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Proposta de um conjunto de exercicios de ginastica laboral como resposta as principais lesoes musculo 8211 esqueleticas relacionadas ao trabalho

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Proposta de um conjunto de exercícios de Ginástica 
Laboral, como resposta às principais Lesões 
Músculo–Esqueléticas Relacionadas ao Trabalho. 
Monografia, realizada no âmbito da 
disciplina de Seminário do 5º ano, da Licenciatura 
em Desporto e Educação Física, na área de 
Recreação e Lazer da Faculdade de Desporto da 
Universidade do Porto. 
Orientador: Prof. Doutor Rui Garganta 
Luís Miguel Rosino Moreira Machado 
Porto, 2008 
 II
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Machado, L. (2008). Proposta de um conjunto de exercícios de Ginástica 
Laboral, como resposta às principais Lesões Músculo–Esqueléticas 
Relacionadas ao Trabalho. Porto: L. Machado. Dissertação de Licenciatura 
apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. 
 
Palavras-chave: Actividade Física e Saúde, Doenças Laborais, Ginástica 
Laboral, LMERT. 
 III
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais António Machado e Maria Olga pela 
oportunidade que me deram de existir 
 
Ao Sandro e à avó Zaza pela referência e amizade. 
 
Aos verdadeiros amigos que sempre estiveram 
 comigo nos bons e maus momentos 
 IV
 
 
Agradecimentos 
 
Foram várias as pessoa envolvidas neste projecto. Peço, desde já, desculpas 
para eventualidade de um esquecimento. 
Ao Professor Doutor Rui garganta, pela referência, pragmatismo e boa 
disposição. 
Ao João brito pela colaboração na correcção dos textos, pelas sugestões 
oferecidas e, acima de tudo, por ser um amigo fantástico. 
À Marta pela amizade e pelas noites mal dormidas. 
Ao João Peralta e ao Angelo pelo “empurrãozinho” final. 
Às colegas Vânia, Kaka e Helena pela camaradagem. 
À minha tia Faty pelo résumé. 
A todas as pessoas da empresa onde recolhemos a informação. 
 
A todos um MUITO OBRIGADO, sem vocês não era possível a concretização 
deste projecto.
 V 
 
Índice Geral 
 
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... IV 
FORAM VÁRIAS AS PESSOA ENVOLVIDAS NESTE PROJECTO. PEÇO, 
DESDE JÁ, DESCULPAS PARA EVENTUALIDADE DE UM 
ESQUECIMENTO. ...................................................................................................... IV 
AO PROFESSOR DOUTOR RUI GARGANTA, PELA REFERÊNCIA, 
PRAGMATISMO E BOA DISPOSIÇÃO. ................................................................. IV 
ÍNDICE GERAL .............................................................................................................. V 
ÍNDICE FIGURAS ..................................................................................................... VII 
ÍNDICE QUADROS .................................................................................................. VIII 
RESUMO ....................................................................................................................... IX 
ABSTRACT……………………………………………………………………………X 
RÉSUMÉ ....................................................................................................................... XI 
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ............................................................ XII 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3 
REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 7 
ACTIVIDADE FÍSICA E LAZER ........................................................................................ 7 
DELIMITAÇÃO TERMINOLÓGICA DO CONCEITO DE ACTIVIDADE FÍSICA .......................... 9 
ACTIVIDADE FÍSICA RECOMENDADA ............................................................................ 10 
BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO ............................................................................... 11 
DOENÇAS LABORAIS ............................................................................................... 15 
LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS RELACIONADAS AO TRABALHO - 
LMERT ......................................................................................................................... 19 
LMERT MAIS COMUNS ................................................................................................ 21 
FACTORES DE RISCO PARA AS LMERT ........................................................................ 22 
GINÁSTICA LABORAL ............................................................................................. 25 
ENQUADRAMENTO DAS POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO ........................... 25 
GINÁSTICA LABORAL .................................................................................................. 28 
CLASSIFICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL ................................................................... 29 
� COMPENSAÇÃO - GLC ......................................................................................... 29 
OBJECTIVO ................................................................................................................. 33 
MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 37 
CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................. 37 
INSTRUMENTOS ........................................................................................................... 37 
Aplicação dos instrumentos .................................................................................... 38 
PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS................................................................................... 38 
 VI
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ......................................... 41 
RESULTADOS DO QNSO DE DOR/DESCONFORTO NOS ÚLTIMOS 12 MESES ................... 41 
FREQUÊNCIA DE LMERT ............................................................................................ 44 
 
PROPOSTA DE EXERCÍCIOS DE ACORDO COM A FREQUÊNCIA DE 
LMERT...........................................................................................................................48 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 53 
ANEXOS........................................................................................................................57 
Anexo 1…………………………………………………………………………58 
 
 
 VII
 
Índice Figuras 
 
Fig. 1 - Percentagem de indivíduos do sexo masculino e feminino....................... 37 
Fig. 2 - Frequência de sintomas de dor na região do pescoço e ombros.............. 41 
Fig.3 - Frequência de sintomas de dor na região dos punhos/mãos..................... 41 
Fig.4 - Frequência de sintomas de dor na região do pescoço e ombros............... 41 
Fig.5 - Frequência de sintomas de dor na parte superior das costas.................... 42 
Fig.6 - Frequência de sintomas de dor na região do(s) joelho(s)......................... 42 
Fig.7 - Frequência de sintomas de dor na região da anca/coxa........................... 42 
Fig.8 - Frequência de sintomas de dor na zona do(s) tornozelo(s)/pé(s).............. 42 
Fig.9 - Frequência de sintomas de dor na região dos cotovelos........................... 42 
Fig.10 - Frequência de dor do segundo a sua localização................................... 43 
Fig.11 - Sintomas de dor, nos últimos 12 meses, em pelo menos uma parte do 
corpo...................................................................................................................... 
 
45 
Fig.12 - Frequência de LMERT - sexo masculino/feminino...................................45 
 
 VIII 
Índice Quadros 
 
Quadro 1 - Resumo dos resultados dos estudos de investigação sobre a 
relação da actividade física ou da aptidão física com doenças crónicas........ 
seleccionadas ou com condições patológicas (Blair et al., 1993) 
 
11 
 
Quadro 2 – Factores de risco das lesões músculo – esqueléticas................ 
relacionadas ao trabalho, baseados no Decreto Regulamentar n.º 76/2007 
22 
Quadro 3 – Classificação da GL (Zilli, 2002)................................................. 30 
Quadro 4 - Comparação entre o estudo actual e a frequência de lesões 
músculo – esqueléticas por região.................................................................. 
 
