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RESUMO
DO NEGOCIO JURÍDICO
CONCEITO DE FATOJURÍDICO
Fato jurídico é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fatoilícito.
CLASSIFICAÇÃO DOSFATOS JURÍDICOS
Classificam-se em:
a) Fatos naturais, que podem ser ordinários (nascimento, morte) e extraordinários (raio, tempestade);
b) Fatos humanos (atos jurídicos em sentido amplo), que podem ser lícitos (ato jurídico emsentido estrito, negócio jurídico e ato-fato jurídico) e ilícitos.
ATOS LÍCITOS DIVIDEM-SE EM:
a) Ato jurídico em sentido estrito: o efeito da manifestação da vontade está predeterminadona lei. Basta a mera intenção. É sempre unilateral e potestativo.
b) Negócio jurídico: é, em regra, bilateral. Exige vontade qualificada. Permite a criação de situaçõesnovas e aobtenção de múltiplos efeitos. A manifestação da vontade tem finalidadenegocial: criar, modificar ou extinguir direitos. Mas há alguns poucos negócios jurídicos unilaterais,em que ocorre o seu aperfeiçoamento com uma única manifestação de vontade ese criam situações jurídicas. Exemplos: testamento, instituição de fundação.
c) Ato-fato jurídico: ressalta-se a consequência do ato, o fato resultante, sem se levar em consideraçãoa vontade de praticá-lo. Assim, o louco, pelo simples achado do tesouro, torna-seproprietário de parte dele, porque esta é a consequência prevista no art. 1.264 do Código Civilpara quem o achar casualmente em terreno alheio.
CLASSIFICAÇÃO DOSNEGÓCIOS JURÍDICOS
a) unilaterais bilaterais e plurilaterais;
b) gratuitos e onerosos neutros e bifrontes;
c) inter vivose mortis causa;
d) principais e acessórios;
e) solenes (formais) e não solenes (de forma livre);
f) simples complexos e coligados;
g) fiduciário e simulado.
INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO
         Nas declarações de vontade, atender-se-á mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem (art. 112). Aplicação conjunta das teorias da vontade e da declaração.
         Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (art. 113).
         Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se restritivamente (art. 114).
         Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423).
         A transação interpreta-se restritivamente (art. 843).
         A fiança não admite interpretação extensiva (art. 819).
         A intenção das partes pode ser apurada pelo modo como vinham executando o contrato, de comum acordo.
         Deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos onerosa para o devedor.
         As cláusulas contratuais não devem ser interpretadas isoladamente, mas em conjunto com as demais.
ELEMENTOS DO NEGOCIO JURÍDICO
ELEMENTOSESSENCIAIS
REQUISITOS DE EXISTÊNCIA:
a) Manifestação da vontade, que pode ser expressa, tácita e presumida. O silêncio pode ser interpretadocomo vontade tácita quando a lei, as circunstâncias ou os usos o autorizarem (CC art. 111). Àvontade, uma vez manifestada, obriga o proponente, segundo o princípio da obrigatoriedade doscontratos (pacta sunt servanda), ao qual se opõe o da onerosidade excessiva (art. 478). A manifestaçãoda vontade “subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o quemanifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento” (art. 110). Ocorre a reserva mentalquando um dos declarantes oculta a sua verdadeira intenção. O negócio é consideradoinexistente(não subsiste) se o declaratório tinha conhecimento da reserva, tudo não passando de uma farsa.
b) Finalidade negocial: intenção de criar, conservar, modificar ou extinguir direitos.
c) Idoneidade do objeto: a vontade deve recair sobre objeto apto, que possibilite a realização donegócio que se tem em vista, uma vez que cada contrato tem objeto específico.
REQUISITOSDE VALIDADE
a) Capacidade do agente: aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratório.Aincapacidade de exercício é suprida, porém, pelos meios legais: a representação e a assistência(CC art. 1.634, V). Não se confunde com falta de legitimação, que é a incapacidade para aprática de determinados atos.
b) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: objeto lícito é o que não atenta contra alei, a moral e os bons costumes. O objeto deve ser também possível. Quando impossível, o negócioé nulo. Impossibilidade física é a que emana de leis físicas ou naturais; deve ser absoluta. Ocorrea impossibilidade jurídica do objeto quando o ordenamento jurídico proíbe negócios a respeitode determinado bem (art. 426). A ilicitude do objeto é mais ampla, pois abrange os contráriosà moral e aos bons costumes, além de não ser impossível o cumprimento da prestação. O objetodeve ser, também, determinado ou determinável.
c) Forma: deve ser a prescrita ou não defesa em lei. Em regra, a forma é livre, a não ser nos casosem que a lei exija a forma escrita, pública ou particular (art. 107). Há três espécies de formas: livre,especial ou solene (é a exigida pela lei) e contratual (convencionada pelas partes — art. 109).
A forma pode ser também, ad solemnitateme ad probationem tantum. A primeira, quando determinadaforma é dasubstância do ato, indispensável, como a escritura pública na aquisição deimóvel (art. 108); a segunda, quando a forma destina-se a facilitar a prova do ato (lavratura do assentode casamento no livro do registro — art. 1.536).
REPRESENTAÇÃO
DA REPRESENTAÇÃO
Conceito Representação tem o significado de atuação jurídica em nome de outrem. Constitui verdadeira
Legitimação, que nasce da lei ou do contrato, para agir por conta de outrem (CC art. 115).
