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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 1 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de SA Ú D E D A C RI AN Ç A PR OG RA MA DE AT EN ÇÃ O À SA ÚD E D A C RIA NÇ A E DO AD OL ESC EN TE ÍNDICE I. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5 - TABELA 1. Coeficiente de Mortalidade Infantil de 2000 a 2006 em Aracaju-SE.....5 II. OBJETIVOS ...................................................................................................... 6 III. POPULAÇÃO ALVO .......................................................................................... 6 IV. ESTRATÉGIAS PARA CAPTAÇÃO ..................................................................... 6 V. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E OFERTAS RELACIONADAS .............................. 7 VI. DESCRIÇÃO DAS OFERTAS PROGRAMADAS ................................................. 8 VII. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO DA ADESÃO AO PROGRAMA ................ 12 VIII. MONITORAMENTO..................................................................................... 13 IX. FLUXOGRAMAS DE ATENDIMENTO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE ....... 14 X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 17 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 5 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú deI. INTRODUÇÃO Em todo o mundo, milhões de crianças morrem anualmente antes de completarem um ano de vida. Estas mortes, que em sua maioria ocorrem nos países em desenvolvimento, têm em 70% dos casos a pneumonia, a diarréia, o sarampo e a malária como causa. Em mais da metade destes óbitos a desnutrição está pre- sente como causa associada. No Brasil, assim como em outros países onde a pobreza assume múltiplos aspectos, até mesmo importantes dados de mortalida- de podem não ser uma expressão fiel da situ- ação, visto que, em algumas localidades, cer- ca de 50% dos óbitos ocorridos não são con- tabilizados. Apesar disso, nas últimas déca- das houve importante declínio dos níveis do coeficiente de mortalidade infantil. Esta re- dução ocorreu, basicamente, às custas do componente pós-neonatal (de 28 dias até 1 ano). A intensificação do Programa de Imu- nização, o uso da terapia de reidratação oral e o incentivo ao aleitamento materno, assim como a instituição de políticas públicas vol- tadas à implementação de estruturas de higi- ene e saneamento básico foram fundamentais para a erradicação da poliomielite, a redu- ção do tétano neonatal, o decréscimo de 50% dos óbitos por diarréia e redução das formas graves de desnutrição. Entretanto, os valores médios dos indicadores nacionais nem sem- pre refletem a realidade de todas as regiões. A Região Nordeste continua ainda com índi- ces superiores à média brasileira. Do total de mortes em menores de 1 ano ocorridas no Brasil, metade se concentra na Região Nor- deste, onde reside 29% da população do país. Esta região continua com o maior contingen- te de desnutridos do Brasil. Entre as carênci- as nutricionais específicas destacam-se a hi- povitaminose A e carência de ferro. O município de Aracaju tem uma po- pulação para o ano de 2007, estimada so- bre dados do IBGE, de 511.893 habitan- tes. Desta população, 39% tem até 20 anos de idade, totalizando 198.150 crianças e adolescente. Em 2006, nasceram 9.430 crianças entre os residentes da cidade. Desde 2000, o município vem registran- do queda no coeficiente de mortalidade infantil (CMI) com exceção do ano de 2004 que teve um acréscimo de 0,6% em rela- ção ao ano anterior. No que se refere à distribuição da mortali- dade proporcional segundo causas em meno- res de 1 ano, as afecções originadas no perío- do perinatal mantiveram-se como principal causa de óbito (67,5%), porém apresentando diminuição de 28,8%, se comparado a 2002, o que demonstra resultados alcançados com ações qualitativas no âmbito da assistência ao pré-natal e parto. Das causas de morte de cri- anças entre 1 e 4 anos, as mais freqüentes fo- ram doenças do aparelho respiratório e cau- sas externas. Tabela 1. Coeficiente de Mortalidade Infantil de 2000 a 2006 em Aracaju-SE Ano CMI Redução 2000 30,4 - 2001 29,8 1,97% 2002 28,7 5,6% 2003 22,5 25,9% 2004 23,1 24,0% 2005 22,4 26,3% 2006 20,0 34,2% Fonte: SIM/SINASC ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 6 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju II. OBJETIVOS Estima-se que 25 a 50% das consultas am- bulatoriais para crianças são para supervi- são da saúde. Estes valores são decrescentes ao longo dos anos, caindo de 55% no primei- ro ano de vida para cerca de 15% aos 10 anos. O Programa de Saúde da Criança e do Ado- lescente tem como principal objetivo a aten- ção integral à criança e visa fundamental- mente: √ Fortalecer o vínculo do paciente-famí- lia à Unidade de Saúde, favorecendo o relacionamento entre aqueles e a equipe; √ Orientar sobre os meios de promoção de saúde, inclusive com conselhos e ori- entação antecipatória; √ Identificar riscos, sejam estes biológicos, sociais, ambientais ou emocionais √ Identificar precocemente desvios da saú- de e aplicar, também precocemente, medidas de intervenção para recupera- ção da saúde. III. POPULAÇÃO ALVO Crianças e Adolescentes residentes no Mu- nicípio de Aracaju com idade de 0 a 19 anos com ênfase nas ações programáticas dirigidas à faixa de 0 a 6 anos e destes, prioritariamen- te, os menores de 1 ano. IV. ESTRATÉGIAS PARA CAPTAÇÃO 1. Pré-natal: sensibilização das gestantes quan- to à importância do seguimento do bebê. Acolhimento da gestante desde o Pré Natal com visita programada às Maternidades. 2. Primeiras ações de saúde e cidadania - PASC: atuação nas Maternidades junto à mãe e ao recém-nascido. Visa à imuniza- ção, a inclusão ao atendimento programá- tico com orientações para o agendamento da consulta na Unidade de Saúde, a iden- tificação dos recém-nascidos de risco; en- caminhamento para o exame do pezinho e captação de problemas no atendimento às mães durante o pré-natal na rede básica. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 7 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de3. Acolhimento da demanda espontânea: ava- liação e atendimento das queixas agudas que chegam a Unidade de Saúde, realiza- ção de procedimentos, imunização, teste do pezinho com imediato agendamento de retorno para reavaliação e inclusão na aten- ção programática. 4. Acolhimento de risco no território: inclu- são da criança no programa realizada pelo ACS através de sua atividade no território, assim como a identificação da vulnerabili- dade ao risco. V. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E OFERTAS RELACIONADAS 1. Crianças de 0 a 28 dias (recém-nascidos): a) Primeiras ações de saúde e cidadania – PASC; b) Atenção Programática multiprofissio- nal; c) Visita domiciliar de enfermagem e odontólogo. 2. Recém-nascidos de risco a) Ambulatório de Neonatologia do Cen- tro de Especialidades Médicas da Cri- ança edo Adolescente (CEMCA). 3. Crianças com patologias crônicas e/ou mal definidas a) Intensificação da Atenção Programática; b) Ambulatório de Pediatria Geral do Hos- pital Universitário; c) Centro de Especialidades Médicas da Criança e do Adolescente – CEMCA; 4. Crianças sob risco nutricional a) Programa de Combate às Carências Nutricionais; b) Programas sociais de complementação de renda familiar; c) Intensificação da Atenção Programática. 5. Crianças portadoras de necessidades espe- ciais a) Intensificação da Atenção Programática; b) Rede de Proteção à criança portadora de necessidades especiais. 6. Atenção a crianças e adolescentes em situ- ações especiais a) Atenção à saúde da criança de 0-6 anos nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI); b) Atenção à saúde da criança e do ado- lescente institucionalizados. 