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12º PEÇA DO NPJ 2018.1 AO JUÍZO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE MACEIÓ

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Prévia do material em texto

AO JUÍZO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE MACEIÓ –ALAGOAS
 URGENTE
SANDY, brasileira, casada, estudante, portador do RG nº... , inscrita no CPF sob nº... , endereço eletrônico, residente e domiciliada... , nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa... , com escritório... , endereço que indica para os fins do art.. 77, V, do CPC , com fundamento nos termos do art. 5º ,LXIX da CRFB/88 e da Lei nº 12.016/09 , vem impetrar 
MANDADO DE SEGURANÇA C/C PEDIDO DE LIMINAR
em face do ato emanado pela PRESIDENTE DA COMISSÃO ORGANIZADORA DO CONCURSO DA POLICIA MILITAR DO ESTADO DE ALAGOAS , que pode ser encontrada na sede funcional ... 
I – DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente, requer a autora os benefícios da Justiça Gratuita, por não arcar com as custas e despesas do presente processo sem prejuízo de seu sustento próprio, com esteio pela Lei 1060/50 e consoante no artigo 98 caput do CPC/15.
II-TEMPESTIVIDADE 
A presente ação é tempestiva, tendo em vista que o prazo entre a publicação do edital e da impetração da ação foi inferior a 120 (cento e vinte) dias, satisfazendo assim o requisito exigido pelo art. 23 da Lei 12.016/09
III – SINTESE DOS FATOS 
A impetrante realizou em 22 de julho a 1º fase do Concurso Público da Policia Militar de Alagoas para o cargo de Soldado combatente, ao qual logrou êxito, atingido a colocação de 5º lugar, procedendo então para segunda fase do exame que ocorrerá em 25 de Agosto. 
Ocorre que enquanto se preparava para segunda fase do certame de nº 015/2017 que se refere-se ao teste de aptidão física , a impetrante descobriu que estava gestante . Desta forma, procedeu com a realização dos exames médicos para comprovar sua condição de gestante, com o laudo devidamente assinado pelo médico, comprovando sua impossibilidade de realizar neste momento o teste físico.
Sandy procurou a comissão do concurso e apresentou todos os exames e o laudo para que fosse realizada a remarcação de sua prova física par um momento oportuno após a gestação e para sua surpresa fora surpreendida com a comissão organizadora do concurso que o TAF não seria remarcado conforme a previsão expressa no edital. 
A Comissão alegou que a candidata, ora Impetrante, infringe regras específicas do certame nº 015/2017 .
Ressalva-se que a candidata não se insurge contra as etapas do concurso, mas apenas requer a reversão da decisão tomada pela Comissão Coordenadora do Exame.
IV - FUNDAMENTOS JURIDICOS
DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA 
Conforme o Artigo 5º, LXIX, da Constituição da República Federativa do Brasil, “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Nesse mesmo sentido é a redação do artigo 1º da Lei 12.016 de 2009 ao assegurar que “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê- la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.”
Registre-se que, para fins de Mandado de Segurança, equiparam-se às autoridades os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.
PROVA PRÉ CONSTITUÍDA 
A prova documental pré-constituída revela que ao impetrante fora negado o direito a processo administrativo justo. A Constituição Federal, em seu art. 5.°, inciso LV, assegura a todo e qualquer litigante, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, acesso ao contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Resposta documentada do reconhecimento da Impetrante da necessidade do remarcação da prova de TAF que lhe foi negado (doc anexo) , juntamente com os demais documentos (laudo médico ) .
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
DO DIREITO LIQUIDO E CERTO
Aduz que possui o direito constitucional de continuar no certame, visto ter obtido classificação na prova teórica e ter regularmente se apresentado nas demais fases do certame, ressaltando que a gestação, asseverando que a realização do teste nos molde previstos no edital implicaria possivelmente a interrupção da gestação, a qual é protegida não só pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, mas em especial pelo caput do art. 5º e do art. 227 da Constituição Federal.
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Defende que, ao agir conforme a previsão editalícia contida no item 2.7, a autoridade coatora está desrespeitando a Lei Maior, haja vista ser prioridade absoluta do ordenamento a proteção à vida, o que, por conseguinte implica também em assegurar meios para que as gestantes possam, além de manter a gestação até o final, prover seus bebês dignamente.
