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Resumo Direito Processual Penal 3

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RESUMO DE PROCESSO PENAL II – 1º BIMESTRE
● Capítulo I: Jurisdição
Jurisdição: poder conferido a uma autoridade regularmente investida na função de aplicar o direito na solução da causa penal. 
Princípios fundamentais ao exercício da atividade jurisdicional:
Princípio da unidade da jurisdição: a divisão da jurisdição é feita para facilitar o trabalho dos órgãos jurisdicionais (competência).
OBS: quando houver erro de competência, só poderá desconstituir a sentença apenas quando for a favor do réu. 
Princípio da inércia da jurisdição: a jurisdição deverá ser impulsionada (MP, própria vítima; depende da ação penal).
Princípio do juiz natural: juiz previamente fixado pela Constituição.
OBS: a competência territorial é a competência definida na legislação infraconstitucional. Não pertence à previsão na Constituição chamada de juiz natural.
OBS: a incompetência absoluta poderá ser alegada em qualquer tempo (competência estadual, federal).
● Capítulo I: Competência
Competência: limitação da atividade jurisdicional determinada por lei. Para definir a competência é preciso percorrer um “iter” respondendo às seguintes perguntas:
	Há prerrogativa de foro?
OBS: observar se a prerrogativa de foro é definida na Constituição Federal ou na Constituição Estadual. Lembrando que a CF prevalece sobre a CE (Hierarquia). Ex: competência do vice-governador é definida pela CE.
	Se houver a prerrogativa de foro não é importante responder as perguntas restantes.
	Qual a justiça competente? 
	Eleitoral (especial), militar (especial), federal (comum) ou estadual (comum)?
	Qual o foro competente? 
	Comarca (justiça estadual) ou subseção (justiça federal)?
	Qual o juízo (vara) competente?
	Especializada ou comum.
	Qual o juiz competente?
	Distribuição.
Competência Ratione Personae (Foro por Prerrogativa de Função).
A competência ratione personae é rígida, apenas para aquele que está exercendo a função. Porém, caso seja cometido o crime antes de ser nomeado, após ser nomeado tem que remeter os autos à competência certa.
	Tribunal
	Executivo
	Legislativo
	Judiciário
	Outros
	STF
Art. 102, I, “b” e “c”, CR
	Presidente 
e 
Vice-presidente
	Senadores 
e 
Deputados Federais
	Ministros do STF, STM (nível recursal), STJ, TST e TSE (recursal)
	Procurador Geral da República;
Comandantes das Forças Armadas;
Membros do TCU;
Chefe de Missão Diplomática de Caráter Permanente;
	STJ
Art. 105, I, “a”, CR
	Governadores
(não existe prerrogativa para vice-governador)
	
	Desembargadores dos TJs, membros dos TRFs, TRTs e TREs.
	
OBS: não se pode aplicar analogia à competência ratione personae.
Ex: senador comete homicídio (crime doloso contra a vida). A CF traz tribunal do júri e o senador tem na CF também, em outro artigo, a prerrogativa de foro no STF. A regra especial derroga a lei geral, portanto esse senador será julgado pelo STF (especialidade).
OBS: o STF entende que se a renuncia da função for para se afastar do foro e não ser remetido ao órgão certo, a renúncia poderá ser procedida, porém o foro será mantido.
Ministério Público da União: PGU.
MPF: PRR (1º grau) que julga é o STJ. E PR (2º grau) é o TRF.
MPT
MPM
MPDFT: procurador de justiça e promotor de justiça.
	Tribunal
	Executivo
	Legislativo
	Judiciário
	Outros
	TRE 
	Prefeitos nos crimes eleitorais.
	Deputados estaduais nos crimes eleitorais.
	Juízes estaduais e federais nos crimes eleitorais
	MPU (1º grau) e MPE (1º e 2º graus) nos crimes eleitorais.
	TRF
	Prefeitos nos crimes federais.
	Deputados estaduais nos crimes federais.
	Juízes federais (juiz do trabalho, juiz da auditoria militar da união), ressalvados os crimes eleitorais.
	MPU (1º grau), ressalvados os crimes comuns eleitorais.
	TJ
	Prefeitos nos crimes estaduais (mesmo sendo homicídio)
	Deputados estaduais nos crimes estaduais.
	Juízes estaduais, ressalvados os crimes eleitorais.
	MPE (1º e 2º grau) ressalvados os crimes eleitorais.
OBS: qualquer crime que o juiz federal cometer, quem julgará será o TRF da sua região, com exceção de crime eleitoral.
OBS: a ressalva dos crimes eleitorais é uma ressalva restritiva. O deputado estadual só sai do TJ se for para o TRE e o deputado federal só sai do TRF se for para o TRE.
OBS: quando o prefeito comete um crime contra um policial federal em serviço será julgado pelo TRF, pois atinge interesse da União.
OBS: segundo Távora, pelo fato de não constar na CF o foro do deputado estadual, ele será julgado pelo TJ segundo previsão em CE. A outra parte da doutrina diz que não tem previsão e diz que o art. 27 § 1º da CF faz isonomia do deputado estadual e federal. O STF diz que o deputado estadual tem prerrogativa prevista no art. 27 § 1º da CR e não da CE (porém esse posicionamento muda de acordo com o caso). Ou seja, de acordo com a posição do STF o deputado estadual tem a mesma situação que o prefeito.
Prerrogativa de função e a prova da verdade nos crimes contra a honra: queixa crime → endereçamento ao juiz do Jecrim → citado, o querelado afirma que provará a verdade dos fatos → exceção da verdade.
A prova da verdade é um incidente processual que corre apensado aos autos. É questão prejudicial ao mérito da ação principal, portanto o processo é interrompido para correr a “prova da verdade”, juntar as provas, etc.; quando já tiver apurado tudo, volta com o processo para haver a sentença.