44 
Quadro 5 – Proposta de Exercícios de acordo com a frequências 
de LMERT ...................................................................................................... 49 
 
 
 
 IX
Resumo 
 
 
As LMERT apresentam hoje em dia uma elevada prevalência. São 
várias as estratégias para a sua prevenção e uma das mais divulgadas é 
Ginástica Laboral que surgiu com o objectivo de promover a saúde e o 
desempenho profissional. 
O principal objectivo deste trabalho é verificar quais as lesões 
musculares mais comuns em trabalhadores dos armazéns de uma empresa de 
distribuição de produtos de consumo e, de acordo com os resultados obtidos, 
propor um conjunto de exercícios de Ginástica Laboral. 
O levantamento das lesões foi realizado através do Questionário Nórdico 
de Sintomas Osteomusculares - QNSO, na versão traduzida e adaptada por 
Pinheiro (2002), sendo a amostra composta por 66 indivíduos, com idades 
medias de 30,2 ± 7,9. 
Observou-se que, entre os indivíduos que referiam sintomatologia 
dolorosa, as áreas mais afectadas eram as regiões da coluna lombar (59,1 %; 
n = 39), punhos e mãos (39,4%; n = 26), pescoço e ombros (ambas de 27,3%; 
n = 18). 
Deste modo, e baseando-nos nos dados relativos à sintomatologia 
dolorosa dos trabalhadores, procurámos propor um conjunto de exercícios de 
Ginástica Laboral que possam ser aplicado, com objectivos profiláticos. 
 
 
 X 
 
Abstract 
 
Today the Work Releated Musculoskeletal disorders take a high precedence 
over all others. There are various strategies to favour prevention and one of the 
most known is the “Labour Gymnastic”, that came out with the objective of 
promoting health and professional accomplishment. 
The main target of my work is to check what kind of muscular injuries are most 
common with workers in warehouses in a firm dealing with the distribution of 
consumer goods and, according to obtained results, propose a range of “Labour 
Gymnastic” exercises. 
The putting in evidence of the injuries has been possible thanks to the “Northern 
Survey of Osteomuscular Symptoms” (NSOS), in its translated and adapted 
version by Pinheiro (2002). The survey was done on the basis of 66 individuals, 
average age 30.2 ± 7,9. 
It was observed that among the individuals who presented painful symptoms, 
the most affected regions were the regions of the backbone at the lumbar level 
(59.1%; n=39), wrists and hands (34.4%; n=26), neck and shoulders (both 
27,3%; n=18). 
Thus, referring to the given information on the painful symptoms of the workers, 
we want to propose a range of exercises of “Labour Gymnastic” that could be 
applied with prophylactic objectives. 
 
 
 
 XI
Résumé 
 
 
Les Lesions Attribuables auxs Travaux Répétitifes présentent de nos 
jours une prévalence élevée. Il y a des stratégies variées pour une prévention 
et des plus divulguées est la Gymnastique « Laboral » qui a surgit avec 
l’objectif de promouvoir la santé et l’accomplissement professionnel. 
L’objectif principal de mon travail est de vérifier quelles sortes de lésions 
musculaires sont les plus communes chez les travailleurs en entrepôt dans une 
entreprise de distribution de produits de consommation et, en accord avec les 
résultats obtenus, proposer un ensemble d’exercices de Gymnastique du 
travail. 
La mise en évidence des lésions a été réalisée grâce au Questionnaire 
Nordique des Symptômes Osteomusculaires- QNSO, dans sa version traduite 
et adaptée par Pinheiro (2002), étant l’échantillon composé de 66 individus, 
d’un âge moyen de 30,2 ± 7,9. 
Il a été observé que, parmi les individus qui présentaient une 
symptomatologie douloureuse, les régions les plus affectées, étaient les régions 
de la colonne au niveau lombaire (59,1% ; n=39), poignets et mains (39,4% ; 
n=26), nuque et épaules (toutes les deux 27,3% ; n=18) 
Ainsi, et en nous basant sur les données relatives à la symptomatologie 
douloureuse des travailleurs, nous avons voulu proposer un ensemble 
d’exercices de Gymnastique « Laboral » qui puissent être appliqués , avec des 
objectifs prophylactiques. 
 
 XII
Lista de Abreviaturas e Símbolos 
 
� ACSM - American College of Sports Medicine 
� AF – Actividade Física 
� AHA - American Heart Association 
� APF – Aptidão Física 
� CNAT - Congresso Nacional de Acidentes de Trabalho 
� DL – Doença Laboral 
� GL – Ginástica Laboral 
� GLC - Ginástica Laboral Compensação 
� GLP - Ginástica Laboral Preparatória 
� GLR - Ginástica Laboral Relaxamento 
� IGT – Inspecção Geral do Trabalho 
� INE – Instituto Nacional De Estatística 
� LME – Lesão Músculo – Esquelética 
� LMERT - Lesão Músculo – Esquelética Relacionada ao Trabalho 
� MI – Membros Inferiores 
� MS –Membros Superiores 
� OMS – Organização Mundial de Saúde 
� QNSO - Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares 
� UE - União europeia 
� WRMSDs – Work Related Musculoskeletal Disorders 
� % - Percentagem de Valores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. Introdução 
 
 
 
