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0 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – CAMPUS CAMPO MOURÃO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS LEONARDO LIDIO LESSA O SIMPLES NACIONAL E AS ATUALIZAÇÕES PARA 2018: UMA APLICAÇÃO PRÁTICA NUMA EMPRESA NO SEGMENTO COMÉRCIO VAREJISTA CAMPO MOURÃO 2017 1 LEONARDO LIDIO LESSA O SIMPLES NACIONAL E AS ATUALIZAÇÕES PARA 2018: UMA APLICAÇÃO PRÁTICA NUMA EMPRESA NO SEGMENTO COMÉRCIO VAREJISTA Trabalho de Conclusão de Curso - TCC apresentado ao Colegiado de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR campus Campo Mourão, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Professor Tiago Martins da Silva. CAMPO MOURÃO 2017 2 RESUMO As empresas de pequeno porte e as microempresas representam um setor da economia nacional bastante expressivo sob a ótica das possibilidades de desenvolvimento, da geração de renda e emprego e da inclusão social. A Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006 criou o Simples Nacional, um novo regime simplificado, favorecido e diferenciado de apuração e pagamento de tributos por parte das empresas de pequeno porte e das microempresas. Para 2018 haverá grandes inovações, instituída pela Lei Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016, com intuito de reorganizar e simplificar a metodologia de apuração de impostos devidos pelo Simples Nacional. Entre as principais mudanças, o novo teto de faturamento, novas alíquotas e anexos. Em relação ao objetivo, a pesquisa se enquadra como exploratória sendo utilizados procedimentos bibliográficos e documentais, que abordou os principais conceitos e particularidades do Simples Nacional elencados na Lei Complementar nº 123, 14 de outubro de 2006 e também esclareceu os principais pontos e as alterações que a Lei Complementar nº 155, 27 de outubro de 2016. Quanto ao tipo de pesquisa realizou-se uma aplicação, utilizando como objeto de estudo uma empresa de pequeno porte, no segmento comércio, tributada pelo anexo I. No que se refere ao enfoque do problema, trata-se de uma abordagem qualitativa. No comparativo realizado da lei complementar nº 123, com a nova lei complementar nº 155 que entrará em vigor no ano de 2018, ficou evidenciado um aumento de tributação de 11,34%, esse percentual indica um impacto financeiro de R$ 16.754,80 ao ano. Palavras-chave: Simples Nacionais; Empresa de pequeno porte e microempresas; Lei Complementar nº 155. 3 ABSTRACT Small enterprises and microenterprises represent a very significant sector of the national economy from the perspective of development possibilities, income generation and employment, and social inclusion. Complementary Law n. 123, dated December 14, 2006, created the Simples Nacional, a new simplified, favored and differentiated system for calculating and paying taxes by small companies and micro-enterprises. For 2018 there will be great innovations, instituted by Complementary Law No. 155, dated October 27, 2016, with the purpose of reorganizing and simplifying the methodology for calculating taxes owed by Simples Nacional. Among the major changes, the new billing ceiling, new rates and attachments. In relation to the objective, the research is classified as exploratory, using bibliographical and documentary procedures, which addressed the main concepts and particularities of the National Simples listed in Complementary Law 123, October 14, 2006 and also clarified the main points and the changes that Complementary Law no. 155, October 27, 2016. Regarding the type of research, an application was made, using as object of study a small business, in the commerce segment, taxed by Annex I. With regard to the focus of the problem, it is a qualitative approach. In the comparison made of supplementary law no. 123, with the new supplementary law no. 155 that will take effect in 2018, an increase of 11.34% in taxation was evidenced, this percentage indicates a financial impact of R $ 16,754.80 per year. Keywords: Simple Nationals; Small enterprises and micro-enterprises; Complementary Law 155. 4 LISTAS DE QUADROS Quadro 1 - Tributos compreendidos no simples nacional ............................................... 23 Quadro 2 - Limites proporcionais no início da atividade ................................................ 30 Quadro 3 - Faturamento dos últimos 12 meses ............................................................... 43 Quadro 4 - Faturamento dos últimos 12 meses ............................................................... 45 5 LISTAS DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Evolução das receitas ................................................................................... 44 Gráfico 2 – Comparativo dos anos de 2017 e 2018 referente ao valor do imposto ........ 46 6 LISTA DE ABREVIATURAS ADI Ato Declaratório Interpretativo CANAE Classificação Nacional de Atividade Econômica CF Constituição da República Federativa do Brasil CGSN Comitê Gestor de Tributação do Simples Nacional CIDE Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico CNPJ Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CPMF Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CTN Código Tributário Nacional DAS Documento de Arrecadação do Simples Nacional DF Distrito Federal EC Emenda Constitucional ECD Escrituração Contábil Digital EPP Empresas de Pequeno Porte FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. IE Imposto de Exportação IGF Imposto sobre Grandes Fortunas II Imposto de Importação IMF Imposto sobre Movimentações Financeiras INSS Instituto Nacional de Seguridade Social. IOF Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários IPI Imposto sobre Produtos Industrializados IPTU Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana IPVA Imposto sobrea a Propriedade de Veículos Automotores IRPF Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza das PessoasFísicas 7 IRPJ Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza das Pessoas Jurídicas ISS Imposto sobre a Prestação de Serviços ITBI Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis ITCD Imposto sobre Transmissão de Bens Causa Mortis e Doações ITOBI Imposto sobre Transmissão Onerosa de Bens Imóveis ITR Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural IVA Imposto sobre o Valor Agregado LC Lei Complementar ME Microempresas MEI Microempreendedor Individual AOB Ordem dos Advogados do Brasil PEC Proposta de Emenda Constitucional PGDAS Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples PGFN Procuradoria Geral da Fazenda Nacional PIB Produto Interno Bruto Nacional PIS/PASEP Contribuição para o Programa de Integração Social e Formação do Patrimônio do Servidor PJ Pessoa Jurídica RFB Secretaria da Receita Federal do Brasil SEBRRAE Serviço Brasileirode Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAC Serviço Nacional do Comércio SENAI Serviço Nacional de Apoio à Indústria SERPRO Serviço Federal de Processamento de Dados SESC Serviço Social do Comércio SESI Serviço Social da Indústria SIMEI Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos abrangido pelo Simples Nacional SIMPLES NACIONAL Regime único simplificado de apuração e arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 2 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................... 11 2.1 Tema e Delimitação do Tema .............................................................................. 11 2.2 Problema da pesquisa .......................................................................................... 11 2.3 Justificativas ........................................................................................................ 11 2.4 Objetivos .............................................................................................................. 12 2.4.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 12 2.4.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 12 3 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 13 3.1 Legislação tributária ............................................................................................ 13 3.1.1 Vigência .............................................................................................................. 