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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL MARIA ROBERTA CAVALCANTE DE SIQUEIRA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE ENERGIAFOTOVOLTAICA EM UM ATERRO SANITÁRIO: UM ESTUDO DE CASO UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL MARIA ROBERTA CAVALCANTE DE SIQUEIRA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE ENERGIAFOTOVOLTAICA EM UM ATERRO SANITÁRIO: UM ESTUDO DE CASO EM MARITUBA - PARÁ Belém – PA 2017 13 CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL MARIA ROBERTA CAVALCANTE DE SIQUEIRA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE ENERGIAFOTOVOLTAICA EM UM ATERRO SANITÁRIO: PARÁ 14 MARIA ROBERTA CAVALCANTE DE SIQUEIRA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE ENERGIAFOTOVOLTAICA EM UM ATERRO SANITÁRIO: UM ESTUDO DE CASO EM MARITUBA - PARÁ Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado ao Centro de Ciências Exatas e Tecnologias (CCET) da Universidade da Amazônia (UNAMA), como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Sanitária e Ambiental. Orientador:Prof. Dr. Marco Valério de A. Vinagre. Belém – PA 2017 15 MARIA ROBERTA CAVALCANTE DE SIQUEIRA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE ENERGIAFOTOVOLTAICA EM UM ATERRO SANITÁRIO: UM ESTUDO DE CASO EM MARITUBA - PARÁ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Exatas e Tecnologias (CCET) da Universidade da Amazônia (UNAMA), como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Sanitária e Ambiental. BANCA EXAMINADORA Conceito: ____________________________. 16 A Deus, por ser essencial em minha vida e autor do meu destino, não permitindo que o cansaço e o desânimo me fragilizassem. Aos meus pais, Suely e Roberto, que inúmeras vezes sacrificaram seus próprios sonhos para priorizar os meus, e me ensinarem o caminho da luta e perseverança. 17 AGRADECIMENTOS Desejo agradecer a muitos que auxiliaram na realização deste trabalho, especialmente,àqueles que me acompanharam mais de perto nesta longa caminhada, em especial: meus irmãos, Jhonny e Junior, e tios,Rosângela Siqueira e Sandro Siqueira. Agradeço ao meu amor, Jailton Chaves, pela paciência e compreensão nos momentos difíceis. Ao meu orientador, o Prof. Dr. Marcos Valério de Albuquerque Vinagre,que me apoiou e me incentivou sempre, inclusive, nos momentos em que nem mesmo eu acreditava; aomeu coorientador, o Prof. Dr.Fabrício Quadro Borges,pelas contribuições, apoio, amizade e compreensão durante a elaboração deste trabalho, e por ambos teremsido uma referência para mim, como pessoas e como profissionais, desde meus primeiros passos na vida acadêmica. Agradeço, em especial,à banca deste trabalho a Msc Natália Daniele de Lima Vinagre Fonseca que propiciou contribuições fundamentais a esta monografia, e agradeço também a todos os professores com os quais convivi neste período dagraduação, em especial, Francisco Xavier,Ivan Araújo, Patrícia Paranhos e Claudio Rego. Aos amigos que estiveram do meu lado em longos momentos,em todos esses anos. Como são muitos, traduzo o agradecimento em nome de Eithiene, Rosana, Randerson, Naiara, Tayna, Marcos, e aos meus amigos de turma, Mônica, Andrei e Geysa, pelas incontáveis noites de estudo, viagens, companhia, almoço,Cada momento junto com vocês ao longo destes cinco anos foi essencial para ter forças para executar este trabalho.Ao seu Gustavo Nunes, Jeová Palheta e Ari Ricardo, pornão terem medido esforços, ajudando com os dados da pesquisa e sempre estando disponíveisàs minhas dúvidas. Agradeço finalmente,a Universidade da Amazônia (UNAMA), pois, através dela, foram abertas as portas para a ampliação do meu conhecimento, e às organizações em que realizei estágios, que foram de fundamental importância para o meu desenvolvimento pessoal e profissional: ELETRONORTE, SEMAS e a PLAMAX COLETORA DE RESÍDUOS. 