 
3 
Introdução 
 
Vivemos num período em que as sociedades desenvolvidas e 
industrializadas estão absorvidas pelo progresso tecnológico. Por outro lado, a 
necessidade de eficiência e produtividade nas empresas, bem como o trabalho 
repetitivo consequência da crescente divisão de tarefas, faz com que o 
desgaste físico e psicológico, dos trabalhadores, aumente de forma 
assustadora. Estes dois factores contribuem para que as doenças laborais (DL) 
tenham aumentado nos últimos anos de forma exponencial, ao ponto de serem 
actualmente consideradas como o maior perigo ao qual estão expostos as 
pessoas no local de trabalho. 
Dentro das doenças laborais mais comuns, a nossa atenção centrou-se 
nas lesões músculo – esqueléticas relacionadas ao trabalho (LMERT). Isto 
porque, nas últimas duas décadas do século XX, estas adquiriram, em diversos 
países, uma elevada prevalência (Bjurvald, 1999). 
Estas lesões recebem diferentes denominações, de acordo com cada 
país. De uma forma genérica a designação internacional mais comum é “Work 
Related Musculoskeletal Disorders” (WRMSDs) ou simplesmente “Work 
Musculoskeletal Disorders”. Em Portugal são denominadas por LMERT. 
No nosso país, Queiroz (2000) destaca o facto de as LMERT ocuparem 
o primeiro lugar nas doenças profissionais declaradas nos distritos mais 
industrializados – Lisboa, Porto e Setúbal. A grande dificuldade centra-se em 
caracterizar o diagnóstico da doença, visto que mais de 60% das LMERT ainda 
não são diagnosticáveis (Coelho, 2000). 
Estas, são identificadas sobretudo em trabalhadores com um salário 
base, inseridos num contexto de produção de bens e serviços e que não 
possuem autonomia para mudar (Macedo, 2008). 
O nosso estudo realizou-se com uma amostra de 66 trabalhadores de 
armazém (operador de máquina e operadoresde armazém) de uma empresa 
de distribuição de produtos de consumo. Tendo estes como função, a 
movimentação das paletes nas diferentes áreas de trabalho e, a preparação 
das mercadorias para as lojas de retalho, respectivamente. 
4 
Nestas funções, o transporte e elevação de cargas, os esforços 
repetitivos e as posturas inadequadas são uma constante. A estas tensões 
acrescentam-se a questão do número de horas de trabalho e o sedentarismo. 
 Todos estes problemas podem acarretar, num futuro próximo, prejuízos 
graves para a saúde do trabalhador, como a degeneração dos discos 
intervertebrais e os processos inflamatórios ao nível da região das mãos, 
punho, cotovelo e ombro. 
Nas actividades em que os movimentos são cíclicos e repetitivos, 
somados à elevada contracção muscular devido ao manuseamento e 
transporte de cargas, é necessário apresentar estratégias de compensação, no 
âmbito da prevenção e da reabilitação, para melhorar a qualidade de vida das 
pessoas em geral e da classe trabalhadora em particular. É nesse contexto que 
surge a GL. 
A GL é uma actividade física realizada no próprio local de trabalho, com 
a duração média de 10 a 12 minutos e que se baseia na execução de 
exercícios de relaxamento, alongamento, e resistência muscular. Esses 
exercícios têm o objectivo de interromper a cadeia de tensões e fadiga; e tornar 
o corpo mais flexível, saudável e preparado para os movimentos (Zilli, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II. Revisão da Literatura 
 
 
 
 
 
 
7 
Revisão da Literatura 
 
Actividade Física e Lazer 
 
O homem é um animal e por isso, tem padrões de vida para os quais a 
Natureza o moldou. Quando ele se afasta destes comportamentos entra em 
sofrimento, pois desvia-se da saúde, da qualidade de vida e do seu equilíbrio 
com a Natureza, surgindo a doença (Araújo et al., 2000). 
Um dos padrões de vida que mais se tem alterado na actualidade é o 
que se refere à actividade física (AF). Tal facto parece estranho, tendo em 
conta que está descrito que a AF está associada à saúde e à qualidade de 
vida. É neste contexto que, Barata et al. (2000) referem que ao analisarmos a 
AF, numa vertente de saúde, há que fazê-lo numa dupla perspectiva: 
� A importância da AF para manter a saúde, ou seja, para evitar o 
aparecimento de doenças várias - prevenção primária; 
� A importância da AF para compensar diversos problemas ou doenças, 
evitando que se agravem ou mesmo para auxiliar na sua recuperação - 
prevenção secundária. 
Durante o ano de 2000, cerca 1,9 milhões de mortes foram resultado do 
sedentarismo, e mais de 60% da população mundial não é suficientemente 
activa para obter benefícios na saúde (OMS, 2003). 
Actualmente, a elevada prevalência de sedentarismo é um problema 
para a civilização e apresenta-se como um dos principais desafios da saúde 
pública. Comprovam este facto a predominância de esforços físicos de 
intensidade muito leve na maioria das actividades humanas, que contribuem 
para um gasto energético inferior a 500 kcal por dia, valor este cerca de 15 
vezes menor, se comparado, ao dos nossos ancestrais que viveram há 100 mil 
anos, que por serem nómadas, caçadores e colectores de alimentos, 
necessitavam de gastar em torno de oito mil kcal com actividades de 
sobrevivência (Cardain et al., 1998). 
Esta mudança deveu-se, sobretudo, ao progresso tecnológico ocorrido 
nos países desenvolvidos e industrializados, que levou ao aparecimento de 
uma “inactividade crónica” entre as pessoas. Este incentivo ao sedentarismo 
8 
verifica-se no modo como os períodos de trabalho e de lazer da população 
estão organizados (Araújo, et al., 2000). Assim, parece poder constatar-se que 
o progresso, em vez de constituir uma vantagem para a Humanidade, tornou-
se numa fonte de doença por estar a ser mal utilizado. 
No que concerne ao nosso país, temos vindo a assumir os padrões de 
vida das sociedades urbanizadas e industrializadas, com os respectivos 
problemas de saúde que daí advêm (I.N.E, 1999). Tais padrões, são a principal 
causa de morte por doenças do aparelho circulatório, tumores malignos e 
causas externas como acidentes, envenenamentos, entre outras (I.N.E., 2002). 
Mariovet (1998), num estudo realizado com um espaço temporal de 10 
anos, verificou que em 1988 o número de portugueses que realizavam práticas 
desportivas era superior ao de 1998 (27 % em comparação com 23%, 
respectivamente). 
Tais resultados são, no mínimo, preocupantes tendo em conta a estreita 
relação que existe entre AF e saúde. 
9 
Delimitação terminológica do conceito de actividade física 
 
O conceito de AF é utilizado, muitas vezes, sem uma clareza conceptual 
e é frequentemente confundido com aptidão física (APF) e exercício físico, 
sendo o primeiro mais abrangente que os restantes. Assim, de uma forma 
sintética passamos a definir os três conceitos: 
� Pode entender-se por AF, qualquer movimento voluntário produzido pelos 
músculos esqueléticos que resulta em gasto energético, acima dos níveis 
de repouso (Caspersen et al., 1987). 
� O conceito de exercício físico, por sua vez, é considerado uma categoria da 
AF que é planeado, estruturado e realizado com regularidade. No fundo, é 
AF com o objectivo de melhorar a aptidão física (Bouchard e Shephard, 
1994). 
� A APF trata-se de um conjunto de características que se possuem ou 
adquirem, relacionadas com a capacidade de realizar actividade física 
(Bouchard e Shepard, 1994). 
Como vários autores asseguram, podemos verificar um conjunto de ligações 
entre actividade física, aptidão física e saúde. De uma forma sintética, 
podemos afirmar que se a actividade física é o meio, a aptidão física será o 
estado e a saúde o resultado (Garganta, 2000). 
10 
Actividade física recomendada 
 
