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DIREITO CIVIL III GUSTAVO LUIS CHAGAS 2ª AULA / 2º BIMESTRE / 21/09/2016 ANGLA BOÁS Vícios Redibitórios Se é um contrato bilateral uni e simples não há o que se falar em vício redibitório. ● Quando é cabível vício redibitório? São cabíveis no contrato comutativo ● Quando são incabíveis vícios redibitório? Nos contratos aleatórios Obs.: Parágrafo único: “são aplicáveis as disposições deste artigo as doações onerosas”“são aplicáveis as disposições deste artigo as doações onerosas” São questões das doações bilaterais. Agora ele trata, quando ele fala DOAÇÕES ONEROSAS, está se referido DOAÇÕES BILATERAIS, DOAÇÕES COM ENCARGOS. Se é uma doação com encargo é uma doação bilateral. Se ela é bilateral, ela cai onde todo contrato comutativo é também bilateral, então ele autoriza eu alegar vício redibitório se for uma DOAÇÃO COM ENCARGO. Quando ele coloca o termo oneroso, ele está se referindo ao encargo que por via de consequência gera ônus, mas ônus em sentindo amplo para o adquirente ou donatário, por exemplo. Porque? Porque se ele vai ter que cumprir com a obrigação para que o contrato possa ter eficácia nesse caso. Ele vai cumprir o encargo para que o contrato possa ter eficácia. Gerará ônus para o adquirente ou donatário, ainda que seja da força de trabalho dele em executar alguma coisa, tens aqui o que seria o ônus. Mas o que se está dizendo é que as doações com encargo, no sentido de doação com encargos. Doação é doação! Se é onerosa ela já se exclui automaticamente do conceito de contrato benéfico. OBS.: As doações onerosas são entendidas como as doações com encargo. Cabíveis nos contratos comutativos, não sendo possível nos contratos aleatórios e nas doações com encargos, pois aqui elas passam a ser bilaterais. REQUISITOS: 1º REQUISITO: O defeito deve oculto1º REQUISITO: O defeito deve oculto.. O defeito aparente não da margem aqui, apenas no Código do Consumidor Ex1.: Comprei um carro com farol quebrado. Mas eu não vi! É defeito oculto? Não! A pessoa que é cega, lerda. Farol quebrado não vai ser defeito oculto nem aqui e nem na China Ex2.: O amortecedor tá empenado Aqui sim é um defeito oculto! Pois ninguém é obrigado a saber se o amortecedor tá empenado ou não. Ex3.: O motor está com uma peça lá dentro quebrada. Eu não obrigado a saber de uma peça que está lá dentro do motor Ex4.: Um pneu furado. Ninguém compra um carro com um pneu furado, tá careca Pneu carente não é motivo para caracterização de Vício redibitório, pois não é um defeito oculto, apenas vai diminuir o valor da coisa, mas não é oculto, logo não podemos caracterizá-lo como vício redibitório para efeito do Código Civil. O DEFEITO TEM QUE SER OCULTO 2º REQUITO: O defeito tem que ser grave O defeito grave se caracteriza de duas formas: 1. Tornam a coisa imprópria ao fim a que se destina. Quando a coisa tem uma determinada finalidade e o vício impede que ele alcance essa finalidade. Ex1.: Comprei um celular, e esse celular está funcionando normal, mas eu quero bater com celular na cabeça do cara para quebrar a cabeça dele, daí eu quebro o celular na cabeça do cara, meu celular quebra e a cabeça da pessoa não acontece nada. Eu vou dizer: “esse celular não presta”, pois eu bati com ele na cabeça de alguém e ele quebrou todinho. A finalidade do celular é pra bater na cabeça de alguém? Não! E não tornou a coisa imprópria ao fim a que ela se destina, logo, eu não vu caracterizar vício redibitório. Ex2.: O indivíduo comprou um carro para desmanchar e vender as peças. Mas o carro tinha um defeito, o carro não funcionava. O defeito só impediu que o carro ligasse. Qual o problema? Vai andar no carro? Não! Para que queres o carro? Para desmontar. Então não se pode alegar vício redibitório neste caso, pois o defeito não é considerado