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Tutela Provisória e Novo CPC

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Tutela provisória e o Novo CPC - mudanças significativas 
Publicado por Flávia Teixeira Ortega 
 
I. TUTELA PROVISÓRIA 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS: 
1.1. Conceito: A tutela provisória é uma tutela jurisdicional sumária e não 
definitiva. 
É sumária porque fundada em cognição sumária, ou seja, no exame menos 
aprofundado da causa. Na tutela provisória exige-se apenas um juízo de 
probabilidade e não um juízo de certeza. 
Não é definitiva porque pode ser revogada ou modificada em qualquer tempo. 
A tutela provisória normalmente não dura para sempre e pode ser substituída 
por outra tutela. 
É verdade que ela é chamada de provisória. 
Mas, o NCPC criou a possibilidade de estabilização da tutela antecipada 
antecedente (nesta hipótese, concedida a tutela antecipada, se não houver 
recurso, ela ficará como definitiva). 
 
1.2. Espécies: a tutela provisória pode ser de urgência ou de evidência. 
 Tutela de urgência: exige-se periculum in mora (perigo na demora). 
 Tutela de evidência: não se exige periculum in mora. 
 
A tutela de urgência, antecedente ou incidental, pode ser cautelar (quando for 
conservativa) ou antecipada (quando for satisfativa). 
 
1. Tutela provisória: é uma tutela jurisdicional sumária e não definitiva. 
1.1. Tutela de urgência: exige-se periculum in mora. 
1.1.1. Tutela cautelar: quando for conservativa. 
1.1.2. Tutela antecipada: quando for satisfativa. 
1.2. Tutela de evidência: não se exige periculum in mora. 
 
OBS1. O NCPC acabou com o processo cautelar autônomo e com os 
procedimentos cautelares específicos (arresto, sequestro, busca e 
apreensão, etc.). O pedido continua ser de arresto, sequestro, mas não há um 
procedimento específico e não existe requisitos próprios. Há, a partir 
do NCPC, o poder geral de cautela. 
 
Art. 301 NCPC. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada 
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra 
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. 
 
 
2. TUTELA DE URGÊNCIA 
2.1. Fundamento constitucional: 
As tutelas de urgência possuem como fundamento: 
 O direito fundamental à jurisdição efetiva (art. 5º, inciso XXXV da CF); 
 O princípio da isonomia, pois as tutelas de urgência promovem um 
reequilíbrio de forças, isso porque o ônus do tempo recai sobre aquele 
que provavelmente não tem direito. Em geral, o ônus do tempo recai sobre 
o autor. Mas, no caso da tutela de urgência recairá sobre o réu, caso o 
juiz defira-a. 
 
2.2. Espécies de tutela de urgência: 
2.2.1. Tutela cautelar 
2.2.2. Tutela antecipada 
 
A) DISTINÇÃO: A distinção entre elas é que a tutela 
cautelar é conservativa (apenas assegura e apenas permite que o direito seja 
satisfeita um dia. Ex. Arresto) enquanto que a tutela 
antecipada é satisfativa (já satisfaz o direito). 
Como dizia Pontes de Miranda, “a tutela cautelar garante para satisfazer, já 
a tutela antecipada satisfaz para garantir”. 
 
A liminar significa o que? Na verdade, a liminar é um gênero, que pode ser 
tanto antecipada quando cautelar, depende se ela é conservativa ou satisfativa. 
 
B) FUNGIBILIDADE: O juiz pode converter a tutela antecipada inadequada 
em tutela cautelar adequada e a tutela cautelar inadequada em tutelada 
antecipada adequada. O juiz pode converter a medida considerada inadequada 
na considerada adequada. 
Alexandre Câmara diz que não se trata de fungibilidade, usando a expressão 
“convertibilidade”, pois não é o simples aproveitamento de uma em outra, mas 
sim a conversão de uma em outra. 
 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em 
caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do 
direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil 
do processo. Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o 
caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303 
(tutela antecipada) 
 
a) A fungibilidade é uma via de mão dupla (da antecipada para a cautelar – 
fungibilidade regressiva – e da cautelar para a antecipada – fungibilidade 
progressiva)? 
I. NCPC: Sim, a fungibilidade é uma via de mão dupla, pois os requisitos da 
antecipada e da cautelar são os mesmos. 
 