18 Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: a vontade. Albert Einstein 19 RESUMO Este trabalho apresenta uma análise de viabilidade econômica ao qual pretende-se avaliar um estudo de sistemafotovoltaico tipo SFCR,e os benefícios do uso da energia solar em um aterro sanitário, uma vez quediversos setores da sociedade postulam por soluções de tecnologias renováveis conforme preconiza o desenvolvimento sustentável, bem como oferecer subsídios que visam contribuir para a diminuição de carbono, e promover um “marketing vinculadoá sustentabilidade”. A pesquisa foi desenvolvida levando em consideração á viabilidade econômicadoinvestimento de um sistema conectado a rede e integrado a cobertura de um estacionamento de uma Central de disposição de resíduos localizado no município de Marituba-Pa.No capítulo 5 é apresentado um software livre desenvolvido para monitoramento de Irradiação Solar Diária Média Mensal na área de estudo. Na análise econômica,resultados são apresentados para ilustrar que o investimento e atrativo utilizando os critérios de Tempo de Retorno de investimento(payback),que classificou-se em 5 anos2 meses e 6 dias, e observou-se umValor Presente Líquido (VPL)positivo deR$658.867,23 R$e umaRentabilidade de 74,6 %%.A Taxa Mínima de Atratividade– TMAapresentou um valor de 7,50 % visto que a Taxa Interna de Retorno –TIR, apresentouum valor acentuado de 19,16 % (TIR>TMA), considerando em termos de análise de viabilidade isso representa um resultado satisfatóriopara instalação do projeto. Palavras-chave: Energia solar. Tecnologias fotovoltaicas. Desenvolvimento Sustentável. 20 ABSTRACT This work presents an analysis of economic feasibility to evaluate a study of photovoltaic system type SFCR and the benefits of the use of solar energy in a landfill, since several sectors of society postulate for solutions of renewable technologies as it advocates sustainable development, as well as offer subsidies that aim to contribute to the reduction of carbon, and promote "marketing linked to sustainability." The research was developed taking into account the economic viability of the investment of a system connected to the network and integrated the coverage of a parking of a Central of disposal of residues located in the municipality of Marituba-Pa. In Chapter 5 a free software developed for the monitoring of Solar Average Monthly Solar Irradiation in the study area is presented. In the economic analysis results are presented to illustrate that the investment and attractive using the criteria of Time of Return of investment (payback), which was classified in 5 years 2 months and 6 days, and was observed a Net Present Value (NPV) positive R $ 658.867,23 and a Profitability of 74.6%. The Minimum Attractiveness Rate (TMA) presented a value of 7.50% since the Internal Rate of Return (ITR) presented a marked value of 19.16% (TIR> TMA), considering in terms of feasibility analysis this represents a satisfactory result for installation of the project. Keywords: Solar energy. Photovoltaic technologies. Sustainable development. 21 LISTA DE FIGURAS Figura 1 − Capacidade instalada pelo SIN no ano de 2014 ..................................... 16 Figura 2 – Posição da Terra e dos hemisférios durante a rotação em torno do Sol .. 18 Figura 3 – Distribuição da radiação solar .................................................................18 Figura 4 – Mapa da radiação solar global horizontal – Média anual – Brasil ........... 19 Figura 5 – Corte transversal de uma célula fotovoltaica ........................................... 21 Figura 6 – Tipos de encapsulamento para estruturas cristalinas ............................. 22 Figura 7 – Células coloridas de c-Si ......................................................................... 23 Figura 8 – Células de terceira geração .................................................................... 23 Figura 9 – Esquema de um sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica ............. 24 Figura 10 – Principais componentes de um sistema fotovoltaico conectado à rede 25 Figura 11 – Partes constituintes de um módulo fotovoltaico .................................... 25 Figura 12 − BIPV instalado sobre a cobertura eestacionamentos em uma usina fotovoltaica em Santa Catarina ................................................................................ 28 Figura 13 – Etapas da pesquisa ............................................................................... 30 Figura 14 – Mapa de localização da Guamá Tratamento de Resíduos .................... 