O juiz da causa principal, em regra, é o juiz do incidente. Primeiro resolve o incidente e depois resolve a causa principal. Para quem tem prerrogativa de foro, competente para investigar algo contra esse é o órgão competente. Ou seja, caso haja a prerrogativa de foro e a prova da verdade o juiz que julgará a causa irá desapensar a prova da verdade e remeter ao órgão competente para investigar tal incidente. Ex: juiz estadual comete supostamente um crime e provará a verdade dos fatos. O juiz da causa principal só julgará a causa principal e remeterá a verdade dos fatos ao TJ (órgão competente para investigar o juiz federal).
Competência Ratione Materiae: a regra é unir todas as pessoas que cometerem crime junto ou então unir todos os crimes, independente de ser comarca diferente. Isso ocorre para não haver decisões diferentes.
Justiça Eleitoral: justiça especial e é competente para julgar os crimes eleitorais definidos no Código Eleitoral e os crimes que lhe são conexos, ressalvada a competência da Justiça Militar, do Tribunal Do Júri e do Juízo De Menores (infância e juventude) – separação obrigatória.
OBS: a infância e juventude tem competência definida pela CF. Não importa se o adolescente cometeu um crime doloso contra a vida, um crime federal, ele será julgado pela Vara Da Infância E Juventude.
Ex: o sujeito candidato a prefeito (A), cometeu um crime de corrupção eleitoral e denunciaram ele, fizeram uma notícia crime. Então ele pediu para dar uma surra em quem denunciou ele e com a surra essa pessoa morreu (B). O sujeito C sumiu com o corpo (C). Todos tinham conhecimento dos crimes.
Sujeito A: art. 299, Cod. Eleitoral (reclusão até 04 anos).
+
Sujeito B: art. 129, § 3º do CP (reclusão 04 a 12 anos).
+
Sujeito C: art. 211 do CP (reclusão 01 a 03 anos).
Esses crimes serão julgados na justiça eleitoral. O A responde pelos 3 crimes. O B responde pelo segundo e terceiro crime. O sujeito C responde apenas pelo último crime.
Se o C for menor de idade (16 anos), o A responderá pelos 3 crimes. O B responde pelos 2 últimos crimes, ambos na justiça eleitoral. O C responderá pelo seu crime na Vara da Infância e Juventude. Ou seja, o C só poderá ser julgado pela Vara da Infância e Juventude.
Ex: o candidato a prefeito cometeu o crime de corrupção eleitoral (A). O B mata o sujeito que denunciou o A. E depois o B chamou o C para ocultar o cadáver. 
Sujeito A: art. 299, Cod. Eleitoral (reclusão até 04 anos) 
+
Sujeito B: art. 121, § 2º, V do CP (reclusão 12 a 30 anos).
+
Sujeito C: art. 211 do CP (reclusão 01 a 03 anos) – Menor de idade (16 anos)
Para o Tribunaldo Júri vai o A e o B. E o C vai para a Vara da Infância e Juventude. O Tribunal do Júri arrasta os crimes também. Ou seja, quando não tem júri, quem arrasta a Vara Eleitoral. Porém, quando tem a Vara Eleitoral e o Tribunal do Júri, é o Tribunal do Júri que arrasta.
Justiça Militar: justiça especial e competente para julgar os crimes militares próprios (definidos apenas no CPM) e os impróprios (definidos no CPM ou legislação comum), ressalvada a competência do Júri, quando a vítima for civil, e a competência da Justiça Eleitoral e da Infância e Juventude.
O CPM trata de crimes propriamente militares e também traz rol de crimes previstos na legislação comum, mas só aplicáveis a militares (pena diferenciada), esses são chamados de crimes impróprios. O estupro no CP é um crime hediondo, no CPM não é.
Só irá aplicar o CPM caso o militar esteja exercendo a função. Caso não esteja, aplica-se o CP. Ex: extorsão mostrando a carteira funcional (CPM).
Crime entre dois militares: quando o crime é cometido entre dois militares, aplica-se o CPM, mesmo que não seja de conhecimento de ambas as partes a condição de militar.
	Justiça Militar da União
	● Exército, Marinha, Aeronáutica.
● Julga civil quando comete crime militar; e quando afeta patrimônio das forças armadas também comete crime militar (mesmo sendo patrimônio da União). Ex: roubo de fuzil no exército.
● Julga militares que cometem crimes militares.
	Justiça Militar Estadual
	● Polícia Militar.
● Só julga militares.
● Proibição na CF da Justiça Militar Estadual julgar civil.
Crimes conexos (um militar e outro não): quando é cometido dois crimes conexos, um que seja um crime militar e outro não, o crime militar será julgado pela justiça militar e o crime que não seja militar será julgado pela justiça comum, isso porque a justiça militar não se junta com a justiça comum (pode haver a absolvição de um e a condenação de outro. São justiças independentes).
Crime doloso contra a vida (civil contra militar): tanto na Justiça Militar da União quanto na Justiça Militar Estadual, caso haja crime doloso contra a vida (tentado ou consumado) cometido por um civil contra um militar, quem julgará é o Tribunal do Júri (analogia).
Crime doloso contra a vida (militar contra militar): quando houver crime contra a vida (tentado ou consumado) entre militares vai para a Auditoria Militar e não para o Tribunal do Júri, mesmo que não seja de conhecimento de ambas as partes a condição de militar.
Crime doloso contra a vida (civil contra militar federal ou estadual): quando um civil comete um crime doloso contra a vida (tentado ou consumado) contra um militar federal, é julgado pelo Tribunal do Júri Federal. Caso seja contra um militar estadual é julgado pelo Tribunal do Júri Estadual.
Coautoria de civil em um crime militar estadual: processo será desmembrado. O civil será julgado pela justiça comum (pois justiça militar não julga civil) e o militar pela justiça militar estadual.
Adolescente comete ato infracional militar da União: julgado pela Vara da Infância e Juventude.
