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Apostila Impermeabilizacão

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Prof. do Curso de Edificações – UBM - 2018-1 – Engenharia Civil 
IMPERMEABILIZAÇÃO 
1 – INTRODUÇÃO 
2 – CLASSIFICAÇÃO DAS IMPERMEABILIZAÇÕES 
3 – TIPOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
4 – PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
5 – DETALHES DE SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
6 – MATERIAIS UTILIZADOS EM SISTEMAS DE 
IMPERMEABILIZAÇÃO 
GLOSSÁRIO 
NORMAS TÉCNICAS 
BIBLIOGRAFIA 
 
1 – INTRODUÇÃO 
Impermeabilização é a proteção das construções contra a infiltração da água. 
Fundamentalmente, é da ação da umidade nos materiais e estruturas de construção, 
que advém a necessidade dos procedimentos técnicos de impermeabilização, ou 
seja, a elaboração dos projetos de especificação, orientação e execução de obras 
de impermeabilização. 
1.1 – A ação da umidade sobre as edificações 
Não há dúvida de que a umidade é a responsável por muitas das patologias que 
aparecem nas edificações ao longo de sua utilização e que contribui de modo a 
afetar negativamente não só as estruturas de construção como a saúde dos 
usuários. O ideal, como recomenda o Prof. Verçoza, é prever e analisar todas as 
condições que favoreçam o aparecimento e o acúmulo de água nas edificações na 
fase de projeto, para a partir daí, adotar os procedimentos mais adequados segundo 
a tipologia com que ocorrerá a presença indesejada de umidade na construção ao 
longo de sua vida útil. É bom ter sempre em mente que as medidas adotadas 
posteriormente a execução da obra, e portanto sem previsão no projeto, irão 
acarretar custos adicionais, dificuldades operacionais e que muitas vezes impedem a 
adoção da medida mais adequada, obrigando à adoção de soluções paliativas e de 
pouca durabilidade. 
 
 
 
 
 2 
1.1.1 – Presença característica da umidade: 
 
a) umidade do solo – lençol freático, vazamentos de tubulações subterrâneas e 
umidade natural do solo; 
 
b) umidade da atmosfera – chuva e outras intempéries e condensação; 
 
c) umidade vinda de outras obras vizinhas – desnível com o arruamento e outras 
obras, falta de drenagem superficial e proximidade com estruturas; 
 
d) umidade provinda da construção – vazamentos, infiltrações, falta de 
ventilação, falta e insolação, capilaridade dos materiais e falhas de projeto. 
 
chuva
chuva condensação
lençol freático
superficial
falta de ventilação
e insolaçãocondensação
vazamentos
infiltrações
percolações
capilaridade
vazamentos
subterrâneos
infiltrações
 
 
 
 
1.2 – As consequências da umidade sobre as edificações 
 
 
Além das graves consequências em termos da saúde das pessoas, a umidade não 
controlada pode ocasionar o aparecimento dos seguintes problemas (os mais 
significativos) que por sua vez irão acarretar outras patologias na edificação, muito 
severas, em alguns casos: 
 3 
a) goteiras – é gotejamento direto de água advinda de chuvas, vazamentos ou 
infiltrações em marquizes, floreiras, terraços etc.; 
 
b) manchas – é a saturação de água nos materiais sujeitos a umidade tendo 
como conseqüência o aparecimento de manchas características e posterior 
deterioração; 
 
c) mofo – é o desenvolvimento de fungos que irão causar deterioração dos 
materiais (apodrecimento de madeiras e desagregação de revestimentos e 
alvenaria); 
 
d) oxidação – é a reação química que ocorre nos metais sujeitos a umidade. No 
aço, chama-se ferrugem e causa o aumento considerável de volume das 
barras desagregando o recobrimento, expondo as armaduras a mais ataques 
externos; 
 
e) eflorescência – é formação de sais solúveis, que se depositam nas superfícies 
dos materiais, carreados do seu interior pela umidade que os atravessa, 
formando manchas brancas ou em outras situações aumentando de volume, 
na forma de estalactites. Estes sais estão presentes nos tijolos, no cimento, 
na areia, no concreto, na argamassa etc.; 
 