De acordo com American College of Sports Medicine (ACSM, 2005) e 
American Heart Association (AHA, 2006), a AF recomendada para um indivíduo 
adulto deve contemplar exercícios do tipo aeróbio (ex. caminhada rápida) e 
força muscular. 
As actividades aeróbias devem ser realizadas, no mínimo, durante 30 
min, 5 dias por semana ou actividades intensas/vigorosas, pelo menos 20 min, 
3 vezes por semana. Outro aspecto que é sugerido é a combinação entre 
actividades moderadas e vigorosas, a fim de atingir esta recomendação. 
Esta quantidade de exercício de actividade aeróbia é adicional às 
recomendações referentes às actividades diárias de intensidade leve (como 
cuidados com a higiene, cozinhar, subir escadas, caminhada casual, etc). 
 Relativamente à Força Muscular para um adulto que procure promover 
e manter a boa saúde e independência física, o treino deve ser realizado no 
mínimo 2 vezes na semana. As actividades de fortalecimento muscular devem 
incluir um programa de treino progressivo, exercícios localizados e exercícios 
de resistência que utilizam os grandes grupos musculares. 
11 
Benefícios do exercício físico 
 
 São inúmeros os benefícios associados à prática regular de exercício 
físico. Segundo a ACSM (2005) e AHA (2006) um adulto que realiza exercícios 
aeróbios e de força muscular pode obter grandes benefícios a nível da sua 
saúde e aptidão física, bem como reduzir o risco de desenvolver, 
precocemente, a morbilidade e a mortalidade relacionada com o sedentarismo. 
Segundo Blair (1993), apesar da dificuldade metodológica em quantificar 
precisamente a actividade física humana ideal, é evidente uma relação inversa 
entre actividade física ou aptidão física e a morbilidade populacional, 
consistentemente confirmada por diversos estudos de meta-análise,prospectivo e de revisão da literatura 
O quadro 1 apresenta os principais benefícios para a saúde de ser 
fisicamente activo. De referir que os dados apresentados cobrem um espaço 
temporal de 30 anos, os resultados finais são de 1993, mas continuam actuais. 
 
Relação entre a actividade física ou aptidão física com morbilidade populacional 
Doença ou condição Nº de estudos Relação 
Mortalidade por todo o 
tipo de causas Mais de 10 
Excelente relação de redução das taxas de 
doença 
Doença da artéria 
coronária Mais de 10 
Excelente relação de redução das taxas de 
doença 
Hipertensão Entre 5 e 10 Boa evidência de redução de taxas de doença 
Obesidade Mais de 10 Boa evidencia de redução de taxas de doença 
Paragem cardíaca Entre 5 e 10 Alguma evidência de redução de taxas de doença 
Cancro 
 Cólon 
 Recto 
 Estômago 
 Mama 
 Próstata 
 Pulmão 
 Pâncreas 
 
Mais de 10 
Mais de 10 
Menos de 5 
Menos de 5 
Entre 5 e 10 
Menos de 5 
Menos de 5 
 
Boa evidência de redução de taxas de doença 
Sem evidência de redução de taxas de doença 
Sem evidência de redução de taxas de doença 
Alguma evidência de redução de taxas de doença 
Alguma evidência de redução de taxas de doença 
Alguma evidência de redução de taxas de doença 
Sem evidência de redução de taxas de doença 
Diabetes não 
dependentes da insulina Menos de 5 Alguma evidência de redução de taxas de doença 
Osteoartrite Menos de 5 Sem evidência de redução de taxas de doença 
Osteoporose Entre 5 e 10 Alguma evidência de redução de taxas de doença 
Capacidade funcional Entre 5 e 10 Alguma evidência de redução de taxas de doença 
Quadro 1 - Resumo dos resultados dos estudos de investigação sobre a relação da 
actividade física ou da aptidão física com doenças crónicas seleccionadas ou com 
condições patológicas (Blair et al., 1993). 
 
12 
Tais razões deveriam constituir factor de motivação para que todas as 
pessoas se envolvessem em programas de AF regular, no entanto apenas 17% 
dos Europeus e 8% dos Portugueses cumprem os critérios para serem 
classificados como não sedentários (Special Eurobarometer, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III. Doenças Laborais
14 
15 
Doenças Laborais 
 
