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AMANDA FERREIRA Bases fisiológicas do eletrocardiograma: ● O eletrocardiograma detecta a despolarização e repolarização das células do coração. Toda vez que uma célula despolariza e repolariza, ela emite um campo elétrico que é percebido na superfície da pele. ● Se posiciona os eletrodos e cada um percebe o campo elétrico gerado de um ângulo diferente. As derivações são os diferentes posicionamentos dos eletrodos e a mais comum é a derivação D2. ● Obs: a avaliação se dá por vetores. O eletrodo explorador é sempre positivo. Então, se o vetor se aproxima do eletrodo, é positivo - para cima. Se o vetor se afasta, é negativo - para baixo. Além disso, a ponta da seta sempre tá para o lado positivo. ● Obs: a contração começa depois que despolariza e continua enquanto durar o PA. (Platô - fase 2) ● Partes do eletro: ○ Onda P: despolarização dos átrios. Metade direita átrio direito; metade esquerda átrio esquerdo. Ocorre no início da contração dos átrios. ○ Intervalo PQ/PR: período isoelétrico que indica o retardo da condução do estímulo ao chegar no NAV. “corresponde ao intervalo entre o começo da estimulação elétrica dos átrios e o começo da estimulação dos ventrículos.” ○ Complexo QRS: despolarização dos ventrículos. Onda apiculada. Ocorre no início da contração dos ventrículos. ■ Onda Q: entrada do impulso elétrico no septo interventricular. Ela é para baixo na derivação D2 porque a resultante é como se tivesse entrando para dentro do septo, se afastando do eletrodo. ■ Onda R: positiva e grande. Impulso chegando nos ventrículos seguindo para o ápice. ■ Onda S: Representa o impulso indo do ápice para cima, nas paredes do ventrículo. Como está se afastando do eletrodo, é negativa. ○ Segmento S-T: período isoelétrico. Sinaliza o platô (entrada de Ca2+ e saída de K+ simultaneamente e com cargas elétricas iguais). ○ Onda T: repolarização dos ventrículos. Quando os canais de Ca2+ fecham e só permanecem abertos os canais de K+. ○ Onda U (muito rara): repolarização dos músculos papilares. Têm uma repolarização retardada. ○ Intervalo Q-T: Período de duração da contração ventricular. ○ Obs: A repolarização dos átrios não da para ver no eletro porque é uma onda pequena e acontece ao mesmo tempo que a despolarização dos ventrículos (QRS). O QRS é grande e camufla a onda T atrial. “A propagação da despolarização pelo músculo atrial é muito mais lenta que nos ventrículos, porque os átrios não têm sistema purkinje para a condução rápida do sinal de depolarização. Por isso, a área que primeiro é repolarizada é a região do nodo sinusal, que também é a primeira a ser despolarizada.” AMANDA FERREIRA ○ Obs: Rede subendocárdica de Purkinje garante a propagação da onda de excitação para todas as regiões do endocárdio ventricular com grande velocidade. ○ Obs: O complexo QRS tem grande amplitude porque tem muitas células, muita massa muscular. São muito mais células despolarizando e criando um super campo magnético. Ao contrário, nos átrios são menos células, a parede é mais fina, assim o campo criado é menor. A repolarização dos ventrículos - mesma massa muscular - é bem menor que a despolarização. Isso acontece porque é mais rápido despolarizar que repolarizar. Para despolarizar existe o feixe hiss-purkinje, que conduz o impulso muito rapidamente. Mas para repolarizar não tem nenhum sistema de condução, a célula tem que repolarizar sozinha. ○ Obs: A despolarização acontece do endocárdio para o epicárdio. O endo é o que recebe primeiro o impulso elétrico porque as fibras de purkinje estão mais próximas dele, então transmite primeiro para ele e depois para o epicárdio, que é a última camada de células a serem despolarizadas. Do lado de fora da célula, antes de despolarizar, está positivo; quando o ventrículo receber o PA, o Na+ entra e fica negativo no LEC. Só que vai ficando negativo de dentro (endo) para fora (epi); o epi será o último a ficar negativo (fica mais tempo positivo). Como a seta aponta para o lado positvo, ela ficará apontada para o epi e para o eletrodo ( isso explica as ondas R e S). A repolarização acontece do epi para o endocárdio porque o PA das células do epicárdio é mais curto (termina rapidinho e já começa a repolarizar) (“o septo e as outras áreas endocárdicas têm período de contração mais longo que a maior parte das superfícies externas do coração”). Ta tudo negativo fora (porque despolarizou);agora a primeira célula a tirar K+ para repolarizar será a do epi e o LEC vai ficar positivo. Como a ponta da seta aponta pro positivo, ela se aproximará do eletrodo. ● No eletro existem