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atenção farmaceutica na oncologia


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5
FarmacêuticoemFoco
O 
primeiro passo para que 
o farmacêutico amplias-
se seu espaço na Onco-
logia foi a publicação da 
Resolução 288/96 do CFF que dis-
põe sobre a competência legal para o 
exercício da manipulação de drogas 
antineoplásicas pelo farmacêutico. 
Em 21 de setembro de 2004, a Re-
solução 220/04 da Agência Nacio-
nal de Vigilância Sanitária (Anvisa), 
regulamentou o funcionamento dos 
serviços de terapia antineoplásica e 
instituiu a equipe multiprofissional 
em terapia antineoplásica (EMTA), 
com a função de atuar de forma 
conjunta para melhorar a qualidade 
de vida do paciente e a capacidade de 
enfrentamento do processo, tornan-
do o tratamento mais aceitável.
A atuação do farmacêutico na 
equipe se estabelece por meio do 
fornecimento de informações so-
bre os medicamentos aos demais 
membros da EMTA, do auxílio na 
elaboração de protocolos e do se-
Atuação do farmacêutico no manejo de reações 
adversas
Larissa Vilarinho*
tratamento, além de desenvolver a 
confiança entre o paciente e o profis-
sional. As informações devem ser re-
passadas em material informativo, de 
caráter educativo e por meio de orien-
tação direta ao paciente e ao cuidador.
Na orientação, deve-se auxiliar o 
paciente quanto ao modo de usar 
o medicamento e seu armazena-
mento, alertá-lo sobre os prováveis 
* Farmacêutica-bioquímica pela Universidade 
do Sagrado Coração de Jesus de Bauru, São 
Paulo. Com especialidade em administração 
dos serviços de Saúde pela Universidade de 
Ribeirão Preto (Unaerp) e MBA em Gestão em-
presarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
CRF/MG 10.166
guimento e aconselhamento farma-
coterapêutico. Conhecer detalhes 
dos aspectos farmacológicos dos 
medicamentos em uso é essencial 
para o desenvolvimento de uma 
adequada assistência farmacêutica.
Em 2010, a Portaria 420 do Mi-
nistério da Saúde regulamentou a 
atuação do profissional farmacêu-
tico no monitoramento de efeitos 
adversos dos protocolos de fárma-
cos orais na quimioterapia e na 
hormonioterapia. Essa atividade é 
realizada imediatamente no início 
do ciclo de tratamento e, ainda, no 
transcorrer da terapia de suporte ou 
no controle dos sintomas dos pa-
cientes em cuidados paliativos. Seu 
foco de atenção está no aconselha-
mento e monitoramento da terapia 
farmacológica. 
O aconselhamento do paciente em 
regime de quimioterapia deve ser 
precedido de todas as informações 
necessárias para garantir a adesão ao 
6
uma lista atualizada e conciliada de 
medicamentos em uso durante os 
processos de admissão, transferên-
cia e alta, sendo essa arquivada no 
prontuário do paciente para facilitar 
o acesso à informação de todos os 
profissionais envolvidos no proces-
so, também é importante, além de 
avaliar e acompanhar a adesão dos 
pacientes ao tratamento e realizar 
ações para sua promoção.
O método mais utilizado na ava-
liação farmacêutica é o DÁDER, 
desenvolvido pela Universidade de 
Granada em 1999, que se baseia 
na obtenção da história farmaco-
terapêutica do paciente, isto é, os 
problemas de saúde que ele apre-
senta e os medicamentos em uso na 
avaliação de seu estado de situação 
em uma data determinada, a fim de 
identificar e resolver possíveis pro-
blemas relacionados com os medi-
camentos (PRM). Deverão ser rea-
lizadas intervenções farmacêuticas 
necessárias para a resolução desses 
PRM, por meio de um plano pre-
viamente acordado com o paciente, 
e avaliados os resultados obtidos. 
Em seguida, deve-se utilizar o pla-
no de seguimento no qual está re-
lacionada toda a medicação que o 
paciente utilizará, visando somente 
a necessária, observando os efeitos 
colaterais e fazendo com que o tra-
tamento seja o mais seguro possível.
Já no que se refere ao tratamento 
do paciente, alguns pontos são de 
essencial atenção, pois diversos fa-
tores podem influenciá-lo. Entre eles 
estão:
• Fatores sociais e econômicos: 
pouco conhecimento sobre a 
doença, falta de apoio familiar e 
social, estilo de vida ativo, acesso 
a farmácia e instalações médicas, 
custo da medicação, crenças pes-
soais sobre a doença e tratamento, 
falta de plano de saúde.
De acordo com a Anvisa e a Socie-
dade Brasileira de Farmacêuticos 
em Oncologia (Sobrafo), os eventos 
adversos e reações adversas se classi-
ficam em cinco graus. Já a gradua-
ção dos eventos adversos segundo 
o NCI Common Terminology Criteria 
for Adverse Events (CTCAE), consi-
derando sua gravidade, se define da 
seguinte maneira:
Grau 1: leve, assintomático ou leve 
sintoma; apenas observações clíni-
cas ou de diagnóstico; sem indica-
ção de intervenção.
Grau 2: moderado; indicada inter-
venção mínima, local ou não inva-
siva; limitação das atividades apro-
priadas para a idade relacionadas 
ao cotidiano, tais como: preparar as 
refeições, sair para as compras em 
supermercado, usar o telefone, ge-
renciar suas contas etc.
Grau 3: grave ou, do ponto de vista 
médico, algo significante que não re-
presenta risco à vida. Indicada hos-
pitalização ou prolongamento desta; 
incapacitante; limitação do autocui-
dado nas atividades cotidianas, tais 
como: tomar banho, vestir-se e des-
pir-se, alimentar-se, usar o sanitário, 
tomar medicamentos.
