterminada até quadro clássico (dispneia súbita com choque); Tratamento: trombólise, heparinização sistêmica e filtro de VCI em casos selecionados. Sepse por cateter Relacionado ao cateter venoso central; Sinais flogísticos na introdução do cateter flebite (região endurecida, com secreção, calor e rubor); Febre que sede após retirada do cateter; Tratamento: calor, anti-inflamatório e retirada do cateter. ITU Habitualmente GRAM – (E. coli); Cateterismo ou manipulação do trato urinário; Febre e sintomas urinários (dor, ardor, urgência); Ocorre no 3º ao 4º dia (4º DPO); Propedêutica Exame clínico HD exames complementares. Hemograma, VHS, imagem, culturas (não pede para abscessos em pele) e PCR (muito sensível, mas pouco específico, usado como sinal de alerta e para avaliar a evolução). RESUMO: Febre até o 4º DPO: ITU, flebite, infecção local, pneumonia; 6º ao 15º DPO: EAP (embolia aguda profunda), CE (corpo estranho), sítio cirúrgico (normalmente vespertina), órgãos e cavidades (o cirurgião lava muito bem a cavidade, o que leva ao maior tempo para a colonização das bactérias); 15º DPO: outras causas (prótese, órteses, gripe, e outras não relacionadas a cirurgia). p. 19 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO COMPLICAÇÕES DO SÍTIO CIRÚRGICO SEROMA: Acúmulo de líquido (linfa) no tecido subcutâneo em locais em que há grandes descolamentos (áreas de espaço morto extensas). Líquido claro, habitualmente, de mesma consistência do plasma, não é espesso e não tem cheiro. Obesos são mais propensos à grandes descolamentos. Situação comum de seroma: abdominoplastia e hérnia incisional. Medidas para evitar seroma: colocação peroperatória de drenos fechados de aspiração contínuaem áreas de espaço morto; enfaixar e diminuir a área do descolamento (dar pontos, suturando o retalho de pele na faixa aponeurótica). Manifestações clínicas: abaulamento da ferida operatória, sem sinais flogísticos e dor, normalmente não dá febre. Tratamento: o Orientação para o paciente (resolução espontânea). o Aspiração com agulha calibrosa e curativo compressivo: quando acentuado (a cada vez que punciona aumenta o risco de infecção de modo que se não houver necessidade, não puncionar – pode aumentar o risco de abcesso). o Reoperação: quando há presença de dor, flutuação da pele, com risco de infecção e formação de abscesso enfraquecimento da linha de sutura que leva a hérnia incisional. o Não usar ATB pois o seroma não está infectado. HEMATOMA: Acúmulo de coágulos decorrente do descolamento de tecidos em que exista alguma alteração sanguínea: uso de anticoagulantes, icterícia, tosse, HAS, hemostasia inadequada. Manifestações clínicas: dor e aumento do volume da ferida operatória; região arroxeada (em pacientes acamados, há uma tendência do roxo ir para os flancos), saída de secreção sanguinolenta da ferida (diagnóstico diferencial de abscessos: o hematoma não cursa com febre e outros sinais flogísticos, comumente). Reabsorção do hematoma com formação de fibrose mais intensa e surgimento de cicatriz hipertrófica. É mais agudo que o seroma. Prevenção: dreno fechado a vácuo para impedir que o líquido se acumule e descole o tecido. Identificação pelas características do líquido e presença do abaulamento. Tratamento: o Hematoma agudo: levar o paciente novamente para o bloco para saber a causa do sangramento. p. 20 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO o Evacuação: hematomas volumosos, nas primeiras 24-48h: faz-se uma abertura das suturas cutâneas em ambiente estéril com limpeza da ferida e ressuturação da pele, caso o sangramento esteja controlado. o Punção: só punciona quando o sangue liquefaz após 48-72 h. o Hematoma discreto e estável: curativo compressivo + calor + medicação sintomática. o Se hematomas pequenos, sem contaminação e pele íntegra: calor úmido e imobilização ou suporte e reavaliações periódicas. o Não usar ATB (habitualmente hematoma não é infectado). CICATRIZES: Excesso de tecido cicatricial que pode causar deformidade estética e funcional. Espessas, elevadas, cor variável, mas podem permanecer avermelhadas indefinidamente. Fatores de riscos principalmente para queloides: hereditariedade, raça negra, fatores hormonais e idade. Local mais frequente: tronco, ombros e região pré-esternal. Tratamento: o Ressecção da cicatriz + infiltração com corticoide: tratamento é cirúrgico e pode não melhorar. Quando o paciente é propenso a ter queloide este deve ser orientado a fazer o acompanhamento com a dermatologia no pós-operatório. Pode também como medida preventiva, tirar o ponto mais precocemente e colocar o micropore. o Compressão da cicatriz 12m, 24 h/dia (malha de tecido SC). o Placas de silicone. o Corticoides. o Crioterapia (nitrogênio líquido). o Radioterapia. o Ressecção da cicatriz isolada (recidiva alta de queloide) associar a outro tratamento. Cicatriz Hipertrófica: Cicatriz grande, avermelhada que não ultrapassa a incisão (restrito a ferida). Fatores predisponentes: exposição ao sol, tensão (isquemia), infecção, ferida que se abriu (porque o fio não estava tenso), fio apertado ou demora para retirar o ponto e desconhecimento das linhas de força (incisão contrária a da linha de força). A partir da 3ª semana (causa dano apenas estético). Regridem em 6 meses a um ano. Sem relação com história familiar. Resultam de cicatrizes por 2ª intenção e feridas com intenção ou isquemia. Queloide: Um ano após o trauma. Invadem pele íntegra e não regridem. p. 21 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Pode se formar de um trauma mínimo (picadas, vacinas, foliculite). Contratura: Encurtamento do tecido cicatricial com perda da função, deformidade e limitação de movimentos, principalmente sobre articulações. Grandes queimados (área de mão e articulação): não respeitam linha de força. É comum ver esses pacientes usando malhas que comprimem a pele. Independentemente da área queimada é considerada queimadura grave, devido ao risco de perda da função. Cicatriz alargada: Afastamento das bordas da pele. Comum em procedimentos de laparotomia e pacientes que por algum motivo tiveram uma distensão abdominal. Deve-se dar pontos dérmicos sepultados (intradérmicos) e pontes de micropore após a retirada de pontos. Ou evita-la retirando-se os pontos mais tardiamente. EVISCERAÇÕES: Ruptura de todas as camadas da parede abdominal com exposição das vísceras. É importante conhecer as causas para que se tome algumas precauções que evitem a evisceração, tais como os pontos totais (tipo de sutura que pega todas as camadas) e qualquer condição que aumente a pressão da cavidade abdominal, tais como: Fios com baixa resistência e nó incorreto; Falha técnica; Hematoma, seroma e infecção da ferida; Obesidade, icterícia, idade, desnutrição, diabetes; Vômitos, tosse, soluço (aumenta a pressão intra-abdominal); Paciente que faz força para urinar (idoso com hiperplasia prostática benigna) ou evacuar no pós-operatório e ascite (paciente hepatopata); Cirurgias de urgência (sem condição e preparo adequado; normalmente com quadro infeccioso já instalado); Relaparotomia (fragilização da parede abdominal); Distensão abdominal (síndrome de compartimento abdominal: hipertensão abdominal com hipoperfusão - diminui o fluxo sanguíneo esplâncnico, afetando a função renal e podendo gerar dispneia por compressão do diafragma). Sabe-se avaliar a hipertensão abdominal avaliando-se a pressão intravesical, na qual a bexiga estará comprimida. Manifestações: o Entre o 4º e o 7º dia, drenagem sero-hemática da ferida operatória (semelhante a água de carne), sensação de ruptura dos pontos após esforço, dor e desconforto. Tratamento: o Antes da cirurgia: curativo com compressa estéril e úmida + atadura de crepom. p. 22 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO o Tratamento operatório: ressutura com pontos subtotais ou laparostomia (pode ser feita com a bolsa de Bogotá, com a