Buscar

Toxicologia Geral 04

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso de 
Toxicologia Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos 
na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
124 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
MÓDULO IV 
 
INTOXICAÇÕES POR METAIS PESADOS 
 
 A denominação de Metais Pesados deve-se basicamente ao fato destes metais 
apresentarem elevado peso atômico e não necessariamente por sua densidade. Do ponto 
de vista toxicológico, este grupo de metais possui uma propriedade química que os 
distingue em relação aos efeitos dentro organismo. Muitos metais têm grande afinidade 
com o Oxigênio formando os óxidos metálicos, os metais pesados possuem também 
acentuada afinidade com o Enxofre (que é do mesmo grupo do Oxigênio) originando os 
sulfetos, forma na qual podem ser encontrados na natureza como minérios. 
Dentro do organismo o fato se repete, contudo na ausência de enxofre ou sulfetos livres, 
o metal pode encontrar o enxofre na forma de um radical –SH (sulfidrila). O enxofre 
desempenha papel importante na estrutura das moléculas, mantendo, por exemplo, a 
estrutura tridimensional de proteínas, através das pontes de dissulfeto que pode ser 
alterado em contato com um metal pesado este pode deslocar o hidrogênio e ligar-se ao 
enxofre, assim a estrutura pode ser alterada. Sendo uma proteína plasmática ou um fio de 
cabelo, pouco problema pode ser originado, porém se for uma enzima, sua atividade 
metabólica pode ser diminuída ou até mesmo paralisada. 
 
Caracterização da exposição. 
 
A exposição ocupacional a metais pesados pode ser observada em diversos locais e 
atividades. Citamos a seguir os principais metais pesados em relação ao número de 
expostos e alguns exemplos de atividades que envolvem exposição ocupacional: 
• Arsênico: Fabricação de ligas metálicas, pigmentos e reagentes. 
• Cádmio: Solda Prata e tratamento de superfícies. 
• Chumbo: Fabricação e reforma de baterias de chumbo/ácido. Têmpera e trefilação de 
metais. Fundição de ligas de bronze e similares. 
• Cobre: Galvanoplastia Solda MIG e oxi-acetileno. 
• Cromo: Galvanoplastia, Solda em aço inoxidável, Fabricação de tintas e Pintura. 
 
 
 
 
 
125 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
• Ferro: Fundição de ferro, Soldas em geral, em ferro ou aço. 
• Manganês: Solda MIG, Fundição de ferro. 
• Mercúrio: Fabricação de Lâmpadas, Garimpo, Odontologia. 
• Níquel: Galvanoplastia, Solda em aço inoxidável. 
• Zinco: Galvanoplastia Solda oxi-acetileno. 
Outros metais ainda podem ser identificados, porém com menor importância toxicológica, 
ou de pouca utilização no Brasil, como o Cobalto e o Molibdênio, e a relação anterior não 
tem a pretensão de ser completa nem de citar todas os locais ou atividades que podem 
originar uma exposição ocupacional a metais pesados, mas, nos dá uma idéia da 
diversidade destes locais ou atividades. 
ALUMÍNIO 
Vem sendo associado à presença de alumínio no organismo com demência senil (Doença 
de Alzheimer), balanço negativo de cálcio e magnésio (com remoção óssea destes), 
angústia, ansiedade, anorexia, irritação gastrointestinal e encefalopatia pós-diálise. 
Fontes deste metal: 
Água potável, utensílios de cozinha, desodorantes, queijos processados, antiácidos e 
recipientes de alumínio para alimentos (quentinhas). 
CÁDMIO 
Está associado com freqüência à lesão renal, hipertensão, litíase renal, cardiomegalia, 
aterosclerose, imunodepressão, em fumantes, dores osteoarticulares, lesão do epitélio 
germinativo e infertilidade masculina. Há transmissão materno-fetal nos casos de mães 
intoxicadas.O conteúdo do Cádmio no cabelo do recém-nascido tem relação inversa com 
o peso. 
Fontes deste metal: 
Tubulações residenciais, papel do cigarro, frutos do mar, fumaça de automóveis, poluição 
industrial, café, chá, água potável, suplementos de cálcio. 
 
