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Portfólio de Psiquiatria
Medicina Unigranrio-Duque de Caxias
Aluna: Ana Luisa Campos Guerra
Matricula:4505806 
 O cenário de atendimento foi o Centro de Atenção Psicossocial(CAPS) Leslie Sanford Chavin, localizado no bairro 25 de Agosto, em Duque de Caxias-RJ.A data de atendimento foi 06/06/2016(2ª consulta).
 V.S.M., feminino, 23 anos, solteira, evangélica, natural de Duque de Caxias.Paciente trabalhava como atendente de telemarketing em uma empresa há 3 anos e meio e relata que sofria muita pressão de sua supervisora.Tinha metas a cumprir e não podia perder muito tempo parando o serviço para ir ao banheiro e demorar no almoço, por exemplo.Mas, apesar dessas condições impostas e da constante pressão, não reclamava do emprego.Há cerca de 15 dias foi demitida da empresa onde trabalhava.Paciente relata que no momento da demissão não se importou muito e não ficou chateada, chegando até a ficar um pouco feliz e aliviada por ter se livrado de tamanha pressão.Chegou em casa calma, porém com o passar do tempo começou a se dar conta da situação do desemprego e iniciou um quadro de ansiedade e medo, não conseguindo controlar esses sentimentos e teve o 1ºsurto.
 Foi levada pela família ao PAM de Del Castilho onde fez uso de medicações que a família não soube relatar quais e de lá foi encaminhada e internada na Clínica de Repouso Santa Alice, onde permaneceu por cerca de 1 semana.A família, ao realizar uma visita, notou que a paciente estava calma, porém muito abatida e triste.Além disso, desconfiaram de um possível abuso sexual(SIC).Por estas razões decidiram tirá-la da Clínica de Repouso e a levaram para a emergência do Hospital Municipal Doutor Moacyr Rodrigues do Carmo.Lá foi medicada com Haldol(haloperidol), Amplictil(cloridrato de clorpromazina), Fenergan(cloridrato de prometazina) e outro medicamento injetável o qual a família não lembra o nome.Do Hospital foi encaminhada para o CAPS no dia 02/06/2016, quando teve sua 1ª consulta com o Dr. Rubens.
 Paciente chegou ao CAPS bastante agitada, acompanhada da irmã e do cunhado e foi medicada com Piportil(palmitato de pipotiazina).A família e a paciente relatam que ela sempre foi uma pessoa calma, mas que desde quando foi demitida está muito nervosa, ansiosa, com insônia, taquicardia, sudorese fria, está se sentindo perseguida, com medo e que está vendo coisas ruins no espelho.Nega estar ouvindo vozes.Devido à esse quadro clínico a hipótese questionada é de que a dispensa do trabalho tenha sido fator desencadeante de toda a sintomatologia e do 1º surto.A paciente e a irmã desconhecem a existência de qualquer transtorno mental na família.Nessa 1ª consulta foi prescrito Clonazepam, Fenergan e Risperidona.Foi solicitado retorno ao CAPS em 4 dias.
 Hoje, 06/06/2016 paciente retornou ao CAPS acompanhada da irmã, do sobrinho e do cunhado com melhoras psíquicas, menos agitada, porém visivelmente abatida (não dormiu na noite anterior) e emagrecida.Relata estar se sentindo mais calma, porém ainda acha que está sendo perseguida e vê coisas ruins no espelho.Está desconfiada de tudo, principalmente com relação à alimentação-não come refeições feitas por sua própria família por achar que está envenenada.Só se alimenta por comida feita por ela, porém mesmo assim relata dificuldade para deglutir, não conseguindo engolir a comida.Paciente também relata que está dormindo pouco e está alternando noites de sono com noites de insônia e atribui isso ao Clonazepam.Foram feitas algumas modificações nas medicações com relação à 1ªconsulta.No momento foi prescrito Fenergan, Risperidona, Amplictil e Clonazepam, porém este teve a dose diminuída e retirou a dose noturna.Solicitado retorno em 20/06/16.A principal hipótese diagnóstica abordada pelo Dr. Rubens foi Transtorno de Ansiedade Generalizada(TAG).