13 3.1.2 Aplicação ............................................................................................................ 13 3.1.3 Principios constitucionais do sistema tributário nacional ................................... 13 3.1.4 Forma de tributação ............................................................................................ 15 3.2 Simples nacional ................................................................................................. 16 3.2.1 Histórico ............................................................................................................. 16 3.2.2 Vedações de ingresso no simples nacional ......................................................... 16 3.2.3 Definições de ME/EPP ....................................................................................... 17 3.2.4 Vedações ao estatuto ........................................................................................... 18 3.2.5 Vedações específicas .......................................................................................... 19 3.2.6 O agendamento da opção pelo simples nacional ................................................ 21 3.2.7 Inicio das atividades ........................................................................................... 22 3.2.8 Tributos compreendidos ..................................................................................... 22 3.2.9 Tributos não compreendidos ............................................................................... 29 3.2.10 Limites proporcionais no inicio da atividade ...................................................... 30 3.2.11 Cálculo dos tributos devidos ............................................................................... 31 3.2.12 Segregação das receitas ...................................................................................... 32 3.2.13 Devolução de mercadoria em período posterior ao da venda ............................. 33 3.2.14 Identificação das alíquotas .................................................................................. 33 3.2.15 Exclusão do simples nacional ............................................................................. 34 3.2.16 Exclusão por opção do contribuinte ................................................................... 34 3.2.17 Exclusão por impedimento legal ........................................................................ 35 9 3.2.18 Exclusão de ofício ............................................................................................... 35 3.2.19 Exclusão por existência de débitos com a fazenda pública ................................ 36 3.2.20 Tributação a partir do início dos efeitos da exclusão ......................................... 37 3.3 Alterações para 2018 no simples nacional .......................................................... 37 3.3.1 Redução de faixas e novas alíquotas .................................................................. 37 3.3.2 Redução no número de tabelas ........................................................................... 38 3.3.3 Atividades autorizadas a ingressar no simples nacional ..................................... 39 3.3.4 Parcelamento ....................................................................................................... 40 3.3.5 Investidor - anjo .................................................................................................. 40 3.3.6 Empresa simples de crédito ................................................................................ 41 3.3.7 Regras de transição ............................................................................................. 41 4 MÉTODOS DE PESQUISA ............................................................................. 42 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................... 43 5.1 Descrição da empresa estudada ........................................................................... 43 5.2 Lei complementar nº 123/06 - cálculo vigente 2017 ........................................... 43 5.3 Lei complementar nº 155/16 - nova regra de cálculo .......................................... 45 5.4 Considerações finais ........................................................................................... 47 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 48 ANEXO 1 – Anexos lei complementar nº 123/2006. ....................................... 50 ANEXO 2 - Anexos da lei complementar nº 155/2016 .................................... 56 10 1 INTRODUÇÃO O Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas microempresas e empresas de pequeno porte, também conhecido como Simples Nacional, foi instituído pela Lei Complementar n° 123/2006 (artigos 12 a 41), conforme disposto no artigo 146, inciso III e parágrafo único, da Constituição Federal de 1988. A Lei Complementar n° 123 de 14 de dezembro de 2006, ao instituir o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, estabeleceu um amplo conjunto de tratamentos favorecidos a tais empresas, não só na esfera tributária, mas também em relação a obrigações trabalhistas, registro empresarial, acesso à justiça, sendo que o regime diferenciado de tributação do Simples Nacional é apenas um dos benefícios. Por ser um regime opcional, uma empresa pode ser considerada microempresa e empresa de pequeno porte e não estar enquadrada no regime Simples Nacional. No entanto, a recíproca não é verdadeira, ou seja, para enquadramento no Simples Nacional, a empresa, obrigatoriamente, deverá ser uma microempresa ou empresa de pequeno porte. Para 2018 o novo simples nacional terá novo formato, inicialmente foi aprovado pela câmara dos deputados em setembro de2015, passou pelo senado federal em junho de 2016, como sofreu modificações, foi novamente apreciado pelos deputados, sendo a sua versão final aprovada por unanimidade em 4 de outubro de 2016. A lei complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016 começa a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2018 e tem como objetivo reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional. Essa nova lei introduz uma série de mudanças, entre elas, novo limite máximo de receita bruta anual para que pequenas empresas participem do regime especial de tributação. A ampliação do teto, passando de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões, equivale a uma média mensal de faturamento de R$ 400 mil. As mudanças incluem novas alíquotas, por faixa de enquadramento e o novo cálculo que leva em consideração a receita bruta acumulada nos doze meses anteriores, com valores diferenciados por faixas de faturamento. As tabelas serão resumidas em cinco anexos, sendo três para serviços, um para comércio e outro para indústria, também a quantidade de faixas de faturamento caiu de vinte para seis, além de prever o parcelamento de débitos e a entrada do investidor anjo em 2017. . 11 2 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 2.1 Tema e Delimitação do Tema A Lei complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016 institui uma reorganização na forma de tributação para empresa optantes do simples nacional, dessa forma este trabalho teve como objetivo esclarecer as principais mudança para 2018 e realizou uma aplicação prática, utilizando como objeto de estudo um empresa de pequeno porte, localizada em Boa Esperança Paraná, foi usado como dados para aplicaçãoos ultimos 12 meses de faturamento de outubro de 2016 a setembro de 2017. 2.2 Problema da Pesquisa Quais implicações financeiras ocorrerão com as medidas da lei complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016, previstas para 2018, em uma empresa do segmento comercio varejista, optante pelo simples nacional ? 