CHUMBO 
Leva a distúrbios de aprendizagem em crianças, cefaléia intensa, vertigem, tremores, 
dores articulares, irritabilidade, agressividade, distúrbios mentais, hiperatividade, anorexia, 
lesões musculares e dores abdominais. 
 
 
 
 
 
126 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Fontes deste metal: 
Aditivos da gasolina (tetra etil chumbo), água potável, suplemento e cálcio (dolomita), 
contaminação dos alimentos por inseticidas, poluição atmosférica, pasta de dentes, tintas 
de cerâmica, latas com solda de chumbo, fertilizantes, tintas de cabelo (acetato de 
chumbo) e o fumo. 
 
ARSÊNICO 
 
Esta condição pode estar associada com a presença de fadiga, astenia, prostração, 
fadiga, fraqueza, dores musculares, neuropatia periférica, pigmentação linear das unhas, 
cefaléia, diarréia ou constipação. 
Fontes deste metal: 
Água, fumo (cachimbo), "smog", pesticidas, desfolhantes, cerveja, frutos do mar e 
cosméticos. 
MERCÚRIO 
A intoxicação deste metal leva freqüentemente a tremores, ataxia, anomalias do 
desenvolvimento fetal, estomatite, perda de dentes, neurite periférica e reações alérgicas. 
Fontes deste metal: 
Amálgamas dentais, acidentes com termômetros e barômetros, fungicidas 
(freqüentemente usados em tomates), contaminação de peixes e plânctus marinho, 
poluição de rios pelo garimpo de ouro, filtros de ar condicionado, baterias, poluição do ar, 
cosméticos, calomelano (utilizado nos talcos) e uso de supositórios para hemorróidas 
(mercuriais). 
 
NÍQUEL 
 
Está freqüentemente associado a lesões cutâneas; distúrbios renais e hepáticos, 
infertilidade, neoplasias (câncer) pulmonares, apatia, cefaléias, insônia, diarréia, náuseas 
e em fumantes (aumento discreto). Alguns autores atribuem ao níquel alguns papéis 
biológicos, o que o faria ser também classificado de mineral essencial. 
Fontes deste metal: 
 
 
 
 
 
127 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Soja, lentilha, nozes avelãs, trigo mouriscos e cereais integrais. Alguns destes, a 
exposição ao fumo, baterias de níquel, ligas metálicas, poluição industrial, etc., podem ser 
os agentes causadores desta condição. 
 
BÁRIO 
 
A ingestão pode causar vômitos, diarréia, dor abdominal e desalojar o potássio das 
células. 
Fontes deste metal: 
É usado como contraste de RX. Outras fontes são: indústrias de cerâmica, plásticos, 
tintas, pesticidas e combustíveis. 
 
INTOXICAÇÃO POR DERIVADOS DO PETRÓLEO 
 
ASFALTO: Asfalto de petróleo, betumem de petróleo, piche, piche mineral. Mistura 
complexa de hidrocarbonetos, usado em pavimentação, impermeabilização, formulação 
de tintas e vernizes. Considerado de baixa toxicidade devido à alta viscosidade, baixa 
volatilidade e insolubilidade em meio aquoso. 
 
QUADRO CLÍNICO: Inalação/Exposição: vapores e fumos são irritantes para olhos, trato 
respiratório e pele. Contato: Asfalto aquecido pode causar queimaduras graves. Ingesta: 
“mascar” pedaços de asfalto pode resultar risco mecânico se deglutido. 
 
TRATAMENTO: Contato: RESFRIAMENTO IMEDIATO da pele ou áreas atingidas, com 
águafria corrente, durante 20min. NÃO tentar remover partículas. Lavar a pele com água 
e sabão. Não usar solventes. Podem ser usados produtos contendo glicerina ou lanolina; 
antibióticos tópicos. Inalação: remoção imediata para local bem ventilado, assistência 
respiratória. Medidas sintomáticas e de manutenção. 
 