33 Figura 15 – Mapa da Central de Processamento e Tratamento de resíduos ........... 34 Figura 16 – Tratamento de Chorume presente na lagoa adicional ........................... 35 Figura 17 – Atual frente de serviço ........................................................................... 35 Figura 18 – Base de concreto para nova estação de tratamento de chorume ......... 36 Figura 19 – Implantação de dreno sub - superficial de água pluvial ......................... 36 Figura 20 – Continuidade da cobertura do aterro com solo ..................................... 37 Figura 21 – Material reciclável acondicionado para transporte proveniente da usina de triagem ................................................................................................................ 37 Figura 22 – Lagoa de permeado tratado .................................................................. 38 Figura 23 – Continuidade na cobertura do maciço com manta PEBD ..................... 38 Figura 24 – Modelo arquitetônico para cobertura fotovoltaica (cenário atual do aterro) 45 Figura 25 – Projeto arquitetônico do estacionamento (cenário futuro) ..................... 45 22 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Irradiação solar ...................................................................................... 41 Gráfico 2 – Consumo Anual ..................................................................................... 48 Gráfico 3 – Comportamento do sistema fotovoltaico SFCR ..................................... 49 Gráfico 4 – Geração Total esperada para o sistema fotovoltaico ............................. 53 Gráfico 5 – Payback do sistema SFCR .................................................................... 56 Gráfico 6 – Valor Presente Líquido (VPL) ................................................................ 57 Gráfico 7 – Taxa interna de retorno .......................................................................... 60 23 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Normas da ABNT relacionadas ao SFCR .............................................. 26 Tabela 2 – Irradiação solar diária média mensal (kWh/m². dia), para coordenada UTM 1,4° Latitude Sul e 48,504444° Longitude Oeste .............................................. 40 Tabela 3 – Definição do módulo fotovoltaico ............................................................ 42 Tabela 4 – Definição do inversor fotovoltaico ........................................................... 42 Tabela 5 – Características da tipologia do gerador fotovoltaico ............................... 43 Tabela 6 – Compatibilidade do arranjo Fotovoltaico com o inversor ........................ 43 Tabela 7 – Ângulo de inclinação recomendado........................................................ 44 Tabela 8 – Custo de aquisição dos principais componentes de um sistema fotovoltaico ............................................................................................................... 46 Tabela 9 – Consumo anual ...................................................................................... 47 Tabela 10 – Comportamento do sistema fotovoltaico SFCR gerando a metade do consumo usando apenas 50% da rede .................................................................... 49 Tabela 11 – Perdas típicas em um sistema fotovoltaico conectado à rede .............. 51 Tabela 12 – Geração Esperada ............................................................................... 52 Tabela 13 –Payback SFCR (Tempo de Retorno do Investimento) ........................... 55 Tabela 14 – Valor Presente Líquido (VPL) / Sistema SFCR .................................... 59 Tabela 15 – Taxa Interna de Retorno (TIR).............................................................. 