b) A fungibilidade se dá com cautelar antecedente? 
I. NCPC: Sim, a fungibilidade pode se dar com cautelar antecedente, pois 
tanto a tutela antecipada como a tutela cautelar pode ser antecedente 
(preparatórias). 
 
c) A fungibilidade se dá com cautelar nominada? 
I. NCPC: Sim, a fungibilidade se dá com cautelar nominada, pois não 
existem mais requisitos próprios para os procedimentos especiais específicos. 
Então, não há mais procedimento cautelar específico. 
 
 
 
C) REQUISITOS: 
 
Nas tutelas antecipada e cautelar, os requisitos são apenas dois 
(art. 300do NCPC): 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo. 
 
OBS: FPPC 143 - a redação do art. 300, caput superou a distinção entre os 
requisitos da concessão para a tutela cautelar e para a tutela satisfativa de 
urgência. 
 
Requisitos: 
1. Fumus boni juris: segundo o Código consiste na probabilidade da existência 
do direito (faz-se um juízo de probabilidade, e não de certeza, razão pela qual 
a cognição do juiz é sumária). 
2. Periculum in mora: segundo o Código, consiste no perigo de dano ou risco 
ao resultado útil do processo. 
 
A) Periculum in mora da tutela cautelar consiste no risco ou perigo iminente 
à efetividade do processo (perigo de infrutuosidade – pericolo da 
infruttuosità). 
Ex. O devedor está dilapidando o patrimônio e então o autor faz o pedido de 
arresto (há um perigo quanto à efetividade do processo, pois se não existirem 
bens para ser alienado ou penhorado o credor não terá satisfeito o seu pedido). 
 
B) Periculum in mora da tutela antecipada consiste no risco ou perigo 
iminente ao próprio direito material (perigo de morosidade ou de retardamento 
– pericolo de tardività). 
Ex. Um plano de saúde que não autoriza a cirurgia e então o autor faz um 
pedido de tutela antecipada. Se não for concedida a tutela antecipada a pessoa 
pode morrer porque não houve a cirurgia. 
 
Requisito próprio da tutela antecipada -> Ausência do perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300, § 3º, NCPC). 
Não pode ser risco de irreversibilidade fática. 
Exemplos: O juiz concede uma tutela antecipada para demolir o prédio. Não é 
possível o juiz revogar essa tutela após ter demolido; Tutela antecipada para 
destruir documentos (se torna irreversível); Tutela antecipada para rever um 
embargo de uma obra que causará danos ambientais irreversíveis. 
FFPC 419: não é absoluta a regra que proíbe a tutela provisória com efeitos 
irreversíveis. 
 
Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode exigir uma caução, real 
ou fidejussória, como uma espécie de contra-cautela (garantia do juiz). 
Se a tutela cautelar ou antecipada for revogada haverá uma responsabilidade 
objetiva do requerente. 
 
A caução pode ser dispensada por negócio jurídico processual? De acordo com 
o art. 190 do NCPC, é lícito as partes plenamente capazes estipular negócio 
jurídico processual. Logo, é possível a dispensa da caução mediante negócio 
jurídico processual. 
 
C) TUTELA DE URGÊNCIA SEM OUVIR A OUTRA PARTE 
É possível a concessão da tutela de urgência inaudita altera parte (sem ouvir 
a outra parte)? 
Em regra, o NCPC exige que o juiz previamente ouça as partes, isso decorre 
do princípio da cooperação e um dos deveres da cooperação há o dever de 
consulta, em que o juiz não pode analisar qualquer questão, de fato ou de 
direito, sem ouvir as partes, inclusive matéria de ordem pública o juiz deverá 
ouvir as partes previamente deproferir sua decisão. 
Ex. O juiz verifica que há uma incompetência absoluta. Deve ouvir previamente 
as partes para depois proferir a decisão. Há uma exceção quando se trata de 
matéria de urgência. Art. 9º, p. Único, inciso I, NCPC: não se proferirá decisão 
contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. O disposto no 
caput não se aplica a tutela provisória de urgência. 
 