finalidade de conter as vísceras, quando não se consegue coloca-las para o interior) – no caso de distensão abdominal. Podendo também utilizar sistema à vácuo. o Ponto de contenção (subtotal) para evitar hérnia encarcerada (entra no subcutâneo e preserva a pele) grande problema é que os pontos devem ficar por 4 semanas; o Ponto total fechar a aponeurose e a pele (dados de forma separada para impedir evisceração). Prevenção: o Fisioterapia pré-operatória de tabagistas e pneumopatas (evitar tossir); o Fios adequados (monofilamentar de absorção lenta); o Anestesia relaxada; o Evitar drenos e ostomias na incisão (deve ser colocado por contra abertura da ferida); o Técnica adequada; o Pontos de contenção em pacientes com fatores de risco. HÉRNIA INCISIONAL OU EVENTRAÇÃO: Deiscência parcial de sutura da parede quando uma ou mais camadas estão separadas, mas a pele e/ou peritôneo permanece íntegro eventualmente o paciente não precisa ser levado para o bloco, aguarda-se durante um ano até virar hérnia incisional. Causas: Técnica cirúrgica; Desnutrição, tosse, obesidade, ascite, vômitos, íleo pós-operatório; Infecção incisional (maioria das eventrações). Cirurgiapode levar a aderência acarretando em um abdome agudo obstrutivo, logo deve-se evitar cirurgia desnecessária. Tratamento: Cirúrgico na maioria dos pacientes quando virar hérnia. No caso de apenas eventração: enfaixar o abdome. Técnica: sutura direta; próteses (pré-peritonial sem contato com as alças e cobrindo todo o anel herniário com fio inabsorvível); e superposição do saco herniário aponeurótico (técnica Lázaro da Silva – uso do próprio saco herniário no reforço da parede abdominal) usado nos casos onde o cirurgião não tem acesso a tela de polipropileno (a tela tem menor chance de recidiva). CORPO ESTRANHO: Fatores pré-disponentes (esquecimento de gases em cirurgias de urgência e emergência para conter o sangramento, não sendo essas quantificadas). p. 23 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Obesidade; Tempo cirúrgico prolongado; Inexperiência do cirurgião; Equipe médica incompleta e jornada de trabalho extenuante; Instrumentos cirúrgicos sobre o paciente; Falta de cuidados na fase inicial da operação e falta de explorar exaustivamente a cavidade antes do fechamento. Diagnóstico: anamnese, EF (contribui pouco) e RX simples, US e TC (imagens típicas de corpo estanho). Responsabilidade ético-legal: instrumentador conta as gazes e compressas. DISMOTILIDADE PÓS-OPERATÓRIA: Íleo pós-operatório: resposta fisiológica e inevitável = operação de abdome ou intestino com diminuição do peristaltismo. Íleo prolongado (> 48 h e tempo maior que o esperado, dependendo do grau de manipulação): se manifesta como abdome distendido, sendo causado por uma peritonite. Vômitos, distensão, parada de eliminação de gases e fezes, empachamento: pensar em obstrução intestinal, colocando neste paciente SNG. Causas (multifatorial): o Anestesia, desnutrição, bloqueio, opióide (íleo + retenção urinária), hipocalemia (quando o paciente está vomitando muito ou perdendo potássio de outro modo, como na SNG com drenagem excessiva). o Operação em que há muita manipulação levando a distensão, vômito e evisceração (para evitar: sonda nasogástrica, bloqueador de bomba de prótons, manter cabeceira elevada). Prevenção e tratamento: o Dieta: quanto mais precoce aumenta-se o fluxo esplâncnico. Começa-se com líquido, estimulando a peristalse e melhorando a força anastomósica contribuindo para a cicatrização. o A progressão da dieta líquida x livre, dependerá de como o paciente vai reagir após a dieta líquida, se o paciente tolerar muito bem pode liberar a dieta. o Não tem base científica de usar rotineiramente a SNG, normalmente não é usada em cirurgias sem riscos (usada no caso de náusea, vômito e distensão). RETENÇÃO URINÁRIA: Hipertrofia prostática, distensão vesical exagerada, diminuição da sensibilidade e contratilidade (devendo-se observar