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1 Profa. Dra. Evania Andrade Disciplina: Química Inorgânica Curso: Engenharia Química Turma: 9848 / 9849 Período: 2º Créditos: 02 Carga horária: 40 h Horários: Terça-feira – 20:30 - 22:30 Ligação iônica 2 Profa. Dra. Evania Andrade Ligação iônica: 1. Estrutura dos sólidos iônicos e Energia reticular; 2. Defeitos estequiométricos; 3. Defeitos não-estequiométricos; 4. Semicondutores e transistores; 5. Célula fotovoltaica. Sumário 3 Profa. Dra. Evania Andrade 1. Estruturas dos sólidos iônicos e Energia reticular - Sais - Óxidos - Hidróxidos - Sulfetos - Compostos inorgânicos Os compostos iônicos incluem: Sólidos iônicos são mantidos pela força eletrostática entre os íons positivos e negativos. d QQ El 21 é uma constante (8,99 x 109 J m/C2). Q1 e Q2 são as cargas nas partículas. d é a distância entre seus centros. Forças de repulsão quando os íons adjacentes tiverem a mesma carga. Forças de atração se os íons positivos estiverem rodeados por íons negativos e vice-versa. - Essa força de atração será máxima quando cada íon for circundado pelo maior número possível de íons de carga oposta. - O número de íons que circunda determinado íon é chamado de número de coordenação, NC. Ex: NaCl: NC = 1 para Na+ e Cl- - CaCl2: NC = 2 para (Ca 2+) e 1 para (Cl-) * NC será diferente para íons positivos e negativos. 4 Profa. Dra. Evania Andrade A estrutura de muitos sólidos iônicos pode ser explicada considerando-se o tamanho relativo dos íons positivos e negativos. • Cálculos geométrico simples • Tamanho relativo dos íons (prever!) AX NC = 3 𝑟 + 𝑟 − = 0,155 Limite inferior para o NC = 3 𝑟 + 𝑟 − = 0,155 < Íon positivo não estará em contato com os íons negativos É instável e o íon positivo “oscila” dentro da cavidade formada pelos íons negativos 𝑟 + 𝑟 − = 0,155 > → 3 X- em torno de cada íon A+ • A medida que o tamanho relativo do cátion aumenta, a relação de raios também aumenta. • Quando a relação de raios dos íons for maior que 0,225 tense a razão 4 :1. 5 Profa. Dra. Evania Andrade 6 Profa. Dra. Evania Andrade Tipos de arranjos nas cavidades 7 Profa. Dra. Evania Andrade Relação de raios limites e estruturas Relação de raios limites r+/r- NC Forma 0,155 2 Linear 0,155 → 0,255 3 Trigonal planar 0,255 → 0,414 4 Tetraédrica 0,414 → 0,732 4 Quadrada planar 0,414 → 0,732 6 Octaédrica 0,732 → 0,999 8 Cúbica de corpo centrada NC 3, 4, 6 e 8 são comuns, e as correspondentes relações limites entre os raios podem ser determinadas a partir de considerações geométricas. Logo, se os raios iônicos forem conhecidos, pode-se calcular a relação entre eles e prever o NC e a estrutura. Num arranjo de empacotamento compacto de esferas, apenas 74 % do espaço estarão preenchidas. Assim 26 % do espaço estão desocupados e podem ser considerados como “buracos” presentes no retículo cristalino. 8 Profa. Dra. Evania Andrade Classificação das estruturas iônicas AX, AX2, AX3 AX ou MX ZnS 𝒓 + 𝒓 − = 𝟎,40 Tetraédrico Zn2+ S2- S2- S2- S2- NC = 4 para ambos os íons 4 : 4 𝒓 + 𝒓 − = 𝟎,52 Octaédrico NC = 4 para ambos os íons 6 : 6 Cúbica compacta de íons Cl- Empacotamento compacto de íons S2- NaCl O FeO, MgO, LiF e o MnS são cerâmicas com estruturas comuns como a do NaCl. O ZnS, ZnTe e o carbeto de silício forma uma estruturas do tipo blenda de zinco. Wurtzita Blenda 9 Profa. Dra. Evania Andrade AX2 ou MX2 • Estrutura do fluoreto de cálcio CaF2 com íons Ca2+ nas posições da rede e os íons F- nos interstícios tetraédricos; • Outros compostos são o ZrO2, PuO2 e ThO2; • Número de coordenação de 8. 