Sub-item , 2.7- Os casos de alterações psicológicas e / ou fisiológicas temporários(estados menstruais , gravidez, indisposições cãibras , contusões , luxações , fraturas etc. ) que impossibilitem a realização do teste, ou diminuam a capacidade física do candidato, não serão levados em consideração, não sendo concedido qualquer tratamento privilegiado . 
Assinala ainda que, embora exista expressa previsão editalícia, não pode ser impedida de alcançar a colocação profissional tão almejada, para a qual vem reiteradamente mostrando-se capaz com o cumprimento fiel dos atos no curso do certame, restando momentaneamente impedida de prestar o teste físico unicamente em razão de sua gestação.
Para tanto , a seleção deve ser elaborada sob critérios que garantam amola acessibilidade ao cargo , nos termos do art. 37 da Constituição Federal :
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração
Para tanto, o concurso busca efetivar o principio da isonomia ao aferir igualitária o conhecimento , por meio de questões objetivas e discursivas , aptidão física por meio de testes e por fim identificar-se o candidato tem alguma patologia que o impede de exercer o cargo.
E esta é a única finalidade da avaliação médica: verificar a existência de impedimento ao exercício do cargo, o que não ocorre na decisãoimpugnada.
Na presente demanda, a candidata foi negada a remarcação da 2º etapa por ela está grávida.
A questão relativa a remarcação de exames em concurso público , apesar de já ter posicionamento contrário pelo STF ( RE Nº 630.733/DF). Em que se reconheceu a impossibilidade de realização de segunda chamada em etapa do certame em virtude de situações pessoais do candidato, tal posicionamento não se aplica ao presente caso, pois não analisou especificamente o estado de gravidez.
No caso referido, concluiu o Relator Ministro Gilmar Mendes, que a cláusula editalícia que proíbe a remarcação de testes em virtude de caso fortuito e temporários de saúde, não é constitucional, conferindo, na verdade, eficácia ao principio da isonomia.
No presente caso, contudo, não se pode comparar gravidez com doença. O pedido da cândida de remarcação do teste físico não se fundamenta em problema de saúde particular, mas sim em razão de sua condição gravídica, situação peculiar, que merece tratamento diferenciado, conforme proteção constitucional à maternidade ( art. 227 da CF/88 .
A gravidez não representa alteração patológica ou fisiológica temporária, mas sim uma condição excepcional, que não pode causar prejuízo a gestante e, por isso, merece analise diferenciada.
Entendimento diferente caracteriza grave interferência estatal na livre escolha do planejamento familiar, uma vez que pesaria exclusivamente sobre a mulher um ônus , uma vez que obrigaria somente a ela interromper seus planos de pleitear uma carreira publica em função da maternidade . 
Este entendimento, inclusive norteou o posicionamento do Ministro Luiz Fux ao reconhecer a Repercussão geral do tema no Recurso Extraordinário (RE) 105833, afirmando que o entendimento firmado pelo STF no RE 630733 não pode se aplicado as candidatas gestantes , porque naquele julgamento tratou-se de remarcação em razão de problema temporário de saúde , hipótese absolutamente diversa da gravidez
Nos seguintes termos 
“Além de gravidez não ser doença, a especial condição de gerar um filho não pode contar em desfavor da mulher.”
acesso mais isonômico a cargos públicos pressupõe que se neutralize a desvantagem que a condição natural da gravidez possa representar para a genitora, permitindo, assim, que persiga seus projetos de vida e suas ambições. (...) Além da igualdade material, a controvérsia tangencia, ainda, as manifestações da dignidade humana da mulher (artigo 1°, II, da CRFB), sobretudo na vertente da autonomia privada (artigo 5°, caput, da CRFB). Mais especificamente, a Constituição de República se posicionou expressamente a favor da proteção à maternidade (artigo 6º) e assegurou o direito ao planejamento familiar e à liberdade reprodutiva (artigo 226, § 7º). A possibilidade de remarcação repercute também no direito à saúde. Como bem consignou o Tribunal de origem, em juízo negativo de retratação, não se revela proporcional nem razoável exigir que a candidata colocasse, de forma irresponsável, a vida intrauterina em risco no teste, mediante a prática de esforços físicos incompatíveis com a fase gestacional “
Este posicionamento já norteia inúmeros precedentes sobre o tema:
 Ementa
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATA GRÁVIDA. REALIZAÇÃO POSTERIOR DE TESTES FÍSICOS. NOVA DATA. DESIGNAÇÃO. POSSIBILIDADE.