Espécies:
a) legal, como a deferida pela lei aos pais, tutores, curadores, síndicos, administradores etc.;
b) convencional ou voluntária, quando decorre de negócio jurídico específico: o mandato.
ESPÉCIES DEREPRESENTANTES
A) Legal: aquele a quem a lei confere poderes administrar bens e interesses alheios, como pais,
Tutores e curadores;
B) Judicial: o nomeado pelo juiz para exercer poderes de representação no processo, como o inventariantee o administrador da empresa penhorada;
C) Convencional: o que recebe mandato outorgado pelo credor (CC, arts. 115 e 656).
REGRAS REPRESENTAÇÃO
“Art. 116”. “A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.”
“Art. 119”. “É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.”
CONTRATO CONSIGO MESMO
Configura-se o denominado “contrato consigo mesmo”:
A) Quando ambas as partes se manifestam por meio do mesmo representante (dupla representação);
B) Quando o representante é a outra parte no negócio celebrado, exercendo dois papéis distintos,como ocorre no mandato em causa própria.
Dispõe o art. 117 do CC: “Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídicoque o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo”
ELEMENTOS ACIDENTAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO
São de três espécies:condição; termo e encargo.
CONDIÇÃO
CONCEITOÉ a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeitodo negócio jurídico a evento futuro e incerto (CC art. 121). Só são consideradas condição, portanto, as convencionais, e não as legais(condiciones iuris: impostas pela lei).
Elementos da condição- voluntariedade; futuridade; e incerteza.
         Espécies de condição
         Quanto à licitude: podem ser lícitas e ilícitas (art. 122, 1ª parte).
         Quanto à possibilidade: possíveis e impossíveis. Estas podem ser: A. fisicamenteimpossíveis; e B juridicamente impossíveis.
         Quanto à fonte de onde promanam: casuais, potestativas (puramente potestativas e simplesmente potestativas) e mistas. Promíscuas são as condições aprincípio puramente potestativas que se convertem em simplesmente potestativas em razão de fato superveniente.
         Quando ao modo de atuação: suspensivas e resolutivas.
TERMO
CONCEITO- É o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio
jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano. Termo
convencional é a cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento
futuro e certo. Dispõe o art. 131 do Código Civil:
Espécies de termo:
a) termo convencional, termo de direito e termo de graça;
b) termo inicial (dies a quo) e final (dies ad quem);
c) termo certo e incerto;
d) termo impossível (art. 135);
e) termo essencial e não essencial: é essencial quando o efeito pretendido deva ocorrer em momentobem preciso, sob pena de verificado depois, não ter mais valor (data para a entrega devestido para uma cerimônia).
Efeitos: o termo inicial (a quo) suspende o exercício, mas não a aquisição do direito (art. 131); ofinal (ad quem) resolve os efeitos do negócio jurídico.
Prazo: é o intervalo entre o termo inicial e o final (arts. 132 a 134). Na contagem dos prazos, exclui-e o dia do começo e inclui-se o do vencimento. Meado considera-se, em qualquer mês, o seudécimo quinto dia. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos,em proveito do devedor (art. 133).
ENCARGO OU MODO
Conceito: constitui cláusula acessória às liberalidades, pela qual se impõe uma obrigação ao beneficiário.
É admissível também em declarações unilaterais, como na promessa de recompensa.
Efeitos: o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito (art. 136). Sendo ilícito ouimpossível, considera-se não escrito (art. 137).
Encargo e condição: o encargo difere da condição suspensiva, porque esta impede a aquisiçãodo direito. E daresolutiva porque não conduz, por si só, à revogação do ato. O instituidor do benefíciopoderá ou não propor a ação revocatória, cuja sentença não terá efeito retroativo.
DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Resumo:
Espécies:
         Vícios do consentimento: (da vontade)erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão.
         Vício social: fraude contra credores.
Tornam anulável o negócio jurídico (CC art. 171, II). É de Quatro anos o prazo decadencial para apropositura da ação anulatória (art. 178).
ERRO OU IGNORÂNCIA
Conceito: é a falsa ideia da realidade. O agente engana-se sozinho. Quando é induzido emerro pelo outro contratante ou por terceiro, caracteriza-se o dolo.
Requisitos: deve ser substancial, escusável (critério substituído hodiernamente pelo da cognoscibilidade)e real.
Erro substancial — é o que:
a) interessa à natureza do negócio;
b) diz respeito ao objeto principal da declaração;
c) concerne a alguma das qualidades essenciais do objeto;
d) versa sobre qualidades essenciais da pessoa;
e) sendo de direito, não implica recusa à aplicação da lei (art. 139).
Erro escusável (ou cognoscível) — Escusável é o erro justificável, exatamente o contrário deerro grosseiro, decorrente do não emprego da diligência ordinária. A tendência é a prevalênciada corrente que sustenta ter o CC/2002 exigido apenas a cognoscibilidade (ser reconhecívelpela outra parte), e não a escusabilidade, como requisito do erro, refletida no Enunciado 12da I Jornada de Direito Civil: “Naistemática do art. 138, é irrelevante seja ou não escusável oerro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança”.
Erro real — é o erro efetivo, causador de real prejuízo ao interessado.
Erro acidental — é o que se opõe ao substancial e real, porque se refere a circunstâncias desomenos importância e que não acarretam efetivo prejuízo.