se há bexigoma), obstrução da SVD (por coágulo, comum após cirurgia do trato urinário como em prostatectomia ou por pinçamento da sonda). p. 24 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Diagnóstico diferencial: anúria (por edema, pouco soro ou insuficiência renal); Examinar região supra-púbica (para avaliar se é retenção por bexigoma). Obeso onde não se consegue palpar a bexiga deve-se passar SVD e verificar se sai urina. Tratamento: o Cateterismo vesical (alívio x demora – o de alívio é de silicone e não tem balonete, a de demora tem balonete e tem maior risco de infecção). o Punção supra-púbica – nos casos em que não se consegue passar a sonda, comum em hiperplasia ou aumento da próstata. Realizar cistostomia por punção – sonda vesical na bexiga sem passar pela uretra. o Não se usa ATB profilático. NÁUSEAS E VÔMITOS: Pacientes de risco: mulheres, náuseas ou vômitos em operações prévias, opioides no pós-operatório, tabagismo. Pode levar à DHE. Administrar antiemético associado ao corticoide, profilático nos casos de pacientes que apresentaram os sintomas em outras operações. Drogas: metoclopramida ou ondasentrona + dexametasona (pacientes de alto risco) ou só o antiemético (pacientes de baixo risco). FÍSTULAS DIGESTIVAS: Comunicação anormal de duas superfícies epiteliais. Pode ser interna (ex: esôfago traqueal) ou externa. As fístulas externas são aquelas em que há uma ruptura da sutura e há comunicação com o meio externo. Fístula dirigida: quando o líquido não cai dentro da cavidade abdominal, mas sim para fora, pode não apresentar dor, sendo que nesses casos pode-se tratar a fístula sem cirurgia. Se a fístula estiver drenando para dentro do abdome tem-se peritonite, com presença de abdome tenso com distensão e saída de líquido, na ausculta nota- se diminuição do peristaltismo, com percussão demonstrando timpanismo e presença de dor intensa. Devendo nesses casos encaminhar para procedimento cirúrgico. Causas: o Deiscência de anastomose digestiva (técnica operatória inadequada e não realização de enterectomia, levando o paciente a necrose); o Erosões da parede intestinal provocada por dreno (devido ao atrito); o Abscesso abdominais ou pélvicos; o Doença de Crohn (no caso de fístula interna, enteroentérica, na qual o seguimento intestinal gruda em outro); o Enterite actínica (inflamação do intestino causada por radioterapia no qual ocorre queima de tecido, fazendo com que uma estrutura se cole a outra); o Câncer avançado (pneumatúria - quando solta gás pela urina – ocorrendo fístula entre o intestino e bexiga, fístula colo-vesical). p. 25 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Alta morbimortalidade. Altos custos hospitalares. Diagnóstico: o Taquicardia e dor abdominal: sinais precoces, ocorre entre o 3º e o 5º DPO, mas o diagnóstico é feito entre o 6º e o 9º dia. Manifestando-se no 7º dia. o Febre e sinais sistêmicos: náuseas, vômitos, hiporexia e parada de eliminação de gases e fezes até irritação peritoneal franca com sepse abdominal. o Após a drenagem de secreção purulenta surge secreção entérica. o Método de imagem é fundamental: TC - deve ser solicitado no 8º DPO, quando possível abscesso em formação pode ser diagnosticado (útil para saber se a fístula é dirigida ou se a mesma está drenando para o abdome). Tratamento: o Conduta para fístula dirigida: nutrição (depende da altura – parenteral – se for no cólon, ou enteral – jejunostomia ou duodenostomia, devendo ser feita depois da fístula), desviar o trânsito alimentar da fístula (dependendo da altura da SNG); diminuir secreção (administrar inibidor de bomba de prótons); obstrução depois da fístula (certificar por exame de imagem ou pela não diminuição do débito operar neste caso). o Conduta para fístula interna (de abdome): operação – colocar sonda de dreno ou dirigir ela para o meio externo (ostomia). Fatores de risco: Doença de Crohn, desnutrição, peritonite purulenta, DPOC, transfusão