Justiça Federal: justiça comum e possui rol exaustivo no art. 109 da CF.
Inciso IV: crimes contra políticos e infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços e interesse da união ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral. 
Ex. de empresas públicas federais: correios, CEF.
Ex. de autarquias: conselhos de ordem (OAB, CRM), DNIT, DNER, UFES.
OBS: aqui não inclui empresa de economia mista.
OBS: a Justiça Estadual é residual. Primeiro olha se é Justiça Eleitoral, Militar ou Justiça Federal, caso não seja nenhum desses é Justiça Estadual.
OBS: a Justiça Federal julga questões extrapenais e penais. Só vai ser afetada a competência federal quando estiver no rol do art. 109 da CF.
a.1) Ressalvada a competência da Justiça Militar e Eleitoral: justiças especiais. A justiça militar referida no inciso é da União.
a.2) Excluídas as contravenções: a Justiça Federal não julga contravenções, mesmo quando essa seja conexa com crime comum. A contravenção será julgada pelo Juizado Especial Criminal e oi crime federal será julgado pela Justiça Federal.
a.3) Crimes políticos: compete a Justiça Federal julgar crimes políticos (previsto na Lei da Segurança Nacional). Ex: atentado contra a vida cometido contra presidente.
OBS: roubo a casa lotérica que é vinculada a CEF é crime estadual, pois atinge o patrimônio do dono da lotérica (que tem que prestar contas para a CEF).
a.4) Bens, serviços ou interesse da União, etc.: previstos no art. 21 da CF. Como por exemplo, falsificação de moeda.
a.5) Interesse da União: qualquer comportamento criminoso que afetar a união. Ex: agredir policial federal em serviço; policial federal comete crime em serviço; falsificação de documento para usar perante a PF.
OBS: só comete crime federal o policial federal que estiver em serviço.
OBS: crime cometido dentro de Universidade Federal não é crime federal. Porém crime cometido contra professor de Universidade Federal ou professor de Universidade Federal que comete crime é um crime federal.
Inciso V: os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente.
A doutrina chama esse inciso de crimes transnacionais, transindividuais (atinge a coletividade). Ex: tráfico de drogas.
b.1) Alínea “a”: causas relativas a Direitos Humanos (federalização do crime). 
Federalização do crime: toda vez que entender que as causas relativas aos DH atinja o BR a nível internacional. O Procurador da República solicita ao STJ, caso entenda que as investigações não estão indo bem, o judiciário não está atuando, etc., para que desloque a competência, pois esses crimes são estaduais. Então se desloca a competência para Federal, com a finalidade de apurar o crime melhor, pois o estado está atuando mal.
Inciso VI: os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e ordem econômico-financeiro.
c.1) Crimes contra a organização do trabalho: supremo deu interpretação restritiva a esse inciso. Para que tenha crime contra a organização do trabalho e esse crime afete a competência federal, tem que ser um crime transindividual (considerar pluralidade de trabalhadores).
OBS: segundo o supremo, o trabalho escravo é um crime federal e não precisa considerar a pluralidade nesses casos. Porém esse crime está previsto no art. 149 do CP, e esse artigo está entre o rol dos crimes contra a pessoa (por isso o professor não concorda com a posição do supremo).
c.2) Crimes contra o sistema financeiro e ordem econômico-financeiro: tudo que está dentro dos crimes contra o sistema financeiro é crime federal. No caso dos crimes contra a ordem econômico-financeiro só é crime federal quando atinge tributos da União (ex.: imposto de renda).
Inciso IX: os crimes praticados a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar. 
d.1) Ressalvada a competência militar: a justiça militar é justiça especializada.
d.2) Navios e aeronaves: para ser considerado crime federal tem que ser embarcação de grande porte para ser apta a fazer navegação internacional e a mesma coisa para aeronave (grande porte e apta para voar internacionalmente). Não precisa estar navegando/voando para configurar o crime, pode estar parado. Estar voando/navegando sobre o BR a jurisdição é do BR, independente da embarcação ser brasileira ou estrangeira. 
“Terra de ninguém”: navio ou aeronave estiver na “terra de ninguém” e tiver um brasileiro a bordo e esse comete um crime ou então alguém comete um crime contra ele, a jurisdição é do BR. 
OBS: o crime só é cometido na aeronave/navegação quando estiver dentro dela. Ex: crime cometido na escada do avião é crime estadual.
Inciso X: os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro. Não existe crime de ingresso ou permanênciairregular do estrangeiro no BR. O crime vai existir realmente no reingresso do estrangeiro expulso do BR (art. 338 do CP).
Inciso XI: a disputa sobre direitos indígenas. Não é o índio considerado individualmente, tem que levar em conta a coletividade (transindividual).
Justiça Estadual: justiça comum, residual.
Competência do Tribunal do Júri: julgar crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, previstos no CP do art. 121 ao 127, bem como os que lhe são conexos, ressalvada a competência das Justiças Especializadas e o Juízo da Infância e Juventude.
Formação do Tribunal do Júri: se for crime de homicídio no âmbito federal, terá um crime no âmbito do Júri Federal. Se não tem conexão dos crimes, não tem porque juntar os processos.
OBS: latrocínio não é julgado no Tribunal do Júri, pois latrocínio é tido como um crime patrimonial, por isso não vai à júri; a não ser que o latrocínio seja conexo com um homicídio.
O Tribunal do Júri tem duas fases:
a.1) Judicium Acusationis (1ª Fase): pronúncia, impronúncia, desclassificação, absolvição sumária. Fase de triagem para saber o que pertence ao júri. Aqui nessa fase caminha como se fosse uma vara comum, parecido com o rito ordinário.
Denúncia feita pelo MP → réu citado e apresenta resposta escrita → faz audiência, interroga testemunhas de defesa e acusação e alegações finais. Aqui no final não se dá sentença se absolve ou não, em regra se termina dizendo que há elementos mínimos para mandar o réu para o plenário ou não.