Erro obstativo ou impróprio — é o que impede ou obsta a própria formação do negócio, tal agravidade do engano, tornando-o inexistente, como acontece no direito italiano no tocante aoerro sobre a natureza do negócio. No Brasil, porém, tal erro torna o negócio apenas anulável.
O DOLO
Conceito:É o induzimento malicioso de alguém à prática de um ato que lhe é prejudicial,mas proveitoso ao autor do dolo ou a terceiro.
Espécies:
         Dolo principal (quando é a causa do negócio) encarreta e anulabilidade
         Dolo acidental (quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo): só o primeiro acarreta a anulabilidade;
         Dolus bonus e Dolus malus: o primeiro é tolerável no comércio em geral; já o segundo causa a anulação do negócio;
         Dolo positivo e dolo negativo (omissão dolosa — art. 147);
         Dolo unilateral e dolo bilateral (de ambas as partes): na última hipótese, nenhuma delas pode reclamar em juízo, porque ninguém pode valer-se da própria torpeza;
         Dolo do outro contratante e dolo de terceiro: o de terceiro só acarreta a anulabilidade se a outra parte, beneficiada, o conhecia. Caso contrário, cabe apenas pedido de perdas e danos contra o autor do dano (art. 148);
         Dolo da própria parte e dolo do representante: o do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder até a importância do proveito que teve. Se for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos, por ter escolhido mal o mandatário (art. 149);
         Dolo de aproveitamento: constitui o elemento subjetivo de outro defeito do negócio jurídico, que é a lesão. Configura-se quando alguém se aproveita da situação de premente necessidade ou da inexperiência do outro contratante para obter lucro exagerado, manifestamente desproporcional à natureza do negócio (CC art. 157).
COAÇÃO
Conceito:é toda ameaça ou pressão exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a suavontade, a praticar um ato ou realizar um negócio.
ESPÉCIES:
         Absoluta: exercida mediante o emprego de força física. Inocorre qualquer manifestação da vontade e, por isso, o negócio é inexistente;
         Relativa ou Moral: em que o coator faz uma grave ameaça à vítima, deixando-lhe uma opção: praticar o ato exigido ou correr o risco de sofrer as consequências da ameaça que lhe foi feita. Trata-se de uma coação psicológica. É esta que torna anulável o negócio jurídico;
         Da outra parte ou de terceiro: a de terceiro só acarreta a anulabilidade se a outra parte, beneficiada, a conhecia. Se não, cabe apenas pedido de perdas e danos contra o autor da coação (art. 155).
REQUISITOS DA COAÇÃO:
a.      Deve ser a causa determinante do negócio;
b.      Deve ser grave, ou seja, incutir na vítima um fundado temor. Levam-se em conta as condições pessoais da vítima no apreciar a gravidade da ameaça. Não se considera coação o simples temor reverencial (art. 153, 2ª parte);
c.       Deve ser injusta, contrária ao direito. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito (art. 153, 1ª parte);
d.      A ameaça deve ser de causar dano atual ou iminente;
e.      Deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima ou a pessoa de sua família.
Se a coação disser respeito à pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação (art. 151, parágrafo único).
O ESTADO DE PERIGO:
Conceito: configura-se quando alguém, premido da necessidade de salvar a si mesmo ou pessoade sua família de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundoas circunstâncias (art. 156 e parágrafo único).
EFEITOS: o Código Civil considera anulável o negócio realizado em estado de perigo. Não seráanulado, todavia, se a obrigação assumida não for excessivamente onerosa. Se o for, deverá ojuiz, para evitar o enriquecimento sem causa, apenas reduzi-la a uma proporção razoável, anulandoo excesso, e não todo o negócio jurídico. Aplica-se à hipótese, por analogia, o dispostono § 2º do art. 157, segundo o qual não se decretará a anulação “se for oferecidosuplementosuficiente ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito”.
A LESÃO
Conceito: é o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações deum contrato, no momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiênciade uma das partes (art. 157).
Elementos:
a) elemento objetivo: manifesta desproporção entre as prestações recíprocas;
b) elemento subjetivo: inexperiência ou premente necessidade.
Espécies:
a) usurária ou real: quando a lei exige, além da necessidade ou inexperiência do lesionado,o dolo de aproveitamento da outra parte;
b) lesão especial, lesão enorme ou simplesmente lesão: quando a lei limita-se à exigência deobtenção de vantagem desproporcional, sem indagação da má-fé da parte beneficiada. É aespécie adotada pelo CC/2002.
Efeitos: o Código Civil considera a lesão um vício do consentimento, que torna anulável o negócio(art. 178, II). Faz, porém, uma ressalva: não se decretará a anulação “se for oferecido suplementosuficiente ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito” (art. 157, § 2º).
FRAUDE CONTRA CREDORES
Conceito: é vício social. Configura-se quando o devedor desfalca o seu patrimônio, a ponto de setornar insolvente, com o intuito de prejudicar os seus credores. Caracteriza-se a insolvência quantoo ativo, ou seja, o patrimônio do devedor, não é suficiente para responder pelo seu passivo.