61 24 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANEEL Agência Nacional De Energia Elétrica a-Si Silício amorfo BAPV Building Applied Photovoltaics BIPV Bulding Integrated Photovoltaics CdTe Telureto de cádmio CF Constituição Federal CIGS Disseleneto de cobre, índio e gálio CMMAD Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento CO2 Dióxido de carbono CPTR Central de Processamento e Tratamento de Resíduos CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sergio de Salvo Brito DDP Diferença De Potencial DSSC Células sensibilizadas por Corante GEE Gases do Efeito Estufa GW Giga Watts GWh Gigawatts - hora IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMP Corrente de máxima potência ISC Corrente de curto circuito Km² Quilometro Quadrado kWh Quilo watt-hora M Metro M² Metro Quadrado m-Si- Silício Monocristalino Mwp Megawatt-pico OPV Células orgânicas ou poliméricas OPV Organic Photovoltaics p-Si Silício policristalino PV Fotovoltaico (Photovoltaics) SEMAS Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade. SFCR Sistemas Fotovoltaicos Conectados a Rede 25 SIN Sistema Interligado Nacional TIR Taxa Interna de Retorno V Tensão VMP Tensão de máxima potência Voc Tensão de circuito aberto VPL Valor Presente Líquido 26 LISTA DE SÍMBOLOS GT Geração Total ∑ Somatório lo Radiação média diária do mês em questão (kWH/m². dia) A Área total de painéis fotovoltaicos ɳ Eficiência do painel t Tempo GTP Geração Total com Perdas ρ Perda percentual do sistema n Número de anos N Número de dias do mês R Receita (valor anual) C Custo manutenção A Taxa de juros a ser considerada FCN Fluxo de caixa do ano referência (rn- cn) 27 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13 1.1 OBJETIVOS ................................................................................................... 14 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 14 1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................. 15 2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 16 2.1 IRRADIAÇÃO SOLAR ................................................................................... 17 2.2 FONTES DE ENERGIA E O EFEITO FOTOVOLTAICO ............................... 19 2.2.1 Fontes não renováveis ................................................................................ 19 2.2.2 Fontes renováveis ....................................................................................... 20 2.3 TECNOLOGIAS FOTOVOLTAICAS ..............................................................21 2.3.1 Tipos de Células .......................................................................................... 21 2.3.2 Componentes de um sistema SFCR .......................................................... 23 2.3.3 Sombreamento .............................................................................................. 26 2.4 BULDING INTEGRATED PHOTOVOLTAICS (BIPV) ................................... 27 2.5 BALANÇO DE CARBONO NOS SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ................. 28 3 METODOLOGIA ............................................................................................ 30 3.1 ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................... 32 3.2 DADOS DA MEDIÇÃO DA IRRADIAÇÃO SOLAR ........................................ 39 3.2.1 Dimensionamento do sistema nos meses de melhor irradiância ............ 41 3.3 DESCRIÇÃO DO PROJETO DE COBERTURA FOTOVOLTAICA ............... 41 3.3.1 Placas solares .............................................................................................. 41 3.3.2 Inversores ..................................................................................................... 42 3.3.3 Dimensionamento da Tipologia do gerador .............................................. 43 3.4 PROJETO ARQUITETÔNICO ....................................................................... 44 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 46 4.1 CUSTO DE AQUISIÇÃO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO ........................... 46 4.2 ANÁLISE DE DADOS DO CONSUMO ENERGÉTICO DO ATERRO ........... 47 4.3 GERAÇÃO FOTOVOLTAICA ESPERADA .................................................... 48 4.3.1 Geração total ................................................................................................ 50 4.3.2 Geração total com perdas ........................................................................... 50 4.4 ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA DO PROJETO .............................. 53 4.4.1 Payback ......................................................................................................... 