Logo, nota-se que o juiz PODE conceder tutelar de urgência sem ouvir as 
partes. O juiz pode conceder tutela de urgência de ofício? 
De acordo com o art. 302 do NCPC, há uma responsabilidade objetiva do 
requerente se a tutela de urgência for revogada. A parte pode não querer se 
submeter a essa responsabilidade objetiva e, nesta hipótese, não irá requerer 
a tutela de urgência. A responsabilidade objetiva impede a concessão de 
ofício de tutela de urgência. 
 
Seguindo uma tradição do CPC, os juízes concederão tutela cautelar de oficio 
e não concederão tutela antecipada de oficio. 
Logo, em tese, conclui-se que o juiz não pode conceder de ofício a tutela 
antecipada. Entretanto, no NCPC não há previsão específica a respeito da 
concessão da tutela de urgência de ofício. 
O REQUERIMENTO da tutela de urgência (antecipada e cautelar) pode ser 
formulado: 
a) Pelo autor; 
b) Pelo réu (em ações dúplices ou na reconvenção); 
c) Pelo Ministério Público. 
 
2.3. TUTELA ANTECIPADA EM AÇÃO DECLARATÓRIA E EM AÇÃO 
CONSTITUTIVA 
É possível conceder uma tutela antecipada em ações declaratória ou 
constitutiva? 
Atualmente, prevalece o entendimento no STJ de que É POSSÍVEL antecipar 
a tutela em ação declaratória e em ação constitutiva, mas o adiantamento 
será dos efeitos práticos decorrentes da declaração ou da constituição. 
Assim, o juiz não vai antecipar a declaração ou a constituição, pois neste caso 
ele objeta o objeto (ex. Ação de investigação de paternidade e o juiz antecipada 
a declaração da paternidade). 
Ex. Numa ação declaratória de existência de débito o juiz pode antecipar a 
sustação do protesto; pode antecipar a exclusão do nome do serviço de 
proteção ao crédito. São situações que decorrem da declaração, mas não é a 
própria declaração. 
 
OBS: A tutela de urgência (tutela antecipada e tutela cautelar) é admissível em 
QUALQUER PROCEDIMENTO, inclusive nos procedimentos especiais. 
Ex. Em uma ação possessória. Se passou o prazo de 1 ano e 1 dia a pessoa 
não tem mais direito da liminar da possessória, mas há a possibilidade de pedir 
a tutela antecipada do art. 300 do NCPC. 
É possível até mesmo na execução. Note-se que a execução provisória nada 
mais é que uma antecipação de tutela. 
Nos juizados especiais É CABÍVEL a antecipação de tutela e a tutela cautelar. 
 
2.4. TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE 
Diferença entre tutela cautelar antecedente e incidental: 
 Cautelar antecedente: nada mais é do que a antiga cautelar 
preparatória (pedido cautelar feito antes do pedido principal). 
 Cautelar incidental (ou incidente): o pedido cautelar é feito após (ou 
concomitante) o pedido principal. 
 
Nesse diapasão, salienta-se que a cautelar antecedente tem procedimento 
próprio (com DUAS fases), conforme artigos 305 a 310, ambos do Novo CPC. 
I. Fase preliminar: 
a) Petição inicial simples, com indicação da lide e o seu fundamento (que é a 
causa de pedir e pedido principais); A exposição sumária do direito que se 
objetiva assegurar e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo 
(fumus boni juris e o periculum in mora); bem como a indicação do valor da 
causa, conforme o pedido principal (que é para o cálculo das custas judiciais). 
b) Se a medida adequada for à tutela antecipada, ocorrerá a fungibilidade. 
c) O réu será citado para contestar (esse pedido cautelar somente) em cinco 
dias, indicando as provas. 
d) Não havendo contestação, ocorrerá a confissão ficta. 
e) Havendo contestação, será observado o procedimento comum. 
 
