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Nota de Aula - DESISTENCIA VOLUNTARIA E ARREPENDIMENTO EFI

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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA 
Direito Penal I (PARTE GERAL) 
Período: 2013.1 
Nota de Aula 
Prof. Antonio Sergio 
 
DESISTENCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
(TENTATIVA ABANDONADA OU QUALIFICADA) 
 
1. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: “Trata-se da desistência no 
prosseguimento dos atos executórios do crime, feita de modo voluntário, 
respondendo o agente somente pelo que já praticou” (Nucci, 2013, p. 353). 
Vejamos outro conceito: “ocorre quando o agente voluntariamente desiste de 
prosseguir na execução do crime já iniciado e essa interrupção acaba sendo 
decisiva para evitar o resultado inicialmente desejado” (Luiz Flavio Gomes & 
Antonio Garcia-Pablos, 2009, p. 351). Esta prevista no artigo 15 do CP. 
 
2. ARREPENDIMENTO EFICAZ: “depois de já praticados todos os atos 
executórios suficientes à consumação do crime, o agente adota providências 
aptas a impedir a produção do resultado” (Cleber Masson, 2012, p. 339). Outro 
conceito: “o agente, após encerrar a execução do crime, impede a produção do 
resultado. Nesse caso, a execução vai até o final, não sendo interrompida pelo 
autor, no entanto, este, após esgotar a atividade executória, arrepende-se e 
impede o resultado. Exemplo: o agente descarrega sua arma de fogo na vítima, 
ferindo-a gravemente, mas, arrependendo-se do desejo de matá-la, presta-lhe 
imediato e exitoso socorro, impedindo o evento letal” (Capez, 2011, p. 272). 
Está previsto no artigo 15 do CP. 
 
3. DISTINÇÃO ENTRE DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E 
ARREPENDIMENTO EFICAZ: “na desistência voluntária, o agente interrompe 
a execução; no arrependimento eficaz, ela é realizada inteiramente, e, após, o 
resultado é impedido. A desistência equivale à tentativa inacabada, pois a 
execução não chega ao final, ao passo que o arrependimento eficaz é o 
sucedâneo da tentativa perfeita ou crime falho, pois encerra-se a atividade 
executória. Em ambos os casos, a diferença é a de que o resultado não se 
produz em razão da vontade do próprio agente” (Capez, 2011, p. 273). 
 
4. DISTINÇÃO ENTRE DESISTÊNCIA 
VOLUNTÁRIA/ARREPENDIMENTO EFICAZ E TENTATIVA: ”nas duas 
primeiras hipóteses, o agente, voluntariamente, não mais deseja chegar ao 
resultado, cessando a sua atividade executória (desistência voluntária) ou 
agindo para impedir a consumação (arrependimento eficaz), enquanto na 
terceira hipóteses o agente quer atingir o resultado, embora seja impedido por 
fatores estranhos a sua vontade” (Nucci, 2013, p. 357). Aplica-se a Fórmula de 
Frank: “se o agente disser a si mesmo ‘posso prosseguir, mas não quero’, 
será o caso de desistência voluntária, porque a interrupção da execução ficará a 
2 
 
seu critério, pois que ainda continuará sendo o senhor de suas decisões; se, ao 
contrário, o agente disser ‘quero prosseguir, mas não posso’, estaremos 
diante de um crime tentado, uma vez que a consumação só não ocorrerá em 
virtude de circunstâncias alheias à vontade do agente” (Rogério Grego, 2008, p. 
271). Observe que, na tentativa, a circunstância alheia impede a consumação 
do crime; na desistência voluntária, é a própria vontade do agente que 
impede a consumação do delito. 
 
5. FUNDAMENTO: é de política criminal, no sentido de estimular a não 
consumação do crime. Desta forma, o agente é premiado, no sentido de 
responder somente pelos atos praticados. É o que se chama de “ponte de 
ouro” do Direito Penal. 
 
6. NATUREZA JURÍDICA DA DESISTÊNCIA 
VOLUNTÁRIA/ARREPENDIMENTO EFICAZ: há três teorias: 
 
a) Causa pessoal de exclusão da punibilidade 
b) Causa de exclusão da culpabilidade 
c) Causa de exclusão da tipicidade (é a posição dominante na 
jurisprudência) 
 
7. DISTINÇÃO ENTRE VOLUNTARIEDADE E ESPONTANEIDADE: 
“impõe a lei penal que a desistência seja voluntária, mas não espontânea. Isso 
quer dizer que não importa se a idéia de desistir no prosseguimento da 
execução criminosa partiu do agente, ou se foi ele induzido a isso por 
circunstâncias externas que, se deixadas de lado, não o impediriam de 
consumar a infração penal. O importante, aqui, como diz Johannes Wessels, ‘é 
que o agente continue sendo dono de suas decisões’” (Rogério Greco, 2008, p. 
270). 
 
8. DISTINÇÃO ENTRE ARREPENDIMENTO EFICAZ E INEFICAZ: o 
arrependimento deve ser eficaz, isto é, a conduta do agente seja capaz de 
evitar a produção do resultado. A ineficácia da conduta do agente é irrelevante 
e em nada lhe aproveita. 
 
9. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA É COMPATÍVEL COM A TENTATIVA 
IMPERFEITA OU INACABADA: “na desistência voluntária, o agente, por 
ato voluntário, interrompe o processo executório do crime, abandonando a 
prática dos demais atos necessários e que estavam à sua disposição para a 
consumação. É compatível, portanto, com a tentativa imperfeita ou 
inacabada, compreendida como aquela em que não se esgotaram os meios de 
execução que o autor tinha a seu alcance” (Cleber Masson, 2012, p. 338). 
 
10. ARREPENDIMENTO EFICAZ É COMPATÍVEL COM A TENTATIVA 
PERFEITA OU ACABADA: “fica claro, pois, que o arrependimento eficaz é 
compatível com a tentativa perfeita ou acabada, na qual o agente esgota os 
meios de execução que se encontravam à sua disposição” (Cleber Masson, 
2012, p. 339). 
 
11. EFEITO DO ARREPENDIMENTO EFICAZ E DA DESISTÊNCIA 
VOLUNTÁRIA: o agente responde somente pelos atos já praticados. 
 
 
 
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BONS ESTUDOS NOS LIVROS!

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