O sedentarismo não se manifesta apenas na vida diária de lazer; ele 
está presente em inúmeras profissões, fruto do desenvolvimento industrial. 
Contudo, as DL não são apenas resultado do sedentarismo. Reportando-nos a 
Ramazzini, considerado o pai da medicina, vemos que desde 1713, passando 
pela Revolução Industrial, até chegarmos aos dias de hoje, pelo facto de 
existirem instrumentos de trabalho mal construídos, as doenças laborais já 
eram comuns. Assim, podemos dizer que o fenómeno que vivemos na 
actualidade, relativamente às doenças relacionadas com trabalho, não têm 
nada de novo: são sim um facto antigo que está cada vez mais presente nos 
nossos dias (Lordêlo, 2008). 
Estão descritas inúmeras doenças profissionais, sendo a sua etiologia 
diversificada. De acordo com a Inspecção-geral do Trabalho (IGT, 2008), as DL 
são um conjunto de patologias que provêm de uma consequência necessária e 
directa da actividade exercida e que não resultam do normal desgaste do 
organismo (art.º 2.º do DL n.º 248/99, 2006). 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1985), cit. Serralheira 
(2007), as DL são patologias de natureza multi-factorial nas quais o ambiente 
de trabalho e a actividade profissional contribuem significativamente, mas 
apenas como um entre uma série de factores. 
Estas doenças englobam um vasto conjunto de entidades, de que se 
destacam os acidentes de trabalho, as doenças profissionais, as doenças 
relacionadas com o trabalho e as doenças agravadas pelo trabalho (Uva; 
Graça, 2004). 
Segundo a autoridade para as condições do trabalho (cit. por Silva, 
2008), existem dados publicados pelo eurostat que demonstram que 
anualmente morrem 5 720 pessoas na sequência de acidentes relacionados 
com o trabalho. A Organização Internacional do Trabalho mostra que morrem 
anualmente 159 500 trabalhadores na União Europeia (UE) devido a doenças 
laborais. Assim, parece poder constatar-se que o risco de doença profissional 
16 
será hoje o maior perigo ao qual estão expostos os trabalhadores no local de 
trabalho. 
De acordo com Reis et al. (2000), as DL mais comuns são a Síndroma 
do túnel do carpo, tenossinovite e sinovite e comprometimento da região do 
ombro. Neste estudo, dos dez diagnósticos mais frequentes, nove são doenças 
do foro músculo - esquelético. Por este motivo e por entendemos que são as 
que mais se adequam ao grupo de pessoas que constituem a nossa amostra, 
focamos a nossa atenção neste tipo de patologias. 
As doenças músculo-esqueléticas, entre o conjunto que constitui as 
doenças profissionais, estão descritas como as mais prevalentes na União 
Europeia (Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, 2000). 
Segundo Carvalho (2007), as principais razões para este tipo de lesões 
são os movimentos repetitivos e o transporte ou elevação de cargas. Assim, 
está descrito que a agricultura e a construção civil são os sectores em que 
existe maior exposição a riscos físicos e mais queixas de LMERT. Na UE, as 
dores apresentadas entre os trabalhadores são uma constante, ao ponto de 
25% queixarem-se das costas e 23% queixarem-se de dores em diferentes 
grupos musculares. De acordo com o mesmo estudo, as causas são variadas, 
46% são atribuídas a posições inadequadas ou cansativas, 35% ao transporte 
ou movimentação de cargas pesadas e 2% a movimentos repetitivos das mãos 
e dos braços, durante um quarto ou mais do tempo de trabalho (ACT, 2007). 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IV. Lesões músculo-esqueléticas relacionadas ao 
trabalho 
18 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Lesões músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho - LMERT 
 
As lesões músculo-esqueléticas (LME) constituem um conjunto de 
condições clínicas que envolvem nervos, tendões, músculos e/ou outras 
estruturas de apoio, tais como discos intervertebrais. Estas podem ir desde 
sintomas ligeiros e periódicos, a condições crónicas e incapacitantes (Neves, 
2003). Dentro das LME, o enfoque do presente texto, como já foi referido 
anteriormente, prendeu-se com as que se relacionam com o trabalho ou a 
actividade profissional, denominadas de LMERT. 
Na revisão de literatura foram encontradas várias designações atribuídas 
às LMERT. Contudo, não existe qualquer definição comum nos Estados 
Membros da União Europeia (UE). Existe uma terminologia implícita a este tipo 
de perturbações, encontrando-se termos como Cumulative Trauma Disorders 
(EUA), Repetitive Strain Injuries (Canadá, Reino Unido), Occupational Overuse 
Syndrome (Austrália), Lesions Attribuables auxs Travaux Répétitifes (França), 
Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados 
com o Trabalho (Brasil) (Ranney, 2000; Serranheira et al., 2004). Em Portugal, 
designam-se por Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas ao Trabalho, no 
entanto, a designação internacional mais frequentemente aceite é “Work Related 
Musculoskletal Disorders (WRMSDs)” ou somente “Work Musculoskeletal 
Disorders (WMSDs)” (Serralheira et al., 2004).As LMERT são estados patológicos do sistema músculo-esquelético, 
resultantes do efeito cumulativo do desequilíbrio entre as solicitações repetidas 
durante a actividade laboral e as capacidades de adaptação da zona do corpo 
atingida, ao longo de um período em que o tempo para a recuperação da fadiga 
foi insuficiente (Ranney, 2000). 
Harrington et al, (1998) refere que as LMERT podem ser definidas como 
síndromas da dor crónica, atingindo uma ou mais regiões corporais e ocorrendo 
no contexto do desenvolvimento de uma dada actividade profissional, repetitiva 
ou com posturas elásticas e envolvendo a manipulação de cargas. 
 
 
20 
As queixas mais frequentes referidas são: dor localizada ou irradiada, 
desconforto, fadiga localizada em determinado segmento corporal, sensação de 
peso, sensação ou perda efectiva de força e edema. Estes sintomas são 
referenciados em diferentes associações e diversos graus de gravidade 
consoante o quadro clinico existente e o seu estádio, sendo de referir que a dor 
está quase sempre presente (Ranney, 2000; Serranheira et al., 2004). 
Em Portugal, as LMERT são destacadas, pelo facto de ocuparem o 
primeiro lugar nas doenças profissionais declaradas nos distritos mais 
industrializados – Lisboa, Porto e Setúbal (Queiroz, 2001). 
21 
LMERT mais comuns 
 
Passamos a apresentar um conjunto de LME que, em nosso entender, 
atingem com maior frequência os trabalhadores que fazem parte da nossa 
amostra, dentro das descritas por Serralheira, Lopes e Uva (2004) e Calado 
(2008). 
 
Principais LMERT: 
� Tendinite (diferentes regiões); 
� Bursites (ombro); 
� Epicondilite (cotovelo); 
� Síndroma do Tunel Cárpico (punho); 
� Doença de Kienbock (punho); 
� Lombalgias (coluna vertebral). 
22 
Factores de risco para as LMERT 
 
Posteriormente, vamos apresentar os factores de risco responsáveis 
pelo desencadear das lesões supracitadas, com base no decreto Regulamentar 
n.º 76 , do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (2007). 
 
Código Factor de risco Doenças ou outras manifestações 
clinicas 
 
44.01 
 
Vibrações mecânicas 
(membros superiores) 
 
Doença de Kienböck 
 
 
44.02 
 
Vibrações mecânicas de baixa e média 
frequência (corpo inteiro) 
 
Radicalgia por hérnia discal (L2 a 
S1) 
 
45.01 
 
Pressão sobre as bolsas sinoviais devido à 
posição ou atitude de trabalho 
 
Bursite olecraniana ou acromial 
 
 
45.02 Sobrecarga sobre as bainhas tendinosas, 
tecidos peritendinosos, inserções tendinosas 
ou musculares, devido ao ritmo dos 
movimentos, à força aplicada e à posição ou 
atitude de trabalho 
Tendinite 
Tenossinovite 
Epicondilite 
Epitrocleíte 
 