𝒓 + 𝒓 − = 𝒐𝒖 > 𝟎, 𝟕𝟑 Tetraédrico Relação: 1Ca2+ : 8F- Cubica de corpo centrado de íons F- em torno de cada íon Ca2+ O número de F- é o dobro de íons Ca2+ NC → 8Ca2+ e 4F- 10 Profa. Dra. Evania Andrade 11 Profa. Dra. Evania Andrade Embora a relação de raios indique a estrutura correta em muitos casos, há um número significativo de exceções, onde a estrutura prevista é incorreta. Pressupostos que levam a estruturas corretas 1. Os raios iônicos devem ser conhecidos com exatidão. 1. Os íons se comportam como esferas rígidas e inelásticas. 2. Arranjos estáveis somente são possíveis quando os íons positivos e negativos se tocam. 3. Os íons apresentam forma esférica. 4. Os íons sempre apresentam o maior NC possível. 5. A ligação é 100% iônica. 12 Profa. Dra. Evania Andrade Energia reticular (U) de um cristal é a energia liberada quando se forma uma molécula-grama do cristal a partir dos íons gasosos As energias reticulares não podem ser medidas diretamente, mas valores experimentais podem ser obtidos a partir de dados termodinâmicos. Na+(g) + ½ Cl2 - (g) → NaCl(cristla) U = -782 kj mol -1 E = - 𝑧 + 𝑧 − 𝑒2 𝑟 Z+ e Z- → são cargas dos íons positivos e negativos. e → é a carga do elétrons. r → é a distância entre os íons. Como calcular teoricamente valores das energias reticulares? E = - 𝑁𝑜 𝐴 𝑧 + 𝑧 − 𝑒2 𝑟 No → é o constante de Avogadro – n° de moléculas existentes em um mol ou seja 6,023 x 1023 mol-1. A → é a constante de Madelung, que depende da geometria do cristal. Sistemas com um par de íons Sistemas com mais de 2 íons 13 Profa. Dra. Evania Andrade 14 Profa. Dra. Evania Andrade e0 → é a permissibilidade no vácuo = 8,854 x 10-12 F m -1. A → é a constante de Madelung, que depende da geometria do cristal. Equação de Born-Landé e0 → é a permissibilidade no vácuo = 8,854 x 10-12 F m -1. A → é a constante de Madelung, que depende da geometria do cristal. 15 Profa. Dra. Evania Andrade 16 Profa. Dra. Evania Andrade 17 Profa. Dra. Evania Andrade 18 Profa. Dra. Evania Andrade Cite os aspectos importantes que decorrem da equação de Born- Landé? 19 Profa. Dra. Evania Andrade Características dos sólidos Arranjo tridimensional totalmente regular das moléculas, átomos ou íons que os constituem. Muitas das propriedades mais importantes dos sólidos estão relacionadas com as vibrações térmicas dos átomos, com a presença de impurezas com a existência de defeitos. 20 Profa. Dra. Evania Andrade Compostos estequiométricos obedecem à lei das proporções constantes*. * Um dado composto sempre contém os mesmos elementos com as mesmas proporções em massa. 2. Defeitos Estequiométricos Cl- Na+ 21 Profa. Dra. Evania Andrade Formado por uma par de “vacâncias” no retículo cristalino. Estão ausentes um íon positivo e um íon negativo. Ocorre em compostos altamente iônicos, em que os íons (+ e -) apresentem tamanhos semelhantes. NC = 8 ou 6 Ex: NaCl, CsI, KI e KBr Sítio reticular desocupado (um “buraco” no retículo), estando o íon que deveria ocupar este sítio em uma posição intersticial. Este defeito é favorecido quando hà uma grande diferença de tamanho entre os íons (+ e -) . NC = 4 ou 6 * Caráter covalente considerável. Ex: Zn, AgCl, AgBr e AgI 22 Profa. Dra. Evania Andrade 3. Defeitos Não Estequiométricos Compostos não estequiométricos podem existir em uma faixa de composição química. A relação entre o número de átomos de um tipo e o n°de átomos do outro tipo não é exatamente a relação de n° inteiros expressa pela fórmula química. Esses compostos não obedecem à lei das proporções definidas. Ex: FeO, FeS ou CuS - A relação difere de 1:1 - Por excesso ou por deficiência de M. 23 Profa. Dra. Evania Andrade Semicondutores são sólidos, nos quais a diferença de energia entre a banda de valência, BV (preenchida) e a banda de condução, BC é pequena. Essa diferença é denominado intervalo entre bandas – band gap Condutividade observada situa-se entre a dos isolantes e a de um metal, e depende do número de elétrons na banda de BC. 4. Semicondutores e transistores 24 Profa. Dra. Evania Andrade Pesquise e explique as duas maneiras de excesso de metal que pode ocorrer em compostos com defeitos não-estequiométricos? Pesquise e explique os defeitos causados no caso de defeitos por deficiência de metal? 