II. Fase principal: 
f) Efetivada a medida cautelar, o pedido principal será formulado pelo autor, 
no prazo de 30 dias, podendo-se aditar a causa de pedir (mesmo prazo 
do CPC/73). 
g) Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência 
de conciliação ou de mediação, sem necessidade de nova citação. 
h) Não havendo autocomposição, conta-se o prazo de 15 dias para a 
contestação, na forma do art. 335 do NCPC. 
 
OBS: cessa a eficácia da medida cautelar nas hipóteses do art. 309 do CPC. 
Ex. Se o autor não deduziu o pedido principal em 30 dias. 
Se for indeferida a medida cautelar, ela poderá ser reproposta? 
1ª posição: Há autores que entendem que, como se trata de cognição sumária 
não há coisa julgada material. 
2ª posição: Por outro lado, outros autores entendem que existe coisa julgada 
material, pois o pedido cautelar só poderá ser formulado novamente se 
existirem novos fatos. 
De acordo com o art. 310 do NCPC, a coisa julgada da cautelar não produz 
efeitos sobre a principal, exceto se houver prescrição ou decadência. Assim, 
não é que não há coisa julgada. 
 
2.5. TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE 
É o pedido de tutela cautelar ou de tutela antecipada antes do pedido principal. 
É para hipóteses de extrema urgência (art. 303 do NCPC). 
 
Ex. Uma pessoa está internada em um hospital e às 2 horas da manhã ela 
precisa de uma cirurgia e o Plano de saúde não permite. 
Procedimento: 
 
a) Petição inicial simples (incompleta), com os seguintes requisitos: dizer que 
pretende se valer do benefício dessa petição; requerer a tutela antecipada; 
indicar o pedido de tutela final, com a exposição da lide (causa de pedir e 
pedidos principais); indicar o direito que se busca realizar e o perigo de dano 
ou de risco ao resultado útil do processo (fumus boni juris e o periculum in 
mora); e indicar o valor da causa. 
 
FASE PRINCIPAL 
b) Concedida a tutela, o autor ADITARÁ a petição, em 15 dias ou prazo maior 
fixado pelo juiz, complementando a causa de pedir, juntando documentos e 
confirmando o pedido. 
c) Se não houver o aditamento, o processo será extinto sem resolução do 
mérito; 
d) Se houver o aditamento, o réu será citado para a audiência de conciliação 
ou de meditação. 
e) Não havendo autocomposição, abre-se o prazo de 15 dias para a 
contestação, na forma do art. 335 do NCPC. 
f) Se o juiz indeferir a tutela antecipada, determinará o aditamento da inicial 
(o NCPC fala “emenda”), em até 5 dias. Não havendo o aditamento, extingue-
se o processo sem resolução do mérito. 
 
2.6. ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE 
 
A) HIPÓTESE: concedida a tutela antecipada antecedente, se não houver a 
interposição de recurso, o processo será extinto sem resolução do mérito e a 
tutela antecipada se estabilizará. 
 
B) ESTABILIZAÇÃO POR NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL: a tutela 
antecipada antecedente também pode ser estabilizada por negócio jurídico 
processual (art. 190 do NCPC). 
FFPC 32: além da hipótese no art. 304, é possível a estabilização 
expressamente negociada da tutela antecipada de urgência antecedente. 
 
C) COISA JULGADA MATERIAL: Segundo o NCPC, não há coisa julgada 
material, mas a tutela se torna estável, cabendo contra ela a propositura de 
uma ação revisional no prazo de dois anos. 
E após o prazo de dois anos para a propositura da ação revisional, ocorre coisa 
julgada? 
1ª posição: Para alguns autores, não há coisa julgada material, pois a cognição 
realizada é sumária. 
2ª posição: Para outros autores, há coisa julgada material, porque ocorre a 
imutabilidade da decisão, ou seja, a decisão se torna imutável (indiscutível). 
 
