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Material de Apoio Direito Processual Civil III (1)

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09/02/2018
1
D I R E I T O P R O C E S S U A L C I V I L I I I
PROGRAMA DA DISCIPLINA
Módulo de Abertura. 
Módulo I – Decisão Judicial.
Módulo II – Coisa Julgada.
Módulo III – Teoria Geral dos Recursos.
Módulo IV – Recursos em Espécie.
Módulo V – Processo nos Tribunais.
Módulo VI – Precedente Judicial.
MÓDULO I
DECISÃO JUDICIAL
09/02/2018
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SUMÁRIO
1. Decisão Judicial:
1.1. Conceito e classificação dos pronunciamentos judiciais. 
1.2.Decisão interlocutória;
1.3. Sentença;
1.3.1.Classificação;
1.4.Elementos da decisão judicial;
1.5.Requisitos da decisão judicial;
1.6.Interpretação da decisão judicial;
1.7.Decisões definitivas e provisórias;
1.8.Conte údo da decisão;;
1.9.Efeitos da decisão judicial;
1.10. Publicação, retratação e integração da decisão.
Leituras sugeridas
OLIVEIRA. Carlos Alberto Alvaro. Eficácia e Coisa Julgada. Rio de
Janeiro: Forense, 2006.
CRUZ E TUCCI, José Rogério. Limites subjetivos da eficácia da
sentença e da coisa julgada civil. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006.
LOPES, João Batista. Ação Declaratória. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2002.
NOJIRI, Sérgio. O Dever de Fundamentar as Decisões Judiciais. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
TESHEINER, José Maria. Pressupostos Processuais e Nulidades no
Processo Civil. São Paulo: Saraiva, 2000.
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Nulidades do Processo e da
Sentença. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
DECISÃO JUDICIAL
Conceito: os pronunciamentos judiciais são
aqueles pelos quais o magistrado decide uma
questão, cujo conteúdo é decisório, ou
impulsiona o procedimento, o qual não tem
conteúdo decisório.
09/02/2018
3
DECISÃO JUDICIAL
Classificação dos pronunciamentos judiciais:
• Atos ordinatórios;
• Despachos;
• Decisões interlocutórias;
• Sentenças;
• Acórdãos.
Decisão Interlocutória
De acordo com o parágrafo 2º do 203 do Código de
Processo Civil, decisão interlocutória é todo
pronunciamento judicial com conteúdo decisório que
não põe fim ao processo ou uma de suas fases.
O art. 354, § único, CPC, confirma a possibilidade de
decisão interlocutória que tenha por fundamento
qualquer das hipóteses dos arts. 485 e 489:
Exemplos: decisão que indefere parcialmente petição
inicial; que reconhece a decadência de um dos pedidos;
decisão que excluir um litisconsorte por ilegitimidade;
decisão que julga parte do mérito de forma antecipada;
Sentença
Sentença é o pronunciamento do juiz singular com
fundamento nos arts. 485 ou 489 do Código de Processo
Civil.
Classificação:
• Sentenças terminativas – põem fim ao processo, sem lhe
resolverem o mérito (art. 485, caput, I a X, §§ 1º a 4º, CPC);
• Sentenças definitivas – decidem o mérito da causa (art.
487, caput, I, II, III, a, b, c), encerrando o conhecimento da
1ª Instância ou da fase processual. Cumpre a função
criadora do direito;
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4
Decisões proferidas em órgão colegiado
Acórdãos: pronunciamento judicial com conteúdo decisório proferido por um
órgão colegiado – tribunais e turmas recursais - (art. 202, CPC);
Decisões unipessoais: pronunciamento proferido por um dos membros do
colegiado, ao qual foi atribuída competência, por lei ou regimento interno do
tribunal, para análise de determinadas questões.
• Decisão unipessoal final: são exemplos, a decisão do relator que não
conhece determinado recurso ou que, liminarmente, lhe nega provimento
(art. 932, III e IV, CPC); decisão que, após contrarrazões , dá provimento ao
recurso sem leva-lo a autocomposição das partes (art. 932, I, CPC);
indefere totalmente a petição inicial de uma ação de competência
originária do tribunal.
• Decisão unipessoal interlocutória: por exemplo, a decisão que aprecia
pedido de tutela provisória nos recursos de competência originária de
tribunal (art. 932, II, CPC).
Elementos da decisão judicial
• Relatório (art. 489, CPC): resumo dos principais aspectos do
processo (dispensado no procedimento dos juizados
especiais);
• Fundamentação: (art. 131, c/c inciso IX do art. 93, CF): é a
parte da sentença em que o juiz aprecia as questões
preliminares, que condicionam a apreciação do mérito, e as
questões prejudiciais, que influenciam o julgamento do
mérito;
• Dispositivo: parte da sentença em que o juiz aprecia as
questões de mérito ou terminativas do processo, é a decisão
propriamente dita, contendo sua determinação (declaração ou
constituição de direito, condenação ou terminativa do
processo);
Fundamentação
De acordo com a doutrina a ausência de
fundamentação tem como consequência:
1ª corrente: defende a inexistência jurídica da
decisão sem motivação;
2ª corrente: defende que o vício da falta de
motivação autoriza o ajuizamento de ação
rescisória;
3ª corrente: defende que a falta de motivação
implica decisão anulável por recurso ou rescindível
por ação rescisória (Sérgio Nojiri, Fredie Didier Jr.).
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5
Fundamentação
Exemplos de decisões não fundamentadas:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: [...] § 1o Não se considera
fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação
do entendimento.
Dispositivo
Elemento fundamental da decisão judicial com conteúdo
decisório; parte da decisão em que o órgão jurisdicional
estabelece um preceito normativo, concluindo a análise
acerca de um (ou mais de um) pedido que lhe fora
dirigido. (Fredie Didier Jr.)
Conteúdo do dispositivo:
• Exemplo: quando o magistrado, na sua
fundamentação, constata a ausência de um requisito
de validade processual e afirma, em sua conclusão
(dispositivo), a impossibilidade de analisar o pedido
formulado pelo autor num procedimento especial.
Requisitos da decisão judicial
Princípio da congruência: ao proferir a sentença, o julgador
vincula-se ao pedido formulado pelo autor (ou do réu, no caso
de reconvenção), fixam os limites da lide e da atividade
jurisdicional, motivo pelo qual deve haver correlação entre as
pretensões e o conteúdo da sentença, sob pena de nulidade.
Congruência externa (arts. 141 e 492, CPC): a decisão deve estar
correlacionada, em regra, com os sujeitos envolvidos no
processo, e com os elementos objetivos da demanda que lhe
deu ensejo, e da resposta do demandado.
Congruência interna (art. 492, § único, CPC): a decisão deve ter
como requisitos de validade a certeza, liquidez, clareza e
coerência.
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6
A congruência da decisão
Os artigos 141 e 492 do Código de Processo Civil estabelecem
limites ao exercício da jurisdição, na medida em que à
decisão do magistrado é imposta limites subjetivos e
objetivos. Se o magistrado vai além desses limites, sua decisão
pode ser:
• Decisão ultra petita: concede mais do que pedido;
• Decisão extra petita: concede coisa distinta da pedida;
• Decisão infra petita: deixa de apreciar algum pedido
formulado ou fundamento de fato ou de direito alegado
pela parte.
INTERPRETAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL
A definição dos limites da coisa julgada dependerá, necessariamente,
da interpretaçãoda decisão.
a) Dispositivo e fundamentação devem ser interpretados 
conjuntamente (art. 489, § 3º, CPC);
b) As postulações das partes são dados relevantes para interpretação 
da decisão;
c) Aplicam-se à intepretação da decisão judicial as normas de 
interpretação dos atos jurídicos;
d) A decisão dos embargos de declaração podem funcionar como 
instrumento para orientar a interpretação (art. 1.022, CPC);
e) A reclamação constitucional também pode servir como 
instrumento para a interpretação;
f) O juiz da liquidação ou da execução também pode interpretar a 
decisão;
g) Como medida excepcional, é possível a ação declaratória 
autônoma de interpretação da decisão judicial (art. 19, I, do CPC).
DECISÕES DEFINITIVAS
Decisões definitivas são aquelas por meio das
quais se põe fim ao processo ou à fase processual
com resolução do mérito, aplicando uma das
hipóteses do art. 487 do CPC, tendo aptidão para
ficar acobertada pela coisa julgada.
Decisões terminativas são aquelas que põem fim
ao processo sem exame do mérito, aplicando um
dos casos do art. 485 do CPC e, submetendo-se
apenas à coisa julgada formal.
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DECISÕES PROVISÓRIAS
As decisões provisórias podem ser tanto de
admissibilidade (p. ex., a que recebe a petição
inicial) quanto de mérito (p. ex., a que concede
tutela antecipada fundada em cognição
sumária).
CONTEÚDO DA DECISÃO
Como todo ato jurídico, a decisão judicial possui conteúdo e deve
ter, aptidão para gerar efeitos jurídicos. O conteúdo compreende a
norma jurídica individualizada estabelecida pelo magistrado, seja
para certificar, reconhecer ou declarar um direito.
Decisões condenatórias: reconhecem a existência de um direito a
uma prestação e permitem a realização da atividade executiva, a
fim de materializar a pretensão;
Decisões constitutivas: certifica e efetiva direito potestativo, que é
o poder jurídico conferido a alguém de submeter outrem á
alteração, extinção ou criação de situações jurídicas;
Decisões declaratórias: restringem a certificar a existência,
inexistência ou o modo de ser de uma situação jurídica, a
autenticidade ou falsidade de documento (art. 19, CPC);
EFEITOS DA DECISÃO JUDICIAL
Eficácia principal: decorrem do conteúdo da decisão, e dizem
respeito à situação jurídica controvertida;
Eficácia reflexa: produz efeitos sobre relação jurídica estranha
ao processo, mas que mantém vínculo com a relação jurídica
litigiosa (p. ex.: a sentença de despejo, ao resolver o contrato
de locação, desfaz, consequentemente, a relação de
sublocação, que é conexa à locação que foi discutida);
Eficácia anexa: são efeitos indiretos e automáticos, que
resultam do fato da sentença existir (p. ex.: a perempção, que
é gerada pela terceira sentença de extinção sem resolução do
mérito por abandono unilateral (art. 486, § 3º, CPC).
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PUBLICAÇÃO DA DECISÃO
Publicar a sentença significa torná-la pública.
• Decisão proferida em audiência ou em sessão de órgão
colegiado considera-se publicada na própria audiência ou
sessão (art. 941, CPC);
• Decisão proferida em gabinete: considera-se publicada após a
juntada aos autos pelo escrivão ou pelo chefe da secretaria;
• A publicação da sentença impede a alteração de seu
conteúdo pelo magistrado que a proferiu, salvo para corrigir
inexatidões materiais ou erros de cálculo, ou por meio de
embargos de declaração (art. 494, CPC);
RETRATAÇÃO DA DECISÃO
Há recursos, interpostos contra decisões finais,
que admitem retratação do magistrado:
• O agravo de instrumento (cabível contra as
decisões interlocutórias de mérito);
• O agravo interno (contra decisão de relator,
art. 1.021, § 2º, CPC),
• Os recursos extraordinários (art. 1.040, II,
CPC).
INTEGRAÇÃO DA DECISÃO
• Os embargos de declaração tem por objetivo
sanar eventual obscuridade, contradição,
erro material ou omissão, sendo que seu
acolhimento, enseja, a alteração ou integração
do julgado.
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REEXAME NECESSÁRIO
• O interesse público na proteção do erário justifica
o duplo grau de jurisdição obrigatório para a
revisão de todas as sentenças contrárias à União,
Estados, Municípios e Distrito Federal, bem
como suas autarquias e fundações de direito
público (pessoas jurídicas de direito público
interno - art. 41, CC/02), independentemente de
interposição de recurso.
REEXAME NECESSÁRIO
• Salvo as exceções previstas em legislação esparsa, a
remessa necessária não se aplica a pessoas jurídicas de
direito privado, nem mesmo àquelas que integram a
Administração Pública indireta, como as empresas públicas
e sociedades de economia mista.
• Hipóteses de cabimento da remessa necessária previstas
em legislação extravagante:
– sentenças concessivas de mandado de segurança (art.
14, § 1.º, da Lei 12016/09) e
– sentenças que extinguem a ação popular por carência
de ação ou improcedência do pedido (art. 19 da Lei
4717/65).
REEXAME NECESSÁRIO
• Requisitos para o Reexame Necessário:
I. sentenças contrárias (parcial ou totalmente) à União,
Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e
fundações de direito público.
II. condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de
valor igual ou maior de:
a) 1.000 (mil) salários-mínimos em relação a União e suas
autarquias e fundações de direito público;
b) 500 (quinhentos) salários-mínimos para Estados, Capitais de
Estado, Distrito Federal, suas autarquias e fundações de direito
público;
c) 100 (cem) salários-mínimos para os demais Municípios e
respectivas autarquias e fundações de direito público.
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REEXAME NECESSÁRIO
• Requisitos para o Reexame Necessário:
III. sentença não esteja fundada em:
a) súmula de tribunal superior;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos 
repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência;
d) entendimento coincidente com orientação vinculante 
firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, 
consolidada em manifestação, parecer ou súmula 
administrativa.
MÓDULO II
COISA JULGADA
SUMÁRIO
2. Coisa Julgada:
2.1.Conceito de coisa julgada;
2.2.Espécies de coisa julgada;
2.3.Extensão da coisa julgada;
2.4.Limites da coisa julgada;
2.4.1. Limites objetivos;
2.4.2. Limites subjetivos;
2.4.3. Limites temporais;
2.5.Eficácia da coisa julgada;
2.5.1. Eficácia negativa;
2.5.2. Eficácia positiva;
2.5.3. Eficácia preclusiva;
2.6. Instrumentos de controle da coisa julgada.
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COISA JULGADA
CONCEITO: coisa julgada é qualidade de imutabilidade e
indiscutibilidade da sentença de mérito, em virtude do
trânsito em julgado da decisão de mérito (art. 502, CPC)
Imutabilidade: impossibilidade de rediscussão da lide já
julgada, o que se dá com a proibição de propositura de ação
idêntica àquela já decidida anteriormente.
Indiscutibilidade: tem o condão de fazer com que, em futuros
processos (diferentes do anterior, pois se forem iguais, a
imutabilidade impossibilita seu processamento), a conclusão a
que anteriormente se alcançou seja observada e respeitada.