2.3 Justificativas Segundo dados estatísticos do ano de 2017 extraídos pelo portal do Simples Nacional o Brasil tem atualmente 12 milhões de empresas optantes pelo Simples Nacional, no Paraná são mais de 821 mil, em Campo Mourão e região são 7.959 empresas. Levando em consideração os dados expostos acima e de considerar os efeitos que as empresas do simples influenciam sobre a economia do nosso país. Infelizmente estamos passando por uma realidade tributária e legislativa visivelmente complexa, existem uma grande quantidade de leis, tributos, taxas e contribuições. Essa demasiada complicação inviabiliza a continuidade de determinados produtos e serviços a um preço compativil a mercado consumidor. Os profissionais da contabilidade e osempresáriospara conseguir acompanhar todas as mudança tributárias, legais e normas técnicas, precisam ler muitas horas. Ainda existem obrigações acessórias, arquivos digitais, declarações, formulários, livros e guias que uma empresa deve cumprir para consegurir atender o fisco em dia. Desta forma, o grande volume de informações e sua contínua complexidade acabam dificultando a aplicação as rotinas e planejamentos. Além do maisas pessoas responsáveis pela empresa dispõem de pouco tempo 12 para dedicar ao estudo das legislações pertinentes, resignando-se ao cumprimento das rotinas e recolhimento dos tributos, às vezes de forma imprecisa ou incorreta. Tais mudanças tributárias e lesgislativas afetam diretamente a economia e proporcionalmente as micro e pequenas empresas, que são responsáveis por boa parte da arrecadação de tributos em nosso país. Dessa forma este trabalho teve, como objetivo de facilitar o entendimento da Lei Complementar nº 155, de outubro de 2016, que entrará em vigor a partir de 2018 e preparar os empresários e os profissionais da contabilidade para a real necessidade do mercado. 2.4 Objetivo Abordou os principais conceitos e particularidades do Simples Nacional elencados na Lei Complementar nº 123/2006 eesclareceu os principais pontos de alterações que a Lei Complementar nº 155/2016 efetuou no regime do simples nacional e demonstrou os cálculos dos impostos do segmento comércio, tributado pelo anexo I. 2.5 Objetivo Geral Analisar as implicações financeiras que a Lei complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016 causou a uma empresa do segmento comercio varejista, optante pelo simples nacional. 2.6 Objetivos Especificos • Efetuar um estudo sobre a lei complemenatar nº 123 /2006. • Demonstrar as principais mudanças no simples nacional para 2018. • Executar uma aplicação práticalevando em consideração as mudanças efeuatadas pela lei complementar 155/2016. 13 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Legislação Tributária A legislação tributária se refere às leis referentes à definição de tributos, atribuição de responsabilidade tributária e à cobrança de tributos no país, incluindo a fiscalização e as penalidades para quem não cumpre a lei. Segundo Art. 96/CTN “A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes”. Conforme exposto acima, percebe-se que a Legislação Tributária indica os atos que constituem as fontes normativas do Direito Tributário no sistema positivo brasileiro. 3.1.1 Vigência A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo, Art. 101/CTN. Segundo Harada (2006, p/ 474) a “vigência é qualidade daquilo que está em vigor, isto é, diz respeito á validade formal da lei.” Assim sendo, entende-se que uma lei para que seja legalmente aplicada, deve estar em vigor. E no que diz respeito ao tempo, a lei entra em vigor 45 dias depois da sua publicação oficial, exceto se estiver estipulado o contrário. As disposições legais aplicáveis ás normas jurídicas em geral estão estabelecidas na Lei de Introdução ao Código Civil Lei 4.657/1942 que estabelece em seu art. 1º: “... salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. 3.1.2 Aplicação Art. 105/CTN “A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do artigo 116.” 14 De acordo com o artigo citado acima, entende-se que iniciada a concretização do fato gerador aplica-se a norma que então vigorava, mesmo que no curso deste venha ocorrer alteração da lei. Não se admite no âmbito tributário que o contribuinte seja surpreendido por uma tributação que não tinha conhecimento. 3.1.3 Princípios Constitucionais do Sistema Tributário Nacional O Sistema Constitucional Tributário está sujeito a uma série de Princípios constitucionais: Princípio da Legalidade: O texto do referido art. 150, I da CF/88 estabelece que "é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça". Esse princípio limita a atuação do poder tributante em prol da justiça e da segurança jurídica dos contribuintes. Princípio da Igualdade: Segundo art.150, II, CF/88, este princípio proíbe distinção arbitrária, entre contribuintes que se encontrem em situações semelhantes. Visa a garantia do indivíduo, evitando perseguições e favoritismos. "Nem pode o aplicador,diante da lei, discriminar, nem se autoriza o legislador, ao ditar a lei a fazer discriminações". Princípio da Irretroatividade: De acordo com art. 150, III, “a”, CF/88, este princípio proíbe a lei de retroagir: ou seja, não podem ser exigidos tributos sobre fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que instituiu ou aumentou algum tributo. Princípio da Anterioridade: Segundo art. 150, III, “b”, CF/88, este princípio estabelece que os entes tributantes não podem exigir tributos no mesmo exercício financeiro em que estes foram criados ou majorados. Sendo que o mesmo não se aplica aos seguintes tributos: Empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias, IPI, IOF, II, IE, que poderão ter alteradas suas regras, inclusive com aumento da carga tributária, no próprio exercício financeiro. Princípio do Não Confisco: De acordo com art. 150, IV, CF/88, este princípio visa estabelecer uma limitação á atividade tributária do Estado, estabelecendo que o valor do tributo não poderá ter alíquota tão elevada a pontode representar a perda do bem ou mercadoria sobre o qual esteja incidindo. A cobrança não poderá significar a perda do bem, pois se assim fosse, estaríamos diante da possibilidade de negar vigência do princípio da garantia da propriedade privada. 15 3.1.4 Forma de Tributação As Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são tributadas por uma das seguintes formas: a) Lucro Real b) Lucro Presumido. c) Lucro Arbitrado. d) Simples Nacional Segundo Pinto (2007, p.49) determina da seguinte forma a tributação do imposto de renda: A partir do ano-calendário de 1997, o Imposto de Renda das pessoas jurídicas passou a ser determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano- calendário. Conforme art. 43/ CTN dispõe da seguinte forma o fato gerador do IR: Art. 43/CTN - O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital,do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1ºA incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. § 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. 16 3.2 Simples Nacional 3.2.1 Histórico O art. 179 da Constituição Federal estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. Baseado nisso foi editada a Lei Complementar nº123/06, publicada no DOU de 15, de dezembro de 2006, instituindo o Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, estabelecendo normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às ME e EPP no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere: a) à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias, denominado de simples nacional; b) ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; c) ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão. 3.2.2 Vedações de ingresso no simples nacional O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, destinado exclusivamente às micro e pequenas empresas. Além do porte do contribuinte, a legislação ainda estabelece diversas restrições que impedem a opção pelo regime. A Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere: 17 a) - à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias; b) - ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; c) - ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão. d) - ao cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014). Toda nova obrigação que atinja as microempresas e empresas de pequeno porte deverá apresentar, no instrumento que a instituiu (Contrato Social), especificação do tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para cumprimento do estatuto da ME/EPP. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014). O contribuinte estará impedido de usufruir de qualquer benefício previsto na Lei Complementar nº 123/2006. Caso se encaixe nas vedações do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; A vedação será restrita ao regime tributário Simples Nacional se o contribuinte verificar que não incorre em nenhuma das vedações estatuto , e que apenas não pode fazer a opção pelo regime tributário por não ser interessante ou pelo CNAE esta impeditivo, todavia o contribuinte poderá aproveitar os demais benefícios previstos no Estatuto das Micro e Pequenas Empresas, como os societários, trabalhistas, mercadológicos e outros. 3.2.3 Definição de ME/EPP Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, e a sociedade de advogados registrada na forma do art. 15 da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 “registrados na OAB” , desde que: a) No caso das microempresas, aufira, em cada ano calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00; 18 b) no caso das empresas de pequeno porte, aufira, em cada ano calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 em vigor até 31/12/2017. b.1) no caso das empresas de pequeno porte, aufira, em cada ano calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 em vigor a partir de 01/01/2018, Alterado pela LC 155/2016. 3.2.4 Vedações ao estatuto Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto no Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, incluído o Simples Nacional, para nenhum efeito legal, a microempresa ou empresa de pequeno porte: a) de cujo capital participeoutra pessoa jurídica; b) que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; c) de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 no ano calendário 2016, e R$ 4.800.000,00 a partir de 2018; d) cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada pelo Estatuto, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 no ano calendário2016, e R$ 4.800.000,00 a partir de 2018; e) cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 no ano calendário 2016, e R$ 4.800.000,00 a partir de 2018; f) constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; g) que participe do capital de outra pessoa jurídica; h) que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; i) resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos calendário anteriores; 19 j) constituída sob a forma de sociedade por ações; k) cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade.(incluída pela Lei Complementar 147/2014). (Base Legal:art. 3º, § 4º da Lei Complementar nº 123/2006, alterada pela Lei Complementar nº 147/2014;art. 15, I a XI,e § 1º da Resolução CGSN nº 94/2011). 3.2.5 Vedações específicas Para ingresso ao Simples Nacional, além de não poder incorrer nas vedações ao Estatuto, as micro e pequenas empresas não poderão se enquadrar ainda nas vedações de caráter específico ao regime unificado. Caso se insiram em uma das vedações específicas ao Simples Nacional, não será possível a opção ou permanência no regime unificado. Será admitida, no entanto, a fruição dos demais benefícios do Estatuto Nacional. As vedações estão divididas em três grupos: 1º grupo - Restrições relativas ao quadro societário a) sócio domiciliado no exterior; b) participação no capital social de entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal. 2º grupo - Restrições relativas às atividades exercidas Por ser um regime especial e preferencial que, em tese, consiste em uma redução da carga tributária, o legislador elencou diversas atividades que não poderão optar pelo regime. Pode-se considerar que essas vedações decorrem do fato de que determinadas atividades não necessitam desse incentivo ou que não é de interesse do legislador apoiá-las. Para fins de opção ao regime, a pessoa jurídica não pode exercer nenhuma das atividades vedadas, mesmo que esta represente um pequeno percentual diante das demais atividades admitidas. As vedações em relação à atividade exercida são: a) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); b) geração, transmissão, distribuição ou comercialização de energia elétrica; c) importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; d) importação de combustíveis; e) produção ou venda no atacado de: 20 f) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes; g) cessão ou locação de mão de obra; h) loteamento e incorporação de imóveis. k) locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS. 3º grupo - Restrições em decorrência da existência de débitos Não poderá optar pelo Simples Nacional a pessoa jurídica que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa. Para um débito ser inscrito na PGFN há um longo caminho, todavia, a existência de débitos em um único mês, seja com a União, os Estados ou Municípios, já pode impedir a opção ao Simples Nacional. Outra questão relevante à presente vedação refere-se à abrangência do conceito de débitos. A Lei Complementar estabelece que a vedação refere-se à existência de débito com qualquer uma das Fazendas Públicas. Incluindo, por exemplo, o IPTU e o IPVA, Multa de Transito no nome da PJ. OBS: O Comitê Gestor considera até mesmo a ausência ou irregularidade na inscrição municipal ou estadual como impeditiva à opção pelo Simples Nacional, conforme dispões art. 17, XVI, LC 123/2006. Não obstante o exposto, observa-se um avanço em relação aos interesses dos contribuintes. O sistema anterior vedava a opção ao regime unificado em relação à pessoa jurídica cujo titular, ou sócio que participasse com mais de 10% (dez por cento), estivesse inscrito na Dívida Ativa da União ou do INSS (Art. 9º, XVI, da Lei nº 9.317/1996). Ou seja, a existência de débitos no Simples Federal alcançava inclusive o titular ou sócios da pessoa jurídica. No Simples Nacional, por falta de previsão legal, essa vedação alcança somente aos débitos da própria pessoa jurídica interessada na opção ao regime unificado, ou seja, os débitos ligados a pessoa física do sócio não impede a empresa dele se optar pelo simples nacional. Faz-se importante observar que se a empresa tiver débitos cuja exigibilidade esteja suspensa conforme a letra “f” abaixo, podem optar pelo Simples Nacional sem nenhum problema. O Código Tributário Nacional diz que (Lei nº 5.172/1972), suspendem a exigibilidade do crédito tributário: a) moratória; b) o depósito do seu montante integral; c) as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; 21 d) a concessão de medida liminar em mandado de segurança; e) a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; f) o parcelamento. 3.2.6 O agendamento da opção pelo simples nacional O agendamento é um serviço que objetiva facilitar o processo de ingresso no Simples Nacional, possibilitando ao contribuinte manifestar o seu interesse pela opção para o ano subsequente, antecipando as verificações de pendências impeditivas ao ingresso no Regime. Assim, o contribuinte poderá dispor de mais tempo para regularizar as pendências porventura identificadas. Não havendo pendências, o agendamento para a opção será confirmado. No primeiro dia subsequente ano do agendamento, será gerado o registro da opção pelo Simples Nacional, automaticamente. Para confirmar o ingresso no regime, recomenda-se acessar o portal do Simples Nacional, serviço Consulta Optantes, no início de janeiro. Caso sejam identificadas pendências, o agendamento não será aceito. O contribuinte poderá regularizar essas pendências e proceder a um novo agendamento até o ultimo dia do ano de pedido. Após este prazo, a empresa ainda poderá solicitar a opção pelo Simples Nacional para o subsequente até o último dia útil do mês de janeiro. No mesmo período do agendamento, é possível o cancelamento do agendamento da opção por meio deaplicativo disponibilizado no Portal do Simples Nacional. • Não haverá agendamento para opção pelo SIMEI. • Não haverá agendamento para empresas em início de atividade. No momento da opção, o contribuinte deverá prestar declaração quanto ao não enquadramento nas vedações ao Simples Nacional (art. 15 da Resolução CGSN nº 94/2011) independentemente das verificações efetuadas pelos entes federados. Receita Federal do Brasil disponibilizará aos Estados, Distrito Federal e Municípios relação dos contribuintes para verificação quanto à regularidade para a opção pelo Simples Nacional, e, posteriormente, a relação dos contribuintes que tiveram a sua opção deferida. 