Pronúncia: quando há elementos mínimos para mandar o réu para o plenário (juiz profere uma pronúncia). Há indícios, está provada a materialidade do crime e há indícios mínimos de um crime doloso contra a vida. Aqui, se houver outros crimes conexos, encaminha todos para o júri (salvo exceções).
Impronúncia: quando não há elementos mínimos, não tem prova da materialidade do crime, não tem indícios suficientes. Não tem nada que prove que o acusado cometeu o crime, não há elementos mínimos para mandar para o plenário. Juiz arquiva os autos e se tiver novas provas pode fazer nova denúncia e começar o processo de novo. Aqui o prazo é prescricional. 
Desclassificação: analisar se o crime é realmente de competência do tribunal do júri. Ex: lesão corporal com resultado morte (então encaminha-se para o juízo competente; declinação de competência).
Absolvição Sumária: quando há a certeza de que o sujeito não cometeu o crime. Se houver alguma dúvida, não há a absolvição sumária e vai para o plenário. Aqui tem que ter uma convicção maior. 
A absolvição sumária é uma sentença, portanto não há o que ser feito, não há preclusão, pois transita em julgado.
1º ex.: art. 213, CP c/c art. 121, § 2º, V do CP na forma do art. 69. Chega ao final dessa fase o juiz pronuncia e diz que houve crime de homicídio. Depois o juiz vê que não tem provas suficientes para o crime do art. 213, ou seja, há a impronúncia. Então no art. 121, por não ter o estupro, tira-se as qualificadoras. O juiz então pronuncia o art. 121, caput do CP + art. 211 do CP. O crime de estupro é arquivado e os crimes que foram pronunciados vão ao plenário. No plenário há a condenação.
OBS: caso o MP não concorde com a absolvição sumária, o promotor precisa interpor o Recurso no Sentido Estrito (RESE). Caso o promotor recorra e não é aceito o recurso ou então ele não recorre, preclui a matéria e não há em que se falar sobre a matéria precluida no plenário.
OBS: quando há a condenação, a dosimetria da pena, a sentença é transitada em julgado e o MP recebe informação do DEPOL que fez nova investigação e descobre que o crime que houve absolvição sumária realmente existiu, é feita uma nova denúncia. Essa é feita ao juiz do júri (1ª fase), volta ao plenário para julgar esse crime (crimes conexos). Esse crime passa pela 1ª fase, o juiz faz a pronúncia e julga o tal crime. Se houver qualificadora, preclui. Julga-se apenas esse crime.
OBS: caso o crime não pertença ao Tribunal do Júri mas seja conexo com um que tenha essa competência, independente se foi condenado ou não no crime da competência do júri, esse crime vai ser julgado pelo Tribunal do Júri.
OBS: caso haja a desclassificação de um crime e esse já esteja no júri, o juiz dispensa os jurados e faz as vezes do juiz singular (não manda para a vara comum). E se tem um crime conexo a esse que não seja de competência do Tribunal do Júri, esse vai para a vara comum.
OBS (IMPORTANTÍSSIMO): quando há um crime doloso contra vida conexo com outros crimes, todos serão julgados pelo Tribunal do Júri. Caso os crimes tenham sido cometidos em comarcas diferentes, será julgado onde foi cometido o crime doloso contra a vida.
OBS: o fato de desmembrar os crimes não afetam a qualificadora (crime julgado por uma vara e outro julgado pelo Tribunal do Júri).
Ex. 2 (IMPORTANTE): crimes cometidos em VV, Vitória e Serra. No homicídio houve a desclassificação. Restou outros dois crimes. Como os crimes são conexos, terá que olhar a pena, e então será julgado na comarca onde o crime mais grave foi cometido. Se o MP não concordar com o juiz terá que interpor o RESE (não concordar com a desclassificação).
OBS: mesmo a matéria precluida para o MP, o juiz poderá receber o processo e alegar sobre competência, sobre a não desclassificação (conflito de competência, suscita o TJ e o TJ dirá se está correta ou não a desclassificação).
Crimes conexos (IMPORTANTÍSSIMO): eleitoral, doloso contra a vida e crime comum (crime eleitoral julgado sozinho, crime doloso contra a vida e crime comum julgado no Tribunal do Júri). Eleitoral, culposo contra a vida e outro crime comum também (todos julgados pela Justiça Eleitoral, pois não há crime do Tribunal do Júri; a Justiça Eleitoral arrasta todos os crimes com ela, pois é uma justiça especializada).
a.2) Judicium Causae (2ª Fase): fase do plenário, onde vai exercer o Tribunal do Júri (tribunal popular). Para chegar nessa fase existe a fase de triagem para saber se realmente o crime é doloso contra vida. Ex.: lesão corporal com resultado morte não é crime doloso contra a vida, justamente por causa do animus do sujeito ser culpa e não dolo.
Competência Ratione Loci:
1ª regra: a competência territorial será determinada pelo local onde se consumar a infração penal (art. 70 do CPP - Teoria do Resultado). A grande maioria das infrações penais a execução e a consumação são no mesmo momento. Ex: roubo, furto.
Art. 6º do CP (Teoria Mista): teoria do resultado + teoria da ação. Esse artigo fala da jurisdição do BR, o qual tem jurisdição tanto para crimes cometidos fora e consumados no BR quanto nos crimes cometidos no BR e consumados fora, e não de competência, portanto não tem conflito de normas entre o art. 6º do CP e 70 do CPP.
OBS: segundo STJ, crime de estelionato só se consuma no momento em que a vítima experimenta o prejuízo e a praça do cheque é que define a competência. 
2ª regra: nos crimes plurilocais (execução num lugar e consumação em outro) haverá ressalva à 1ª regra, aplicando-se a Teoria da Ação (o lugar onde foram praticados os atos aptos a produzirem o resultado pretendido). Isso ocorre pelo fato, de, por exemplo, ouvir testemunhas que presenciaram o crime.
