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ESQUEMATIZADO Direito Internacional Público

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1 
 
 
2 
 
Olá galera, como estão os estudos? Tenho certeza que destruindo! 
 
Sabemos que o tempo é uma das coisas mais preciosas em nossa vida, sabemos também que hoje em 
dia é algo que nos falta... e MUITO!! 
 
Por isso, nós, equipe do Direito Esquematizado, reunimos todo o nosso conhecimento e produzimos 
um conteúdo fácil, esquematizado e rápido de aprender 
 
Antes de iniciar o conteúdo, gostaria de pedir 2 favores: 
1. Compartilhem esse material com seus amigos da Faculdade, Advogados, MP, etc., e 
claro, pode compartilhar também com sua mãe, pai, cachorro, papagaio... Pois somente 
com a ajuda de vocês o nosso trabalho irá crescer cada vez mais 
 
2. Deixem sugestões, críticas, feedbacks em nosso site, em nosso e-mail 
contatodireitoesquematizado@gmail.com, ou até mesmo em nossa página do Facebook. 
Somente desta forma os materiais ficarão cada vez melhores 
 
Bem, chega de papo afiado e vamos lá! 
 
“O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas 
formas de enxergar o mundo” 
 
 
3 
 
 
O Direito Internacional é dividido em 2 Partes: 
 Direito Internacional Público 
o Introdução; Parte Histórica 
o Fontes; Tratados Internacionais 
o Sujeitos; Ser humano, Estados, Organizações Internacionais 
 Direito Internacional Privado 
Neste E-book iremos tratar somente do Direito Internacional Público 
Para entender melhor como funcionam as coisas hoje no Direito Internacional, será imprescindível entender 
um pouco do contexto histórico que a humanidade passou 
Então, vamos entender alguns pontos que foram muito importantes!! 
 
Introdução – Parte Histórica 
O Direito Internacional foi, é, e sempre será ligado à História. Dessa forma o Direito Internacional Público 
(DIP) tem como foco principal o Estado, sendo chamado pela história de Direito Interestatal 
DIP não é a mesma coisa que Direito Estrangeiro, DIP é aplicado na ordem internacional, Direito 
Estrangeiro é o direito interno de outro país 
Quando o Direito Estrangeiro é analisado, estudado, é chamado de Direito Comparado 
O Direito Internacional é um Sistema Contratual de Conteúdo Negativo entre os Estados 
i) É um Sistema porque tem normas que são regras e princípios 
ii) É contratual pelo pacta sunt servanda (os pactos devem ser cumpridos - contratualismo) 
iii) É de Conteúdo Negativo porque é obrigação de não fazer, sendo limitada a atividade estatal 
O Direito Internacional surge para tutelar as guerras, Ex: Uso de soldados crianças, minas terrestres, uso de 
bomba atômica 
Hoje, quando se fala em Estado, falamos em Estado Moderno, sendo aquele Estado que surgiu no século 
XIV/XV, a associação a ser feita é lembrar-se do caderno de história da 5ª série, Portugal e Espanha foram os 
primeiros Estados a conquistarem terras estrangeiras, sendo os pioneiros a consolidarem os Estados 
Modernos, ocasionando a conquista da América no ano de 1492 (A descoberta do Paraíso), posteriormente 
em 1500 houve a conquista do Brasil 
Esse tipo de Estado Moderno é o Estado com Povo, Território e Soberania, mas a estrutura organizacional 
é muito mais antiga que o século XIV/XV 
 Direito Internacional  
4 
 
Voltando um pouco, na antiguidade, existiam grupos de pessoas, nômades (não ficavam presos com a terra, 
eles migravam para onde havia alimento), que com o decorrer do tempo, aos poucos, os homens começaram 
uma grande revolução, a agricultura (ficando mais preso a terra e deixando de ser nômade), esses grupos 
eram chamados de Unidades autônomas, no qual não havia contato algum entre esses grupos, sendo 
diferenciada pela Religião, Cultura, Língua, dentre outras diferenças 
Eis que um belo dia, esses grupos se encontram, o primeiro contato foi caracterizado pela hostilidade 
(guerra) e competição, chamado esse contato por alguns autores dos primeiros contatos internacionais, 
porem criticados por alguns historiadores, não sendo o primeiro contato internacional, afinal não existia lei 
comum entre as nações, nem sequer igualdade entre elas. Passando séculos, aqueles grupos que tiveram 
muitas guerras, teve como reflexo um super desgaste e consequências graves, cansaram de tudo isso e 
entraram em diálogo, com o intuito de fazer acordo, o que finalmente iniciou o comércio e com isso a 
tolerância ao estrangeiro, ou seja, o motivo por trás de tudo isso era o interesse de comércio 
Durante esses 2-3 mil anos que houve a mudança de Competição para “em regra” Cooperação, o interesse 
sempre foi econômico ($$$), sendo melhor manter uma cooperação entres os países do que manter uma 
competição. Tendo como objetivo o interesse comum 
A evolução do Direito Internacional durou vários séculos e se desenvolveu de forma quase que desordenada. 
Suas primeiras e mais singelas manifestações aparecem quando dos intercâmbios que passaram a existir 
entre os vários feudos da Idade Média, os senhores feudais tinham grande poder de relacionamento e 
muitas alianças que celebravam entre si, como por exemplo, questões relacionadas à segurança externa. 
Durante esse período todos os tratados passaram a ser celebrados sob a égide da Igreja e do Papado, e as 
decisões do Papa passaram a ser respeitadas em todo o continente 
O caminho da antiguidade para os dias de hoje (2 a 3 mil anos), a mudança da competição para a 
cooperação, trouxeram vários pontos importantes: 
Na Antiguidade Clássica: 
Grécia – A normalidade na Grécia era a guerra, a competição 
Roma – Um ponto muito importante foi a grande dimensão do Império Romano, dada à dimensão os líderes 
nomearam representantes para controlarem todo o império, no qual surge a “embaixada/diplomacia”. Em 
termos jurídicos o grande herdeiro do Império Romano é o Direito Canônico (A Igreja Católica acaba 
difundindo muito essa ideia de embaixada e representantes), entretanto prevalece a competição 
Idade Média - Começa com um poder muito grande da Igreja. Nessa idade houve a Reforma Protestante, 
sendo contestado o poder do papa tanto pelos protestantes como pelo rei (anglicanismo), em decorrência 
disso ocorreram várias guerras 
Já na época de 1486-1546 viveu Frei Francisco da Vitória, espanhol, relacionado à igreja e de caráter 
religioso. Nessa época houve o maior genocídio da história da humanidade (sobraram aproximadamente 
somente 10% dos índios), que foi a conquista da América. Frei Francisco escreveu o livro “Os índios e o 
direito da guerra” que dizia: O índio pode ser atrasado, mas é ser humano, sendo imagem e semelhança de 
5 
 
Deus na terra, não podendo ser exterminado como esta sendo. Entretanto o Fundamento deste livro não 
deixou de ser religioso, mesmo sendo considerado o “fundador” do Direito das gentes, seu livro NÃO teve 
um viés voltado para os Direitos Humanos 
Em 1548-1617 viveu Frei Francisco Suárez, no qual retomou os fundamentos do Frei Francisco da 
Vitória, e disse que as normas da sociedade internacional tem um duplo aspecto, sendo: imamentistas (tem 
origem religiosa), mas também é a vontade dos governantes estampadas em tratados e costumes 
Até Frei Francisco Suárez não se pode dizer que houve um direito internacional, pois foi também de caráter 
religioso 
Em 1583-1645, viveu Hugo Grotius (Grócio), holandês e protestante, nessa época a Holanda estava se 
estruturando como Estado, Hugo Grotius era religioso, acreditava em Deus, porem não seguia os dois Freis 
anteriores. Sua grande importância foi a escritura do Livro: “O Direito da Paz e da Guerra”, no qual deu 
ênfase ao direito das gentes como ciência, e ocasionou A ORIGEM DO DIREITO INTERNACIONAL. Esse 
livro estabeleceu limites para a guerra, no qual o livro dizia: “Ainda que Deus não exista o Direito 
Internacional existe”, Hugo Grotius foi consideradoo Pai do Direito Internacional e do Direito Natural 
Na mesma época de 1600, houve a guerra dos Trinta Anos na Europa, entre países católicos e países 
protestantes, foi uma guerra completamente religiosa, ao final da guerra, em 1648, foi ratificado o Tratado 
de Paz de Westfália, sendo um acordo internacional: “Na região dele, a religião dele”. Desta forma a 
religião do Rei foi a religião de todo o seu povo. Devido a isso houve a necessidade de delimitar com precisão 
o território de cada país, sendo consolidado de vez o Estado Moderno (povo, soberania e território) 
Contudo, foi tão somente a partir do final do século XVI e inicio do século XVII que o Direito Internacional 
Público apareceu como ciência autônoma e sistematizada 
Da Paz de Westfália surgiu o Direito Internacional Clássico ou Direito Internacional Westfaliano 
Em um quadro cronológico o Direito Internacional é dividido em três partes: 
Antes de 1648 – Baseado na 
Religião 
Durante 1648 a 1945 – Direito 
Westfaliano 
Após 1945 – Direito de 
Nuremberg 
O Direito Internacional Westfaliano surgiu e teve como características: 
 Disciplinar as relações entre os ESTADOS 
 A Soberania de cada Estado é absoluta (no 
meu território eu faço o que bem entender, o 
Estado cria as regras para o seu povo) 
 Contratualismo – pacta sunt servanda 
 Voluntariedade - O Estado só obedece o 
que ele quer, se o Estado não quiser fazer um 
contrato, ele não é obrigado
 
Posteriormente no ano de 1776 ocorreu a Independência dos EUA e em 1789 ocorreu a Revolução Francesa 
e por consequência surgiu os Direitos Humanos Intraestatais (Cada país terá as suas regras de Direito 
Humanos) 
6 
 