grave. Se o carro fosse para andar, aí sim o defeito seria considerado grave. Aqui eu quero o carro apenas para desmanche e vender as peças, não faz diferença ter um caro que não tem freio, que não liga, pois só quero vender as peças. Neste caso o defeito ainda que seja oculto, não é grave. Porque não é grave, por não tornar a coisa impropria para o fim a que se destina, uma das hipóteses de caracterização de defeito grave. Ex3.: Comprei um carro para andar e o carro não tem freio Aqui sim o defeito é grave Ex4.: Comprei um carro para desmanchar e o carro não tem freio. Aqui não é defeito grave. Não torna a coisa imprópria ao fim a que se destina. A mesma coisa se aplica a animais: Ex1.: Quero comprar um animal para abate, mas a vaca veio com problema no coração, o coração está cheio de gordura. Mas se é para abate não torna a coisa impropria para o fim a que se destina. Então esse vício, em que prese é um vício oculto, mas é um vício que não é grave. Ex2.: Se a vaca é para reproduzir. Nesse caso, o defeito do coração é considerado grave, pois ela não vai viver muito tempo e procriar. Tornando a coisa impropria ao fim que ela está destinada. Para que seja grave uma das possibilidades é que torne a coisa grave ao fim a que ela se destina, para caracterizar o defeito como grave. 2. Diminuir consideravelmente o valor Já estudamos que a lógica dos contratos é que o objetivo é sempre a busca da manutenção dos contratos. Quando a lei fala em diminuição do valor, é que colocamos a palavra “consideravelmente”, e qual a % representa essa palavra? Não se sabe por tratar-se de uma cláusula aberta, indeterminada juridicamente. Ex1.: Vamos imaginar que comprei um notebook, depois percebo que uma tecla eu preciso pressionar mais de uma vez para funcionar, o problema é uma borracha que está menor 1mm do que deve. É um defeito oculto? Sim! É um defeito grave? Veremos Está tornando a coisa imprópria ao fim a que destina? Não! Tem dificuldade, mas não esta impropria. Está diminuindo valor? Pela lei, sim! Eu posso alegar vício redibitório para desfazer esse negócio? Não, pois meu objetivo é preservar os efeitos dos contratos. O vício aqui é em menor relevância, não impediu a utilização da coisa. Ex2.: Notebook não ligar É um vício grave Torna a coisa impropria ao fim a que se destina E diminui consideravelmente o valor. OBS.: Seria razoável desfazer um negócio devido uma peça que custa R$5? Mas então a pessoa ficará no prejuízo? Não! Aqui tem duas opções: 1. Desfazer o negócio propondo ação redibitória: Consiste em desfazer a coisa e receber o dinheiro de volta. 2. Propor, a escolha dele ação estimatória ou quanti minores: consiste na busca do abatimento proporcional ao preço. Quando eu digo que um defeito não diminui consideravelmente o valor eu não estou dizendo que não se caracteriza um vício redibitório, mas não se caracteriza um vício redibitório na sua plenitude. Porque? Porque quando um vício redibitório esta caracterizado de maneira plena, eu tenho duas opções: DESFAZER A COISA OU ABATIMENTO NO PREÇO. No exemplo acima eu não vou poder desfazer o negócio, em que pese eu caracterizar um vício redibitório, mas como a diminuição do valor não foi considerável eu vou ter apenas uma opção: PEDIR ABATIMENTO NO PREÇO OBS.: Não estou dizendo que quando o defeito é pequeno, quem compra fica no prejuízo. Negativo! Estou dizendo que para caracterizar o objetivo do que a lei quer, ele só vai ter uma opção, ao invés das duas que é característico do vício redibitório. Então os R$5 citado acima ela vai poder cobrar do alienante, de quem vendeu pra ela. Isso porque a coisa apareceu de um vício oculto que diminuiu consideravelmente o valor? Foi uma diminuição, mas não foi considerável. EU POSSO SOLICITAR O DESFAZIMENTO DO NEGÓCIO SOMENTE QUANDO ESSE DEFEITO TIVER UMA CERTA RELEVANCIA NO NEGÓCIO. DEFEITO CONSIDERÁVEL, DO CONTRARIO, SÓ PODEREI PEDIR ABATIMENTO DO PREÇO. 