3ª regra: incerto limite territorial entre 2 comarcas ou crime praticado na divisa de 2 comarcas. Se não tem como definir corretamente qual das duas comarcas é, o código opta por prevenção (qualquer uma das duas comarcas são competentes para julgar o crime).
OBS: o juízo prevento pode ocorrer na fase pré-processual. Ex.: fase de inquérito e o juiz, por exemplo, dá alguma decisão (mandado de prisão).
OBS: em Vitória tem a central de inquéritos, que abrange Vila Velha, Serra, etc. A Central de Inquéritos não torna o juízo prevento.
4ª regra: desconhecido o local da infração, competente será o local do domicílio ou residência do réu. Essa regra é utilizada quando não tem como definir o local do crime.
OBS: no processo penal pode arguir a preliminar de incompetência relativa na resposta do réu, e se não arguir, preclui.
5ª regra: crimes continuadose permanentes (se prolongam com o tempo). Usa-se a regra da prevenção, pois tem regra própria (art. 71 do CPP). 
Ex. de crimes continuados: sequestro e cárcere privado, posse de arma de fogo ilegalmente, portar drogas (fatos tem que ser interligados).
Ex.: sequestro ocorre em Vitória, porém mantém a vítima em cárcere privado em VV, depois em Cariacica e comete crime doloso contra a vida na Serra. Será julgado no Tribunal do Júri e o juízo competente para julgar será o local do homicídio (júri arrasta os outros crimes). Ou se há um estupro, a regra é de que a competência para julgar será do local do crime mais grave.
6ª regra: exclusiva ação privada (não vale para a ação privada subsidiária da pública), ou seja, aplicada apenas para crimes mediante queixa. Local do fato ou do domicílio do réu. Ex: calúnia, difamação, injúria, dano.
A escolha do local do domicílio do réu é faculdade. O local do fato é regra.
7ª regra: crimes praticados fora do território brasileiro e consumado fora do BR. Diferente da 1ª regra, aqui nada ocorreu no BR. 
Caso o BR tenha jurisdição, a comarca que julgará o crime é a Capital do estado onde a vítima ou autor do delito residiu por último no BR. Se nunca residiu no BR (ex. estrangeiro), competente será a Capital da República (DF).
Maneira do BR ter jurisdição: brasileiro envolvido com o delito (como autor ou como vítima).
8ª regra: crimes praticados a bordo de navios ou aeronaves. A competência é federal, aqui define qual Vara Federal julgará.
Em mar territorial brasileiro deslocamento interno (regra serve para aeronave também): quando ocorre deslocamento interno ou deslocamento no mar territorial brasileiro, mas indo para o exterior, porém crime praticado no território brasileiro.
Quando crime for praticado no mar territorial brasileiro ou espaço aéreo brasileiro não faz diferença se a embarcação/aviação é estrangeira ou nacional (ambas particulares ou privadas), que será julgado pela Justiça Federal Brasileira. Quem julgará o crime é a comarca da cidade do primeiro porto após a ocorrência do crime, independente de onde ocorra o crime. 
Se o crime for cometido entre estrangeiros em território brasileiro, a jurisdição é do BR, portanto quem julga é a Justiça Federal Brasileira. 
Se o crime ocorreu em mar brasileiro em direção ao exterior, o comandante pode optar por voltar para o BR e então o a cidade do primeiro porto a atracar após o crime será competente para julgar. Mas se resolve seguir viagem para o exterior, a cidade competente para julgar é do último porto que atracou o navio pela última vez.
Em mar territorial neutro a bordo de embarcação ou aeronave privada (comercial) brasileira: embarcação brasileira ou então embarcação ou aeronave internacional, mas com vítima ou autor do crime brasileiro, a jurisdição é do BR (nesse último caso aplica-se a 7ª regra).
Segue a regra: cometido dentro do BR, a competência é da cidade do próximo porto a atracar. Cometido a caminho do exterior, a competência é da cidade do último porto atracado.
OBS: caso, por exemplo, encontre um corpo e não saiba quando foi cometido o delito e a perícia não for precisa, é feita a prevenção dos dois últimos portos atracados anteriormente.
Critérios de Modificação da Competência: Conexão e Continência. A ideia de conexão e continência é reunião do processo. Reúne todos perante o mesmo órgão julgador (duas ou mais pessoas cometem um crime). O objetivo é evitar decisões antagônicas.
OBS: não aplica essa regra a crimes continuados, pois o art. 71 do CPP já prevê isso (já tem uma regra própria de prevenção no caso de crimes continuados).
Prevalência do Tribunal do Júri e prevalência da prerrogativa de foro (1ª regra): prevalece sobre os demais (arrasta todos os crimes com ele).
Lugar onde ocorreu o crime mais grave (2ª regra).
Ex.: furto praticado em VV (pena de 01 a 04 anos) + homicídio qualificado praticado em Vitória (12 a 30 anos) + ocultação de cadáver praticado na Serra (01 a 03 anos). Foi desclassificado o crime de homicídio qualificado e configurado o homicídio culposo (pena de 01 a 03 anos). Então nesse caso o crime mais grave foi o de furto, então a competência para julgar é VV.
Ex.: art. 302 do CTB e art. 211 do CP. Primeiro detenção de 02 a 04 anos e o segundo reclusão de 01 a 03 anos. Homicídio culposo no CTB e ocultação de cadáver. Quem é mais grave? O art. 211 do CP (não importa os anos da pena, importa a qualidade da pena. Ou seja, o primeiro é detenção e o segundo é reclusão. Portanto, reclusão é mais grave).
Ex: art. 155 do CP e art. 171 do CP. Primeiro reclusão de 01 a 04 anos e o segundo reclusão de 01 a 05 anos. Crimes de mesma qualidade, então observar a pena. O crime mais grave é o art. 171.
