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Apostila de Microeconomia Introdução A presente apostila destina-se aos alunos dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Faculdade Cândido Mendes de Vitória – FACAM, para a disciplina de ―Microeconomia‖. Foram utilizados como base dois livros relacionados ao tema: ―Economia Micro e Macro‖, de Marco Antonio Sandoval de Vasconcelos e ―Introdução à Economia‖ de José Paschoal Rossetti, principalmente pela linguagem acessível ideal para alunos que, em muitas situações, têm na faculdade seu primeiro contato com a Ciência Econômica. Entretanto, foram utilizadas outras obras que estão devidamente relacionadas na bibliografia. A sua confecção teve por objetivo resumir em um só trabalho os principais pontos estudados na matéria em referência durante um semestre e assim, proporcionar ao aluno uma visão global da Ciência Econômica, fornecendo os meios necessários para iniciar a compreensão da estrutura de produção, distribuição e consumo na sociedade capitalista, além de identificar os conceitos fundamentais da teoria econômica, indispensáveis à compreensão dos fatos econômicos, suas causas e conseqüências, enfocando, sempre que possível, a realidade brasileira. Longe da pretensão de ser uma ―obra definitiva‖, está aberta para questionamentos por parte daqueles que a lerem, principalmente pelos alunos que a utilizarão (ou utilizaram) que estiverem dispostos a exercitar seu senso crítico. Boa leitura! Jorge Sant’Anna Filho Professor Conceituação de Economia ―A economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos‖ (Rosseti, 1997, p. 52) ―A economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre a sociedade‖ (Troston e Monchón,1997, pág. 43) A economia é uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer às necessidades humanas.(Vasconcelos, 2007, pág. 3) Divisão do Estudo Econômico Apesar de representar um só corpo de conhecimento, costuma-se dividir a economia em dois ramos de acordo com a área e o interesse do estudo: Microeconomia e Macroeconomia Microeconomia: Ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores (consumidores) e vendedores (produtores) de tais bens. Estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. Fundamentalmente, está voltada para: As unidades individualizáveis da economia, como o consumidor e a empresa, considerados isoladamente ou em grupos homogêneos; O comportamento do consumidor: a busca máxima e outras motivações; O comportamento da empresa: a busca do lucro máximo e ouras motivações; A estrutura e os mecanismos de funcionamento dos mercados. As conformações básicas da oferta e da procura; As funções e as imperfeições dos mercados, na alocação eficaz dos escassos recursos da sociedade e na geração dos produtos destinados a satisfazer às necessidades tidas como ilimitáveis; As remunerações pagas aos agentes que participam do processo produtivo e a conseqüente repartição funcional da renda social Os preços recebidos pelas unidades que geram cada um dos bens e serviços que compõem o produto social; A interface entre custos e benefícios privados e o interesse maior do bem-comum. Historicamente, a microeconomia é fruto da filosofia liberal professada pelos primeiros clássicos, notadamente Smith, Ricardo, Stuart Mill e Say, que prevaleceu na primeira metade do Século XVIII. A economia clássica aprofundou os objetivos maximizantes dos agentes individuais e os potenciais decorrentes de promoção da riqueza nacional. Mais a frente, os marginalistas (utilitaristas) exploraram essa abordagem, mas colocaram o indivíduo no centro da reflexão econômica. E das decisões individuais decorreriam mecanismos de interação capazes de justapor os interesses privados aos sociais. A metodologia fundamental dessa abordagem é dedutiva. O nível de abstração envolvido é necessariamente alto, ao investigar categorias do tipo utilidade, valor, satisfação, indiferença, e bem-estar. A despeito de sua abordagem microscópica, há também o interesse pelo equilíbrio geral do sistema econômico, a partir da interdependência entre as atividades dos produtores, proprietários de recursos e consumidores. O pressuposto teórico é o equilíbrio geral, sob a ótica do ótimo econômico. Pelos mecanismos da livre tensão que se manifesta em cada mercado, via preço, orientam-se as ações convergentes de cada um dos agentes do processo econômico: os produtores maximizam seus lucros; os consumidores sua satisfação; e os recursos escassos são aplicados de forma mais eficaz possível, maximizando tanto o conceito de retornos privados, quanto o retorno social em um todo. O funcionamento desse sistema corresponde ao de um jogo não cooperativo, tensionado, no sentido, com cada uma das unidades individuais cuidando de seus próprios interesses, sem coalizões com as demais. A maximização teórica é extrema que nenhum dos participantes do sistema pode, em dado momento, melhorar sua própria posição sem sacrificar os níveis de satisfação (máximos) dos outros participantes. A microeconomia é também chamada de ―Teoria dos Preços‖, pois preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados específicos. E os preços formam-se com base em dois mercados: de bens e serviços (preços dos bens e serviços) e no de fatores de produção (remuneração dos fatores: salários, aluguéis, juros e lucros). Em suma, o principal objetivo da teoria microeconômica é identificar: O que determina o preço de bens e serviços? O que determina o salário do produtor? O que determina quanto vai ser produzido de uma mercadoria? O que determina como o individuo vai gastar sua renda diante de diversos bens e serviços? Seus principais tópicos abordados são os seguintes: Teoria da demanda; Teoria da oferta; Análise das estruturas de mercado; Teoria do equilíbrio geral e do bem-estar; Imperfeições do mercado: externalidades, bens públicos, informações assimétricas O ponto de partida do estudo da microeconomia nesta apostila será a análise da demanda de mercado, que estuda as diferentes formas que a demanda pode assumir e os fatores que a influenciam. Análise da Demanda de Mercado Teoria da Demanda Demanda (ou procura) é a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir, num dado período, não representando a compra efetiva, mas a intenção de comprar, a dados preços, todas as demais condições ceteris paribus1. De acordo com Rossetti (2002, pág. 410), ―a procura de determinado produto é determinada pelas várias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir, em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo‖. A escala de demanda indica quanto (quantidade) o consumidor pode adquirir, dadas várias alternativas de preços de um bem ou serviço. Fundamentos da Teoria da Demanda Teoria do Valor Trabalho: Teoria desenvolvida pelos clássicos que considera que um bem se forma no lado da oferta, mediante aos custos do trabalho incorporado ao bem. Os custos de produção, à época da formulação dessa teoria, eram representados basicamente pelo fator mão- de-obra abundante e pelo fator capital, pouco significativo (planta trabalho-intensivo).1 A Condição ceteris paribus é uma expressão provinda do Latim, que significa "tudo o mais constante", ou seja, mantêm todas as outras variáveis. É uma forma de dizer o que aconteceria com uma variável, de acordo com a condição de uma segunda e isolando as demais variáveis. Estas demais variáveis, se tornam constantes. Basicamente, é desprezar fatores que interfiram na análise entre um relacionamento específico. Permaneço à disposição para atender eventuais demandas. Teoria do Valor Utilidade: Utilidade é o grau de satisfação ou bem-estar que os consumidores atribuem a bens e serviços que podem adquirir no mercado. A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma pela sua demanda, sendo, portanto, subjetiva. Representa a chamada visão utilitarista onde prepondera a soberania do consumidor, pilar do capitalismo. Observa-se claramente uma contraposição entre as duas teorias, notadamente em razão do contexto em que foram formuladas. Na verdade, a teoria do valor utilidade é um complemento da teoria do valor trabalho, uma vez que já não era possível predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos, sem considerar a demanda (preferências, rendas, etc). Por isso, a teoria da demanda é baseada na teoria do valor utilidade, pois supõe-se que os consumidores estão buscando maximizar sua satisfação que ele atribui a um bem ou serviço. Por isso, a teoria da demanda também é chamada de teoria do consumidor. Falou-se até então sobre utilidade, mas alguns conceitos adicionais sobre o assunto são necessários para o entendimento da teoria, notadamente a distinção entre Utilidade total e utilidade marginal. Enquanto a Utilidade total tende a aumentar quanto maior a quantidade, a Utilidade Marginal, que é a satisfação adicional obtida pelo consumo de mais de uma unidade do bem, é decrescente, uma vez que o consumidor vai saturando-se à medida que o consome. Daí extrai-se a Lei da Utilidade Marginal Decrescente, expresso por: Umg = ∆Ut / ∆q ∆Ut = Variação da Utilidade ∆q = Variação da quantidade que o consumidor deseja consumir Gráfico de Utilidade Total Gráfico