NAFTALINA: Produto químico/Pesticida doméstico. Sinônimos: naftaleno, nafteno, 
alcatrão branco, alcatrão canforado. Usado como repelente de traças “bolinhas de 
naftalina”, desinfetante sanitário, fumigante de solos, sínteses químicas, manufatura de 
 
 
 
 
 
128 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
tintas. São cristais brancos e transparentes, extraídos do alcatrão da hulha por solventes 
orgânicos. Evapora facilmente, umidade do ar e luminosidade causam sua degradação 
em poucas horas. Inflamável ou explosivo quando exposto ao calor ou chamas. Naftalina 
tem rápida absorção oral, sendo também absorvida via inalatória ou dérmica, é 
potencializada por solventes orgânicos ou lipídio. Dose letal estimada em humanos: 1-2 
gramas (cada “bolinha” íntegra pode conter 2 – 3g). 
 
QUADRO CLÍNICO: Irritação gastro-intestinal, sudorese, irritação do trato urinário; hiper-
excitabilidade, letargia, convulsões, coma. Hemólise em 1-3 dias, insuficiência renal. 
Possível metemoglobinemia. Irritante ocular ou por contato dérmico. 
 
TRATAMENTO: Esvaziamento gástrico até 2 horas. Êmese somente imediata e se não 
houver cânfora associada. Cuidar risco de obstrução mecânica por “bolinha”. Lavagem 
gástrica com água morna. Carvão ativado, catárticos salinos. Tratamento Geral: 
assistência respiratória, diazepam se convulsões, hidratação, alcalinização urinária, pode 
ser necessário transfusão sangüínea. Medidas sintomáticas. 
 
GASOLINA E QUEROSENE: Combustível para veículos automotores leves, solventes, 
iluminação, aquecimento, veículo para pesticidas, limpeza. Depressor do SNC, irritante de 
pele e olhos e de trato respiratório. Absorção importante por inalação, baixa por via 
digestiva. 
 
QUADRO CLÍNICO: Tosse, dificuldade respiratória, confusão mental; taquicardia, 
náuseas, vômitos. Maior risco: PNEUMONITE QUÍMICA por aspiração. 
 
TRATAMENTO: Assistência respiratória. Tratar broncoespasmo. Ingesta de pequenas 
quantidades (5-10ml): NÃO fazer esvaziamento gástrico devido alto risco de aspiração e 
baixa toxicidade sistêmica. 
CONTRA-INDICADO: Induzir vômitos, alimentos ou laxantes lipídicos (aumentam 
absorção). Fazer repouso gástrico (4h) para evitar êmese, carvão ativado, catárticos 
salinos. Avaliar função pulmonar (controle radiológico até o 3º e 5º dia). Ingesta maciça 
 
 
 
 
 
129 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
(maior que 30ml) ou quando misturada a substâncias mais tóxicas (p.ex. pesticidas 
agrícolas): lavagem gástrica cuidadosa com entubação endotraqueal. Equilíbrio 
hidroeletrolítico, ácido-básico. Avaliar gasometria arterial. Casos graves avaliar função 
renal e hepática. Para pneumonite química: assistência respiratória (NÃO usar 
corticóides, NÃO fazer antibiótico profilático). Demais medidas sintomáticas e de 
manutenção. 
 
METANOL: Sinônimos: álcool metílico, álcool de madeira, carbinol. Líquido volátil, 
inflamável, odor alcoólico quando puro e desagradável quando misturado a impurezas. 
Utilizado como solvente de tintas, vernizes; combustível, aditivos de gasolina, 
anticongelantes em radiadores, líquido de freios de veículos, fabricação de bebidas 
clandestinas. 
 