perioperatória, cirrose, operação de urgência, tensão na linha de sutura, hipertensão a jusante (aumentando a fístula, devendo-se tratar a causa da obstrução ou estenose que está causando a hipertensão), fio de sutura inadequado, má qualidade técnica. Anastomose: boa irrigação, ausência de tensão adequada da aproximação das bordas, plano único x dois planos (depende do serviço padrão), grampeador x manual, ostomia protetora (proteção de anastomose para evitar deiscência, desta forma sua ação é por exclusão do trânsito, desviando-o), drenos perianastomóticos: não tem indicação rotineira (coloca-se dreno próximos a lugares que são fixos). Classificação: o Quanto ao débito (alto, moderado ou baixo): alto débito(> 500 ml/dia) menor chance de fechar. o Localização anatômica: fístulas do trato gastrointestinal alto (até o jejuno) x fístulas do trato gastrointestinal baixo (íleo e colo) mais fácil de fechar. o Complexidade (fístulas complexas: envolve múltiplas alças intestinais ou estão associadas a abscesso intra-abdominal). Tratamento: p. 26 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO o Reconhecer os fatores que impedem o fechamento (infecção, desnutrição, hipertensão a jusante, trânsito, obstrução distal, extensão da fístula, distensão, sendo que quanto mais curto o trajeto, mais difícil é o fechamento da fístula). o Reconhecer se a fístula é dirigida ou se a mesma está voltada para cavidade abdominal. o Fechamento espontâneo em geral entre 6-8 semanas, quando paciente está bem nutrido e a fístula é dirigida. o Fístula labiada (mucosa fica para fora – evertida): impede o fechamento espontâneo. o Clínico x cirúrgico: tratamento cirúrgico para fístula com franca irritação peritoneal, secundária a peritonite e choque séptico. Bases: o Correção hidroeletrolítica. o Uso criterioso de ATB. o Terapia nutricional. o Cuidado com a pele – dermatite periostômica. o Avaliar indicação de relaparotomia de urgência (fístula drenando para dentro da cavidade). o Avaliar drenagem percutânea (no caso de coleção localizada). o Jejum na fase inicial (diminui débito de fístula). o Dieta oral de acordo com a localização anatômica. o Cateter nasoentérico ou jejunostomia. o Nutrição parenteral total (fístulas de alto débito ou naqueles pacientes sem acesso ao TGI). o Manter estímulo trófico da mucosa intestinal: mesmo em vigência da fístula é interessante que se ofereça um pouco de alimento para que não ocorra translocação bacteriana e hipotrofia da mucosa. o Bloqueador H2: diminuir secreção gástrica. o Octreotida: hormônio que inibe secreção pancreática. o Aspiração contínua: não deixar a fístula cair dentro do abdome, ou machucar a pele. o Reoperação: vai depender do estado nutricional, do débito, do local e da condição da fístula. o Cola de fibrina, clipes e endoloops. ANOTAÇÕES IMPORTANTES DA AULA: Acesso de Jugular Interna: Limite inferior: borda superior da clavícula. Limite medial: feixe esternal do músculo esternocleidomastóideo. Limite lateral: feixe clavicular do músculo esternocleidomastóideo. Em direção ao mamilo ipsilateral. Acesso de Subclávia: Dividir a clavícula em 3 partes iguais e elegendo-se como ponto de punção o local situado entre 1 a 2cm abaixo da junção do 1/3 medial com 2/3 lateral da clavícula (selecionar o ponto de punção entre o 1º e o 2º espaço). User Destacar p. 27 GABRIELA CARVALHO ABREU CIRURGIA II - LÍVIO Anastomoses biliodigestivas: colecistojejunostomia, coledocoduodenostomia, hepatojejunostomia, coledocojejunostomia. DUODENOPANCREATECTOMIA CEFÁLICA - Anastomoses com pâncreas, com estômago e com a via biliar; - Pancreatoenterostomia, gastroenterostomia, coledocojejunostomia. - Quem faz a transição do corpo para a cabeça do pâncreas? Vasos mesentéricos, pois a esquerda deles tem-se a cabeça do pâncreas e a sua direita o corpo. Para a retirada da cabeça do pâncreas é preciso que se retire também o duodeno.
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