7. Adolescentes (10 a 19 anos) a) Atenção Programática; b) Atividades educativas e de prevenção no âmbito escolar; ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 8 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju VI. DESCRIÇÃO DAS OFERTAS PROGRAMADAS 1. Primeiras Ações de Saúde e Cidadania - PASC O primeiro contato com a rede de atenção à criança se faz ainda na maternidade, atra- vés do PASC que tem como objetivo reconhe- cer a criança como cidadão, iniciando as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Público alvo: Recém nascidos nas maternidades do Mu- nicípio de Aracaju, residentes ou não no mu- nicípio (cerca de 19.000/ano) Caracterização: – As atividades são desenvolvidas em 04 maternidades: 01 da rede privada conve- niada, 01 estritamente privada, 01 filan- trópica em co-gestão com o município e outra Estadual. – Tem um papel fundamental de Vigilân- cia, fortalecendo o Comitê de Mortalida- de Materno-Infantil. – Nas maternidades existe uma equipe de auxiliares de enfermagem da rede municipal de saúde que desenvolve programação edu- cativa junto as puérperas, durante a perma- nência na maternidade, com reuniões e orien- tações individuais sobre os seguintes temas: - Aleitamento materno; - Higiene do bebê e cuidados com o coto umbilical; - Imunização; - Fatores de risco de doenças mais comuns; - Direitos da criança e cidadania; – Todas as crianças são cadastradas com anotação do nome da mãe, do seu endere- ço, peso do nascimento, condições do nascimento e a sua imunização é inicia- da com a aplicação da vacina BCG e a 1ª dose da Hepatite B segundo as normas preconizadas; – São fornecidos a caderneta de saúde da criança e um kit para limpeza do coto umbilical; – As mães, inclusive aquelas que apresen- taram feto morto ou abortamento, são vacinadas contra rubéola e recebem uma megadose de vitamina A; – São fornecidas orientações quanto à ne- cessidade da realização da Triagem Neonatal e as mães recebem orientação por escrito para realizar o teste do pezi- nho com os endereços correspondentes mais próximos de suas casas; – Os RN de risco são encaminhados ao Centro de Especialidades da Criança e Adolescente (CEMCA) ou ambulatório de RN de risco da maternidade através do sistema de referência/contra-referência; – É feita orientação sobre a importância de se efetuar o Registro Civil da criança; – É reforçada a necessidade de avisar a Uni- dade Básica de Saúde sobre o nascimento do bebê para agendamento da visita do ACS e da ENFERMEIRA na 1ª semana de vida e o agendamento da consulta do re- cém nascido e da puérpera na Unidade de Saúde do seu bairro, para as residentes em Aracaju; – Na ocasião da alta, a caderneta de saúde da criança deve ser preenchida com os dados ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 9 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú dereferentes às condições do parto e evolu- ção da criança na maternidade. 2. Ambulatório de Neonatologia Serão encaminhados ao Ambulatório de Neonatologia do CEMCA os recém-nascidos classificados como de risco por apresentarem os seguintes critérios: - Peso ao nascer menor que 2.500g; - Problemas cardíacos; - Doença respiratória; - Infecções congênitas; - Hiperbilirrubinemia; - Problemas metabólicos; - Distúrbios neurológicos; - Prematuridade. Estas crianças serão submetidas a uma avaliação inicial para definição do cronogra- ma de seguimento a depender de cada caso. Poderão ser encaminhadas à Unidade Básica para acompanhamento conjunto. 3. Atendimento Programático na Unidade pela Equipe de Saúde - Atenção Integral ao Crescimento e Desen- volvimento Objetivos: · Atender a demanda para supervisão em saúde (puericultura); · Fazer o monitoramento do Crescimento e Desenvolvimento; · Programar a demanda utilizando os pa- râmetros definidos pelas normas técni- cas do programa; · Garantir a referência para atendimento investigatório terciário, assim como pro- cedimentos de média e alta complexida- de que requeiram intervenção em nível hospitalar. Caracterização · Os recém-nascidos (RN) deverão ser acom- panhados por toda a equipe de saúde · Deve ser realizada uma visita domiciliar na primeira semana de nascimento do RN, pelo agente comunitário de saúde (ACS) e pela enfermeira responsáveis pela área de abrangência. · Deve ser agendada uma consulta mé- dica para o RN até 30 dias de nasci- mento. · O cronograma de atendimento é uma for- ma de organização do serviço. Estabele- ce um compromisso entre a equipe e o paciente. Prevê uma periodicidade de consultas de forma a favorecer as ações programáticas: De 1 a 2 Anos: - consulta médica semestral. - consulta do odontólogo: semestral - reunião educativa com mães: pelo me- nos 1 anual ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 10 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju De 3 a 6 Anos: - consultas médicas anuais - consultas odontológicas semestrais - reunião educativa com mães: pelo me- nos 1 anual De 7 a 19 Anos: - atividades educativas e preventivas no ambiente escolar Caso haja alguma intercorrência relatada e/ou observada durante a consulta de enfermagem, o caso deverá ser discutido com o médico da equipe para agendamento ou consulta médica imediata. Deve ser oferecida a toda criança que bus- que atendimento por qualquer circunstância, a inserção nas ações programáticas da Uni- dade, com agendamento seguindo o esquema proposto. Como parte da atenção integral às crian- ças, são desenvolvidas ações programáticas com o objetivo de monitoramento, detecção precoce de agravos e instituição de medidas para recuperação do adequado estado de saú- de da criança. IMUNIZAÇÃO Objetivo: incluir as crianças e adolescen- tes no Programa Nacional de Imunização Público alvo: crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. COMBATE ÀS CARÊNCIAS NUTRICIONAIS Objetivos: Detectar precocemente crianças com riscos nutricionais e/ou atraso no desenvolvimen- to e promover ações buscando a recuperação. Combate à hipovitaminose A: administra- ção de dose única semestral de vitamina A Público Alvo: crianças de 06 a 59 meses Combate à desnutrição protéico-calórica: inclusão das crianças em programas de edu- cação alimentar e de complementação de ren- da familiar. A principal ação deve ser a ativi-dade educativa com o incentivo ao aproveita- mento integral dos alimentos e alimentação saudável. As parcerias com grupos comuni- tários, como a Pastoral da Criança, devem ser articuladas no território através da equipe. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 1 1 M o d e l o S a ú d e T o d o D i a DE 1 A 2 ANOS: · Consulta médica: 03/ano; · Consulta odontológica semestral; · Reunião educativa com mães: pelo menos anual. DE 2 A 10ANOS: · Consulta médica anual; · Consulta odontológica semestral; · Reunião educativa com mães: pelo menos anual. DE 10 A 12 ANOS: · Consulta médica de dois em dois anos; · Consulta odontológica semestral; · Atividades educativas e preventivas no ambiente escolar. DE 13 A 19 ANOS: · Atividades educativas e preventivas no ambiente escolar. Observação: este calendário é o mínimo a ser garantido a todas as crianças e adolescentes da área, devendo ser reavaliados os intervalos das consultas de acordo com a necessidade de saúde. Calendário Mínimo de Atendimentos Idade em meses Atendimento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Médico X X X X Enfermeira X X X Odontólogo X X Reuniões Educativas X X ACS e/ou Aux. de Enfermagem X X X X X X X X X X X X Visita domiciliar do ACS, enfermeira e odontólogo na 1ª semana de vida; Monitoramento do RN pelo ACS nos primeiros 15 dias de vida em dias alternados. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 12 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju Público Alvo: crianças com peso para ida- de inferior ao percentil 10. Combate às anemias carenciais: prevenção e tratamento das anemias carenciais, com ênfa- se na anemia ferropriva. Público alvo: prioritariamente crianças de 6 a 36 meses, prematuros e crianças nascidas de baixo peso. INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO E UTILIZAÇÃO DE CARDÁPIO SAUDÁVEL Objetivo: incentivar o aleitamento materno e tra- balhar situações de risco para o desmame precoce Público alvo: gestantes, lactantes e mães de crianças de 0 a 2 anos. CONTROLE DA DOENÇA DIARRÉICA Objetivo: diagnosticar precocemente e aplicar medidas de controle e intervenção com principal objetivo de evitar a desidratação e desnutrição que são as principais complicações da doença diarréica em crianças. Público Alvo: crianças com quadro diarréico. CONTROLE DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS NA INFÂNCIA Objetivo: controlar a doença respiratória aguda, principalmente a pneumonia que ain- da é importante causa de mortalidade infantil no nosso município. Público alvo: crianças com quadro respi- ratório agudo 4- Pediatra nas Unidades de Saúde da Família Pediatra é a referência local para as Equipes de Saúde da Família no cuidado do público de 0 a 12 anos, realizando educação permanente em serviço, avaliação e planejamento das ações para este público e realização de ações educativas. . 