Em âmbito nacional isso foi muito importante, porem para âmbito internacional esses Direitos Humanos 
não mudaram NADA 
No Século XIX teve uma característica importante para o Direito Internacional, surgiu o Direito 
Internacional Humanitário (proteção das populações civis e dos ex-combatentes durante conflitos armados) 
- Henry Dunat, durante a Batalha de Solferino, estava na península da Itália, havia acabado de acontecer 
uma guerra, Henry passando viu vários combatentes caídos, sofrendo. Sensibilizado com isso, foi para a 
cidade mais próxima, e socorreu os combatentes daquela guerra, não se importou de qual lado era o soldado. 
Com tudo isso Henry foi à Suíça e com vários apoios foi criado o Comitê Internacional da Cruz Vermelha 
(CICV – Tem a função de organizar conferências internacionais porem não é formado por Países, sendo 
assim não é uma Organização e sim um COMITÊ), do qual difundiu a ideia do Direito Internacional 
Humanitário 
O Século XX iniciou-se com a Revolução Tecnológica e em 1914 eclodiu a Grande Guerra, a I Guerra 
Mundial, considerada uma guerra de trincheiras (pouca tecnologia) e com isso a população civil não foi muito 
afetada, porem o que nos interessa na I Guerra Mundial é como ela terminou em 1918. Devido a tudo isso, 
um ano depois da guerra, em 1919, ocorreu o Pacto de Versalhes, com sede em Genebra, que criou a 
OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a LDN ou SDN (Liga das Nações ou Sociedades das 
Nações) 
Podemos dizer que a Liga das Nações é o embrião da ONU, esse modelo de Organização Internacional nos 
remete a cooperação, a busca da paz. Em vez de ocorrer mais uma guerra, vamos sentar e conversar 
Entretanto o tratado de Versalhes não aboliu a guerra, podendo ser possíveis novas guerras, o que só em 
1928 no contexto das Ligas das Nações foi assinado o pacto Briand-Kellog, no qual aboliu a guerra 
como meio de solução de controversas (NÃO SE USA MAIS A GUERRA PARA RESOLVER CONFLITOS) 
Com a criação da Liga das Nações e da OIT, veja que os Estados começaram a se associarem em torno de 
objetivos comuns. Todavia no inicio da década do século XX as coisas ficaram feias, ocorreram crises 
econômicas, fome, dificuldades, dando inicio ao Totalitarismo (um Estado forte) na Alemanha, que foi 
chamado de Nazismo, na Itália de Fascismo e na União Soviética de Comunismo 
Contudo, alguém teria que ser culpado por toda essa crise e a Alemanha culpou os judeus por vários 
motivos, com o objetivo de exterminar o que eles chamavam de “raça inferior”. O grande argumento do 
nazismo contra os judeus foi a retirada de seus Direitos, sendo chamados de “seres humanos de segunda 
categoria”. Arquitetura do Nazismo é um documentário que mostra, dentre os seus aspectos, Hitler 
resgatando um modelo romano, os palácios que Hitler criou, foram colunas gregas e romanas, partindo da 
mesma ideia da conquista de Roma, que conquistou tudo ao seu redor, assim como Hitler pretendia fazer, 
dominar toda a Europa e transformar em um único país com um povo puro, um povo ariano 
A Alemanha tinha um tratado secreto com a URSS de não agressão, entretanto o território alemão foi se 
expandindo e quando chegou muito perto da URSS, eles entraram em guerra. Já os EUA entraram na 
guerra para controlar o poder que a Alemanha passou a ter e vender as suas armas para os aliados. O 
Brasil esteve envolvido na guerra para a conquista de Monte Castelo na Itália 
7 
 
Da mesma forma que aconteceu com Napoleão. Aconteceu com Hitler, o inverno da URSS derrotou ambos 
na guerra 
No inicio de 1944 estava certo que os aliados iriam vencer a guerra, e com isso os aliados foram 
planejando o mundo pós Segunda Guerra Mundial com a ideia da criação da ONU (Organização das 
Nações Unidas) e o julgamento dos Alemães 
Com o final da 2ª Guerra Mundial temos claramente os vencidos (Alemanha, Itália e o Japão) e os 
vencedores (EUA, URSS, China, França, Inglaterra e o Brasil). Posteriormente teve o Julgamento de 
Nuremberg, o Julgamento de Tokyo e a criação da ONU 
De início a Alemanha ficou dividida em quatro áreas: Dividida para os EUA, ING, FRA e URSS, porem ING 
e FRA desistiram e os EUA assumiu o controle de suas áreas, no qual a Alemanha ficou dividida em duas: 
Alemanha Ocidental (EUA) e Alemanha Oriental (URSS) 
A ideia de criação da ONU foi para promover a paz através dos Direitos Humanos, sendo um caminho 
para obtenção da paz. Com isso, em 1948 a Assembleia da ONU proclamou a Declaração dos Direitos 
Humanos 
A ONU também partiu da ideia de democracia, em termos, sendo que no Conselho de Segurança da ONU 
foram designados membros Permanentes e Rotativos, os Permanentes (EUA, URSS, França, China e 
Inglaterra) tem o poder de VETO e de VOTO, os Rotativos tem o poder APENAS DE VOTO 
O Julgamento de Nuremberg foi um Tribunal Internacional de Guerra, dividido em duas fases, a primeira 
foi julgado a cúpula da Alemanha Nazista, os seus generais e pessoas de maior comando, na outra fase 
foram julgados juízes e pessoas de menor comando. A grande critica a esse julgamento foi de um 
Tribunal dos vencedores contra os vencidos, o ataque das bombas atômicas nunca foi julgado, ou seja, quem 
ganhou a guerra não foi julgado por ninguém 
Todavia o Julgamento de Nuremberg foi de grande importância, pois prisioneiros de guerra nunca tiveram 
o direito de ampla defesa, sempre foram executados, diferença que aconteceu nesse Julgamento 
A crítica dos Alemães contra o Julgamento foi sobre o Juiz Natural, porque isso não foi respeitado, 
criticando que antes não havia um Tribunal Internacional criado. Outra crítica da Alemanha foi sobre o fato de 
não existir uma lei anterior que defina, no qual cai por terra, pois a Alemanha havia assinado o tratado de 
Direito Humanitários e também por existir os Direitos Naturais. E outra crítica foi sobre a Soberania, os 
alemães estavam cumprindo ordens do seu País, essa ideia deixa de existir, mudando ela através das 
Normas Imperativas (jus cogens), são normas de Direito Internacional Público que todos devem obedecer, 
é imposto sobre todos e não pode ser afastadopor ninguém. Sendo assim a questão da Soberania foi 
“restringida” de certa forma. Exemplos de normas imperativas: As Principais Normas de Direitos 
Humanos (não são todas) e a Carta da ONU 
A Natureza Jurídica da Declaração Universal de Direito Humanos não é Tratado, é uma Resolução da 
Assembleia Geral da ONU 
8 
 
Ocorreu posteriormente a Guerra Fria, no qual foi um conflito Político e Ideológico entre os EUA e a URSS 
(Capitalismo X Socialismo) 
Exemplos de países que tiveram choques com a Guerra Fria: 
 Coreia (Coreia do Norte e Coreia do Sul) 
 Angola 
 Moçambique 
 Cuba 
 Afeganistão – Havia um grupo de controle 
dos EUA, porem houve um golpe socialista 
apoiado pela URSS, e para desmantelar o 
grupo socialista, os EUA apoiaram os rebeldes 
do Afeganistão, os Talibãs (posteriormente 
chamado de Al Qaeda) 
 Irã/Iraque – Esses dois países eram grandes 
produtores de petróleo, o Irã apoiado pela 
URSS e o Iraque apoiado pelo EUA, no qual 
Saddam Hussein era o governante. 
 América Latina 
 Vietnã
Durante a Guerra Fria a ONU ficou “engessada”, EUA e URSS eram duas potencias fortíssima e também 
membros do conselho permanente da ONU. Desta forma um vetava o outro no aspecto de promover a 
paz (cada um cuidava da paz de seus países aliados, “cada um cuidava do seu jardim”) 
A ideia do Capitalismo é ligada a 1ª Geração dos Direitos Humanos (Direito de propriedade – consumo) e 
a ideia do Socialismo é ligada a 2ª Geração dos Direitos Humanos (Direito sociais) 
Em relação aos Direitos Humanos, em 1966 a ONU fez um tratado internacional para detalhar a DUDH, 
transformar os Princípios em Direitos. Desta forma foram criados dois pactos: Pacto de Direitos Civis e 
Políticos e Pacto de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais 
Ao longo da Guerra Fria a URSS teve um grande atraso tecnológico, no qual aconteceu à derrota para os 
EUA e o final da Guerra Fria. Com a vitória ideológica dos EUA ocorreu a queda do muro de Berlim, 
vários países que estavam sobre o julgo da URSS começaram a sair da União, os povos da URSS se 
declararam independentes, até que a URSS se finda 
Com o fim da Guerra Fria prevalece o Capitalismo e, maiormente a 1ª Geração dos Direitos Humanos 
Surge a chamada Globalização, que teve como efeito a horizontalização e a verticalização. A 
horizontalização trata o Direito Internacional como algo que passou a cuidar de assuntos que antes não se 
preocupava, seja Direito Civil, Penal, do Trabalho, Processo Civil/Penal, todos os Direitos. Houve uma 
expansão dos Direitos sobre tudo. A verticalização é cada vez mais a sociedade internacional passa a 
interferir nos direitos interno dos Estados 
A Globalização teve como consequência a Globalização Econômica foi o modelo econômico do Capitalismo 
e a Globalização Axiológica no qual visa a valorização, o consumismo 
Neste meio tempo o Iraque, a ex-Iugoslávia, a Somália e Ruanda foram exemplo de povos em que eram 
obrigados a conviverem juntos, com as suas distinções de raças, religiões, línguas, porem enquanto durava 
a Guerra Fria, os EUA e a URSS abafavam tudo, com o fim da Guerra Fria, URSS não existia mais e os 
9 
 