I. Encontrando-se a impetrante, à época em que deveria se submeter aos exames físicos exigidos no concurso público para o cargo de agente de Polícia Civil do Estado do Maranhão, em estado de gravidez, impõe-se atentar para o considerável risco de sua submissão aos testes, situação peculiar que, a rigor, justifica a concessão de tratamento diferenciado em favor da autora.
II. Permitir que a impetrante realize o teste físico em data posterior não afronta o princípio da isonomia nem consubstancia qualquer espécie de privilégio, porque a "própria situação peculiar na qual a agravada se encontrava requeria, por si só, tratamento diferenciado" AgR 376607/DF">(RE-AgR 376607/DF. Rel. Min. Eros Grau. Segunda Turma. Julgado em 28.03.06. Publicado no DJU em 05.05.06, p. 35).
III. Segurança concedida
Ementa
APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - GRAVIDEZ - PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL - REMARCAÇÃO DE TESTE FÍSICO - POSSIBILIDADE - OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
- A gravidez não representa alteração patológica ou fisiológica temporária, mas sim uma condição excepcional, que não pode causar prejuízo à gestante e, por isso, merece análise diferenciada, de forma a sanar a situação de desigualdade apresentada.
- Sendo a gravidez uma condição especial, protegida constitucionalmente, a possibilidade de remarcação de teste físico em concurso público, ao contrário de ofender o princípio da isonomia, assegura sua observância
MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA DE URGÊNCIA SATISFATIVA. AUSÊNCIA DE PERDA DO OBJETO. CONCURSO PÚBLICO. REMARCAÇÃO DE EXAME MÉDICO EM RAZÃO DE GRAVIDEZ. PREVISÃO EDITALÍCIA. AUSÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. No caso em que a tutela de urgência for satisfativa, o cumprimento integral da decisão liminar não implica a perda do objeto, devendo a sentença solucionar o mérito da ação mandamental, pela denegação ou concessão da segurança. 2. O colendo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL no julgamento da Repercussão Geral no RE nº 630.733/DF reconheceu a inexistência de direito dos candidatos à remarcação de provas, em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo contrária disposição do edital. 3. A candidata grávida não possui direito à remarcação dos testes físicos, tendo em vista que, no caso concreto, o instrumento convocatório do certame expressamente obsta a sua remarcação. V.V.: 1 - A absoluta prioridade conferida pela Constituição Federal, art. 6º, c/c 227, caput, não autoriza que a gravidez, seja confundida com a situação pessoal do candidato com problemas temporários de saúde, não alcançadas pelas hipóteses tratadas no RE 630733/DF. 2 - O respeitável aresto trata de problemas físicos de saúde do candidato, entendendo, com propriedade, que a situação pessoal não autoriza remarcação de prova. Diferentemente ocorre com a gravidez que, extrapolando o aspecto individual, protege a criança desde a concepção. 3- Na colisão entre o interesse público na observância das datas do edital e demais atos da comissão examinadora para a realização do teste de aptidão física e proteção do estado gestacional, donde emanam não só os interesses relativos à maternidade, mas também de proteção e bem estar da própria criança em gestação, a ponderação foi realizada pelo próprio constituinte originário, ao conferir absoluta prioridade o bem estar da criança em ges tação (art. 227, caput, da CF/88). 4- Diante da vedação de que o poder público, representado pela comissão do concurso, fomente situações de risco para as crianças em gestação, deve ser concedida a segurança para que seja remarcada a prova de aptidão física, em período para o qual já não mais existam riscos para as crianças.
(TJ-MG - AC: 10000150570489002 MG, Relator: Edilson Fernandes, Data de Julgamento: 02/04/0017, Câmaras Cíveis / 6ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 10/04/2017)
Diversamente do que sustenta a decisão impugnada não há afronta o PRINCIPIO DA ISONOMIA eventual concessão à candidata , pois impedir a gestante de prosseguir no certame seria tratar de maneira desigual pessoa em condições peculiares a necessitar de cuidados especiais , conforme a doutrina ampara Em relação ao tratamento isonômico das partes, Nelson Nery Junior leciona:
“Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. 