QUADRO CLÍNICO: Risco tóxico: ingestão acidental e exposição ocupacional (monitorar 
metanol na urina de trabalhadores expostos). Intoxicação crônica: primeiros sintomas são 
redução dos campos visuais e embaçamento da visão. A combinação de distúrbios 
visuais, acidose metabólica e história de exposição ao metanol, e presença de ácido 
fórmico na urina, confirmam quadro clínico. Intoxicação aguda: ingestão de 15ml causa 
cegueira, de 70 a 100ml costuma ser fatal. 
 
TRATAMENTO: Deverá ser instalado logo após a obtenção dos níveis séricos de 
metanol. Dosagens acima de 40ml/dl indicam uso de antídoto específico: etanol (álcool 
etílico) EV ou VO. Níveis acima de 50mcg/dl e a presença de acidose metabólica indicam 
uso de etanol + hemodiálise, para melhor prognóstico do caso. 
 
BENZENO: Solvente. Usado em pesticidas, detergentes, estireno, fenol, ciclohexano, 
anilina e outros produtos da petroquímica; adesivos, combustíveis, indústria de calçados e 
cola para carpetes. Bem absorvido por via oral e pulmonar e pouco por via dérmica. 
Severo irritante ocular e moderado irritante de pele. 
 
 
 
 
 
 
130 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
QUADRO CLÍNICO: Na intoxicação aguda, após exposição a vapores e ingestão: 
EUFORIA, com cefaléia, tonturas, ataxia, confusão mental e coma nos casos graves, 
hipertonia muscular e hiperreflexia associados ao coma. Convulsões ocorrem comumente 
na presença de asfixia. Principal risco: Pneumonite química por aspiração pulmonar. 
Ingestão: queimação da mucosa oral, náuseas, vômitos e salivação; pode ocorrer gastrite 
hemorrágica. Aspiração durante a ingestão ou vômitos causa severa pneumonite química. 
Morte pode ocorrer por falência respiratória ou fibrilação ventricular. 
 
Intoxicação crônica: sintomas inespecíficos como anorexia, nervosismo, tonturas, 
fadiga, letargia, alucinações, parestesias, lesões dermatológicas e discrasias sangüíneas 
com plaquetopenia, leucemia, aplasia de medula devida ação mielotóxica do benzeno. 
 
TRATAMENTO: Assistência respiratória, se necessário. Ingesta de pequenas 
quantidades (5 a 10ml): repouso gástrico, para evitar vômitos, após 4 horas, administrar 
líquidos frios fracionados. Controle radiológico. Ingesta maior de 1ml/Kg/peso corporal – 
lavagem gástrica cuidadosa com intubação endotraqueal para prevenir aspiração. 
Administrar catárticos salinos. Monitorar eletrocardiograma pelo risco de fibrilação 
ventricular. Controlar convulsões com benzodiazepínicos. Na contaminação ocular ou 
pele – lavar abundantemente com água corrente. Se irritação ocular, avaliação 
oftalmológica. Manter equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico. Medidas sintomáticas e de 
manutenção. 
 
INTOXICAÇÃO CRÔNICA: não existe nenhum tratamento específico ou antídoto. Em 
suspeita ou confirmação de intoxicação crônica, o afastamento da exposição deve ser 
imediato. 
TOLUENO: Solvente em tintas, vernizes, removedores, desengraxantes. 
 
QUADRO CLÍNICO: Depressor do SNC e mesmo em baixas concentrações ambientais 
produz fadiga, fraqueza e confusão mental. Ao contrário do benzeno, o tolueno não 
produz anemia aplástica e leucemia. Pode sensibilizar o miocárdio aos efeitos 
arritmogênicos das catecolaminas. O tolueno é irritante da mucosa respiratória e ocular. 
 
 
 
 
 
131 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Abuso crônico de tolueno pode levar a desmielinização difusa do SNC, miopatia e dano 
renal. Ocorre dermatite na exposição cutânea prolongada. A ingestão de tolueno pode 
causar irritação da boca, faringe, vômitos e diarréia. Secundariamente aos vômitos podem 
ocorrer manifestações de tosse, sufocação, broncoespasmo e cianose. 
 