ESPÉCIES DE COISA JULGADA
COISA JULGADA MATERIAL: a imutabilidade se
opera dentro e fora do processo em que
produzida;
COISA JULGADA FORMAL: imutabilidade da
decisão dentro do mesmo processo em que
proferida;
Pressupostos da Coisa Julgada
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a
autoridade que torna imutável e indiscutível a
decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
A decisão judicial de mérito, proferida em cognição
exauriente e transitada em julgado, é apta a formar
a coisa julgada.
Decisões proferidas em cognição sumária, não são
aptas a formar a coisa julgada (art. 294-311, CPC).
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LIMITES DA COISA JULGADA
Art. 503. Adecisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem 
força de lei nos limites da questão principal expressamente 
decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão 
prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se 
aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para 
resolvê-la como questão principal.
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver 
restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o 
aprofundamento da análise da questão prejudicial.
Limites objetivos da coisa julgada
• Os limites objetivos da coisa julgada referem-se à extensão da matéria que
restará imunizada pela coisa julgada material. E definida a matéria imunizada,
a função negativa da coisa julgada impedirá a propositura de demanda
idêntica, e a função positiva vinculará o julgamento de processos futuros em
que a questão decidida apresente-se como prejudicial.
• O disposto no caput do art. 503 do CPC, aplica-se à resolução de questão
prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo.
• A resolução de questão prejudicial, que fica acobertada pela coisa julgada:
a) deve ser expressa (não há decisões implícitas no direito brasileiro);
b) desta resolução deve depender o julgamento do mérito (se não depender,
não se tratará de questão prejudicial) (art. 503, §1º, I);
c) deve ter a seu respeito, havido contraditório prévio e efetivo, não se
aplicando no caso de revelia (art. 503, §1º, II). Se não houver contraditório, e
discordância entre as partes, não se tratará de questão prejudicial.
Limites objetivos da coisa julgada
Para compreender os limites objetivos da coisa
julgada, deve-se analisar quais questões
prejudiciais decididas expressa e incidentalmente
obedeceram aos pressupostos do art. 503, §§1º e
2º do CPC, independentemente de provocação
específica.
A finalidade da regra é dar o máximo rendimento à
atividade jurisdicional, evitando-se a rediscussão
sobre a mesma questão jurídica e a prolação de
futuras decisões eventualmente contraditórias.
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13
Limites subjetivos da coisa julgada
O limite subjetivo significa o alcance da decisão em relação às
pessoas que serão tocadas pelo efeito vinculante.
“Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
prejudicando terceiro”.
A coisa julgada pode operar-se inter partes, ultra partes, ou erga omnes.
– COISA JULGADA INTER PARTES: aquela que somente se vincula as partes
(vinculam também seus sucessores – art. 967, I, CPC);
– COISA JULGADA ULTRA PARTES: há extensão da coisa julgada a terceiros,
em determinadas hipóteses como, nos casos de substituição processual,
legitimação concorrente, credores solidários, em ações coletivas (art.
103, II, CDC);
– COISA JULGADA ERGA OMNES: atinge todos os jurisdicionados, tenham
ou não participado do processo. Exemplo: em ações coletivas que versem
sobre direitos difusos ou individuais homogêneos (art. 103, I e III, CDC), e
nas ações de controle concentrado de constitucionalidade.
Limites temporais da coisa julgada
A coisa julgada poderá ser revista nos casos que versarem
sobre relação jurídica de trato continuado, se houver fato
superveniente que justifique a revisão, e nos demais casos
previstos em lei (art. 505, I, II, CPC).
Relações jurídica de trato continuado: se repetem no tempo
de forma continuada e uniforme. Portanto, a sentença que
regula essas relações contém uma cláusula rebus sic stantibus:
havendo modificação superveniente no estado de fato ou de
direito, é lícito rever o quanto se decidiu (art. 505, I, CPC),
mediante ação para decidir nova situação.
Trata-se de uma nova decisão, para uma nova situação.
EFICÁCIA DA COISA JULGADA
EFICÁCIA NEGATIVA: impede a rediscussão da questão
principal decidida;
EFICÁCIA POSITIVA: vinculação do julgador de outra lide ao
que decidido na decisão acobertada pela coisa julgada;
EFICÁCIA PRECLUSIVA: uma vez transitada em julgado a
decisão, todas as alegações e defesas que poderiam ter sido
formuladas para o acolhimento ou rejeição do pedido
reputam-se arguidas e repelidas. Tornam-se sem efeito os
argumentos e provas que as partes poderiam alegar ou
produzir em favor de sua tese. Em razão disso, também é
denominado julgamento implícito (art. 508, CPC).
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14
INSTRUMENTOS DE CONTROLE DA 
COISA JULGADA
No sistema processual, admite-se instrumentos legais de
controle da coisa julgada:
a) A ação rescisória (art. 966 e segs, CPC);
b) A querela nullitatis (art. 525, § 1º, I, e art. 535, I , CPC);
c) A impugnação com base da existência de erro material (art.
494, I, CPC);
d) A revisão de sentença inconstitucional (art. 525, § 12, e art.
535, § 5º, CPC);
e) Possibilidade de reforma da coisa julgada por denúncia de
violação à Convenção Americana de Direitos Humanos
formulada perante a Corte Interamericana de Direitos
Humanos;
MÓDULO III 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
SUMÁRIO
3. Teoria Geral dos Recursos 
3.1. Conceitode recurso;
3.2. Classificação dos recursos
3.3. Princípiosrecursais:
3.3.1. Duplo grau de jurisdição;
3.3.2. Taxatividade;
3.3.3. Unirrecorribilidade;
3.3.4. Fungibilidade;
3.3.5. Proibição da reformatio in pejus;
3.3.6. Colegialidade;
3.4. Juízo de admissibilidade e juízo de mérito;
3.5. Efeitos dos recursos;
3.5.1. Devolutivo;
3.5.2. Translativo;
3.5.3. Suspensivo;
3.5.4. Expansivo;
3.5.5. Substitutivo;
3.5.6. Obstativo;
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15
CONCEITO
Segundo clássica definição, recurso é meio de
impugnação voluntário, previsto em lei, para
reformar, invalidar, esclarecer ou integrar a
decisão judicial no processo judicial.
• É atividade exclusiva das partes (e terceiros)
prejudicados.
• Trata-se de um ônus processual, cuja omissão
provoca a preclusão e a impossibilidade de
rediscutir a decisão.
CONCEITO
Atos processuais sujeitos a recurso (arts. 203 e
204):
1. Decisões interlocutórias;
2. Sentenças;
3. Decisões monocráticas;
4. Acórdãos.
Obs.: dos despachos não cabe recurso.
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
• Recurso de fundamentação livre: é aquele que
pode veicular fundamento como causa de pedir
(ex.: apelação, agravo);
• Recurso de fundamentação vinculada: é aquele
que só pode veicular, como causa de pedir, uma
matéria tipicamente prevista em lei (ex: embargos
de declaração, recurso especial e extraordinário);
• Recurso total: impugna toda a decisão, tudo o que
poderia ser questionado;
• Recurso parcial: impugna partes, capítulos da
decisão.
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16
PRINCÍPIOS RECURSAIS
• Duplo grau de jurisdição;
• Taxatividade;
• Unirrecorribilidade;
• Fungibilidade;
• Dialeticidade; e
• Proibição da reformatio in pejus.
Duplo grau de jurisdição
Ter direito ao duplo grau de jurisdição é ter
direito a um duplo juízo a respeito de
determinada questão submetida ao Poder
Judiciário.