de Utilidade Marginal Como exemplo da importância da utilidade marginal tem-se o Paradoxo da água e do diamante: A água é mais necessária do que o diamante. No entanto, é mais barata do que o diamante. Isso por que a água tem grande utilidade total por ser encontrada em abundância, enquanto o diamante tem grande utilidade marginal, por ser mais escasso. Assim, considerando que o consumidor está maximizando sua utilidade (bem-estar) e que o mesmo está limitado pelo seu nível de renda e pelos preços de bens e serviços do mercado, apresenta-se os conceitos de curva de indiferença e restrição orçamentária. Uma curva de indiferença representa todas as combinações de cestas de mercado que proporcionam o mesmo nível de satisfação a uma pessoa. Apresenta duas características básicas: Inclinação negativa: devido a necessidade de manter o mesmo nível bem estar, reduz o nível de um bem ao aumentar o consumo de outro. Convexidade em relação à origem: à medida que maiores quantidades de uma mercadoria são consumidas, espera-se que o consumidor esteja disposto a abrir mão de cada vez menos unidades de uma segunda mercadoria para obter unidades adicionais da primeira. Taxa Marginal de Substituição (TMS) mede a quantidade de uma mercadoria de que o consumidor está disposto a desistir para obter mais de outra. Substitutos Perfeitos: Dois bens são complementos perfeitos quando suas curvas de indiferença têm o formato de ângulos retos Quanto mais alta a curva de indiferença, maior a satisfação que o consumidor pode obter no consumo dos dois bens. Tem-se, então o mapa de indiferença: O comportamento do consumidor não é determinado apenas por suas preferências. As restrições orçamentárias também limitam a capacidade do indivíduo de consumir, tendo em vista os preços que ele deve pagar por diversas mercadorias e serviços. Ou seja, enquanto a curva de indiferença refere-se ao conjunto de bens e serviços que o consumidor deseja adquirir, considerando apenas suas preferências, as restrições orçamentárias o condicionarão ao conjunto de bens e serviços que ele pode adquirir. Assim, se o consumidor deseja maximizar seu nível de utilidade deverá procurar alcançar, dada sua restrição orçamentária, a curva de indiferença mais alta possível, o que significa maior bem estar. Desse modo, no ponto A alcança-se o equilíbrio do consumidor. Uma vez alcançado, não haverá incentivos para a realocação de sua renda gasta no consumo dos dois bens. Saindo deste ponto de equilíbrio, ocorrerá aumento no consumo de um, mas conseqüente redução no outro. Variáveis que influenciam a demanda Preço do bem; Renda; Riqueza; Gosto; Preferência; Preço de outros bens relacionados (substitutos/complementares); Propaganda; Número de consumidores; Expectativas sobre o futuro; Facilidades de crédito. A Função Demanda é tradicionalmente colocada como dependente das seguintes variáveis: qdi = f( pi , ps , pc , R, G), sendo: qdi = quantidade procurada (demandada) do bem i pi = preço do bem i ps = preço dos bens substitutos ou concorrentes pc = preço dos bens complementares R = renda do consumidor G = gostos, hábitos e preferências do consumidor Para estudar o efeito individual de cada uma dessas variáveis sobre a procura de um bem/serviço, deve-se utilizar a condição coeteris paribus. Relação entre a quantidade demandada e o preço do próprio bem Seja qdi = f( pi), supondo ps , pc , R, G constantes. Por que a curva de demanda tem inclinação negativa? À medida que aumenta a quantidade demandada, o preço diminui (e vice-versa). E por que ocorre essa relação inversa entre preço e quantidade demanda de um bem? em razão dos efeitos substituição e renda, que agem conjuntamente. Supondo uma queda no preço de um bem: Efeito substituição: bem fica mais barato em relação aos concorrentes; sua quantidade aumenta; Efeito Renda: poder aquisitivo do consumidor aumenta, quantidade tende a aumentar. Curva da Demanda por esdruvs $3.00 2.50 2.00 1.50 1.00 0.50 21 3 4 5 6 7 8 9 10 1211 Preço 0 Preço Quantidade $0.00 12 0.50 10 1.00 8 1.50 6 2.00 4 2.50 2 3.00 0 Quantidade Relação entre a quantidade demandada e preços de outros bens e serviços Seja qdi = f( ps), supondo pi, pc , R, G constantes. A comparação da quantidade demandada de um bem com outros dá origem a outros dois importantes conceitos: Bem substituto (ou concorrentes) = o consumo de um bem substitui o consumo do outro. Dois bens para os quais, tudo o mais mantido constante (coeteris paribus), um aumento no preço de um deles aumenta a demanda pelo outro. Ex.: Coca-cola e guaraná. Bens complementares = são bens consumidos em conjunto, para os quais o aumento no preço de um dos bens leva a uma redução na demanda pelo outro bem. Ex.: Computador e software. Relação entre a demanda de um bem e renda do consumidor (R) Seja qdi = f( R), supondo pi, ps , pc , G constantes. Em relação à renda dos consumidores, há três situações distintas: Bem Normal: tudo o mais constante, um aumento na renda provoca um aumento na quantidade demandada do bem. Bem Inferior: tudo o mais constante, um aumento na renda provoca uma diminuição na quantidade demandada do bem. Ex.: Passagem de ônibus, carne de segunda Bem de consumo saciado: se aumentar a renda do consumidor, não aumentará a demanda do bem. Caso da demanda de alimentos básicos, como o açúcar, sal, arroz. Relação entre a demanda de um bem e hábitosdos consumidores (G) Seja qdi = f( G), supondo pi, ps , pc , R constantes. Hábitos podem ser alterados por propaganda ou campanhas promocionais: 0 G qdi Preço A Quantidade A $ 2,00 5 D1 Supondo uma campanha para parar de fumar 1 D2a 8 D2b Curva de Demanda de Mercado Demanda individual: Representa as quantidades que cada indivíduo está disposto a consumir de um produto num dado período de tempo em função do nível de preços. Demanda de mercado: Será determinada pela demanda individual. Representa o comportamento de um grupo de consumidores diante dos movimentos de preços. D mercado = ∑ d consumidores individuais Equação linear: qdi = q - dp Observações Adicionais Se o preço permanece constante e varia uma das condições ceteris paribus, teremos um deslocamento positivo ou negativo da curva de demanda. Se o preço de um bem e a quantidade desse mesmo bem varia, teremos um deslocamento na curva de demanda. Excedente do consumidor Benefício líquido que o consumidor ganha por ser capaz de comprar um bem ou serviço. Diferença entre a disposição máxima a pagar por parte do consumidor e o que ele efetivamente paga. O gráfico abaixo explica melhor esse conceito: 3/8/2010 57 PREÇO ($) QUANTIDADE0 DEMANDA PREÇO DE EQUILÍBRIO QUANTIDADE DE EQUILÍBRIO OFERTA EXCEDENTE DO CONSUMIDOR A C E D B O ponto A é o preço máximo (disposição máxima a pagar), enquanto o ponto E o preço de equilíbrio. A diferença entre o dois é o excedente do consumidor. É um conceito extremamente útil, principalmente no tocante à área da tributação, para avaliar a capacidade de pagamento dos contribuintes, e na área da economia internacional, para avaliar os ganhos e perdas no comércio, quando da imposição de tarifas alfandegárias. Paradoxo de Giffen2 Caso especial de bem inferior, é uma exceção à Lei Geral da Demanda. Isso quer dizer que a curva de demanda é positivamente inclinada, pois há uma relação direta entre a quantidade demandada e o preço do bem. É um tipo de bem inferior, embora nem todo bem inferior seja um bem de Giffen. Calculando a curva de Demanda A curva de demanda pode ser calculada utilizando-se funções do tipo linear, potência, hiperbólica, etc. Considerando a Função Demanda tradicional: qdi = f( pi , ps , pc , R, G), estabelece-se uma equação linear. Os sinais dos coeficientes lhe dirão se a relação entre Qd e a variável é direta ou inversamente proporcional. Exemplo: Para um bem normal: Qd = 3 – 0,5pi + 0,2ps – 0,1pc + 0,9r Explicando: O sinal de preço do bem (PI) é negativo por que ele varia inversamente a demanda; O sinal de preço do bem substituto (Ps) é positivo por que ele varia diretamente proporcional a demanda. 