Hipóteses legais:
a) nas transmissões onerosas: para anulá-las, os credores terão de provar o eventusdamni(que a alienação reduziu o devedor à insolvência) e o consilium fraudis (a má-fé do terceiroadquirente);
b) nas alienações a título gratuito (art. 158): nesses casos, os credores não precisam provar oconsilium fraudis, pois a lei presume o propósito de fraude. A remissão (perdão) de dívidatambém constitui uma liberalidade, que reduz o patrimônio do devedor;
c) quando o devedor já insolvente paga a credor quirografário dívida ainda não vencida (art.162);
d) quando o devedor já insolvente concede garantias de dívidas a algum credor, colocando-oem posição mais vantajosa do que os demais (art. 163).
AÇÃO PAULIANA OU REVOCATÓRIA:
a) natureza jurídica — tem natureza desconstitutiva: anula as alienações ou concessões fraudulentas,determinando o retorno do bem ao patrimônio do devedor;
b) legitimação ativa — dos credores quirografários, que já o eram ao tempo da alienaçãofraudulenta (art. 158). Os credores com garantia real só poderão ajuizá-la se a garantia tornar-se insuficiente (art. 158, § 1º);
c) legitimação passiva — do devedor insolvente e da pessoa que com ele celebrou a estipulaçãoconsiderada fraudulenta, bem como dos terceiros adquirentes que hajam procedidode má-fé (art. 161).
FRAUDE À EXECUÇÃO — DISTINÇÕES:
a) é incidente do processo, regulado pelo direito processual civil, enquanto a fraude contracredores é regulada no direito civil;
b) pressupõe demanda em andamento, capaz de reduzir o alienante à insolvência (CPC,art. 593, II). Configura-se quando o devedor já havia sido citado. A alienação fraudulenta feitaantes da citação caracteriza fraude contra credores;
c) pode ser reconhecida mediante simples petição, nos próprios autos da execução, não exigindoo ajuizamento de ação pauliana. A fraude contra credores deve ser pronunciada emação pauliana, não podendo ser reconhecida em embargos de terceiro (STJ, Súmula 195);
d) torna ineficaz, em face dos credores, o negócio jurídico, ao passo que a fraude contra credoreso torna anulável;
e) a evolução no conceito de fraude à execução busca resguardar o direito do adquirente deboa-fé, transformando-a em simples modalidade de fraude contra credores, em que se exigea prova da má-fé deste. Nesse sentido, dispõe a Súmula 375 do STJ: “O reconhecimentoda fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fédo terceiro adquirente”.
SIMULAÇÃO:
Simulação (artigo 167)- É uma declaração de vontade enganosa, visando a produzir efeito diverso do ostensivamente indicado; caracteriza se pelo intencional desacordo entre a vontade interna e a declarada, no sentido de criar, aparentemente, um negocio jurídico, que, de fato, não existe, ou então oculta, sobre determinada aparência, o negócio realmente pretendido.
Absoluta: Quando da declaração enganosa da vontade exprime a vontade bilateral ou unilateral, não havendo intenção de realizar negocio algum; fingem uma relação jurídica que na realidade não existe;
Relativa: Quando resulta no intencional desacordo entre a vontade interna e a declarada; nasce quando uma pessoa, sob aparência de um negócio fictício, pretende realizar outro que é o verdadeiro, no todo ou em parte.
DA INVALIDADE DO NEGOCIO JURÍDICO
Introdução:
A expressão “invalidade” abrange a nulidade e a anulabilidade do negócio jurídico. A doutrinamenciona também o negócio inexistente (quando lhe falta algum elemento estrutural, o consentimento,p. ex.). O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessamà sociedade (artigos. 166 e 167). É anulável quando a ofensa atinge o interesse particular depessoas que o legislador pretendeu proteger (art. 171).
ESPÉCIES DE NULIDADE
Absoluta- existe um interesse social, além do individual,
Relativa-(anulabilidade);
Expressa ou textual- quando a lei declara nulo determinado negócio.
Virtual ou implícita-quando a lei se utiliza de expressões como “não pode”, “não se admite” etc.
NULIDADE E ANULABILIDADE: DIFERENÇAS
a) a anulabilidade é decretada no interesse privado da pessoa prejudicada. A nulidade é de ordempública e decretada no interesse da própria coletividade;
b) a anulabilidade pode ser suprida pelo juiz, a requerimento das partes (art. 168, par. único),ou sanada pelaconfirmação (art. 172). A nulidade não pode ser sanada pela confirmação nemsuprida pelo juiz;
c) a anulabilidade não pode ser pronunciada de ofício. A nulidade, ao contrário, deve ser pronunciadaexofficiopelo juiz (art. 168, par. único);
d) a anulabilidade só pode ser alegada pelos prejudicados, enquanto a nulidade pode ser arguidapor qualquer interessado ou pelo Ministério Público (art. 168);
e) ocorre a decadência da anulabilidade em prazos mais ou menos curtos. A nulidade não convalescepelo decurso do tempo (art. 169), ou seja, é imprescritível;
f) o negócio anulável produz efeitos até o momento em que é decretada a sua invalidade. O efeitoda sentença é, pois, ex nunc (natureza desconstitutiva). O pronunciamento judicial da nulidadeproduz efeitos extunc, isto é, desde o momento da emissão da vontade (natureza declaratória).
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
a) a invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-sepor outro meio (art. 183);
b) a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida se esta for separável(art. 184);
c) se o negócio jurídico for nulo, mas contiver os requisitos de outro, poderá o juiz fazer a suaconversão, sem decretar a nulidade (art. 170).