Grau 4: consequências que repre-
sentam risco de morte; indicada in-
tervenção urgente.
Grau 5: morte relacionada ao even-
to adverso.
A consulta farmacêutica deve ser 
realizada em consultório, de modo 
que garanta a privacidade do aten-
dimento. É importante fazer a 
anamnese farmacêutica, bem como 
verificar sinais e sintomas. Acessar e 
conhecer as informações constantes 
no prontuário do paciente é funda-
mental, realizando, assim, a evo-
lução farmacêutica neste. Elaborar 
efeitos colaterais, interações me-
dicamentosas ou alimentares e 
para não associar nenhum ou-
tro medicamento, ou fazer uso 
da medicação durante a gravidez 
ou amamentação, a menos que 
sob orientação médica. Deve-se 
atentá-lo também quanto ao se-
guimento rigoroso do horário de 
administração e das restrições na 
alimentação, pois alguns alimen-
tos modificam os efeitos medica-
mentosos. É preciso informar se o 
medicamento pode causar depen-
dência física ou psíquica e quanto 
aos perigos da automedicação e de 
tratamentos alternativos não com-
provados cientificamente. Forne-
cer recomendações para minimizar 
os efeitos secundários e determinar os 
fármacos que podem interferir na 
eficácia do tratamento também fa-
zem parte dessa orientação.
FarmacêuticoemFoco
A consulta 
farmacêutica 
deve ser realizada 
em consultório, de 
modo que garanta 
a privacidade do 
atendimento. 
É importante fazer a 
anamnese farmacêutica, 
bem como verificar sinais 
e sintomas. Acessar e 
conhecer as informações 
constantes no 
prontuário do paciente é 
fundamental, realizando, 
assim, a evolução 
farmacêutica neste
7
• Fatores relacionados ao trata-
mento: complexidade do regime, 
número de doses diárias, podendo 
ocorrer o esquecimento, polifar-
mácia, duração da terapia, alte-
rações frequentes no regime, falta 
de benefício imediato, efeitos cola-
terais reais e percebidos, impacto 
sobre o estilo de vida. 
• Fatores relacionados ao pacien-
te: prejuízo físico e psicológico, 
conhecimento da doença e do 
tratamento, expectativas e bene-
fícios percebidos do tratamento, 
confiança na aderência, medo dos 
efeitos colaterais, falta de motiva-
ção (muitos pacientes não tomam 
seus medicamentos quando estão 
viajando ou de férias), ingestão de 
álcool ou dispersão das atividades 
planejadas, presença de barreiras 
para cuidados médicos. 
• Fatores relacionados à doença: 
condições crônicas, gravidade dos 
sintomas, doença assintomática.
• Fatores do sistema de saúde (pro-
fissionais e equipe de saúde): 
relação ruim entre o profissionalde saúde e o paciente, falta de co-
municação do profissional de saú-
de, falta de conhecimento sobre 
a aderência, consultas perdidas e 
infrequentes, continuidade do tra-
tamento.
 
Desse modo, para se aumentar a 
aderência ao tratamento, a melhor 
maneira é:
• Explicar minuciosamente, de for-
ma clara e objetiva, a importância 
do tratamento, lembrando-se das 
razões clínicas de tomar as medi-
cações conforme a orientação.
• Questionar o paciente durante o 
retorno.
• Realizar o acompanhamento para 
avaliar os efeitos colaterais, con-
trolando e realizando intervenções 
apropriadas com o intuito de redu-
zir esses efeitos.
• Criar suporte ao paciente com 
lembretes regularmente progra-
mados.
É essencial a boa interação do 
farmacêutico com a EMTA. Ele de-
sempenha a função no uso apropriado 
dos medicamentos, com segurança 
e custo-efetividade. Os pacientes 
oncológicos são os grandes benefi-
ciados da atenção farmacêutica, em 
função de apresentarem inúmeros 
problemas relacionados ao trata-
mento antineoplásico. O objetivo fi-
nal é a melhora na qualidade de vida 
do paciente.
Bibliografia consultada
• Brasil. Ministério da Saúde. Agência 
Nacional de Saúde. Anvisa. Resolu-
ção RDC nº 220, de 21 de setembro 
de 2004: aprova o regulamento técnico 
de funcionamento dos serviços de te-
rapia antineoplásica. Diário Oficial da 
União, de 23 de Setembro de 2004.
• Brasil. Ministério da Saúde, Portaria 
420 – Secretaria de Atenção à Saúde.
• Conselho Federal de Farmácia. Reso-
lução 288, 21 de Marco de 1996: dis-
põe sobre a competência legal para o 
exercício da manipulação de drogas 
antineoplásicas pelo farmacêutico. 
Diário Oficial da União; 1996.
• Ivama AM, Noblat L, de Castro MS, 
Oliveira NVBV, Jaramillo NM, Rech 
N. Consenso Brasileiro de Atenção 
Farmacêutica. Brasília: Organização 
Pan-Americana da Saúde; 2002.
• Organização Pan-Americana da Saú-
de. Organização Mundial de Saúde. 
Atenção Farmacêutica no Brasil: 
trilhando caminhos. Relatório 2001-
2002. Brasília; 2002.
• Painel de consenso ad hoc. Consenso 
de Granada sobre problemas relacio-
nados com medicamentos. Pharm 
Care Esp. 1999;1(2):107-12.
• Sobrafo e Anvisa. Guia de Reações Ad-
versas em Oncologia. São Paulo; 2011.
• Vasconcelos MJMG, Moreira AMR. 
Ciências farmacêuticas – Uma aborda-
gem em farmácia hospitalar. São Pau-
lo: Atheneu; 2001.
FarmacêuticoemFoco