2 Nome do economista que observou esse fenômeno Jorge Highlight Análise da Oferta de Mercado Teoria da Oferta Quantidades que os produtores estariam dispostos a oferecer ao mercado de um determinado bem (produto) em função do nível de preços, em determinado período de tempo. Todas as demais condições coeteris paribus. Considera-se que os produtores são racionais, já que estão produzindo com o lucro máximo, dentro da restrição de custos de produção. Fatores que influenciam a oferta. Preço do bem. Preço dos fatores de produção. Tecnologia. Preço de outros bens relacionados (substitutos / complementares). Importação/exportação. Clima. Subsídios/impostos. Função Geral da Oferta Tudo o mais constante (ceteris paribus), se o preço do bem aumenta, estimula as empresas a produzirem mais. Para produzir mais, os custos serão maiores, e o preço do bem deve ser aumentado. qs = ƒ(pi, m, pn, O, T, A) • qs = Qtde ofertada do bem i • Pi = Preço do bem i • m=Preço dos insumos • Pn=Preço dos outros bens, substitutos na produção • o=Objetivos e metas dos empresários • T = tecnologia • A = fatores climáticos Semelhante a demanda, a curva de oferta pode ser interpretada sob duas perspectivas: Dado o preço, a quantidade máxima que o produtor estará disposto a ofertar. Dada a quantidade, o preço mínimo que o produtor estará disposto a receber por essa quantidade. Relação entre a quantidade ofertada e o preço dos insumos Aumentando os preços dos insumos, aumentarão os custos de produção e retrairá a produção Exemplo: se o preço do fator terra aumenta, diminuirá a oferta de café. Assim, aos mesmos preços de mercado anteriores aumentaram os custos de produção, retraindo-a. Chapter 1 11 Preço do fator terra aumenta P S Q S’ Relação entre a quantidade ofertada e o preço de outros bens (substitutos) Aumentando os preços dos bens substitutos, os produtores migrarão para a produção deste bem, reduzindo a produção do bem inicial. Chapter 1 11 Preço do bem Substituto aumenta P S Q S’ Relação entre a quantidade ofertada e a tecnologia Ocorrendo um avanço na tecnologia, diminuem os custos de produção, aumentando a oferta. Chapter 1 11 Avanço na tecnologia P S’ Q S Relação entre a quantidade ofertada e a as mudanças climáticas Ocorrendo uma mudança favorável no clima ou nas condições ambientais, aumenta a oferta, ocorrendo o contrário com condições desfavoráveis. Chapter 1 11 Mudança favorável no clima P S’ Q S Chapter 1 11 P S Q S’ Mudança desfavorável no clima Curva de Oferta de Mercado É a soma horizontal (das quantidades) das curvas de ofertas das firmas individuais, que produzem um dado bem ou serviço. Oferta individual: Representa as quantidades que um produtor está disposto a oferecer ao mercado. Será alterada por fatores como inovação tecnológica. Investimento em tecnologia vai afetar a oferta de um produtor. Oferta de mercado: Será determinada pelas curvas de oferta individuais. Representa o comportamento dos produtores. A alteração nos preços levará a entrada ou saída de produtores no mercado deslocando a curva de oferta de mercado. Qj = ∑ qj Equação linear: qsi = - q + dp Chapter 1 11 P Q S Observações Adicionais Se o preço permanece constante e varia uma das condições ceteris paribus, teremos um deslocamento positivo ou negativo da curva de oferta. Se o preço de um bem e a quantidade desse mesmo bem varia, teremos um deslocamento na curva de oferta. $2.00 7 $1.00 1 Preço Quantidade Excedente do produtor Ganho em bem-estar pelo fato do produtor receber no mercado um preço maior que aquele mínimo que viabilizaria sua produção. O gráfico abaixo explica melhor esse conceito: 3/8/2010 57 PREÇO ($) QUANTIDADE0 DEMANDA PREÇO DE EQUILÍBRIO QUANTIDADE DE EQUILÍBRIO OFERTA EXCEDENTE DO PRODUTOR A C E D B O Equilíbrio de Mercado (Oferta e Demanda) de um Bem ou Serviço O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela demanda. O equilíbrio se encontra onde as curvas de oferta e de demanda se cruzam. Ao preço de equilíbrio, a quantidade oferecida é igual a quantidade demandada(quantidade de equilíbrio). Excesso de Oferta: preço acima do equilíbrio, a quantidade ofertada é maior que a quantidade demandada. Vendedores terão que baixar o preço para aumentar as vendas, voltando então ao equilíbrio. Excesso de Demanda: preço abaixo do equilíbrio, a quantidade ofertada é menor que a quantidade demandada. Vendedores aumentarão os preços, voltando então ao equilíbrio. D S Q1 P1 Excesso De Oferta Q2 Quantidade Preço ($ porunidade) P2 Q3 D S Q1 Q2 P2 Excesso de demanda Quantidade Preço ($ por unidade) Q3 P3 Elasticidades Alteração percentual em uma variável dada variação percentual em outra, coeteris paribus. Sinônimo de sensibilidade, resposta, reação de uma variável, em face de mudanças em outras Alguns tipos de Elasticidades: Elasticidade-preço demanda Elasticidade-renda demanda Elasticidade-preço cruzada da demanda Elasticidade-preço da oferta Elasticidade-preço demanda: Mede a intensidade da variação da quantidade demandada quando varia o preço do bem. Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores quando ocorre uma variação no preço de um bem ou serviço, é calculada como a variação percentual da quantidade demandada pela variação percentual do preço. epd = p / q . q / p Sinal da elasticidade preço da demanda é sempre um valor negativo, pois preço e quantidade demandada variam em direções contrárias. Por isso será sempre expressa em módulos. |Epd | = 1,2 é igual a Epd = -1,2 Classificação: Demanda Elástica (Epd > 1): Revela que a quantidade demandada é bastante sensível em relação à variação de seu preço. se o preço aumenta, ocorre redução na quantidade demandada em uma ordem maior do que o aumento no preço. Demanda Inelástica (Epd < 1): Consumidores são poucos sensíveis a variação do preço. se o preço aumenta, a quantidade demandada sofre uma redução inferior a magnitude do aumento no preço. Demanda Unitária (Epd = 1): Se o preço aumenta 10%, a quantidade cai em 10%; se o preço aumenta, a quantidade demandada sofre uma redução na mesma proporção do aumento do preço Fatores que afetam a Elasticidade-preço da Demanda Disponibilidade de bens substitutos: Quanto mais substitutos, mais elástica é a demanda. Se o preço aumenta, o consumidor tem mais opções para ―fugir‖ do seu consumo. Essencialidade do bem: Quanto mais essencial, mais inelástica é a demanda. O consumidor não tem muita opção para fugir do aumento de preços. (Açúcar, sal) Importância relativa do bem no orçamento: Quanto maior o peso do bem no orçamento, maior o efeito do aumento para o consumidor: Carne = Epd alta Fósforo = Epd baixa Horizonte de tempo: Um intervalo de tempo maior permite que os consumidores de dada mercadoria descubram mais formas de substituí-las, quando seu preço aumenta Elasticidade Preço Da Demanda X Receita Total Elasticidade Preço Cruzada da Procura: mede a variação percentual na quantidade do bem X, em resposta a uma variação percentual no preço de Y, ceteris paribus. Exemplo: qual a variação na quantidade de café resultante de uma alteração do preço do chá? epcp = py / qx . qx / py Se epcp > 0, os bens x e y são substitutos ou concorrentes, ou seja, se o preço de y aumenta, aumenta o consumo de x; Se epcp < 0, os bens x e y são complementares, ou seja, se o preço de y aumenta, diminui o consumo de x; Elasticidade-renda da demanda: Mede a intensidade da variação da quantidade demandada quando varia a renda do consumidor, Coeteris paribus. Se Erp > 1 = Bem superior: dada uma variação da renda, o consumo varia proporcionalmente; Se Erp > 0 = Bem normal: consumo aumenta quando a renda aumenta; Se Erp < 0 = Bem inferior: consumo cai quando a renda aumenta; Se Erp = 0 = Bem de consumo saciado: variações na renda não alteram o consumo do bem. Elasticidade-preço da oferta: Mede a intensidade da variação da quantidade demandada quando varia o preço do bem, Coeteris paribus. Se Eps > 1 = Bem de oferta elástica; Se Eps < 1 = Bem de oferta inelástica; erp = r / q . q / r eps = p / q s . qs / p Se Eps = 1 = Bem de oferta unitária. Aplicações da Análise Microeconômica em Políticas Públicas Conforme dito anteriormente, a microeconomia estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem, ou seja, se ocupa do equilíbrio geral do sistema econômico, a partir da interdependência entre as atividades dos produtores, proprietários de recursos e consumidores. Entretanto, um agente não citado na relação acima também pode (e deve) ser analisado pela ótica microeconômica. Isso em razão da existência de elementos oriundos do setor público que impactam significativamente no mercado e nos seus agentes, aos quais destacamos agora. Incidência de um Imposto sobre Vendas O conhecimento da incidência de um imposto (isto é, sobre quem efetivamente recai o ônus do imposto) é importante para determinar os aspectos econômicos e sociais da tributação. Conforme visto no semestre anterior na disciplina de ―Introdução à Economia‖, os impostos podem ser classificados em duas categorias: - Impostos diretos: incidem diretamente sobre a renda das unidades familiares e das empresas. Ex.: IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física); IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica). - Impostos indiretos: são tributos que oneram as transações intermediárias e finais. São incorporados ao processo produtivo e, portanto, incidem indiretamente sobre o contribuinte (consumidor). Ex.: ICMS; ISS; COFINS; PIS. Na mesma disciplina, foi estudado que os impostos diretos são progressivos e, portanto, mais justos e equânimes do ponto de vista fiscal. Os impostos sobre vendas (indiretos) podem ser considerados regressivos, uma vez que todos pagam o mesmo valor de imposto sobre o bem adquirido e esse valor impacta mais significativamente em quem possui menor rendimento. Para a nossa disciplina importam os impostos indiretos, pois eles serão embutidos nos preços dos bens e serviços. Quanto aos impostos sobre as vendas, temos: Imposto Específico: representa um valor fixo por unidade vendida, independente do valor da mercadoria; são aplicados por quantidade, tal como cigarro, maço ou quilo; Imposto Ad Valorem: aplica-se uma alíquota percentual fixa sobre o valor de uma unidade vendida. Exemplo: ICMS, IPI, etc. Efeito de um imposto de vendas sobre o equilíbrio de mercado Imposto Específico O estabelecimento de um imposto sobre vendas acarretará