EUA deixou de se importar com esses povos. O Resultado disso são os inúmeros conflitos nesses países e 
dentre muitos outros países 
Desta forma Saddam Hussein viu que não tinha mais apoio dos EUA, extremamente armado pelas armas 
americanas, atacou em 1990 o Kuwait, em busca de petróleo e conquista completa do País. Entretanto 
um ato como este é algo ilícito devido ao pacto de Bryan Kellog, que não permitia a invasão e conquista de 
um país. Sendo assim o conselho de segurança da ONU decidiu que “iria libertar o Kuwait”, que não deixou 
de serem os EUA quem enviou tropas para libertar o Kuwait, sendo chamada de a primeira guerra do Golfo, 
Operação Tempestade no Deserto, no entanto funcionou!! Kuwait foi libertado, momento épico na 
história da ONU 
Como sanção ao Iraque a ONU determinou um embargo econômico, o Iraque não podia exportar e nem 
importar nada, a não ser o programa petróleo por remédio/alimentação e o Iraque não podia produzir 
armas de destruição em massa. As fronteiras do Iraque passaram a ser vigiadas, em via de regra pelos 
EUA 
Em 1991-2001, a ex-Iugoslávia e em 1994, Ruanda, dois problemas bastante graves, que a ONU quis 
resolver, porem a ONU não foi decisiva em nenhum dos dois conflitos, a Rússia era aliada do líder Sérvio, 
que era o maior genocida e responsável na ex-Iugoslávia, desta forma quando a ONU quis intervir na ex-
Iugoslávia a Rússia vetou. A alternativa que sobrou para os países europeus foi a OTAN (Organização do 
Tratado do Atlântico Norte), sendo a OTAN decisiva na ex-Iugoslávia. Porem enquanto isso havia problemas 
civis na Somália, conflitos internos, devido à ausência dos americanos e dos europeus. Desta forma os 
povos e as tribos diferentes se rebelaram. Posteriormente os EUA interviu na Somália, porem não tinha algo 
de interesse, algo para se defender, a ONU não funcionou 
Noticias de Ruanda foi algo totalmente ignorado pelo mundo inteiro, a ONU tirou apenas os estrangeiros e 
deixou Ruanda a mercê, a ONU não funcionou 
No Final dos anos 90, as Nações Unidas criaram dois Tribunais Internacionais: Um Tribunal para a ex-
Iugoslávia e para Ruanda, com a mesma ideia do Tribunal de Nuremberg, no qual recebeu a mesma crítica: 
primeiro a guerra e depois o tribunal. O Tribunal para Ruanda foi na cidade de Ashua, na Tanzânia, teve 
como mérito a justiça transicional, de um período de conflito para um período de paz. Países do mundo 
inteiro adotam a justiça de transição, porem no Brasil nunca existiu. O Tribunal da ex-Iugoslávia foi instaurado 
em HAIA (Holanda) e que até hoje esse Tribunal ainda existe 
Em 1998 teve um dos maiores acontecimentos do século XX, foi criado através do estatuto de Roma o 
Tribunal Penal Internacional, um Tribunal Permanente, localizado na Holanda, em HAIA, porem só passou 
a funcionar em 2002 
Os crimes que o Tribunal de HAIA julga são: 
1) Crime de Guerra (Ofensa ao Direito Internacional Humanitário – quem cuida é a Cruz Vermelha 
Internacional) 
10 
 
2) Crime contra a humanidade 
3) Genocídio – É focar e exterminar um determinado grupo (etnia, religião, tribo) de pessoas 
4) Agressão 
Enquanto o mundo se preparava para o Tribunal Penal Internacional ocorreu a data 11/09/2001 – Ataque 
das Torres Gêmeas . Devido a isso teve um novo conflito mundial, sendo o conflito CULTURAL. 
Nesse contexto os EUA passaram a uma posição unilateralista, “somos os mais fortes, nos ditamos as 
regras”. Posteriormente o Conselho de Segurança da ONU deu autorização para os EUA atacar o 
Afeganistão, no qual foi uma guerra lícita, mas não justa!! 
Em 2002, por um monte de fatores e, sobretudo fatores econômicos, os EUA alegou que o Iraque possuía 
arma de destruição em massa, o qual o Iraque foi proibido de produzir esse tipo de armamento devido a 
sanção da primeira guerra do Golfo 
A ONU mandou inspetores para averiguar se existia mesmo arma de destruição em massa no Iraque, não 
acharam nada. Porem os EUA apoiados pelo Reino Unido liderou um ataque ilícito em 2003 
Em 2011 o Sudão do Sul se tornou o ultimo pais independente do planeta 
E aqui se finda o contexto histórico 
Com base nesse pequeno resumo da história da humanidade, já dá para ter uma noção de como as coisas 
chegaram até os dias de hoje, já dá pra saber alguns porquês e até mesmo entender algumas medidas que 
são adotadas pelos países 
Agora, só nos resta entender como funciona o Direito Internacional nos dias de hoje: 
Direito Internacional – Parte Geral 
Direito Internacional Contemporâneo 
É um conjunto de normas jurídicas que rege a comunidade internacional, eles determinamdireitos e 
obrigações dos sujeitos, especialmente nas relações mútuas dos Estados e, subsidiariamente, das demais 
pessoas internacionais, como determinadas Organizações, bem como dos indivíduos 
 Jurisdicionalização do Direito Internacional – Criação de Tribunais Internacionais para o Direito 
Internacional visando garantir a eficácia 
Exemplos: 
CIJ – Corte Internacional de Justiça (Corte de 
Haia ou Tribunal de Haia) – é vinculada a ONU e 
julga Estados 
TPI – Tribunal Penal Internacional (também fica 
em Haia) – julga pessoas 
CIDH – Corte Interamericana de Direitos 
Humanos – Órgão Jurisdicional 
Tribunal de Assunção – Tribunal Recursal do 
Mercosul 
Tribunal para Direito do Mar – Hamburgo, 
Alemanha 
 
 
11 
 
 Existência – Direito Internacional e Direito Interno tem muitas normas e leis 
 
 Validade – No Direito Internacional, em regra, a norma internacional é totalmente válida 
 
 Eficácia – A norma existe, é válida, no entanto quando a norma não é cumprida surge um problema, pois 
não tem uma estrutura que venha tornar a norma eficaz 
 
A diferença entre Sociedade Internacional e Comunidade Interna: 
Sociedade Internacional tem como características: 
 Descentralizada – não existe uma criação ou aplicação das normas 
 Paritária – Formada por pares, por semelhantes, todos os países estão no mesmo nível 
 Cooperação/Coordenação – os países tem interesses comuns 
 Consentimento/Pacta Sunt Servanda – as normas são cumpridas por esse princípio (normas 
imperativas (jus cogens), pautadas pela ética, são obrigadas a cumprir) 
 Aberta – Podem surgir coisas novas a cada momento, ex: criação de um novo bloco econômico, uma 
nova Organização 
Comunidade Interna tem como características: 
 Centralizada – As normas internas de um 
país são criadas pelo seu próprio Poder 
Legislativo 
 “Braço Forte” do Estado – O Estado tem 
meios para aplicar as suas normas na 
sociedade 
 Subordinação – Todos os indivíduos estão 
submissos às leis 
 Fechada – A modificação da estrutura, a 
criação de novos conselhos, são muito difícil 
de ocorrer 
 
Sujeitos do Direito Internacional Público 
a) Estados 
b) Organizações Internacionais 
c) Indivíduos (São considerados sujeitos do Direito Internacional se o assunto for sobre Direito Humanos). 
Entretanto para Francisco Rezek os indivíduos não são sujeitos do DIP 
OBS.: Apenas os Estados e as Organizações podem fazer tratados em nome próprio 
 
 
 
12 
 
CORRENTES para resolver os CONFLITOS ENTRE TRATADOS E AS LEIS INTERNAS: 
DUALISMO 
Para o dualismo o DIP e o Direito Interno são 
diferentes, duas ordens jurídicas distintas 
Não há conflito entre DIP e Direito Interno 
 Radical: Não admite nenhuma relação entre 
DIP e Direito Interno, o Direito Interno NÃO 
pode incorporar um tratado internacional, possui 
a iniciativa legislativa comum 
 Moderado: O Direito Interno pode incorporar 
um tratado internacional através do processo 
legislativo simplificado/diferenciado 
MONISMO 
DIP e Direito Interno fazem parte da mesma 
coisa, do mesmo sistema 
O DIP e o Direito Interno entram em conflito 
 Primazia do Direito Internacional (Radical): 
Quando houver conflito entre DPI e Direito 
Interno vai prevalecer o Direito Internacional 
 Primazia do Direito Interno (Moderado): 
Quando houver conflito entre DPI e Direito 
Interno vai prevalecer o Direito Interno 
 
Quanto mais o país for democrático mais perto será do Monismo Radical / Quanto mais o país for fechado 
mais perto será do Dualismo Radical 
TRATADOS E CONVENÇÕES NO BRASIL 
Regra para Incorporação de Tratados no Brasil (desde que não seja de Direitos Humanos) tem status de Lei 
Ordinária, pois o quorum é como de Lei Ordinária 
Se pensarmos apenas em tratado o Brasil é Dualista Moderado 
Porem em caso de jus cogens e Decisões de Tribunais Internacionais ou Organizações Internacionais, 
o Brasil é Monista de Primazia do Direito Interno 
EXCEÇÕES DE TRATADOS 
1) Matéria Tributária – Estabelecida pelo Art. 98 CTN (Código Tributário Nacional). Quando se tratar de 
tratado de matéria tributária será alterada a lei interna anterior e também observa a lei interna posterior, 
adotado o Monismo com Primazia do Direito Internacional 
2) Transporte internacional – Estabelecido pelo art. 178 da CF. Quando se tratar de transporte 
internacional o tratado altera a lei interna anterior e também observa a lei interna posterior, adotado o 
Monismo com Primazia do Direito Internacional 
3) Extradição – Extradição é a entrega de uma pessoa para efeitos de sentença ou processo penal de outro 
país. Estabelecido pela Lei 6815/80 (Estatuto do estrangeiro), essa lei é a norma geral sobre extradição, 
no qual temos uma série de tratados bilaterais a respeito de extradição que fazem às vezes tratados de 
norma especial. Sendo assim prevalece a norma especial (tratados bilaterais) sobre a norma geral, pelo 
critério da especialidade, adotado o Monismo com Primazia do Direito Internacional 
 