3º REQUISITO: O defeito tem que tersido gerado anteriormente à aquisição Não interessa se o defeito foi na hora de fabricar que o cara não apertou o parafuso direito, se foi no transporte, no acondicionamento. O que interessa é que na hora da compra o defeito esteja lá. Isso é Vício Redibitório, o fato gerador do defeito é anterior. Mas se o fato gerador do defeito é posterior a compra, presume-se que até a hora que eu comprei o defeito não existia, depois que comprei eu guardei e transportei de forma errada. Se o defeito for posterior a alienação, não é vício redibitório, pois a responsabilidade é do adquirente. NÃO CONFUNDIR: FATO GERADOR ANTERIOR E POSTEIOR COM MANIFESTAÇÃO DO DEFEITO Manifestação posterior: o defeito está lá e só aparece depois. É diferente de não está lá e ser criado; gerado e se manifestar depois. O que interessa aqui é quando comprei ela já estava lá escondido. Como prova? Manda fazer perícia. Se foi gerado do momento em que eu compro para trás é vício redibitório Se foi gerado do momento em que compro para frente não é vício redibitório, pois a responsabilidade já é do comprador. Defeito tem que fato gerado anterior à aquisição. Vício e erro Vício redibitório o defeito é na coisa Erro: o defeito é na vontade Ex1.: (Erro) eu penso que o pincel risca azul e na verdade ele risca preto. Eu penso, isso é erro a coisa nunca foi fabricada para riscar azul, e sim preto, mas eu pensei que fosse azul-escuro, o erro porque eu imaginei uma realidade sobre a coisa que não existe. A coisa é perfeita e a minha vontade, perspectiva sobre a coisa que é imperfeita. Vício redibitório: defeito na coisa Ex1.: eu compro pincel sabendo que o pincel é preto e risca preto e não tenho nenhuma dúvida do que eu quero e na hora de riscar o pincel não funciona direito. Agora eu tenho um vício redibitório, pois o defeito é na coisa, sobre a coisa. A vontade é perfeita e a coisa é imperfeita. As ações redibitórias são o desfazimento do negócio As ações quanti minores é para solicitar abatimento no preço ART. 442 CC: “Invés de rejeitar a coisa, redibindo contrato, pode o adquirente pedir abatimento no preço” RESPONSABILIDADE DO ALIENANTE Aqui tem duas situações Aqui a relação se dá entre pares É diferente da relação do Código do Consumidor que é desequilibrado, que existe um mais forte que o outro. Na responsabilidade civil, a relação presume-se em pé de igualdade Ex.: Eu, Gustavo quero vender meu notebook, mas nunca prestei atenção naquela tela e não entendo nada de notebook. E aquela tecla só funciona quando aperto duas vezes. E vilson notou que a tecla não funciona direito. E Vílson fica aborrecido, vai até Gustavo e este manda ele arrumar a tecla que ele paga, mas Vilson fala que deseja devolver. Mas Gustavo vai dizer que não é defeito considerável a ponto de querer desfazer o negócio de R$2.000 devido uma borrachinha de R$5 e Gustavo dá o dinheiro para arrumar o problema, e Vilson diz que teve a chateação, mas Gustavo, neste caso, tem a obrigação de devolver o que foi pago. Ex2.: Se for um defeito grave, e Vilson não quer mais o notebook, está com problema na placa e não funciona direito e Vilson não quer mais e fala: e a chateação que tive. Gustavo diz para ele ficar com ela. Porque, com base em que? Com base no disposto no Artigo 443 do CC : “se o alienante conhecia o defeito da coisa restituirá com perdas e danos, se não conhecia, não somente restituirá o valor recebido e mais despesas de contratos.” A diferença com relação a responsabilidade do alienante é se ele sabia ou não sabia. Se estava de boa fé ou de má-fé. OBS.: Se eu lhe vendo meu notebook e não tinha identificado o problema até o dia da venda. Eu não tenho obrigação de identificar