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TIPICIDADE PENAL TIPO Exprime a idéia de “modelo”, “esquema”... TIPO PENAL É o conjunto dos elementos do fato punível descrito na lei penal. Modelo abstrato de comportamento proibido. * O tipo penal identifica condutas criminosas e descriminaliza fatos atípicos. Tipo Incriminador Tipo Justificador FUNÇÕES DO TIPO PENAL Indiciária – o tipo circunscreve e delimita a conduta penalmente ilícita. * A circunstancia de uma ação ser típica indica que, provavelmente, será também antijurídica. Garantia – o tipo fundamenta o injusto e delimita o âmbito do penalmente relevante. * Welzel – “o tipo tem a função de descrever de forma objetiva a execução de uma ação proibida”. Diferenciadora do Erro – o dolo do agente deve abranger todos os elementos constitutivos do tipo. * O autor somente poderá ser punido pela pratica de um fato doloso quando conhecer as circunstancias fáticas que o constituem. TIPO DE INJUSTO E TIPO LEGAL Tipo Legal – é um tipo de injusto condicionado, isto é, um tipo legal de crime. Tipo de Injusto – contém os elementos essenciais do tipo legal, mais a nota da ilicitude. Injusto -‐ é a conduta valorada como antijurídica. Ilicitude – é a contradição que se estabelece entre a conduta e uma norma jurídica. Delito – é o injusto culpável. * Tipo de Injusto engloba toda e qualquer ação típica e antijurídica, mesmo que não seja culpável. O Tipo Penal contém um sentido não definitivo de ilicitude. Welzel – “Antinormatividade e Antijuridicidade” O fato típico é sempre antinormativo, mas ainda não antijurídico, porque, apesar de típico, pode ser lícito. TEORIA DOS ELEMENTOS NEGATIVOS DO TIPO Identifica tipicidade com antijuridicidade tipificada. O tipo penal reuni os elementos fundamentadores e excludentes do injusto (Tipo Total de Injusto). Por isso, o dolo do agente deve abranger os dados materiais do tipo e a inexistência de causas justificantes (Justificativas). Elementos Positivos do Tipo – objetivos e subjetivos Elementos Negativos do Tipo – ausência de causas de justificação TIPO FUNDAMENTAL E TIPO DERIVADO Tipo Fundamental (Básico) – é aquele que oferece a imagem mais simples de uma espécie de delito. Tipo Derivado – se forma a partir do tipo básico, mediante o destaque de circunstancias que agravam ou atenuam o delito. Tipo Qualificado – agrava o tipo fundamental Tipo Privilegiado – atenua o tipo fundamental TIPO OBJETIVO E TIPO SUBJETIVO Tipo Objetivo (Representa a Exteriorização da Vontade) É composto por um núcleo, representado por um verbo (ação ou omissão), e por elementos secundários, tais como objeto da ação, resultado, nexo causal, autor etc. Tipo Subjetivo (Animus Agendi) Abrange todos os aspectos subjetivos do tipo de conduta proibida que, concretamente, produzem o tipo objetivo. É constituído de um elemento geral – dolo –, que, por vezes, é acompanhado de elementos especiais – intenções e tendências –, que são elementos acidentais, conhecidos como elementos subjetivos especiais do injusto ou do tipo penal. * Welzel – “O tipo objetivo não é objetivo no sentido de alheio ao subjetivo, mas no sentido de objetivado. Compreende aquilo do tipo que tem de se encontrar objetivado no mundo exterior”. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO TIPO PENAL Elementos Objetivos Descritivos (Atividade Cognitiva) Elementos Objetivos Normativos (Atividade Valorativa) Elementos Subjetivos (Atividade de Representação) Elementos Subjetivos Especiais (Especial Fim ou Motivo de Agir) Na descrição da conduta proibida o Tipo Penal abrange ou pode abranger: o Sujeito Ativo e o Sujeito Passivo da ação, a Ação com seus elementos subjetivos e objetivos, o Objeto da Ação, o Resultado e a Relação de Causalidade. Elementos Objetivos – são todos os elementos que devem ser alcançados pelo dolo do agente. Elementos Objetivos Descritivos – são os que exprimem juízos de realidade, isto é, fenômenos ou coisas apreensíveis diretamente pelo interprete. * Juízos de Realidade: matar, coisa, filho, mulher... Elementos Objetivos Normativos – são constituídos por termos ou expressões que só adquirem sentido quando completados por um juízo de valor, preexistente em outras normas jurídicas ou ético-‐sociais. Ou ainda, emitido pelo próprio interprete. * Preexistentes (Jurídicas ou Ético-‐Sociais): coisa alheia, propriedade, funcionário público, mulher honesta... * Emitido Pelo Interprete: dignidade, decoro, reputação... Elementos Subjetivos – são os fenômenos anímicos do agente, ou seja, o dolo, especiais motivos, tendências e intenções. Elemento Subjetivo Geral – é o dolo(consciência e vontade de realizar a ação), como momento geral pessoal-‐subjetivo, do agente que produz e configura a ação como acontecimento dirigido a um fim. Elemento Subjetivo Especial – é o especial fim de agir que integra determinadas definições de delitos condiciona ou fundamenta