5. Atendimento de Referência em Pediatria Geral no Hospital Universitário A consulta de referência em pediatria é re- alizada pela triagem de Pediatria do Hospital Universitário e tem como objetivo uma avalia- ção inicial da criança com problemas crôni- cos e/ou mal definidos, podendo a mesma ser acompanhada na Unidade de Saúde pela Equi- pe do PSF ou encaminhada para um Serviço Especializado (CEMCA ou CAPSi1). Deverá fun- cionar na lógica da referência e contra-refe- rência. Poderão ser referidas ao ambulatório de pediatria crianças que apresentem: - Doenças crônicas ou incapacitantes; - Distúrbios do desenvolvimento neuromo- tor; - Distúrbios do aprendizado; - Distúrbios comportamentais; - Classificadas como de risco, ao nascer, e que não tiveram nenhuma avaliação pediátrica. 1 CAPSi – Centro de Atenção Psicossocial infantil e de adolescentes ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 13 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de6. Centro de Especialidades Médicas da Cri- ança e do Adolescente - CEMCA Os encaminhamentos ao CEMCA devem ser realizados após avaliação médica, quan- do o mesmo considerar que não é possível conduzir o caso na Unidade de Saúde, mes- mo após discussão com o Pediatra de referên- cia, utilizando o Sistema de Marcação de Con- sultas on-line. Os Recém Nascidos de risco têm o ambu- latório de Neonatologia no CEMCA ao qual de- vem ser encaminhados sem marcação prévia. 7. Atenção às Crianças Portadoras de Neces- sidades Especiais Programa de ação conjunta com a Saúde Mental e parceria com ONG. Tem como objetivo detectar e assistir precocemente as crianças com necessidades especiais, vinculando-as à assistência multiprofissional. Objetiva ainda, a inserção precoce no Programa de Reabilitação Motora. Funciona com triagem no CEMCA. 8. Atenção à Saúde da Criança de 0-6 anos nos Centros de Educação Infantil Programa intersetorial, tem como objetivo propiciar atenção às crianças em escolas e/ou creches, realizando especialmente educação em saúde para a prevenção de doenças trans- missíveis, ações preventivas ao consumo de álcool e drogas, violência doméstica, aciden- tes na infância. 9. Unidade de Retaguarda às Urgências Referência para estabilização de quadros agudos de urgência/emergência, com perma- nência máxima sob observação de 12 horas. Pacientes de demanda espontânea ou referen- ciados das Unidades Básicas. Ação em con- junto com o SAMU. Instalada nos Hospitais de Urgência Fernando Franco e Nestor Piva. 10. Referência Hospitalar Pode ser originada da própria Unidade Bá- sica de Saúde, Ambulatório de referência, Hospitais de Urgência. As referências de internação são os Hospitais Santa Izabel e Cirurgia, em co-gestão com o município e o Hospital Universitário. VII. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO DA ADESÃO AO PROGRAMA A Equipe de saúde deve fazer a busca de crianças que faltarem às consultas agendadas. A busca ativa destas crianças faltosas poderá ser feita pelo ACS ou outro membro da equipe dependendo da avaliação de risco pela equipe. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 14 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju VIII. MONITORAMENTO De Nascidos Vivos – SINASC De Mortalidade – SIM Da Atenção Básica (SIAB) e de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) Comitê de Mortalidade Infantil Peso ao Nascer Coeficiente de mortalidade infantil Coeficiente de mortalidade neonatal Proporção de óbitos em menores de um ano por causas evitáveis Proporção de crianças desnutridas de 0-5 anos Prevalência e situação de aleitamento materno Investigação de óbitos de menores de um ano Indicadores Sistema de Informação ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 15 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú deIX. FLUXOGRAMAS Atendimento à Criança e ao Adolescente RN DE RISCO? ALTA DA MATERNIDADE PRIMEIRAS AÇÕES DE SAÚDE E CIDADANIA VISITA DOMICILIAR ENFERMEIRA ODONTÓLOGO ACS UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE INSERÇÃO NAS AÇÕES PROGRAMÁTICAS CENTRODE ESPECIALIDADES MÉDICAS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE AMBULATÓRIO DE NEONATOLOGIA + UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE INSERÇÃO NAS AÇÕES PROGRAMÁTICAS NÃO SIM ALTA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 16 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju RN DE RISCORN NORMAL Acompanhamento do recém-nascido ALTA DA MATERNIDADE VISITA DOMICILIAR ACS + ENFERMEIRA + ODONTÓLOGO CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE AMBULATÓRIO DE NEONATOLOGIA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA + PEDIATRA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR DE REFERÊNCIA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 17 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA INCLUSÃO NO PROGRAMA Captação e inclusão no Programa de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente VISITA DO ACS DEMANDA ESPONTÂNEA CRIANÇA COM PROBLEMAS CRÕNICOS OU MAL DEFINIDOS DISCUSSÃO COM O PEDIATRA DE REFERÊNCIA ACOMPANHAMENTO CONJUNTO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA E O PEDIATRA DE REFERÊNCIA CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 18 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Pediatria. Diretrizes Básicas. Organização de Serviços. Conceição A. de Matos Segre, Mário Santoro Jr. Sarvier, São Paulo, 2001. 2. Pediatria Ambulatorial Ennio Leão, Marcos b. Viana, Edison José Corrêa, Joaquim Antônio C. Mota. 3ª edi- ção, COOPMED, Belo Horizonte, 1998 3. Manual de Perinatologia Navantino Alves Filho, Mário Dias Corrêa. 2ª edição, MEDSI, Rio de Janeiro, 1995 4. Atenção Integral às Doenças da Infância – AIDPI Ministério da Saúde, Brasília, 1999 5. Guia Alimentar Para As Crianças Menores De 2 Anos Mi- nistério da Saúde/ OPAS/OMS, Brasília, 2002 6. Acolhimento Adeildo Costeira, Sobral – CE, acessado em 13/05/2001 no endereço http\\www.saudedafamilia. npg.com.Br 7. Pediatria na Atenção Primária Hugo Issler, Cláudio Leone, Eduardo Marcondes. Sarvier, São Paulo, 1999. 8. Saúde da Criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 19 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de I. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 21 II. ROTINAS DE ATENDIMENTO..................................................................................................................... 22 III. ROTEIRO DE VISITA DA ENFERMEIRA E DO ACS AO RECÉM-NASCIDO ................................................. 23 IV. ROTEIRO DA 1ª CONSULTA DO RECÉM-NASCIDO .................................................................................... 25 IV. CONSULTAS DE SEGUIMENTO.................................................................................................................. 26 V. DEMANDAS PARA O PEDIATRA DE REFERÊNCIA ...................................................................................... 29 Atendimento Programático da Criança e do Adolescente PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 21 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú deINTRODUÇÃO Estima-se que 25 a 50% das consultas para crianças são para supervisão da saúde. Estes valores são decrescentes ao longo dos anos, caindo de 55% no primeiro ano de vida para cerca de 15% aos 10 anos. Cada contato entre a criança e os serviços de saúde, independente do fato, queixa ou doença que o motivou, deve ser tratado como uma oportunidade para a análise integrada e preditiva de sua saúde, e para uma ação resolutiva, de promoção da saúde, com forte caráter educativo. O acompanhamento siste- mático do crescimento da criança constitui o eixo central desse atendimento. A avaliação periódica do ganho de peso permite o acompanhamento do progresso in- dividual de cada criança, identificando aque- las de maior risco de morbi/mortalidade, si- nalizando o alarme precoce para a desnutri- ção, causa básica da instalação ou do agrava- mento da maior parte dos problemas de saúde infantil. O RECÉM-NASCIDO Definição: criança de 0 a 28 dias de vida. CLASSIFICAÇÃO Denominação Descrição quanto à idade e o peso RN DE TERMO – RN nascido entre 37 e 42 semanas de ges- tação segundo a OMS RN PRÉ-TERMO – RN nascido até 36 semanas e 6 dias de gestação. RN PÓS-TERMO – RN nascido após 42 semanas de gestação. RN adequado para a idade gestacional – RN que se situa na curva de crescimento entre o percentil 10 e o percentil 90. RN pequeno para idade gestacional – RN que se situa abaixo do percentil 10 na curva de crescimento. RN grande para a idade gestacional – RN que se situa acima do percentil 90 na curva de crescimento. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 22 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju ROTEIRO DE VISITA DA ENFERMEIRA E DO ACS AO RECÉM-NASCIDO Avaliação do Recém-Nascido Obter dados sobre condições do parto e do nascimento. Estado de saúde da mãe deve ser investigado. Verificar: 1. Aleitamento materno (exclusivo, Predomi- nante) - Orientar sobre pega, leite posterior e técnica de amamentação. Deixar o RN es- vaziar as mamas, pois o leite posterior ë mais rico em gordura e permite maior gan- ho de peso, além de saciar a fome da cri- ança. Orientar á mãe sobre a pega e suc- ção do bico e Aréola. (Ver capítulo sobre alimentação do Rn.) 2. A criança suga bem? (orientar para não usar chupetas, mamadeiras) 3. Apresenta evacuações? Perguntar sobre as- pecto, cor e odor das fezes. Lembrar que o Rn em amamentação exclusiva tem fezes explosivas, amarelas, líquidas e com grumos. O Rn ao alimentar-se estimula o reflexo gastro-cólico e evacua muitas ve- zes ao dia. Verificar aspecto e odor das fezes, pois às vezes o Rn pode ficar sem evacuar por vários dias: se elimina fezes pastosas, suga bem e está bem, orientar a mãe que o ritmo de evacuações varia de bebê para bebê. 4. Urinando bem? Em boa quantidade? Uri- na clara? RN´s ictéricos têm urina mais escura, manchando a fralda. 5. Sono (tranqüilo, agitado)? O Rn dorme e acorda várias vezes, não distinguindo o dia da noite (mais ou menos a cada 3, 4 ho- ras). Orientar a mãe para descansar en- quanto o bebê dorme.Evitar colocar a cri- ança de bruços até os 03 meses. Ela deve- rá ser colocada em decúbito lateral com apoio nas costas. 6. Atividade motora – O bebê normal e saciado nas suas necessidades basais,quando acordado é ativo e tranqüilo. Be- bês que choram muito estão muito para- dos ou agitados,exigem atenção especial e devem ser encaminhados para consul- ta médica. 7. Higiene do bebê – O banho do bebê deve ser dado num horário mais quente, com água morna, segurando-o com cuidado, mas firmemente, com a face para cima, protegendo seus olhos do sabão. Evitar perfumes e talco. Se tem assaduras usar pomada a base de óxido de zinco ou, na ausência, polvilho ou maisena. 8. Umbigo (cor, secreção purulenta, odor). Reforçar cuidados com o coto. O coto pode ser molhado e secado. Após secagem fazer limpeza com álcool a 70% (usar o kit neonatal). Se úmido e com cheiro forte, re- forçar cuidados e encaminhar se necessá- rio ao pediatra. 9. Regurgitação – É normal a regurgitação no Rn, principalmente nos que mamam mui- to e ultrapassam sua capacidade gástrica (20 a30ml/kg). Deixar a criança arrotar após as mamadas, segurando-a no colo. 10. Vômitos - Bebês que vomitam muito po- dem ter um problema de saúde ou sim- plesmente mamar em excesso. Verificar sempre o ganho de peso e encaminha-lo se estiver perdendo peso após orientação correta 11. Cólicas - São comuns no bebê. Acalmá- lo, colocá-lo em posição de bruços no colo ou coxa da mãe até que o RN arrote ou elimine gases. Não está indicado o uso de remédios para cólicas. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 23 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de12. Choro - Verificar se está com fome, frio, urinado, com fezes ou se tem cólicas. Choro forte de dor é diferente do choro habitual do bebê e deve ser bem observado e enca- minhado ao pediatra se necessário. 13. Cor da pele (icterícia, cianose) - Observar palidez, icterícia e cianose. Ver intensidade da icterícia: se intensa e abaixo dos joelhos encaminhá-lo para avaliação do pediatra. Se com cianose, verificar se é frio, se tem desconforto respiratório, gemência, boca seca ou estado geral comprometido, exige encaminhamento imediato para hospital. 14. Pústulas, pápulas no corpo - Se há pus, deve-se rompê-las com cotonete e fazer limpeza local com ägua limpa ou soro fi- siológico e usar pomada de neomicina/ bacitracina. A presença de pápulas ver- melhas e salientes deve ser avaliada pelo médico. 15. Conjuntivite - Secreção ocular purulenta deve ser limpa com água destilada ou boricada. Neste caso, pode-se usar colírio de tobramicina ou gentamicina (1 gota nos olhos de 4 em 4 horas por 4 dias). 16. Obstrução nasal - Limpeza do nariz com cotonete delicadamente uma vez ao dia; e após pingar soro fisiológico nas narinas antes das mamadas. 17. Dificuldade para respirar - Verificar se é obstrução nasal apenas ou dispnéia com comprometimento do estado geral, febre ou gemência. Encaminhar imediatamen- te ao médico. (Ver fatores de risco). No caso da dispnéia observar a Fr normal para a idade: < 2 meses <60 rpm; de 2 a 11 meses < 50 rpm; e de 12 a 59 meses <40 rpm. 18. Monilíase - Verificar presença de placas brancas na face interna dos lábios e bo- chechas, limpar com bicarbonato de sódio 3 vezes ao dia. Pingar ½ conta-gotas de nistatina oral nos cantos da boca 4 vezes ao dia por 8 dias. Tirar as placas com delicadeza antes do uso da nistatina. Lim- par tudo que for à boca do bebê inclusive o seio materno para não manter por tem- po prolongado a monilíase. 19. Imunização - Lembrar de checar as vaci- nas feitas na maternidade (BCG, HEPATI- TE). Agendar as próximas vacinas. Lem- brar que a vacina da hepatite pode ser dada a qualquer RN independente do peso e que o Rn prematuro deve receber 4 do- ses (ao nascer, com 1, 2 e 6 meses.) 20. Uso de medicamentos - Verificar o uso de medicamento prescrito e doses. Ori- entar a mãe sobre a melhor maneira de utilizar as medidas (conta-gotas, colher, seringa, etc). Observação: ver relação de medica- mentos que podem ser prescritos pela enfermeira no programa. 21. Condições ambientais, hábitos familiares; realização do teste do pezinho e registro civil - Verificar se foi feita orientação so- bre a realização do teste do pezinho e os locais de realização do mesmo (a mãe re- cebe orientação por escrito na maternida- de com relação dos locais onde pode fa- zer o teste do pezinho mais perto de sua casa). Orientar sobre a declaração de nas- cido-vivo e registro do RN. Nos casos de Rn de risco (ver critérios de encaminha- mento na UBS), verificar se foi encaminha- do da maternidade e se não o foi, fazê-lo. A mãe já recebe encaminhamento (referên- cia/contra-referência) na maternidade para evitar atrasos na consulta. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 24 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE RECÉM-NASCIDOS DE RISCO Os RN com as seguintes condições deve- rão ser encaminhados para ambulatório de neonatologia do CEMCA (RN de Risco): − peso de nascimento menor que 2500grs − com problemas neurológicos − com problemas metabólicos − com hiperbilirrubinemia − com infecção congênita − com doença pulmonar − com problemas cardíacos. ROTEIRO DA 1ª CONSULTA DO RECÉM-NASCIDO Anamnese 1. Solicitar resumo de alta e cadernata de saúde da criança e anotar: data do nascimento, ma- ternidade, tipo de parto, sexo, peso e compri- mento ao nascer, perímetro cefálico, Apgar. 2. Observar se é rn de risco: baixo peso (me- nor que 2500g), prematuro, gemelar ou se apresentou intercorrências no parto. 3. Anotar antecedentes gestacionais de impor- tância: mãe diabética, com tuberculose, com hanseníase, usuária de drogas, etc. 4. Verificar se a imunização foi iniciada 5. Interrogar sobre alimentação: Se em uso de leite artificial, perguntar sobre o tipo de leite utilizado e o modo de preparo. Obser- ve se mesmo em aleitamento materno, a criança chupa chupeta ou usa mamadei- ra para chás e/ou água. 6. Interrogar sobre os diversos aparelhos - Exame Clínico -Examinar a criança despida. 6.1. Peso, comprimento e perímetro cefálico 6.2. Exame físico geral: observar como a mãe ou o responsável se relaciona com a cri- ança, observar ao peito, avaliar estado nu- tricional, coloração da pele e mucosas (ic- terícia, cianose), constituição esquelética geral, malformações. 