 4 
f) criptoflorescência – também são formações salinas de mesma causa e 
mecanismo que as eflorescências, mas que formam grandes cristais que se 
fixam no interior da própria parede ou estrutura, vindo aumentar muito de 
volume e causando a desagregação dos materiais; 
g) gelividade – é o fenômeno causado pelo congelamento da umidade existente 
nos poros dos materiais, na presença de temperaturas entre 0º a 6º C, 
aumentando de volume e desagregando continuadamente a face do material; 
h) condensação – em certas condições de temperatura e umidade pode ocorrer 
condensação, ou seja o agrupamento de moléculas de água no resfriamento 
das mesmas; 
i) deterioração – efeitos da ação constante da água (umidade) sobre os 
materiais e estruturas, reduzindo a duração dos mesmos. 
1.3 – Tipos de infiltrações – o caminho da água nas edificações 
a) Pressão Hidrostática - que ocorre devido à pressão exercida por um 
determinado volume de água confinada e permeia através de fissuras, trincas 
e rachaduras das estruturas e dos materiais; 
 
b) Percolação – a água escoa por gravidade livre da ação de pressão 
hidrostática, situação muito comum em lâminas de água sobre terraços e 
coberturas; 
água ou 
umidade 
percolada
água ou umidade 
acumulada sobre o 
parapeito
pressão menor que
0,1 m c.d.a
esquadria
parede de 
alvenaria
 
 5 
c) Capilaridade - que ocorre através dos poros dos materiais, pela ação da 
chamada tensão superficial, onde a situação mais características é a 
presença de umidade do solo que se eleva no material, em geral 70 a 80 cm; 
 
d) Condensação - que ocorre pelo esfriamento de vapores ou de certo teor de 
umidade existente no ambiente. 
água acumulada por condensação em 
ambientes saturados de umidade 
(banheiros – cozinhas) ou por 
resfriamento (baixas temperaturas no 
ambiente – ar condicionado)
passagem da 
água por 
capilaridade para 
a parte superior 
da laje
 
 
 6 
2 – CLASSIFICAÇÃO DAS IMPERMEABILIZAÇÕES 
A escolha do sistema de impermeabilização mais adequado é função da forma de 
atuação da água sobre o elemento da edificação e do comportamento físico dos 
elementos sujeitos a ação da água. Em geral, os sistemas de impermeabilizações 
adotam mais de uma solução, pois é comum ocorrerem mais de uma forma de 
atuação da água numa mesma situação. No quadro a seguir, são apresentadas as 
situações corriqueiras a serem tratadas, levando-se em conta a forma de ação da 
água e o comportamento dos elementos das edificações, exemplos mais comuns 
para cada situação e as indicações para se resolver o problema. Em qualquer 
situação, é bom ter em mente que a melhor solução é a aquela prevista 
corretamente na fase de projeto e que as alternativas para corrigir problemas pós-
ocupação são sempre mais complicadas e com custo mais elevado. 
 
Situação 
Ação dos 
agentes 
Exemplos típicos Soluções 
Atuação da 
água 
Percolação 
lajes 
terraços 
coberturas 
marquises 
parapeitos 
argamassa 
impermeabilizada 
mantas asfálticas 
juntas 
Água sob 
pressão 
hidrostática 
caixas d’água 
cisternas 
reservatórios 
piscinas 
arg. imperm. 
concreto imperm. 
membranas 
Umidade do 
solo 
muros de arrimo 
paredes em subsolos 
arg. imperm. 
concreto imperm. 
pinturas asfálticas 
drenagem subt. 
 
Comportamento 
dos elementos 
da edificação 
sujeitos à 
fissuração e 
trincamento 
estruturas com fissuras 
e trincas devidas a 
dilatação/retração, 
recalques, fadiga e 
movimentações 
estruturais 
juntas 
membranas 
mantas 
reforços 
sujeitos a 
esforços 
externos 
fissuras e trincas 
provocadas por falhas 
no lançamento, 
adensamento e cura do 
concreto, tráfego de 
veículos, obras vizinhas 
etc. 
juntas 
membranas 
mantas 
 
