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Aula 9 Ampliando o Olhar

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Aula 9: Ampliando o Olhar
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Definir o conceito de império de acordo com a especificidade das sociedades estudadas; 
2. reconhecer as diferenças entre a modernidade no Ocidente e no Oriente; 
3. identificar os principais pontos de confluência na história moderna nos diversos países fora do eixo da Europa Ocidental. 
Desde o início desta disciplina, temos falado sobre a idade moderna, nos concentrando nas transformações ocorridas na Europa. Isso acontece porque possuímos, inegavelmente, uma visão antropocêntrica de mundo. 
Assim, grande parte dos estudos e pesquisas que foram produzidos, durante bastante tempo, valorizam o olhar europeu, em detrimento dos outros países. 
Mas a modernidade não ocorre somente na Europa, ela atinge também outros países fora do eixo Inglaterra – França e Península Ibérica. 
A própria colonização da América pelos países europeus facilitou o trânsito de ideias entre estes dois continentes, deixando o resto um pouco de fora. 
*Outra dificuldade que ocorre ao estudarmos a modernidade em países como a China é que, neste caso, a China se manteve fechada ao Ocidente durante décadas, o que dificultou o acesso às fontes e, portanto, a elaboração de pesquisas. 
*Em, 1949, quando a China vive a Revolução comunista, ela se isola do resto do mundo, em uma postura que durou um longo tempo. Logo, só muito recentemente é que conseguimos nos dedicar com mais profundidade a história deste país. 
Esse mundo é o tema da nossa aula. Veremos então como a modernidade ocorre em três casos: 
• o Sacro Império Romano Germânico,  
• a Rússia,
• a China. 
Antes de mais nada, vamos começar com a ideia de império.
Alguns historiadores defendem que a ideia de império permanece presente nos diversos reinos, mesmo durante a fragmentação medieval. Ela seria uma das heranças da antiguidade presente no medievo.
Isso ocorre porque o Império Romano, mesmo depois de sua extinção, era o símbolo de civilização e traduzia a própria ideia de mundo ocidental. Imperadores como Carlos Magno, no século VIII traduzem perfeitamente a ideia de Império. Na formação do império carolíngio, há muito da herança da estrutura imperial herdada da antiguidade.
Segundo Teixeira: 
“ (...) a história moderna do Ocidente  entre o fim do império romano e Napoleão – seria, em síntese, a busca da reconstrução da unidade fundante do império.” (TEIXEIRA, Francisco Carlos; MUNHOZ, Sidney; CABRAL, Ricardo. Os impérios na história. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 137.
A trajetória do Sacro Império Romano Germânico ilustra bem esta afirmação. Sua história começa justamente com Carlos Magno e o Império Carolíngio. Falamos dele quando estudamos as relações de suserania e vassalagem, lembra-se?
No século VIII, Carlos Magno, governante do reino franco, anexou os territórios da península Itálica. Esse foi só o começo e o rei expandiu seu território até tornar o Reino Franco um dos maiores e mais poderosos de sua época.
No mapa, podemos ver os limites do império Carolíngio e a expansão promovida por Carlos Magno que o estendeu até os limites da Europa Ocidental.
As conquistas de Carlos Magno chamaram a atenção da Igreja Católica. Que fique claro, estamos falando do período anterior à reforma,  o que fez o papa Leão III a colocar-se sobre sua proteção. O desejo do papa era ampliar a fé e o poderio católico, amparado na expansão territorial dos francos. 
No ano 800, no dia de Natal, o papa coroou Carlos Magno como sagrado imperador em Roma. Este ato é extremamente simbólico e repleto de significado.  
O Natal é a festa máxima da cristandade e significa o nascimento de Cristo. 
A coroação nesta data mostra um outro nascimento, o de um imperador. É, portanto, de um império. Ter sido em Roma, centro do Império Romano, remete ao apoio da Igreja e, portanto, de Deus.  Segundo Arruda, ao ser coroado, o papa proferiu a benção: “A Carlos Augusto, coroado por Deus, grande e pacífico imperador dos romanos, vida e vitória.” 
(ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a história. São Paulo: Ática, 1999. p. 103.)
Percebemos, neste caso, que o império romano permanece vivo como herança imaterial das sociedades deste período. 
 poder e a estabilidade proporcionados pelo império de Carlos Magno permitiu o desenvolvido da região sob seu domínio, mas a unidade do império não sobreviveu ao imperador. 
Quando ele morre, seu filho Luís, herda o trono. Como era filho único, não houve disputas pelo poder, mas Luís tinha três filhos e após sua morte, o enorme império construído nas gerações anteriores foi dividido em três reinos: França Oriental, França Ocidental e França Central. 