6.3 Exame físico especial (o que observar) a. Cabeça: fontanelas, suturas, presença de bossa serossangüínea ou céfalo-he- matoma. Observar anormalidades nos olhos, ouvidos, nariz, cavidade oral. b. Pescoço e tórax: assimetrias, tumora- ções (fratura de clavícula, torcicolo congênito, hipertrofia mamária), retrações, abaulamentos. Observar pa- drão respiratório (desconforto respi- ratório, taquipnéia). Ausculta respi- ratória. c. Aparelho circulatório: palpar pulsos (observar assimetria), ausculta cardí- aca (observar sopros). d. Abdome: observar distensão, cicatriz umbilical (coloração da pele, secre- ção), peristaltismo de luta; palpar he- patoesplenomegalia, outras massas. e. gênito-urinário: sinéquia de pequenos lábios, hidrocele, hérnias, criptorqui- dia. Anomalias em ânus. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 25 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú def. Locomotor: coluna, membros (toco- traumatismos: fraturas, paralisia braquial; pé torto) g. Sistema nervoso: características neu- rológicas: − Atitude assimétricado reflexo tôni- co-cervical (posição do esgrimista) − Hipertonia generalizada dos 4 membros contrastando com hipo- tonia da musculatura da coluna (cervical principalmente) − Reflexo cutâneo planar em exten- são, com ou sem leque − Atividades reflexas primitivas: Moro, apoio plantar, marcha, sucção. Observação: caso a primeira consulta não seja realizada no 1º mês, deverão ser colhidas informações sobre condi- ções de gestação e parto, alimentação, crescimento, desenvolvimento e imuni- zação, adequando-se o exame clínico ao grau de desenvolvimento físico e men- tal compatível com a idade da criança. Orientações √ Reforçar o aleitamento materno exclusivo √ Orientar sobre cólicas √ Orientar limpeza das fossas nasais √ Orientar higiene para prevenção de dermatite de fraldas √ Orientar banhos de sol diários √ Evitar aglomerações enquanto o lactente jo- vem não estiver completamente imunizado CONSULTAS DE SEGUIMENTO Deverá ser seguido o esquema proposto para o atendimento à criança, nas datas refe- ridas como marcos etários. As datas das pró- ximas consultas serão marcadas de acordo com a necessidade individual. Todas as cri- anças acima de 3 anos deverão fazer pelo menos o 01 consulta por ano para acompa- nhamento, após a idade escolar (7 anos) as consultas deverão ser programadas segundo identificação de risco nas atividades coleti- vas realizadas no ambiente escolar ou por de- manda espontânea. DIRETRIZES DA CONSULTA De modo geral, os problemas detectados na primeira consulta nortearão os dados a serem avaliados no seguimento. Além disso, deve- rão conter avaliação dos seguintes itens: Anamnese: √ Queixas atuais √ Alimentação √ Aparelho digestivo √ Gênito-urinário √ Acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor √ Escolaridade (nas idades pré-escolares e acima) √ Revisão breve de sistemas e aparelhos não mencionados acima √ Outros dados de interesse desde a últi- ma consulta √ Imunizações realizadas ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 26 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju EXAME FÍSICO GERAL E ESPECÍFICO √ Avaliar atitude da mãe ou responsável para com a criança √ Pesar, medir e analisar evolução do cres- cimento através de gráfico (padrões OMS/2006 e NCHS). √ Avaliar marcos do desenvolvimento AVALIAÇÃO (LISTA DE PROBLEMAS) E PLANO Listar problemas encontrados e suas im- pressões sobre a criança (incluindo diagnósti- co se houver). Condutas ou plano, deverá necessariamente conter informações com as orientações dadas sobre: √ Alimentação √ Vacinação √ Orientação geral e psicológica √ Prevenção de acidentes e maus-tratos infantis √ Medicação, se necessário. Programe para a próxima consulta algum tema que não foi possível abordar ou que ache necessário pontuar para não se esquecer. Use o prontuário como aliado de seu tempo e sua memória. AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO NEURO-PSICOMOTOR Do ponto de vista biológico, o desenvolvi- mento neurológico inicia-se desde a concep- ção. As interações do indivíduo com o seu meio ambiente modelam, ao longo de sua vida (incluindo a intra-uterina), tanto a estrutura como o funcionamento do seu sistema nervo- so central (SNC) o qual, por sua vez, cresce e se desenvolve com grande velocidade, nos pri- meiros anos de vida. O período de rápida mul- tiplicação celular de um tecido ou órgão é cha- mado de período crítico, no caso do SNC, a maioria das suas células é adquirida até os seis meses de vida extra-uterina. Como conse- qüência, o SNC é muito vulnerável durante a gestação, o parto, o período pré-natal e os pri- meiros anos de vida. Aos 2 anos, o tamanho da cabeça da criança é praticamente a meta- de que terá na idade adulta. Do ponto de vista clínico, qualquer evento ambiental nocivo, que ocorra na vida fetal (in- fecções congênitas, fumo, drogas, etc.), duran- te o parto (anóxia, hemorragias maternas, etc.) e nos primeiros anos de vida (infecções, des- nutrição, etc.), podem lesar o SNC. Mas é pre- ciso lembrar que esse é um período de grande plasticidade cerebral, sendo o cérebro capaz de realizar novas funções, transformando de maneira duradoura e sob pressão do meio am- biente, seja os elementos que o compõem, seja a rede de conexões que os une. Quanto mais jovem o indivíduo, mais plástico é o seu cére- bro, embora também se saiba que essa plasticidade se conserva em certo grau duran- te toda a vida, mesmo que na idade adulta seja menor do que na infância. Do ponto de vista da maturação, o desen- volvimento neurológico não acontece de ma- neira arbitrária, mas de acordo com um plano contido no potencial genético, através de eta- pas previsíveis e predeterminadas, no sentido cefalocaudal e do centro para a periferia. Ver Figura: ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 27 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de As respostas a estímulos evoluem de refle- xos generalizados, envolvendo todo o corpo, para ações voluntárias, definidas pelo córtex. São os chamados reflexos corticais. Essa especializa- ção permite à criança passar de reações simé- tricas, involuntárias em respostas ao meio am- biente (gritar, agitar os braços, dar pontapés), para movimentos assimétricos voluntários, em função de determinado estímulo. Essas funções nervosas, ou reflexos podem, conforme sua evo- lução, ser divididas em três grupos: – Manifestações normais durante algum tempo e que desaparecem com a evolu- ção, somente reaparecendo em condi- ções patológicas: reflexo tônico cervical e de retificação corporal, ambos desa- parecendo com um ou dois meses de idade; reflexo de Moro, que desaparece em torno de 4-6 meses; e o sinal de Babinski, que quando bilateral, pode ser normal até 18 meses; – Reflexos que existem ao nascimento, de- saparecem com a evolução, e reapare- cem como atividades voluntárias: refle- xo de preensão, sucção e marcha, por exemplo; Desenvolvimento motor da criança (primeiro ano de vida) ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 28 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju – Manifestações que persistem por toda a vida: os vários reflexos profundos e os reflexos cutâneos abdominais. A postura e os movimentos amplos do re- cém-nascido são muito importantes e devem ser sempre observados: o recém-nascido nor- mal mantém as pernas e braços fletidos tanto na posição supina como prona. As pupilas reagem à luz. Apresenta uma reação global a barulhos muito fortes. Dorme grande parte do tempo. Tem percepções visuais, alguma dis- criminação olfativa, percebe alguns sabores (tendo predileção pelo doce) e desde as pri- meiras horas de vida é capaz de indicar a per- cepção de alguns sons. A voz humana causa nele efeitos diferentes de outros sons, e já em torno da segunda semana de vida, a voz da mãe ou mesmo de outra mulher, modulada por tonalidades afetivas, é capaz de desenca- dear sorrisos mais facilmente que qualquer ou- tro som. Ao se observar um recém-nascido, deve-se considerar que suas reações, apesar de refle- xas em sua grande maioria, estão também for- temente relacionadas com seu grau de matu- ridade e condições físicas, como: sono, fome, saciedade, irritabilidade, etc. Com relação à