 7 
3 – TIPOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
Relativamente à forma como são executadas,existem três tipos principais de 
impermeabilizações: as rígidas, as plásticas ou elásticas e as laminares. 
3.1 – Impermeabilizações rígidas 
As impermeabilizações rígidas são os concretos impermeáveis e os revestimentos 
com argamassas impermeabilizados pela inclusão de aditivos especiais. 
3.1.1 – Concreto impermeabilizado 
Para tornar o concreto impermeável basta seguir o traço adequado e adotar 
cuidados especiais na sua produção e aplicação: 
a) elaboração de traço adequado - (dosagem racional) com consumo mínimo de 
cimento de 300 kg/m3 e fator água/cimento menor de 0,50 controlando a 
granulometria dos agregados; 
b) uso de cimento pozolânico CP IV ou de alto-forno, CP III também é 
recomendado; 
c) uso de cimento poliméricos (cimentos modificados com polímeros – látex) é 
uma novidade para a impermeabilização de elementos de concreto, 
principalmente para reparos em caixas d’água, reservatórios, paredes em 
subsolos, poços de elevador, pisos de cozinhas e banheiros etc.; 
d) uso de aditivos - incorporador de ar para diminuir a possibilidade de ascensão 
capilar em estruturas em contato com umidade; 
e) escolha correta dos aditivos - plastificantes e superplastificantes devem ser 
usados, se for o caso, para reduzir a relação água/cimento; 
f) lançamento – evitar a ocorrência de juntas frias e tratamento adequado às 
emendas; 
g) adensamento – evitar falhas no adensamento com armaduras bem 
espaçadas e fôrmas estanques; 
h) cura – executar cura úmida no mínimo por 14 dias; 
i) desforma – atendimento dos prazos mínimos para desforma e cuidados 
especiais na retirada das fôrmas e escoras; 
j) proteção superficial – pode-se proteger a superfície exposta do concreto 
impermeável com calda (cristalização com cimento), pintura betuminosa ou 
argamassa cimento e areia fina 1:1 alisada com espátula de aço. 
3.1.2 – Argamassa impermeável 
A impermeabilização com argamassa de cimento e areia adicionada com 
hidrofugante é indicada para servir de substrato para outros tipos de 
impermeabilizações, para impermeabilizar paredes de alvenaria, elementos em 
contato com solos etc. A desvantagem do uso isolado desse tipo de 
impermeabilização consiste na facilidade com que ocorrem fissuras e trincas devidas 
a variação de temperatura ou quando não tiveram suas bases devidamente 
dimensionadas para suportar tensões (juntas). Para a execução de argamassa 
impermeável devem ser adotados os seguintes cuidados redobrados na obra: 
 8 
a) cimento – usa-se o portland comum de boa procedência, novo e isento de 
grumos (empelotado); 
b) areia - deve ser de granulometria média, lavada de rio, totalmente isenta de 
impurezas e peneirada na obra com peneira de 2,4 a 4,2 mm para emboço e 
1,2 mm para massa fina (areia fina); 
c) água - potável e relação de água/cimento baixa e que imprima a 
trabalhabilidade necessária (em geral, algo em torno de 0,5); 
d) aditivo - deve ser incorporado na mistura dependendo do tipo, devendo-se 
sempre seguir as recomendações do fabricante; 
e) aplicação – no caso de revestimentos, o ideal é fazer a superposição de três 
camadas de 1 cm com juntas desencontradas em intervalos de 18 horas entre 
elas (chapiscar se for necessário), sendo as duas primeiras com acabamento 
a feltro (desempenadeira de feltro) e a última com desempenadeira de aço; 
f) proteção superficial - o reforço pode ser obtido com calda (cristalização com 
cimento), pintura betuminosa ou argamassa cimento e areia fina 1:1 alisada 
com espátula de aço. 
3.1.3 – Preparação das superfícies 
Para a execução de sistemas de impermeabilização é quase sempre necessário 
preparar e regularizar as superfícies que irão receber o tratamento especial. Os 
seguintes cuidados são necessários, levando-se em conta o tipo de 
impermeabilização que virá sobre a camada de preparação: 
a) limpeza – retirar e eliminar restos soltos, manchas, incrustações, lavando-se 
energicamente (o uso de solução de ácido muriático é possível, entretanto 
não é recomendável); 
b) tubulações - verificar se todos os embutidos (tubulações e caixas) já foram 
assentados e se estão no nível da regularização ou, preferencialmente, 1 cm 
abaixo; 
c) retoques – falhas e nichos devem ser corrigidas e partes não aderidas ou 
trincadas devem ser refeitas; 
d) regularização – aplicar uma argamassa de 2 cm de espessura no traço 1:3 de 
cimento e areia média, desempenada a feltro, com os cantos arredondados e 
de preferência seguindo uma declividade de 0,5 a 2%; 
e) coletores – as bolsas dos ralos devem ficar a 1 cm do nível da regularização e 
vedados com mastique elástico; 
f) secagem – é importante deixar secar bem o substrato antes de iniciar 
qualquer camada impermeável. 
 9 
 