esse defeito. Estava de boa fé. E só devolve a coisa, recebeo dinheiro de volta e mais despesas do contrato. OBS.: Se o vendedor sabia do defeito ele é obrigado a devolver a coisa, as despesas e mais as perdas e danos. Porque presume-se à má-fé do alienante. Se ficar comprovado o dano moral, lucro cessante o vendedor tem que pagar também. PRAZOS (Artigo 445 CC) “o adquirente decai do direito de obter a restituição, abatimento no preço no prazo de 30 dias se a coisa for móvel e 1 ano se for imóvel contados da entrega efetiva, se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação reduzido pela metade.” ATENÇÃO!: O aquirente decai do direito de obter a redibição, é um prazo decadencial e não prescricional PRAZO DECADÊNCIA: Perda do direito material. Perda do crédito, do próprio direito. Ex.: A pessoa tinha um crédito comigo, poderia reclamar por vício redibitório, perdas e danos e no entanto, ele não fez isso a tempo. Ele perdeu o direito todo. Então as despesas do contratos, perdas e danos e todos direitos que ele tinha, evaporou-se, ele não vai poder entrar na justiça porque ele não tem o direito chamado direito __________que é o direito material. Se passar de 30 dias não posso mais cobrar, mesmo que a outra pessoa passe a ser meu credor daqui um tempo, não vai poder existir a compensação. PRAZO PRESCRICIONAL: Perda do direito de acionar o Estado. Perda do direito de ação Ex.: Depois de 30 dias se a coisa for móvel eu não posso mais acionar o Estado, mas ele vai continuar com o crédito comigo de devolução da coisa. Em um dado momento, eu posso a ser credor da pessoa que eu estou devendo. E eu vou cobrar os R$2.000 e quando chega lá na ação que eu to cobrando ele e diz: “eu tenho um crédito de R$2.000 com ele, agora vamos compensar!” Pode ter a compensação? Sim! Pois aqui o prazo foi prescricional. OBS.: Os prazos são decadências e não prescricionais! Perdeu! Perdeu! Perdeu o próprio direito Contagem de Prazos para alegar vícios redibitórios Coisa móvel: Contagem: 30 dias contados da entrega efetiva para bens móveis. 01 ano contados da entrega efetiva para bens imóveis. Se já em posse: o prazo conta-se da alienação reduzido a metade Reduz o prazo: 15 dias para móveis (Ex.: aluguel um carro a um mês e agora quero comprar ele, o prazo se conta do momento que compro e mais 15 dias para alegar vício redibitório.) 6 meses para imóveis (Ex.: Já era locatário da casa a um ano, não há que se fala em prazos contados da entrega que já ocorreu há um ano.) Regra geral para o chamado vício oculto aparente O que é o vício oculto aparente: é um defeito que está na coisa e que não tenho como identificar no momento em que compro, mas é algo, o tipo de defeito que ele vai ser identificado logo em seguida. (Ex.: se eu compro um celular não dá pra identificar se a placa de wifi está com defeito, mas é o tipo de defeito que vai se identificar logo em seguida.) É oculto porque não posso identificar na hora que comprei, mas é um oculto de fácil constatação depois. Porque ele vai se manifestar logo em seguida que começo usar. (Ex.: comprei um carro e quando atingiu determinada velocidade o carro apagou) Mas eu não tenho identificar na hora que compro, mas vou poder identificar logo em seguida que ele apagar e que não é por gasolina. Vício aparente: é algo que não tenho como identificar na hora que compro, mas que vai se mostrar logo em seguida, não tem como se esconder por muito porque vou começar a usar e ele vai se apresentar/manifestar (ARTIGO 444 CC) “a responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário se perecer por vício oculto já existente ao tempo da tradição”(Fala do fato gerador anterior) ARTIGO 445 §1º: “QUANDO O VÍCIO POR SUA NATUREZA SO PUDER SER CONHECIDO MAIS TARDE, O PRAZO CONTAR-SE-À DO MOMENTO EM QUE DELE TIVER CIÊNCIA