D) AÇÃO REVISIONAL: para rever, reformar ou invalidar a tutela estabilizada, 
será preciso promover uma ação revisional. 
 
§ Legitimidade: será de qualquer das partes. 
 
§ Competência: O juízo que concedeu a tutela ficará prevento. Então, essa 
ação revisional deve ser proposta ao juízoque concedeu a tutela. 
 
§ Prazo: o prazo decadencial é de 02 anos e será contado da ciência da decisão 
que extinguiu o prazo. 
 
§ Tutela antecipada: na ação revisional pode se requerer uma tutela antecipada 
para suspender os efeitos da decisão estabilizada. 
 
E) ALGUMAS QUESTÕES: 
 
I. Há estabilização de tutela cautelar? NÃO. A lei só disciplina para a tutela 
antecipada. Neste sentido, enunciado 420 do FPPC. 
 
II. Há necessidade de requerimento expresso para que a tutela se 
estabilize? NÃO há necessidade. Basta que o autor dizer que pretende se 
valer do beneficio da petição simples. O NCPC, no art. 303, § 5º prevê que o 
autor indicará na PI, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput 
deste artigo. 
 
III. Pode ocorrer estabilização contra a Fazenda Pública (em hipótese de 
reexame necessário contra a sentença)? Não é possível, pois seria burlado 
o sistema do reexame necessário. 
 
IV. Se não houver interposição de agravo de instrumento, mas a eficácia 
da tutela de urgência for suspensa em razão de reclamação constitucional 
ou de pedido de suspensão dirigido ao Presidente do Tribunal, haverá 
estabilização? Não ocorre a estabilização, embora a lei fale apenas em 
recurso. 
 
V. É possível a estabilização de tutela antecipada antecedente em ação 
rescisória? Não é possível, porque seria uma estabilização contra a coisa 
julgada material. 
OBS: RPPC 421 -> não cabe estabilização de tutela antecipada em ação 
rescisória. 
 
VI. Como compatibilizar o dispositivo no art. 304 com o disposto no art. 
303, § 2º? 
Há quatro situações possíveis: 
a) Se o autor aditou a petição e o réu agravou, o processo prosseguirá sem 
estabilização (pacífico). 
 
b) Se o autor não aditou a petição e o réu agravou, o processo será extinto 
sem estabilização (pacífico). 
 
c) Se o autor não aditou a petição e o réu não agravou, o processo 
será extinto com estabilização (duvidoso). 
OBS: alguns entendem que se o autor não aditou a petição abriu mão da 
estabilização. 
 
d) Se o autor aditou a petição e o réu não agravou, haverá estabilização e 
o juiz com fundamento no Princípio da cooperação (dever de consulta) deve 
proferir um despacho perguntando se o autor deseja prosseguimento do 
processo, em direção a coisa julgada (duvidoso). 
OBS: alguns entendem que, não havendo agravo, o processo será extinto de 
qualquer forma, não podendo consultar o autor. 
 
3. TUTELA DE EVIDÊNCIA 
7.1. Conceito: “trata-se de uma tutela jurisdicional sumária satisfativa, 
fundada em um juízo de alta probabilidade ou de quase certeza da 
existência do direito que prescinde da urgência”. 
 
7.2. HIPÓTESES (art. 311 do NCPC) 
 
a) Inciso I – tutela punitiva; 
 
b) Incisos II, III e IV – tutela documentada. 
 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte; 
 
a) Trata da tutela punitiva: ABUSO DO DIREITO DE DEFESA (a maioria 
sustenta que é uma tutela punitiva ou sancionatória; outros dizem que não é 
uma punição, pois, se fosse, sobreviveria à improcedência). 
 
b) Abuso de direito é um desvio de finalidade, vale dizer, a parte se utiliza de 
um direito para obter um fim não desejado pelo ordenamento jurídico (tem 
direito de defesa, mas está usando este direito apenas para protelar). 
 
c) É preciso observar o comportamento do réu durante o processo (não é só 
na contestação). 
 