22 3.2.7 Início das atividades No caso de início de atividade da ME ou EPP no ano calendário da opção, deverá ser observado o seguinte: É importante prezar pela agilidade, porque não podem ter se passado 180 dias corridos após a inscrição no CNPJ. Por isso, o ideal é fazer as inscrições estadual e municipal logo em seguida do CNPJ. Se o prazo estiver ultrapassado, o empresário só vai poder se cadastrar no programa em janeiro do ano seguinte. No caso de início de atividade da ME ou EPP no ano-calendário da opção, deverá ser observado o seguinte: A ME ou EPP, após efetuar a inscrição no CNPJ, bem como obter a sua inscrição municipal e, caso exigível, a estadual, terá o prazo de até 30 (trinta) dias, contados do último deferimento de inscrição, para efetuar a opção pelo Simples Nacional desde que não ultrapasse da inscrição do CNPJ. A opção pelo Simples Nacional implica aceitação de sistema de comunicação eletrônica, a ser disponibilizado no Portal do Simples Nacional, destinado, dentre outras finalidades, a: a) cientificar o sujeito passivo de quaisquer tipos de atos administrativos, incluídos os relativos ao indeferimento de opção; b) encaminhar notificações e intimações; e c) expedir avisos em geral. 3.2.8 Tributos compreendidos O Simples Nacional compreende, com algumas restrições e exceções, o recolhimento mensal e conjunto, em um único documento de arrecadação, dos seguintes tributos, de acordo com o artigo 13 da Lei Complementar n° 123/2006: 23 Quadro 1: Tributos compreendidos no simples nacional TRIBUTOS COMPETÊNCIA EXCEÇÕES (TRIBUTOS RECOLHIDO A PARTE) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) Federal - Imposto de Renda relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável, sendo ela considerada definitiva; Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Federal IPI incidente na importação de bens e serviços. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Federal Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) Federal COFINS incidente na importação de bens e serviços. Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) Federal PIS/PASEP incidente na importação de bens e serviços. Contribuição Patronal Previdenciária (CPP) para a Seguridade Social Obs.: será incidente a cargo da pessoa jurídica, de que trata o artigo 22 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no Federal - CPP relativa ao trabalhador; - CPP relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual. Continua 24 TRIBUTOS COMPETÊNCIA EXCEÇÕES (TRIBUTOS RECOLHIDO A PARTE) caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dediquem às atividades de prestação de serviços de construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de sub-empreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; serviço de vigilância, limpeza ou conservação e serviços advocatícios. Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) Estadual O Comitê Gestor do Simples Nacional disciplinará a forma e as condições em que será atribuída à microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional a qualidade de substituta tributária, inclusive sobre a forma e as condições em que será estabelecido o regime de antecipação do ICMS nas operações com bens ou Continua 25 TRIBUTOS COMPETÊNCIA EXCEÇÕES (TRIBUTOS RECOLHIDO A PARTE) mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal(Lei Complementar n° 123/2006, artigo 13, § 6°, inciso I e II). A partir de 01.01.2016, o recolhimento do ICMS será disciplinado por convênio celebrado pelos Estados e pelo Distrito Federal, ouvidos o CGSNe os representantes dos segmentoseconômicosenvol vidos, nas seguintes condições: - Nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária; - Por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou distrital vigente; - Na entrada, no território do Estado ou do Distrito, Continua 26 TRIBUTOS COMPETÊNCIA EXCEÇÕES (TRIBUTOS RECOLHIDO A PARTE) de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização; - Por ocasião do desembaraço aduaneiro; - Na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal; - Na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; Nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime deantecipaçãodo recolhimento do imposto, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal, que será calculado tomando por base as alíquotas aplicáveis às pessoas jurídicas não optantes pelo Simples Nacional Continua 27 TRIBUTOS COMPETÊNCIA EXCEÇÕES (TRIBUTOS RECOLHIDO A PARTE) (Lei Complementar n° 123/2006, artigo 13, § 5°): a) com encerramento da tributação, analisando os serviços dispostos nos §§ 5°-C a 5°-F e 5°-I, artigo 18 da Lei Complementar n° 123/2006; b) sem encerramento da tributação, hipótese em que será cobrada a diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sendo vedada a agregação de qualquer valor. Nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias, não sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual. Será calculado tomando por base as alíquotas aplicáveis às pessoas jurídicas não optantes pelo Simples Nacional.Continua 28 TRIBUTOS COMPETÊNCIA EXCEÇÕES (TRIBUTOS RECOLHIDO A PARTE) (Lei Complementar n° 123/2006, artigo 13, § 5°). - Será disciplinado por convênio relativamente às bebidas não alcóolicas, massas alimentícias, produtos lácteos, carnes e suas preparações, preparações à base de cereais, chocolates, produtos de padaria e da indústria de bolachas e biscoitos, preparações para molhos e molhos preparados, preparações de produtos vegetais, telhas e outros produtos cerâmicos para construção edetergentes nas operações, preparações à base de cereais, chocolates, produtos de padaria e da indústria de bolachas e biscoitos, preparações para molhos e molhos preparados, preparações de produtos vegetais, telhas e outros Continua 29 TRIBUTOS COMPETÊNCIA EXCEÇÕES (TRIBUTOS RECOLHIDO A PARTE) produtos cerâmicos para construção edetergentes nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária fabricados em escala industrial (Lei Complementar n° 123/2006, artigo 13, § 8°). Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) Municipal ISS em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte e na importação de serviços. Fonte: Lei complementar nº 123/2006: artigo 13 3.2.9 Tributos não compreendidos O recolhimento unificado não exclui a incidência dos impostos ou contribuições relacionados a seguir, quando a pessoa jurídica estiver na condição de contribuinte ou responsável pelo recolhimento (Lei Complementar n° 123/2006, artigo 13, § 1°): a) Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF); b) Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros (II); c) Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados (IE); d) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR); e) Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF); f) Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 30 Caso haja demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios não descritos anteriormente, o mesmo deverá ser recolhido (Lei Complementar n° 123/2006, artigo 13, inciso XV). As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o artigo 240 da Constituição Federal, e demais entidades de serviço social autônomo (Lei Complementar n° 123/2006, artigo 13, § 3°). 