Lombalgia* 
 
45.03 Pressão sobre os nervos ou plexos nervosos devido à força aplicada, posição, ritmo, atitude 
de trabalho ou à utilização de utensílios ou 
ferramentas 
Síndroma do túnel cárpico 
Síndroma do canal de Guyon 
Síndroma do canal radial 
 
Quadro 2 – Factores de risco das lesões músculo – esqueléticas relacionadas ao 
trabalho, baseados no Decreto Regulamentar n.º 76/2007 
 
 
 
* Apesar, deste tipo de LMERT não estar presente no decreto de lei supra-citado, consideramos 
que os factores de risco mencionados se adequam, a este tipo de patologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V - Ginástica Laboral 
 
 
 
 
25 
Ginástica Laboral 
 
Enquadramento das políticas de prevenção e reabilitação 
 
O ministro do trabalho e da solidariedade social de Portugal, no 
lançamento da campanha “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis. Bom para 
si. Bom para as empresas” (ACT, 2008), escreve uma carta, onde apresenta 
vários aspectos que justificam a aposta na prevenção. 
“Num quadro de crescente competitividade internacional, de forte 
dinamismo económico e de mudança tecnológica que não cessa de se 
aprofundar, a promoção da segurança e saúde no trabalho é um domínio que 
coloca desafios de grande dimensão a todos os actores do mundo do trabalho, 
desde as autoridades públicas, aos parceiros sociais, passando pelos próprios 
empregadores e trabalhadores. 
Os Estados-membros da UE reconheceram há muito a grande 
importância destas matérias no âmbito das condições de trabalho, 
nomeadamente quanto às implicações que elas têm no plano da cidadania, do 
bem-estar, e da qualidade de vida das pessoas. 
Não espanta, por isso, que esta área seja, desde há muito, objecto de 
atenção, por parte da UE, ajudando a construir as bases para fomentar uma 
mudança de paradigma nos Estados-Membros. 
A centralidade crescente das questões da higiene e segurança justifica-
se principalmente por 3 razões. A primeira refere-se aos imperativos de 
humanidade que estão em causa quando tratamos das condições de trabalho e 
dos riscos da actividade laboral. A segunda prende-se com os elevados custos 
económicos e obstáculos à regular produtividade que os acidentes e doenças 
profissionais implicam. Por fim, a terceira razão prende-se com o conhecimento 
de que, boas condições de trabalho potenciam ganhos organizacionais de 
adaptabilidade e de produtividade e, genericamente, promovem uma melhoria 
substancial no mundo do emprego para todos os envolvidos (...).” 
Após a leitura, desde pequeno excerto, podemos depreender vários 
aspectos que, actualmente, preocupam os órgãos de decisão, nomeadamente: 
26 
� A qualidade de vida do indivíduo reflecte em grande parte a qualidade do 
trabalho, pois este assume um papel determinante na vida das pessoas 
(Albuquerque, et al., 2008); 
� A almejada diminuição da sinistralidade laboral e do número de doenças 
profissionais só pode ser atingida com o empenhamento de todos os 
intervenientes no sector e, principalmente de todos e cada um dos 
cidadãos (Congresso Nacional de Acidentes de Trabalho - CNAT, 2005) 
� As empresas apesar de se centrarem na eficiência e na produtividade, 
alcançadas pela crescente divisão de tarefas, levando o empregado a 
conhecer, apenas, uma pequena parte em vez do todo, nunca se podem 
esquecer que, por trás do empregado, existe um ser humano que 
necessita de sentir satisfação no trabalho. Esta é uma das estratégias 
que, contribui para a redução do ambiente de conflito entre empregado e 
empregador (Albuquerque et al., 2008). 
Por outro lado, e de acordo com a posição de consenso saída do CNAT (2005), 
a problemática dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais insere-se 
numa perspectiva integradora e multidisciplinar, sustentada em três pilares 
fundamentais: a prevenção, a reparação e a reabilitação. 
� No âmbito da prevenção, constata-se a necessidade crescente de 
implementação de uma cultura de segurança preventiva por parte das 
empresas e de consciencialização, por parte dos trabalhadores, dos riscos 
profissionais associados aos locais de trabalho, com vista a uma diminuição 
dos índices de sinistralidade e do número de doenças profissionais. 
� No que concerne à reparação, urge criar mecanismos céleres e eficazes 
que permitam salvaguardar a posição dos sinistrados, principalmente quando 
existem divergências relativamente à assunção de responsabilidades. 
� No espaço da reabilitação, é importante compreender que o sinistrado e 
o doente profissional não devem ser considerados apenas como fonte 
produtiva de rendimento, mas antes de mais como cidadãos de pleno direito, 
em todas as suas vertentes (humana, social, física, biológica e psicológica), 
motivo pelo qual a avaliação do dano deve ser recentrada na pessoa e 
abranger o dano em todas as suas dimensões, onde se inclui o dano estético e 
27 
biológico, para o que, em muito, poderá contribuir a revisão da Tabela Nacional 
de Incapacidades. 
Tendo em conta, a elevada prevalência de pessoassedentárias e o 
aumento do número de LMERT, é fundamental apresentar estratégias de 
compensação, no âmbito da prevenção e da reabilitação, para melhorar a 
qualidade de vida das pessoas em geral e da classe trabalhadora em 
particular. 
É nessa perspectiva que surge, entre outros, um conjunto de exercícios 
físicos no contexto da empresa, que genericamente se designa por Ginástica 
Laboral (GL). 
 
 
28 
Ginástica Laboral 
 
Na literatura existem várias definições para a GL, sendo esta conhecida 
como ginástica de pausa (primeira designação), actividade física na empresa, 
ginástica no trabalho ou ginástica laboral compensatória. 
Para Lima (2003), a GL pode ser definida como um conjunto de práticas 
físicas, elaboradas a partir da actividade profissional exercida durante a jornada 
de trabalho, que visam promover a saúde e o desempenho profissional, bem 
como compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho e activar as que não 
são requeridas. 
Para Zilli (2002) trata-se de um conjunto de exercícios de relaxamento, 
alongamento, e resistência muscular com a duração média de 10 a 12 minutos, 
com objectivo de interromper a cadeia de tensões e fadiga; e tornar o corpo 
mais flexível, saudável e preparado para os movimentos . 
Polito & Bergamaschi (2002), acrescenta ainda que a GL, tem a 
capacidade de mostrar aos seus praticantes a influência do corpo como 
instrumento de trabalho e de lazer, pois incentiva o bem-estar proporcionado 
pelas actividades realizadas fora e dentro do ambiente de trabalho. 
Assim, a partir da diminuição do sedentarismo, do controlo do “stress” e 
da melhoria da qualidade de vida, o aumento da performance profissional, 
pessoal e social ocorrerá naturalmente. 
 