54 28 4.4.2 Valor Presente Líquido (VPL) ..................................................................... 56 4.4.3 Rentabilidade ............................................................................................... 57 4.4.4 Taxa Mínima de Atratividade (TMA) ........................................................... 57 4.4.5 Taxa Interna de Retorno (TIR) ..................................................................... 60 4.5 ANÁLISE ........................................................................................................ 62 5 CONCLUSÕES ............................................................................................. 64 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 66 ANEXO A – DATASHEET DOS MÓDULOS ................................................. 72 ANEXO B – DATASHEET DOS INVERSORES ........................................... 76 13 1 INTRODUÇÃO A busca implacável por soluções sustentáveis, que causem o mínimo impacto ambiental de natureza negativa possível, tornou-seprioridade social, visto que o futuro depende de atitudes ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis, assim como da utilização eficiente dos recursos naturais, integrando novas soluções energéticas. Portanto, a Constituição Federal (CF) de 1988 preconiza que: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever dedefendê-lo e preservá-lo para aspresentes e futuras gerações(BRASIL, 1988, art. 225)”. Segundo o Relatório Brundtland, elaborado pela Comissão Mundial deMeio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) das Nações Unidas, desenvolver de forma sustentável é “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas” (UNITED NATIONS, 1987, sem paginação, tradução livre), e é com esta diretrizque se insere a energia solar fotovoltaica, uma forma de geração de energia capaz de suprir, com inúmeras vantagens, além de ser uma energia limpa e renovável. Esta concepção se tornou mais atrativa após a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estabelecer, na Resolução Normativa nº 482/2012, as condições gerais para o uso de minigeração e microgeração distribuídas aos sistemas de fornecimento e compensação de energia elétrica (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2012).Assim, a captação da luz solar por meio de módulos fotovoltaicos vem se destacando em âmbito nacional, embora observemos que, mesmo considerando seu crescimento, ela ainda tem uma participação incipiente na matriz energética brasileira, que se caracteriza por fonteshidráulicas. A pesquisa busca contribuir com a disseminação da tecnologia fotovoltaica, cuja proposta é cobrir com painéis solares a área de estacionamento de um aterro sanitário, agregando conforto térmico aos usuários do local e possível economia, ao utilizar o potencial solar como fonte geradora de energia, além da redução de impactos no meio ambiente.Com isso, visa abordar a viabilidade econômica do projeto em estudo, buscando contribuir com proposta de inovação tecnológica para aqueles que tiverem interesse em verificar a possibilidade de instalação do sistema. 14 1.1 OBJETIVOS O objetivo geral do trabalho é: estudar o uso de um sistema fotovoltaico tipo SFCR (por inteiro), analisando a viabilidade econômica e sua contribuição ao meio ambiente. Para tanto, o trabalho tem os seguintes objetivos específicos: Identificar o consumo diário de energia elétrica do empreendimento no período útil de geração fotovoltaica; Quantificar painéis fotovoltaicos e inversores necessários para atender ao consumo diário de energia no período útil de geração fotovoltaica; Analisar o custo-benefício que a implantação do sistema vai gerar para o usuário final. 