TRATAMENTO: Ingesta de pequenas quantidades (5 a 10ml): repouso gástrico para 
evitar vômitos. Ingesta maior de 1ml/Kg/peso corporal: lavagem gástricacuidadosa com 
intubação para prevenir aspiração (é mais eficaz nos primeiros 30 min após a ingestão). 
Assistência respiratória. Controle radiológico. Atenção risco de arritmia cardíaca. Manter 
equilíbrio ácido-básico. Medidas sintomáticas e de manutenção. 
 
GASES TÓXICOS 
 
Gás Sarin 
 
Fórmula química: C4H9PFO2 
 
Características Gerais: 
 
 O Gás Sarin é produzido através da combinação de três compostos não-tóxicos. 
Para evitar problemas com visitantes mal intencionados, optamos por não divulgar sua 
síntese, omitindo os reagentes que produzem o gás. Usado como arma militar desde a 
década de 50, o Sarin era lançado por aviões em pleno vôo. Em sua forma de vapor, este 
gás é mais denso que o ar, portanto tende sempre a descer quando lançado em um local. 
Este gás é altamente solúvel em água e penetra em vários tipos de materiais, como tinta, 
plástico, borracha e madeira. Uma vez penetrado nestes materiais o gás se liberta 
lentamente durante um longo período de tempo, tornando muito perigosa à permanência 
em locais fechados atingidos por ele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
132 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Toxidez: 
 
 O Sarin é um neurotóxico letal. Pode ser absorvido através da respiração e do 
contato com a pele ou mucosas da boca e dos olhos. Uma vez na corrente sangüínea o 
Sarin afeta o sistema nervoso central causando desmaios, convulsões e colapso nervoso. 
Uma vez inalado, o Sarin mata em poucos segundos. 
 
GÁS VX 
 
Fórmula química: C11H26NO2PS 
 
Características Gerais: 
 
 O VX é um líquido incolor e inodoro criado na década de 50 pelos Estados Unidos. 
Apesar de seu ponto de ebulição ser 298ºC, o VX pode ser lançado por borrifamento, 
espalhando-se assim gotículas do líquido tóxico pelo ar. 
 
Toxidez: 
 A ação do gás VX é bastante parecida com a do Sarin. Ele pode ser absorvido por 
inalação, ingestão, ou contato com as mucosas. O VX é um potente neurotóxico que 
ataca o sistema nervoso central e a pele, causando irritações. Menos de 10 segundos de 
exposição ao gás são suficientes para causar a morte. Estudos têm comprovado, 
também, seu efeito abortivo. 
 
COMPOSTOS TÓXICOS PROTOPLASMÁTICOS 
 
Os compostos tóxicos protoplasmáticos são aqueles que agem diretamente sobre as 
células, principalmente, naquelas ricas em protoplasma. 
Podem agir mesmo em pequenas quantidades, sem necessitar de outras alterações 
anatômicas ou funcionais para que a sua ação se manifeste. Por exemplo, o monóxido de 
 
 
 
 
 
133 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
carbono (CO) combina-se com a hemoglobina impedindo o transporte normal de oxigênio 
para os tecidos. 
Sua ação manifesta-se indiretamente, pela anoxia que produz em vários órgãos e tecidos. 
Por outro lado, o mercúrio, que é um tóxico protoplasmático, age diretamente sobre as 
células, intervindo em seu metabolismo. No entanto, as substâncias assim classificadas 
podem agir igualmente em todas as células, quando presentes em altas concentrações, 
ou produzir seus efeitos nocivos somente em alguns tecidos ou órgãos que sejam 
particularmente mais sensíveis. 
Citaremos como exemplos deste grupo o mercúrio (hg) e o fósforo (P) que também serão 
tratados em capítulos especiais. 
 