SIMULAÇÃO
Conceito: é uma declaração enganosa da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamentedesejado.
Espécies:
a) absoluta: as partes não realizam nenhum negócio. Apenas fingem, para criar uma aparênciade realidade;
b) relativa: as partes procuram ocultar o negócio verdadeiro, prejudicial a terceiro ou realizadoem fraude à lei, dando-lhe aparência diversa. Compõe-se de dois negócios: o simulado,aparente, e o dissimulado, oculto, mas verdadeiramente desejado.
Efeitos: acarreta a nulidade do negócio simulado. Se relativa, subsistirá o negócio dissimulado,caso este seja válido na substância e na forma (art. 167).
Atos lícitos:
LÍCITOS são os atos humanos a que a lei defere os efeitos almejados pelo agente.
Praticados em conformidade com o ordenamento jurídico, produzem efeitosjurídicos voluntários, por ele esperados.
DOS ATOS JURÍDICOS ILÍCITOS
CONCEITO Ato ilícito é o praticado com infração ao dever legal de não lesar a outrem. Tal deveréimposto a todos nos arts. 186 e 927 do Código Civil. Também o comete aquele quepratica abuso de direito (art. 187).
Ilícitos: por serem praticados em desacordo com o prescrito no ordenamentojurídico, embora repercutam na esfera do direito, produzem efeitos jurídicosinvoluntários, mas impostos por esse ordenamento. Em vez de direitos, criamdeveres.
Hoje se admite que os atos ilícitos integram a categoria dos atos jurídicos,pelos efeitos que produzem (geram a obrigação de reparar o prejuízo — CC,arts. 186, 187 e 927).
OS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS DIVIDEM-SE EM:
O negócio jurídico, que exige vontade qualificada (contrato de compra e venda,p. ex.); e, de outro, os demais atos jurídicos lícitos, quais sejam:
O ato jurídico em sentido estrito (ocupação decorrente da pesca, p. ex., em quebasta a simples intenção de tornar-se proprietário da res nullius, que é o peixe); e.
O ato-fato jurídico (encontro de tesouro, que demanda apenas o ato materialde achar, independentemente da vontade ou consciência do inventor) (v. quadroesquemático no item 7.1.1.2, retro).Aos dois últimos manda o Código aplicar, apenas no que couber(não se podefalar em fraude contra credores em matéria de ocupação,p. ex.), os princípios disciplinadoresdo negócio jurídico.
RESPONSABILIDADE CONTRATUALE EXTRACONTRATUAL
Responsabilidade contratual: decorre do inadimplemento contratual, que acarreta
a obrigação de indenizar perdas e danos (art. 389).
Responsabilidade extracontratual: deriva de infração ao dever legal impostos nos
arts. 186 e 927 do Código Civil. É também chamada de responsabilidade aquiliana.
A consequência é a mesma em ambas: obrigação de ressarcir o prejuízo causado. Na
contratual, o inadimplemento
RESPONSABILIDADE PENAL ERESPONSABILIDADE CIVIL
RESPONSABILIDADE PENAL
         É pessoal, no sentido de que responde o réu, em regra, com a privação de liberdade;
         O agente infringe uma norma penal de direito público.
RESPONSABILIDADE CIVIL
É patrimonial, pois é o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações;
O interesse diretamente lesado é o privado.
RESPONSABILIDADE SUBJETIVAE RESPONSABILIDADEOBJETIVA
         Responsabilidade subjetiva: é a que se esteia na ideia de culpa. A prova da culpapassa a ser pressuposto necessário do dano indenizável.
         Responsabilidade objetiva: é a que se funda no risco. Prescinde da culpa e se satisfazapenas com o dano e o nexo de causalidade. O Código Civil filiou-se, como regra, à teoria subjetiva, sem prejuízo da adoção da responsabilidadeobjetiva em vários dispositivos esparsos (art. 927, par. único, 933 etc.).
A responsabilidade dosprivados de discernimento
Sendo o privado de discernimento um inimputável, não é ele responsável civilmente.
A responsabilidade é atribuída ao seu representante legal (pais, tutor ou curador). Seeste, todavia, não dispuser de meios suficientes, responde o próprio incapaz. A indenização,que deverá ser equitativa, não terá lugar se esta privá-lo do necessário (art.928, caput e par. único). Nesse caso, a vítima ficará irressarcida.
PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADEEXTRACONTRATUAL
         Ação ou omissão: ato próprio, ato de terceiro, fato da coisa e do animal;
         Culpa em sentido lato: dolo e culpa em sentido estrito, que abrange a imprudência,a negligência e a imperícia e pode ser grave, leve ou levíssima;
         Relação de causalidade: nexo causal ou etiológico entre a ação ou omissão doagente e o dano verificado; vem expresso no verbo “causar “empregado no art. 186, sendo essencial para a existência da obrigação de indenizar”“.
         Dano: pressuposto inafastável, sem o qual ninguém pode ser responsabilizado civilmente,podendo ser patrimonial (material) ou extrapatrimonial (moral).
EXCLUDENTES DA ILICITUDE LEGÍTIMA DEFESA
Quando real e praticada contra o próprio agressor (art. 188, I). Se,por erro de pontaria (aberratio ictus), terceira pessoa foi atingida, o agente deve repararo dano, mas terá ação regressiva contra o agressor (art. 930). A legítima defesaputativa também não exime o réu de indenizar o dano, pois somente exclui aculpabilidade,e não a antijuridicidade do ato.