Ex: art. 156 do CP e art. 213 do CP. Primeiro reclusão de 04 a 10 anos e segundo reclusão de 06 a 10 anos. Crime mais grave aqui é o de estupro (art. 213 do CP), pois é crime hediondo.
Ex: art. 157 do CP e art. 312 do CP. Primeiro reclusão de 04 a 10 anos e segundo de 02 a 12 anos. O crime que tem pena mínima maior é o mais grave. Porém o STJ diz que não. O crime de roubo é um crime praticado com violência contra pessoa (jamais admite substituir privativa de liberdade por restritiva de direitos). E o crime de peculato pode haver a substituição da privativa de liberdade por restritiva de direitos (aqui pode haver o sursis pelo fato da pena mínima ser de 02 anos).
Ex.: funcionário de uma empresa furta (furto simples) objetos da empresa em VV. Depois ele foi transferido para Vitória e cometeu um furto qualificado. E na Serra ele vende os objetos furtados e quem compra comete receptação. Aqui, na forma do art. 71 do CPP, aplica-se a prevenção entre o furto simples e o furto qualificado, pois foi crime continuado. A receptação não entra na prevenção, pois foi cometido por outro sujeito. E caso na Serra fosse cometido ao invés de receptação simples receptação qualificada, como a pena é maior (de 02 a 08 anos) aplica-se a regra da conexão, ou seja, arrasta tudo para a Serra. A prevenção é aplicada de forma subsidiária.
Quando houver crimes de igual gravidade, será o lugar onde ocorrer o maior número de crimes (3ª regra). Ex: cometo 1 furto em VV e 2 em Vitória. Juízo competente é o de Vitória.
Havendo igualdade entre a 2ª e 3ª regras, aplica-se a prevenção (4ª regra): aqui ocorre quando há igualdade de penas. Ex: cometo um furto em VV, um em Vitória, e um na Serra. Aqui os crimes são iguais e há igualdade de pena, portanto aplica-se a prevenção.
Ex: sujeito A em VV furtou um veículo. Com esse veículo furtado e na fuga querendo fugir ele atropela e mata uma pessoa (crime culposo) – Todos os crimes até aqui foram cometidos em VV. Então ele resolve sumir com o corpo. Depois disso, ele vende o carro furtado para o sujeito B (Vitória). A competência aqui é de quem? É de Vitória, pois lá foi cometido o crime mais grave (art. 180, § 1º do CP – pena mínima maior).
Sujeito A: arts. 155 do CP (reclusão de 01 a 04 anos) + art. 302 do CTB (detenção de 02 a 04 anos) + art. 211 do CP (reclusão de 01 a 03 anos). Sujeito B: art. 180, § 1º do CP (reclusão de 03 a 08 anos).
OBS: se ocorrer homicídio doloso + homicídio doloso aplica-se a 2ª regra ou a 3ª. Aplica-se a 1ª no caso de ocorrer um homicídio doloso + outro crime qualquer sem que seja doloso contra a vida.
Conexão (art. 76 do CPP): duas ou mais infrações (pluralidade de infrações).
e.1) Inciso I (conexão intersubjetiva – relação entre pessoas): se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas (1)/, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar (2)/, ou por várias pessoas, umas contra as outras (3). 
(1) Conexão intersubjetiva por simultaneidade: duas ou mais infrações e várias pessoas reunidas (segundo doutrina majoritária é uma ideia de reunião ocasional), não pode ter liame subjetivo.
(2) Conexão intersubjetiva concursal: várias pessoas em concurso (tem liame subjetivo). Soma-se as vontades para cometer um crime.
(3) Conexão intersubjetivapor reciprocidade: por várias pessoas, umas com as outras. Várias lesões recíprocas. Ex.: briga em estádio de futebol.
OBS: rixa não entra aqui, pois é um crime só. A não ser se a rixa tenha sido praticada com outros crimes.
e.2) Inciso II (conexão objetiva/lógica/teleológica/consequencial): se, no mesmo caso (duas ou mais infrações), houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas. 
Aqui não precisa ter várias pessoas e sim uma, porém tem que ter várias infrações. Há relações entre os crimes. Ex: furta um objeto, mata a pessoa para garantir o furto e oculta o cadáver para ocultar o homicídio. 
e.3) Inciso III (instrumental ou probatória): quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias (ou) elementares influir na prova de outra infração (duas ou mais infrações).
Relação de provas entre os crimes. Precisa juntar os crimes, pois a prova de um vai influenciar nos dos outros crimes. Ex: furto e receptação.
Continência (art. 77 do CPP): para que haja continência precisa que tenha uma infração, mesmo que por ficção jurídica. 
f.1) Inciso I (por cúmulo subjetivo): duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.
f.2) Inciso II (por cúmulo objetivo): no caso de infração cometida nas condições do art. 70; 73, 2ª parte e 74, 2ª parte do CP, as quais sejam: concurso formal (com uma ação pratica dois ou mais crimes, mas o legislador pega a pena de um crime só, ou seja, apenas uma infração; ficção jurídica); erro de execução; resultado diverso do pretendido.
OBS: tanto no inciso I e II tem apenas uma infração, mesmo que no inciso II seja por ficção jurídica.
OBS: sujeito A e sujeito B querem matar o sujeito C. Porém A está em uma Comarca e B está em outra Comarca. Sujeito A e B atiraram em C e mataram ele. Há continência? Há conexão? Não. São crimes independentes. Cada um responderá pelo crime em sua comarca respectiva.
● Capítulo IV: Comunicação dos Atos Processuais
Citação: ato pelo qual se dá ciência a alguém da existência de uma ação penal contra si, chamando-o a vir integrar a relação processual e defender-se. Porém, nem sempre ocorre assim. Tem casos em que o réu comparece em juízo, se apresenta, mas que não tem a denúncia ainda.