criança, a sequência do de- senvolvimento pode ser identificada em termosgerais através dos marcos tradicionais. Essas referências constituem uma abordagem siste- mática para a observação dos avanços da cri- ança no tempo. A aquisição de determinada habilidade baseia-se nas adquiridas previa- mente e raramente pulam-se etapas. Para ver marcos do desenvolvimento consultar proto- colo de desenvolvimento. DEMANDAS PARA O PEDIATRIA DE REFERÊNCIA A avaliação e/ ou acompanhamento do pediatra de referência poderá ser necessário mediante caso de: √ doenças crônicas ou incapacitantes √ distúrbios do desenvolvimento neuro- motor √ distúrbios do aprendizado √ distúrbios comportamentais √ RN de risco que não foram acompanha- dos no ambulatório de neonatologia Os encaminhamentos serão feitos exclusi- vamente pelo médico da equipe, exceto para o RN que seja classificado como RN DE RISCO. REUNIÕES DE MÃES Deverão ser programadas reuniões de grupos de mães e pais (não esquecer de convidá-los!!), com a participação de toda a equipe para que possam ser discutidos temas relacionados com: √ Aleitamento materno e desmame oportuno √ Higiene √ Parasitoses e ectoparasitoses √ Imunização √ Doenças prevalentes e sinais de perigo ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 29 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de√ Saúde bucal √ Prevenção de acidentes CONSULTA EVENTUAL Objetivos: √ Diagnosticar e tratar episódios agudos de doença √ Realizar seguimento para doenças agu- das (retorno) √ Inserir/reinserir no programa Conduta: 1. Consulta médica garantida 2. Incluir no atendimento programático, caso não esteja sendo acompanhada. Risco baixo √ Diarréia e/ou vômitos sem desidratação √ Febre inicial sem outras queixas e sem sinais de perigo. √ Problemas dermatólógicos agudos. Conduta: 1. Consulta de enfermagem 2. Queixa clínica: Agendamento ou con- sulta médica garantida. 3. Incluir no atendimento programáti- co, caso não esteja sendo acompa- nhada. 4. Orientações sobre sinais de perigo. Relação das medicações que poderão ser prescritas pela enfermeira: Dipirona: 1 gota por quilo de peso quando a temperatura for superior a 37.8 graus. Nistatina gotas: nos casos de monilíase oral: 1 ml. Nos cantos da boca a cada 6 horas por 8 dias, após limpeza local. Não usar o bicarbonato para limpeza na mesma hora da nistatina pois diminui sua ação. Soro Fisiológico nasal: em casos de IVAS e obstrução nasal do RN, 1/2 conta-gotas em cada narina 4 a 6 vezes ao dia. TRO: prescrever na doença diarréica agu- da sem desidratação. Pomada a base de óxido de zinco: nas as- saduras simples do bebê. Mebendazol: em crianças maiores de 1 ano: 5 ml 2 vezes ao dia por 3 dias Repetir após 8 dias. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 30 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju Avaliação do risco em menores de 2 meses RISCO MÁXIMO E INTERMEDIÁRIO - DEVERÃO TER ATENDIMENTO MÉDICO IMEDIATO Tipo de Queixa Descrição Geral – NÃO INGESTA DE ALIMENTOS OU LÍQUIDOS – VÔMITOS INCOERSÍVEIS – CONVULSÕES – LETARGIA – INCONSCIÊNCIA Respiratórias – TIRAGEM SUB-COSTAL – ESTRIDOR EM REPOUSO – BATIMENTOS DE ASAS DO NARIZ. Diarréia e/ou Vômitos – CRIANÇA LETÁRGICA OU INCONSCIENTE – SANGUE NAS FEZES OU DIARRÉIA HÁ 14 DIAS OU MAIS Ouvido – SECREÇÃO DO OUVIDO Nutrição – EMAGRECIMENTO ACENTUADO – EDEMA DE PÉS – NÃO CONSEGUIR ALIMENTAR-SE Outras Queixas* – FEBRE OU HIPOTERMIA (<35,5) – PETÉQUIAS – ABAULAMENTO DE FONTANELA. – PÚSTULAS GRANDES OU EXTENSAS – DOR Á MANIPULAÇÃO RISCO INTERMEDIÁRIO Respiratórias – TAQUIPNÉIA ( FR³60ipm) Diarréia e/ou vômitos: – OLHOS FUNDOS – SANGUE NAS FEZES – DIARRÉIA HÁ 14 DIAS OU MAIS. Outras queixas – UMBIGO ERITEMATOSO E/OU SECREÇÃO PURULENTA – PÚSTULAS NA PELE. – PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO OU PESO BAIXO. *CONDUTA: DEVERÁ SER ENCAMINHADO IMEDIATAMENTE PARA HOSPITAL. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 31 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de 1.CONCEITOS ................................................................................................................................................. 35 2.OBJETIVO .................................................................................................................................................... 35 3.FATORES DO CRESCIMENTO ....................................................................................................................... 35 4.FASES DO CRESCIMENTO ........................................................................................................................... 35 5.PADRÕES DE CRESCIMENTO ...................................................................................................................... 36 6.VELOCIDADE DE CRESCIMENTO ................................................................................................................ 37 7. AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO ................................................................................................................. 38 8.DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................................. 40 9. AVALIAÇÃO DO RISCO PARA O CRESCIMENTO ......................................................................................... 40 10. GRÁFICOS E CURVAS DE CRESCIMENTO PARA MENINOS E MENINAS ................................................... 40 Monitoramento do Crescimento Infantil PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 33 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de1.CONCEITOS São alterações biológicas que implicam em aumento corporal da criança, considerando principalmente a evolução do peso, da altura e do perímetro cefálico. O Crescimento e Desenvolvimento são fenô- menos “diferentes” em sua concepção fisioló- gica, “paralelos” em seu curso e “integrados” em seu significado; pode-se dizer que são dois fenômenos em um só (Eduardo Marcondes) A monitorização do crescimento e desenvolvi- mento é considerada a ação eixo na atenção pri- mária à saúde da criança em suas ações básicas. 2.OBJETIVO Monitorar o crescimento e desenvolvimen- to como um processo seqüencial de medidas para o diagnóstico, detecção de crianças de risco e indicadores de saúde com a finalidade de melhorar a qualidade de vida. A caderneta de saíde da criança é a principal ferramenta de trabalho e instrumento de avaliação. 3. FATORES DO CRESCIMENTO O crescimento do ponto de vista global é a somatória de fenômenos celulares, bioquími- cos, biofísicos e morfogenéticos integrados, predeterminados pela herança e dependentes do meio ambiente. Fatores que influenciam o crescimento INTRÍNSECOS EXTRÍNSECOS · ORGÂNICOS · ambientais · GENÉTICOS · nutricionais · NEUROENDÓCRINOS · atividade física SOMATOTROFINAS · Psico-sociais TIREOTROFINA GÔNADAS 4.FASES DO CRESCIMENTO Duranteo processo de crescimento e de- senvolvimento o ser humano passa por trans- formações que se iniciam na vida intra- uterina e evoluem com modificações anátomo-fisiológicas e em seus aspectos bi- opsicossociais peculiares de cada faixa etária. As etapas ou fases do crescimento são as se- guintes: – Intra-utero: ovo, embrião, feto – Recém-nascido : 0 a 28 dias – Lactente: 28 dias a 2 anos – Educação Infantil: 2 a 6 anos – Ensino Fundamental: 7 a 14 anos – Adolescente: 10 a 20 anos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 34 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju enquanto as demais estruturas estão em fase de crescimento franco. √√√√√ Somático: este tipo de crescimento pode ser representado pelas curvas de peso e estatura que apresentam o aspecto geral de um S com dois períodos de maior ve- locidade, no crescimento extra-uterino (de 0 a 2 anos). √√√√√ Genital: estas estruturas permanecem la- tentes durante os primeiros anos, até os oito a dez anos de vida, para então apre- sentar um crescimento acelerado, acom- panhado de transformações físicas que correspondem à puberdade. A velocidade do crescimento de diferentes partes do corpo Fonte: Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil / Ministério da Saúde, 2002. 