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Identificação dos princípios ativos naturais

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17/04/2018 AVA UNINOVE
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Identificação dos princípios ativos
naturais
NESTA AULA ESTUDAREMOS OS MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS METABÓLITOS SECUNDÁRIOS
(SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS) ENCONTRADOS NOS VEGETAIS.
Classes de princípios ativos
As reações químicas do metabolismo secundário de um vegetal fornecem substâncias bioativas que, para o
vegetal, têm a função de proteção e defesa, já para o homem, muitos desses metabólitos secundários são
considerados princípios ativos, pois possuem uma estrutura química bem definida e ação farmacodinâmica.
Dentre os princípios ativos podemos citar taninos, flavonoides, antraquinonas, glicosídeos cardioativos,
saponinas, alcaloides, metilxantinas, óleos fixos e óleos essenciais.
Taninos
São classificados em hidrolisáveis e condensados; são extraídos com solvente polar, como água e álcool.
De acordo com Simões et al. (2007), as presenças de taninos poderão ser identificadas pela formação de
precipitado coloidal nas seguintes reações químicas:
Mistura de 2 mL da solução contendo taninos com 2 gotas de solução de gelatina a 2,5%.
Mistura de 2 mL da solução contendo taninos em tubo de ensaio e adição de 4 gotas de solução de cloreto
férrico 2%.
Mistura de 2 mL da solução contendo taninos em tubo de ensaio e adição de 4 gotas de solução de acetato
básico de chumbo a 10%.
Mistura de 2 mL da solução contendo taninos em tubo de ensaio e adição de 4 gotas de cloridrato de
quinina 1%.
Observação: sempre se compara o resultado com o branco (tubo de ensaio contendo apenas a solução de
taninos).
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Para verificação da presença de taninos condensados, você pode colocar um palito num béquer contendo 2
mL de solução tânica e aquecer. Após a evaporação, esfrie e coloque 1 gota de ácido clorídrico concentrado
sobre o palito. A coloração vermelha (flobafenos) no palito confirma a presença de taninos condensados.
Flavonoides
Reação de cianidina: ao colocar 2 mL do extrato alcoólico com 0,1g de magnésio fragmentado e adicionar 1
mL de ácido clorídrico concentrado, verifica-se a cor vermelha após o término da reação. Os derivados
flavonicos (cor amarela) são reduzidos em antociânicos (cor vermelha); exceto chalconas e isoflavonas, que
não apresentam cor vermelha.
Reação com hidróxidos alcalinos: ao dissolver 2 mL do extrato alcoólico com 0,5 mL de hidróxido de sódio,
a solução deve ficar amarela na presença de flavonoides.
Reação com cloreto de alumínio: o flavonoide em presença de cloreto de alumínio apresenta fluorescência
amarela intensa na lâmpada de ultravioleta.
Antraquinonas
A extração das antraquinonas procede da seguinte forma: coloca-se 0,2 g da droga vegetal contendo
antraquinonas em um béquer, acrescenta-se 5 mL de eter; após agitação e decantação, o sobrenadante é
transferido para um tubo de ensaio.
Reação de Borntraeger: adiciona-se 1 mL de amônia diluida ao sobrenadante e, após agitação, observa-se
uma camada rósea (formação do íon fenolato) indicando a presença de antraquinonas livres.
Os heterósidos antraquinônicos podem ser identificados colocando-se 50 mL de água no resíduo do béquer
anterior, ferve-se durante 15 minutos, esfria-se e fitra-se. Em seguida, adiciona-se 10 mL de ácido
clorídrico e leva-se à ebulição por mais 10 minutos. Esfria-se e filtra-se. Após extrair 3 vezes com 10 mL,
separa-se a solução obtida em 2 porções e identifica-se, na primeira porção, a presença de o-heterósidos
com 1 mL de amônia: a solução fica vermelha quando positiva. Na segunda, deve-se adicionar 5 mL de
cloreto férrico 25%, ferver durante 15 min, esfriar e filtrar para um funil de separação, extrair com 10 mL de
clorofórmio. Na fase contendo clorofórmio, identica-se c-heterósido colocando 1 mL de amônia e
observando a cor vermelha.
Saponinas
O índice de espuma é obtido após diluição seriada da droga vegetal e observação da maior diluição do
extrato aquoso que apresenta 1cm de espuma, após agitação e repouso de 15 minutos. Ele se refere a 1g de
droga.
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Índice de hemólise: adiciona-se 180mg de cloreto de sódio a 20 mL do extrato saponínico a 1%. Realiza-se a
diluição seriada com solução fisiológica e adiciona-se 2 mL de uma suspensão de sangue bovino
desfibrinado a 2% em solução fisiológica, homogeneiza-se e, após 1 hora de repouso, observa-se a maior
diluição que prova a hemólise total.
Glicosídeos cardioativos
Após extração com álcool 70%, retiram-se as substâncias interferentes colocando solução acetato de
chumbo 10%. Elas serão precipitadas e ficarão no papel de filtro. No filtrado contido num funil de separação
procede-se a extração utilizando clorofórmio. Retira-se a parte do clorofórmio e transfere-se para 3 tubos
de ensaio.
Após a evaporação, são realizadas as reações de identificação dos glicosídeos cardioativos da seguinte
maneira:
Reação de Liebermann-Burchard: o aparecimento de coloração castanho-avermelhado após redissolver o
resíduo com 0,5mL de anidrido acético e adicionar 1mL de ácido sulfúrico concentrado, confirma a
presença de núcleo esteroidal.