ATÉ O PRAZO MÁXIMO DE 180 DIAS EM SE TRATANDO DE BENS MÓVEIS E 1 ANO PARA BENS IMÓVEIS.” Ex.: O cara comprou um carro dia 01 de junho de 2016 Descobriu o defeito dia 01 de outubro de 2016 PERGUNTA-SE: Até vai o prazo para alegar vício redibitório neste caso? SÓ PODERÁ ALEGAR ATÉ DEZEMBROOBS1.: O PRAZO É MÁXIMO QUE A LEI DÁ DE 180 DIAS OBS2.: POR ISSO, O PRAZO DE 30 DIAS SERÁ EXERCIDO DENTRO PRAZO MÁXIMO DE 180 DIAS. POSSO INTERPRETAR DE DUAS FORMAS: 1- Eu tenho até o 180 dias para +30 dias 2- ou eu tenho até o 180 dias e a partir do 150 dias eu vou perdendo dos meus 30 dias. (150+30=180. Mas se eu descubro com 170 dias eu tenho mais 10 dias) Como ocorre a interpretação? Depende, o que for mais conveniente para mim. OBS.: Se eu descubro um vício mais tarde, com 170 dias é melhor eu dizer 170+30 dias OBS.: Se eu descubro um vício mais cedo, com 100 dias é melhor interpretar 100 +30 dias, meu prazo total será de 130 dias, eu vou perder 50 dias. EXEMPLO: 180 dias é o limite máximo da alienação, vou exercer meus 30 dias desde que ele esse defeito se manifeste no prazo máximo de 180 dias. UMAS DAS MANEIRAS DE INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AQUELE QUE DESCOBRE O DEFEITO MAIS TARDE, QUEM DESCOBRE O DEFEITO COM MAIS DE 150 DIAS SE FAVORECE COM SEGUINTE INTERPRETAÇÃO: Você tem até 180 dias para exercer seus 30 dias. Se você descobre com 160 dias tem mais 30 dias e já está ganhando porque computa 190 dias. Por esta maneira de interpretar você tem até 180 dias para exercer seus 30 dias. Se descobriu com 180 dias você terá mais 30 dias, ou seja, no total você terá 210 dias de prazo. É melhor para quem descobre tardiamente o defeito usar esta forma de interpretar. (Quando descobre você tem mais 30 dias) A OUTRA FORMA DE INTERPRETAR: TENS ATÉ 180 DIAS NO MÁXIMO. Ou seja, se descobrir com 150 dias tem mais 30 dias. Se descobrir com 170 dias, só tem mais 10 dias. Se descobrir com 180 dias só tem esse dia. Com 181 dias já era, não tem mais como reclamar. Descobrir mais tarde é pior. Qual problema de descobrir cedo? (Ex.: com 10 dias, na descoberta só tem mais 30 dias. Só terá um total de 40 dias). Vai depender de como você vai advogar. O limite de 180 dias é o máximo. Pode ser interpretado de duas formas: Eu tenho até 180 dias para descobrir e exercer meu prazo de 30 dias ou eu tenho até 180 dias máximos dentro do qual já está meu prazo de 30 dias e eu não posso extrapolar. VAI DEPENDER DA CONVIÊNCIA DE QUEM VAI INTERPRETAR. DE COMO O JUIZ VAI ENTENDER. A PARTIR DA CIÊNCIA +30DIAS Este vício do Artigo 445 §1º é o chamado vício oculto/oculto O que é o vício oculto/oculto? É aquele vício que por sua natureza não tinha como ser identificado na hora que comprei e também não ia ser identificado logo em seguida, ele só vai ser identificado com o passar do tempo, desde que esse tempo não ultrapassar 180 dias, pois se o passar do tempo ultrapassar 180 dias já era. Ex.: o carro tem uma peça defeituosa, a peça era pra ser reta e está torna, mas essa peça não vai fazer diferença porque tem outra dando suporte a ela, somente quando está desgastar e a outra precisar ser acionada é que vai aparecer o problema, com 5 meses de uso. (Este vício é um vício oculto/oculto) Não tinha como identificar na hora que comprei e tampouco ele se manifestou logo em seguida, pela natureza dele ele só se manifestaria com a utilização da coisa. Vício oculto/oculto: Não pude identificar na hora que comprei. E ele também não se manifestou logo Precisou de um tempo para se manifestar. Qual esse tempo máximo? Da ciência até o prazo máximo de 180 dias. Contagem de Prazos para alegar vícios redibitórios Coisa imóvel: prazo máximo de 01 ano prazo de 01 ano A lógica é exatamente a mesma. Ex.: 01 de janeiro 2016 até 01 de janeiro de 2017.