Corolário dos princípios gerais da justiça e
segurança das decisões confere à parte o direito
ao reexame da decisão proferida pelo
magistrado.
Princípio da taxatividade
Por força do art. 22, I, da CF/88, somente a lei federal pode
criar recursos, que são aqueles previstos taxativamente pelo
legislador. Os recursos no sistema processual civil estão
previstos no art. 994 do CPC:
I. Apelação;
II. Agravo de instrumento;
III. Agravo interno;
IV. Embargos de declaração;
V. Recurso ordinário;
VI. Recurso especial;
VII. Recurso extraordinário;
VIII. Agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX. Embargos de divergência.
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Princípio da unirrecorribilidade
Para cada espécie de ato judicial há um único recurso
previsto pelo ordenamento, sendo vedada a
interposição simultânea de vários recursoscontra o
mesmo ato judicial.
Exceções: embargos de declaração, e possibilidade
simultânea de recurso extraordinário e de recurso
especial (arts. 1.029 e 1.030, CPC).
Princípio da fungibilidade
Um recurso equivocadamente interposto pode ser recebido
como se fosse correto, desde que haja dúvida objetiva
(razoável) sobre qual o recurso cabível.
A regra da fungibilidade tem importância como meio de não
prejudicar a parte que, diante de dúvida, derivada de existência
de discussões doutrinárias ou jurisprudenciais a respeito do
cabimento de determinado recurso, interpõe recurso que pode
não ser considerado cabível.
Impossível sua aplicação quando se trata de erro grosseiro.
Princípio da dialeticidade
• O recurso deve ser discursivo.
• Normalmente é interposto em duas peças, em 
uma só petição.
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Princípio da reformatio in pejus
O tribunal não pode piorar a situação do
recorrente.
Não se aplica a ideia de reforma prejudicial
quando o recurso é interposto por ambos os
polos do processo, pois o acolhimento de um
dos recursos virá em prejuízo da outra parte
recorrente.
Juízo de admissibilidade
É o juízo preliminar a respeito da existência do direito de recorrer e
da regularidade de seu exercício.
Pressupostos intrínsecos:
• CABIMENTO: o recurso deve ser adequado e previsto em lei para
impugnar a decisão judicial;
• LEGITIMIDADE RECURSAL: podem interpor recursos as partes, o
MP e terceiro prejudicado (art. 996, CPC);
• INTERESSE RECURSAL: o recurso deve ser necessário para propiciar
ao recorrente uma utilidade/proveito com a reforma da decisão;
• INEXISTÊNCIA DE FATOS EXTINTIVOS DO DIREITO DE RECORRER:
pressuposto negativo da admissibilidade recursal, sendo esse a
renúncia (art. 999, CPC) ao direito de recorrer, ou a aceitação
expressa ou tácita da sentença (art. 1.000, CPC)
Juízo de admissibilidade
Pressupostos extrínsecos:
• TEMPESTIVIDADE: os recursos devem ser manejados nos prazos
previstos em lei. Há prazo em dobro no processo em que há
litisconsorte com advogados distintos de escritórios de advocacia
distintos, nos processos físicos (art. 223, caput, CPC).
• REGULARIDADE FORMAL: o recurso deve ser interposto de forma
escrita, conter fundamentação e pedido de reforma (art. 1.017,
CPC);
• PREPARO: é o adiantamento de despesas processuais. A prova do
preparo é exigida no ato da interposição do recurso (art. 1.007,
CPC) – Súmulas 483 e 484 do STJ.
• INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO DO DIREITO DE RECORRER:
quando há a desistência e o não pagamento de algumas multas
previstas em lei (arts. 1.021, §5º, 1.026, §3º, CPC).
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EFEITOS DOS RECURSOS
A interposição de recursos opera diversos
efeitos no plano processual, sendo esses:
• devolutivo,
• translativo,
• suspensivo,
• expansivo,
• substitutivo e
• obstativo.
Efeito Devolutivo
A interposição do recurso transfere ao órgão ad
quem o conhecimento da matéria impugnada, e
atribui ao juízo recursal o exame da matéria
analisada na decisão recorrida e expressamente
impugnada pelo recorrido.
O tribunal somente pode reapreciar a decisão do
juiz de primeiro grau porque o efeito devolutivo, a
ele atribui o poder de reexaminar as decisões
anteriormente exaradas.
Efeito Translativo
O efeito translativo é relacionado à matéria que
compete ao Judiciário conhecer em qualquer
tempo ou grau de jurisdição, ainda que sem
expressa manifestação da parte, ou que não
tenham sido conhecidos pelo juízo a quo.
Exemplo: art. 337, CPC, à exceção da convenção
de arbitragem e da incompetência relativa.
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Efeito suspensivo
A interposição do recurso impede a produção
imediata de efeitos da decisão recorrida.
A decisão impugnada só poderá produzir efeitos
depois de escoado o prazo recursal.
É a regra do recurso de apelação.
Efeito expansivo
A decisão oriunda do julgamento do recurso
pode atingir outras pessoas que não o
recorrente e outros atos processuais, que não o
recorrido.
Exemplo: art. 1.005; art. 282, CPC.
Efeito substitutivo
Efeito que autoriza o magistrado a rever a
decisão recorrida, e qualquer que seja seu
conteúdo, a decisão do juízo ad quem
substituirá a decisão do juízo a quo.
“Art. 1.008. O julgamento proferido pelo
tribunal substituirá a decisão impugnada no que
tiver sido objeto de recurso”.
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Efeito obstativo
A interposição do recurso, por si só, impede o
trânsito em julgado da decisão, portanto, tem o
condão de obstar a preclusão e a formação da
coisa julgada, mantendo o processo pendente
até seu julgamento.
MÓDULO IV 
RECURSOS EM ESPÉCIE
SUMÁRIO
4. Recursos em Espécie.
4.1.Apelação;
4.2.Agravo de Instrumento;
4.3.Agravo interno;
4.4.Embargos de declaração;
4.5.Recurso ordinário;
4.6.Recurso extraordinário e recurso especial;
4.7.Agravo em recurso extraordinário e em recurso especial;
4.8.Embargos de divergência.
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APELAÇÃO
Preceitua o art. 1.009 do CPC que da sentença cabe 
apelação.
Pode ter os seguintes fundamentos:
• Errores in judicando (vício de julgamento): 
requer reforma da sentença proferida, com a 
substituição por nova decisão do tribunal;
• Errores in procedendo (vício da forma): requer a 
anulação da decisão pelo tribunal.
Prazo: 15 dias.
Efeitos: devolutivo e suspensivo.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Cabível contra decisões interlocutórias expressamente arroladas
pelo legislador (art. 1.015, CPC), e dirigido diretamente ao Tribunal.
I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação 
de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou 
acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de 
documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do 
pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de 
intervenção de terceiros;X - concessão, modificação ou revogação do efeito 
suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da 
prova nos termos do art. 373, § 1o; XII - outros casos expressamente 
referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento 
contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença 
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de 
inventário.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Prazo: 15 dias (art. 1.003, §5º, CPC)
Peças obrigatórias: cópias da petição inicial,
contestação, da petição que ensejou a decisão
agravada, da decisão agravada, da certidão da
intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade, e as procurações.
Preparo: custas de porte e remessa quando
devidos (art. 1.017, §1º, CPC)
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AGRAVO INTERNO
O agravo interno se destina a levar determinada
questão decidida pelo relator ao colegiado de que faz
parte.
