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Revisão Direito de Família

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REVISÃO – DIREITO DE FAMÍLIA 
1- Comente brevemente as principais características das famílias:
a) Romana.
b) À época do Código Civil de 1916.
c) Com o advento da CF/88 até os dias atuais.
2- A afetividade e a monogamia são princípios jurídicos (entendendo de acordo com a nova hermenêutica civil-constitucional)? Explique fundamentadamente.
 
3- Quais são os tipos de famílias possíveis atualmente autorizadas pela CF/88? Há algum princípio jurídico que dê base para a formação de diversas famílias?
 
4- Como se caracteriza a família anaparental? Explique dando exemplos.
5- O casamento religioso com efeito civil se dá de duas formas, explique.
 
6- Distinga os impedidos para casar dos incapacitados de realizar casamento.
 
7- Exponham a legitimidade e prazo para opor os impedimentos e causas suspensivas.
 
8- O casamento nuncupativo é uma das formas excepcionais de realização do casamento. Explique como ocorre distinguindo do caso de moléstia grave de um dos nubentes.
 
9- O que é posse de estado de casado?
 
10- Quando o casamento poderá ser anulado (nulo)? E quem tem legitimidade de requerer em juízo?
11- Faça uma relação entre o estatuto da pessoa com deficiência com as hipóteses de nulidade e anulação do casamento
12- Diante de todo exposto em sala de aula - ainda existe a separação em nosso ordenamento jurídico em vigor?
1) A – Família organizada no poder e na posição do pai, que era o chefe da comunidade. Com a morte do pater, o poder era transferido ao filho homem mais velho e a outros homens pertencentes à família. A doutrina romana teve significativa influência no direito brasileiro no que diz respeito à estruturação da família, sendo fundada na autoridade de um chefe. 
B – O código de 1916 manteve o patriarcalismo, incluindo a mulher casada no rol dos indivíduos relativamente incapazes. O casamento era considerado o único instituto formador de família, o que dificultava a adoção e proibia o reconhecimento de filhos adulterinos ou incestuosos. O matrimônio religioso não possuía nenhum valor jurídico, sendo válido apenas o casamento realizado por autoridades civis, Não havia a figura do divórcio, mas sim, o desquite, que não dissolvia o casamento, mas permitia a separação de corpos e bens. 
C – A CF/88 dispensou o modelo autoritário e patriarcal, sendo a família atual fundada em preceitos como a igualdade, solidariedade e respeito à dignidade da pessoa humana. Garantiu a gratuidade do casamento e validade dos efeitos civis ao casamento religioso. Reconheceu como família a união estável. Vedou qualquer diferença de tratamentos, direitos e qualificação entre filhos havidos no casamento, fora dele, ou por adoção. Hoje existe a possibilidade da dissolução do vínculo conjugal por meio da separação e do divórcio, bem como o reconhecimento de direitos decorrentes das relações extraconjugais. A CF/88 abrange várias modalidades de família, formadas por relações consanguíneas, atos jurídicos solenes ou afeto, abrangendo também a relação homo afetiva em todos os seus estágios. 
2) Sim. O princípio da monogamia determina muitos efeitos na esfera da família, principalmente no que se refere ao instituto do casamento, mas com a mutabilidade do conceito de família e dependendo do caso concreto, sua aplicação deixa de ter sua originária importância para dar luar ao princípio da afetividade, que é o novo princípio norteador do direito de família, constituído pelo surgimento de uniões extraconjugais e estáveis, que antes eram mal vistas pela sociedade. 
3) Casamento – União estável – Família monoparental – Fam. recomposta mosaico – Fam. homo afetiva – Fam. simultânea – Fam. anaparental. 
( O princípio que dá base para a formação de diversas famílias é o princípio da autonomia, onde é conferida às pessoas a liberdade de escolha a respeito de como, e com quem vão se relacionar, respeitando por óbvio, as regras da lei, mas deixando de lado a “família tradicional” e ampliando suas diversas formas. 
4) É a família sem a presença dos pais. Se constitui pela convivência entre parentes ou pessoas, em um mesmo lar, porém, não possuindo ascendência e descendência. Se caracteriza pela existência de vínculos colaterais. 
( Exemplos: vários irmão, tios e sobrinhos, duas primas, dois irmãos e um primo. 
5) I - Processo e habilitação em cartório anterior à celebração religiosa: os casais contraem matrimônio perante o oficial de registro civil e posteriormente se casam perante o ministro religioso, apresentando a certidão de que estão habilitados na forma da lei civil. O oficial do registro civil faz a inscrição em 24 horas. 
 II - Processo e habilitação em cartório posterior à celebração religiosa: os casamentos religiosos celebrados sem a prévia habilitação perante o oficial do registro público, poderão ser inscrito desde que apresentados pelo casal, como requerimento de inscrição, a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo CC. A inscrição será feita no mesmo dia que se registra o casamento religioso. 
6) Há incapacidade matrimonial quando a pessoa não pode casar-se com quem quer que seja. Por exemplo: o menor de 16 anos ou a pessoa já casada. A partir dos 16 anos, embora ainda relativamente incapaz, os menores podem se casar, necessitando, porém, da autorização de ambos os pais ou dos representantes legais. Não alcançada a idade núbil de 16 anos, o casamento só será permitido excepcionalmente, a fim de evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Já o impedimento matrimonial, está baseado na falta de legitimação. Não é uma incapacidade, mas sim uma inaptidão para se casar com determinada pessoa. Por exemplo: os colaterais em segundo grau (irmãos). Neste caso, a pessoa não é incapaz para o casamento, e pode se casar com quem desejar, exceto com aquela pessoa que lhe é ligada por parentesco.
