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Responsabilidade nos Contratos de depósito

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA
Curso de Direito
	
 Jeziele Chaves Miranda RA: 6826486827
São Bernardo do Campo
2017
UNIVERSIDADE ANHANGUERA
Curso de Direito
Trabalho do curso apresentado ao curso de Direito da Universidade Anhanguera como requisito para a obtenção da nota do segundo bimestre da disciplina Direito Administrativo.
Orientadora Professora Cleusa Aparecida da Costa Maia
8° semestre
Noturno 
2017
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por obletivo explanar sobre a responsabilidade civil nos contratos de depósitos, analisando os aspectos da doutrina e da jurisprudência. 
RESPOSNSABILIDADE CIVIL NOS CONTRATOS DE DEPÓSITOS
2. Contrato de depósitos, de guarda e análogos.
Depósito: 
“É o contrato em que uma das partes, nomeada depositário, recebe da outra, denominada depositante, uma coisa móvel para guardá‐la, com a obrigação de restituí‐la na ocasião ajustada ou quando lhe for reclamada”(Carlos Roberto Gonçalves).
O Artigo 627 do CC exclama: “Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame”.
Esse é um contrato de natureza real, que só se efetiva com a entrega da coisa ao depositário.
Porém pode existir a obrigação de vigilância do veículo, em casos em que não ocorre a tradição e as chaves do veículo permanecem com o proprietário, assumindo o depositário a obrigação de vigiá-lo e garantir sua integridade, contra furtos e contra colisões e danos provocados por terceiros.
A obrigação do depositário: é o dever de segurança sobre a coisa depositada, é uma obrigação de resultado, que tem por efeito a presunção da culpa contra ele. (Responsabilidade objetiva)
Os donos de estacionamento e estabelecimentos análogos são prestadores de serviços e respondem independentemente de culpa. Pois é defeituoso o serviço quando não oferece segurança que o consumidor espera. 
2.1 A responsabilidade dos donos de estacionamento e postos de gasolina
Respondem como depositários, de acordo com o CDC, “são prestadores de serviços e respondem, independentemente, de culpa, pela reparação de danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços (art.14)”.
Porém, o art. 650 do CC, diz que essa responsabilidade cessa, se os depositários provarem que “os fatos prejudiciais” aos depositantes, “não podiam ser evitados”, nos casos fortuitos e força maior, roubo a mão armada por exemplo. 
Portanto o fato inevitável exclui a responsabilidade do depositário, como proclamado pelo STF “a inevitabilidade e não a imprevisibilidade é o que mais importa para caracterizar o fortuito. E aquela há de entender-se dentro de certa relatividade, tendo-se o acontecimento como inevitável em função do que seria razoável exigir-se”. RSTJ 132/311
Cabe aos tribunais decidir, depende de cada caso, pois no caso de mão armada, por exemplo, se o depositário tiver tomado todas as especiais providências, visando à segurança, e que foi inevitável, cessa a obrigação.
O boletim de ocorrência é considerado prova hábil, por gerar juris tantum de veracidade. 
A empresa que administra estacionamento privado não tem responsabilidade pela segurança do cliente, mas apenas do veículo. 
Foi o que decidiu o TJRS, num caso de sequestro-relâmpago ocorrido dentro de um estacionamento.
Nessa linha o STJ proclamou que o “estacionamento se responsabiliza apenas pela guarda do veículo, não sendo razoável lhe impor o dever de garantir a segurança do usuário, sobretudo quando este realiza operações de risco, consistente no saque de valores em agências bancárias”. REsp 1232795SP 
2.1 Postos de gasolina
 São responsáveis pelos danos que os veículos sofrerem enquanto estiverem sob sua guarda, para fins de lavagem, lubrificação e outros serviços. Respondem inclusive pelos atos dos seus empregados e prepostos, que utilizar o veículo causando dano à terceiro. A responsabilidade é do dono do posto, a quem a guarda foi transferida.
A famosa frase “não nos responsabilizamos por objetos deixados no interior dos veículos”, refere-se a uma cláusula de um contrato de depósito, porém analisando essa cláusula, pode se afirmar que a proteção oferecida ao veículo abrange os acessórios que poderão ser alcançados violando o bem maior. Tal falta de segurança contradiz a função social da atividade empresarial desenvolvida pelos estacionamentos de veículos, portanto, essa prática é considerada abusiva.
Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais.
Relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I – impossibilitem, exonerem ou alterem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor/pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis”.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
Assim, não tem validade jurídica à cláusula de não indenizar quando colocadas às placas e avisos nos estacionamentos de veículos, onerosos ou gratuitos, de não responsabilização pelos veículos estacionados e objetos que estejam em seu interior, pois a proteção do carro abrange o principal e o acessório, inclusive objetos guardados no seu interior.
Excludentes da responsabilidade:
-Pela reparação dos danos causados aos usuários que ali deixaram os seus veículos.
-Provando que o dano inexistiu.
- Ou a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, ou ainda força maior. 
2.2 A responsabilidade dos donos de oficinas mecânicas
A entrega do veículo à oficina mecânica configura um contrato de depósito, pelo qual decorre a responsabilidade do estabelecimento por danos sofridos pelo veículo. Especialmente os decorrentes de sua movimentação pelos mecânicos e prepostos, e também aos terceiros, quando a condução for do dono da oficina ou seus prepostos. 
Respondem também pelo seu desaparecimento, se não provarem a culpa exclusiva do consumidor ou terceiro. Segue uma decisão dos tribunais.
DECISÃO: ACORDAM OS MAGISTRADOS INTEGRANTES DA DÉCIMA CÂMARA CÍVEL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ, POR UNANIMIDADE DE VOTOS, EM CONHECER DO RECURSO DE APELAÇÃO E NEGAR- LHE PROVIMENTO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.249.947-1 FORO REGIONAL DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - 1ª VARA CÍVELAPELANTE: MILTON RODRIGUES DA SILVA APELADO: ESPÓLIO DE JOSIANE MARIA TESSEROLLI SCHINZEL RELATOR: DES. JURANDYR REIS JÚNIOR REVISOR: DES. ALBINO JACOMEL GUÉRIOSAPELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO EMERGENTE. ROUBO DE VEÍCULO EM ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. COLOCAÇÃO DE PELÍCULA NOS VIDROS. 1. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE. CASO FORTUITO. NÃO CONFIGURAÇÃO. DEVER DE INDENIZAR. RECONHECIMENTO. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. DEVER DE GUARDA E DE VIGILÂNCIA INOBSERVADOS PELO FORNECEDOR. 2. VALOR INDENIZATÓRIO. BASE DE CÁLCULO. TABELA FIPE. ÉPOCA EM QUE A VÍTIMA FOI DESAPOSSADA DE SEU BEM. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. 1. O estabelecimento empresarial, ao receber o veículo para aplicação de PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA Apelação Cível nº 1.249.947-12 película nos vidros, passa a ser responsável pela sua guarda e integridade, razão pela qual surge na superveniência de roubo, a obrigação de indenizar o prejuízo causado, uma vez que este infortúnio não caracteriza caso fortuito. 2. A indenização decorrente do ressarcimento pelo roubo do veículo deve retratar o preço do bem ao tempo em que foi retirado do patrimônio de seu proprietário, sendo a atualização monetária uma decorrência lógico-jurídica da condenação de cunho indenizatório, não representando um algo mais que venha a promover enriquecimento indevido. RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDO E NÃOPROVIDO. (TJPR - 10ª C.Cível - AC - 1249947-1 - Foro Regional de São José dos Pinhais da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.: Jurandyr Reis Junior - Unânime - - J. 30.10.2014)
(TJ-PR - APL: 12499471 PR 1249947-1 (Acórdão), Relator: Jurandyr Reis Junior, Data de Julgamento: 30/10/2014, 10ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1472 09/12/2014) 
2.3 A responsabilidade dos donos de restaurante e hotéis
Configura autêntico contrato de depósito, respondendo o dono do restaurante por qualquer dano que sofra o veículo ou pelo furto, mesmo sendo manobrado por seus prepostos.
“A gratuidade do serviço prestado aos proprietários de veículos que se servem do estabelecimento não exclui a responsabilidade pela guarda dos mesmos. Tal responsabilidade emerge exatamente do serviço complementar assim prestado pelo estabelecimento comercial àqueles que buscam, em razão da comodidade que propicia.” RT, 610/77
 A Súmula 130 do STJ relata: “A empresa responde, perante o cliente, pela reparação do dano ou furto de veículo ocorrido em seu estacionamento”.