• Prazo: 15 dias (art. 1.003, § 5º, CPC);
• Dirigido ao relator ;
• Admissibilidade condicionada à impugnação
específica dos fundamentos da decisão agravada
(art. 1.021, § 1º, CPC)
AGRAVO INTERNO
PROCESSAMENTO:
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal. § 1o Na petição de agravo interno, o recorrente
impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. § 2o O agravo
será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso
no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-
lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. § 3o É vedado ao
relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar
improcedente o agravo interno. § 4o Quando o agravo interno for declarado
manifestamente inadmissívelou improcedente em votação unânime, o órgão
colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado
multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. § 5o A
interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor
da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de
gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Tem como finalidade corrigir defeitos – omissão,
contradição, obscuridade e erros materiais - do ato
judicial, por isso é cabível contra toda a decisão
(art. 1.022, CPC).
• Prazo: 5 dias
• Não tem preparo;
• Interrompe a contagem do prazo para
interposição de outro recurso (art. 1.026, CPC);
• Efeito suspensivo: art. 1.024, § 5º, CPC;
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RECURSO ORDINÁRIO
É recurso dirigido ao Supremo Tribunal Federal e
ao Superior Tribunal de Justiça, tendo lugar em
matérias cíveis atribuídas à competência
originária de tribunais.
É semelhante à apelação, sendo sua disciplina
aplicável no que couber. (art. 1.013, § 3º, art.
1.027, § 2º, art. 1.028 § 3º, CPC).
Art. 102, CF;
Art. 105, CF;
RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL
Às Cortes Supremas, STF e STJ, foram atribuídas as
funções de interpretação e de precedentes do direito.
Prazo: 15 dias (art. 1.003, § 5º, CPC)
Exige prévio esgotamento das instâncias ordinária.
Pressupõem a preclusão consumativa quanto aos
recursos cabíveis nas instâncias inferiores.
Finalidade: manter a integridade da legislação.
Súmula 281 STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber,
na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada”.
Súmula 207 STJ: “É inadmissível recurso especial quando cabíveis
embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem”.
RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso
especial, nos casos previstos na Constituição
Federal, serão interpostos perante o presidente ou
o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições
distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso
interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de
invalidação da decisão recorrida.
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RECURSO ESPECIAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO
FINALIDADE Manter a integridade da legislação
infraconstitucional
Manter a integridade das normas
constitucionais
CABIMENTO É espécie recursal cabível para impugnar
decisões proferidas por Tribunal Regional
Federal ou Tribunal de Justiça que:
a) Contrariar tratado ou lei federal ou
negar-lhes vigência;
b) Julgar válido ato de governo local
contestado em face de lei federal;
c) Der a lei federal interpretação
divergente da que haja atribuído
outro tribunal.
É o recurso cabível para impugnar as
decisões proferidas em única ou última
instância que:
a) Contrariar dispositivo da Constituição
Federal;
b) Declarar a inconstitucionalidade de
tratado ou lei federal;
c) Julgar válida lei ou ato de governo
local contestado em face da
Constituição.
PESQUESTIONA
MENTO
A questão federal somente ventilada no
voto vencido não atende ao requisito de
presquestionamento (Súmula 320, STF)
O ponto omisso, sobre o qual não foram
opostos embargos declaratórios, não
pode ser objeto de recurso
extraordinário, por faltar requisito do
prequestionamento (Súmula 356, STF).
RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL
Não são vocacionados à correção da injustiça do julgado 
recorrido.
Súmula 279 STF: “Para simples reexame de prova não cabe 
recurso extraordinário.”
Súmula 454 STF: “Simples interpretação de cláusulas 
contratuais não dá lugar a REx.”
Súmula 5 STJ: “A simples interpretação de cláusula 
contratual não enseja REsp.”
Súmula 7 STJ: “A pretensão de simples reexame de prova 
não enseja Resp.
AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO E 
EM RECURSO ESPECIAL
O juízo de admissibilidade do recurso extraordinário e do
recurso especial no novo Código de Processo Civil é realizado
em regra apenas no STF e no STJ (art. 1.030, parágrafo único).
Portanto, o eventual não conhecimento do recurso, por
decisão do relator, é suscetível de agravo interno (art. 1.020).
Quando o juízo de admissibilidade do recurso extraordinário
ou do recurso especial se defere ao presidente ou ao vice-
presidente do tribunal local, nos casos de julgamento fundado
na sistemática da inexistência de repercussão geral e de
recursos repetitivos, o recurso cabível do não conhecimento
do recurso e do não reconhecimento da intempestividade
recursal é o recurso de agravo em recurso extraordinário ou
agravo em recurso especial (art. 1.042 e ss.)
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AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO E 
EM RECURSO ESPECIAL
CABIMENTO:
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão de presidente ou de
vice-presidente do tribunal que:
I - indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6o, ou
no art. 1.036, § 2o, de inadmissão de recurso especial ou
extraordinário intempestivo;
II - inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial
ou extraordinário sob o fundamento de que o acórdão
recorrido coincide com a orientação do tribunal superior;
III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, §
8o, ou no art. 1.039, parágrafo único, sob o fundamento de
que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência de
repercussão geral da questão constitucional discutida.
AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO E 
EM RECURSO ESPECIAL
Prazo: 15 dias (art. 1.003, § 5º, CPC);
Petição dirigida ao presidente ou vice-presidente do tribunal de origem;
Preparo: interposição independe de pagamento de custas e despesas
postais (art. 1.042, § 2º, CPC);
Razões recursais: deve ser demonstrado expressamente, sob pena de não
conhecimento:
I - a intempestividade do recurso especial ou extraordinário sobrestado,
quando o recurso fundar-se na hipótese do inciso I do caput deste artigo;
II - a existência de distinção entre o caso em análise e o precedente invocado,
quando a inadmissão do recurso: a) especial ou extraordinário fundar-se em
entendimento firmado em julgamento de recurso repetitivo por tribunal
superior; b) extraordinário fundar-se em decisão anterior do Supremo
Tribunal Federal de inexistência de repercussão geral da questão
constitucional discutida.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
Decisões divergentes, em uma corte de interpretação e
de precedentes (STF ou STJ) atribuem significados ao
direito, decorrentes de diferentes bases teóricas,
ideológicas ou dogmáticas, e não podem ser
compreendidas como “certas ou erradas”.
Por isso, os embargos de divergência, no entender de
Marinoni, só terão sentido a partir do momento em que
houver reconstrução discursiva dos casos e decisões
interpretativas divergentes, tendo o colegiado obrigação
de analisar as diferentes interpretações.
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EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
CABIMENTO:
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:
I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os
acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; II - em recurso
extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de
qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos,
embargado e paradigma, relativos ao juízo de admissibilidade; III -
em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um
acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso,
embora tenha apreciado a controvérsia; IV - nos processos de
competência originária, divergir do julgamento de qualquer outro
órgão do mesmo tribunal.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
• Procedimento: estabelecido no regimento
interno do STF ou do STJ;
• A interposição interrompe o prazo para
interposição de recurso extraordinário;• É vedada a inadmissão do recurso com base
em fundamento genérico (art. 1.043, § 5º,
CPC);
MÓDULO V
PROCESSO NOS TRIBUNAIS
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SUMÁRIO
5. Processo nos Tribunais:
5.1. Ordem dos processos nos tribunais;
5.2. Incidentes recursais;
5.2.1. incidente de assunção de competência; 
5.2.2. incidente de arguição de inconstitucionalidade; 
5.2.3. incidente de conflito de competência; 
5.2.4. incidente de resolução de demandas repetitivas
5.3. Ações de competência originária dos tribunais:
5.3.1. Homologação de decisão estrangeira;
5.3.2. Ação rescisória;
5.3.3. Ação anulatória de ato processual;
5.3.4. Ação de querela nullitatis insanabilis;
5.3.5. Reclamação.
ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS
A ordem do processo nos tribunais indica o procedimento que
deve ser seguido para o julgamento de recursos, incidentes
recursais e ações originárias nos tribunais.