25 Profa. Dra. Evania Andrade Estrutura Cristalina dos Semicondutores 28 Profa. Dra. Evania Andrade Estrutura Cristalina dos Semicondutores A estrutura cristalina só é conseguida quando o cristal de Silício é submetido à temperatura de zero graus absolutos (ou - 273ºC). A essa temperatura, todas as ligações covalentes estão completas e, consequentemente, o material comporta- se como isolante. À 20ºC, por exemplo), a energia térmica (calor) provoca o rompimento de algumas ligações covalentes. Com a quebra das ligações covalentes, no local onde havia um elétron de valência (e), passa existir uma região com carga positiva +1, uma vez que o átomo de Silício era neutro e um elétron o abandonou. Essa região positiva que, em outras palavras, é uma ligação covalente incompleta, recebe o nome de LACUNA, sendo conhecida também como BURACO, CAVIDADE ou VAZIO. Quando os átomos se unem para formar as moléculas de uma substância, a distribuição desses átomos no espaço pode ou não ser feita organizada e definidamente. As substâncias cujos átomos se agrupam formando uma estrutura ordenada são denominadas substâncias cristalinas, e a disposição de seus átomos formam a chamada estrutura cristalina. 29 Profa. Dra. Evania Andrade Movimento dos elétrons e das lacunas Para compreender melhor esse movimento das lacunas, consideremos alguns átomos de um cristal semicondutor (Silício ou Germânio), supondo que esteja ligado aos pólos de uma pilha. Se no átomo 1 for rompida uma ligação covalente, aparecerá um elétron, que será rapidamente atraído pelo pólo positivo (+) da pilha, ficando no lugar desse átomo uma lacuna. Um elétron de qualquer ligação covalente do átomo 2 poderá preencher a lacuna deixada pelo primeiro elétron do átomo 1. Entretanto, quando o elétron abandona a ligação covalente do átomo 2, surgirá uma nova lacuna que, por sua vez, poderá ser preenchida por qualquer elétron de uma ligação covalente do átomo 3. e assim sucessivamente. 30 Profa. Dra. Evania Andrade Retificadores p n p n Um diodo Lacunas positivas Conduz elétrons p n Não conduz Retificador: só permite a passagem de corrente elétrica em uma única direção, isso é imprescindível para a conversão de corrente alternada em corrente continua, sendo comum a utilização de um quadrado constituído por 4 diodos num circuito para efetuar essa transformação. Diodo: é um transistor com duas regiões, uma do tipo p e outra do tipo n, com uma junção p-n entre elas. + - + - 31 Profa. Dra. Evania Andrade Princípio de funcionamento de uma célula fotovoltaica (efeito fotovoltaico) Ao incidir a luz sobre a célula fotovoltaica, os fótons que a integram chocam-se com os elétrons da estrutura do silício dando-lhes energia e transformando-os em condutores. Devido ao campo elétrico gerado na união PN, os elétrons são orientados e fluem da camada "P" para a camada "N". Por meio de um condutor externo, liga-se a camada negativa à positiva. Gera-se assim um fluxo de elétrons (corrente eléctrica) na conexão. Enquanto a luz continua a incidir na célula, o fluxo de elétrons manter-se-á. A intensidade da corrente gerada variará proporcionalmente conforme a intensidade da luz incidente. 5. Célula fotovoltaica Referências 32 Prof. Dra. Evania Andrade http://www.meta-synthesis.com/webbook/37_ak/triangles.html • Material complementar: ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (pptx).
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