d) Exemplo de abuso do direito de defesa: subtrair documentos dos autos; 
prestar informações erradas; adotar fundamentação antagônica no processo 
conexo (em um processo fala uma coisa e no outro processo fala outra coisa) 
ou apresentar contestação padrão, com argumentos que não dizem respeito a 
inicial. 
 
e) Segundo o FPPC 34, considera-se abusiva a defesa da administração 
pública que contraria orientação administrativa vinculante. 
 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente 
e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula 
vinculante; 
 
a) Trata de tutela documentada, fundada em precedente obrigatório. 
 
b) A prova deve ser pré-constituída e o pedido se fundamentar em tese firmada 
em súmula vinculante ou em julgamento de casos repetitivos, que são os 
recursos repetitivos ou o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – 
IRDR. 
 
c) O Professor pensa que o pedido também pode ser fundado em Súmula do 
STJ ou do STF (não vinculante) ou em decisão proferida no Incidente de 
Assunção de Competência ou em controle concentrado de Constitucionalidade 
(em razão do disposto no art. 927 do NCPC). Em sentido semelhante: ENFAM 
31. 
 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental 
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem 
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
 
a) Trata de tutela documentada, fundada em contrato de depósito, que nada 
mais é a ação de depósito, com pedido de devolução imediata do bem (pedido 
reipersecutório). 
 
b) O NCPC acabou com o procedimento especial da ação de depósito, mas 
não com a ação de depósito. 
 
c) Segundo Enunciado 29 da ENFAM, a prova do contrato de deposito e prova 
da mora devem ser pré-constituídas. 
 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos 
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova 
capaz de gerar dúvida razoável. 
 
a) Trata de tutela documentada, com ausência de contraprova documentada 
suficiente. 
 
b) Exige-se prova pré-constituída do autor e ausência de prova pré-constituída 
do réu, ou seja, o autor tem a prova pré- construída, quem não tem é o réu. 
 
c) É preciso aguardar a defesa do réu para conceder a tutela. 
OBS: é possível a concessão de tutela de evidência nos 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS. Neste sentido: Enunciado do FPPC 422 (a 
tutela de evidência é compatível com os procedimentos especiais). 
 
OBS2: A tutela de evidência é cabível no ÂMBITO RECURSAL (FPPC 423 
– cabe tutela de evidência recursal). 
 
7.3. Tutela de evidência sem ouvir a outra parte 
A tutela de urgência PODE ser concedida sem ouvir a outra parte. 
Na tutela de evidência, por sua vez, o juiz não poderá conceder a tutela de 
evidência sem ouvir a outra parte nas hipóteses dos incisos I e IV, do art. 311 
(tutela punitiva por abuso do direito de defesa [não tem como saber se a parte 
contraria agiu de maneira abusiva se ela não foi ouvida] e tutela documentada 
como ausência de contraprova, documentada suficiente [o réu deve ser ouvido 
para saber se ele apresentou ou não a contraprova]). Nas demais hipóteses o 
juiz pode conceder. 
 
Art. 311, p. Único do NCPC: nas hipóteses dos incisos II e III o juiz poderá 
decidir liminarmente (ou seja, sem ouvir a outra parte). 
 
7.4. Questões 
 
I. O juiz pode conceder tutela de evidência de ofício? NÃO HÁ PREVISÃO 
LEGAL, mas pensa-se que não é possível. Isso porque é uma tutela satisfativa 
e não tem periculum in mora. 
 
II. É possível conceder tutela de evidência se houver risco de 
irreversibilidade fática? NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL, mas pensa-se que esse 
requisito também deve ser exigido para tutela de evidência. 
 
III. É possível requerer a tutela de evidência em caráter antecedente? Não 
há previsão legal, mas pensa-se que não é possível. Trata de situação 
excepcional que se fosse possível deveria estar expressa na lei. TODA 
 
TUTELA DE EVIDÊNCIA É INCIDENTAL. 
 