3.2 – Impermeabilizações elásticas 
São as impermeabilizações executadas com mantas (lençois) pré-fabricadas ou com 
elastômeros dissolvidos e aplicados no local, em forma de pintura ou melação em 
várias camadas e que ao se evaporar o solvente, deixam uma membrana elástica 
sobre a superfície. Mantas de borracha butílica, membranas de asfalto com 
armadura, mantas de polietileno (lona preta) e outras combinações de materiais, 
sempre sem intercalação de tecidos rígidos ou lâminas metálicas (cobre, alumínio, 
etc.). A principal vantagem dos sistemas de impermeabilização elástica reside no 
fato de absorver pequenas movimentações da base (substrato) sem que ocorram 
fissuras ou trincamentos ou perda de eficiência. 
3.3 – Impermeabilizações laminares 
São executadas com asfalto ou elastômeros, armadas ou estruturadas pela 
intercalação de materiais rígidos, como: feltros asfálticos, tecidos de nylon, lã de 
vidro, tecidos de juta e lâminas de alumínio. São também denominadas pinturas 
armadas. As impermeabilizações laminares também são capazes de absorver 
pequenos movimentos da base sem sofrer danos ou perder a eficiência. 
4 – PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
A estanqueidade e a eliminação da umidade são objetivos a serem alcançados na 
execução das obras de construção, que devem conceber especificação de 
tratamento para os pontos por onde a água penetra nas estruturas. Neste sentido, 
pode-se identificar, nas edificações, áreas clássicas que devem ser tratadas por 
algum processo de impermeabilização, ou sejam: 
a) telhados e coberturas planas; 
b) terraços e áreas descobertas; 
c) calhas de escoamento das águas pluviais; 
d) caixas d’água, piscinas e floreiras; 
 10 
e) pisos molhados, como banheiros, áreas de serviços, lavanderias etc.; 
f) marquises; 
g) paredes externas sob efeito de intempéries (chuvas, neve, ventos etc.); 
h) junta de dilatação estrutural e lesões em estruturas; 
i) esquadrias, peitoris de janelas e soleiras de portas externas; 
j) muros de arrimos; 
k) água contida no terreno, que sobe por capilaridade, ou se infiltra em subsolos, 
abaixo do nível freático etc. 
Para que um sistema de impermeabilização tenha um desempenho adequado, 
deverá haver a observação de vários fatores relacionados entre si, pois a falha de 
um deles, pode prejudicar o desempenho e a durabilidade da impermeabilização. Os 
principais são: 
4.1 - Projeto de impermeabilização 
Deve fazer parte integrante dos projetos complementares de uma construção, pois 
necessita ser estudada e compatibilizada com todos os elementos e detalhes, de 
forma a não sofrer ou ocasionar interferências no projeto. 
4.2 - Qualidade dos materiais e sistemas de impermeabilização 
Existem 25 sistemas normalizados pela ABNT, no entanto existem mais de 100 
produtos no mercado, com desempenhos variáveis, de diversas origens e métodos 
de aplicação, normalizados ou não, que deverão ter suas características analisadas 
para se especificar como solução, devendo-se sempre procurar conhecer todos os 
parâmetros técnicos e esforços mecânicos envolvidos para a escolha do sistema.4.3 - Qualidade da execução da impermeabilização 
Deve-se sempre recorrer a mão-de-obra especializada na aplicação dos materiais 
impermeabilizantes, pois melhor que seja o material ou sistema empregado, de nada 
adianta se o mesmo for mal aplicado. 
4.4 - Qualidade da construção 
A impermeabilização deve sempre ser executada sobre um substrato adequado, de 
forma a não sofrer interferência que comprometa seu desempenho, tais como: 
regularização mal executada, fissuração do substrato, falhas de concretagem, 
sujeiras, resíduos de desmoldantes, ralos e tubulações mal chumbadas, detalhes 
construtivos que dificultam a impermeabilização etc. 
4.5 - Preservação da impermeabilização 
Deve-se impedir que a impermeabilização aplicada seja danificada por terceiros, 
ainda que involuntários, por ocasião da colocação de pregos, luminárias, pára-raios, 
antenas coletivas, playground, pisos e revestimentos etc. Para tanto se deve 
antecipar a estas interferências na fase de projeto, ou caso não seja possível, 
compatibiliza-la evitando escolher soluções paliativas. 
 11 
5 – DETALHES DE SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
São apresentados a seguir, detalhes e especificações de sistemas e procedimentos 
de impermeabilização em situações freqüentes nas edificações, como: 
5.1 - Base de alvenarias de tijolos, junto ao baldrame em contato com solo 
úmido. 
Viga baldrame
concreto armado
solo
Assentar e revestir as 3 
primeiras fiadas com 
argamassa de 
assentamento 1:3 com
impermeabilizante
do tipo Vedacit ou Sika 1
Pintura com emulsão asfáltica
Argamassa 1:3 com
impermeabilizante
do tipo Vedacit ou Sika 1
Canto 
arredondado
15 cm
Impermeabilização de 
baldrames em solos 
normais a úmidos
(solução 1)
 