MERCÚRIO (Hg) 
 
O mercúrio é um metal líquido que se volatiza facilmente à temperatura ambiente, 
contaminando assim, a atmosfera do local de trabalho. 
A intoxicação profissional pelo mercúrio se faz através da inalação destes vapores. 
Quando ele está em altas concentrações, o trabalhador pode apresentar quadro de 
intoxicação aguda. 
Estão expostos todos os trabalhadores que manipulam o mercúrio: indústria de 
termômetros ou barômetros, laboratórios químicos, indústria eletrônica, indústrias de 
lâmpadas, industrias químicas, etc. 
Sendo um tóxico protoplasmático, penetra no organismo, localizando e agindo sobre as 
células ricas em protoplasma; células hepáticas ou túbulos renais, do sistema nervoso e 
das mucosas. 
Elimina-se através das fezes (bile e intestino delgado), saliva, suor, leite e urina. 
Ao ser eliminado, devido a sua ação cáustica pode causar lesões nos locais onde se põe 
em contato; estomatites, enterites, gastrites, etc. 
Como sintomas prodrómicos da intoxicação crônica, o trabalhador pode apresentar: 
cefaléia, insônia, nistagmo, fibrilações musculares, dispnéia, gengivite hemorrágica, 
sialorréia com sabor metálico, anemia hipocrómica, etc. 
 
 
 
 
 
134 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
A intoxicação crônica caracteriza-se pela predominância de sintomatologia digestiva e 
nervosa: estomatites (com gengivite e faringite), encefalopatia mercurial 
(hiperexcitabilidade, cefaléia com vertigens, angústia, tremores dos dedos, delírios, etc) e 
paralisias neurológicas com possível caquexia associada. Poucas vezes a nefrose esta 
associada. 
Na anatomia patológica são encontradas desmielinizações de troncos nervosos, 
principalmente do cerebelo. 
O homem normal elimina 10 m g de mercúrio na urina, por dia. A injeção de BAL (British 
Anti-Lewisite) que é 2, 3, dimercaptopropano determina; em casos de mercurialismo, 
aumento considerável na eliminação do mercúrio na urina. 
 
FÓSFORO (P) E SEUS COMPOSTOS 
 
O fósforo branco que era utilizado nas indústrias, dada a sua alta toxicidade, foi e 
gradativamente substituído pelo fósforo vermelho e o sesquisulfeto de fósforo. 
O homem se expõe profissionalmente ao fósforo, em vários tipos de atividades industriais: 
indústria de produtos fosforescentes (tipo lâmpadas), de fogos de artifícios, de armas e 
explosivos, de pesticidas, de fósforos de segurança, etc. 
A via de absorção mais importante num ambiente de trabalho é a respiratória, mas deve-
se levar em conta a sua solubilidade em gordura, quando consideramos a sua penetração 
através da via cutânea ou digestiva. Da mesma forma não se deve administrar leite ou 
óleo para "neutralizar" a ação do veneno (contendo fósforo) ingerido acidentalmente ou 
não. 
O fósforo é eliminado sob forma de vapores (com odor de alho) pela via respiratória, 
através de vômitos ou fezes ou sob forma de fosfatos pela via urinária. 
A exemplo do mercúrio, o fósforo é um veneno protoplasmático, portanto lesa as células 
ricas em protoplasma; células hepáticas, dos túbulos renais, da córtex da supra-renal, do 
endotélio dos vasos e do miocárdio. 
A intoxicação crônica (a profissional) caracteriza-se pelo aparecimento de sintomas gerais 
(anorexia, astenia, sintomas e sinais vagos do aparelho digestivo, etc). 
 
 
 
 
 
135 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
Importantes, porém são as alterações hepáticas e as alterações ósseas, principalmente 
as da mandíbula. 
 