IV. É possível a concessão de tutela de evidência contra a Fazenda 
Pública? NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL ESPECÍFICA, mas o NCPC limita a 
tutela provisória (de urgência ou de evidência) contra a Fazenda Pública. Logo, 
ainda que indiretamente, admite-se a tutela evidência contra a Fazenda 
Pública. 
 
8. REGRAS GERAISSOBRE TUTELA PROVISÓRIA 
 
8.1. Competência (art. 299 do NCPC). 
a) Incidental: a competência é do JUÍZO DA CAUSA. 
b) Antecedente: a competência é do JUÍZO COMPETENTE PARA CONHECER 
DO PEDIDO PRINCIPAL. 
c) No tribunal: órgão competente para apreciar o mérito do recurso ou da ação 
de competência originária. 
8.1.1. Regras de competência específica 
A) Incidente de impedimento ou de suspeição (art. 146, § 3º do NCPC). 
B) IRDR. 
 
Art. 64, § 4º -> a decisão proferida por juízo incompetente conserva os seus 
efeitos até que outra seja proferida pelo juízo competente, se for o caso. 
 
8.2. Revogação ou modificação da tutela provisória 
A tutela provisória pode ser revogada ou modificada em qualquer tempo 
(art. 296 do NCPC). 
O juiz pode revogar ou modificar a tutela provisória sem alteração do quadro 
fático probatório? 
Alguns autores admitem a modificação por simples mudança de opinião 
(Marcelo Lima Guerra). Não precisa ter alteração no quadro fático probatório, 
basta mudar de opinião. 
Outros autores entendem que a modificação depende de alteração do quadro 
fático. 
Ademais, outros autores admitem a modificação, desde que exista novo 
material probatório (Ovídio Baptista). 
Se o juiz conceder a tutela provisória, a parte agravar e o Tribunal reformar a 
decisão, o juiz poderá conceder a tutela provisória na sentença? Sim, desde 
que ocorra mudança no fato fático ou probatório. Como houve o 
aprofundamento da cognição do juiz, é possível o juiz conceder novamente a 
tutela provisória. 
OBS: O NCPC exige a fundamentação analítica, qualificada ou legítima (clara 
e precisa) da decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela 
provisória. 
Se revogada a tutela antecipada, o servidor público deve devolver ao erário os 
valores recebidos em razão da decisão precária. 
 
8.3. Cumprimento da tutela provisória 
Para o cumprimento da tutela provisória, o juiz pode tomar as medidas 
adequadas, aplicando, no que couber, o regime do cumprimento provisório da 
sentença (arts. 520 a 521 do NCPC). 
 
OBS: Em se tratando de tutela específica, de obrigação de fazer ou não fazer 
ou de entrega de coisa, o juiz, de ofício ou a requerimento, poderá tomar 
diversas medidas para o cumprimento, tais como, a aplicação de multa 
cominatória (astreinte), busca e apreensão, desfazimento de obras, 
impedimento de atividade nociva (essas medidas, exemplificativas, que o juiz 
pode tomar estão nos arts. 536, caput e § 1º e 538, § 3º do NCPC). Há uma 
atipicidade do meio executivo. 
 
O NCPC criou uma atipicidade das medidas executivas também para as 
obrigações de pagar quantia? 
De acordo com o art. 139, IV, NCPC, foi criada uma atipicidade dos meios 
executivos também para as obrigações de pagar (ordem do juiz para a 
prestação de pagamento em pecúnia). Ex. Uma pessoa não paga uma multa 
de trânsito e tentou-se por todas as vias tradicionais para obter o cumprimento 
da obrigação. Mas não foi possível, será que um juiz não poderia, como medida 
coercitiva, por exemplo, suspender a habilitação dele? Sim, deve ser tomada 
em ultimo caso. 
 