onda, intervalos e segmentos. ○ Onda: tudo aquilo que deflete para cima ou para baixo. É tudo o que sai do isoelétrico. ○ Segmentos: intervalos isoelétricos sem onda. ○ Intervalos: inclui uma onda e um segmento. ● Derivações: ○ Ao todo são 12. ○ Bipolares: D1, D2 e D3. ○ Unipolares: AVF (foot), AVR (right) e AVL (left). Os dois últimos são no braço. ○ Unipolares precordiais:V1 a V6 ● Alterações: ○ Taquicardia: ■ Aumento da FC ■ > 100 bpm AMANDA FERREIRA ■ Causas: ● Aumento da temperatura corporal. Aumento o metabolismo do nodo sinusal, que, por sua vez, aumenta de forma direta sua excitabilidade e frequência do seu rítmo. ● Estimulação do coração pelos nervos simpáticos ● Patologias tóxicas do coração. ■ ○ Bradicardia: ■ FC lenta. ■ < 60 bpm ■ “O coração do atleta é maior e consideravelmente mais forte que o de pessoa normal, o que permite que o coração do atleta bombeie grande débito sistólico por batimento, até mesmo durante os períodos de repouso. Quando o atleta está em repouso, quantidades excessivas de sangue bombeadas para a árvore arterial a cada batimento, desencadeiam reflexos circulatórios de feedback ou outros efeitos para provocar a bradicardia.” ○ Bloqueios de sinais cardíacos: ■ Sinoatrial: interrupção da onda P. AMANDA FERREIRA ■ Atrioventricular: ● Causas: ○ Isquemia do nodo A-V ou das fibras do feixe A-V ○ Compressão do feixe A-V por tecido cicatricial ou por partes calcificadas do coração. ○ Inflamaçãodo nodo A-V ou do feixe A-V. ○ Estimulação extrema do coração pelo vago. ● Tipos: ○ Primeiro grau (parcial): ■ Intervalo P-R ou P-Q prolongado ■ É o retardo da condução dos átrios para os ventrículos, mas não como bloqueio real da condução. ■ ○ Segundo grau ( parcial ou intermitente) ■ A onda P nem sempre precede o complexo QRS ■ Às vezes o estímulo passa pelo nodo A-V, mas as vezes não. ○ ○ Bloqueio de terceiro grau (completo) ■ Bloqueio completo dos átrios para os ventrículos. ■ Os ventrículos estabelecem, espontaneamente, seu próprio sinal, em geral originado no nó A-V. ■ As ondas P se dissociam do complexo QRS. AMANDA FERREIRA ■ Não existe relação entre o rítmo das ondas P e do complexo QRS. ○ ○ Síndrome de Stokes-Adams - Escape ventricular. ■ depois do bloqueio total. ■ Com o retardo da condução do estímulo do NSA, as células excitáveis do nodo A-V saem do estado de supressão e começam a gerar PA. ■ Isso é chamado escape ventricular. ○ Fibrilação ventricular: ■ “Decorre de impulsos cardíacos frenéticos na massa do músculo ventricular, estimulando primeiro uma parte do músculo ventricular e depois outra, e outra e finalmente voltando para reexcitar o mesmo músculo ventricular vezes e vezes repetidas — jamais parando. Quando isso acontece, muitas partes pequenas do músculo ventricular se contraem ao mesmo tempo, enquanto, de igual modo, muitas outras partes se relaxam. Dessa forma, nunca ocorre contração coordenada de todo o músculo ventricular a um só tempo, o que é necessário para o ciclo de bombeamento do coração.” ■ Costuma ocorrer sem fibrilação atrial. ■ As câmaras ventriculares não aumentam de volume, mas permanecem em estágio indeterminado de contração parcial. ■ Bombeamento ausente ou feito em quantidades desprezíveis. ■ Grandes probabilidades de desencadear fibrilação: ● Choque elétrico súbito do coração. ● Isquemia do músculo cardíaco ■ ○ Flutter ventricular: AMANDA FERREIRA ■ É produzido por um único foco ventricular ectópico, com aspecto sinusóide regular. ■ Quase sempre evolui para fibrilação ventricular. ■ ○ Fibrilação atrial: ■ É o mesmo mecanismo de fibrilação ventricular, mas ocorre apenas na massa muscular atrial. ■ A causa frequente é o aumento do volume atrial, decorrente de lesões valvares cardíacas que impedem os átrios de se esvaziarem adequadamente nos ventrículos ou insuficiência ventricular com acúmulo excessivo de sangue no átrio. ■ Não há bombeamento de sangue pelos átrios. O sangue flui passivamente dos átrios para os ventrículos. ■ Ausência de ondas P ou se tornam muito pequenas. ■ Complexo QRS normal, mas tem um rítmo irregular. ■ ○ Hipertrofia ventricular: ■ Quando um ventrículo apresenta hipertrofia acentuada, o eixo do coração é desviado na direção do ventrículo hipertrofiado ■ Decorrente de estenose valvar do VD ○ Hipertrofia do VE por hipertensão arterial: ■ Hipertrofia concêntrica. ■ A força que o VE tem que fazer para abrir a válvula aórtica, com o passar do tempo, causa hipertrofia. Ela tem a característica de ser de fora para dentro, diminuindo o volume do ventrículo, o que pode causar insuficiência cardíaca. AMANDA FERREIRA
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