em custo adicional para o produtor, retraindo sua capacidade de produção. Para que ele mantenha a quantidade ofertada deverá aumentar o preço, ou vice-versa. p’ = p - T P’ = preço relevante para o produtor P = preço de mercado T = Imposto Conseqüentemente, o equilíbrio do mercado será alterado. Q ($) 0 = T S’ S Imposto ad valorem Também acarretará em custo adicional para o produtor, mas a fórmula se altera. p’ = p – (1 –t) P’ = preço relevante para o produtor P = preço de mercado T = Imposto Q ($) 0 S’ S Conforme visto, a incidência do imposto ad valorem no gráfico altera a declividade e não o intercepto. Incidência do Imposto Quem arca efetivamente com o ônus do imposto? Considerando um imposto específico: p0 = preço de equilíbrio, sem imposto p1 = preço pago pelo consumidor com imposto (T) p’ = preço recebido pelo produtor, após T (p’ = p1 – T) q0 e q1 = quantidades de equilíbrio Parcela do imposto paga pelo Consumidor: (p1 – p0) . q1 Parcela do imposto paga pelo Vendedor: (p0 – p’) . q1 Arrecadação do governo: A = T . q1 “Peso Morto” do Imposto Do ponto de vista da sociedade, a aplicação de um imposto em um mercado concorrencial causa uma distorção na alocação de recursos. Isso pode ser observado ao analisar o excedente do consumidor e do produtor. Q ($) 0 D S A C B D q0q1 p1 p0 Ocorrendo a aplicação de um imposto específico, o preço aumenta de p0 para p1, reduzindo o excedente do consumidor (área A e B), assim como reduz o excedente do produtor (C e D), provocando redução de bem estar. A área A, B, C, D corresponde à arrecadação peloimposto. Supondo ser essa arrecadação destinada ao bem estar de toda uma população (consumidor e produtor), as áreas A e C seriam ―devolvidas‖ parcialmente. Entretanto, algumas perdas são irrecuperáveis (B e D), em razão da má alocação dos recursos. Essa perda é denominada “peso morto” e ocorre em razão da imposição das tarifas que afetam o equilíbrio do mercado. Para ilustrar, um exercício3: S = - 500 + 500p D = 4.000 + 400p A) P e q de equilíbrio; B) P e q de equilíbrio, dado imposto específico t = 0,9/produto; C) Preço pago pelo consumidor; D) Preço pago pelo vendedor; E) Arrecadação do governo neste mercado; F) Parcela ($) da arrecadação arcada pelo comprador; G) Parcela ($) da arrecadação arcada pelo vendedor; H) Ilustrar graficamente. Externalidades As externalidades são atividades que envolvem a imposição involuntária de custos (externalidades negativas) ou de benefícios (externalidades positivas) sobre terceiros, sem que estes tenham 3 Extraído de VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval. Economia Micro e Macro. São Paulo: Editora Atlas, 2006. oportunidade de impedir, sem que tenham a obrigação de pagar ou que tenham o direito de serem indenizados. Segundo Mankiw (2007, p. 204), é ―o impacto das ações de uma pessoa sobre o bem-estar de outras que não tomam parte da ação‖. Uma característica intrínseca das externalidades é a de serem bens/serviços que são valorizados pelas pessoas, mas não são negociados no mercado. Quando a ação de determinados agentes impacta sobre o resultado almejado por outros agentes. Em outras palavras, quando o consumo ou a produção de determinado bem ou serviço acarreta em efeitos colaterais (positivos ou negativos). A poluição gerada pela CVRD é um exemplo de externalidade negativa. Por outro lado, toda a infraestrutura construída pelo estado para a empresa é um exemplo de externalidade positiva. O nome advém da diferença entre os benefícios e custos privados adquiridos por um agente econômico e os benefícios e custos para a sociedade. Essa diferença não é ―internalizada‖ pelo preço de mercado, ou seja, não é considerado, ocasionando perda para a sociedade. Exemplos: Externalidades positivas Externalidades negativas Um progresso científico Poluição das águas Educação Trânsito congestionado Uma propriedade vizinha bem conservada, que faz subir o valor de mercado da nossa. Subida nos prêmios de seguro devido ao consumo de álcool ou cigarro por parte dos outros participantes Melhores hábitos ao volante, que reduzem os riscos de acidentes. Festas barulhentas na vizinhança Elaboração: Antonio de Oliveira Marques E quais as conseqüências das externalidades para a alocação de recursos? O sistema de preços perde a capacidade de orientar a sociedade na alocação dos recursos escassos, pois os benefícios e os custos privados passam a diferir dos benefícios e custos sociais, que efetivamente interessa à coletividade. Assim, a sociedade sofrerá uma perda (―peso morto‖), uma vez que os custos sociais serão maiores que os benefícios sociais. Para corrigir as distorções causadas, o governo deve intervir cobrando impostos4 ou concedendo subsídios para forçar o sistema de preços a igualar os custos e benefícios privados e sociais associados ao consumo ou produção de um bem, levando sua quantidade transacionada a um nível compatível com a máxima satisfação da sociedade. Externalidades no consumo Supondo uma externalidade negativa: O sistema de preços não considera os efeitos colaterais negativos derivados do consumo do bem e, por conta disso, a sociedade acaba consumindo uma quantidade superior daquela que estaria disposta a consumir. Assim, os custos sociais superam os benefícios sociais ( = benefícios privados – externalidade). 4 “Impostos pigouvianos” Q ($) 0 D S q0q1 p0 D’ A B C A aplicação de um imposto5 ao consumo ou a produção corrigiria o custo adicional provocado, internalizando-o. Q ($) 0 D’ S q0q1 p0 D G F Ep1 Produção Processo pelo qual uma firma transforma os fatores de produção em produtos ou serviços para venda no mercado. 5 Outras formas de correção: regulamentação, que torna obrigatório ou proibido determinados tipos de comportamento e as licenças negociáveis, que limita a quantidade de licenças disponíveis para determinada atividade estabelecendo um limite de geração de externalidade, que pode ser negociado no mercado. A Demanda do mercado é representada pela curva D. No entanto, a curva que reflete o bem-estar derivado do consumo do bem é D’. O ―peso morto‖ corresponde à área escura (triângulo ABC). Assim, a demanda da sociedade é menor do que a demanda efetiva do mercado. A aplicação de um imposto aumenta o preço, reduzindo a quantidade transacionada, igualando assim benefícios sociais e privados, excluindo a externalidade. Firmas são, portanto, agentes transformadores de insumos (fatores de produção) em produtos através de um processo de produção escolhido. Dependendo do fator de produção empregado com maior intensidade, o processo pode ser capital-intensivo, trabalho-intensivo, terra-intensivo. A escolha do processo de produção depende de sua eficiência, que pode ser avaliada pelo ponto de vista tecnológico ou econômico. Eficiência tecnológica: é o processo que permite produzir uma mesma quantidade de produto, utilizando menor quantidade física de fatores de produção; Eficiência econômica: é o processo que permite produzir uma mesma quantidade de produto, utilizando menor custo de produção. Função Produção É a relação técnica entre a quantidade física de fatores de produção e a quantidade física do produto em determinado período de tempo. Quantidade produto = ƒ (quantidade dos fatores de produção) = q = ƒ (L, K) Sendo: L = trabalho K = capital Indica o maior nível de produção que uma firma pode atingir para cada possível combinação de insumos, dado o estado da tecnologia. Mostra o que é tecnicamente viável quando a firma opera de forma eficiente. Produção com um fator fixo e um variável em curto prazo6 Função produção q = ƒ (L, K) Como o fator capital (K) é fixo no curto prazo, a função produção fica q = ƒ (L) À medida que aumenta o número de trabalhadores, o produto (Q) aumenta, atinge um máximo e, então, decresce. Conceitos Adicionais Produto total: quantidade total produzida por fator em determinado período de tempo. PT = q Produtividade Média do trabalho: relação entre o nível do produto e a quantidade do fator trabalho empregada em determinado período de tempo. 