Registro e distribuição:
• Realizado de acordo com o regimento interno de cada corte,
observando a publicidade, o sorteio eletrônico e a
aleatoriedade (art. 930, CPC);
• Torna prevento o juízo (art. 59, CPC);
• Os autos serão conclusos ao relator, imediatamente após a
distribuição;
• O relator tem o prazo de 30 dias para elaborar o voto e
restituí-los à secretaria (art. 931, CPC);
ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS
Poderes do relator: (Art. 932 CPC) I - dirigir e ordenar o processo no tribunal,
inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar
autocomposição das partes; II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos
processos de competência originária do tribunal; III - não conhecer de recurso inadmissível,
prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão
recorrida; IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo
Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência; V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar
provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo
Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência; VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; VII - determinar a
intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII - exercer outras atribuições
estabelecidas no regimento interno do tribunal. Parágrafo único. Antes de considerar
inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja
sanado vício ou complementada a documentação exigível.
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ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS
Julgamento colegiado:
• A sessão deve ser publicada na pauta do órgão oficial (art. 934, CPC);
• Julgamentos que não admitem sustentação oral se realizarão por meio eletrônico (art. 945);
• Os julgamento obedecerão a ordem do art. 936;
• O agravo de instrumento será julgado antes da apelação, se interposta no mesmo processo
(art. 946);
• Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a
palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao
membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada
um (art. 937);
• Havendo necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em
diligência;
• Qualquer julgamento não unânime pode ter o quórum de julgadores ampliado (art. 942),
(não se aplica à decisão incidente de assunção de competência, resolução de demandas
repetitivas, remessa necessária, e à decisão não unânime proferida pelo plenário ou pelo
órgão especial dos tribunais);
• Votos e acórdãos serão publicados no prazo de 10 dias, contado do 1º dia útil subsequente
à lavratura do acórdão (art. 943, § 2º).
Incidente de assunção de competência
Trata-se de atribuição de competência para o julgamento
colegiado mais representativo no tribunal, sempre que o
julgamento de recurso de reexame necessário ou de causa
sujeita à competência originária do tribunal tratar de questão
de direito relevante ou com grande repercussão social, sem
repetição em múltiplos processos.
O objetivo é evitar a divergência entre órgãos do tribunal, de
modo a tonar uniforme a aplicação do direito no âmbito da
corte (art. 947, 4º§, CPC), e impor jurisprudência a todos os
juízes sujeitos à competência do tribunal, para orientá-los a
respeito da interpretação do direito e da posição da Corte, ou
prevenir divergência sobre alguma questão de direito.
O controle de constitucionalidade pode ser realizada pela via direta
(por ação específica voltada a declarar inconstitucional certo e
preceito de lei ou ato normativo), por via incidental (indiretamente,
no exame do caso concreto).
O incidente aplica-se ao reconhecimento indireto de
inconstitucionalidade, ou seja, no controle difuso de
inconstitucionalidade, e deve ser formado sempre antes de concluído
o julgamento do recurso, ou da ação originária, pelo colegiado.
O incidente pode ser provocado:
• Pelo magistrado incumbindo de julgar a causa;
• Pelo Ministério Público – seja parte ou custus legis;
• Pelas partes;
Incidente de assunção de inconstitucionalidade
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Incidente de conflito de competência
Trata-se de incidente para a resolução do desacordo da distribuição de
competência entre mais de um órgão jurisdicional.
Razões para instauração do incidente (art. 66, CPC):
I. 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II. 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a
competência;
III. entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de
processos.
Iniciativa para a instauração:
I. Das partes;
II. Ministério Público – por petição;
III. Ex officio – por ofício (art. 951, CPC);
• Exame do incidente: caberá ao tribunal de maior hierarquia em relação aos órgãos
envolvidos;
• O processo ficará paralisado em caso de incidente de conflito positivo. Havendo medidas
urgentes, será designado outro magistrado para resolvê-las provisoriamente.
Incidente de resolução de demandas 
repetitivas
Trata-se de técnica de uniformização da aplicação do Direito, quando há
várias demandas de sujeitos diversos, mas com a mesma questão de direito
posta para exame do Poder Judiciário (art. 976, CPC), a qual pode gerar risco
de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
Previsão legal: arts. 976 a 987, CPC.
REQUISITOS:
• Pendência de questão de direito à análise do tribunal;
• Efetiva multiplicação de processos com a mesma questão de direito, e que
possa comprometer a isonomia e a segurança jurídica (art. 976, II, CPC);
• A questão controvertida deve ser a mesma e unicamente sobre matéria de
direito;
• Os fatos devem ser sempre incontroversos;
• Não se admite se o STF ou STJ já houver afetado recurso para decidir a
orientação adequada sobre a interpretação do direito material ou
processual (art. 976, § 4º, CPC);
Incidente de resolução de demandas 
repetitivas
Instauração (art. 977):
I. pelo juiz ou relator, por ofício;
II. pelas partes, por petição;
III. pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
Admissão (art. 978): 
Compete ao órgão colegiado a quem é atribuído o julgamento, na
forma do regimento interno do tribunal e no art. 978.
Julgamento (art. 978):
Cabe ao órgão indicadopelo regimento interno dentre aqueles
responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.
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Incidente de resolução de demandas 
repetitivas
Efeitos:
Serão suspensos todos os processos individuais ou coletivos em que se debata
exclusivamente a questão de direito a ser examinada, no território de abrangência do
tribunal (estado ou região), pelo prazo de até um ano (art. 980);
Decisão:
A tese fixada será aplicada os processos individuais e coletivos que tratem da matéria
decidida, e que tramitem na área de abrangência do tribunal, e aos casos futuros, até
que se revise a questão;
Recurso:
• Cabível o recurso especial e/ou extraordinário;
• São dotados de efeito suspensivo;
• É presumida a repercussão geral do recurso (art. 987, § 1º, CPC);
• Poderão ser interpostos por qualquer sujeito indicado nos arts. 977, II e III, 983 e
982, I, do CPC.
AÇÕES DE COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIAS DOS TRIBUNAIS
São ações de competência originária dos tribunais:
• Homologação de decisão estrangeira;
• Ação rescisória;
• Ação anulatória de ato processual;
• Ação de querela nullitatis insanabilis;
• Reclamação.
Homologação de decisão estrangeira
O objetivo desta ação de homologação é aferir a
possibilidade da decisão estrangeira de produzir
efeitos dentro da ordem jurídica nacional.
Espécies de decisões estrangeiras:
• Sentenças, acórdãos, decisões interlocutórias,
laudos arbitrais (art. 960, caput, § § 1º e 3º, CPC),
e qualquer decisão que possa servir como título
executivo judicial, diante da lei brasileira.