 
 
29 
Classificação da Ginástica Laboral 
 
A GL é uma prática desenvolvida dentro da empresa que consiste em 
exercícios específicos realizados no próprio local de trabalho. Segundo Zilli 
(2002), pode ser classificada de acordo com seu horário de aplicação: 
 
� Preparação ou de Aquecimento – GLP 
Realizada antes do início da jornada de trabalho. Tem a duração 
aproximada de 10 a 12 minutos e tem como objectivo a preparação das 
estruturas músculo – esqueléticas que serão solicitadas durante a profissão. 
Antes de se realizar o esforço é frequente realizar um aquecimento que deve 
ser adequado à actividade profissional. 
Inclui exercícios de: 
- Coordenação; 
- Equilíbrio; 
- Concentração; 
- Flexibilidade; 
- Resistência muscular. 
 
� Compensação - GLC 
Realizada durante a jornada de trabalho, com duração de 5 a 10 minutos. 
Tem como objectivo principal, compensar as estruturas que são 
preferencialmente utilizadas durante o trabalho, bem como reduzir as tensões 
adquiridas por posturas inadequadas e esforços repetidos. 
Os exercícios variam de acordo com a realidade, mas predominam: 
- Alongamentos; 
- Respiratórios; 
- Posturais. 
 
� Relaxamento – GLR 
Realizada no final da jornada de trabalho, durante 10 a 12 minutos. Tem 
como objectivo a redução do “stress”, o alívio da sensação de cansaço e 
tensão muscular e proporcionar um melhor retorno a casa. 
30 
As actividades realizadas são: 
- Auto-massagens; 
- Exercícios respiratórios; 
- Exercícios de alongamento. 
 
Posteriormente apresentamos um quadro com o resumo da classificação 
anteriormente descrita. 
Classificação da GL conforme o objectivo, o tipo de exercício e o horário de execução 
Nome 
Classificação Objectivos Tipo de exercício 
Horário de 
execução 
Preparatória - 
GLP 
Preparar o trabalhador para 
actividades de velocidade, força ou 
resistência; aquecer a musculatura e 
as articulações utilizadas no trabalho; 
prevenir acidentes, doenças laborais e 
distensões musculares. 
Aquecimento, trabalho 
de força e activação 
neuromuscular, 
orientação corporal no 
tempo e no espaço 
Início do 
turno da 
manhã, da 
tarde ou da 
noite. 
Compensação 
- GLC 
Impedir vícios posturais, evitar a 
fadiga central e periférica, procurar o 
equilíbrio físico e mental, compensar 
posturas estáticas e unilaterais. 
Aumentar a sociabilização e 
integração do grupo 
Trabalhar os músculos 
não solicitados e 
relaxar os solicitados, 
ministrar brincadeiras e 
jogos não competitivos. 
Meio de 
expediente 
de trabalho. 
Relaxamento - 
GLR 
Massajar e relaxar todo o corpo e 
extravasar as tensões acumuladas na 
região cervical, dorsal, lombar, plantar 
e nos ombros. 
Actividades de 
relaxamento ou 
massagens e 
exercícios de 
alongamento. 
Final do 
expediente 
Quadro 3 – Classificação da GL (Zilli, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI -Objectivo 
 
 
 
 
33 
Objectivo 
 
Estimar a frequência de LMERT em trabalhadores dos armazéns de uma 
empresa de distribuição de produtos de consumo, assim como as regiões 
corporais mais sujeitas a sintomas de dor/desconforto, com o objectivo de 
propor um conjunto de exercícios de GL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VII –Material e Métodos 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
Material e Métodos 
Caracterização da amostra 
 
O levantamento do quadro de lesões foi realizado em 66 trabalhadores 
(operadores de armazém e operadores de máquina) de uma empresa de 
distribuição de produtos de consumo, sendo 34 do sexo masculino (52%) e 32 
do sexo feminino (48%). A idade média dos indivíduos é de 30,2 ± 7,9. 
Os operadores de máquina têm por função movimentar as paletes nas 
diferentes áreas de trabalho, garantindo a arrumação, reposição e execução 
dos produtos. 
Os operadores de armazém têm por função preparar as mercadorias 
que estão dispostas nas paletes ou “skates”. 
48%52%
Fem Masc
 
 
 
Instrumentos 
 
Foi utilizado o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares – 
QNSO na versão traduzida e adaptada por Pinheiro (2002) (ver anexo). 
Este questionário tem por objectivo quantificar as regiões mais 
acometidas pelos sintomas osteomusculares, além de levantar dados 
pertinentes para o aparecimento das LMERT. 
FIG. 1 – Percentagem de indivíduos por sexo 
 
 
Aplicação dos instrumentos 
 
A pesquisa foi realizada nas próprias instalações de uma empresa de 
distribuição de produtos de consumo. Inicialmente foi feita a explicação sobre o 
estudo e eventual colaboração. 
O questionário foi preenchido, por interrogatório, por uma equipa de 
investigadores. 
 
Procedimentos estatísticos 
 
Os dados foram tratados de forma a perceber a frequência de dor e/ou 
desconforto em diferentes regiões do corpo. Foi utilizado o programa Microsoft 
Office Excel 2003 e SPSS 14.0 para a realização da estatística descritiva com 
base em percentagens de ocorrência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIII –Apresentação e Discussão de Resultados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
Apresentação e Discussão de Resultados 
 
Resultados do QNSO de dor/desconforto nos últimos 12 meses 
 
A frequência de dor/desconforto foi estudada, de acordo, com a sua 
localização no corpo. Como não foram encontradas diferenças com significado 
entre sexos, optamos por apresentar os resultados em conjunto. Os gráficos 
seguintes são apresentados de forma hierarquizada, da maior frequência de 
dor, até à menor. 
41%
59%
N S
 
 
61%
39%
N S
 
 
73%
27%
N S
 
 FIG. 3 - Frequência de sintomas de dor na região dos punhos/mãos (N = Não; S= Sim) 
 
 
FIG. 4 - Frequência de sintomas de dor na região do pescoço e ombros (N = Não; S = Sim) 
 
Fig. 2 – Frequência de sintomas de dor na parte inferior das costas (N = Não; S = Sim) 
42 
79%
21%
N S
 