COMPOSTOS ÓRGANO-METÁLICOS 
 
São compostos que na sua estrutura comportam uma parte metálica e outra orgânica. 
Em geral, a toxicidade destes compostos está na dependência do metal, porém a rapidez 
da absorção e do aparecimento da sintomatologia está na dependência da parte orgânica 
e da volatilidade do composto. 
Podemos citar vários exemplos dos gases e vapores que constituem este grupo: a arsina, 
o chumbo tetra-etila, o níquel-carbonila, etc. 
Embora já tenham sido abordados, faremos algumas considerações,a seguir: 
 
CHUMBO TETRA-ETILA 
 
O chumbo tetra-etila é um líquido suficientemente volátil a temperatura ambiente para 
produzir uma contaminação no ar do ambiente de trabalho. 
O homem se expõe profissionalmente: 
• Na preparação e manipulação do composto que é adicionado à gasolina como 
antidetonante; 
• Na limpeza de tanque de estocagem do composto; 
• Na manipulação de gasolinas contendo chumbo tetra-etila. 
O chumbo tetra-etila penetra no organismo através da inalação de vapores, da pele e do 
tubo digestivo. É armazenado no fígado e também distribuído em todo o organismo, 
principalmente no cérebro onde exerce a sua ação tóxica. Produz uma inibição das 
fosforilações oxidativas e da 5-hidroxi-tiptofane decarboxilase. Esta última ação provoca 
uma redução da concentração de serotonina no cérebro. 
O quadro clínico é diferente daquele que aparece na intoxicação crônica pelo chumbo 
inorgânico. Predominam os efeitos do chumbo tetraetila sobre o sistema nervoso central: 
cefaléia, insônia, pesadelos, nervosismo, irritabilidade, e sintomas gastrointestinais leves 
podem aparecer precocemente. 
 
 
 
 
 
136 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
No seu quadro mais grave, freqüentemente os pacientes experimentam episódios de 
comportamentos maníacos. A intoxicação aguda manifesta-se pela fadiga, fraqueza, 
perda de peso, dores musculares, tremores, queda do purbo, queda da Pressão Arterial. 
Também é irritante da pele e mucosas. 
Para o diagnóstico são importantes o antecedente profissional, o quadro clínico e a 
dosagem de chumbo na urina e/ou no sangue. Predominando o quadro neurológico, 
deve-se fazer o diagnóstico diferencial com delirium tremens. 
O tratamento pode ser semelhante ao tratamento administrado aos intoxicados crônicos 
por chumbo inorgânico. 
 
ARSINA (As H3) 
A arsina é um gás incolor, mais pesado que o ar e que se forma quando o arsênico 
trivalente entra em contato com o hidrogênio nascente. Esta reação ocorre, em geral, 
acidentalmente, em processos metalúrgicos que envolvem substâncias que contém 
arsênico como impurezas. 
O risco de intoxicação existe em locais onde utiliza zinco, chumbo, cobre, enxofre, ouro, 
prata etc. Que contenham impurezas arsenicais, na limpeza de tanques, no 
funcionamento de acumuladores, na indústria química, (por ex. produção de cloretos e 
sulfatos de zinco) etc. 
O quadro de intoxicação leve caracteriza-se por cefaléia, vertigem, hálito de odor aliáceo, 
anemia ligeira e taxa elevada de arsênico na urina. 
É um veneno essencialmente hemolítico, e, em quadros mais graves aparecem sintomas 
mais característicos: ligeira icterícia, hemoglobinúria, seguido de anúria pela necrose 
tubular aguda e anemia severa (hemolítica). A morte sobrevém por falência cardíaca e 
edema agudo do pulmão. Se o indivíduo sobrevive, insuficiência renal crônica ou 
neuropatia periférica pode ficar como seqüelas. 
O prognóstico depende da função renal restante e da intensidade das altercações 
nervosas. 
O tratamento deve ser sintomático. Pode-se dizer: 
1. Exanguineo transfusão 
2. Diálise 
 
 
 
 
 
137 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
3. A administração do BAL tem pouco valor para o quadro agudo, mas pode prevenir o 
aparecimento de efeitos tardios do arsênico. 
 