“A gratuidade do serviço prestado aos proprietários de veículos que se servem do estabelecimento não exclui a responsabilidade pela guarda dos mesmos” (RT 610/77 – REsp 6.069‐SP)
O CDC não admite qualquer cláusula de excludente de responsabilidade, nas relações de consumo, são os artigos 24,25 e 51. 
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada à exoneração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
Não existe responsabilidade do dono do restaurante por furto em seu interior, (bolsa pertencente à cliente, por exemplo), pois o restaurante não tem o dever de guardar e vigiar já que a prestação de serviço contratada não inclui tal incumbência. TJDFT 20100111900363
A responsabilidade dos Hotéis é igual, quando esse recebe o veículo do hóspede e o guarda no próprio estabelecimento ou em outro lugar. Mas deve-se entregar o veículo ao dono do hotel ou a seu preposto, não importa se gratuito ou oneroso. 
Por outro lado, se o hotel não recebe as chaves, mas apenas permite que o hóspede estacione em suas dependências por mera cortesia, não se caracteriza o contrato de depósito, já se entendeu (RT563/84).
2.4 A responsabilidade das escolas e universidades
Se o veículo é entregue à guarda do estabelecimento, mediante remuneração e controle de entrada e saída de veículos, configura‐se o contrato de depósito e há o dever de indenizar por danos ou furtos.
Mas se o proprietário apenas estaciona e permanece com as chaves do veículo, não ocorre à entrega da coisa e a transferência de guarda. Nesses casos não se caracteriza o contrato de depósito, porque as chaves do veículo permanecem com o proprietário e não se dá emissão de ticket, controle de entrada e saída.
 
2.5 A responsabilidade dos donos de supermercados e shopping centers
Nos supermercados se há estacionamento com aparato de segurança com a finalidade de inspirar confiança aos consumidores, sendo essa segurança grades, portões de entrada e saída, guaritas para os guardas, existe o dever de vigilância e a responsabilidade em caso de furto, mesmo que as chaves do veículo fiquem com o proprietário e o estacionamento seja gratuito. 
Porém, quando não existe esse aparato de segurança, é apenas um estacionamento simples, que geralmente fica do lado ou defronte ao estabelecimento, é apenas um recuo da construção, cedido gratuitamente aos fregueses, não se pode dizer que foi assumido o dever de vigilância dos veículos, nem que existe responsabilidade do estabelecimento em caso de furto.
Nos shopping centers, o estacionamento existe como parte essencial do negócio, gerando para o cliente sensação de segurança, mesmo que o cliente não entregue as chaves ao dono do shopping ou a seu preposto, tal procedimento não exclui a responsabilidade e o dever de guarda ou de vigilância, quando há todo um aparato destinado a atrair clientes em razão da facilidade de compra e de um estacionamento seguro.
O fato de o proprietário do veículo não adquirir nenhum produto no interior do shopping, não afasta a responsabilidade indenizatória, pois o shopping oferece vários serviços, de lazer, passeio, refeição, retirada de dinheiro em caixas eletrônicos, etc., sempre terá a potencialidade de consumo e a responsabilidade da empresa.
2.6 A responsabilidade dos condomínios edilícios
Um condomínio não tem, em princípio, a obrigação de guardar os bens de seus condôminos. Mas é preciso distinguir: se estes dispõem de todo um aparato de segurança, destinado a zelar pela guarda de tais bens (vigias, dispositivos de segurança, etc.), a responsabilidade pelo furto de veículo pertence ao condomínio, ou até mesmo de toca-cds, pode ser cobrada, pois os prepostos contratados para cuidar desses bens negligenciaram, permitindo a consumação do furto. 
O STJ decidiu que é lícito aos condôminos estabelecer na convenção, “não ser devida indenização, pelo condomínio, em virtude de danos sofridos por veículos estacionados nas garagens do edifício”. REsp 10285- S
3. Referência Bibliográfica 
Gonçalves, Carlos Roberto Gonçalves. Responsabilidade Civil 4. 9. ed. São Paulo. Saraiva 2013.

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