79%
21%
N S
 
 
82%
18%
N S
 
 
83%
17%
N S
 
 
89%
11%
N S
 
FIG. 5 - Frequência de sintomas de dor na parte superior das costas (N = Não; S = Sim) 
 
FIG. 9 - Frequência de sintomas de dor na região dos cotovelos (N = Não; S = Sim) 
FIG. 6 - Frequência de sintomas de dor na região do(s) joelho(s)(N = Não; S = Sim) 
FIG. 7 - Frequência de sintomas de dor na região da anca/coxa (N = Não; S = Sim) 
FIG. 8 - Frequência de sintomas de dor na zona do(s) tornozelo(s)/pé(s) (N = Não; S = Sim) 
43 
 
 
Dentro dos trabalhadores que referiram sintomas de dor (Fig. 1 a 8 e 
gráfico 1), as áreas mais afectadas são: 
� Região da parte inferior das costas - região lombar da coluna (59,1 %; n 
= 39); 
� Punhos e mãos (39,4%; n = 26); 
� Pescoço e ombros (ambas de 27,3%; n = 18 ); 
� Região da parte superior das costas – região cervical da coluna - e 
joelhos (ambas de 21,2 %; n = 14); 
� Ancas e coxas (18,2%; n = 12); 
� Tornozelos e pés (16,7%; n = 11); 
� Cotovelos (10,6%; n = 7). 
P rev alênc ia de dor mus c ulo-es quétic a em trabalhadores de armaz ém 
s eg undo a s ua loc aliz aç ão
39
26
18 18
14 14 12 11
7
0
20
40
60
P IC PM P O P S C J AC TP C
S érie1
 
P – Pescoço O – Ombros PSC – Parte Superior das Costas C – Cotovelos PM – 
Punhos/Mãos PIC – Parte Inferior Costas AC – Ancas/Coxas J – Joelhos TP – 
Tornozelo(s)/Pé(s) 
 
 
O facto da região coluna lombar ser a zona mais afectada não nos 
surpreendeu, pois o transporte e manuseamento de cargas em posições e 
atitudes de trabalho inadequadas oferece uma enorme sobrecarga sobre esta 
região músculo-esquelética. 
Posteriormente, apresentamos no quadro 1, alguns estudos 
comparativos, desenvolvidos por outros autores onde se podem encontrar 
resultados idênticos aos nossos. 
FIG. 10 - Frequência de dor segundo a sua localização 
44 
Autor Ano N Zonas mais referidas 
Trelha et al. 2002 56 Lombar 35,7 ; Ombros 28,6 ; Punhos/Mãos 12,5% 
Kotiarenko 2005 153 Cervical 69,9%; Ombros 64,7; Lombar 62,5 
Rocha 2008 70 Lombar 54%; Ombros 16%; Braço Esquerdo 7% 
Macedo 
Pres. estudo 
2008 
2008 
100 
66 
Lombar 60,9%; Ombros 43,5%; Pescoço/Cervical 39,2 % 
Lombar 59,9%; Punhos/mãos 39,4%; Pescoço/Ombros 27,3% 
 Quadro 4 - Comparação entre o estudo actual e a frequência de lesões músculo – 
esqueléticas por região 
 
Após a análise do quadro supracitado, foi verificada uma certa 
semelhança a nível das zonas mais afectadas. O estudo de Kotiarenko (2005), 
realizado com médicos dentistas, é o único que refere a região da coluna 
cervical como a zona de maior prevalência de lesão. O estudo de Macedo 
(2008), também realizado com médicos dentistas, refere esta mesma zona, 
mas não como o local de maior prevalência. Trelha et al. (2002) estudou 
funcionários de supermercado e Rocha (2008) estudou trabalhadores da área 
de produção de uma empresa de mobiliário; ambos encontraram resultados 
bastante semelhantes àqueles por nós verificados, pois referem as regiões da 
lombar da coluna, ombros e punhos/mãos como as mais atingidas. Estes 
resultados parecem-se justificar, pelo facto de no grupo de trabalhadores que 
constituem a amostra destes dois estudos, o transporte e manuseamento de 
cargas serem comuns, assim como acontece no nosso. 
 
Frequência de LMERT 
 
Ao analisarmos a frequência de LMERT, o resultado encontrado foi 
bastante esclarecedor (ver fig. 11). Dos trabalhadores entrevistados, 97 % (n = 
64) alegaram sintomas de dor em pelo menos uma parte do corpo nos últimos 
12 meses. Os valores por nós encontrados são superiores aos dos estudos de 
Trelha et al. (2002) – 73,2%, Rocha (2008) – 75,71% e Macedo (2008) – 
76,7%, e são justificados pelo facto dos trabalhadores por nós analisados 
serem os que apresentam uma maior exigência em termos osteo-articulares e 
musculares. 
45 
3%
97%
N S
 
 
 
Relativamente à frequência de LMERT em função do sexo, apenas um 
indivíduo de cada género não apresentou sintomas de dor (fig. 12). Os valores 
por nós encontrados diferem claramente dos descritos por Kotiarenko (2005) – 
feminino 44,4%; masculino 54,9%; e Macedo (2008) - feminino 46,6%; 
masculino 53,3%. No entanto parece-nos importante referir que os nossos 
trabalhadores, devido aos prémios por produção, focam a sua atenção para a 
execução rápida do trabalho esquecendo-se, deste modo, dos princípios 
ergonómicos básicos e que a profissão que testámos é bem mais exigente do 
que a dos médicos dentistas, daí a maior frequência de lesão. 
Este ponto é, no mínimo, preocupante pois podemos verificar que as 
condições de trabalho de trabalhadores de armazéns de uma empresa de 
distribuição de produtos de consumo podem constituir-se como um importante 
factor de risco para a instalação de doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIG. 11 - Sintomas de dor, nos últimos 12 meses, em pelo menos uma parte do corpo 
FIG. 12 - Frequência de LMERT - sexo masculino/feminino (N = Não, S = Sim) 
Prevalênc ia de L ME R T - s exo 
m as c ulino
97%
3%
S N
Prevalênc ia de L ME R T - s exo fem inino
97%
3%
S N
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IX- Proposta de exercícios de acordo com a frequência 
de LMERT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
X - Referências Bibliográficas
53 
Referências Bibliográficas 
 
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esforços repetitivos nos Estados-Membros da UE. Síntese de um relatório da 
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XI -Anexos

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