3.2.10 Limites proporcionais no inicio da atividade Quando o estabelecimento estiver em início de atividade, as empresas não terão como acumular as receitas auferidas nos últimos 12 meses ou anteriores, conforme determina o artigo 18 da Lei Complementar n° 123/2006, que determina as faixas de receita bruta das tabelas de alíquotas serão proporcionalizadas em função do número de meses de atividade do período, sendo necessária a adoção de cálculo em separado para determinação da alíquota e faixa correspondente. Quadro 2: Limites proporcionais no inicio da atividade Meses de Atividade Meses de Atividade Limite anual ÷ 12 x meses em atividade Meses de Atividade Limite anual ÷ 12 x meses em atividade 1 R$30.000,00 R$ 300.000,00 2 R$60.000,00 R$ 600.000,00 3 R$90.000,00 R$ 900.000,00 4 R$ 120.000,00 R$1.200.000,00 5 R$ 150.000,00 R$1.500.000,00 6 R$ 180.000,00 R$1.800.000,00 7 R$ 210.000,00 R$2.100.000,00 8 R$ 240.000,00 R$2.400.000,00 9 R$ 270.000,00 R$2.700.000,00 10 R$ 300.000,00 R$3.000.000,00 11 R$ 330.000,00 R$3.300.000,00 12 R$ 360.000,00 R$3.600.000,00 Fonte: Lei complementar nº 123/2006: Artigo 18 31 3.2.11 Cálculo dos tributos devidos O cálculo dos tributos devidos pelo contribuinte optante Simples Nacional será efetuado considerando a receita bruta mensal. A legislação federal conceitua receita bruta como sendo o resultado das atividades constantes dos objetivos sociais da empresa, que abrange o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e oresultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Nos termos do artigo 3°, § 1°, da Lei Complementar n° 123/2006, considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. As receitas decorrentes da venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços devem ser reconhecidas quando do faturamento, da entrega do bem ou do direito ou à proporção em que os serviços são efetivamente prestados, o que primeiro ocorrer. Esta regra aplica-se aos valores recebidos adiantadamente, ainda que no regime de caixa, e às vendas para entrega futura. Compõem também a receita bruta: a) o custo do financiamento nas vendas a prazo, contido no valor dos bens ou serviços ou destacado no documento fiscal; b) as gorjetas, sejam elas compulsórias ou não; c) os royalties, aluguéis e demais receitas decorrentes de cessão de direito de uso ou gozo; d) as verbas de patrocínio. No cálculo dos tributos integrantes do Simples Nacional, não deverão ser consideradas as demais receitas auferidas pela empresa, não originárias de atividade comercial (venda de mercadorias ou prestação de serviços), como é o caso das receitas de aplicações financeiras, ganhos obtidos em bolsa de valores, no mercado de balcão ou de mercadorias, juros recebidos, descontos auferidos, etc. Empresa que deseja auferir novas receitas, deve, inicialmente, alterar o objeto social do contrato de constituição para incluir as novas atividades econômicas, além do cadastro CNPJ da RFB e demais órgãos envolvidos. Não compõem a receita bruta: 32 a) a venda de bens do ativo imobilizado, (ativo tangível utilizado para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, ou para locação por outros, para investimento, ou para fins administrativos; e cuja desincorporação ocorra somente a partir do 2° ano subsequente ao da respectiva entrada); b) os juros moratórios, as multas e quaisquer outros encargos auferidos em decorrência do atraso no pagamento de operações ou prestações; c) a remessa de mercadorias a título de bonificação, doação ou brinde, desde que seja incondicional e não haja contraprestação por parte do destinatário; d) a remessa de amostra grátis; e) os valores recebidos a título de multa ou indenização por rescisão contratual, desde que não corresponda à parte executada do contrato. 3.2.12 Segregação das receitas As empresas que possuem uma única atividade em conformidade com os objetivos sociais deverão somar os valores do faturamento mensal e acumular a soma com o total auferido durante o ano. Já para empresas que possuem mais de uma atividade, deverão ser mantidos controles distintos para cada tipo de receita, em razão da incidência tributáriaser diferenciada por atividade. No Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (PGDAS- D), os tributos sujeitos ao regime de substituição tributária não serão incluídos no Simples Nacional, sendo recolhidos separadamente pelo contribuinte na condição de substituto (ou seja, aquele que sofre o ônus do tributo, ou fonte pagadora) ao ente federado, observadas as definições para cada tributo, nos termos da Resolução CGSN n° 94/2011. Quanto às empresas enquadradas na condição de substituídas, hipótese em que o imposto já foi recolhido anteriormente, não poderão sofrer nova tributação. Para tanto, será efetuada a segregação, de forma a excluir o imposto que já foi recolhido por outro contribuinte na condição de substituto. A mesma segregação será observada e aplicada para as receitas de exportação de bens ou serviços, que são isentas de PIS, COFINS, ICMS do ISS. 33 3.2.13 Devolução de mercadoria em período posterior ao da venda Nos termos do artigo 17 da Resolução CGSN n° 94/2011, na hipótese de devolução de mercadoria vendida por empresa optante pelo Simples Nacional, em período de apuração posterior ao da venda, deverá ser observado o seguinte: a) o valor da mercadoria devolvida deve ser deduzido da receita bruta total, no período de apuração do mês da devolução, segregada pelas regras vigentes no Simples Nacional nesse mês; b) caso o valor da mercadoria devolvida seja superior ao da receita bruta total ou das receitas segregadas relativas ao mês da devolução, o saldo remanescente deverá ser deduzido nos meses subsequentes, até ser integralmente deduzido. Para a empresa optante pelo Simples Nacional tributada com base no critério de apuração de receitas pelo Regime de Caixa, o valor a ser deduzido limita-se ao valor efetivamente devolvido ao adquirente. O cancelamento de documento fiscal, nas situações autorizadas pelo respectivo ente federado, o valor do documento cancelado deverá ser deduzido no período de apuração no qual tenha havido a tributação originária, quando o cancelamento se der em período posterior. Na emissão de novo documento fiscal em substituição ao cancelado, o valor correspondente deve ser oferecido à tributação no período de apuração relativo ao da operação ou prestação originária. Para os optantes pelo Regime de Caixa, o valor a ser deduzido está limitado ao valor efetivamente devolvido ao adquirente ou tomador. 3.2.14 Identificação das alíquotas Para determinação das alíquotas a serem aplicadas sobre a base de cálculo pelo optante Simples Nacional, caberá ao contribuinte acumular o total das receitas auferidas nos 12 meses anteriores ao mês de tributação, devendo comparar com as faixas de receita bruta da respectiva tabela de incidência, a fim de identificar a alíquota a ser aplicada sobre a receita bruta daquele mês. A Lei Complementar n° 123/2006 e a Resolução CGSN n° 94/2011 contemplam 6 tabelas de alíquotas básicas a serem utilizadas no cálculo do imposto devido pelo Simples Nacional, sendo aplicadas para microempresas ou empresas de pequeno porte, em conformidade com a atividade do estabelecimento ou CNAE (Código Nacional de Atividade). 34 O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação das alíquotas constantes das tabelas a seguir sobre a base de cálculo. 3.2.15 Exclusão do simples nacional A exclusão do Simples Nacional poderá ser efetuada mediante comunicação da própria empresa, caso o contribuinte não deseje mais fazer parte do regime ou quando a empresa incorrer em situações que vedam sua permanência no Simples Nacional. A empresa poderá ser excluída de ofício pelas autoridades fiscais, nas hipóteses previstas na legislação. 3.2.16 Exclusão por opção do contribuinte A exclusão por opção do contribuinte, mediante comunicação voluntária, poderá ser comunicada a qualquer tempo, produzindo efeitos: a) a partir de 1° de janeiro do ano-calendário, se comunicada no próprio mês de janeiro; b) a partir de 1° de janeiro do ano-calendário subsequente, se comunicada nos demais meses. A comunicação será efetuada através de solicitação no Portal do Simples Nacional na Internet. 3.2.17 Exclusão por impedimento legal Quando a empresa incorrer nas situações que vedam sua permanência no Simples Nacional, relacionadas no artigo 73, inciso II, da Resolução CSGN n° 94/2011, deve efetuar a comunicação solicitando sua exclusão do regime Simples Nacional. A comunicação será efetuada através de solicitação no Portal do Simples Nacional na Internet. 