13 
 
4) Direitos Humanos – Art. 5 CF – O texto do art. 5 traz dois parágrafos, Antonio Augusto Cançado 
Trindade e Flavio Piovesan dizem que o §2º, os tratados de direitos humanos em que o Brasil faz parte 
serão somados como parte da Constituição. Entretanto alguns autores criticam e falam que os 
tratados estão no mesmo nível de Lei Ordinária. Com a convenção Internacional de Direito Humanos 
(Pacto de São José da Costa Rica) o STF disse que os Tratados têm status de Lei Ordinária 
Em 2004 foi aprovada a emenda Constitucional nº 45, incluíram dois novos parágrafos (§3º e §4º) no 
art. 5 da CF. O §3º colocou os tratados internacionais sobre direitos humanos como status de emenda 
Constitucional, entretanto os Constitucionalistas alegaram que os tratados anteriores que NÃO 
preencheram os requisitos necessários (aprovado em cada Casa do CN, por dois turnos e três quintos) 
serão de status de lei ordinária e os que venham a preencher os requisitos necessários dai sim serão 
de status de Emenda Constitucional, no qual temos apenas um tratado de status de Emenda 
Constitucional (Convenção de New York sobre deficientes e seu protocolo facultativo). Em 2008 o STF foi 
instado a julgar novamente a discussão sobre a hierarquia dos Direitos Humanos e foi decidido que os 
Tratados Internacionais de Direitos Humanos anteriores a Emenda Constitucional são 
SUPRALEGAIS (acima da lei e abaixo da Constituição). No §4º o Brasil se submete à jurisdição de 
Tribunal Penal Internacional. Em um estudo mais aprofundado existe o Dialogo das Fontes, sendo 
normas que estivessem dialogando para saber qual é melhor. Com base nisso falamos em Monismo 
Dialógico. Uma norma Supralegal pode prevalecer sobre a CF através do principio pro homine (Principio 
pro homine em matéria de direitos humanos prevalecerá a norma mais favorável aos direitos humanos). 
Hoje existe o Controle de Convencionalidade, assim como existe o Controle de Constitucionalidade, as 
novas leis devem obedecer aos tratados, entretanto só existe no meio difuso, não há no concentrado 
ainda. Dupla Compatibilidade Vertical: A lei deve ser compatível com a CF e com os Tratados de 
Direitos Humanos 
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
Assim como a LINDB (Lei de Introdução Nacional do Direito Brasileiro) é uma lei sobre leis, criada para cuidar 
de outras leis. No Direito Internacional há algo bem semelhante: Estatuto da Corte Internacional de Justiça 
(ECIJ) 
Em 1919, com a Liga das Nações, houve o Estatuto da Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI), no 
qual esse estatuto foi praticamente utilizado integralmente no estatuto ECIJ de 1946, desta forma foi posto um 
estatuto com visão da época de 1919Esse Estatuto da ECIJ, em seu art. 38, trouxe as Fontes do Direito Internacional Público: 
 
 
14 
 
Os Tratados são as fontes mais importantes 
A Doutrina e Jurisprudência são meios auxiliares 
Ex Aequo et Bono (equidade) e Analogia são meios técnicos 
Exceções: Há mais fontes do DIP: 
1. Decisões das OIs 
2. Atos Unilaterais dos Estados 
3. Jus cogens (norma imperativa) 
4. Soft Law 
Por questão de didática vamos deixar para falar por último sobre os tratados: 
COSTUME 
“Conjunto de normas consagradas pelo longo uso e observados na ordem internacional como obrigatórias”. 
(Roberto Luiz Silva) 
No Direito Interno Brasileiro o costume não é tão importante atualmente, no direito internacional é o contrario, 
é muito importante. Costume é a prática reiterada (elemento objetivo) mais a opinião jurídica (elemento 
subjetivo) 
A ofensa ao costume gera a sanção 
A ONU vem codificando o Direito Internacional, vem positivando, colocando no papel, alguns costumes em 
tratados 
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 
O Termo Princípios Gerais de Direito são indefinidos, são todos os princípios que existem no direito. 
Princípios Gerais do Direito são definidos. A Assembleia Geral da ONU reconheceu expressamente 7 
princípios do Direito Internacional (Resolução 2.625/70): 
1. Abstenção da ameaça ou uso da força (legítima defesa) - O Estado não pode se utilizar da força, 
exceto em legitima defesa ou autorização do Conselho de Segurança da ONU 
2. Solução pacífica de litígios internacionais – Resolver os conflitos de forma pacífica (diplomacia, 
jurisdição ou mediação/arbitragem/ conciliação/ bons ofícios) 
3. Não intervenção em assuntos de jurisdição interna – A sociedade internacional não interfere na 
jurisdição interna, exceção: em caso de grave violação aos direitos humanos admiti-se a intervenção 
internacional 
4. Cooperação – Os países cooperam entre si 
5. Igualdade de Direitos e livre determinação dos povos (autodeterminação) – Cada povo tem o direito 
de determinar livremente seu futuro e sua escolhas políticas 
 
15 
 
6. Igualdade Soberana – Todos os países são soberanos, desta forma todos aqueles que são soberanos 
devem ser tratados em igualdade perante a sociedade internacional. Obs.: As Embaixadas de todos os 
países são instaladas em Brasília 
7. Cumprimento em boa fé das obrigações contraídas pelos Estados – pacta sunt servanda, o Estado é 
obrigado a cumprir 
Vemos que esses princípios estão implícitos na nossa Constituição, art. 4º: 
I – Independência Nacional 
II– Prevalência dos Direitos Humanos – Se houver 
colisões entre os princípios será prevalecido o de 
Direitos Humanos 
III– Autodeterminação dos povos – O Brasil tem que 
respeitar a livre escolha política de cada povo 
IV – Não-intervenção 
V – Igualdade entre os Estados – Deve tratar todos os 
Estados da mesma forma 
VI – Defesa da Paz 
VII - Solução pacífica dos conflitos 
VIII – Repúdio ao terrorismo e ao racismo 
IX – Cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade 
X - Concessão de asilo político – Característica histórica 
do Brasil, pois no inciso II já abrange sobre o asilo 
político 
 
JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS INTERNACIONAIS 
Os Tribunais Internacionais decidem poucos processos 
No âmbito internacional uma única sentença já é considerada jurisprudência 
As decisões dos Tribunais Arbitrais Internacionais também são jurisprudência 
 
DOUTRINA 
Em 1919 os juristas mais qualificados eram europeus, de forma que essa expressão hoje em dia é 
preconceituosa. Doutrina é doutrina, não tem alguma que seja melhor 
A Academia de Direito Internacional de HAIA é o centro de estudo de direito internacional, no qual publica 
todo ano, no período de verão, o artigo “Recueil des Cours”, sendo considerada a principal fonte de doutrina 
do direito internacional 
No Brasil, em MG, tem o centro de estudo do CEDIN 
 
EQUIDADE 
Resolver conflitos com base no sentimento de justiça, desta forma no direito internacional é possível usar 
a equidade para resolver conflitos com base no art. 38 do Estatuto da Corte de Haia 
No direito Interno tem a lei 9.307/96 no art. 2, caput, entretanto em regra no Brasil não é usado a equidade 
 
16 
 
ANALOGIA 
Aplica-se a determinado fato norma concebida para situação semelhante. É admitida desde que não fira os 
princípios e não há previsão expressa no Estatuto 
 
DECISÕES DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS (OIS) 
Essas decisões podem ser alto aplicáveis, quando há uma decisão de um órgão internacional, os Estados 
que fazem parte desse Organismo Internacional devem cumprir, não necessitando ratificar 
Em caso de conflito com a decisão, a decisão irá prevalecer. E não será atingida a soberania do país, pois 
ao entrar na Organização Internacional o país sabia que iria “abrir mão” da soberania 
Ex: DIDH é uma Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas 
 
ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS 
Ato Unilateral é a manifestação de vontade de um sujeito de Direito Internacional suficiente para 
produzir efeitos jurídicos. Os Atos Unilaterais geram obrigações 
Para produzir efeitos deve ser público e gerar a intenção de se obrigar 
 
SOFT LAW e JUS COGENS 
O Direito Internacional possui uma hierarquia: No TOPO o Jus Cogens, no MEIO os Tratados em Geral, e 
na BASE o Soft Law 
Norma de ordem publica internacional são as normas imperativas 
Jus Cogens é de ordem pública na sociedade internacional, norma imperativa não pode ser afastada entre as 
partes, tem efeito erga omnes 
A norma imperativa é uma superação do pacta sunt servanda 
O que faz uma norma ser imperativa é a ética, o fundamento da norma que a torna imperativa 
Exemplo de normas imperativas Jus Cogens: 
1) Carta da ONU – Quando foi criada a ONU 
2) DUDH – é uma Resolução da Assembleia 
Geral das Nações Unidas, sendo um 
consenso da humanidade 
3) Pacto de Direitos Civis e Políticos de 1966 
4) Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais em 1966 
5) Convenção do Genocídio – declarada um dia 
depois da DUDH
 
 
17 
 
Soft Law é o Direito Flexível 
Tratado quadro ou tratado moldura são os tratados genéricos celebrados entre os chefes de Estado, 
entretanto esses tratados devem ser “preenchidos” por técnicos da área 
Ex: Tratado sobre questão ambiental, o Chefe de Estado não tem conhecimento suficiente para estabelecer 
tudo sobre o tratado. Deste modo o Chefe de Estado recebe a ajuda de um técnico na área para recomendar 
se é plausível ratificar ou não o Tratado 
O chefe de Estado tem o poder de obrigar a cumprir o tratado, porém o técnico da área não tem poder de 
obrigar, sua função é apenas complementar a norma, isso é chamado de Soft Law (recomendação), é um 
vinculo político, que possui uma sanção política 
O Soft Law pode ser incorporado pelo Chefe de Estado, gerando uma obrigação 
 
