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Avaliação dos distúrbios do Equilíbrio Ácido-Básico Importância do pH – Atividade catalítica das enzimas; – Estrutura molecular.... – Diagnóstico de doenças (sangue e urina). Ex.: na cetoacidose diabetica o pH é menor que 7,4 (acidose metabólica).... – Obs: não existe um pH fisiológico único...o pH fisiológico depende órgão e sua função... Tampões Solução que evita mudanças bruscas de pH mesmo quando um ácido ou uma base forte são adicionados É composto por um sistema ácido fraco / base conjugada C C Os nosso organismo dispõe de múltiplas linhas de defesa contra sobrecargas ácidas, como o tamponamento extracelular pelo bicarbonato, o tamponamento respiratório pela excreção aumentada de CO2 e o tamponamento ósseo e intracelular, assim como o aumento na excreção renal de hidrogênio. Todas essas medidas têm o objetivo de manter o pH do meio interno em níveis compatíveis com o funcionamento celular e a vida..... Ação rápida Ação lenta Ação imediata Gasometrial arterial A gasometria arterial é um exame invasivo que mede as concentrações de oxigênio, a ventilação e o estado ácido-básico. Gasometrial arterial Quando escolher a gasometria arterial ou a venosa? Quando se está interessado em uma avaliação da performance pulmonar, deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informará a respeito da hematose e permitirá o cálculo do conteúdo de oxigênio que está sendo oferecido aos tecidos. No entanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metabólica, isso pode ser feito através de uma gasometria venosa. Acidemia é definida como uma diminuição do pH sanguíneo (ou aumento da concentração [H+] no sangue) e alcalemia é definida como uma elevação do pH sanguíneo (ou redução da concentração do [H+]). Acidose é o processo que tende a diminuir o pH e alcalose é o processo que tende a aumentar o pH. As alterações do pH extracelular ocorrem quando existe disfunção renal ou respiratória ou quando a quantidade de base ou ácido ultrapassa a sua capacidade de excreção. Mudanças na concentração do [H+] e pH podem ser induzidas por alterações do PCO2 ou do HCO3 -. Anormalidades primárias no PCO2 são chamadas de acidose respiratória (PCO2 alto) e de alcalose respiratória (PCO2 baixo). Anormalidades primárias na concentração de HCO3 - são chamadas de acidose metabólica (HCO3 - baixo) e de alcalose metabólica (HCO3 - alto). A resposta compensatória sempre acompanha a direção do distúrbio primário. Por exemplo, na acidose respiratória (PCO2 alto) ocorre aumento da excreção renal de H+ com aumento do [HCO3 -] plasmático. Acidose metabólica Diminuição de [HCO3 -] Queda de 1,2 mmHg na PCO2 para cada 1 mEq/L de queda no [HCO3 -] HCO3 BAIXO = Acidose Metabólica. HCO3 ALTO = Alcalose Metabólica. pCO2 BAIXO = Alcalose Respiratória. pCO2 ALTO = Acidose Respiratória Valores Normais de uma Gasometria Arterial são: pH: 7,35 a 7,45 PO2 : 80 a 100 mmHg ( avalia as trocas ) PCO2 : 35 a 45 mmHg ( eficácia da Ventilação alveolar) BE: -2 a +2 ( Sinaliza o excesso ou déficit de base no plasma sanguíneo) HCO3: 22 a 28 mEq/L SatO2 >95% pH => Avaliar o pH para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose. PaCO2 => A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade deste gás. Seus valores normais oscilam entre 35 a 45 mmHg. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória. HCO3- => As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos. Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica. Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica. Parâmetro Valores de referência pH 7,35 a 7,45 pO2 (mmHg) 80 a 100 pCO2 (mmHg) 35 a 45 Bicarbonato (mEq/L) 22 a 26 Excesso de base – BE (mEq/L) 0 ± 2,5 Saturação de O2 > 92% .Valores normais da gasometria arterial Alterações do Equilíbrio ácido-básico Condição Causas possíveis acidose respiratória apnéia ou capacidade pulmonar prejudicada, com acúmulo de CO2 nos pulmões. acidose metabólica ingestão de ácido, produção de cetoácidos no diabetes descompensado ou disfunção renal. (Em todas elas, há um acúmulo de H+ não decorrente de um excesso de CO2.) Condição Causas possíveis alcalose respiratória hiperventilação, produzindo diminuição do CO2 no sangue. alcalose metabólica ingestão de álcali (base), vômitos prolongados (perda de HCl) ou desidratação extrema levando a retenção de bicarbonato pelos rins. (O aspecto comum é a perda de H+ não decorrente de uma baixa do CO2 sangüíneo) Em resumo ...... Distúrbio Alteração primária Resposta compensatória Acidose metabólica Diminuição de [HCO3 -] Queda de 1,2 mmHg na PCO2 para cada 1 mEq/L de queda no [HCO3 -] Alcalose metabólica Aumento de [HCO3 -] Aumento de 0,7 mmHg na PCO2 para cada aumento de 1 mEq/L no [HCO3 -] Acidose respiratória aguda Aumento de pCO2 Aumento de 1 mEq/L no [HCO3 -] para cada aumento de 10 mmHg na PCO2 Acidose respiratória crônica Aumento de pCO2 Aumento de 3.5 mEq/L na [HCO3 -] para cada aumento de 10 mmHg na PCO2 Alcalose respiratória aguda Diminuição de pCO2 Redução de 2 mEq/L no [HCO3 -] para cada redução de 10 mmHg na PCO2 Alcalose respiratória crônica Diminuição de pCO2 Redução de 4 mEq/L no [HCO3 -] para cada redução de 10 mmHg na PCO2 Resposta compensatória esperada nos distúrbios simples Algoritmo 1: Abordagem o paciente com distúrbio ácido-básico Algoritmo 2: Abordagem do paciente com acidose metabólica. Acidose metabólicas Ânion gap normal Ânion gap Elevado Tipos de Acidose Metabólica Acidose Metabólica e Conceito de Ânion Gap Para a investigação etiológica da acidose metabólica, é importante o conhecimento de alguns dados laboratoriais como sódio, potássio, cloro, fósforo, albumina, lactato, glicemia e cetoácidos. O primeiro passo é o cálculo do ânion gap (AG). O ânion gap (AG) é estimado a partir da diferença entre as concentrações séricas de cátions (Na+ e K+) e ânions (Cl- e HCO3 -) rotineiramente dosados AG: (Na + K ) – ( Cl- HCO3) Acidoses metabólicas são classificadas de acordo com o AG: 1. Com AG elevado, por acúmulo de ácidos não mensurados (lactato, sulfatos, corpos cetônicos etc.); ou 2. Com AG normal, por perda de bicarbonato ou acúmulo de cloro pelo sistema gastrintestinal . Por causa de sua baixa concentração no meio extracelular, o K+ frequentemente é omitido dos cálculos. Os valores de referência para a maioria dos laboratórios são 12 ± 4 mEq/L (se o K+ é considerado) e 8 ± 4 mEq/L (se o K+ não é considerado). Ânion gap elevado Acidose L-lática; acidose D-lática; insuficiência renal; cetoacidose diabética; cetoacidose alcoólica; intoxicação por metanol (gap osmolar elevado*); intoxicação por etilenoglicol (gap osmolar elevado*); intoxicação por salicilatos Ânion gap normal Causas renais Acidose tubular renal tipo 1 (distal): doenças tubulointersticiais(nefrocalcinose, pielonefrite crônica, rim esponja medular, rejeição do enxerto renal); drogas (anfotericina, analgésicos, ifosfamida); estados hipergamaglobulinêmicos (doença de Sjöegren, crioglobulinemia) Acidose tubular renal tipo 2 (proximal): primária; secundária (drogas, doença de cadeia leve, mieloma múltiplo, doença de Wilson, cistinose, doença de Lowe) Acidose tubular renal tipo 4 (hipo ou hipercalêmica) Causas extrarrenais Diarreia; derivação pancreática externa; ureterossigmoidostomia; síndrome do intestino curto Etiologia da acidose metabólica de acordo com o ânion gap GAP osmolar = osmolalidade medida – osmolalidade calculada (VN < 10 mOsm/kg de H2O). Osmolalidade calculada = 2Na + + glicose/18 + ureia/5,6. Perda de hidrogênio Perda gastrintestinal: remoção de secreção gástrica; vômitos ou sucção nasogástricas*; terapia antiácida; diarreia com perda de cloro. Perda renal: diuréticos de alça ou tiazídicos*; excesso de mineralocorticoide*; hipercalcemia; hipercapnia crônica. Movimento de H+ para o interior das células; hipocalemia* Retenção de bicarbonato Administração de bicarbonato de sódio; transfusão maciça de sangue; síndrome leite-álcali. Alcalose de contração Diuréticos de alça ou tiazídicos; perdas gástricas em pacientes com acloridria; perdas pelo suor nos pacientes com fibrose cística. Causas de alcalose metabólica * Causas mais importantes. Inibição do centro respiratório Aguda: drogas: opioides, anestésicos e sedativos; oxigênio em pacientes com hipercapnia crônica; parada cardíaca; apneia obstrutiva do sono. Crônica: obesidade mórbida (síndrome de Pickwick); lesões do SNC (raro); alcalose metabólica. Alterações na musculatura respiratória e parede torácica Aguda: crise miastênica, paralisia periódica, aminoglicosídios, síndrome de Guillain-Barré, hipocalemia ou hipofosfatemia graves. Crônica: fraqueza muscular: poliomielite, esclerose lateral amiotrófica, mixedema; cifoescoliose; obesidade mórbida. Obstrução de vias aéreas superiores Aguda: aspiração de corpo estranho ou vômitos; apneia obstrutiva do sono; laringoespasmo. Distúrbios das trocas gasosas nos capilares pulmonares Aguda: exarcebação de alguma doença pulmonar de base; SARA; edema agudo pulmonar cardiogênico; asma grave, pneumonia; pneumotórax e hemotórax. Crônica: doença pulmonar obstrutiva: enfisema, bronquite; obesidade mórbida. Ventilação mecânica Ocorre quando a taxa de ventilação alveolar efetiva está reduzida. Exemplo: ventilação fixa, com produção de CO2 aumentada – uso de bicarbonato de sódio em acidose lática durante ressuscitação cardiopulmonar. Causas de acidose respiratória aguda e crônica Hipoxemia Doenças pulmonares: pneumonia, fibrose intersticial, embolia e edema; insuficiência cardíaca congestiva; hipotensão ou anemia grave; altas altitudes. Doenças pulmonares Além da hipoxemia, existem receptores mecânicos que estimulam o centro respiratório através do nervo vago. Estimulação direta do centro respiratório Hiperventilação voluntária ou psicogênica; insuficiência hepática; septicemia por Gram- negativos; intoxicação por salicilatos; gravidez e fase luteínica do ciclo menstrual (progesterona); distúrbios neurológicos, AVC, tumores pontinos. Ventilação mecânica A alcalose respiratória pode ser revertida aumentando o espaço morto, reduzindo o volume corrente ou a frequência respiratória. Causas de alcalose respiratória ACHADOS CLÍNICOS A história e o exame físico são fundamentais para a suspeita clínica e para a realização do diagnóstico etiológico do distúrbio ácido-básico. Deve-se atentar para os seguintes dados durante a avaliação: • antecedentes de DM, IRC, tabagismo, DPOC, ...etc • observar o padrão respiratório do paciente (a taquipneia pode ser um sinal de compensação de acidose metabólica – respiração de Kussmaul); • avaliar nível de consciência ..... • avaliar presença de situações que podem levar à hipovolemia, como diarreia, sangramentos, sudorese excessiva, hiperglicemia com diurese osmótica, febre, uso excessivo de diuréticos; EXAMES COMPLEMENTARES A gasometria arterial é o exame mais importante para o diagnóstico do distúrbio ácido- básico . Diante de um distúrbio ácido-básico, são exames úteis para o diagnóstico etiológico: • função renal; • sódio, potássio e cloro; • fósforo e albumina; • lactato arterial; • glicemia; • cetoácidos (urina e/ou sangue); • em algumas circunstâncias: perfil toxicológico; • radiografia de tórax e ECG A-EXEMPLOS: pH: 7,4 PO2 : 90 mmHg PCO2 : 40 mmHg BE: -2,0 HCO3: 24 mEq/L SatO2 >92% pH NORMAL GASOMETRIA NORMAL B-EXEMPLOS: pH: 7,21 PO2 : 90 mmHg PCO2 : 26 mmHg BE: -3 HCO3: 15 mEq/L SatO2 >95% Distúrbio Alteração primária Resposta compensatória Acidose metabólica Diminuição de [HCO3 -] Queda de 1,2 mmHg na PCO2 para cada 1 mEq/L de queda no [HCO3 -] C-EXEMPLOS: pH: 7,14 PO2 : 80 mmHg PCO2 : 65 mmHg BE: -1 HCO3: 30 mEq/L SatO2 >89% Acidose respiratória aguda Aumento de pCO2 Aumento de 1 mEq/L no [HCO3 -] para cada aumento de 10 mmHg na PCO2 D-EXEMPLOS: pH: 7,56 PO2 : 86 mmHg PCO2 : 53.4 mmHg BE: -1 HCO3: 38 mEq/L SatO2 >95% Alcalose metabólica Aumento de [HCO3 -] Aumento de 0,7 mmHg na PCO2 para cada aumento de 1 mEq/L no [HCO3 -] E-EXEMPLOS: pH: 7,59 PO2 : 135 mmHg PCO2 : 20 mmHg BE: -1 HCO3: 19 mEq/L SatO2 >99% Alcalose respiratória aguda Diminuição de pCO2 Redução de 2 mEq/L no [HCO3 -] para cada redução de 10 mmHg na PCO2
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