ça católica firmada no período carolíngio será fundamental na formação e na consolidação do sacro império. 
No século X, os duques germânicos fundam o Reino Germânico e elegem Henrique I, do reino da Saxônia, como seu rei. 
Mas foi o filho de Henrique, Oto I, quem o transformou em um grande império. Oto foi coroado imperador pelo papa João XII e, mais uma vez, nascia um imperador e o império, o Sacro Império Romano Germânico
O sacro império nasceu como uma potência. 
Vejamos sua extensão territorial:
A história do império russo também se confunde com a história religiosa. Neste caso, da Igreja Ortodoxa. Mas vamos voltar um pouco para entendermos a formação deste império. 
A região do império russo, muito antes de se organizar como uma estrutura imperial, foi invadida pelos povos bárbaros, em especial os mongóis e, mais tarde, os tártaros. 
A Rússia estava então dividida em principados e os príncipes russos pagavam tributos aos bárbaros. Esse período é conhecido como domínio tártaro-mongol.
Além disso, os príncipes, de certa forma, beneficiam-se da presença bárbara, pois seus exércitos reprimem invasores estrangeiros. Os bárbaros foram extremamente tolerantes no que se relacionava à prática religiosa, neste caso, a Igreja Ortodoxa Cristã. 
O principal centro da fé ortodoxa era Constantinopla, mas com sua queda e a tomada pelos turcos otomanos, a fé russa tornou-se um fator agregador. É interessante percebermos como um mesmo evento – neste caso, a tomada de Constantinopla, provocou reações diferentes nas regiões europeias. Se na Europa Ocidental preponderou a questão econômica que levaria à expansão marítima, na Rússia preponderou o aspecto espiritual, a partir do momento em que esta se viu como guardiã da fé ortodoxa.
A partir do século XIV, os russos começam a se reunir e procuram expulsar os invasores bárbaros, após séculos de dominação. A religião nesse caso funciona como um motor, proporcionando uma identidade entre etnias muito diversas.
O Estado de Moscou conhece sua origem no século XIV, ainda sob o domínio dos tártaros, mas se desenvolve e se expande nos dois séculos seguintes. Moscou era um ponto estratégico e privilegiado, pois ficava no cruzamento de diversas rotas comerciais. A presença bárbara deixou uma forte herança que se fez sentir também do ponto de vista administrativo. Os príncipes russos impunham o terror e praticavam uma extensa cobrança de impostos que enriquecia e favorecia o estado em expansão. 
Quer saber mais sobre as Expansão do Império Russo? Clique no ícone de PDF.
No século III a. C, a China era dividida em reinos, a exemplo da Europa medieval, mas já no século seguinte foi unificada por Qin Shihuang. 
O imperador começou a centralizar o poder e estabeleceu uma nova administração, padronizando, por exemplo, a escrita e a moeda. Estabeleceu também uma espécie de censura, queimando todos os livros que não fossem considerados clássicos. 
De acordo com Carvalho, “o soberano prudente não tolera a existência do mínimo escrito: no seu estado, a lei constitui a única doutrina; está fora de questão preservar o ensinamento dos antigos soberanos, os quadros do estado serão os únicos mentores do povo”.
(CARVALHO, João Gilberto S. O império Ming ou o tempo dos dragões. In: TEIXEIRA, FranciscoCarlos; MUNHOZ, Sidney; CABRAL, Ricardo. Os impérios na história. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p. 160.).
Como podemos notar, o autoritarismo que hoje associamos ao estado chinês também não é nada novo na sua história. Apesar da cobrança de impostos, o primeiro império passou por crises econômicas, mas estas não abalaram o desejo de grandeza e imortalidade do imperador. Na década de 70, por acaso, como quase sempre acontece, foram descobertas aproximadamente oito mil estátuas, na cidade de Xian. O exército de Terracota tinha um objetivo: guardar o túmulo do imperador. 
Cada uma das figuras é única, em vestuário, traços faciais e armamentos. Para além de ser uma obra de valor histórico incalculável, este exército demonstra engenhosidade e técnica na sua confecção, o que nos permite um vislumbre dos primeiros momentos da China imperial. 
A chamada dinastia Qin iniciou a construção de um dos mais famosos monumentos do mundo, a muralha da China. É comum, ao citarmos esta muralha, lembrarmos que ela é a única construção feita pelo homem que pode ser vista da Lua. Seus idealizadores talvez nao soubessem, mas, além de estar erigindo uma barreira que duraria séculos, ela se tornaria um símbolo da China mesmo no espaço. 