 
7,5
Argamassa 1:3 com
impermeabilizante
do tipo Vedacit ou Sika 1
Pintura com emulsão asfáltica
tipo Neutrol, Igol
Embasamento
Viga baldrame
Canto 
arredondado
Impermeabilização de 
baldrames em solos 
normais a úmidos
(solução 2)
 
 
 12 
30
 a
 5
0 
cm
Argamassa 1:3 com
impermeabilizante
do tipo Vedacit ou Sika 1
Pintura com emulsão asfáltica
tipo Neutrol, Igol
Embasamento
Viga baldrame
Impermeabilização de 
baldrames em solos 
normais a úmidos
(solução 3)
 
 
Viga baldrame
concreto armado
solo
Assentar e revestir as 3 
primeiras fiadas com 
argamassa de 
assentamento 1:3 com
impermeabilizante
do tipo Vedacit ou Sika 1
15 cm
Impermeabilização de 
baldrames em solos 
normais a úmidos
(solução 4)
Manta butílica (estanca baldrame)
1,2 mm de espessura
 
 13 
5.2 – Lastro de pisos de concreto 
O conforto e a salubridade de um ambiente, seja para moradia como para trabalho, 
depende entre outras coisas do absoluto controle da umidade que pode vir por 
capilaridade do subsolo. Para tanto é importante prever um sistema de 
impermeabilização eficiente dos pisos. Considerando que na maioria das vezes os 
pisos são assentados sobre uma argamassa de proteção primária. É conveniente 
executar uma junta de dilatação ao longo de todo o perímetro do ambiente junto ao 
rodapé (em áreas maiores que 4 m2) e envolta de quaisquer elementos emergentes 
do piso (pilares, tubos, dutos etc.). 
 
Impermeabilização de 
lastro de piso de 
concreto em solos 
normais a úmidos
solo
lastro concreto
chapisco 1:2 (cimento e areia)
impermeabilização rígida 
argamassa 1:3
cimento e areia + aditivo 
impermeabilizante (hidrófugo)
 