 
 
NÍQUEL-CARBONILA Ni (CO)4 
 
O níquel-carbonila é um liquido volátil (ebulição a 43o C) decompondo-se facilmente em 
níquel e monóxido de carbono. 
É um produto intermediário na manipulação do níquel. 
Apresenta uma toxicidade muito grande e penetra através da via respiratória e cutânea. 
Os efeitos agudos da exposição ao níquel-carbonila são caracterizados por duas fases: 
1a fase: o paciente se queixa de cefaléia, vertigens, náuseas, vômitos que desaparecem 
se o mesmo respira ar fresco. 
2a fase: depois de 12 a 36 h, sobrevém os sinais de pneumonia química com: dor 
retroesternal, sensação de constrição torácica, tosse, dispnéia, cianose, seguindo-se um 
estado de delírio e convulsões. Casos fatais, submetidos à autópsia, mostram os pulmões 
com focos hemorrágicos, atelectasia e necroses e o cérebro com focos hemorrágicos. 
Quanto aos efeitos crônicos, sabemos que a incidência de câncer das fossas nasais e dos 
pulmões é maior nos trabalhadores expostos ao níquel-carbonila. 
 
COMPOSTOS INORGÁNICOS HlDROGENADOS 
 
FOSFINA (H3P) 
E um gás incolor, mais pesado que o ar, produzido pela ação da água sobre o fósforo, na 
conservação ou transporte do ferro-silicio que contém fosfato de cálcio como impureza, no 
emprego de fosfato de zinco como raticida, no uso de acetileno que pode conte-la como 
impurezas, etc. 
Fisiologicamente pode agir de modo agudo e crônico. O quadro agudo caracteriza-se pelo 
aparecimento de sintomatologia nervosa (vertigens, cefaléia, tontura, tremores de 
 
 
 
 
 
138 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
extremidades, convulsões e coma), e sintomas respiratórios: dor torácica, dispnéia, tosse 
e às vezes edema agudo do pulmão. 
O tratamento é sintomático. 
GÁS SULFIDRICO (H2S) 
E um gás de odor forte (ovo podre), incolor, com densidade maior do que o ar. 
O homem se expõe profissionalmente ao gás sulfídrico: 
a. em locais onde há matéria orgânica em decomposição 
b. na fabricação da seda artificial pelo processo viscose 
c. na refinaria de petróleo (impurezas contendo enxofre) 
d. na fabricação de gás de iluminação 
e. na indústria de borracha 
É um gás altamente irritante e tem sua ação local mais importante, agindo principalmente 
no tracto respiratório alto e conjuntivas oculares. 
Como ação sistêmica podemos ter: 
a . Excitação seguida de depressão do sistema nervoso central, particularmente do centro 
 respiratório. 
b. Inibição da citocromo-oxidase a transformação da hemoglobina em sulfo-hemoglobina. 
 
O quadro clínico pode ser subdividido em: 
 
• Superagudo: O paciente tem convulsões, perde subitamente a consciência e 
apresenta dilatação da pupila. 
• Agudo: O paciente pode apresentar dois tipos de sintomas: 
1. Sintomas respiratórios: tosse, às vezes com expectoração hemoptóica, polipnéia, 
edema agudo do pulmão; 
1. Sintomas nervosos: sensação de desmaio, cefaléia, náusea, vomito, 
hiperexcitabilidade e convulsões podendo terminar em morte por asfixia. 
 
c. Sub-agudo: A sintomatologia é devida às irritações locais: querato-conjuntivites com 
ulcerações superficiais da córnea, fotofobia, bronquites e distúrbios digestivos (náusea e 
 
 
 
 
 
139 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
vômitos). Alguns sintomas neurológicos podem aparecer: contraturas musculares, 
cefaléias, vertigens, sonolência, amnésia, delírio etc. 
d. crônica: A existência de sintomatologia crônica devida a exposição ao gás sulfídrico é 
objeto de controvérsias, mas certamente é responsável pela existência de bronquites 
crônicas. O diagnóstico é feito quase que exclusivamente pela história (anammese 
profissional) e tratamento sintomático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------ FIM MÓDULO IV -----

Continue navegando