5.PADRÕES DE CRESCIMENTO Em condições normais, cada tecido e cada órgão crescem segundo um grau, padrão e velocidade próprios. √√√√√ Neural: crescimento do sistema nervoso caracterizado por uma intensa velocida- de nos dois primeiros anos de vida. As estruturas nervosas são mais vulneráveis aos agravos de um modo geral. √√√√√ Linfóide: é o único tipo de crescimento que apresenta um processo de involução ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 35 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de 6.VELOCIDADE DE CRESCIMENTO Só é possível monitorizar o crescimento e o desenvolvimento de crianças e adolescentes se fizermos uma avaliação continuada, pro- gramada para compreendermos o ritmo de cada indivíduo, respeitando as suas caracte- rísticas e padrões de normalidade heredo-fa- miliares. Curvas de crescimento de diferentes partes e tecidos do corpo Ta m an ho a tin gi do e m % d o cr es ci m en to t ot al p ós -n at al Idade em anos Fonte: Tanner, 1962. (Copiado da Tanner. J. M., 1978). OVO A RECÉM-NASCIDO 0,1 50 cm = 5.000 vezes 0,005 mg 3.200 g = 1 Milhão de Vezes 1 a 20 ANOS Aumento da Altura = 3 ½ Vezes Aumento do Peso = 20 Vezes ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 36 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju 7.AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO A monitorização do crescimento deve ser feita utilizando-se dados da anamnese, exame físico geral, antropometria, avaliação do esta- do nutricional e avaliação do desenvolvimen- to sexual. A interpretação correta do cresci- mento depende da confiabilidade sobre a ida- de, da confiabilidade antropométrica, da confiabilidade do referencial escolhido, do se- guimento evolutivo, da correlação peso e esta- tura, de outros dados clínicos A) ANAMNESE Deve conter informações sobre peso ao nas- cer, presença ou não de prematuridade, pa- tologias crônicas, privação psico-social, his- tórico alimentar, etc. É de extrema importân- cia a caracterização das condições sócio-eco- nômicas da família, visto que a grande mai- oria dos quadros de deficit de crescimento estão associados à ingesta inadequada de ali- mentos. B) EXAME CLÍNICO Exame clínico global, observando aspecto dos cabelos, pele, unhas (a procura de sinais sugestivos de hipovitaminoses). Busca de pro- cessos infecciosos agudos (a alteração se refle- tirá no peso, não afetando a estatura) e sinais de doenças cardiopulmonares (cianose, defor- midade do tórax, alteração da auscultas, etc.) e digestivas (enteroparasitoses, etc.) que possam cursar com deficit de crescimento. C) AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA O crescimento biológico é avaliado utilizan- do-se técnicas para mensurar o peso, altura, perímetros cefálico, torácico, braquial e outras medidas como envergadura, espessura de pre- gas cutâneas, altura-sentada, diâmetro biacro- mial. O processo de crescimento é caracterizado pela variedade individual. Por isso, as observa- ções são baseadas na posição do indivíduo es- tudado em relação ao grupo. Durante a infân- cia, o potencial genético não difere tanto entre os vários grupos populacionais, porém um pa- drão inferior de crescimento é basicamente fru- to de condições de saúde e nutrição inadequa- dos. Como instrumento de avaliação pode-se seguramente utilizar gráficos (curvas) e tabelas de referência internacional (OMS/2006). Peso Deve ser medido em balanças do tipo pesa- bebê de até 15 quilos, com subdivisões de 10 gramas. Para crianças maiores, usar balanças biométricas. A criança deverá ser pesada des- pida ou, respeitando-se seu pudor, nas crian- ças maiores, com o mínimo de roupa possível. Fórmula para estimativa aproximada de peso esperado: PESO= (IDADE X 2) + 9 Idade Evolução do Peso R.N 3.200 g Primeiro trimestre 25 a 30g / dia Quinto mês Duplica peso do nascimento Primeiro ano Triplica Segundo ano Quadruplica ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 37 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de Procedimentos para medir altura/comprimento: Figura: mesa antropométrica Procedimento para a medição: crianças de 0 a 23 meses – (deitada) 1. A criança deve estar descalça, despida, sem touca, protetores ou enfeites de ca- beça. O cabelo deve estar solto. 2. Com o auxílio da mãe, deitar a criança mantendo seus ombros e cabeça apoia- dos na mesa ou superfície plana. Segu- rar os tornozelos da criança mantendo- se as pernas esticadas. 3. Encostar a cabeça da criança na extre- midade fixa da régua ou mesa antropo- métrica. Deslizar a peça móvel até en- costar-se aos calcanhares, mantendo os joelhos bem estendidos. Solicitar ajuda da mãe para manter a cabeça da crian- ça na posição correta. 4. Proceder à leitura da medida. A medida correta exige a precisão até o milímetro, contudo, para evitar erros de medição aconselha-se aproximar, quando neces- sário, para o meio centímetro mais pró- ximo (exemplo: 70,2cm aproximar para 70,0 cm, 81,8cm, aproximar para 82,0 cm). Registrar imediatamente. 5. Retirar a criança da mesa e orientar a mãe para vesti-la. 6. Avaliar a adequação do comprimento na tabela de percentis e informar a mãe so- bre essa adequação. Altura Até 02 anos de idade e na criança com in- capacidade motora deve ser medido o com- primento supino em régua antropométrica so- bre superfície plana, preferencialmente rígida. A altura em pé(estatura) é medida com um estadiômetro (régua vertical com cursor na extremidade cefálica). Idade Comprimento esperado RN 50 cm 01 ANO 75 cm 04 ANOS 100 cm Fórmula para estimativa aproximada de altura/comprimento esperado: ALTURA = ( IDADE X 5) + 80 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 38 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju 9. AVALIAÇÃO DO RISCO PARA O CRESCIMENTO Baixo Risco - peso para idade < percentil 10 - desaceleração do ganho em 03 consultas consecutivas Conduta: acompanhamento na UBS e in- clusão em programa de combate às carências nutricionais. Risco Intermediário - baixa estatura - peso para idade < percentil 3 Conduta: acompanhamento conjunto na UBS com o apoio do pediatria e inclusão em programa de combate às carências nutricionais. 10. GRÁFICOS E CURVAS DE CRESCIMENTO PARA MENINOS E MENINAS - Perímetro cefálico e peso para altura 0 a 36 meses; - Curva de crescimento de 0 a 36 meses - Peso para a idade e altura para a Idade; - Curva de Crescimento de 0 a 20 anos - Peso para a Idade e Altura para a Idade; - Diagrama de Maturação Sexual segundo critérios de Tanner. Perímetros Na rotina deve-se medir sequencialmente os perímetros cefálico e torácico. O perímetro cefálico tem muita utilidade para avaliarmos o crescimento do Sistema Nervoso, pois é um bom indicador para o crescimento cerebral (micro/macrocefalia). 8. DIAGNÓSTICO Na prática diária, utiliza-se o peso e a es- tatura para a avaliação do estado nutricional de uma criança. · DESNUTRIDAS OU DE RISCO: Crianças que se situarem abaixo do percentil 10 do peso idade (P/I) ou que apre- sentem desaceleração do ritmo de crescimen- to (curva descendente ou com retificação) em 03 consultas consecutiva em intervalos próxi- mos (mesmo se situado acima do P10). · BAIXA ESTATURA: É definida quando é observada a relação altura para idade situada abaixo do percentil 3 da curva de referência utilizada. A baixa estatura familiar é a causa mais freqüente. Idade PC esperado Recém-nascido ± 34 cm Primeiro semestre 43 cm Segundo semestre + 3 ou 4 cm Dois anos + 3 cm ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 39 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 40 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 41 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 42 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 43 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 44 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 45 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 46 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 47 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 48 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 49 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 50 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 51 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de 1. CONCEITOS ................................................................................................................................53 2. OBJETIVOS DA MONITORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO .............................................53 3. AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ...................................................................................53 4. MARCOS FUNDAMENTAIS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA .................................55 5. AVALIAÇÃO DO RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO .......................................................56 Monitoramento do Desenvolvimento Infantil PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 53 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de1. CONCEITOS Desenvolvimento é a capacidade de reali-zar funções cada vez mais complexas. É diferenciar alguns termos muitas vezes utili- zados como sinônimos, embora tenham sig- nificados diferentes. Assim, vamos começar definindo alguns conceitos que nos situem em determinada perspectiva, a começar pelos pró- prios termos crescimento e desenvolvimento. – Crescimento significa aumento físico do corpo, como um todo ou em suas par- tes, e pode ser medido em termos de centímetros ou de gramas. Traduz au- mento do tamanho das células - hiper- trofia - ou de seu número - hiperplasia. – Maturação é a organização progressiva das estruturas morfológicas, que, como o crescimento, seu potencial está gene- ticamente determinado. A maturação neurológica engloba os processos de crescimento, diferenciação celular, mielinização e o aperfeiçoamento dos sistemas que conduzem a coordenações mais complexas. – Desenvolvimento é um conceito amplo que se refere a uma transformação com- plexa, contínua, dinâmica e progressi-va, que inclui, além do crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspec- tos psíquicos e sociais. Nenhum marco do desenvolvimento surge repentina- mente sem que uma estrutura física e funcional já exista. – Desenvolvimento psicossocial é o pro- cesso de humanização que inter-relaci- ona aspectos biológicos, psíquicos, cognitivos, ambientais, socioeconômi- cos e culturais, mediante o qual a cri- ança vai adquirindo maior capacidade para mover-se, coordenar, sentir, pen- sar e interagir com os outros e o meio que a rodeia; em síntese, é o que lhe permite incorporar-se, de forma ativa e transformadora, à sociedade em que vive. 2. OBJETIVOS DA MONITORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO - Diagnosticar a anormalidade - Estimular o desenvolvimento - Intervir precocemente - Orientar estimulação precoce - Inserir em programas de reabilitação - Monitorização continuada 3. AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO A avaliação do desenvolvimento é um dosmarcos fundamentais na atenção à saú- de da criança, devendo ser executada junto com a avaliação do crescimento é registrada na caderneta de saúde da criança, de forma sistemática e programada. Deve ser parte integrante da consulta da criança e como tal deve fazer parte da história clínica e do exame físico. Com relação à criança, a sequência do de- senvolvimento pode ser identificada em termos gerais através dos marcos tradicionais. Essas referências constituem uma abordagem siste- mática para a observação dos avanços da cri- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 54 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju ança no tempo. A aquisição de determinada habilidade baseia-se nas adquiridas previa- mente e raramente pulam-se etapas. A estimulação da criança, adequada à sua etapa evolutiva, é essencial à realização de seu potencial como ser humano, criando as bases para a futura estrutura emocional, físi- ca, e principalmente social, para o exercício pleno dos direitos de cidadania. As condi- ções para que uma estimulação adequada ocorra devem ser avaliadas. Esta abordagem deve ser feita no consultório mas também deverá ser realizada em atividades coletivas e nos equipamentos sociais que cuidam de crianças e que estão no território da Unidade de Saúde. A) AMAMNESE Na maioria das vezes a detecção de altera- ção do desenvolvimento é feita por um mem- bro da equipe de saúde, outras vezes a mãe ou outro acompanhante traz a queixa. Neste caso, não esquecer de perguntar: - Quando iniciou/ foi notado o problema? - Houve alguma modificação do problema? Em qualquer situação deverá ser feita anamnese minuciosa contendo informações re- lativas a: √ Antecedentes familiares (padrões seme- lhantes na família), √ Antecedentes pré-natais (intercorrências, não realização do pré-natal, ameaças de abortamento), √ Antecedentes perinatais (asfixia: pergun- tar se a mãe ouviu o choro do bebê ao nascer, permanência sob ventilação me- cânica, uso de 02, etc.), √ Antecedentes mórbidos (convulsões, me- ningite, internação por doença grave, etc.) B) EXAME FÍSICO Existe uma seqüência fixa e invariável para cada espécie, embora com um ritmo variável de indivíduo para indivíduo o que permite es- tabelecer limites de normalidade, idades míni- ma e máxima em cada marco do desenvolvi- mento. Além disso, o desenvolvimento segue duas direções: céfalo-caudal e próximo-distal. Vale ressaltar o conceito mais amplo de desenvolvimento que compreende todas as ações reflexas, voluntárias, espontâneas e aprendidas. A avaliação pode ser agrupada em quatro campos: 1. Desenvolvimento motor: diz respeito ao controle dos movimentos do corpo, des- de os grosseiros aos mais finos; 2. Desenvolvimento adaptativo: ações de ajustamento para novas habilidades mais complexas; 3. Desenvolvimento da linguagem: refere-se a todos os meios de comunicação, seja através de gestos, de vocalizações e de palavras; 4. Desenvolvimento pessoal-social: habili- dades e atitudes pessoais da criança frente ao seu meio sociocultural. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 55 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de4. MARCOS FUNDAMENTAIS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA IDADE MARCOS DO DESENVOLVIMENTO 2 meses Prona, eleva a cabeça Vocaliza sem chorar Movimentos simétricos Segue com o olhar até a linha média Olha a face do examinador Sorri responsivamente 4 meses Prona, eleva a cabeça até 90o Segue com o olhar até 180o Grita 6 meses Sentada, sustenta a cabeça Prona, eleva o tronco com apoio dos membros superiores Sorri responsivamente 9 meses Sustenta peso em membros inferiores Senta sem apoio Puxada para sentar, sem queda da cabeça Volta-se quando chamada Come biscoito com as mãos 12 meses Senta-se sozinha Fica em pé com apoio ”Papa-mama” não específicos Imita sons de fala Preensão usando o polegar 18 meses Tira a roupa do corpo Combina pelo menos duas palavras Joga bola com o examinador 24 meses Anda para trás Corre, sobe degraus Três palavras além de “papa-mama” Aponta para uma parte do corpo nomeada 3 anos Fica sobre um pé momentaneamente Usa frases Veste-se com auxílio 4 anos Pula sobre um pé só Brinca com outras crianças Reconhece mais de duas cores 5 anos Pula alternativamente com um pé Veste-se sozinho Pede ajuda quando necessário ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 56 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju 5. AVALIAÇÃO DO RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO Risco máximo: Deverá ter atendimento médico de imedi- ato: - Convulsão - Hipoatividade (quadro agudo) Conduta: assistir e encaminhar para o hos- pital. Risco baixo/intermediário: √ Alterações neuro-sensoriais (visão, audi- ção, linguagem) √ Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor √ Hiperatividade. √ Distúrbios de comportamento √ Problemas de aprendizagem. √ Enurese noturna. √ Distúrbio do sono. Conduta: acompanhamento na UBS em con- junto com o pediatra. Deve-se avaliar necessi- dade de encaminhamento à especialidade. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 57 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú deDesenvolvimento psico-motor de 0 a 3 anos Baseado no Manuel du Developpement Psycho-Moteur de L’Enfant. Las etapes de la Socialization. Les Grands Apprentissages La Criative Masson, 1982 - Autor: Jacqueline Gassier ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 58 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a P re fe it u ra M u n ic ip al d e A ra ca ju ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 59 M o d e l o S a ú d e e C i d a d a n i a S ec re ta ri a M u n ic ip al d e S aú de ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Manual das ações programáticas 60 M o d
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