6 Curto prazo: Período de tempo no qual as quantidades de um ou mais insumos não podem ser modificadas. Tais insumos são denominados insumos fixos. Longo prazo: Período de tempo necessário para tornar variáveis todos os insumos. PMeL = PT / L Produtividade Média do capital: relação entre o nível do produto e a quantidade do fator capital empregado em determinado período de tempo. PMek = PT / K Produtividade Marginal: Variação do produto, dada uma variação de uma unidade na quantidade do fator de produção, em determinado período de tempo. Representa uma contribuição adicional de cada fator de produção. Produtividade Marginal do Trabalho PMgL = ∆PT / ∆L = ∆q / ∆L Produtividade Marginal do Capital PMgk = ∆PT / ∆K = ∆q / ∆K Exemplo: quadro comparativo de produção com um fator variável e um fixo Qtde deTrabalho (L) Qtde de Capital (K) Produto Total (Q) Produto Médio Produto Marginal 0 10 0 1 10 10 10 10 2 10 30 15 20 3 10 60 20 30 4 10 80 20 20 5 10 95 19 15 6 10 108 18 13 7 10 112 16 4 8 10 112 14 0 9 10 108 12 -4 10 10 100 10 -8 Gráficos de Produtividade Total, Média e Marginal do Trabalho Produto Total Trabalho por mês Produção por mês 60 112 0 2 3 4 5 6 7 8 9 101 A B C D Produto Médio 8 10 20 Produção por mês 0 2 3 4 5 6 7 9 101 Trabalho por mês 30 E Produto Marginal • Observações: – Quando PMg = 0, PT encontra-se no seu nível máximo; – Quando PMg > PM, PM é crescente; – Quando PMg < PM, PM é decrescente; – Quando PMg = PM, PM encontra-se no seu nível máximo. Lei dos Rendimentos Decrescentes Ao aumentar o fator variável, sendo dada a quantidade de um fator fixo, a produtividade marginal do fator variável cresce até certo ponto, passando a decrescer a partir daí. Em outras palavras: À medida que o uso de determinado insumo aumenta, chega-se a um ponto em que as quantidades adicionais de produto obtidas tornam-se menores (ou seja, o PMg diminui). E qual o motivo para isso acontecer? Quando a quantidade utilizada do insumo trabalho é pequena, o PMg é grande em decorrência da maior especialização. Quando a quantidade utilizada do insumo trabalho é grande, o PMg decresce em decorrência de ineficiências. A Lei dos Rendimentos Decrescentes supõe-se que a qualidade do insumo variável seja constante, assim como a tecnologia empregada. Produção a longo prazo Não existe fatores fixos a longo prazo, ou seja, a análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores podem variar, podendo ser representada pela curva de isoquantas. Na fórmula, considerando apenas capital e trabalho: q = ƒ (L, K) Isoquantas: significa “igual quantidade‖ e é a curva que representa todas as possíveis combinações de insumos que geram a mesma quantidade de produto, ou seja, expressa o menu de processos produtivos igualmente eficientes, determinado pela tecnologia disponível, capazes de produzir a mesma qualidade do bem ou serviço final. Essa informação permite ao produtor reagir eficientemente às mudanças nos mercados de insumos.7 Chapter 1 11 L / ano 1 2 3 4 1 2 3 4 5 5 Q1 = 55 A D B Q2 = 75 Q3 = 90 C E K/ano Economias de Escala Análise das vantagens e desvantagens de uma dada empresa aumentar sua dimensão, tamanho e demanda pelos fatores de produção no longo prazo. É, na verdade, uma medição da relação entre a escala (tamanho) de uma empresa e sua produção. Também chamado de Rendimentos de escala, podem ser crescentes, decrescentes ou constantes de escala. Pode ser definida ainda por pontos de vista: Economia de escala tecnológica: quando a produtividade física varia com a variação de todos os fatores de produção; Economia de escala pecuniária: quando os custos por unidade produzida variam com a variação de todos os fatores de produção; Rendimentos Crescentes de Escala Ocorre quando a produção cresce em uma proporção maior do que o crescimento dos fatores de produção. Significa que as produtividades médias dos fatores aumentaram. Rendimentos Decrescentes de Escala Ocorre quando a produção cresce em uma proporção menor do que o crescimento dos fatores de produção. Significa que as produtividades médias dos fatores caíram. Rendimentos Constantes de Escala Ocorre quando a produção cresce na mesma proporção do crescimento dos fatores de produção. As produtividades médias dos fatores permanecem constantes. 7 Substituição entre Insumos - A taxa marginal de substituição técnica (TMST) é dada por: - ∆K / ∆L Mapa de Isoquantas: conjunto de isoquantas, cada uma mostrando um nível de produção. Declividade negativa: devido a necessidade de manter o mesmo nível bem estar, reduz- se o nível de um bem ao aumentar o consumo de outro. Também chamada de Taxa Marginal de Substituição Técnica. Convexidade em relação à origem: devido a dificuldade crescente de substituição entre os fatores, em razão da Lei dos Rendimentos Decrescentes. A escolha de uma isoquanta dependerá à quantidade que a firma pretende produzir, dos custos de produção e da demanda pelo produto. Rendimentos Crescente de Escala Trabalho (horas) Capital (horas de máquina) 10 20 30 5 10 2 4 0 A Rendimentos Decrescentes de Escala Trabalho (horas) Capital (horas de máquina) 10 20 30 5 10 2 4 0 A Chapter 1 69 Rendimentos Constantes de Escala Trabalho (horas) Capital (horas de máquina) 10 20 30 155 10 2 4 0 A 6 6. Custos de produção Conforme visto anteriormente, a tecnologia de produção representa a relação entre os insumos e a produção. Depois de estabelecida a tecnologia, os administradores da empresa devem decidir como produzir. Para determinar os níveis ótimos de produção e combinações de insumos, é necessário transformar as medidas físicas inerentes à tecnologia de produção em unidades monetárias ou custos. Serão os custos de produção que determinarão a curva de oferta da firma. Entretanto, é importante estabelecer quais custos deverão ser considerados na análise, não considerando apenas os custos contábeis, aqueles que envolvem dispêndios monetários8. Para captar o custo para a sociedade, a verdadeira escassez relativa, dos recursos utilizados, deve-se considerar também os custos de oportunidade9. Há que se considerar ainda a distinção entre de projetos de investimento: i) avaliação privada enfocará basicamente a avaliação financeira, específica da empresa; e ii) avaliação social, focada nos custos e benefícios para toda a sociedade, derivados da atividade financeira. Para ilustrar, suponha a instalação de uma planta industrial em um determinado local. Deverão ser considerados os custos financeiros, sem dúvida, mas não há como desconsiderar os custos sociais advindos da instalação da fábrica. Custos a curto prazo Vimos que no curto prazo alguns fatores são fixos qualquer que seja o nível de produção e esses fatores geram custos fixos, assim como os fatores variáveis geram custos variáveis. A produção total é uma função de insumos variáveis e insumos fixos. Logo, o custo total de produção é igual ao custo fixo (custo dos insumos fixos) mais o custo variável10 (custo dos insumos variáveis): 8 Custo explicito, considerado na contabilidade privada. 9Custos de oportunidade privados são os custos associados às oportunidades deixadas de lado, caso a firma não empregue seus recursos da maneira mais rentável. 10 Depende da quantidade produzida CV = ƒ(q) Capítulo 7 Slide 31 Produção Custo ($ por ano) 100 200 300 400 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 CV CT = CF + CV CF50 No gráfico acima, observa-se que as curvas de CT e CV crescem inicialmente a taxas decrescentes, para depois crescerem a taxas crescentes. Inicialmente, o aumento da produção dá-se a custos declinantes, ou seja, a produção aumenta e os custos diminuem. Entretanto, a partir de determinado ponto, um acréscimo na produção começa a saturar o equipamento de capital (fixo) e os custos passam a crescer a taxas crescentes (lei dos custos crescentes). Quadro Resumo Determinantes dos Custos a Curto Prazo Rendimentos crescentes e custos • Na presença de rendimentos crescentes, o nível de produção aumenta relativamente ao insumo; logo, o custo variável e o custo totalcaem relativamente à produção. Rendimentos decrescentes e custos • Na presença de rendimentos crescentes, o nível de produção diminui relativamente ao insumo; logo, o custo variável e o custo total aumentam relativamente à produção. Custo Total Médio(CTMe): é o custo por unidade de produção, ou a soma do custo fixo médio (CFMe) e do custo variável médio (CVMe): CTMe = CFMe + CVMe = (CFT/q) + (CVT/q) Produção (unidades/ano) Custo ($ por ano) 25 50 75 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 CTMe CVMe CFMe Custo Marginal: referem-se às variações de custo quando se altera a produção. É o custo de se produzir uma unidade adicional do produto (primeira derivada). CMg = ∆CT/∆q CV CF CT Como CFMe tende a zero, quando a quantidade tende a zero, CVMe tende a igualar-se ao CTMe Por que CFMe tende a zero? como CFMe = (CFT/q) e q tende ao infinito. Relação entre Custos Médios e Custo Marginal Produção (unidades/ano) Custo ($ por ano) 25 50 75 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 CMg CTMe CVMe CFMe Custos a longo prazo Conforme visto anteriormente, no longo prazo não há custo fixo. Trata-se de um horizonte de planejamento que, necessariamente, esteja sendo realizado. Na verdade, é uma seqüência de prováveis situações de curto prazo, com diferentes escalas de produção para optar. Dessa forma, pode-se dizer que um agente econômico opera no curto prazo e planeja no longo prazo. Quer dizer: antes de fazer um investimento, um empresário conta com n possibilidades de produção de curto prazo, com diferentes escalas de produção. Essa é uma situação de longo prazo. Depois de efetuada a escolha e os recursos são efetivamente convertidos em equipamentos (capital fixo), a empresa passa a operar em condições curto prazo. Custo Médio no Longo Prazo (CMeL): a curva de custo médio no longo prazo tem formato semelhante à curva de custo médio no curto prazo. Entretanto, enquanto a de curto prazo tem seu formato determinado pela Lei dos Rendimentos Decrescentes, em razão da existência de custos fixos. Entretanto, dada a inexistência desses custos, a curva de custo médio11 é determinada pelas economias e deseconomias de escala. Retornos Constantes de Escala Se a quantidade de insumos dobra, a produção também dobra; o custo médio é constante para todos os níveis de produção Retornos Crescentes de Escala Se a quantidade de insumos dobra, a produção mais do que dobra; o custo médio diminui com o aumento da produção. Retornos Decrescentes de Escala Se a quantidade de insumos dobra, a produção aumenta menos do que o dobro; o custo médio se eleva com o aumento da produção. 