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1 RAIVA OBJETIVOS • INTRODUÇÃO • PROPRIEDADES DO VÍRUS • REPLICAÇÃO VIRAL • PROPRIEDADES ANTIGÊNICAS • PATOLOGIA E PATOGENIA • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO HOMEM • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO CÃO • DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • IMUNIZAÇÃO E PREVENÇÃO • EPIDEMIOLOGIA • CONTROLE E TRATAMENTO INTRODUÇÃO É uma infecção aguda do SNC transmitida ao homem através de mordida e arranhadura de animal raivoso. PROPRIEDADES DO VÍRUS • Família Rhabdoviridae ; gênero Lissovirus; • São partículas em forma de bastonete ou projétil. Envoltório membranoso com presença de espículas(peplômeros); • Genoma, RNA filamento simples e sentido Negativo; • Pode ser inativado por CO2; • É rapidamente destruído por exposição de radiação UV, ou a luz solar, calor e solventes lipídicos; • Vírus possui muitos hospedeiros; • Pode ser encontrado no SNC, saliva , urina, leite e sangue; REPLICAÇÃO DO VÍRUS • O vírus da raiva fixa-se às células através de suas espículas de glicoproteínas; • O genoma de RNA viral é transcrito pela RNA- polimerase associado ao vírion em 5 espécies de RNAm; • Ocorre codificação de 5 proteínas; nuclecapsídeos(N), proteínas polimerases(L,P), matriz(M) e a glicoproteína(G) 2 PROPRIEDADES ANTIGÊNICAS • Existe apenas um único sorotipo desse vírus; • Há diferenças entre as cepas isoladas de diferentes espécies em diferentes áreas geográficas; • As espículas purificadas que contêm glicoproteína viral estimulam a produção de anticorpos neutralizantes; PATOLOGIA E PATOGENIA • O vírus multiplica-se no tecido muscular ou conjuntivo, no local da inoculação, penetra nos nervos periféricos e propaga-se para o SNC; • O vírus multiplica-se no cérebro e pode propagar-se para as glândulas salivares e outros tecidos; • A susceptibilidade à infecção e o período de incubação podem depender de: • Idade. • Constituição genética. • Estado imunológico do hospedeiro. • Cepa viral envolvida. • Quantidade inoculada. • Gravidade da laceração. • Local de inoculação. • O vírus da raiva produz uma inclusão citoplasmática eosinofílica específica(corpúsculo de Negri) nas células nervosas infectadas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Encefalite aguda, fulminante e fatal; • Período de incubação é de 1-2 meses, mas pode variar de 7 dias a vários anos; • Em geral, é mais curto nas crianças do que nos adultos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O espectro clínico pode ser dividido nas seguintes fases: • Fase Prodrômica Inespecífica; • Fase Neurológica Aguda; • Quadro Clássico de Encefalite Rábica; • Morte, ou em casos raros, recuperação. 3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PRÓDROMO • Mal-estar; • Cefaléia; • Anorexia; • Fotofobia; • Náuseas e vômitos; • Febre; • Dor de garganta; • Sensação anormal ao redor da infecção. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS FASE NEUROLÓGICA AGUDA (Encefalite Geral) • Início com períodos de atividade motora excessiva; • Nervosismo e apreensão; • Alucinações, confusão, aberrações bizarras dos pensamentos (intercalados com período de lucidez), convulsões e paralisia focal; • Hiperatividade simpática generalizada (lacrimejamento, sialorréia, midríase, perspiração e hipotensão postural). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS FASE NEUROLÓGICA AGUDA (Encefalite Geral) • Espasmos dolorosos dos músculos da garganta na deglutição; • Hiperestesia; • Evidências de paralisia do neurônio motor superior; • Temperatura alta; • Deve-se considerar raiva em qualquer caso de encefalite ou mielite de causa desconhecida. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS QUADRO CLÁSSICO DE ENCEFALITE RÁBICA (Disfunção do tronco encefálico) • Acometimento dos nervos cranianos (diplopia, paralisias focais, neurite óptica e dificuldade de deglutição); • “Espuma na boca”; • Hidrofobia é observada em 50% dos casos; • Acometimento do núcleo amigdalóide pode levar ao priapismo e ejaculação precoce. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS QUADRO CLÁSSICO DE ENCEFALITE RÁBICA • O paciente evolui para coma e o acometimento do centro respiratório causa morte por apnéia; • A importância da disfunção precoce do tronco encefálico diferencia a raiva de outras encefalites virais e explica a deterioração rápida; • O período máximo de sobrevida é de quadro dias, com um máximo de 20 dias, a menos que se instituam medidas de suporte artificiais. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS COMPLICAÇÕES TARDIAS • Secreção inapropriada de ADH, • Diabetes insípidos, • Arritmias cardíacas, • Instabilidade vascular, • SARA, • Hemorragia digestiva, • Trombocitopenia e • Íleo paralítico. 4 Anemia, sangramento GI, hiperemia, íleo paralítico, paralisia da bexiga, insuf. renal aguda, pneumomediastino. OUTRAS Secreção inapropriada de ADH, diabetes insipído.PITUITÁRIA Hiperventilação, hipoxemia, atelectasia, apnéia, pneumonia, pneumotórax.PULMONAR Arritmia, hipotensão, ICC, trombose arterial ou venosa, obstrução da VCS, parada cardíaca.CV Hiperatividade, hidrofobia, convulsões focais, sinais de localização, edema cerebral e aerofobia. NEUROLÓGICA PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES CLÍNICAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MORTE • Dois a sete dias após a ocorrência de sucessivas perdas de consciência e estado de coma, o paciente morre. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO CÃO • Período de incubação é, em média, 60 dias. • Não foi demonstrada raiva subclínica em cães. • Fase Prodrômica • Fase Clínica: – Raiva Furiosa. – Raiva Muda ou Paralítica. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO CÃO PRÓDROMO • Alterações na conduta, • Aumento leve de temperatura, • Micção freqüente, • Anorexia MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO CÃO RAIVA FURIOSA Duração máxima da fase clínica: 5 a 7 dias. • Inquietação, • Nervosismo, • Tendência a atacar, • Mudança na tonalidade do latido, • Afonia total (alguns casos), MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO CÃO RAIVA FURIOSA • Olhos com aspecto vítreo. • Contrações musculares involuntárias, • Descoordenação da marcha, • Crises convulsivas, • Paralisia, • Morte. 5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO CÃO RAIVA MUDA OU PARALÍTICA Duração máxima da fase clínica: 4 a 6 dias. • Ausência de inquietação, • Ausência de nervosismo, • Ausência de tendência a atacar, • Cão oculta-se a lugares escuros • Paralisia progride e mata o animal. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TESTES ESPECÍFICOS • Ag e Ácidos Nucléicos do vírus da raiva; • Isolamento do vírus; • Sorologia; • Observação do animal. Oito semanas. PERÍODO DE CONSERVAÇÃO Temperatura ambiente. TEMPERATURA DE CONSERVAÇÃO Glicerol em solução salina tamponada a 50%.CONSTITUIÇÃO DO MEIO TRANSPORTE DE AMOSTRAS PARA DIAGNÓSTICO DE LABORATÓRIO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Pesquisa de Ag e Ácidos Nucléicos do vírus da raiva: • Os tecidos infectados são identificados rapidamente e de modo mais acurado por imunofluorescência ou coloração de imunoperoxidase, utilizando Ac monoclonais anti-rábicos. IF DIRETA: Resultado em 24 horas. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Pesquisa de Ag e Ácidos Nucléicos do vírus da raiva: • Pode-se recorrer ao teste da reação em cadeia da polimerase-transcrição reversa para ampliar partes do genoma do vírus da raiva em tecido cerebral fixado ou não fixado. 6 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Pesquisa de Ag e Ácidos Nucléicos do vírus da raiva: • O diagnóstico patológico definitivo da raiva baseia- se no achado de corpúsculos de Negri no cérebro e na medula espinhal. • Corpúsculos de Negri • Contêm Ag virais. • São encontrados em impressões, em cortes histológicos e necropsia. • Podem ser demonstrados por IF. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Isolamento do vírus da raiva: • O tecido (ou saliva) disponível é inoculado por via intracerebral em camundongos recém-nascidos. • O líquido cefalorraquidiano ou urina dificilmente proporcionam material para isolamento. • O fracassodo isolamento do vírus de material da saliva não descarta o diagnóstico da raiva. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Isolamento do vírus da raiva: • As infecções em camundongos resultam em paralisia flácida das patas, encefalite e morte. • O cérebro do animal morto é examinado à procura de corpúsculos de Negri e de Ag da raiva. • O vírus isolado é identificado por testes de Ac fluorescente com anti-soro específico. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Sorologia: • Os Ac séricos podem ser detectados por testes de IF, FC ou TN. • Pode-se verificar o desenvolvimento desses Ac em indivíduos e animais infectados durante a evolução da doença. TN: Resultado em 15 dias. 7 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Sorologia: • Identificar o grau de proteção de indivíduos que se submeteram a tto profilático. • Avaliar a necessidade de reforços de vacinações em pctes que receberam tto profilático pós- exposição e foram reexpostos ao risco. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Observação do animal: • Todos animais “raivosos ou com suspeita de raiva” devem ser imediatamente sacrificados para exame laboratorial dos tecidos. • Outros animais, quando disponíveis, devem ser mantidos em observação durante 10 dias. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TESTES INESPECÍFICOS • Leucograma geralmente apresenta-se com intensa leucocitose, com neutrofilia e desvio à esquerda. • No exame da urina, podem ser observados corpos cetônicos, presença de cristais de sedimentos, além de glicosúria e discreta albuminúria. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • A forma Paralítica da Raiva pode ser confundida com a Sd de Guillian-Barré ou com a Poliomielite. • O tétano pode ser confundido com a raiva pela presença de espasmos musculares generalizados. IMUNIDADE E PREVENÇÃO • Apenas um tipo antigênico é conhecido; • A apresentação da doença determina fatalidade em 99% dos casos; • A imunização preventiva se faz necessário devido a falta de cura para doença; • A prevenção deve ser feita para indivíduos sobre alto risco de captação do vírus, chamada profilaxia pré-exposição; • Para indivíduos que tenham sido expostos ao vírus, deve-se seguir tais procedimentos: 8 FISIOPATOLOGIA DA PREVENÇÃO DA RAIVA POR VACINA • Provavelmente o vírus precisa se multiplicar no local de inoculação; • Concentração aumentada é necessária para tornar a infecção do SNC válida; • Ac neutralizantes diminui a multiplicação do vírus na porta de entrada; -Dirigidos contra glicoproteínas. • Vacina com posterior atividade; TIPOS DE VACINA • Todas as vacinas usadas no humano são vírus inativos. • HDCV • Vacina com células diplóides humana, purificada e com concentrado de vírus inativados por B-propiolactona. 5 doses. • RVA • também conhecida como vacina anti-rábica adsorvida. Concentrada por adsorção de fosfato de alumínuo. • VACINA COM TECIDO NERVOSO • Vacina feita com cérebro de carneiros infectados. Causa encefalíte pós-vacinal. • VACINA COM EMBRIÃO DE PATO • Vírus cultivado em embrião de pato. Atividade contra pós- vacinal. Baixa antigênicidade. • VÍRUS VIVO ATENUADO • Cultivado, de modo adaptativo, em embriões de galinha. Para animais. TIPOS DE ANTICORPOS CONTRA A RAIVA • HRIG • É a imunoglobulina anti-rábica humana. Extraída de plasma HUMANO hiperimunizado. • SORO EQÜINO ANTI-RÁBICO • Soro, concentrado, de cavalos hiperimunizados. EPIDEMIOLOGIA Epidemiologicamente, são conhecidos dois tipos de raiva: *Raiva rural ou silvestre; *Raiva urbana; • Se o animal morrer após a agressão ao homem, independente de sintomatologia, deve passar por diagnóstico laboratorial(teste de imunofluorescência) do parênquima cerebral. • Dependendo do resultado, inicia-se imediatamente HRIG e HDCV ou RVA 9 • Nem todo animal raivoso tem o vírus da raiva na saliva, em (50-90)% dos casos; • Animais silvestres como cão, gato e morcego têm alto risco de transmitir o vírus; • Bovinos, suínos, caprinos e ovinos têm um risco mediano na transmissão do vírus; • Roedores tem baixo potencial na transmissão do vírus; • No Brasil a transmissão e predominantemente por cães e gato; • A transmissão interpessoal de raiva e rara. Houve um caso devido à transplante corneano; TRATAMENTO E CONTROLE • Tratamento para doença não existe; • Terapia somente de suporte. Monitorização da função respiratória e cardíaca e do balanço hidroeletrolítico; • Barbitúricos, fenotiazinas e paraldeídos usados para acalmar o paciente; • O ambiente de repouso do paciente deve ser tranqüilo e com pouca luminosidade; • Evitar substâncias odoríferas para que o paciente não tenha espasmos musculares dolorosos reflexos; • A profilaxia é o único meio para se evitar a morte; • A equipe hospitalar deve usar material de proteção, principalmente quando se manipula fezes ; • A vacinação em larga escala de animais domésticos, para que esses não venham a contrair raiva; • Eliminar animais doentes, após estudos sobre sua situação; 10 OBRIGADO PELA ATENÇÃO
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