1.2 JUSTIFICATIVA Asperspectivas para a utilização de sistemas fotovoltaicos no Brasil são excelentes, aliadas aos benefícios que o sistema SFCR proposto irá propiciar, visto que em conformidade com um estudo realizado por Salamoni (2004),já identificavam-se os benefícios que o sistema fotovoltaico conectado á rede e integrado a edificação trazem ao meio ambiente. O correto dimensionamento e instalação de um sistema SFCR é de grande relevância para massificação desse tipo de geração no país, concomitante ao estado do Pará,que consiste em um estado em desenvolvimento, cujos recursos naturais não podem ser desperdiçados,reduzindo assimcustos econômicos vinculado à tarifa elétrica no respectivo aterro sanitário alvo da pesquisa,induzindo à modernização industrial na região metropolitana de Belém e enfatizando valores fundamentais de sustentabilidade. Para a realização da pesquisa utilizou-se osparâmetros de acordo com os adotados por Miranda (2014),considerando que payback não deve apresentar longos períodos, o VPL deve apresentar-se positivo e a Taxa Interna de Retorno (TIR) deve ser maior que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA).O modelo computacional selecionado, SunData, possui como intuito simular cenários de índice de irradiação solar, afim de contribuir para um plano setorial de aproveitamento energético para o município de Marituba-Pa, visto que a mesma possui uma quantidade de sol abundante, que estimula o uso desse recurso. 15 1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO A monografia está organizada em 5 capítulos: o capítulo 1 é o introdutório, em que o tema do trabalho é apresentado, assim como os objetivos geraise específicos e a justificativa,com a motivação da autora para desenvolver sua pesquisa. Já o capítulo 2 trata da revisão bibliográfica do tema, discorrendo sobre a irradiação solar, fontes de energia e o efeito fotovoltaico, fontes não renováveis e renováveis,tecnologias fotovoltaicas (tipos de células componentes de um sistema SFCR),sombreamento, BIPV (Bulding Integrated Photovoltaics)e o balanço de carbono nos sistemas fotovoltaicos. No capítulo 3, é apresentado o procedimento da metodologia, demonstrando as simulações energéticas com uso do software SunData, destacando os dados de irradiação solar, e um projeto arquitetônicopara a área de estudo. Posteriormente, o capítulo 4aborda a análise de dados do consumo energético do aterro, custo de aquisição do sistema fotovoltaico egeração fotovoltaica esperada, e concluifrisandoa análise econômica e financeira do projeto. Por fim, o capítulo 5revela as considerações finais, a viabilidade econômica da implantação do sistema SFCR, identificando como os procedimentos adotados no trabalho puderam atender aos objetivos propostos. Nos Apêndices A e B, são apresentadas a descrição dos datasheets dos painéis solares e inversores selecionados, para a realização do presente trabalho. 16 2 REVISÃO DE LITERATURA Mediante empreendimentos do Sistema Interligado Nacional (SIN)1 o Brasil possui um sistema gerador com capacidade instalada á 130.294 Gigawatt (GW), isso inclui a parcela de Itaipu vendida para o Paraguai. A figura 1 mostra a grande participação das fontes renováveis, principalmente da fonte hidráulica, onde apesar de pouco mais de 70% desta capacidade ser de hidrelétricas, sua colaboração na produção de energia elétrica é superior a 80% em média, havendo possibilidades de ser maior ou menor em função da disponibilidade do recurso (TOLMASQUIN, 2016). Figura 1 −Capacidade instalada pelo SIN no ano de 2014 Fonte: Lima (2010, sem paginação). No Brasil, ainda existe um cenário pouco favorável às condições hidrológicas. Isso se torna evidente quando comparamos os níveis dos reservatórios de água referentes ao período de março de 2016 a 2017. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, houve uma redução de 57,5% para 41,5%; no Nordeste, caiu de 34,2% para 21,8%; na região Sul, dopercentualde97,7%foipara46,1%;somentenaregiãoNorteregistra-seumpequeno aumento, de 56,10% para 63,7%. Com a queda nos níveis dos reservatórios, as usinas térmicas foram ativadas, caracterizando uma produção de energia mais poluente e mais cara (GLOBO,2017). 1. ¹“sistema que coordena e controla todo o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil,. Todas as empresas que compõem o SIN são fiscalizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que são órgãos responsáveis pelo controle, regulação e fiscalização das operações relacionadas à geração, transmissão e comercialização de energia elétrica em território brasileiro” (TECNOGERA,2015). 17 Vinculado à crise hídrica mundial, observa-se a dificuldade em expandir o mercado na construção de novos empreendimentos hidrelétricos, mediante áreas de grandes restrições ambientais, com potenciais ainda não explorados. 