Reação de Baljet: o aparecimento de coloração alaranjada intensa ao adicionar ao resíduo 5 gotas de
solução aquosa a 0,5% de ácido pícrico (2,4,6-trinitrofenol) e 2 gotas de solução de hidróxido de potássio
1N, confirma a presença de anel lactônico.
Reação de Keller-Killiani: o aparecimento de coloração vermelho-acastanhada na zona de contato dos
líquidos ao dissolver o resíduo com 1mL de ácido acético glacial, 2 gotas de cloreto férrico a 2% e 1 mL de
ácido sulfúrico concentrado, confirma a presença de 2-desoxiaçúcares.
Alcaloides
Podem ser identificados utilizando as reações de precipitação. São extraídos utilizando 20mL de ácido
clorídrico diluído a 1%, aquecimento, esfriamento e transferindo-os para o funil de separação. Em seguida,
alcaliniza-se o filtrado com solução de hidróxido de amônio a 10% e extrai-se com 10mL de clorofórmio.
Repete-se a extração com mais 10mL de clorofórmio; evapora-se o clorofórmio e redissolve-se o resíduo
com 2mL de ácido clorídrico diluído a 1%.
Sobre 4 lâminas devem ser realizadas separadamente as reações de precipitação; unem-se as gotas da
solução obtida com reagente de Mayer (solução de iodeto de potássio e cloreto de mercúrio); Dragendorff
(solução de iodeto de potássio e subnitrito de bismuto); Bouchardat (solução de iodo a iodeto de potássio);
Bertrand (solução de ácido sílico-tungstico) e observa-se a formação de precipitado com os 4 reagentes.
Metilxantinas
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A extração das metilxantinas é semelhante aos alcaloides, no entanto, não formam precipitado com o
reagente de Mayer. Assim, deve-se realizar o teste específico para esta classe: a reação de Murexida. Essa
reação consiste em colocar ácido clorídrico concentrado, aquecer e adicionar hidróxido de amônio conc.
Verifica-se a cor púrpurea-violácea (formação do complexo purpurato de amônio).
Óleos fixos e essenciais
Colocam-se 2 gotas da solução num papel de filtro. Espera-se evaporar e verifica se no papel não ficou
nenhuma mancha, confirmando a presença de óleo essencial que é volátil. Caso fique uma mancha oleosa
no papel, há a presença de óleo fixo.
Existem outros métodos de identificação dos princípios ativos. Um rápido, simples e de fácil acesso é a
cromatografia em camada delgada.
Consiste em uma fase móvel (mistura de solventes de diferentes polaridades) que se desloca pela fase
estacionária (geralmente sílica gel) por capilaridade. Há um deslocamento da substância conforme sua
afinidade química pelo solvente e deve sempre utilizarum padrão (substância referência), geralmente o
princípio ativo da droga ou produto analisado.
A revelação pode ser através de reação química, utilizando-se de reagentes apropriados para cada classe de
princípio ativo e/ou aparelho de ultravioleta.
A mancha formada deve ser analisada quanto à cor e fator de retenção (Rf) de uma amostra, que devem ser
iguais à substância-referência (padrão) para confirmação de que se trata da mesma substância.
O fator de retenção é calculado entre a razão da distância percorrida pela substância e a percorrida pela
fase móvel.
A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) é um método físico-químico qualitativo que auxilia no controle
de qualidade. Também podem ser utilizados, quando possível, outros métodos, como cromatografia gasosa,
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), ambas utilizam aparelhos (cromatógrafos) mais
sofisticados, solventes ultrapuros e técnico especialista em seu manuseio. A vantagem é que além de
identificar, quantificam os princípios ativos.
VALE A PENA CONFERIR
1. Conheça mais sobre a identificação de princípios ativos presentes na planta brasileira Ipomoea
carnea. Disponível em: www.scielo.br (http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v40n2/06.pdf). Acesso em:
09 maio 2013.
Estimule seu raciocínio com o jogo da forca, clique no botão a seguir.
EXERCÍCIO (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/fitot68/a09ex01_fitot68.htm)
A seguir, preencha a(s) lacuna(s) com a(s) palavra(s) adequada(s) às afirmações.
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EXERCÍCIO (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/fitot68/a09ex02_fitot68.htm)
Clique no botão a seguir e teste sua memória e aprendizado entretendo-se com a cruzadinha.
EXERCÍCIO (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/fitot68/a09ex03_fitot68.htm)
Com base no conteúdo aprendido nesta aula, clique no botão a seguir e organize as letras
embaralhadas.
EXERCÍCIO (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/fitot68/a09ex04_fitot68.htm)
O fator de retenção é calculado entre a razão da distância percorrida pela substância e a percorrida pela
fase móvel.
A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) é um método físico-químico qualitativo que auxilia no controle
de qualidade. Também podem ser utilizados, quando possível, outros métodos, como cromatografia gasosa,
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), ambas utilizam aparelhos (cromatógrafos) mais
sofisticados, solventes ultrapuros e técnico especialista em seu manuseio. A vantagem é que além de
identificar, quantificam os princípios ativos.
VALE A PENA CONFERIR
1. Conheça mais sobre a identificação de princípios ativos presentes na planta brasileira Ipomoea
carnea. Disponível em: www.scielo.br (http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v40n2/06.pdf). Acesso em:
09 maio 2013.
REFERÊNCIA
COSTA, A. F. Farmacognosia. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1970.
SIMÕES et al. Farmacognosia da planta ao medicamento. Porto Alegre/Florianópolis: Universidade UFRGS,
2007.
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