 
5.2 – Terraços e platibandas 
5.3 – Muros de arrimo 
5.4 – Juntas de dilatação; 
5.5 – Arremates em dutos emergentes na cobertura; 
5.6 – Lanternim e domo 
5.7 – Lajes em arcos 
5.8 – Rampas de acesso 
5.9 – Reservatórios 
5.10 – Proteção de alvenarias 
É muito comum ocorrer nas edificações infiltrações de umidade nas partes inferiores 
das paredes de alvenaria, com o aparecimento de manchas e bolhas na pintura. 
Esses defeitos aparecem logo após o término da construção devido, principalmente, 
a exigüidade dos prazos, pois raramente se espera a completa secagem das 
paredes antes de executar o revestimento e a pintura. Em geral a umidade decorre 
da falta de proteção das paredes durante a execução da obra, pela demora em 
terminar a cobertura, falta de calçadas ou de respingos de chuva caindo 
 14 
lateralmente às paredes. Além das impermeabilizações de vigas baldrames e 
alicerces serem necessárias para dar a devida proteção também nas alvenarias e 
preciso proteger contra respingos, conforme sugere o mestre Ripper (1995) no 
esquema mostrado na figura a seguir: 
sócolo baixo não 
protege contra 
respingo
errado bom
sócolo inclinado 
para evitar a 
penetração da 
água
50
 a
 6
0 
cm
ótimo
adaptado de Ripper (1995)
inclinado 
formando 
pingadeira
o sócolo deve ser 
de material 
impermeável e 
recuado
50
 a
 6
0 
cm
mínimo 1,5 cm
 
5.11 – Eliminação de umidade das paredes na pós-ocupação 
5.11.1 – Opção 1 – Cristalização 
A eliminação definitiva da umidade nas paredes de alvenaria devida à falhas na 
impermeabilização dos alicerces ou das vigas baldrames pode ser obtida com a 
injeção de produtos cristalizantes em furos executados nas bases das paredes de 
modo a impedir a ascensão da umidade por capilaridade. É uma opção prática, fácil 
e definitiva para corrigir infiltrações de umidade na parte inferior de paredes de 
alvenaria ou estruturas de concreto ocorridas após a ocupação do imóvel, pois não 
implica na interdição do local. Consiste na aplicação de um produto cristalizante a 
base de cimentos especiais e aditivos minerais que atuam por penetração osmótica 
nos capilares da alvenaria, argamassas e concretos, formando um gel que se 
cristaliza no processo de cura. Deve ser aplicado em materiais encharcado (quanto 
mais umidade maior poder de penetração do produto). Pode-se aplicar diretamente 
sobre as superfícies ou por meio de furos feitos com brocas de aço para aumentar o 
poder de penetração. 
5.11.2 – Opção 2 – Substituição da parte inferior da alvenaria 
Uma outra solução mais radical para esse tipo de problema freqüente é apontada 
por Ripper (1995) e consiste na substituição da impermeabilização, parcial ou 
completa, conforme a descrição a seguir: 
a) executar cortes na alvenaria de 15 cm de altura (uma ou duas fiadas) ao 
longo de toda a base da alvenaria em trechos de 1 m de comprimento e 
espaçados em 80 cm um do outro; 
 15 
b) retirar o material da impermeabilização deficiente, limpar e regularizar a 
superfície (alicerce ou viga baldrame); 
c) aplicar duas camadas de feltro asfáltico, colados com asfalto oxidado a 
quente ou uma camada de butil ou similar em toda a extensão do rasgo; 
d) aplicar uma camada de proteção de argamassa de cimento e areia de 1:4 e 
reconstruir a alvenaria encunhada em 80 cm do trecho de 1m deixando 10 cm 
para cada lado para o transpasse; 
e) executar os rasgos nos trechos de 80 cm alternados e repetir os passos 
anteriores, inclusive sobre o transpasse; 
f) retirar o revestimento úmido até 60 cm de altura, tanto internamente como 
externamente; 
g) deixar secar a alvenaria, protegendo-a contra intempéries; 
h) executar o revestimento interno com argamassa comum (emboço) e 
externamente com argamassa aditivada de impermeabilizante; 
i) providenciar o acabamento e pintar após a carbonatação completa. 
 
impermeabilização 
existente danificada
1ª etapa – corte do rasgo na base da parede
80 100 10080 80
15
2ª etapa – impermeabilização e reconstrução do rasgo
alvenaria de tijolos 
recozidos e argamassa 1:2 
de cimento e areia
impermeabilização com feltro duplo 
colado ou de butil ou similar
proteção argamassa 
cimentoe areia 1:2
 