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Homologação de decisão estrangeira
Requisitos (art. 936, CPC);
• ser proferida por autoridade competente;
• ser precedida de citação regular, ainda que
verificada a revelia;
• ser eficaz no país em que foi proferida;
• não ofender a coisa julgada brasileira;
• estar acompanhada de tradução oficial, salvo
disposição que a dispense prevista em tratado;
• não conter manifesta ofensa à ordem pública.
Homologação de decisão estrangeira
• Dispensa da homologação: sentença estrangeira de
divórcio consensual (art. 961, § 5º, CPC);
• Vedação da homologação: no caso de a jurisdição ser
exclusiva da autoridade brasileira (art. 23, CPC);
• O cumprimento da sentença de natureza
mandamental, executiva ou condenatória será feita
perante a Justiça Federal (art. 109, X, CF);
• O cumprimento de sentença será feito nos moldes da
técnica executiva do CPC.
Ação rescisória
A ação rescisória é instrumento de rescisão da
decisão transitada em julgado, através de sua
reapreciação, em situações excepcionais,
quando a coisa julgada representa injustiça
grave e ofensiva.
Seu objetivo é desconstituir a coisa julgada.
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Ação rescisória
Cabimento (art. 966, CPC):
I. se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou 
corrupção do juiz;
II. for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente 
incompetente;
III. resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte 
vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de 
fraudar a lei;
IV. ofender a coisa julgada;
V. violar manifestamente norma jurídica;
VI. for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo 
criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII. obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja 
existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de 
lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII. for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
Ação rescisória
Pressupostos: 
• Decisão que efetivamente aprecie o mérito da
demanda, acolhendo ou rejeitando no todo ou em
parte, o pedido formulado (art. 966);
• Ocorrência de coisa julgada em função da preclusão;
• Presença de uma das causa apontadas no art. 966;
• Não exaurimento do prazo previsto para ação rescisória
(art. 966, § 3º);
Ação rescisória
LEGITIMIDADE: parte prejudicada ou seu sucessor, terceiro interessado ou o Ministério
Público (art. 967);
PRAZO PARA PROPOSITURA: 2 anos a partir do trânsito em julgado da última decisão
proferida no processo (art. 975);
PETIÇÃO: elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319. Nas hipóteses
em que não é suficiente a rescisão, deve ser cumulado, obrigatoriamente, o pedido de novo
julgamento (art. 968);
DEPÓSITO PRÉVIO: cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa
caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente (não
exigido para os entes federativos e suas respectivas autarquias e fundações de Direito
Público, ao MP, à Defensoria, e aos beneficiários da gratuidade de justiça);
COMPETÊNCIA: do tribunal hierarquicamente superior ao juízo prolator do julgamento
rescindendo. Endereçamento equivocado: o autor será intimado para emendar a petição
inicial (art. 968, § 6º, CPC);
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA: possível para suspender os efeitos da sentença;
RECURSO: cabível os embargos de declaração, ou recurso especial ou extraordinário,
obedecidos os seus pressupostos;
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Ação anulatória de ato processual
A ação visa a anulação de um ato processual da
parte praticado em juízo, sobre os quais não
operam a coisa julgada.
Estão sujeitos à anulação os atos de disposição de
direitos praticados pelas partes ou por outros
participantes do processo e homologados pelo
juízo, bem como os atos homologatórios praticados
no curso da execução, nos termos da lei (art. 966,
§ 4º, CPC);
Ação anulatória de ato processual
• PRAZO PARA PROPOSITURA: são os mesmos prazos
decadenciais previstos no direito material;
• COMPETÊNCIA: juízo de primeiro grau em que tramita ou
tramitou o processo no qual o ato que ser desconstituir foi
praticado (art. 61, CPC);
• Segue o procedimento comum;
• Não suspende a eficácia de decisão judicial que homologou o
ato (art. 969), salvo se requerida a suspensão em sede de
tutela provisória;
• Julgado procedente o pedido de anulação, o processo deve ser
retomado do exato momento que ocorreu o ato anulado.
Ação de querela nullitatis insanabilis
A ação declaratória de inexistência de coisa julgada, tem por
finalidade o desfazimento de sentenças eivadas de errores in
procedendo.
• Tem como pressuposto a inexistência do processo ou do ato
sentencial;
• Segue o procedimento comum;
• CABIMENTO: em situações que falte pressuposto processual de
existência;
• COMPETÊNCIA: juízo de primeiro grau;
• PRAZO PARA AJUIZAMENTO: em qualquer momento do processo;
• Há possibilidade de suspensão da eficácia do julgado, mediante pedido
de tutela antecipada;
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Reclamação
É mecanismo de garantia da eficácia de determinadas decisões do
Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça.
CABIMENTO:
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério
Público para:
I. preservar a competência do tribunal;
II. garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III. garantir a observância de decisão do Supremo Tribunal Federal
em controle concentrado de constitucionalidade;
IV. garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de
precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em
incidente de assunção de competência.
Reclamação
PROCESSAMENTO:
• Propositura: perante qualquer tribunal;
• Julgamento: compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou
autoridade se pretenda garantir;
• Dirigida ao presidente do tribunal;
• Legitimidade: qualquer interessado;
ATOS DO RELATOR, AO DESPACHAR A RECLAMAÇÃO:
I. requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato 
impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;
II. se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar 
danoirreparável;
III. determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 
(quinze) dias para apresentar a sua contestação.
Julgada procedente, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou
determinará medida adequada à solução da controvérsia e, imediato cumprimento da
decisão (arts. 992 e 993, CPC);
MÓDULO VI 
PRECEDENTE JUDICIAL
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SUMÁRIO
6. Precedente Judicial;
6.1. Noções fundamentais;
6.2. Espécies de decisão e precedente;
6.3. Eficácia jurídica do precedente;
6.4. Efeitos dos precedentes;
6.5. Precedentes obrigatórios no direito;
6.5.1.Classificação pelo procedimento de formação; 
6.6. Deveres dos tribunais relacionados aos sistemas de precedentes judiciais;
6.7. A dinâmica do precedente;
6.8. A súmula vinculante.
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
A doutrina e o novo Código de Processo Civil
concluiu que a decisão judicial não é somente
um meio de solução de determinado caso
concreto, mas também um meio para a
promoção da unidade do direito.
Assim, o direito brasileiro contemporâneo
aproxima-se das tradições do civil law e
common law.
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
Nesse sentido, refere o artigo 926 do CPC que “os
tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e
mantê-la estável, íntegra e coerente:
§ 1º na forma estabelecida e segundo os
pressupostos fixados no regimento interno, os
tribunais editarão enunciados de súmula
correspondentes a sua jurisprudência dominante;
§ 2º ao editar enunciados de súmula, os tribunais
devem ater-se às circunstâncias fáticas dos
precedentes que motivaram sua criação”.
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NOÇÕES FUNDAMENTAIS
O precedente, em sentido lato, é a decisão judicial tomada à
luz de um caso concreto, cujo elemento normativo pode servir
como diretriz para o julgamento de um caso concreto (Fredie
Didier Jr.).
Em sentido estrito, o precedente pode ser definido como sendo
a própria ratio decidendi – fundamentos jurídicos que
sustentam a decisão (holding no direito norte-americano).
De acordo com Cruz e Tucci “todo precedente é composto de
duas partes distintas:
a) as circunstâncias de fato que embasam a controvérsia; e
b) a tese ou princípio jurídico assentado na motivação (ratio
decidendi) do provimento decisório”.