A multa cominatória (astreinte) pode aplicada para o cumprimento de tutela 
provisória, de acordo com o art. 537 NCPC. 
A multa cominatória, fixada em tutela provisória, pode ser executada 
provisoriamente, mas será depositada em juízo, até o trânsito em julgado da 
sentença favorável à parte ou, na pendencia do agravo, em recurso especial 
ou em recurso extraordinário, previsto no art. 1.042, incisos II e III do NCPC. 
Além da aplicação da multa coercitiva, o juiz pode aplicar uma multa 
punitiva (art. 77 do NCPC) em razão do descumprimento à tutela provisória ou 
de se criar embaraços à sua efetivação. 
Características que diferenciam a multa punitiva com a astreinte: 
 
a) Não é uma multa coercitiva, mas sim é uma multa “contempt of court”. 
 
b) Trata de multa de valor fixo (até 20% do valor da causa). 
 
c) Trata de multa que é inscrita em dívida ativa, essa multa não vai para o 
credor. 
 
d) Não aplica-se apenas para quem é parte, mas também pode ser aplicada a 
quem não é parte. 
 
8.4. Momento da concessão da tutela provisória 
A tutela provisória pode ser concedida em qualquer fase do processo, 
inclusive na sentença, no âmbito recursal e na ação rescisória. 
 
OBS: Se a tutela provisória na sentença, a apelação só terá efeito devolutivo, 
pois o juiz está retirando o efeito suspensivo da apelação (art. 101, § 1º, inciso 
V). 
 
8.5. Recursos 
Que recurso é cabível quanto à tutela provisória? 
 
Cabe recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, quanto a decisão que versar 
sobre tutela provisória (art. 1.015, I, NCPC). Nota-se que é QUALQUER 
DECISÃO sobre tutela provisória. 
 
Agora, se a tutela provisória for decidida pelo relator, caberá AGRAVO 
INTERNO (art. 1021 do NCPC). 
 
Se for dentro da sentença, da antecipação de tutela cabe recurso 
de APELAÇÃO. 
 
Prevalece o entendimento de que NÃO CABE recurso especial e nem recurso 
extraordinário quanto a decisão da tutela provisória. Nesse caso, haveria 
reexame de prova, e não se admite o reexame de prova no RE e 
REsp(Súmulas 7 do STJ e 279 do STF). Isso porque não se discute o fato, mas 
somente o direito nesses recursos. 
Súmula 735 do STF – NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA 
ACÓRDÃO QUE DEFERE MEDIDA LIMINAR. 
 
8.6. Tutela provisória contra a Fazenda Pública 
I. Argumentos contrários: 
a) Exigência de remessa necessária; 
b) Exigência da expedição do precatório. 
 
II. Argumentos favoráveis: 
a) A remessa ocorre apenas quanto às sentenças. A decisão interlocutória não 
está sujeita à remessa. 
b) O precatório é exigido apenas para sentenças de pagar quantia com trânsito 
em julgado. 
c) Existem leis que limitam a concessão da tutela provisória contra a fazenda 
pública. Assim, se elas limitam é porque elas admitem a tutela provisória contra 
a fazenda pública. 
 
Na jurisprudência (STJ) é pacifica a tese de que É POSSÍVEL A CONCESSÃO 
DE TUTELA PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. 
Entretanto, há normas que restringem a concessão da tutela provisória contra 
a Fazenda Pública: 
1. Novo CPC, em algumas hipóteses legais; 
2. Lei 8.437/92; 
3. Lei 12.016/09; 
4. Lei 8.036/90; 
5. Lei 9.494/97. 
 
OBS: A doutrina majoritária entende que essas leis são inconstitucionais, pois 
violam o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. Existe posição 
minoritária, no sentido da constitucionalidade. 
Na ADC n. 04 o STF decidiu que é constitucional a concessão de tutela 
provisória contra a Fazenda Pública. 
De acordo com a Súmula 729 do STF, se for causa de natureza previdenciária 
não há restrição para a antecipação de tutela. 
 
MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA: 
A) Agravo de instrumento; 
 
B) Reclamação ao STF (por descumprimento à tese fixada na ADC 4); 
Pedido de suspensão, que é um incidente processual por meio do qual a 
pessoa jurídica de direito público ou o MP pede ao Presidente do Tribunal a 
suspensão da eficácia de decisão que podem causar grave lesão à ordem, à 
saúde, à segurança ou à economia pública.

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