 16 
impermeabilização 
existente danificada
3ª etapa – corte do rasgo nos intervalos na base da parede
90 80 80100 90
15
4ª etapa – impermeabilização e fechamento do rasgos dos intervalos
alvenaria de tijolos 
recozidos e argamassa 1:2 
de cimento e areia
impermeabilização com feltro duplo 
colado ou de butil ou similar
proteção argamassa 
cimento e areia 1:2
sobreposição do sistema de 
impermeabilização e proteção
 
5ª etapa – demolição do revestimento e secagem
6ª etapa – recuperação do revestimento e secagem
60 cm
argamassa normal de 
revestimento (cimento cal e areia) 
com aditivo impermabilizante na 
parte externa
demolir o revestimento, proteger e 
deixar secar a alvenaria 
 
 Adaptado de Ripper (1995) 
6 – MATERIAIS UTILIZADOS EM SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
O mercado oferece diversos sistemas que têm aplicações bastante definidas. Sua 
escolha deverá ser determinada em função da dimensão da obra, forma de 
estrutura, interferências existentes na área, custo, vida útil etc. Basicamente, existem 
os seguintes sistemas: 
a) tamponamento: argamassas especiais aditivadas, com grande aderência e 
cura rápida; 
 17 
b) vedação: uso de borracha de silicone monocomponente ou a base de 
poliuretano, para a colagem, vedação e selagem de materiais de construção 
como cerâmica, metal, vidro, plástico, madeira, concreto, gesso e outros; 
c) membranas flexíveis moldadas in loco: emulsões asfálticas; soluções 
asfálticas; emulsões acrílicas; asfaltos oxidados + estrutura; asfaltos 
modificados + estrutura + elastômeros em solução (neoprene e hypalon); 
d) membranas flexíveis pré-fabricadas: mantas asfálticas; mantas elastoméricas 
(butil/ EPDM); mantas poliméricas (PVC); 
e) membranas rígidas moldadas in Loco: cristalização; argamassa rígida 
aditivada. 
GLOSSÁRIO NA ÁREA DE EXECUÇÃO DE IMPERMEABILIZAÇÃO 
Sistema de impermeabilização – é o conjunto de materiais aplicados por meio de 
técnica diferenciada. 
Patologias – são os defeitos de projeto, deterioração dos materiais, deslocamentos e 
recalques, fissurações e trincamentos em revestimentos e estruturas etc., que 
aparecem nas edificações pelo uso incorreto, falta de manutenção, falhas do 
terreno, infiltrações e outras causas concomitantes. 
Substrato – é a base sobre a qual é colocado o sistema de impermeabilização. 
Secagem – retirada da umidade do substrato por ventilação ou calor. 
Capeamento – é a execução de camadas sucessivas de argamassa impermeável 
com juntas desencontradas. 
Imprimação – é uma pintura com emulsão asfáltica de viscosidade adequada com a 
finalidade de favorecer a aderência de outros materiais betuminosos no substrato. 
NORMAS TÉCNICAS PERTINENTES 
Título da norma Código 
Última 
atualização 
Potabilidade da água aplicável em sistema 
de impermeabilização 
NBR12170 
MB3511 
04/1992 
Elastômeros em solução para 
impermeabilização 
NBR9396 
EB638 
06/1986 
Asfaltos oxidados para impermeabilização 
NBR9910 
EB1510 
06/1987 
Feltros asfálticos para impermeabilização 
NBR9228 
EB636 
01/1986 
Mantas de polímeros para 
impermeabilização (PVC) 
NBR9690 
EB1420 
12/1986 
Lonas de polietileno de baixa densidade 
para impermeabilização de canais de 
irrigação 
NBR9617 
EB1654 
10/1986 
Materiais e sistemas de impermeabilização 
NBR9689 
CB113 
12/1986 
 18 
Emulsões asfálticas com carga para 
impermeabilização 
NBR9687 
EB1687 
12/1986 
Mantas de butil para impermeabilização 
(NOTA:2 ERRATAS INCORPORADAS) 
NBR9229 
EB1498 
01/1986 
Emulsões asfálticas com fibras de amianto 
para impermeabilização 
NBR8521 
EB1485 
05/1984 
Lonas de polietileno de baixa densidade 
para impermeabilização de reservatórios 
de água, de uso agrícola 
NBR9616 
EB1653 
10/1986 
Manta asfáltica com armadura para 
impermeabilização - Requisitos e métodos 
de ensaio (NOTA:ERRATA 
INCORPORADA) 
NBR9952 
EB1776 
06/1998 
Asfalto elastomérico para 
impermeabilização (NOTA:ERRATA 
INCORPORADA) 
NBR13121 03/1994 
Solução asfáltica empregada como 
material de imprimação na 
impermeabilização 
NBR9686 
EB1686 
12/1986 
Projeto de impermeabilização 
NBR9575 
NB987 
02/1998 
Membrana asfáltica para 
impermeabilização, moldada no local, com 
estruturantes (NOTA:ERRATA 
INCORPORADA) 
NBR13724 09/1996 
Execução de impermeabilização 
NBR9574 
NB1308 
09/1986 
Emulsões asfálticas sem carga para 
impermeabilização 
NBR9685 
EB1685 
12/1986 
Sistema de impermeabilização composto 
por cimento impermeabilizante e polímeros 
(NOTA:ERRATA INCORPORADA) 
NBR11905 
EB2205 
04/1992 
Véu de fibras de vidro para 
impermeabilização (NOTA:ERRATA 
INCORPORADA) 
NBR9227 
EB632 
01/1986 
Membrana acrílica com armadura para 
impermeabilização 
NBR13321 03/1995 
Aderência aplicável em sistema de 
impermeabilização composto por cimento 
impermeabilizante e polímeros 
NBR12171 
MB3512 
04/1992 
Mantas de etileno-propileno-dieno-
monômero (EPDM) para 
impermeabilização 
NBR11797 
EB2095 
04/1992 
 19 
Seleção da impermeabilização 
NBR12190 
NB279 
04/1992 
Mantas asfálticas - Estanqueidade à água 
NBR9956 
MB2690 
08/1987 
Materiais e sistemas utilizados em 
impermeabilização 
NBR8083 
TB197 
07/1983 
 