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
Precedente é a decisão judicial tomada à luz de um caso concreto, cujo
núcleo essencial pode servir como diretriz para o julgamento posterior em
casos análogos. É composto das circunstâncias de fato que embasam a
controvérsia, bem como da tese ou princípio jurídico assentado na motivação
do provimento decisório. (Fredie Didier Jr.)
O que forma o precedente é apenas a razão de decidir do julgado, a sua ratio
decidendi. Em outras palavras, os fundamentos que sustentam os pilares de
uma decisão é que podem ser invocados em julgamentos posteriores. As
circunstâncias de fato que deram embasamento à controvérsia e que fazem
parte do julgado não têm o condão de tornar obrigatória ou persuasiva a
norma criada para o caso concreto¹.
¹(TUCCI, José Rogério Cruz e. Precedente Judicial como Fonte do Direito. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2004, p. 14).
ESPÉCIES DE DECISÃO E PRECEDENTE
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle
concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou
de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de
recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal
em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça
em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais
estiverem vinculados.
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ESPÉCIES DE DECISÃO E PRECEDENTE
• Precedentes vinculantes: visa a edição de enunciados de
súmulas; proferidos pelo STF em controle concentrado de
constitucionalidade, em incidente de assunção de competência,
em resolução de demandas repetitivas e em julgamento de
recurso extraordinário e especial repetitivos;
• Precedentes impeditivos: são os precedentes judiciais
vinculantes que possuem a finalidade específica de impedir a
apreciação de demanda, a revisão de decisões ou a remessa
necessária;
• Precedentes permissivos: visam garantir a apreciação de
demanda, a revisão de decisão judicial ou a remessa necessária;
• Precedentes persuasivos: proferidos pelos juízes de primeiro
grau, pelos tribunais estaduais e federais fora das hipóteses em
que os referidos tribunais produzem precedentes vinculantes.
EFEITOS DO PRECEDENTE
Efeito persuasivo: é um efeito mínimo do precedente, o de convencer o
julgador. Nesse sentido, por exemplo, quanto mais elevado hierarquicamente o
órgão prolator, maior será sua força persuasiva. É um indício de uma solução
razoável e socialmente adequada, podendo ser observado no art. 285-A, do
incidente previsto no art. 476 a 479, dos embargos de divergência (art. 546),
bem como do recurso especial por dissídio jurisprudencial (art. 105, III, “c” da
CR/88);
Efeito vinculante: alguns precedentes vinculam e, obrigatoriamente, devem ser
observados, pois ostentam uma eficácia normativa. No sistema da common
law essa é a regra. As súmulas vinculantes, produzidas pelo STF (art. 103-A da
CR/88), de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, que, a partir
de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta,
nas esferas federal, estadual e municipal. Observe-se que a súmula vinculante
determina não só a norma geral do caso concreto, como impedem também o
recurso.
EFEITOS DO PRECEDENTE
Efeito impeditivo ou obstativo da revisão das decisões: existem precedentes
que, se observados, impedem sua discussão através de recurso, como as
súmulas do STJ ou do STF (art. 518, §1º do CPC), impedir o reexame
necessário (art. 475, §3º do CPC), impedir a revisão da matéria recursal, como
se extrai do art. 557 do CPC;
Efeito autorizante: quando é determinante para a admissão ou acolhimento
de ato postulatório (como recurso, demanda ou incidente processual).
Repercutem no acolhimento de postulações, por exemplo: a existência de
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante”,
ao autorizar a concessão de tutela de evidência documentada (art. 311, II,
CPC); o precedente ou enunciado de súmula contrariados pela decisão
recorrida;
Efeito rescindente ou deseficacizante: tem aptidão para rescindir ou retirar a
eficácia de decisão judicial transitada em julgado. Por exemplo: no caso dos §
§ 12, 13 e 14 do art. 525, e dos § § 5º, 6º e 7º do art. 535, que reputam
inexigível decisão que se lastreie em lei ou em ato normativo tidos como
inconstitucional pelo STF.
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PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS NO DIREITO 
BRASILEIRO
Rol exemplificativo de precedentes obrigatórios:
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I. as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade;
II. os enunciados de súmula vinculante;
III. os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de 
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial 
repetitivos;
IV. os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria 
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V. a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
Outros precedentes: aquele cujo entendimento é consolidado na súmula de cada um
dos tribunais (ainda que não seja tribunal superior), tem força obrigatória em relação
ao próprio tribunal e aos juízes a ele vinculados.
CLASSIFICAÇÃO DO PRECEDENTE 
PELO PROCEDIMENTODE 
FORMAÇÃO
Precedente oriundos de decisões em controle 
concentrado de constitucionalidade feito pelo 
Supremo Tribunal Federal
Na forma do art. 927 os juízes e os tribunais
deverão observar as decisões do Supremo
Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade. Confere força obrigatória
aos precedentes do STF, produzidos em
processo de controle concentrado de
constitucionalidade;
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Precedentes cuja ratio decidendi foi 
enunciada em súmula
Estabelece o art. 927, II e IV do CPC que os juízes
e tribunais devem observar os enunciados das
súmulas do STF em matéria constitucional,
inclusive enunciado do STJ em matéria
infraconstitucional, reafirmando a força
obrigatória da súmula vinculante.
Precedentes produzidos por incidente em 
julgamento de tribunal
Estabelece o art. 927, II, CPC, que os juízes e
tribunais deverão observar “os acórdãos em
incidente de assunção de competência ou de
resolução de demandas repetitivas e em
julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos”.
Nesses casos, há previsão de incidente processual
para elaboração de precedente obrigatório.
O contraditório é ampliado com audiências públicas
e participação do amicus curiae (arts. 138; 927, §
2º; 983; 1038, I e II, do CPC).
Precedentes oriundos do plenário ou do 
órgão especial
Prescreve o art. 927, V, CPC, que os juízes e
tribunais devem seguir “a orientação do plenário ou
do órgão especial aos quais estiverem vinculados”.
• Vinculação interna: dos membros e órgãos
fracionários de um tribunal aos precedentes
provenientes de seu plenário ou órgão especial.
• Vinculação externa: dos demais órgãos de
instância inferior aos precedentes do plenário ou
órgão especial do tribunal a que estiverem
submetidos.
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Deveres dos tribunais relacionados
aos sistemas de precedentes judiciais
• Dever de uniformização da jurisprudência;
• Dever de manter a jurisprudência estável;
• Dever de dar publicidade aos precedentes;
• Dever de coerência e dever de integridade;
SÚMULA VINCULANTE
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de
ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento,
na forma estabelecida em lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
SÚMULA VINCULANTE
• Efeito vinculante: opera-se a partir da publicação do
enunciado do Diário Oficial da Justiça e da União (art. 2º, §
4º, Lei n. 11.417/2006);
• Restrição: pelo STF (art. 4º, Lei n. 11.417/2006);
• Objeto: matéria constitucional sobre a qual haja
controvérsia nos órgãos judiciários.
• Competência: para editar é somente o STF, os outros
tribunais podem propor a sua edição;
• Revisão ou cancelamento: em caso de revogação ou
modificação da lei, ou do entendimento, por exemplo;
• Iniciativa: por provocação dos legitimados da ação direta
de inconstitucionalidade (art. 3º, Lei 11.417/2006);
• Procedimento: Resolução n. 381/2008 e 388/2008;

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