 Frequentar o CAPS para mim foi bem interessante, tanto a consulta individual como o grupo de vozes, pois embora já tivesse atendido no ambulatório pacientes que eram psiquiátricos, nunca tive um contato mais próximo, uma convivência maior. Pude perceber que atitudes minhas, para mim insignificantes como o simples ato de cruzar os braços podem ser vistas de outro jeito e ter uma importância muito maior, fazendo até com que o paciente fique desconfiado e pode ter vários pensamentos inadequados a partir de uma atitude inocente minha. 
 Confesso que em alguns momentos não fiquei muito à vontade nos atendimentos, como nessa consulta da paciente relatada.Quando ela chegou para a consulta junto com o cunhado e a irmã com bebê de colo, a irmã saiu um pouco de perto da sala de atendimento pois o bebê chorava, se distanciando de nós e da paciente.Nesse momento a paciente perguntou a minha religião e das outras duas alunas que também estavam lá; as duas são evangélicas como a paciente, e eu respondi ser católica.Foi então que ela disse que a irmã tinha se retirado do local por minha culpa, e passou o resto da consulta com um olhar desconfiado.Nesse dia não me senti muito confortável, mas excetuando isso a experiência no CAPS foi muito proveitosa.
 Os transtornos de ansiedade são os transtornos psiquiátrios mais prevalentes, porém muitas vezes não são reconhecidos como problemáticos pelos pacientes, tampouco sendo diagnosticados e tratados pelos médicos.Consiste em uma preocupação excessiva e abrangente, acompanhada por uma variedade de sintomas somáticos, que causa comprometimento significativo no funcionamento sócio-ocupacional ou acentuado sofrimento. O quadro clínico é caracterizado por ansiedade generalizada e persistente, não restrita à uma situação ambiental ou objeto específico acompanhada das seguintes queixas clínicas: tremor, tensão muscular, inquietação, palpitação, sensação de asfixia, sudorese, dificuldade de deglutir, impaciência, sobressaltos, dificuldade de concentração, insônia, irritabilidade entre outros.Esses sintomas físicos podem ser acompanhados de pensamentos catastróficos e associados à modificações no comportamento.Geralmente esse transtorno é desencadeado por situações de ameaça à integridade física, moral ou ao sucesso pessoal ou em circunstâncias que representem frustrações de planos ou projetos pessoais ou perda de posição social ou um ente querido.
 O tratamento dos transtornos de ansiedade pode ser realizado com psicofármacos, psicoterapias associadas à medidas não farmacológicas e tratamento combinado com psicofármacos e psicoterapias. Dentre as formas de psicoterapias para os transtornos de ansiedade a terapia cognitivo comportamental(TCC) é a que apresenta maiores evidências de eficácia, pois visa corrigir pensamentos automáticos catastróficos e as crenças errôneas.Também podem ser usadas técnicas para enfrentar a ansiedade, como respiração diafragmática e relaxamento muscular.Além disso, outra modalidade de psicoterapia, a dessensibilização e reprocessamento dos movimentos oculares, mostrou-se efetiva em alguns estudos. Com relação aos psicofármacos, os mais utilizados são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina(ISRS), os inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina(IRSN), antidepressivos tricíclicos(ADT), os inibidores de monoaminoxidase(IMAO) e os benzodiazepínicos(BZD).Além disso, em situações muito específicas, os betabloqueadores também podem ser empregados.
 A paciente em questão está fazendo uso de Clonazepam(BZD), Fenergan(cloridrato de prometazina), Amplictil(cloridrato de clorpromazina) e Risperidona.É necessário um acompanhamento do caso para ver como o paciente está reagindo às medicações e se está melhorando.A duração do tratamento pode ser longa, em alguns casos por toda vida.
Bibliografia:Capítulo 8-Transtorno de Ansiedade
 Apostila Psiquiatria Medcurso 2014-Capitulo 6, pag 51.

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