TRATADOS INTERNACIONAIS 
Tratado Internacional é a junção da lei com contrato 
Em 1969 ocorreu a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados - CVDT (LINDB no âmbito 
internacional). Até 1969 os tratados eram disciplinados pelo costume, a partir de 1969 foram 
regularizados/positivados entre todos os Estados 
Em 1986 foi feita a Segunda Convenção sobre o Direito dos Tratados entre Estados e OIs ou entre OIs, 
no qual disciplinou/positivou as Organizações Internacionais entre si ou das Organizações entre 
Estados 
Só em 2009 o Brasil ratificou a CVDT de 1969, foi o tempo que o CN levou. Entretanto o Brasil já cumpria a 
CVDT desde 1969 através do costume. A segunda CVDT, de 1986, é aplicado hoje em dia no Brasil através 
de costume, porem não foi ratificada ainda 
Definição da CVDT de 1969, art. 2º: Tratado significa um acordo internacionalconcluído por escrito entre 
Estados (como é definição de 69 as Organizações não entram) e regido pelo Direito Internacional quer 
conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua 
denominação específica 
CARACTERÍSTICAS dos Tratados Internacionais 
1. Acordo Internacional 
2. Celebrados entre Estados e/ou Organizações 
Internacionais (1986) 
3. Gera obrigações legais 
4. Regido pelo Direito Internacional 
5. Celebrado por escrito 
6. Ausência de denominação particular 
7. Instrumento único ou dois ou mais 
instrumentos conexos 
 
18 
 
 
Quando usa a palavra Tratado, é um gênero em que se divide em várias espécies. A multiplicidade de 
termos e acepções, usualmente empregados na pratica das relações internacionais, podem ser assim 
definidos: 
 ESTATUTO cria Tribunais Internacionais 
 DECLARAÇÃO traz norma/princípios gerais – Principio é mais aberto que a regra. Exceção: A 
declaração dos DIDH não é declaração, a sua natureza jurídica é uma resolução 
 CONVENÇÃO traz normas/regras – Regras são mais específicas, um detalhamento maior 
 PACTO é um nome clássico, tradicional de chamar os tratados. Foi muito utilizado na Liga das Nações 
 PROTOCOLO é um tratado que complementa outro tratado, desta forma protocolo é acessório, e os 
tratados chamados de guarda-chuva nada mais são do que vários protocolos inseridos no Tratado 
 CARTA é um tratado constituição, ela funda algo novo para o direito internacional, estabelecendo a sua 
estrutura a sua organização e a sua competência. Ex. Carta de São Francisco, criou a ONU 
 CONCORDATA é um tratado que envolve a cidade Estado do Vaticano (Santa Sé) e cuida de questões 
religiosas. Para o Brasil, se for celebrado uma concordata será inconstitucional, porque o país é laico e 
não há distinção entre as pessoas, todos são iguais 
 
CLASSIFICAÇÃO dos Tratados 
Cada autor da uma classificação para os tratados, entretanto há algumas mais importantes: 
1) Quanto ao numero de partes: 
a. BILATERAL 
b. MULTILATERAL 
O Tratado de Assunção foi feito em 1990, o Protocolo de Ouro Preto foi feito em 1994, então em 1990 o 
Tratado de Assunção falou como deveria ser criado o Mercosul, as suas bases. Entretanto quem realmente 
criou o Mercosul foi o Protocolo de Ouro Preto em 1994. Entre 1990 e 1994 os tratados celebrados foram 
feitos pelo 4+1, esse foi o nome dado nesse período 
2) Quanto à natureza jurídica 
a. TRATADO-LEI 
b. TRATADO-CONTRATO 
c. TRATADO-CONSTITUIÇÃO 
 
3) Quanto a possibilidade de Adesão 
a. TRATADO ABERTO, não é necessário preencher requisitos 
b. TRATADO FECHADO deve preencher alguns requisitos, ex: Tratado de Assunção 
 
 
19 
 
CONCLUSÃO e ENTRADA em Vigor dos Tratados 
FASE 1 – NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES 
1ª ETAPA – Negociações 
Preliminares: Primeiro ocorre 
uma Conferencia (Cimeira) 
2ª ETAPA – Adoção do texto 
das negociações preliminares: 
Concordância com o texto 
3ª ETAPA – Assinatura do 
texto (a autenticação do tratado 
ainda não gera obrigação do 
Estado cumprir o tratado) 
 
Capacidade (essa capacidade se refere quem irá à Cimeira) para celebrar Tratados: 
O Poder Executivo possui a capacidade originária, desta forma quem tem a capacidade para celebrar os 
tratados é o Chefe de Estado e o Chefe de Governo (Nos países presidencialistas os cargos de Chefe 
de Estado e o Chefe de Governo são dados à mesma pessoa, o Presidente) 
Art. 84 da CF – compete privativamente (pode ser delegada a função) ao Presidente da República, inciso 
VII e VIII, manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos e 
celebrar Tratados, Convenções e Atos Internacionais 
Inciso II – Delega o auxílio aos Ministros de Estado 
O Chefe de Governo nos Países Parlamentaristas (1º Ministro) é chamado de Chanceler e por tradição 
histórica o Ministro das Relações Exteriores do Brasil é chamado de Chanceler Brasileiro 
(Plenipotenciário) 
A Carta de Plenos Poderes é uma espécie de mandato, o Presidente delega o poder para algum 
Ministro, que não seja das relações exteriores, sendo necessário possuir essa carta de delegação do poder 
para representar o Estado 
O Chefe da Missão Diplomática também pode representar o chefe de Estado, chamado de Embaixador. 
Nos tratados bilaterais (entre dois países) o Chefe da Missão Diplomática Permanente não precisa de carta 
de plenos poderes, esses poderes são implícitos 
O Chefe das Missões Diplomáticas pode celebrar acordos multilaterais apenas com a carta de plenos 
poderes, previsto na CVDT (desta forma aplica-se a todos os países) 
 
 
 
 
 
20 
 
FASE 2 – CONSENTIMENTO EM OBRIGAR-SE 
No Brasil é pautado o consentimento de obrigar-se a um Tratado pelo Costume 
Na 1ª FASE o Tratado é apenas manuseado pelo Poder Executivo, na 2ª FASE entra o Congresso Nacional, 
para aprovar o tratado, após a ratificação do Presidente entra na 3ª FASE, se for Tratado bilateral depende 
da troca de notas diplomáticas (o Tratado só entrará em vigor quando os dois países ratificarem o Tratado 
e efetuarem a troca das notas diplomáticas), se o Tratado for multilateral depende da figura do depositário 
que irá receber o depósito do instrumento de ratificação (geralmente o depositário é o Estado sede ou a 
Organização que promoveu o encontro) e a sua vigência irá começar quando atingir um número mínimo de 
depósitos (geralmente esse mínimo é estipulado no tratado) 
Art. 49 da CF, em seu inciso I, o Congresso não resolve definitivamente só sobre Tratados que venha a dar 
algum patrimônio nacional 
O Congresso NÃO ratifica, o Congresso referenda (confirma), no entanto o Congresso tem duas opções: 
A) Aprovar o Tratado através do Decreto Legislativo (assinado pelo Presidente do Congresso) e com isso 
autoriza o Presidente da Republica a ratificar o Tratado (é analisado o mérito, a oportunidade e a 
conveniência). Desta forma a ultima palavra é do Presidente, e sendo assim o Congresso não resolve 
definitivamente. Depois de o tratado ter sido ratificado pelo Presidente é feito um decreto executivo e 
publicado no Diário Oficial da União 
B) Rejeitar o tratado e NÃO ter o decreto legislativo, sendo feito apenas uma comunicação ao Presidente da 
Republica que não foi deferido o Tratado. Neste caso o Congresso decidiu definitivamente 
 
FASE 3 – REGISTRO E PUBLICAÇÃO DO TRATADO INTERNACIONAL 
Na estrutura da ONU há vários órgãos, dentre eles tem o secretariado, e várias outras funções, entretanto o 
secretariado tem uma função de cartório, de registro 
O fato dos Estados ter trocado notas diplomáticas, por si só já gera uma obrigação, mas se os Estados 
quiserem fazer que o tratado tenha um conhecimento mundial precisa ser registrado no secretariado da ONU 
A ONU faz uma publicação anual de todos os tratados celebrados ao longo do ano 
Apesar de ser facultativo a publicar o tratado é interessante fazer o registro para que a CIJ possa julgar no 
caso de ser descumprido o tratado 
RESERVA A UM TRATADO INTERNACIONAL 
É uma Declaração unilateral, qualquer que seja sua redação ou denominação, feita por um Estado ao 
assinar, ratificar, aceitar, aprovar ou aderir a um tratado, no objetivo de excluir ou modificar os efeitos legais 
de certas disposições do tratado na sua aplicação a esse Estado, art. 2 CVDT 
 
21 
 
Reservas são possíveis apenas em tratados multilaterais e sempre são parciais 
Para permitir que os Estados participem de forma parcial dos tratados internacionais o instituto da reserva é 
imprescindível no direito internacional 
 
Formas de reserva: Excluir ou Modificar/Interpretar 
 
Limitações à reserva: 
 Proibição pelo próprio tratado – Ex. O Estatuto de Roma não admite reservas Incompatível com objeto e finalidade 
 Ofensa ao Jus Cogens 
 
 
CONDIÇÃO DE VALIDADE DOS TRATADOS 
 Capacidade das Partes – Instituições que podem celebrar tratado em nome próprio (Organizações 
Internacionais e Estados) 
 Acordo de vontades sem defeito 
 Objeto lícito e possível – Não ser contra o jus cogens 
 
 
 
APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS 
Art. 26 da Convenção de Viena/69 – Pacta Sunt Servanda – Todo tratado em vigor obriga as partes e deve 
ser cumprido por elas de boa fé 
Art. 27 da Convenção de Viena/69 – Direito Interno e observância de Tratados – Uma parte não pode 
invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado... 
Se o Estado não respeitar terá uma responsabilidade internacional, Principio da Boa fé Objetiva (pacta sunt 
servanda) 
 
Princípio da Territorialidade – Versa sobre o cumprimento do tratado em todo o território do Estado. 
Excepcionalmente pode haver tratado restritivo (abrange apenas uma parte do país), desde que conste 
escrito no corpo do próprio Tratado 
 
Principio da Relatividade – Os tratados só valem entre as partes que ratificaram, a exceção é o jus cogens, 
em que todos os Estados devem observa-lo ainda que não ratificado 
 
 
 