11 A curva de custo médio a longo prazo corresponde à envoltória da curva de custo médio a curto prazo. Como: CMg = ∆CT/∆q e ∆CT = ∆CVT + ∆CFT /∆q Logo: CMg = ∆CVT + ∆CFT/∆q Considerando que: ∆CFT = 0 Logo: CMg = ∆CVT/∆q Produção Custo ($ por unidade de produção CMeLP A Custo médio e custo marginal a longo prazo Capítulo 7 Produção Custo ($ por unidade de produção CMeLP CMgLP A Economias de Escopo Verificam-se economias de escopo quando a produção conjunta de dois produtos por parte de uma única empresa é maior do que a produção que seria obtida por duas empresas diferentes, cada uma produzindo um único produto. Exemplos: – Granja de galinhas—aves e ovos – Indústria automobilística—automóveis e caminhões – Universidade—ensino e pesquisa Vantagens: Ambos os produtos usam capital e trabalho. A fabricação dos dois produtos compartilha recursos administrativos. A fabricação dos dois produtos requer o mesmo tipo de equipamento e mão de obra com qualificação semelhante. Linha de Isocusto Assemelha-se a restrição orçamentária do consumidor. É o conjunto de todas as combinações possíveis de trabalho e capital que mantém constante o custo total (orçamento). Custo Médio x Custo Marginal no Longo Prazo: O custo marginal de longo prazo determina a evolução do custo médio de longo prazo: Se CMgLP < CMeLP, CMeLP está diminuindo Se CMgLP > CMeLP, CMeLP está aumentando Logo, CMgLP = CMeLP no ponto de mínimo do CMeLP O ponto A representa a combinação de custo mínimo (escala ótima da empresa), tamanho ideal do ponto de vista dos custos, pois até esse ponto existem rendimentos crescentes de escala. Pode-se inferir disso que a escala ótima da empresa, do ponto de vista dos custos, ocorre quando CMeL é mínimo. Trabalho por ano Capital por ano 25 50 75 100 150 10050 150 300200 Equilíbrio do produtor Ocorrerá no ponto em que a empresa seja capaz de compatibilizar as alternativas dadas pela tecnologia com as dadas pelos preços dos fatores de produção, ou seja, quando a empresa maximizar seu lucro. Essa maximização poderá ocorrer de duas formas: pela maximização da produção ou pela minimização dos custos. Trabalho por ano Capital por ano 25 50 75 100 150 10050 150 300200 A Custo = $2000 200 unidades B Custo = $3000 300 unidades C Pela maximização da produção: Quando a empresa, dado seu orçamento (isocusto), escolhe a melhor combinação de fatores (isoquanta mais alta possível). No exemplo, o ponto C é o ponto de equilíbrio do produtor (inclinação da isoquanta tangencia a inclinação do Isocusto). Tem-se assim uma combinação ótima de fatores produtivos: dados os custos, combinação que permite a empresa maximizar a quantidade produzida e assim a receita total e os lucros Trabalho por ano Capital por ano 25 50 75 100 150 10050 150 300200 A Custo = $2000 200 unidades B As duas alternativas acima pressupõem orçamento constante. Entretanto, aumentando-se o orçamento da firma e mantendo-se preços constantes, visualizam-se vários pontos de equilíbrio, que relacionam aumentos de orçamento (custo total) com aumentos de produção total, denominado caminho de expansão. O caminho de expansão ilustra as combinações de trabalho e capital que apresentam menor custo para cada nível de produção, e que podem, portanto, ser utilizadas na obtenção de cada nível de produção a longo prazo. Trabalho por ano Capital por ano 25 50 75 100 150 10050 150 300200 A Custo = $2000 200 unidades B Custo = $3000 300 unidades C Caminho de Expansão 7. Estruturas de mercado. Análise de Mercados Competitivos; Mercado Conjunto de pontos de contados voluntários entre vendedores e potenciais compradores de um bem ou serviço, que se relacionam mediante condições contratuais de compra e venda. Pela minimização dos custos: Quando a empresa já está com sua produção e receita total determinadas e precisará reduzir custos para maximizar seu lucro. No exemplo, o ponto B é o ponto de equilíbrio do produtor (inclinação da isoquanta tangencia a inclinação do Isocusto). Combinação de fatores de produção de menor custo possível. A maximização dos lucros se dará pela redução dos custos, As estruturas de mercado As várias formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três características: a) número de empresas que compõem esse mercado; b) tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados); c) se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. Stakelberg Considerava que entre concorrência perfeita e monopólio haveria outras situações, definidas pela oferta e procura. Marshall, partindo domesmo princípio, estabeleceu uma classificação mais completa: Concorrência perfeita: Para que um mercado seja caracterizado como concorrência perfeita são necessárias algumas condições: Grande número de compradores e vendedores, de forma que nenhum possa influenciar o outro, nem o equilíbrio de mercado. Não existe diferença entre os produtos, eles são considerados substitutos perfeitos (homogêneos). Não existem barreiras a entrada de novos produtores no mercado. Como os produtos são padronizados e existem grandes números de compradores e vendedores atitudes isoladas não vão influenciar as condições desse mercado. Os produtores não conseguem determinar preços. Maximização do Lucro é o objetivo principal do produtor (empresa). Para consegui-lo, deverá maximizar receitas e minimizar custos • Lt = Rt - Ct • Receita Total: Rt = (p x q) • P = preço • Q = Quantidade • Custo total: Ct = Cf + Cv • Cf = Custos Fixos • Cv = Custos Variáveis Como vimos, o ponto onde o lucro é máximo não é o de maior receita, e sim quando o Cmg = Rmg = p Observação: Análise Marginal: Parte da economia que estuda o que acontece com grandezas o custo, receita e lucro quando o nível de produção varia de um valor unitário • Receita Marginal: Acréscimo de receita por unidade vendida • Custo Marginal: Custo em que a empresa incorre para produzir uma unidade adicional Exemplo: Encontrar quantidade que maximiza o lucro em um mercado competitivo, sabendo que: • Ct= 3q2 – 40q + 400 • Preço = $ 120 Monopólio: O monopólio puro é o inverso da concorrência perfeita: Existe apenas um vendedor, só uma empresa, dominando a oferta do produto no mercado. Não há no mercado produtos substitutos (produto único). Não há empresas competidoras, existem barreiras a entrada de novos produtores nesse tipo de mercado, o ingresso é impossível neste mercado. As empresas monopolistas conseguem influenciar e determinar os preços que vão oferecer seu produto no mercado. Devido à dominação que existe nesse mercado eles dificilmente recorrem à publicidade. Causas que explicam o monopólio • Controle exclusivo de um fator produtivo: • Empresas que controlam exclusivamente determinado fator de produção atuarão de forma monopolística e determinarão a fixação do preço • Concessão de uma patente: • A concessão de uma patente gera uma situação de monopólio, pois o inventor tem o direito a explorar o produto por um tempo • Controle estatal da oferta de alguns serviços • Serviços freqüentemente fornecidos pelo poder público. Ex: Correios • Poder do mercado • O Poder do mercado e a estrutura de custos de indústrias especiais podem fazer surgir monopólios naturais, ou seja: indústrias que possuem custos elevados de produção tendem a ser propícios ao monopólio Maximização do lucro Oposto à concorrência perfeita, o produtor exercita amplamente o poder do mercado, ou seja, ele decide preço a ser praticado e a quantidade que deverá ser produzida. Entretanto, as decisões do monopolista devem levar em conta as condições externas do mercado O monopólio, na opinião de vocês, melhora ou piora o bem-estar dos consumidores e produtores em conjunto? Regulamentação de Preços Devido ao custo social existem leis anti-truste que evitam que determinadas empresas acumulem excessivo poder Legislação Anti-truste Conjunto de regras e normas destinadas à promoção de uma economia competitiva. No Brasil, ela é exercida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) Oligopólio: É um tipo de mercado que reúne características da concorrência perfeita e do monopólio. Pequeno número de empresas dominando o mercado que produzem produtos diferenciados ou padronizados (heterogêneos). Como há um pequeno número de empresas dominando o mercado, poderá ocorrer controle de preços como acordos, conluios. As empresas procuram diferenciar os seus produtos, o que vai influenciar nos preços. As empresas criam barreiras á entrada de novos concorrentes, se novos empresas entram no mercado as grandes vão procurar derrubar as pequenas. Tipos de Oligopólio Concentrados; Diferenciados; Mistos; e Competitivos. Concorrência monopolística (imperfeita): São as empresas que se situam entre os dois extremos, o da concorrência perfeita e do monopólio. Grande número de empresas praticamente homogêneas. Existe diferenciação entre os produtos, através de marcas e patentes (heterogêneos). O grau de diferenciação possibilita ao produtor controlar os preços do seu