35 3.2.18 Exclusão de ofício A competência para exclusão, de ofício, de microempresas e empresas de pequeno porte do regime Simples Nacional é da Receita Federal e das Secretarias de Fazenda ou de Finanças do Estado ou do Distrito Federal, segundo a localização do estabelecimento. Tratando-se de prestação de serviços incluídos na competência tributária municipal, a competência será também do respectivo Município. Segundo previsto no artigo 29 da Lei Complementar n° 123/2006, é cabível a exclusão de ofício das empresas do Simples Nacional nas seguintes hipóteses: a) quando verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória; b) quando for oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de exibição de livros e documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo não fornecimento de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou atividade que estiverem intimadas a apresentar, e nas demais hipóteses que autorizam a requisição de auxílio da força pública; c) quando for oferecida resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso ao estabelecimento, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam suas atividades ou se encontrem bens de sua propriedade; d) quando a sua constituição ocorrer por interpostas pessoas; e) quando tiver sido constatada prática reiterada de infração ao disposto nesta Lei Complementar; f) quando a empresa for declarada inapta, na forma dos artigos 81 e 82 da Lei n° 9.430/96; g) quando a empresa comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho; h) quando houver falta de escrituração do livro-caixa ou não seja possível a identificação da movimentação financeira, inclusive bancária; i) quando for constatado que, durante o ano-calendário, o valor das despesas pagas supera em 20% o valor de ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade; j) quando for constatado que, durante o ano-calendário, o valor das aquisições de mercadorias para comercialização ou industrialização, ressalvadas hipóteses justificadas de aumento de estoque, for superior a 80% dos ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade; 36 k) quando houver descumprimento reiterado da obrigação de emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviço, prevista no artigo 26, inciso I, da Lei Complementar n° 123/2006; l) quando a empresa omitir, de forma reiterada, da folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária, trabalhista ou tributária, segurado empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual que lhe preste serviço. Na hipótese prevista no item "a", quando verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória, o efeito da exclusão será definido de acordo com o motivo que enseja a exclusão, observado o disposto no artigo 30, incisos II, III, e IV e § 2°, da Lei Complementar n° 123/2006.Para os demais itens, a exclusão produzirá efeitos a partir do próprio mês em que ocorridas, impedindo a opção pelo Simples Nacional pelos próximos 3 anos-calendário seguintes. O prazo de 3 anos-calendário será elevado para 10 anos caso seja constatada a utilização de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento que induza ou mantenha a fiscalização em erro, com o fim de suprimir ou reduzir o pagamento de tributo apurável segundo o regime especial previsto na Lei Complementar n° 123/2006. 3.2.19 Exclusão por existência de débitos com a fazenda pública No caso da exclusão do Simples Nacional por existência de débitos com a Fazenda Pública, o contribuinte recebe um Ato Declaratório de Exclusão (ADE), enviado pela Receita Federal, identificando que os débitos relacionados no referido ADE devem ser regularizados por parcelamento ou pagamento a vista dentro do prazo de trinta dias contados do recebimento. Para o contribuinte que procede a regularização de todos os débitos dentro do prazo estabelecido pela Receita Federal, ocorre o cancelamento automático da exclusão do Simples Nacional, não havendo necessidade da pessoa jurídica adotar qualquer procedimento adicional. Entretanto, quando não ocorre a regularização de todos os débitos dentro do prazo mencionado, haverá exclusão de ofício do Simples Nacional, com efeitos a partir de janeiro do ano subsequente (Resolução CGSN n° 94/2011, artigo 76, inciso VI). 37 3.2.20 Tributação a partir do início dos efeitos da exclusão A ME ou EPP excluída do Simples Nacional sujeitar-se-á, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. O sujeito passivo poderá, assim, optar pelo recolhimento do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido na forma do lucro presumido, lucro real trimestral ou anual. Nesse caso, nas hipóteses de excesso de receita bruta no ano de início de atividade, a ME ou EPP excluída do Simples Nacional ficará sujeita ao pagamento da totalidade ou diferença dos respectivos tributos, devidos de conformidade com as normas gerais de incidência, acrescidos, tão-somente, de juros de mora, quando efetuado antes do início de procedimento de ofício, ressalvada a hipótese do desenquadramento retroativo. 3.3 Alterações para 2018 no simples nacional Foi publicada no dia 28, de outubro de 2016, a Lei Complementar nº 155, que altera o simples nacional instituído pela lei complementar nº 123, 14 de dezembro de 2006. O limite máximo de receita bruta anual para pequenas empresas optantes pelo regime de tributação Simples Nacional vai subir de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. O valor equivale a uma média mensal de R$ 400 mil de receita. Microempresas poderão faturar até R$ 360 mil ao ano e as Empresas de Pequeno Porte, R$ 4,8 milhões ao ano. Novo teto não contempla o ICMS e o ISS, de acordo com a lei complementar nº 155, 27 de outubro de 2016, quando a empresa optante pelo Simples Nacional exceder a receita bruta acumulada (12 meses) de R$ 3,6 milhões, deverá pagar separadamente do DAS o ICMS e o ISS. Isto porque o novo teto de R$ 4,8 milhões não contempla estes impostos. Microempreendedor Individual também sofreu alteraçãoo limite para enquadramento do Microempreendedor Individual – MEI será elevado de R$ 60 mil para R$ 81 mil. 3.3.1 Redução de faixas e novas alíquotas Na tabela anterior tínhamos 20 faixas diferentes de alíquotas onde aplicávamos diretamente o faturamento sobre a alíquota, ou seja, se sua empresa tivesse no anexo I – Comércio e tivesse faturado nos últimos 12 meses 1 milhão de reais você pagaria 8.28% de impostos sobre o faturamento do mês. 38 No novo formato do Simples Nacional duas coisas mudam; a primeira é o número de faixas que cai de 20 para 6 (vide tabelas no final trabalho) e a formula de calculo que deixa de ser uma multiplicação simples do faturamento pela alíquota para a aplicação da seguinte formula: Onde: RBT 12 X Aliq – PD RBT 12 RBT12 = Receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração; Aliq = Alíquota nominal constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar; PD = Parcela a deduzir constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar. A tributação de acordo com o novo texto do projeto de lei, as atividades abaixo passarão a apurar o Simples com base nas alíquotas do Anexo III (tributação mais favorável). Estas atividades atualmente apuram o Simples com base nas tabelas do Anexo VI. Para tanto, a despesa com folha de salários deve representar pelo menos 28% da receita bruta. Vale ressaltar que o Anexo VI da Lei Complementar nº 123/2006 será extinto. As atividades atualmente tributadas pelo anexo VI serão tributadas pelas alíquotas do Anexo III, se o valor de despesa representar pelo menos 28% da receita bruta, caso não representem será então tributada no anexo V pois o anexo VI não existirá mais a partir de 01/01/2018. Atividades incluídas no Anexo III: • Arquitetura e urbanismo; • Medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem; • Odontologia e prótese dentária; e • Psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia,fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite. Estas receitas serão tributadas com base nas alíquotas do Anexo III somente se o valor da folha de salários representar pelo menos 28% (Fator "r") da receita bruta. 3.3.2 Redução no número de tabelas As tabelas do Simples Nacional deixam de ser resumidas em seis anexos para cinco anexos, sendo um para comércio, um para indústria e três para serviços. 39 • Anexo 1 – Comércio • Anexo 2 – Indústria • Anexo 3 – Locação de bens móveis, e de prestação de serviços não relacionados no § 5o-C do art. 18 da lei complementar 25-I/07. • Anexo 4 – Prestação de serviços relacionados no § 5o-C do art. 18 da lei complementar 25-I/07. • Anexo 5 – Prestação de serviços relacionados no § 5o-I do art. 18 da lei complementar 25-I/07. 