Por isso é que são constitucionais dispositivos legais discriminadores, quando desigualam corretamente os desiguais, dando-lhestratamentos distintos; e são inconstitucionais os dispositivos legais discriminadores, quando desigualam incorretamente os iguais, dando-lhes tratamentos distintos. Deve buscar-se na norma ou no texto legal a razão da discriminação: se justa, o dispositivo é constitucional; se injusta, é inconstitucional” 
Ademais , considerando que a finalidade do concurso de aferir intelectual e física da candidata foi suprida , há grave inobservância ao princípio da RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE a sua exclusão , conforme destaca a doutrina de Alice Ribeiro de . Processo Administrativo do concurso público. JHMIZUNO. p. 74
“Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade , que inter-relacionam , cuidam da necessidade de o administrador aplicar medidas adequadas a serem alcançadas . De fato, os efeitos e conseqüências do ato administrativo adotado devem ser proporcionais ao fim visado pela administração, sem trazer prejuízo desnecessário aos direitos dos individuais envolvidos e a coletividade “
Afinal , as exigências de um concurso publico tem como objetivo unicamente se certificar que o candidato dispõe de conhecimentos e aptidão para atividades inerentes ao cargo e jamais poderão configurar embaraço a candidatos qualificados .
No presente caso , considerando a robusta prova que apresenta , é necessário concluir a decisão pela remarcação da prova de aptidão , devendo ser revista .
DO PEDIDO DE LIMINAR 
Conforme o art. 7º, III da Lei 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida. Diante do exposto, vê-se que o fundamento da presente impetração é relevante e que encontra amparo no texto da Constituição e na jurisprudência atual sinal de bom direito
In casu, encontram-se configurados os requisitos para concessão da medida liminar, quais sejam o periculum in mora e o fumus boni iuris, o primeiro consistente no risco da impetrante perder a chance de concluir o certame, enquanto que o segundo está evidenciado pela flagrante violação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
Ou seja, busca a impetrante a concessão da medida liminar, para que seja determinado à autoridade coatora que seja remarcada sua prova física no tocante aos exames físicos faltantes, procedimento que em absoluto prejudica a integralidade do certame, e que garante a correta aplicação dos mandamentos constitucionais ao caso concreto.
Cretella Júnior visualiza a liminar no mandado de segurança de uma forma interessante. Observa ele:
"Se o mandado de segurança é o remédio heróico que se contrapõe à auto-executoriedade, para cortar-lhes os efeitos, a medida liminar é o pronto socorro que prepara o terreno para a segunda intervenção, enérgica (como é evidente), porém, mais cuidadosa do que a primeira.”
DOS PEDIDOS 
Em razão do exposto, requer de Vossa Excelência : 
1-requer a concessão de Medida Liminar inaudita altera pars para suspender os efeitos do ato administrativo , nos termos do art 7º inc da Lei 12016, determinando ao impetrado que seja REMARCADA A TAF, exames faltantes, sob pena de desobediência;
 2- Que, nos termos do no art. 7º, I, da Lei nº. 12.016/09, se notifique a autoridade coatora do conteúdo da petição inicial, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações cabíveis
3-Seja intimado o digno representante do Ministério Público no prazo estipulado pelo art. 12 da Lei nº. 12.016/09; ;
4- Que, com a urgência exposta no § 4o da lei 12.016/09, sejam os presentes autos julgados com prioridade de julgamento 
5-Requer, após o processamento do presente mandamus e, após ouvida a autoridade coatora no prazo legal e ouvido os demais interessados na forma da lei, seja julgado procedente o PEDIDO do presente MANDADO DE SEGURANÇA para, concedendo a segurança, determinar que a autoridade coatora procedam em definitivo a liminar pleiteada, como meio de evitar prejuízo na continuidade da impetrante no certame, tendo em vista a necessidade de conclusão dos exames para o ingresso no curso de formação de soldado combatente , fase subseqüente do certame;
4- Juntada da prova pré-constituída, a comprovar o direito liquido e certo;
5-Requer, por derradeiro, a concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, por não poder arcar com às custa processuais e honorários, sem privar-se dos meios necessários à sua subsistência, consoante declaração anexa.
 
Dá-se à presente causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para os efeitos procedimentais 
Termos em que, 
Pede deferimento.
Local e data.
ADVOGADO....
OAB...

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