Como podemos notar, o autoritarismo que hoje associamos ao estado chinês também não é nada novo na sua história. Apesar da cobrança de impostos, o primeiro império passou por crises econômicas, mas estas não abalaram o desejo de grandeza e imortalidade do imperador. Na década de 70, por acaso, como quase sempre acontece, foram descobertas aproximadamente oito mil estátuas, na cidade de Xian. O exército de Terracota tinha um objetivo: guardar o túmulo do imperador. 
O objetivo da Muralha era repelir invasores, mas este objetivo não foi plenamente alçançado. Nem tampouco a centralização inicial de poder iniciada por Qin. No século XIII, como ocorre antes na Europa, a China foi invadida pelos mongóis, sob o comando de Genghis Khan. Se ao falarmos da presença mongol e tártara na Rússia podemos vislumbrar uma aliança e até alguns benefícios, o mesmo não ocorre durante a ocupação chinesa. Os mongóis ficaram conhecidos por sua violência e ferocidade, saqueando cidades e diziamando parte da população local. Entretanto, foi o impulso conquistador e expansionista de Genghis Khan que deu a China parte de sua dimensão continental, pois os mongóis dominaram grande parte da Ásia e do Leste Europeu. Após sua expulsão, estes territórios acabaram com os impérios russo e chinês, além de alguns outros estados independentes. 
• A modernidade chinesa ocorre após a expulsão mongol e durante a mais famosa dinastia, a Ming, no século XIV. Grande parte do que conhecemos como a China tradicional foi criada nesse período. Esta dinastia investiu na formação de um poderoso exército, contando com milhares de soldados. 
• Ampliou o comércio marítimo, terminou a construção da grande muralha e iniciou a construção da Cidade Proibida, na capital, Pequim.  Por duzentos anos, a cidade proibida foi sede do estado Ming, além da residência oficial do imperador. Era fortemente guardada e seu acesso, restrito. 
• Os governantes Ming criaram um eficiente sistema de produção agrícola que gerava um enorme excedente agrário. 
O comércio marítimo com a Europa foi estimulado e dessa forma uma enorme quantidade de metal precioso fluía para os cofres chineses. 
No século XVI, a Companhia das índias Orientais passou a transportar da China para a Europa um novo tesouro: a porcelana. Ainda que mantivesse uma estrutura agrária o artesanato e o comércio chinês eram bastante desenvolvidos e o alto valor que a porcelana chinesa encontrava entre os consumidores europeus era uma mostra da sua beleza, precisão técnica e domínio de materiais frágeis. 
Entretanto, neste mesmo século, os japoneses entraram em guerra, desejando conquistar a China, não foram bem-sucedidos, mas os esforços de guerra consumiram fortunas, e a próspera dinastia secular Ming começa a entrar em decadência. 
O agravamento da crise econômica ocorre por fatores que vão muito além do contexto chinês.
Quando falamos sobre grandes navegações, enfatizamos a ação dos piratas ao pilhar os navios espanhóis carregados de prata que faziam a rota América – Espanha, certo? 
Com a constante ação da pirataria, o rei espanhol fortaleceu a vigilância e o saque se tornou mais difícil. Com a dificuldade em obter prata, o comércio de ingleses e holandeses com a China diminuiu e, portanto, a entrada de metais preciosos no país também, o que, aliado ao prejuízo da guerra contra o Japão, provoca uma enorme crise econômica.
À crise monetária, juntamos um fator sobre o qual nenhum governo possui qualquer tipo de controle: o clima. No século XVII, a China passa por longos períodos de frio, o que prejudica as colheitas e provoca uma epidemia de fome generalizada. O conjunto desses fatores corroeu a outrora brilhante trajetória da dinastia Ming. 
s rebeliões camponesas não tardaram a acontecer e no século XVII, aproveitando o enfraquecimento do poder Ming, os manchus, originários da Manchúria, invadem e tomam o poder, inaugurada a dinastia Qing, a última dinastia chinesa, que perdurou até o fim da monarquia, no século XX. 
s rebeliões camponesas não tardaram a acontecer e no século XVII, aproveitando o enfraquecimento do poder Ming, os manchus, originários da Manchúria, invadem e tomam o poder, inaugurada a dinastia Qing, a última dinastia chinesa, que perdurou até o fim da monarquia, no século XX. 
Nessa aula você:
Estabeleceu a existência de um sentido de para além da Europa; 
compreendeu que a ideia de modernidade funciona de modo diferente, levando-se em consideração o contexto na qual é aplicada; 
avaliou os processos imperiais russo, germânico e chinês, comparando-os com o Ocidente. 
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