3.3.3 Atividades autorizadas a ingressar no simples nacional O Simples Nacional agora passa a contemplar muitas categorias que antes não eram permitidas, tais como: • Indústria ou comércio de bebidas alcoólicas como: micro e pequenas cervejarias; micro e pequenas vinícolas; produtores de licores e micro e pequenas destilarias desde que não produzam ou comercializem no atacado. • Serviços médicos como a própria atividade de medicina, inclusive laboratorial e enfermagem; medicina veterinária; odontologia; psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite. • Representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros; • Auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração; • Outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III, IV ou V da Lei Complementar 123/2006. • Organizações da sociedade civil (Oscips), com exceção de sindicatos, associações de classe ou de representação profissional e os partidos; • Sociedades cooperativas; • Sociedades integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; 40 • Organizações religiosas que se dediquem a atividades de cunho social. • A permissão para o empreendedor da área rural,com atividades de industrialização, comercialização ou prestação de serviços no enquadramento como MEI. 3.3.4 Parcelamento A Lei Complementar nº 155 prevê que os débitos vencidos até competência maio de 2016, poderão ser parcelados em até 120 meses, porém o valor mínimo da parcela permanece em R$ 300 reais para a micro e pequena empresa, e R$ 150 reais para o Microempreendedor Individual. 3.3.5 Investidor-anjo Ainda segundo a Lei Complementar nº 155 o investidor-anjo é uma pessoa física ou jurídica que poderá investir na ME ou EPP aportando capital, ou seja, fornecendo recursos para que a empresa se desenvolva e, com isso, depois ele recebe de volta esse investimento realizado. A grande vantagem para a empresa é que esse dinheiro que o "investidor-anjo" irá repassar não integrará o capital social da empresa e não será considerado como receita da sociedade. Assim, ela terá mais recursos para trabalhar sem que seja necessário sair do Simples. Para a ME ou EPP investida, os valores de capital aportado não são considerados receitas da sociedade. As principais características são que o investidor anjo não será considerado sócio, não terá direito a gerência ou voto, não responderá por qualquer divida da empresa, será remunerado por seu aportes, tem preferência em caso de venda, e resgate do aporte será efetuado no mínimo em 2 anos. Conforme Resolução CGSN 131/2016, a partir de 2017, a ME ou EPP optante pelo Simples Nacional que receber aporte de investidor-anjo estará obrigada a manter a ECD – Escrituração Contábil Digital. A falta de ECD para a ME e EPP que receber aporte de capital acima descrito implicará na exclusão de ofício da opção pelo simples nacional. 41 3.3.6 Empresa simples de crédito Outra novidade é a inclusão das atividades de crédito de fomento mercantil como a realização de operações de empréstimo, financiamento e desconto de títulos de crédito perante pessoas jurídicas, exclusivamente com recursos próprios. Importante frisar que as atividades deste tipo de empresa devem se restringir ao seu município sede e municípios limítrofes. 3.3.7 Regras de transição Regras de transição para a empresa de pequeno porte (EPP) que, em 2017, faturar entre R$ 3.600.000,01 e R$ 4.320.000,00 (ultrapassou o limite em ATÉ 20%): • A EPP não precisará comunicar sua exclusão. Pela LC 123/2006, a exclusão deveria ocorrer em janeiro/2018, mas não será necessária porque já estarão vigentes os novos limites. • No entanto, se a empresa comunicar sua exclusão, precisará fazer novo pedido de opção em janeiro/2018. Regras de transição para a empresa de pequeno porte (EPP) que, em 2017, faturar entre R$ 4.320.000,01 e R$ 4.800.000,00 (ultrapassou o limite em MAIS de 20%): • A EPP deverá comunicar sua exclusão no Portal do Simples Nacional quando a receita acumulada ultrapassar R$ 4.320.000,00, com efeitos para o mês seguinte ao da ocorrência do excesso. Se desejar, poderá fazer novo pedido de opção em Janeiro/2018. • Se o excesso ocorrer em dezembro/2017 a EPP não precisará fazer sua exclusão e novo pedido. A exclusão ocorreria em janeiro/2018, mas não será necessária porque já estarão vigentes os novos limites. No entanto, se comunicar sua exclusão, precisará fazer novo pedido de opção em janeiro/2018. No caso de início de atividade em 2017, o limite de R$ 3.600.000,00 deverá ser proporcionalizado pelo número de meses em atividade. Uma vez ultrapassado o limite proporcional em MAIS de 20%, a EPP deverá comunicar a exclusão com efeitos retroativos à data de abertura do CNPJ. Neste caso, não será optante pelo Simples Nacional em 2017.Poderá solicitar opção em Janeiro/2018, caso o novo limite proporcional não tenha sido ultrapassado. 42 4 METODOLOGIA DE PESQUISA Conforme Andrade (2003, p. 129) “Metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”. Almeida (2011, p. 19) afirma que “corresponde a um conjunto de procedimentos adotados em estudos aos quais se atribui a confiabilidade do rigor científico”. De acordo com a literatura metodológica, esta pesquisa é qualitativa. Conforme Junior (2009, p. 132) descreve que pesquisa qualitativa “é a descrição dos dados obtidos através dos instrumentos de coleta de dados. Consiste em buscar a compreensão particular daquilo que se está investigando”. Para coleta de dados utilizou a pesquisa documental, que para Gil (2002, p. 46) “assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo como os objetos da pesquisa”. A análise se deu com auxílio da pesquisa bibliográfica. Para Almeida (2011, p. 33) “a pesquisa bibliográfica tem como objeto apenas livros e artigos científicos, tendo normalmente a finalidade de buscar relações entre conceitos, características e idéias ”. Sendo assim, este trabalho abordou os principais conceitos e particularidades do Simples Nacional elencados na Lei Complementar nº 123, de 14 de outubro de 2006 e também esclarecer os principais pontos e as alterações que a Lei Complementar nº 155, 27 de outubro de 2016 erealizou uma aplicação prática, utilizando como objeto de estudo uma empresa de pequeno porte no segmento comércio, localizada em Boa Esperança Paraná, usando como dados os ultimos 12 meses de faturamento, de outubro de 2016 a setembro de 2017. 43 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5.1 Descrição da empresa estudada A Empresa foi criada em junho de 2001, instalada em Boa Esperança Paraná, com objetivo de satisfazer a demanda local, atuando na venda de mercadorias alimentícias ligada diretamente ao consumidor final ou aqueles que compram para atacado em varejo. A sua forma jurídica é constituída como firma individual, onde uma pessoa física responde pela empresa com seu patrimônio pessoal, levando o nome de empresário individual, tributada pelo simples nacional e considerada uma empresa de pequeno porte. 5.2 Lei complementar nº 123/06– cálculo vigente 2017 Foi considerado para análise o faturamento acumulado dos últimos 12 meses,dos períodos de outubro de 2016 a setembro de 2017. Os cálculos demonstrados abaixo teve como base legal a lei complementar nº 123, 15 de dezembro de 2006. Para efeito da determinação da alíquota foi considerado o acumulado dos doze meses anteriores. O valor devido mensal do imposto será determinado mediante aplicação das alíquotas constantes do Anexo I.Todas as receitas são decorrentes da revenda de mercadorias não sujeitas a substituição tributária. Formula matemática para cálculo do tributo: Receita Trib. X Alíquota = Valor do imposto Quadro3: Faturamento dos ultimos 12 meses MÊS ACUMULADO 12 MESES RECEITA ALÍQ. VALOR DO IMPOSTO 10/2016 1.316.406,83 122.789,02 7,65 % 9.393,36 11/2016 1.330.634,23 123.053,79 7,65 % 9.413,61 12/2016 1.368.792,42 145.318,95 7,65% 11.116,90 01/2017 1.396.213,47 115.098,49 7,65 % 8.805,04 02/2017 1.429.634,18 119.959,37 7,65 % 9.176,89 03/2017 1.468.411,03 130.595,47 8,23 % 10.748,01 04/2017 1.545.008,42 107.473,03 8,23 % 8.845,03 Continua 44 05/2017 1.540.598,63 152.821,68 8,23 % 12.577,22 06/2017 1.584.220,28
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