Exercício regular de um direito (art. 188, I). Mas o abuso de direito é consideradoato ilícito (art. 187).
Estado de necessidade (art. 160, II): a deterioração ou destruição da coisa alheia ou
a lesão a pessoa não constituem atos ilícitos. Nem por isso quem os pratica fica liberadode reparar o prejuízo que causou, mas terá ação regressiva contra quem criou asituação de perigo (arts. 929 e 930).
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA
Espécies de prescrição:
         Aquisitiva (usucapião);
         Extintiva.
CONCEITO DE PRESCRIÇÃO
Extintiva:
Segundo Pontes de Miranda, a prescrição seria uma exceção que alguém tem contrao que não exerceu, durante um lapso de tempo fixado em norma, sua pretensão ouação. Entretanto, o atual Código Civil, evitando a polêmica sobre o que prescreve,se é a ação ou o direito, adotou o vocábulo “pretensão”, por influência do direitoromano (anspruch), para indicar que não se trata do direito subjetivo público abstratode ação.
Requisitos:
a) violação do direito;
b) inércia do titular;
c) decurso do tempo fixado em lei.
PRETENSÕES IMPRESCRITÍVEIS
         As que protegem os direitos da personalidade;
         As que se prendem ao estado das pessoas;
         As de exercício facultativo;
         As concernentes a bens públicos;
         As que protegem o direito de propriedade, que é perpétuo;
         As de reaver bens confiados à guarda de outrem.
PRESCRIÇÃO E INSTITUTOS AFINS PRECLUSÃO:
É de ordem processual. Consiste na perda de uma faculdade processual,por não ter sido exercida no momento próprio.
Perempção: também é de natureza processual. Consiste na perda do direito deação pelo autor contumaz, que deu causa a três arquivamentos sucessivos (CPC,art. 268, parágrafo único). Não extingue o direito material nem a pretensão, que passama ser oponíveis somente como defesa.
Decadência: Atinge diretamente o direito e, por via oblíqua, extingue a ação (é opróprio direito que perece). A prescrição extingue a pretensão (art. 189).
Conceito de decadência É a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinadoem lei.
DISTINÇÃO ENTRE PRESCRIÇÃOE DECADÊNCIA
O Código de 2002 optou por uma fórmula segura: são prescricionais somente osprazos discriminados na Parte Geral, nos arts. 205 (regra geral) e 206 (regras especiais),sendo decadenciais todos os demais, estabelecidos como complemento decada artigo que rege a matéria. Para evitar discussões sobre a prescrição ou não daação, adotou-se a tese da prescrição da pretensão.
DISPOSIÇÕES LEGAIS SOBRE ADECADÊNCIA
Decadência legal: deve o juiz conhecê-la de ofício (art. 210).
Decadência convencional: a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquergrau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação (art. 211).Não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompema prescrição, salvo estipulação em contrário (art. 207).
Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, I.
É nula a renúncia à decadência fixada em lei (art. 209).
DISPOSIÇÕES LEGAIS SOBRE A PRESCRIÇÃO
DOIS SÃO OS REQUISITOS PARA A VALIDADE DA RENÚNCIA DA PRESCRIÇÃO:
a) que esta já esteja consumada;
b) que não prejudique terceiro (art. 191).
Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes (art. 192).
A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quemaproveita (art. 193), devendo ser declarada de ofício pelo juiz (CPC, art. 219, § 5º).Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentesou representantes que derem causa à prescrição ou não a alegarem oportunamente
(art. 195).
A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor
(art. 196).
CAUSAS QUE IMPEDEM OUSUSPENDEM A PRESCRIÇÃO
São as mencionadas nos arts.197, 198, 199 e 200 do Código Civil.
CAUSAS QUE INTERROMPEMA PRESCRIÇÃO
São as elencadas nos seis incisos do art. 202 do Código Civil.
Ressalte-se que outras causas de interrupção da prescrição são previstas em leisespeciais.
DA PROVA
CONCEITO É o meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico.
REQUISITO Deve ser:
a) admissível (não proibida por lei);
b) pertinente (adequada à demonstração dos fatos em questão);
c) concludente (esclarecedora dos fatos controvertidos).
Princípio Não basta alegar, é preciso provar, pois allegarenihiletallegatum no probare paria sunt (nadaalegar e alegar e não provar querem dizer a mesma coisa).
O que se prova é o fato alegado, não o direito a aplicar, pois é atribuição do juiz conhecere aplicar o direito (iuranovitcuria).
O ônus da prova incumbe a quem alega o fato, e não a quem o contesta.
Os fatos notórios independem de prova.
Meios de prova Dispõe o art. 212 do CC:
“Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante:”
I — confissão;
II — documento;
III — testemunha;
IV — presunção;
V — perícia.
Confissão Conceito: ocorre quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse efavorável ao adversário (CPC, art. 348).
Espécies:
a) judicial e extrajudicial;
b) espontânea e provocada; e
c) expressa e presumida (ficta) pela revelia.
Documento Função: tem função apenas probatória.
Espécies:
a) público (o elaborado por autoridade pública, no exercício de suas funções, como as certidõese os traslados);
b) particular (o elaborado por particulares, como uma carta ou um telegrama).