IP → Denúncia → Recebimento → Citação → Defesa → Instrução... (esse procedimento cabe para júri também).
OBS art. 352, inciso VI do CPP: está errado, essa redação é da época que o primeiro ato do processo era o réu ser interrogado.
Jecrim: não tem procedimento acima, pois tem o termo circunstanciado que substitui o IP, faz a autuação e manda intimar o réu, ou seja: TC → Autuação → Intimação para audiência preliminar → Audiência preliminar → AIJ.
Apresenta a proposta para que o MP abra mão de denunciar. O sujeito aqui não é considerado réu nem acusado, é considerado “suposto acusado”. No Jecrim aplica medida socioeducativa.
Se houver denúncia, vai ocorrer na audiência preliminar e então cita o réu. É na AIJ que o réu apresenta defesa e que o juiz resolve se recebe a denúncia ou não.
Espécies:
Real: pessoalmente ao acusado, por ordem do juiz com competência territorial no lugar onde se encontra ou mediante carta precatória, rogatória ou ordem.
A regra do processo penal é a citação pessoal através de mandado. Juiz determina na vara que se expeça o mandado, o oficial que vai cumprir é aquele da onde o juiz tem competência.
a.1) Carta precatória: reprodução do mandado para outra comarca (citação real, pessoal). Depois de cumprida a carta precatória, volta para a comarca originária para juntar ao autos.
A carta precatória é itinerante, pelo fato de que ela poderá ser enviada a qualquer comarca para poder citar o réu.
a.2) Carta rogatória: enviada para outro país através do consulado. Cumprida, é remetida de volta ao país de origem para juntar aos autos.
a.3) Carta de ordem: tribunal superior para um tribunal inferior.
Ficta ou presumida: hora certa e edital. Caso não haja possibilidade de fazer a citação real, tem que fazer a citação ficta.
b.1) Citação por hora certa: tenta encontrar o réu por 3 vezes consecutivas, comunica a pessoas próximas do local, parentes, etc., que irá voltar para citar o réu em tal dia e tal hora.
Na citação por hora certa o sujeito se esquiva para não receber a citação. Contra esse, o processo vai seguir contra ele (abre o prazo de 10 dias para o réu apresentar defesa), pois está se esquivando. Caso não apresente a defesa no prazo estipulado, o juiz nomeia advogado (defensor) e caminha até o final, inclusive com sentença que pode ser condenatória. Aqui o réu é considerado revel.
b.2) Citação por edital (prazo de 15 dias): o réu encontra-se em lugar incerto e não sabido. O processo aqui não pode caminhar, ele terá que ficar suspenso. O curso do prazo prescricional ficará suspenso também.
Para ocorrer a citação por edital, tem que esgotar os meios da citação real/pessoa (fazer carta precatória, rogatória, de ordem, etc.).
Ex: Art. 302, CTB – Detenção 02 a 04 anos (homicídio culposo no trânsito). Fato ocorre dia 20/08/12 a denúncia foi feita em 10/06/13 o recebimento da denuncia foi dia 20/07/13, a citação por edital ocorreu dia 15/04/14, a decisão suspendendo o curso do processo e do prazo prescricional foi dia 26/07/14 (decisão interlocutória). Qual o término da suspensão do prazo prescricional? Quando a prescrição será operada? Esse crime tem a prescrição de 8 anos (art. 109 do CP). O recebimento da denúncia é o 1º marco interruptivo (ou seja, quando há o recebimento da denúncia, a partir dessa, começa a contar o prazo prescricional e morre tudo que ficou para trás). Só não pode receber denúncia se o crime já prescreveu. Se entre o marco interruptivo o juiz der a sentença com 8 anos e 1 dia, o crime prescreveu (sentença: extinção da punibilidade por causa da prescrição). A citação por edital ocorreu no dia 30/04/14 e o último dia para protocolo da peça é dia 12/05/14 (prazo de 10 dias). O término da suspensão do prazo prescricional é contado da mesma forma que se conta o tempo da prescrição do crime. Ou seja, se o crime prescreve em 8 anos, a suspensão do prazo prescricional será de 8 anos também. Do 1º marco interruptivo até sentença (prescrição operada) tem-se 16 anos de prescrição (8 anos de prescrição + 8 anos da suspensão do prazo prescricional) qual é o dia que a prescrição irá operar? 19/07/29 (contar 16 anos a partir do 1º marco interruptivo e exclui o dia do final, pois é prazo material). 
OBS: na suspensão aproveita o tempo já corrido. Na interrupção não aproveita o tempo já corrido.
OBS: tem que lembrar de observar as partes do processo e intimá-las. Partes: MP, assistente de acusação, réu e advogado.
OBS: crimes imprescritíveis: racismo; ação de grupos armados, civis ou militares, contra ordem constitucional e o Estado Democrático.
OBS: na citação por edital, quando o juiz nomeia advogado não faz com que o processo ande (suspende o curso do processo e prazo da prescrição). Caso o juiz esgote as possibilidades de citação por edital e essa citação for nula, ocorre a prescrição.
OBS: no juizado especial criminal não existe citação por edital (encaminha-se para uma vara comum). Existe um enunciado no FONAJE falando que no Jecrim existe citação por hora certa (surgiu em 2008). OBS: FONAJE não tem força de lei.
OBS súmula 351 do STF: é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da Federação em que o Juiz exerce a sua jurisdição.
Prazos:
	Advogado público (defensor público)
	Prazo em dobro.
	Advogado privado
	Prazo simples.
	MP
	Prazo simples.
O prazo para defesa só começa a contar quando forem intimadas as partes da defesa.
Recurso: feito de duas formas, as quais sejam: peça de interposição (5 dias) + peça de razões (8 dias).
Edital: prazo processual. Exclui o dia do início e exclui o dia do final.
Término da suspensão do prazo prescricional: o prazo é material, ou seja, inclui o dia do início e exclui o dia do final.