a ilicitude do fato, constituindo, assim, elemento subjetivo do tipo de ilícito, de forma autônoma e independente do dolo. Pertence à ilicitude e ao tipo que a ela corresponde. * Uma estrutura de tipo objetivo e tipo subjetivo nos crimes culposos, homogênea à estrutura dos crimes dolosos, é admissível na culpa consciente, mas é objeto de controvérsia na culpa inconsciente. ELEMENTOS SUBJETIVOS ESPECIAIS DO TIPO PENAL O especial fim ou motivo de agir, embora amplie o aspecto subjetivo do tipo, não integra o dolo nem com ele se confunde, uma vez que, o dolo esgota-‐se com a consciência e a vontade de realizar a ação com a finalidade de obter o resultado delituoso, ou na assunção do risco de produzi-‐lo. O especial fim de agir que integra determinadas definições de delitos condiciona ou fundamenta a ilicitude do fato, constituindo, assim, elemento subjetivo do tipo de ilícito, de forma autônoma e independente do dolo. * A ausência desses elementos subjetivos especiais descaracteriza o tipo subjetivo, independentemente da presença do dolo. Enquanto o dolo deve materializar-‐se no fato típico, os elementos subjetivos especiais do tipo especificam o dolo, sem necessidade de se concretizarem, sendo suficiente que existam no psiquismo do autor. Tipos Penais de Intenção – requerem um agir com ânimo, finalidade ou intenção adicional de obter um resultado ulterior ou uma atividade, distintos da realização do tipo penal. Trata-‐se, portanto, de uma finalidade ou ânimo que vai alem da realização do tipo. * Exemplos: para si ou para outrem (art. 157, CP); com o fim de obter (art. 159, CP); em proveito próprio ou alheio (art. 180, CP). Tipos Penais de Tendência – a ação encontra-‐se envolvida por determinado ânimo cuja ausência impossibilita a sua concepção. Não se exige a persecução de um resultado ulterior ao previsto no tipo, senão que o autor confira à ação típica um sentido (ou tendência) subjetivo não expresso no tipo, mas deduzível da natureza do delito. * Exemplos: o propósito de ofender (arts. 138, 139 e 140, CP); o propósito de ultrajar (Art. 212, CP). Tipos Penais de Expressão – se caracterizam pela existência de um processo intelectual interno do autor, como no falso testemunho: a ação incriminada não se funda na correção ou incorreção objetiva da informação, mas na desconformidade entre a informação e a convicção interna do autor. Especiais Motivos de Agir – embora nem sempre seja clara a diferença entre motivos e intenções: o motivo impulsiona, a intenção atrai (Maurach). Os motivos têm caracteres anímicos e impulsionam as realizações de condutas, constituem a fonte motriz da vontade criminosa. No entanto, os motivos de agir, freqüentemente, encontram-‐se completamente fora do tipo penal específico (são componentes da culpabilidade), sem qualquer vinculação dogmática, que, por tal razão, somente poderão ser valorados quando da dosimetria da pena. * Exemplos: motivo torpe, motivo fútil, motivo nobre, relevante valor social ou moral etc. Momentos Especiais de Ânimo – assinalam estados anímicos especiais que não constituem grau de responsabilidade pessoal pelo fato. São elementos subjetivos do injusto que fundamentam ou reforçam o juízo de desvalor social do fato. Essa ideologia subjetivadora na elaboração do preceito primário da norma penal, alem de inadequada, é extremamente perigosa, pois esses estados anímicos, como ser egoísta, cruel ou malvado, entre outros, podem existir independente da relevância de lesão objetiva de bens jurídicos tutelados. E, nessas circunstâncias, quando a conduta é penalmente irrelevante, a tipificação desses estados anímicos pode conduzir à punição do ânimo, que é inadmissível no Direito Penal da Culpabilidade. * Exemplos: sem escrúpulos, sem consideração, satisfazer instinto sexual etc. TIPICIDADE É a conformidade da conduta fática com a moldura típica abstratamente descrita na lei penal. Tipicidade Formal – correspondência entre a conduta da vida real e o tipo legal de crime descrito na lei penal. Tipicidade Material – expressão de danosidade social e de periculosidade social da conduta descrita. * A conduta precisa ser típica, ajustar-‐se formalmente a um tipo de delito, e, materialmente lesiva a bens jurídicos ou ética e socialmente reprovável (Princípio da Legalidade – Princípio da Lesividade – Princípio da Adequação Social).Tipicidade Conglobante – averiguação da proibição por meio da indagação do alcance proibitivo da norma, não considerada isoladamente, e sim conglobada na ordem normativa. * A conduta precisa representar a existência de um conflito (conflitividade), o que implica uma lesividade objetivamente imputável a um agente (dominabilidade). JUÍZO DE TIPICIDADE É a operação intelectual de subsunção entre a infinita variedade de fatos possíveis da vida real e o modelo típico descrito na lei.
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