Testemunhas Podem ser:
a) instrumentárias: as que assinam o instrumento; e
b) judiciárias: as que prestam depoimento em juízo.
Presunção Conceito: é a ilação que se extrai de um fato conhecido para se chegar a um desconhecido.
Espécies:
a) legais (juris) — as que decorrem de lei e se dividem em absolutas (juris et de jure: que nãoadmitem prova em contrário) e relativas (juris tantum: que admitem prova em contrário);
b) comuns (hominis) — as que se baseiam no que ordinariamente acontece, na experiênciada vida.
Perícia Segundo o art. 420 do CPC, a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação:
a) exame: é a apreciação de alguma coisa, por peritos, para auxiliar o juiz a formar a sua convicção.Ex.: exame grafotécnico, hematológico etc.;
b) vistoria: é perícia restrita à inspeção ocular, comum nas ações imobiliárias;
c) avaliação: é o exame pericial destinado a apurar o valor de determinado bem, comum nasdesapropriações e indenizatórias.
PRESUNÇÃO São elementos encontrados ou acontecimento sobre a mesma questão presumisse o acontecimento de um fato. Exemplos 324
INDÍCIOS compreendem um elemento concreto que significa em um acontecimento, mas não o suficiente para revela-lo integralmente. Significa um sinal, um vestígio.
PERICIA é o ato pelo qual é necessário de conhecimento cientifico para se revelar o fato.
Atos Ilícitos
 
São atos que vão de encontro ao ordenamento jurídico, lesando o direito subjetivo de alguém. Para que se configure o ato ilícito é mister que haja um dano moral ou material à vítima, uma conduta culposa, por parte do autor e um nexo causal entre o dano configurado e a conduta ilícita.
Ilícito civil gera uma obrigação indenizatória pelos danos efetivos e, em alguns casos, pelo que a vítima deixou de lucrar com o dano provocado.
Tal obrigação decorre da responsabilidade civil, que é a possibilidade jurídica que determinada pessoa tem de responder pelos seus atos, sejam eles lícitos ou não. A responsabilidade pode ser direta (responder pelos próprios atos) ou indireta (responder por atos de terceiros).
O conceito de ato ilícito é de suma importância para a responsabilidade civil, vez que este faz nascer a obrigação de reparar o dano. O ilícito repercute na esfera do Direito produzindo efeitos jurídicos não pretendidos pelo agente, mas impostos pelo ordenamento. Em vez de direitos, criam deveres. A primeira das conseqüências que decorrem do ato ilícito é o dever de reparar. Mas não se faz única, eis que, dentre outras, este pode dar causa para a invalidade ou cassação do ato, por exemplo. 
No campo do direito, o ilícito alça-se à altura de categoria jurídica e, como entidade, é revestida de unidade ôntica, diversificada em penal, civil, administrativa, apenas para efeitos de integração, neste ou naquele ramo, evidenciando-se a diferença quantitativa ou de grau, não a diferença qualitativa ou de substância. 
E o princípio que obriga o autor do ato ilícito a se responsabilizar pelo prejuízo que causou, indenizando-o, é de ordem pública, ressalta a renomada Maria Helena Diniz. 
A definição de ato ilícito afirmada pela plêiade de renomados doutrinadores a seguir mencionados salienta diferença apenas no estilo pessoal de cada deles expor. Vejam-se a seguir:
“Ato ilícito é, portanto, o que praticado sem direito, causa dano a outrem.” (Clovis Bevilaqua)
“Que é ato ilícito? Em sentido restrito, ato ilícito é todo fato que, não sendo fundado em Direito, cause dano a outrem” (Carvalho de Mendonça) 
“Ato ilícito, é, assim, a ação ou omissão culposa com a qual se infringe, direta e imediatamente, um preceito jurídico do direito privado, causando-se dano a outrem” (Orlando Gomes)
“... ato ilícito é o procedimento, comissivo (ação) ou omissivo (omissão, ou abstenção), desconforme à ordem jurídica, que causa lesão a outrem, de cunho moral ou patrimonial.” (Carlos Alberto Bittar)
“O caráter antijurídico da conduta e o seu resultado danoso constituem o perfil do ato ilícito.” (Caio Mario da Silva Pereira)
“O ato ilícito é o praticado culposamente em desacordo com a norma jurídica, destinada a proteger interesses alheios; é o que viola direito subjetivo individual, causando prejuízo a outrem, criando o dever de reparar tal lesão.” (Maria Helena Diniz)
 “Ato ilícito. Ação ou omissão contrária à lei, da qual resulta danos a outrem.” (Marcus Cláudio Acquaviva)
A diferença fundamental entre os ilícitos reside na aplicação do sistema sancionatório, pois o direito penal pode afetar a liberdade da pessoa do infrator, como o direito de ir e vir, enquanto que o âmbito civil irá atingir sua esfera pessoal, sua subjetividade, mas preferencialmente o seu patrimônio. 
O fato é que o comportamento contrário à norma tipifica uma ilicitude. Concluímos que o ilícito civil é transgressão do dever jurídico quer seja legal, quer seja negocial. 
Na esfera criminal, os ilícitos podem ser definidos como crimes ou contravenções e, ao puni-los, faz-se aplicação de sanções mais graves chamadas penas. Mas esses mesmos atos, enquanto envolvam a violação de interesses de pessoas singularmente consideradas, pertencem também ao direito civil. 