NORMAS DO MINISTÉRIO DE TRABALHO 
NR – 11 Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais 
NR – 18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção 
LINKS NA INTERNET 
Denver - http://www.denver.ind.br/ 
Otto Baumgart - http://www.vedacit.com.br/produtos/index.htm 
Publicações técnicas do IBRACON - http://www.sistrut.com.br/Assoc/tecn_IMP.html 
Revista Impermeabilizar - http://www.palanca.com.br/imper.htm 
Sika - http://www.sika.com.br/ 
Sistem Flex - http://www.sistemaflex.com.br/ 
Texsa - http://www.texsa.com.br/ 
Viapol - http://www.viapol.com.br/ 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard 
Blücher, 1987. 1178p. 
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher, 
1977. 182p. 
BAUER, L A Falcão. Materiais de construção. 5ª edição. Rio de Janeiro: RJ. LTC- 
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1994. 935p. 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina 
de Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa: DENGE, 
2000. 
DIRETÓRIO ACADÊMICO DE ENGENHARIA CIVIL DA UFPR. Notas de aulas da 
disciplina de Construção Civil (segundo volume). Diversos autores. Revisor: Lázaro 
A. R. Parellada. Apostíla. Curitiba: DAEP, 1997. 
GUEDES, Milber Fernandes. Caderno de encargos. 3ª ed. atual. São Paulo: Pini, 
1994. 662p. 
KLOSS, Cesar Luiz. Materiais para construção civil. 2ª ed. Curitiba: Centro 
Federal de Educação Tecnológica, 1996. 228p. 
PETRUCCI, Eládio G R. Materiais de construção. 4ª edição. Porto Alegre- RS: 
Editora Globo, 1979. 435p. 
RIPPER, Ernesto. Como evitar erros na construção. 3ª ed.rev. São Paulo: Pini, 
1996. 168p. 
RIPPER, Ernesto. Manual prático de materiais de construção. São Paulo: Pini, 
1995. 253p. 
 20 
SOUZA, Roberto...[et al.]. Qualidade na aquisição de materiais e execução de 
obras. São Paulo: Pini, 1996. 275p. 
VERÇOSA, Enio José. Materiais de construção. Porto Alegre: PUC.EMMA.1975.

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