 
22 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO DOS TRATADOS 
Os Tratados Internacionais são uma obrigação 
1) Ab-rogação – Extinção completa do tratado, 
pois foi ratificado outro tratado 
2) Consentimento mútuo – As partes deixam de 
cumprir o tratado (destrato) 
3) Execução Integral - Tratado cumprido na sua 
plenitude por todas as partes 
4) Expiração do Termo e Condição resolutiva – 
Termo é um futuro certo, condição é um futuro 
incerto 
5) Novo Tratado – Feito um novo tratado sobre o 
mesmo assunto 
6) Redução significativa do número de partes 
– Assim como alguns tratados, deve haver um 
número mínimo de ratificações para valer, é 
também aplicada à mesma regra para 
continuar valendo o tratado 
7) Denúncia – Ato unilateral através do qual o 
Estado informa a sociedade internacional que 
deixará de cumprir o tratado. Esse ato, via de 
regra, não gera efeitos imediatos devendo 
submeter-se a um lapso temporal previsto no 
próprio tratado. A diferença entre a reserva é 
que se da quando o Estado vai participar do 
tratado, alem disso a reserva é parcial, a 
Denúncia ao contrário, é de um tratado que o 
Estado já contratou, é total. Recentemente a 
Venezuela denunciou a clausula de jurisdição 
obrigatória da corte interamericana de Direitos 
Humanos 
8) Guerra – Para os Tratados multilaterais não 
mudam nada, para os Tratados Bilaterais há 
uma mudança, podendo ser suspensos ou 
extintos os tratados 
9) Rompimento das Relações Diplomáticas ou 
Consulares – O fato de haver o rompimento só 
vai levar a extinção do tratado se o tratado 
precisar de relações diplomáticas ou 
consulares, senão os tratados irão continuar 
valendo normalmente 
10) Teoria da Imprevisão (Rebus sic stantibus) – 
O tratado poderá ser revisto em caso de algo 
imprevisto, através da inevitabilidade, que 
poderá gerar uma onerosidade excessiva, um 
prejuízo entre as partes 
11) Superveniência de uma norma imperativa – 
Se o tratado for incompatível com o jus cogens, 
seja anterior ou posterior a norma imperativa, o 
tratado deixará de ter validade 
12) Violação Substancial – Exceção do contrato 
não cumprido, se uma das partes deixa de 
cumprir a sua obrigação, a outra parte também 
deixará de cumprir a sua obrigação 
 
 
 
 
SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
ESTADO 
Os elementos que constituem o Estado são: Povo, Território e Soberania 
Segundo Dallari, alem desses três elementos o Estado tem que ter uma finalidade 
 
 
23 
 
POVO 
Dentro do elemento Povo há várias nomenclaturas utilizadas, definidas como: 
População – É uma conotação numérica, é um número, uma quantidade de pessoa que esta em 
determinada região, no qual leva em conta o povo mais os estrangeiros e apátridas 
Povo propriamente dito – É um vinculo jurídico político do qual decorrem direitos e deveres entre indivíduos 
e o Estado. Relacionado a nacionalidade (art. 12 da CF). O Principal Direito do povo é a proteção 
diplomática, o Estado brasileiro deve proteger 
Nação – Nação representa um vínculo histórico-cultural 
Cidadão – Cidadão em sentido amplo é todo aquele que tem direitos fundamentais e goza de direitos 
políticos 
No Brasil adquire a cidadania plena com 35 anos de idade (antes de 35 anos não pode ser candidato a 
Presidente, dentre outros) 
 
SOBERANIA 
A Soberania “surgiu” aproximadamente no século XV, consolidando a figura do Estado Moderno. Na época 
da Idade Média o Rei como representante de Deus era coroado pelo papa, e os súditos do Rei obedeciam 
mais ao papa e ao senhor feudal do que o próprio Rei. Desta forma surge a Soberania como conceito 
absoluto, o Rei centralizou o poder em suas mãos, sendo superior a todos 
Todavia nessa época a Soberania é absoluta, não há limites para a vontade do Rei 
No século XVIII houve as grandes revoluções, Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos 
da América do Norte, nessas duas regiões do planeta aconteceram movimentos para “transferir” a 
soberania para o povo, o poder do Rei passa a ser limitado por normas, “o rei reina, mas não governa”. 
Surgindo o Parlamentarismo em alguns países europeus 
Ainda que popular a soberania, continua sendo absoluta 
Portanto a ideia do povo ser soberano e fazer o que quiser não deram muito certo, um exemplo foi o nazismo 
e dentre outros. No Século XX o Julgamento de Nuremberg trouxe a noção de que seja lá quem for o 
soberano, essa soberania tem que ser limitada, não pode fazer qualquer coisa porque é soberano. Sendo 
assim a Soberania passa para uma ideia Relativa, havendo um grande limitador da soberania dos Estados: o 
Direito Internacional 
Para a Soberania Interna é ditar as regras para o seu povo dentro do seu território para a Soberania 
Internacional todos os Estados são soberanos e iguais entre si 
 
 
 
24 
 
FINALIDADE 
No século XV os representantes do Estado eram os súditos, subordinados ao soberano. A finalidade do 
Estado era satisfazer a vontade do Rei 
No século XVII houve a ideia de cidadão e em decorrência disso no século XX o Estado deve dar meios 
para que haja dignidade para o seu povo. A finalidade do Estado é dar amparo para todo o seu povo e 
satisfazer a vontade da coletividade 
 
TERRITÓRIO 
O território do Estado estabelece os limites de sua área, os maiores conflitos de território são marítimos 
O território é um elemento material, a base física de um Estado 
O Domínio dos Estados é dividido em: 
 Solo ocupado e com limites reconhecidos 
 Subsolo e regiões separadas do solo 
 Rios, lagos e mares interiores 
 Golfos, baías e portos 
 Mar territorial e plataforma continental 
 Espaço aéreo correspondente ao solo 
Domínio Terrestre 
 Íntegro/Contínuo – Mesmo que haja 
algumas ilhas próximas uma das outras, o 
Estado possui uma porção única de terra, 
íntegra, ex: Brasil e as ilhas próximas, 
como Fernando de Noronha e dentre outras 
 Desmembrado/Descontínuo – Se há 
porções espalhadas no planeta, é 
considerado desmembrado, ex: Inglaterra e 
as Ilhas Malvinas (na Argentina), EUA e o 
Alaska, Dinamarca e Groelândia 
Domínio Fluvial 
 Rios Nacionais – Tem a sua nascente e todo o seu leito dentro de um mesmo Estado, todo o poder 
sobre o rio é de Soberania do Estado, ex: Rio Sorocaba 
 Rios Internacionais: O leito do rio passa por dois ou mais Estados, desta forma os Estados podem 
usar o rio desde que não use com abuso, entãoé normal os rios internacionais serem determinados 
por Tratados. Ex: Entre o Uruguai e a Argentina teve o caso “Las Papeleras”, no qual o Uruguai poluiu 
o Rio Uruguai e toda a poluição foi diretamente para a Argentina, esse caso foi julgado na CIJ e a 
Argentina ganhou 
o Sucessivo – O rio nasce em um território e corre em outro 
 
25 
 
o De Fronteira – A divisa entre dois Estados se dá pelo rio, deste modo o critério para decidir de 
quem será a soberania sobre o rio será o talweg (linha mediana fluvial), definido através do leito 
de navegação 
 
Domínio Marítimo 
1 milha náutica corresponde a 1,852 km 
Havia uma lacuna no Direito Internacional em 
relação ao alcance marítimo dos Estados, até onde 
era e até onde deixava de ser território marítimo do 
Estado 
Em 1982 foi elaborada a Convenção de Montego 
Bay na Jamaica, no qual visou padronizar os 
limites marítimos em todo o planeta, estabeleceu 
critérios equânimes para todos os Países. Essa 
convenção estabeleceu três faixas para o Oceano: 
 
 
 Primeira Faixa – Da praia até 12 milhas, chamado de Mar Territorial, o Estado Costeiro exerce 
plenitude de sua Soberania, no mar territorial a Soberania também abrange o espaço aéreo, há uma 
exceção: Direito de passagem inocente, o Estado Costeiro é obrigado permitir a passagem inocente de 
navios estrangeiros, ela tem que ser rápida e contínua, a não ser por questões humanitárias. Em tempos 
de paz a regra é que o Direito de Passagem Inocente também alcance navios de guerra. O Direito de 
Passagem Inocente apenas se aplica para questões marítimas 
 
 Segunda Faixa – Do Mar territorial até 24 milhas, sendo 12 milhas a partir do Mar territorial, chamada de 
Zona Contígua ou Cinturão de Segurança. O Estado detém o poder de polícia, a fiscalização sanitária, 
alfandegária e de imigração 
 
 Terceira Faixa – Da Zona Contígua até 200 milhas, sendo mais 188 milhas a partir do Mar Territorial, 
chamada de Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Serve para a exploração exclusiva do Estado, que 
interessa mais a pesca 
Primeira Faixa 
Praia - Mar Territorial (1 - 12 
milhas) 
Segunda Faixa 
Mar Territorial - Zona 
Contígua (12 - 24 milhas) 
 
Terceira Faixa 
Zona Contígua - ZEE 
(24 - 200 milhas) 
 
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Os Estados que tem saída para o Oceano deve permitir que os Estados Encravados (sem saída para o 
Oceano) pesquem em sua zona marítima 
Após a Zona Econômica Exclusiva tem o Alto Mar, é aplicado um Regime de Direito Privado, é considerado 
águas internacionais. Tudo que não é proibido é permitido, assim é no Alto Mar. Ex: Tráfico de drogas, de 
pessoas, pirataria do século XXI são proibidos 
O navio é considerado extensão do território do País, vale a bandeira do País 
 
Plataforma Continental 
É um grande objeto de interesse com a finalidade de encontrar minérios e petróleo 
Com a convenção de Montego Bay foi considerada a dimensão da plataforma continental dos Estados na 
profundidade de 200 metros, entretanto isso foi nos anos 80, sendo que a tecnologia não conseguia chegar 
a uma profundidade maior. Porem havia uma discrepância entre os Estados, porque para alguns a plataforma 
continental só iria atingir os 200 metros de profundidade a partir de uma dimensão maior do que a 
profundidade de outros países 
Então foi adotado além do critério de profundidade (200 metros) o critério de dimensão (350 milhas) 
Fossas Abissais ou Fundos Marinhos, essa região é uma região de domínio internacional, ou seja, nenhum 
país exerce soberania. É controlada pelas Nações Unidas. Vale o Regime do Direito Público, só é permitido 
aquilo que é expressamente previsto em tratados, no caso é apenas permitida pesquisas científicas 
 
