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HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0105 SEMANA 03 Título Ouro, conjuração e ideias emancipatórias: o contexto do período pré-independência Descrição Sabemos que as cláusulas pétreas são dispositivos constitucionais ligados à proteção de uma esfera mínima de direitos e garantias do cidadão (Art. 60 § 4º inciso IV da CF/88). Entre elas destaca-se a vedação de penas desumanas ( art. 5º Inciso III da CF/88) que explicita a proteção da vida e da integridade física, psíquica e moral do indivíduo. A partir de uma perspectiva histórica, sabemos também que as leis são o reflexo de uma época, de um tempo, e que surgem de uma demanda social e política, de uma realidade que impulsiona as mudanças e, portanto, o nascimento e a existência de novas leis. Voltando ao século XVIII, por exemplo, o juiz que conduziu o processo que condenou Tiradentes por participação na Conjuração Mineira, aplicou penas que faziam parte de uma realidade jurídica que integrava a sociedade daquela época Tendo em vista essa reflexão, podemos afirmar que a concepção de proteção à integridade física do indivíduo é uma ideia constante na cultura jurídica, presente nas terras brasileiras, desde da colonização portuguesa? a) Responda esta pergunta e justifique seu posicionamento. Resposta: Não. Até a Proclamação da Independência em 1822, o Brasil não possuía um Direito Penal próprio, adotando-se o Direito português, especialmente as Ordenações.As normas de conduta que vigiam no Brasil Colonial eram ditadas pela metrópole portuguesa. Durante o período colonial, vigoraram no Brasil as Ordenações Afonsinas (até 1512) e Manuelinas (até 1569), e as Ordenações Filipinas (a partir de 1603). O Livro V das Ordenações Filipinas, que tratava do Direito Penal e do Direito Processual Penal, estabelecia um enorme acervo de absurdos e maldades, e a maioria das normas nesse acervo era conflitante com o grau de progresso daquele tempo e esta deixou o ordenamento jurídico somente no ano de 1830, quando sobreveio o Código Criminal do Império. Todavia, a prática só foi expressamente abolida para crimes comuns após a Proclamação da República. A pena de morte continuou a ser cominada para certos crimes militares em tempos de guerra. A Constituição Federal brasileira ainda prevê essa punição em caso de crimes cometidos em tempos de guerra. O inciso 47 do artigo quinto da Constituição, diz que "não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada". b) Cite a legislação e as penas existentes na América portuguesa que exemplifiquem sua resposta. Dê ao menos um exemplo referente às penas previstas para seus respectivos crimes. Resposta:Durante o período colonial, vigoraram no Brasil as Ordenações Afonsinas (até 1512) e Manuelinas (até 1569), e as Ordenações Filipinas (a partir de 1603). Tiradentes por exemplo, condenado pelo crime de lesa-majestade (a traição contra a autoridade, violação a dignidade de um soberano reinante ou contra o Estado) e recebeu a sentença : “conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca, e que nela morra de morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde no lugar mais público dela, será pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma , além de casa demolida, propriedade salgada , família condenada à infâmia , e de confisco de bens , de acordo com o Código Penal do LIVRO V das Ordenações Filipinas.
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