produto. Existe uma barreira ―natural‖ a entrada de novos concorrentes, para entrar nesse mercado ele deverá criar um novo produto. Monopsônio: existe um único comprador e muitos vendedores. A empresa compradora impõe um preço de compra do produto ou serviço. Esse preço pode ser ficado de acordo com os interesses da firma. Se desejar aumentar a oferta do produto ou serviço a empresa compradora eleva o preço de compra. Exemplos de mercado caracterizado por monopsônio é a presença de uma grande usina siderúrgica numa cidade, sendo ela a única empregadora de mão-de-obra; ou a Petrobrás na compra de álcool anidro e hidratado dos produtores; ou uma grande indústria esmagadora de laranja em uma região onde existem muitos pequenos produtores de laranja não organizados em associações ou cooperativas. Oligopsônio: existem poucos compradores (sendo que alguns detêm parcela elevada do mercado) e muitos vendedores. Os compradores conseguem impor um preço de compra dos produtos aos produtores. Tal preço de compra não deve desestimular os produtores, mas não é de magnitude que compense os compradores a executarem ele próprios a produção. Exemplo: caso da relação entre a Sadia, Chapecó e Perdigão com os produtores de frango em Santa Catarina. Quadro resumo das principais estruturas de mercado: CARACTERÍSTICAS CONCORRÊNCIA PERFEITA MONOPÓLIO OLIGOPÓLIO CONCORRENCIA IMPERFEITA Quanto ao número de empresas Muito grande Só há uma empresa Pequeno número Grande Quanto ao produto Padronizado não há diferenças Não há substitutos (único) Pode ser padronizado ou diferenciado Diferenciado Quanto ao controle das empresas sobre os preços Não é possível Considerável, principalmente se há restrições. Dificultado, pela interdependência entre as empresas. Há possibilidades porém são limitadas Quanto a concorrência extra-preço Não é possível. A empresa geralmente recorre a campanhas institucionais É vital, sobretudo quando há diferenciação do produto È considerável exercendo-se através de marcas e patentes. Quanto ás condições de entrada Não há obstáculos O ingresso é impossível Há consideráveis obstáculos São fáceis. Bibliografia BRITO, Carlos Alberto de. A racionalidade dos agentes econômicos na sociedade afluente. 2007, pág. 16 CLETO, Carlos Ilton, DEZORDI, Lucas. Políticas Econômicas. Coleção Gestão Empresarial. Capítulo 2, páginas 15-26. São Paulo, 2003 GREMAUD, Amaury Patrick et al. Economia brasileira contemporânea. 6 ed. – São Paulo: Atlas, 2007. LOPES, João do Carmo e ROSSETI, José Paschoal. Economia Monetária. 7ª ed. São Paulo, Editora Atlas, 1997. MANKIW, Gregory N. Introdução à Economia. 1. ed., 3. reimpr. Thomson Learning: São Paulo, 2007. SANT’ANNA FILHO, Jorge. Gastos Sociais: Efeitos nos Indicadores de Qualidade de Vida dos Municípios das Regiões Metropolitanas do Brasil. Vitória, 2010 SILVA, José Cláudio Ferreira da. Modelos de Análise Macroeconômica: um curso completo de macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 1999 SILVA, José Cláudio Ferreira da. Inflação, Desempregoe Curva de Phillips. Rio de Janeiro: Papel Virtual, 2002 ROSSETI, José Paschoal. Introdução à Economia. 19ª ed. São Paulo, Editora Atlas, 2002. VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval. Economia Micro e Macro. São Paulo: Editora Atlas, 2006. Caderno de Exercícios 1) O problema fundamental com o qual a Economia se preocupa é: a) A pobreza. b) O controle dos bens produzidos. c) A escassez. d) A taxação daqueles que recebem toda e qualquer espécie de renda. e) A estrutura de mercado de uma economia. 2) Os três problemas econômicos relativos a ―o quê‖, ―como‖, e ―para quem‖ produzir existem: a) Apenas nas sociedades de planejamento centralizado. b) Apenas nas sociedades de ―livre empresa‖ ou capitalistas, nas quais o problema da escolha é mais agudo. c) Em todas as sociedades, não importando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de organização política. d) Apenas nas sociedades ―subdesenvolvidas‖, uma vez que desenvolvimento é, em grande parte, enfrentar esses três problemas. e) Todas as respostas anteriores estão corretas 3) Em um sistema de livre iniciativa privada, o sistema de preços restabelece a posição de equilíbrio: a) Por meio da concorrência entre compradores, quando houver excesso de demanda. b) Por meio da concorrência entre vendedores, quando houver excesso de demanda. c) Por pressões para baixo e para cima nos preços, tais que acabem, respectivamente, com o excesso de demanda e com o excesso de oferta. d) Por meio de pressões sobre os preços que aumentam a quantidade demandada e diminuem a quantidade ofertada e diminuem a demanda, quando há excesso de demanda. e) Todas as alternativas anteriores são falsas. 4) A ―Curva de Possibilidades de Produção‖ é utilizada nos manuais de economia para ilustrar um dos problemas fundamentais do sistema econômico: por um lado, os recursos são limitados (escassez) e não podem satisfazer a todas as necessidades ou desejos; por outro, é necessário realizar escolhas. Essa curva, quando construída para dois bens, mostra: a) Os desejos dos indivíduos perante a produção total desses dois bens. b) A quantidade total produzida desses dois bens em função do emprego total da mão-de- obra. c) A quantidade disponível desses dois bens em função das necessidades dos indivíduos dessa sociedade. d) Quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e terra existentes e com determinada tecnologia. e) A impossibilidade de atender às necessidades dessa sociedade, visto que os recursos são escassos. 5) Dada a curva de possibilidades de produção, aponte a alternativa errada: a) A economia não pode atingir B, com os recursos de que dispõe. b) O custo de oportunidade de passar de C para D é zero. c) O custo de oportunidade de aumentar a produção de X em 5, a partir do ponto E, é igual a 2 unidades de Y. d) Nos pontos C e D, a economia apresenta recursos produtivos desempregados. e) Somente as alternativas a, b e d estão corretas. 6) Assinale a afirmação falsa: a) Um modelo simplificado da economia classifica as unidades econômicas em ―famílias‖ e ―empresas‖, que interagem em dois tipos de mercado: mercados de bens de consumo e serviços e mercado de fatores de produção. b) Os serviços dos fatores de produção fluem das famílias para as empresas, enquanto o fluxo contrário, de moeda, destina-se ao pagamento de salários; aluguéis, dividendos e juros. c) Os mercados desempenham cinco funções principais: I) estabelecem valores ou preços; II) organizam a produção; III) distribuem a produção; IV) racionam os bens, limitando o consumo à produção; e V) prognosticam o futuro, indicando como manter e expandir a capacidade produtiva. d) A curva de possibilidade de produção dos bens X e Y mostra a quantidade mínima de X que deve ser produzida, para um dado nível de produção de Y, utilizando-se plenamente os recursos existentes. e) A inclinação da curva de possibilidades de produção dos bens X e Y mostra quantas unidades do bem X podem ser produzidas a mais, mediante uma redução do bem Y. Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 1) Assinale a alternativa correta: a) A macroeconomia analisa mercados específicos, enquanto a microeconomia analisa os grandes agregados. b) A hipótese coeteris paribus é fundamental para o entendimento da macroeconomia. c) No mercado de bens e serviços, são determinados os preços dos fatores de produção. d) A questão de ―como produzir’’ é decidida no mercado de fatores de produção. e) Todas as alternativas estão erradas. 2) Se o produto A é um bem normal e o produto B é um bem inferior, um aumento da renda do consumidor provavelmente: a) Aumentará a quantidade demandada de A, enquanto a de B permanecerá constante. b) Aumentarão simultaneamente os preços de A e B. c) O consumo de B diminuirá e o de A crescerá. d) Os consumos dos dois bens aumentarão. e) N.r.a. 3) Assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades procuradas: a) Preço e durabilidade do bem. b) Preço do bem, renda do consumidor, custos de produção. c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda e preferência do consumidor. d) Renda do consumidor, custos de produção. e) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, custos de produção, preferência dos consumidores. 4) O efeito total de uma variação no preço é a soma de: a. Efeito substituição e efeito preço. b. Efeito substituição e efeito renda. c. Efeito renda e efeito preço. d. Efeito preço, efeito renda e efeito substituição. e. N.r.a. 5) O leite torna-se mais barato e seu consumo aumenta. Paralelamente, o consumidor diminui sua demanda de chá. Leite e chá são bens: a. Complementares. b. Substitutos. c. Independentes. d. Inferiores. e. De Giffen. 6) Dada a função demanda de x: Dx = 30 – 0,3 px + 0,7 py + 1,3R, sendo px e py os preços dos bens x e y, e R a renda dos consumidores, assinale a alternativa correta: a) O bem x é um bem inferior, e x e y são bens complementares. b) O bem y é um bem normal, e x e y são bens substitutos. c) Os bens x e y são complementares, e x é um bem normal. d) Os bens x e y são substitutos, e x é um bem normal. e) Os bens x e y são substitutos, e x é um bem inferior. 