Embaixada 
A Embaixada não é território acreditante 
Malgrado opiniões em contrário, cada vez em maior declínio, pode se afirmar que as sedes das embaixadas 
não são extensões de territórios estrangeiros no Brasil. Cleber Masson 
Se nascer uma criança em alguma embaixada que está instalada em seu país, essa criança não terá a 
cidadania do país da embaixada, mas sim do país em que a embaixada está 
Na embaixada brasileira há imunidade, porem NÃO é território do Brasil 
 
Polos 
Ártico (Norte) – Não tem terra, é só Oceano congelado, não há interesse, sendo apenas de rota de aviação 
aérea 
Antártida/Antártica (Sul) – Em baixo de todo o gelo há terra e minérios, inclusive petróleo. É uma área 
internacional no qual prevalece o Regime de Direito Público, só é permitido o que estiver nos contratos que 
também hoje só pode ser para pesquisas científicas 
 
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Espaço Aéreo 
Tudo é disciplinado através de Tratados. Não existe passagem inocente no espaço aéreo, inclusive no 
Brasil tem a lei do abate. Uma das maiores bases aérea do Brasil fica em Anápolis, fica a minutos da Capital 
 
Espaço Sideral 
Até onde vai um avião é espaço aéreo e dali pra cima é espaço sideral. Espaço aéreo é soberania do 
Estado, agora espaço sideral é área internacional e o Estado não tem soberania. Sendo assim pode haver 
satélites sobre os países 
Se um satélite cair na terra e causar danos a responsabilidade, será de quem o colocou em órbita e essa 
responsabilidade é objetiva pelo risco integral 
 
Outros Planetas 
A Lua e corpos celestes não podem ser explorados economicamente 
 
 
AGENTES DO ESTADO NO EXTERIOR 
Diferenças de DIPLOMATA e CÔNSUL são: 
Diplomata/Embaixador – Sua função é representar os interesses públicos de um Estado no exterior, a 
Embaixada sempre estará na Capital, perto do Poder Executivo 
Cônsul – A função é representar os interesses dos particulares de um Estado no exterior 
Quem decide onde haverá o consulado é o Estado Acreditante (o outro país). O país acreditado (o país 
que terá o consulado) pode recusar a instalação do consulado, entretanto é falta de respeito com o outro país 
O Brasil possui uma escola de formação de diplomatas, sendo um anexo ao Palácio do Itamaraty, 
chamado de Instituto Rio Branco. Para ter uma carreira diplomática brasileira deve ser brasileiro nato, art. 
12, §3º, V, CF. Em tese o Ministro das Relações Exteriores não necessita ser brasileiro nato, porém os 
últimos Ministros das Relações Exteriores foram pessoas em que atuavam na carreira diplomática, desta 
forma eles eram brasileiros natos 
No Instituto Rio Branco também tem a formação de cônsules, no qual tem a mesma espécie de formação do 
diplomata. Pode ser brasileiro nato, naturalizado e em caso de cônsul honorário pode ser estrangeiro 
Alem da formação do Rio Branco pode o Presidente indicar uma pessoa para ser diplomata/cônsul 
Cônsul honorário, na falta de ter um cônsul no país e sendo necessário, o Brasil pode nomear até alguém 
estrangeiro para ser cônsul 
 
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IMUNIDADE DOS AGENTES DE ESTADOS NO EXTERIOR 
Diplomata - O diplomata é imune à lei dos Estados acreditados. Não é atingido pela lei penal e lei 
tributária em tributos diretos (imposto), dentre outros. O país acreditado pode declarar o diplomata como 
persona non grata, “aquele que não é bem vindo”. Imunidade não significa Impunidade 
Quem é atingido por essa imunidade não é apenas o embaixador, mas sim o corpo diplomático, no qual 
envolve o núcleo familiar, funcionários, dentre outros 
OBS.: Funcionários particulares exerce uma função de interesse exclusivamente privado, não será amparada 
por qualquer imunidade. Por outro lado, caso os funcionários estejam na embaixada prestando um serviço 
específico para o Estado acreditante (por exemplo preparando um jantar com a comida típica daquele país), 
poderá ser considerados parte do corpo diplomático e, portanto, gozar da imunidade. Ou seja, depende do 
caso concreto, não dá para falar de forma abstrata que SEMPREou que NUNCA terá a imunidade 
A imunidade só pode ser renunciada pelo ESTADO, jamais pela própria pessoa. Desta forma a 
imunidade é funcional e não pessoal 
Em caso do Estado renunciar a imunidade, os efeitos serão retroagidos 
A imunidade do Cônsul é uma imunidade de ofício, só terá imunidade nas atividades consulares, no 
exercício da função. Ex: falsificar um passaporte é crime, mas tem imunidade. Desta forma é preferível falar 
em Privilégio do que imunidade 
Prédios 
O prédio da Embaixada também tem imunidade, e essa imunidade abrange até a residência do diplomata. 
O carro do diplomata é considerado imune, como extensão da casa. As malas possuem extrema imunidade 
Em relação aos cônsules é exatamente o mesmo critério, porém apenas na divisão em que o cônsul trabalha. 
O carro do cônsul não tem imunidade. As malas também possuem extrema imunidade 
 
ASILO DIPLOMÁTICO 
Asilo Político são pessoas perseguidas por opinião política que buscam proteção em outro Estado 
O Asilo Político pode ser de duas formas: Territorial ou Diplomático 
 Territorial – Asilo permanente, a pessoa será protegida em todo o território do Estado 
 Diplomático – Asilo temporário, a pessoa será protegida apenas na casa diplomática, pode ocorrer 
também em navios e aeronaves militares 
Salvo Conduto é o Habeas Corpus preventivo, usado para a pessoa que está com asilo político e precisa 
se locomover para outro lugar 
Abdução Internacional ocorre quando um Estado tira uma pessoa sem autorização do outro Estado, ex: 
Caso Ronalds Biggs 
 
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IMUNIDADE DO ESTADO 
Princípio Primado do Direito Local – As representações estrangeiras devem representar o Direito Local 
Em regra um Estado não julga o outro, pois não há julgamento entre os pares, entretanto em alguns casos 
não há responsabilidade: Responsabilidade Extracontratual, Trabalhista, Contratual, dentre outros 
A Doutrina chama essas responsabilidades de: Ato de Gestão o Estado atua como se fosse um particular 
(qualquer pessoa pode entrar com um processo contra os Estados) e Ato de Império (Ato do “Príncipe”) o 
Estado atua como Poder Público, com as prerrogativas de Estado (Apenas Tribunais e Cortes Internacionais 
podem julgar os Estados) 
Ato de Império tem imunidade de Jurisdição e de execução 
Ato de Gestão não há imunidade de Jurisdição, mas há imunidade de execução, bens públicos são 
impenhoráveis 
O STF reconheceu a imunidade trabalhista da ONU/PNUD em virtude de tratado celebrado entre o Brasil e 
aquela Organização com base no qual as questões trabalhistas envolvendo a Organização e seus 
funcionários devem ser regidas pelas normas administrativas 
 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
Organização Internacional é a Associação voluntária de Estados, criada por um convênio constitutivo e 
com finalidades pré-determinadas, regidas pelas normas do Direito Internacional, dotada de personalidade 
jurídica distinta da dos seus membros, que se realiza em um organismo próprio, dotado de autonomia e 
especificidade, possuindo ordenamento jurídico interno e órgãos auxiliares, por meio dos quais realiza os 
propósitos comuns dos seus membros, mediante os poderes próprios que lhes são atribuídos por estes 
CARACTERÍSTICAS 
 Associação Voluntária de Sujeitos do Direito Internacional Público – Voluntariedade dos Estados ou 
de outras Organizações para participarem de alguma Organização 
 Instituição por Ato Internacional – As Organizações são criadas, via de regra, por tratados. 
 Ordenamento Jurídico Próprio – As Organizações tem um ordenamento jurídico próprio 
 Personalidade Jurídica de Direito Internacional Público – As Organizações podem celebrar tratado 
em nome próprio 
 Existência de Órgãos Próprios e Permanentes – Para a Organização funcionar deve ter uma estrutura 
administrativa, no entanto geralmente as Organizações têm pelo menos três órgãos: Conselho – 
Funciona como órgão executivo, as decisões mais importantes são feitas pelo Conselho; Assembleia – 
Todos os membros participantes da Organização participam; e Secretaria – órgão que organiza as 
reuniões, o arquivo, faz o funcionamento burocrático 
 
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 Poderes Próprios – A Organização deve ter poderes para agir, poder esta submetida ao critério da 
soma zero (para um ganhar o outro deve perder), desta forma os Estados devem abrir mão da Soberania 
para a Organização ganhar poder 
 Sede Própria – Ainda não existe alguma Organização exclusivamente virtual, toda Organização tem seu 
prédio próprio 
A FIFA não é uma Organização, pois não é formada por Estados ou OIs, mas sim por entes particulares (ex: 
CBF – Confederação Brasileira de Futebol, etc.) 
 