(vício oculto/oculto) Há quem entenda que tu tens até 01 ano para exercer teu prazo de 01 ano. Tens que se descobrir até 01 de junho de 2017 para poder ter mais um de garantia. Se descobre mais tarde essa maneira de interpretar é melhor. Teu 01 ano de garantia ele vai sendo consumido a maneira que vai passando aqui, se tu consumiu janeiro, então fevereiro já correu, e já consumiu do segundo ano 1mês, passou março; consumiu mais outro 2meses do teu segundo ano. Consumindo um mês no primeiro ano, elimina um mês no segundo ano. De modo, que quando se descobre em dezembro de 2016, terá apenas mais um mês do meu segundo ano, pois desconta tudo que consume de prazo no 01 ano vem descontando no 2ºano A outra forma de interpretar: Tenho até o final do 01 ano para exercer meu 2º ano. Se descobre mais tarde é melhor este. Ex.: Se meu defeito se manifestou com 01 mês eu tenho mais um ano Veja bem: 1ª Forma de interpretar: Vantagens: descobrir tarde, tenho mais um ano a partir do momento em que descubro (Ex.: se eu descobrir no último dia do meu 1º ano eu tenho mais 1 ano), devido descobrir tarde. Desvantagens: descobrir cedo (Ex.: eu descobrir em fevereiro, eu tenho mais 1 ano que acaba em fevereiro do 2º, eu perco 10 meses do 2ºano) 2ª Forma de interpretar: cada ano do meu 1º ano eu consumo 1 ano dali. (Ex.: eu descobrir em Fevereiro, eu só perdi 1mês do meu 1º ano eu só vou consumir 1mês do meu 2º). Tudo que for consumido no 1ºano será espelho do 2º ano(espelho/reflexo), um vai e outro vem. (Artigo 446 CC) “não correrão os prazos do artigo antecedente (445), na constância dos contratos com cláusula de garantia, mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos 30dias seguintes ao descobrimento, sob pena de decair” O que é cláusula de garantia? É quando as partes contratam uma garantia. (Ex.: quando a individuo diz: eu te dou 1 ano de garantia, ele quem está dando, independente da garantia que ele está dando, depois que passar esse ano que ele te deu é que começa a contar a garantia legal) Cláusula de garantia é aquela garantia que a parte te dá, e só dar se ela quiser. Se ela não der, não tem problema, pois eu tenho a garantia que a lei me dá. Quando existir cláusula de garantia: ele está dando mais 1 ano e independente deste, ainda tem mais o prazo legal que começa a contar a partir do momento que terminar a garantia que o vendedor me deu. (Ex.: se ganhei uma garantia do vendedor de 1 ano para um bem móvel, depois que terminar esta garantia é que começa a contar meu prazo de 30 dias da garantia legal), mesma coisa para bens imóveis. No Código do Consumidor, por exemplo são 90 dias para bens duráveis. E o que acontece: (Ex.: o vendedor diz que está dando 1 ano de garantia incluindo a legal, então eu só estou ganhando do vendedor 9meses e não um ano, pois ele não pode me dar o que já tenho lei.) Quando são garantias convencionadas em contratos, os prazos legais ficam aguardando acabar a garantia que se deu em contrato e só então começar a contar a garantia legal. O código civil fala de coisas o código do consumidor fala de bens móveis, imóveis, serviços e não se limita a coisas. Então tudo está sujeito a caracterização de vícios no Código de defesa do Consumidor. Bem mais abrangente. Diferenças entre CC e CDC: No Código Civil: defeito oculto O que eu posso? Desfazer o contrato ou pedir abatimento Prazos: Móveis e imóveis No Código do consumidor: defeito oculto, defeito aparente(fácil constatação), até a desconformidade que está no conteúdo/rótulo é vício no CDC. Rol abrangente O que eu posso? Desfazer o contrato, pedir abatimento, substituir a coisa(Ex.: pedir outro carro) ou pedir a reparação. (Pode: devolver, abater, substituir ou reparar/corrigir) Prazos: Duráveis(90 dias) e não duráveis(30 dias) Angla Boás São Luis - MA
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