Assim o ato ilícito pressupõe sempre uma relação jurídica originária lesada e a sua conseqüência é uma responsabilidade, ou seja, o dever de indenizar ou ressarcir o dano causado pelo inadimplemento do dever jurídico existente na relação jurídica originária. 
Prescrição e decadência
Influência do elemento tempo nas relações jurídicas, em razão da segurança
jurídica e da estabilização social. Há dois tipos de prescrição: a extintiva e a aquisitiva.
A teoria de que a prescrição extingue a ação é uma teoria ultrapassada, porque
baseada na Teoria Imanentista do século XIX. Hoje, o direito de ação é visto como
um direito constitucional do cidadão de pleitear a tutela jurisdicional.
A prescrição atinge a pretensão.
Dicas práticas para diferenciar prescrição e decadência:
1ª) quando há a palavra pretensão, trata-se de prescrição;
2ª) o rol de prescrição é taxativo – art. 206, CC. Qualquer outro artigo trata de
decadência;
3ª) todos os prazos prescricionais contam-se em anos. Prazos em dia ou meses são decadenciais.
O professor Agnelo Amorim Filho percebeu que temos dois tipos de direitos: os
potestativos e os colaborativos.
Potestativos são aqueles quegeram sujeição ao sujeito passivo. São exercidos ao
exclusivo critério do sujeito ativo.
Colaborativos são aqueles em que credor e devedor trabalham juntos para atingir o fim buscado pelas partes. Há uma prestação do devedor: dar, fazer ou não fazer.
Com base nesta constatação, o professor Agnelo criou a Teoria das Tutelas:
1. Tutela Condenatória – relacionada a direitos colaborativos – prestação de
dar, fazer ou não-fazer – prescrição;
2. Tutela Constitutiva – ligado a direitos potestativos. Podem ser constitutivas
positivas ou constitutivas negativas – prazo de decadência;
3. Tutela Declaratória – certeza jurídica. Não está sujeita à prescrição ou à
decadência, porque não está sujeita prazo.
Conceito de prescrição – é a extinção da pretensão de um direito subjetivo pela
inércia de seu titular, por determinado lapso de tempo. A prescrição atinge a
pretensão e a exceção, nos prazos fixados pelos arts. 205 e 206, ambos do CC.
Decadência
O direito nasce com prazo de validade.
Em ocorrendo a decadência, o próprio direito potestativo se extingue. Na
prescrição, há apenas a extinção da pretensão.
Vide art. 882, CC.
Conceito de decadência – é a extinção do próprio direito potestativo, não
exercido pelo titular, por um certo lapso de tempo, o que indiretamente significa a
extinção da própria ação de natureza constitutiva.
Há dois tipos de decadência:
1. decadência legal - já vem prevista em lei e trata de norma de ordem
pública. Não pode ser transformada em prescrição pelas partes;
2. decadência convencional – decorre de um acordo de vontades e,
portanto, as partes transformam um prazo que, por lei, seriam de
prescrição, em prazo decadencial.
A importância da diferença entre os tipos de decadência é que a legal deve ser
concedida de ofício. Se for convencional, deve ser alegada pelas partes, porque
para a lei é prazo de prescrição seguindo as suas regras (o juiz não conhecerá a
prescrição de ofício). Há uma exceção – quando for em favor de absolutamente
incapaz, o juiz deve conhecer a prescrição de ofício. Se a incapacidade for relativa,
o juiz não pode reconhecê-la de ofício, mas os incapazes prejudicados poderão
cobrar indenização de seus representantes, (art.195, CC.).
Impedimento, suspensão e interrupção da prescrição.
As regras de impedimento, suspensão e interrupção da prescrição se aplicam à
decadência quando a lei determinar.
Art. 501, CC – impedimento da decadência. (retificação de área imóvel)
Art. 26, CDC - obstam a decadência (obstar significa parar). O §2º do referido
artigo traz uma causa de suspensão da decadência.
Qual a diferença entre impedimento, suspensão e interrupção?
Quando ocorre o impedimento, o prazo sequer inicia seu curso.
Na suspensão, a prescrição inicia o seu curso, sofre uma paralisação e depois
retoma o seu curso da data em que parou.
Na interrupção, desconsidera-se o prazo anteriormente decorrido – o prazo retoma
o seu curso do início.
Arts. 197 e 198, CC
No art. 197, I, CC, há a imunidade recíproca – a prescrição não ocorre nem a favor
nem contra tais pessoas. Ex: não corre a prescrição entre os cônjuges na
constância da sociedade conjugal.
Interrupção da prescrição – art. 202, CC
Só pode ocorrer uma única vez, para evitar que ela se perpetue no tempo
indefinidamente.
Causas interruptivas da prescrição:
Art. 202, I, CC – a partir do despacho de citação, se esta for feita no prazo e na
forma da lei. Se não ocorre por culpa do autor da demanda, a interrupção
considera-se não ocorrida.
Prescrição intercorrente é aquela que se verifica no curso da demanda em razão
de desídia do autor.
Art. 202, II, CC - protesto judicial ou extrajudicial de título.
A notificação extrajudicial não interrompe a prescrição, mas coloca o devedor em
mora.
Art. 202, VI, CC – pode ser por carta, verbal ou qualquer outra forma.

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