DIREITOS 
 Direito de Convenção – Celebrar tratados em nome próprio 
 Direito de Missão ou Legação – Manter relações diplomáticas com os seus membros, os 
representantes das OIs gozam das imunidades diplomáticas previstas na Convenção de Viena de 
1961 
 Direito de Denúncia – O sujeito de um tratado informa a sociedade internacional que não irá mais 
cumprir o tratado e o Estado pode denunciar o tratado que criou a Organização 
 
CLASSIFICAÇÃO 
o Quanto ao Fim: 
 Geral – Objetivo gerais 
 Específica – Criada para um objetivo mais específico 
o Alcance: 
 Universal – Abrange todo o planeta 
 Regional – Abrange uma determinada região 
 
ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
Para falar da ONU precisa falar da Liga das Nações, no qual, segundo vários autores, foi o embrião da ONU 
A Liga das Nações foi criada para promover a paz, entretanto não prosperou porque ela não dava o 
caminho para se obter a paz, dependeu da boa-fé dos Estados 
Durante um curto espaço no tempo a ONU e a Liga das Nações existiram ao mesmo tempo. A Liga das 
Nações existiu até 1946, porém era meramente formal, só existia no papel, com o seu fim todo patrimônio da 
Liga das Nações foi transferido para a ONU 
A ONU teve como grande mérito trazer o caminho para se obter a paz, através dos Direitos Humanos, no 
qual passa para um assunto global e não mais regional ou particular de algum País 
26 de junho de 1945 foi fundada com a Carta de São Francisco a ONU 
 
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Objetivos da ONU: 
 Manter a paz 
 Mobilizar a Sociedade Internacional para deter uma agressão 
 Promover o respeito aos Direitos Humanos 
 Principio da segurança coletiva mundial 
 Organização de coexistência 
Quatro pontos que são inseparáveis, interdependentes para a ONU: Democracia, Direitos Humanos, 
Desenvolvimento e Paz 
Paz não é simplesmente não haver guerra, Paz é ter desenvolvimento sustentável, direitos humanos e 
democracia 
Sociedade Cosmopolita é o livre intercambio das pessoas nos Países, diante disso o Direito Internacional 
tem que atuar cada vez mais, para intermediar essa correlação entre os povos. Por isso que nos anos 90 o 
Direito Internacional se expande com a globalização 
 
Estrutura da ONU: 
1) Assembleia Geral 
Pressupõe a participação de todos os membros, com direito a voz e voto. A Assembleia Ordinária ocorre 
no mês de setembro em NY. A Assembleia Geral da ONU publica Resoluções e Recomendações 
2) Conselho de Segurança 
Cuida da questão de segurança global, no qual hoje, com a reforma, são 5 membros permanentes e 10 
membros rotativos. Os membros permanentes são os EUA, Rússia, França, Inglaterra e China, devido 
ser os maiores vencedores da II Guerra Mundial, no qual possui o poder de voz, voto e veto. (Taiwan 
ocupou o lugar da China em uma parte da historia dos membros permanentes). Os membros rotativos 
tem poder de voz e voto, São 5 países afro-asiáticos, 2 da América Latina, 2 da Europa Ocidental e 1 
País do Leste Europeu, pois deve preencher o critério geográfico. A cadeira na ONU pertence ao Estado. 
Obs. Quandoum país tem uma questão submetida ao Conselho de Segurança e não compõe aquele 
órgão, terá o direito de indicar um representante para aquela reunião específica 
3) Conselho Econômico-Social 
Chamado de ECOSOC tem como objetivo cuidar da questão dos Direitos Humanos. Possui 54 membros. 
Quem elaborou a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi esse Conselho. Tem também o 
Conselho de Direitos Humanos que funciona, sobretudo, através de relatórios 
Tem como função os Mecanismos de Monitoramento, no qual arquivam relatórios (de tempos em 
tempos os Estados são obrigados a encaminhar um relatório sobre os Direitos Humanos no seu 
território), Visitas in loco (Analisa através de visitas ao País se o relatório emitido é verdadeiro) 
A ONU tem a ECOSOC, a ECOSOC tem a CEPAL - Comissão Econômica Para America Latina e Caribe, 
a CEPAL tem a ALALC Associação Latino-Americana de Livre Comércio (Entretanto não deu certo e 
 
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hoje tem o nome de ALADI, que é uma das maiores responsáveis pela criação do MERCOSUL). Esse é 
o vínculo do MERCOSUL com a ONU 
4) Corte Internacional de Justiça 
É o Tribunal da ONU, considerado o Tribunal mais importante do planeta. Formado por 15 Juízes, eleitos 
por um mandato de 9 anos, Obs. Tem um Juiz brasileiro atualmente lá, Antonio Augusto Cançado 
Trindade. A Eleição quem vota é a Assembleia Geral e o Conselho aprova, porém se da a título 
pessoal. 
A Competência da Corte é Contenciosa e Consultiva, Contenciosa é uma lide entre as partes que 
recorrem ao Tribunal, Consultiva os Estados podem consultar a Corte de Haia sem que haja um conflito. 
OBS. Existe competência consultiva no Brasil, na Justiça Eleitoral 
A sua Competência é somente para Estados. Obs. A Corte possui Competência para definir a própria 
Competência, desta forma abre uma lacuna para as OIs, porque não existe um Tribunal Internacional 
para julgar OIs, desta forma a Corte pode julgar OIs, só que em tese, na prática isso nunca aconteceu, no 
qual só está na doutrina 
5) Secretariado 
Tem função administrativa e cartorial, é o órgão burocrático. O Secretario Geral da ONU atualmente é 
Ban Ki-moon. Há um acordo dentro da ONU para que haja um rodízio dos Secretários Geral entre os 
continentes. Tem o mandado de 5 anos, com eleição pela Assembleia de Geral e aprovação do Conselho 
de Segurança 
6) Conselho de Tutela 
Com o final de Segunda Guerra muitos territórios conquistados pela Alemanha, pelo Japão ficaram sem 
soberania, pois a Alemanha, o Japão, dentre outros perderam os territórios conquistados, sendo assim foi 
criado o Regime de Tutela, no qual a ONU nomeou países tutores para conduzir o território até a sua 
independência 
Em 1994 Palau foi a ultima região do planeta tutelada a se tornar independente, a partir disso o Conselho 
de Tutela perdeu a razão de ser, porque não tem mais nenhuma região tutelada, encerrou as atividades 
desse Órgão 
 
Principais Organismos Especializados 
 BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial) 
 FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura 
 FMI – O Fundo Monetário Internacional faz tratados com os países com o objetivo de salvar o 
capitalismo, entretanto quem impõe as condições do tratado é apenas o FMI. Aqui no Brasil o FMI fez 
criar a LC 101 
 OACI – Organização da Aviação Civil Internacional 
 OIT – Organização Internacional do Trabalho 
 OMI – Organização Marítima Internacional - Criou o tratado de Montego Bay 
 
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 OMS – Organização Mundial da Saúde 
 UNESCO – Fundações das Nações Unidas para Infância - Educação, Ciência e Cultura 
 UNICEF – Fundo das nações Unidas para Infância 
A OMC e o TPI não são organismos da ONU 
 
OEA – ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS 
Surgiu em 1948 com a Carta de Bogotá/Colômbia. Entrou em vigor em 1951. Junto com a Carta de Bogotá 
existe a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Hoje todos os países da América, exceto 
Cuba, faz parte da OEA 
Tem uma estrutura muito parecida com a ONU só que a OEA tem uma ênfase maior aos Direitos Humanos 
Órgãos da OEA 
I. Assembleia Geral – a sua sede é em Washington 
II. Reunião de consulta dos Ministros das Relações Exteriores – TIAR (Tratado Interamericano de 
Assistência Recíproca), aliança militar que com base nesse tratado tem se que uma agressão externa 
a um país da América significa uma agressão a toda a América 
III. Conselho Permanente – Um representante de cada Estado 
IV. Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral – Equivale ao ECOSOC da ONU, com a 
finalidade de erradicação da pobreza, dentre outros. 
V. Comissão Jurídica Interamericana – Sua Sede é no Rio de Janeiro, visa unificar (tornar igual) a 
harmonizar (tornar parecido) os direitos nas Américas 
VI. Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
VII. Secretaria Geral – Igual da ONU, eleito por 5 anos, o Secretario Geral da OEA tem o direito de 
assento e participação em qualquer órgão da OEA 
VIII. Conferências Especializadas - Organismos Especializados - Organização Panamericana da Saúde – 
Fez o Programa Mais Médicos 
 
SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS 
Esse Sistema está relacionado a OEA, sendo que em 1948, em Washington, foi criada a OEA e assinada a 
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem – Essa Declaração trás um rol de princípios 
Para que essa Declaração funcione foi criada uma Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Órgão 
Administrativo, com sede em Washington) 
A grande função da Comissão da OEA era monitorar o cumprimento da Declaração, de forma que aqueles 
Estados que descumprirem a Declaração dos Direitos Humanos a Comissão, por ser administrativa, irá atuar 
 
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na forma de recomendação, que irá encaminhar a uma Assembleia da OEA e terá uma sanção política ou 
administrativa 
Em 1969 foi celebrada a Convenção Interamericana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa 
Rica – PSJCR), devido a mudança de Declaração para Convenção, foram estabelecidos regras para cumprir. 
Em 1978 entrou em vigor e só em 1992 foi ratificado pelo Brasil 
A Convenção criou a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana (Tribunal) não 
tem diplomatas, tem Juízes que proferem sentenças 
A Comissão é órgão da OEA, em todos os países que fazem parte da OEA se submetem a Comissão, a 
Corte não é órgão da OEA é um órgão da Convenção, o que significa que o país para se submeter a Corte só 
serão aqueles que assinaram a Convenção. (Ex: EUA e Canadá fazem parte da OEA, mas não fazer parte da 
Convenção) 
Para o Brasil aplica tudo, pois faz parte da OEA e foi ratificado a Convenção 
 
Procedimento para Provocar a Comissão 
1) Reclamação a Comissão, qualquer pessoa (ONG, cidadão, etc.) pode apresentar uma reclamação 
2) Esgotamento dos Recursos Internos (Requisito de Admissibilidade), qualquer pessoa só pode 
acionar a Comissão Interamericana quando esgotar todos os meios internos, quando tiver uma demora 
absurda ou quando não for possível (caso de ditadura) 
3) Tendo admitido o caso a própria Comissão vai tentar uma via administrativa, uma solução amigável. 
Se for aceita, acabou o problema, e se não for aceita, a Comissão irá fazer uma recomendação (Ex: Um 
dos casos mais importantes foi da Maria da Penha, no qual foi recomendado para o Brasil fazer uma Lei 
para defesa das mulheres) 
4) Se a recomendação não for observada e o país fazer parte da Convenção, a Comissão irá encaminhar o 
Estado para a Corte. No Sistema Europeu de Direitos Humanos o individuo tem legitimidade para 
provocar a Corte Europeia de Direitos Humanos, na América o indivíduo não tem esse poder. A Corte ao 
receber o caso faz um julgamento, através de uma sentença internacional.

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