7) Supondo o preço do bem no eixo vertical e a quantidade ofertada no eixo horizontal, podemos afirmar que, coeteris paribus: a) A curva de oferta desloca-se para a direita quando o preço do bem aumenta. b) A curva de oferta desloca-se para a esquerda quando o preço do bem cai. c) A curva de oferta desloca-se para a direita quando aumentam os custos de produção. d) A quantidade ofertada aumenta quando o preço do bem aumenta, coeteris paribus. e) Todas as alternativas estão corretas. 8) Para fazer distinção entre oferta e quantidade ofertada, sabemos que: a. A oferta refere-se a alterações no preço do bem; e a quantidade ofertada, a alterações nas demais variáveis que afetam a oferta. b. A oferta refere-se a variações a longo prazo; e a quantidade ofertada, a mudança de curto prazo. c. A quantidade ofertada só varia em função de mudanças no preço do próprio bem, enquanto a oferta varia quando ocorrerem mudanças nas demais variáveis que afetam a oferta do bem. d. Não há diferença entre alterações na oferta e na quantidade ofertada. e. N.r.a. 9) Assinale a alternativa correta, coeteris paribus: a. Um aumento da oferta diminui o preço e aumenta a quantidade demandada do bem. b. Uma diminuição da demanda aumenta o preço e diminui a quantidade ofertada e demandada do bem. c. Um aumento da demanda aumenta o preço e diminui a oferta do bem. d. Um aumento da demanda aumenta o preço, a quantidade demandada e a oferta do bem. e. Todas as respostas anteriores estão erradas. 10) O aumento do poder aquisitivo, basicamentedeterminado pelo crescimento da renda disponível da coletividade, poderá provocar a expansão da procura de determinado produto. Evidentemente, o preço de equilíbrio: a. Deslocar-se-á da posição de equilíbrio inicial para um nível mais alto, se não houver possibilidade da expansão da oferta do produto. b. Cairá do ponto inicial para uma posição mais baixa, se a oferta do produto permanecer inalterada. c. Permanecerá inalterado, pois as variações de quantidades procuradas se realizam ao longo da curva inicialmente definida. d. Permanecerá inalterado, pois as variações de quantidades ofertadas se realizam ao longo da curva inicialmente definida. 11) Dadas as funções oferta e demanda do bem 1, D1 = 20 – 0,2p1 – p2 + 0,1 (R), S1 = 0,8p1 e a renda do consumidor R = 1.000, o preço do bem 2 p2 = 20, assinale a alternativa errada: a) O preço de equilíbrio do bem 1 é 100. b) A quantidade de equilíbrio do bem 1 é 80. c) Os bens 1 e 2 são bens complementares. d) O bem 2 é um bem normal. e) O bem 1 não é um bem inferior. Elasticidades 1) Considerando-se os pontos A(p1,q1) = (12,8) e B(p2,q2) = (14,6), a elasticidade-preço da demanda no ponto médio é igual a: a) –7/13 b) +7/13 c) –13/7 d) +13/7 e) N.r.a. 2) Uma curva de procura exprime-se por p = 10 – 0,2q onde p representa o preço e q a quantidade. O mercado encontra-se em equilíbrio ao preço p = 2. O preço varia para p = 2,04, e, tudo o mais mantido constante, a quantidade equilibra-se em q = 39,8. A elasticidade-preço da demanda ao preço inicial de mercado é: a) 0,02 b) 0,05 c) – 0,48 d) – 0,25 e) 0,25 3) Uma curva de demanda retilínea possui elasticidade-preço da procura igual a 1: a) Em todos os pontos. b) Na intersecção com o eixo dos preços. c) Na intersecção com o eixo das quantidades. d) No ponto médio do segmento. e) N.r.a. 4) Aponte a alternativa correta: a. Quando o preço aumenta, a receita total aumenta, se a demanda for elástica, coeteris paribus. b. Quando o preço aumenta, a receita total diminui, se a demanda for inelástica, coeteris paribus. c. Quedas de preço de um bem redundarão em quedas da receita dos produtores desse bem, se a demanda for elástica, coeteris paribus d. Quedas de preço de um bem redundarão em aumentos de receita dos produtores desse bem, se a demanda for inelástica, coeteris paribus. e. Todas as alternativas anteriores são falsas. 5) Quanto à função demanda, é correto afirmar: a. Um aumento no preço do bem deixará inalterada a quantidade demandada do bem, a menos que também seja aumentada a renda nominal do consumidor. b. Um aumento no preço do bem, tudo o mais constante, implicará aumento no dispêndio do consumidor com o bem, se a demanda for elástica com relação a variações no preço desse bem. c. Se essa equação for representada por uma linha reta negativamente inclinada, o coeficiente de elasticidade-preço será constante ao longo de toda essa reta. d. Se essa função for representada por uma linha reta paralela ao eixo dos preços, a elasticidade-preço da demanda será infinita. e. Se a demanda for absolutamente inelástica com relação a modificações no preço do bem, a função demanda será representada por uma reta paralela ao eixo dos preços. 6) Indique a afirmação correta. a) Um aumento na renda dos consumidores resultará em demanda mais alta de x, qualquer que seja o bem. b) Uma queda no preço de x, tudo o mais permanecendo constante, deixará inalterado o gasto dos consumidores com o bem, se a elasticidade-preço da demanda for igual a 1. c) O gasto total do consumidor atinge um máximo na faixa da curva de demanda pelo bem em que a elasticidade-preço é igual a zero. d) A elasticidade-preço da demanda pelo bem x independe da variedade de bens substitutos existentes no mercado. e) Um aumento no preço do bem y, substituto, deslocará a curva de demanda de x para a esquerda. 7) A curva de procura por determinado bem é expressa pela função Q = 1.000/P3. Pode-se afirmar que: a) Se o preço de mercado aumentar, os consumidores gastarão menos renda na aquisição desse mercado. b) Se o preço de mercado diminuir, os consumidores gastarão menos renda na aquisição desse produto. c) Se o preço de mercado aumentar, os consumidores gastarão mais renda na aquisição desse produto. d) Se o preço de mercado diminuir, os consumidores gastarão o mesmo volume de renda na aquisição do produto. e) O dispêndio total dos consumidores na aquisição do produto aumenta na mesma proporção do aumento do preço de mercado. 8) Se uma curva de procura é unitariamente elástica em todos os seus pontos, isso significa, com relação (a) à aparência gráfica da curva de procura e (b) aos gastos totais dos compradores para aquisição da mercadoria, que: a) A curva de procura é uma reta e que as despesas totais dos compradores são as mesmas em todos os níveis de preços. b) A curva de procura não é uma reta, e a despesa total dos compradores diminui quando o preço cai. c) A curva de procura é uma reta e, quando o preço cai, os gastos totais dos compradores aumentam primeiro e depois caem. d) A curva de procura não é uma reta e as despesas totais dos compradores aumentam quando o preço cai. e) N.r.a. 9) Calcular o coeficiente de elasticidade cruzada entre a procura dos produtos A e B, em certa localidade, sabendo-se que toda vez que há um acréscimo de 10% no preço de um, sua quantidade procurada diminui 8%, enquanto a quantidade procurada do outro, se seu preço permanece constante, aumenta 10%. O coeficiente será igual a: a) 10% b) 1 c) 2 d) 1/2 e) 11% 10) Aponte a alternativa correta: a) Se o preço variar em $ 2, e a quantidade demandada em 10 unidades, concluímos que a demanda é elástica. b) A elasticidade-preço cruzada entre dois bens é sempre positiva. c) A elasticidade-preço da demanda de sal é relativamente baixa. d) A elasticidade-preço da demanda de alimentos é, em geral, bastante elevada. e) A elasticidade-renda da demanda de manufaturados é relativamente baixa. Aplicações: incidência de imposto sobre vendas e fixação de preços mínimos 1) Quando falamos em incidência de um imposto, estamos: a) Referindo-nos ao grupo que realmente paga o imposto ao governo, independentemente de o ônus ser, ou não, transferido para outro grupo qualquer. b) Medindo o ponto até o qual o imposto tende a reduzir os incentivos entre o grupo que o paga. c) Referindo-nos ao grupo que realmente paga a conta fiscal, não importando se é ele, ou não, que recolhe o dinheiro aos cofres públicos. d) Perguntando se o imposto em questão é progressivo ou regressivo. e) Perguntando se o imposto em questão é direto ou indireto. 2) Num mercado competitivo, o governo estabeleceu um imposto específico sobre determinado produto. A incidência do imposto se dará, simultaneamente, sobre produtores e consumidores, se: a) As curvas de oferta e demanda forem absolutamente inelásticas. b) A curva de demanda for absolutamente inelástica e a de oferta, algo elástica. c) A curva de demanda for infinitamente elástica e a de oferta, absolutamente inelástica. d) As curvas de oferta e demanda forem algo elásticas. e) As curvas de oferta e demanda forem infinitamente elásticas. 3) O governo lança um imposto de vendas de $ 5 por unidade vendida, numa indústria competitiva. As curvas de oferta e procura têm alguma elasticidade no preço. Esse imposto faz com que, no diagrama de oferta e procura: a) Toda a curva de oferta desloque-se para a esquerda, num movimento que indique $ 5, mas (a menos que a procura seja perfeitamente elástica) o preço não aumenta. b) Toda a curva de oferta tenha um deslocamento para cima, que indique menos do que $ 5, mas (a menos que a procura seja altamente elástica) o preço terá um aumento
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