Prazo para apresentar resposta (súmula 710 doSTF): começa a contar da intimação (exclui o dia do começo e inclui o dia do final).
Contagem de prescrição (art. 109 do CP): levar em conta a pena máxima abstrata do crime. Essa prescrição é válida tanto para os crimes com pena privativa de liberdade quanto para penas restritivas de direito.
	Prescrição de 20 anos
	Máximo da pena superior a 12 anos. Ex.: homicídio
	Prescrição de 16 anos
	Máximo da pena superior a 8 anos e não exceda 12 anos. Ex.: roubo
	Prescrição de 12 anos
	Máximo da pena superior a 4 anos e não exceda 8 anos. Ex.: furto qualificado.
	Prescrição de 8 anos
	Máximo da pena superior a 2 anos e não exceda 4 anos.
	Prescrição em 4 anos
	Máximo da pena é igual a 1 ano, ou sendo superior, não exceda 2 anos.
	Prescrição em 3 anos
	Máximo da pena inferior a 1 ano.
OBS art. 115 do CP: o prazo da prescrição é reduzido pela metade quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos ou maior de 70 anos.
Causas interruptivas de prescrição (art. 117):
a.1) Recebimento da denúncia ou queixa.
a.2) Pronúncia.
a.3) Decisão confirmatória da pronúncia.
a.4) Publicação da sentença ou acórdãos condenatórios recorríveis.
a.5) Início ou continuação do cumprimento da pena.
a.6) Reincidência.
OBS: tanto no a.5 quando no a.6, a interrupção da prescrição produz efeitos a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, o]bjeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
OBS: interrompida a prescrição, salvo a hipótese do a.5, todo prazo começa a correr novamente do dia da interrupção.
● Súmulas Importantes:
STF:
451: quando há a cessação definitiva do exercício funcional, não há mais competência especial por prerrogativa de função.
498: o processo e julgamento dos crimes contra a economia popular compete à Justiça dos Estados, em ambas instâncias.
521: foro competente para julgar crimes de estelionato (modalidade emissão dolosa de cheque sem fundos) é do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. 
522: compete à Justiça dos Estados o julgamento de crimes relativos a entorpecentes, salvo quando há tráfico para o exterior o qual a competência é da Justiça Federal.
603: competência para julgar o latrocínio é do Juiz singular e não do Tribunal do Júri (IMPORTANTE).
702: a competência do TJ para julgar prefeito restringe aos crimes de competência de Justiça comum estadual. Nos demais casos, a competência caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.
703: a extinção do mandato do prefeito não impede instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do DL 201/67.
704: não viola o princípio do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu a prerrogativa de foro por função de um dos denunciados. Ex: mensalão.
706: é nulidade relativa a inobservância da competência penal por prevenção. 
721: a competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre a prerrogativa de foro por função estabelecida pela Constituição Estadual (IMPORTANTE). Ex: vice-governador.
STJ:
3: compete ao TRF tornar nulo conflito de competência na respectiva região entre juiz federal e juiz estadual investido de jurisdição federal 
6: a competência para julgar acidente de trânsito envolvendo viatura da Polícia Militar é da Justiça Comum Estadual, salvo se o autor e a vítima forem policiais militares em situação de atividade.
38: é de competência da Justiça Estadual Comum julgar contravenções penais, praticada por detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas entidades.
42: é de competência da Justiça Comum Estadual julgar causas cíveis a qual a parte seja sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
47: é de competência da Justiça Militar julgar crime praticado por militar contra civil, utilizando arma pertencente a corporação, mesmo não estando em serviço.
48: é de competência do juízo do local da vantagem ilícita julgar o crime de estelionato cometido mediante falsificação de documento.
53: é de competência da Justiça Comum Estadual julgar civil que praticou crime contra instituições militares estaduais.
59: quando a sentença já está transitada em julgado por um dos juízos conflitantes, não há conflito de competência.
62: é de competência da Justiça Estadual julgar o crime de falsa anotação na CTPS atribuído à empresa privada.
73: é de competência da Justiça Estadual a utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado, que configura, em tese, crime de estelionato.
75: é de competência da Justiça Comum Estadual julgar policial militar por crime de promover ou facilitar fuga de preso de estabelecimento penal.
78: é de competência da Justiça Militar julgar policial de corporação estadual, mesmo que o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa.
90: é de competência da Justiça Estadual Militar julgar policial pela prática de crime militar e à Justiça Estadual Comum julgar policial pela prática de crime comum simultâneo a crime militar.
104: é de competência da Justiça Estadual julgar crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
107: é de competência da Justiça Comum Estadual julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, desde que não ocorra lesão à autarquia federal.
122: é de competência da Justiça Federal julgar unificadamente crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra de competência do local da pena mais grave.
140: é de competência da Justiça Comum Estadual julgar crime em que indígena seja autor ou vítima.
147: é de competência da Justiça Federal julgar crimes praticados contra funcionário público federal no exercício da função.
151: a competência do crime de contrabando ou descaminho é definido pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens.
164: mesmo com a extinção do mandato, o prefeito está sujeito a processo por crime previsto no art. 1º do DL 201/67.
165: é de competência da Justiça Federal julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista.
172: é de competência da Justiça Comum julgar militar que comete crime de abuso de autoridade, ainda que em serviço.
192: é de competência do Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados da Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos administrados pelo estado.
200: a competência do Juízo Federal para julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é do lugar onde o delito se consumou.
206: a existência de vara privativa (instituída por lei estadual) não altera competência territorial que resulta das leis de processo.
208: é de competência da Justiça Federal julgar prefeito por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.
209: é de competência da Justiça Estadual julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
224: excluído o feito do ente federal, o qual o Juiz estadual terá que declinar da competência, o Juiz Federal deverá retornar os autos e não suscitar conflito.
244: é de competência do foro local da recusa julgar crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
428: é de competência do TRF decidir conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.

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