Os impedimentos estão previstos no artigo 1.521 do Código Civil. O casamento é nulo se for infringido qualquer dos impedimentos previstos neste artigo. 
7) A legitimidade e prazo para alegar os impedimentos para o casamento estão previsto no artigo 1.522 do Código Civil. Qualquer pessoa capaz pode alegar o impedimento. Para o Juiz e o Oficial de registro, existe a obrigação de alegar o impedimento. Os impedimentos podem ser alegados até o momento da celebração. Após a realização da celebração, podem opor o impedimento do casamento quem tenha interesse e o Ministério Público.
Já as causas suspensivas para o casamento estão previstas no artigo 1.523 do CC e a legitimidade para alegar está prevista no artigo 1.524 do CC. As causas suspensivas podem ser alegadas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins, no prazo de até 15 dias após a publicação dos editais no processo de habilitação.
8) O casamento nuncupativo possui previsão no artigo 1.540 do CC, e é aquele realizado quando um dos contraentes está em iminente risco de morte e não há tempo para a celebração do matrimônio dentro das conformidades previstas pelo código civil de 2002. Neste caso, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas que não sejam parentes dos nubentes em linha reta ou colateral até segundo grau. Depois de realizado o casamento, as testemunhas devem comparecer à presença do juiz, no prazo de dez dias, para declarar o ato e todas as suas circunstancias, o que será tomado por termo (artigo 1541 CC). A decisão do juiz, considerando válido o casamento será registrada no livro de Registro de Casamentos do Registro Civil das Pessoas Naturais Competente, sendo retroativos os efeitos à data da celebração.
O artigo 1.539 do CC dispõe a respeito do casamento em caso de moléstia grave, que tem por premissa o precário estado de saúde de um dos nubentes, com gravidade que o impeça de se locomover e também de adiar a celebração. É admitido também em caso de acidentes e a celebração pode sermesmo durante a noite. É dispensado o processo preliminar de habilitação e a presença do oficial do registro civil, exigindo tão só a presença de duas testemunhas que saibam ler e escrever, além da presença do presidente do ato (juiz de paz), ou na falta deste, de qualquer de seu substituto, e do registrador, ou qualquer de seus prepostos. As partes arcam com os gastos. 
9) A celebração do casamento é provada pela certidão do registro conforme dispõe o artigo 1.543 do CC. Assim, a regra geral é que ninguém pode alegar estado de casado sem essa prova. Entretanto, o registro não é essencial, pois mesmo em sua ausência, o casamento pode ser provado pelos meios de provas admitidas em direito para justificar a perda ou a falta do documento, segundo o atrigo 1.543, parágrafo único. 
Na ausência do registro, a posse de estado de casado é a melhor prova do casamento, mas o CC admite apenas em duas situações: cônjuges que não possam manifestar sua vontade e de falecimento dos cônjuges nesse estado, em benefício da prole comum, sendo o artigo 1545 do CC. 
A lei não conceitua a posse do estado de casado, mas a doutrina diz que o casal deve ter um comportamento social, público e notório, de marido e mulher, assim se tratando reciprocamente. Quem assim se comporta, presumivelmente, encontra-se no estado de casado. 
10) Segundo o artigo 1.548 do CC, o casamento é nulo de for infringido algum impedimento previsto no artigo 1.521 do CC. 
Casamento nulo é aquele celebrado com omissão de regras e formalidades essenciais, não produzindo nenhum efeito jurídico. O vício do casamento nulo é irremediável, não podendo ser suprido nem ser sanado, salvo o da incompetência da autoridade. 
O artigo 1522 em seu parágrafo único dispõe que a nulidade pode ser declarada de ofício, ou seja, no caso em que o oficial de registro ou o juiz tenha conhecimento da alguma causa de impedimento, devendo este declará-lo.
A legitimidade para requerer a nulidade, é conferida a qualquer interessado e ao Ministério Público. Terceiros que não tenham qualquer relação com o casal não terão legitimidade para essa ação
Não há prazo para propor a ação declaratória, posto que por ser uma causa de nulidade, a ação é imprescritível.
11) Não se decreta mais a nulidade do casamento dos enfermos mentais ou seja, o casamento do enfermo mental, sem discernimento, passa a ser válido. 
O artigo 1.550 do Código Civil, que trata da nulidade relativa do casamento, preceitua que a pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbil poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador (§ 2º). 
Trata-se de um complemento ao inciso IV da norma, que prevê a anulação do casamento do incapaz de consentir e de manifestar de forma inequívoca a sua vontade. Advirta-se, contudo, que este último diploma somente gerará a anulação do casamento dos ébrios habituais, dos viciados em tóxicos e das pessoas que, por causa transitória ou definitiva, não puderem exprimir sua vontade.
12) A Emenda Constitucional 66/2010, deu nova redação ao parágrafo 6º do artigo 226 da Constituição Federal, que dispõe sobre a dissolução do casamento civil pelo divórcio. A redação revogada estabelecia como condição para o divórcio a prévia separação judicial por mais de um ano, nos termos do artigo 1.580, do Código Civil, ou a comprovação da separação de fato por mais de dois anos, conforme parágrafo 2º do mesmo dispositivo legal.
A nova redação do parágrafo 6º do artigo 226 da CF dispõe: O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
A separação não constitui mais condição para a realização do divórcio, porém, permanece no ordenamento jurídico, como opção aos cônjuges que não têm interesse na manutenção da sociedade conjugal, mas que por qualquer razão também não desejam dissolver o vínculo matrimonial pelo divórcio.

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