2.1IRRADIAÇÃO SOLAR De acordo com Rüther (2004), a cada dia, incide sobre a superfície da Terra mais energia vinda do sol do que a demanda das fontes energéticas produzidas pelo homem. A radiação eletromagnética emitida por essa estrela, para chegar à superfície terrestre,depende, além das condições climáticas gerais(nebulosidade, umidade relativa do ar, dentre outros), da sua geometria em relação à terra, além da posição no tempo, como dia do ano e horário do dia. Em termos anuais, a energia solar que incidesobre a superfícieda Terra chega a 1,5x1018 kWh/ano(SOLARGIS, 2013). Esse valor representa, significativamente, 1% de todo o consumo energético doplaneta ao longo do ano. Esse fato explicita a dimensão do sol como fonte energética,mostrando a importância dessa respectiva fonte para geração de energia elétrica e térmica.A orientação solar é um dos fatores essenciais para a maior eficiência dos painéis fotovoltaicos. De acordo com Chivelete Solla (2010), essa eficiência pode variar, de acordo com o local do globo onde será realizada a instalação, assim como a orientação e inclinação em que os painéis serão posicionados. Tomando como base a literatura coletada e o softwareSunData,é possívelpredefinir as melhores orientações e inclinação para as decisões a serem tomadas pelo projetista.Dentre os movimentos que a Terra realiza, os mais conhecidos são o de rotação e o de translação (executa sua órbita em torno do Sol em aproximadamente 365 dias). A posição angular do Sol, ao meio dia solar, em relação ao plano do Equador (Norte positivo), é chamada de Inclinação Solar (δ). Esse ângulo, que pode ser visto na Figura 2, varia de acordo com o dia do ano (CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ENERGIA SOLAR E EÓLICA SÉRGIO DE SALVO BRITO, 2006). 18 Figura 2 – Posiçãoda Terra e dos hemisférios durante a rotação em torno do Sol -23,45° ≤ δ ≤ 23,45° Fonte: Madeira (2010, sem paginação). Ao ser adicionada a quantidade total da radiação solar que incide na superfície terrestre durante o período de um ano, obtém-se a irradiação média global anual,geralmente,medida em kWh/m². ano.No Brasil, a radiação média anual varia entre 1.200 e 2.400kWh/m². ano, valores significativamente superioresaos da maioria dos países europeus, que giram em torno de 900 e 1.250kWh/m².ano, tornando o Brasil propício à massificação da energia fotovoltaica (GREENPRO, 2004). Figura 3 –Distribuição da radiação solar Fonte: (GREENPRO, 2004). 19 Através do Solar and Wind Energy ResourceAssessment(SWERA),foi possível avaliar o“Atlas Brasileiro de Energia Solar”, que apresenta fontes de informações de irradiação na superfície da terra,obtidas a partir de modelos matemáticos, considerando uma série histórica (jul. 1995 a dez. 2005), além de dados e imagens de satélite geoestacionário, que, posteriormente são tratados por elementos coletados em estações de superfície (PEREIRA et al.,2006).A Figura 4 apresenta o grande potencial de aproveitamento de energia solar nacional. Figura 4 – Mapa da radiação solar global horizontal – Média anual – Brasil Fonte: Pereira et al., (2006) adaptado pela autora. 2.2 FONTES DE ENERGIA E O EFEITO FOTOVOLTAICO A evolução da sociedade concomitante ao desenvolvimento tecnológicofez da energia elétrica a mantedora das várias atividades humanas. A dependência do homem a esse recurso é sentida na dimensão de suas necessidades. As fontes de energia são substâncias e meios que possibilitam a produção de energia útil, diretamente ou por transformação, podendo ser renováveis ou não renováveis. 2.2.1 Fontes não renováveis São aquelas encontradas na natureza, em quantidades limitadas, e se extinguem com a sua utilização, comoo petróleo, o carvão mineral, o gás natural e o xisto betuminoso(MIRANDA, 2014). 20 2.2.2 Fontes renováveis Em contrapartida, as fontes renováveissão consideradas inesgotáveis, com disponibilidade garantidae menor impacto ambiental; são fontes renováveis: solar, hídrica, ventos, oceanos ebiomassa(MIRANDA, 2014). Dentre as formas de geração de energia citadas, a solar permite converter a luz do sol diretamente em energia elétrica, através do efeito fotovoltaico. A palavra “fotovoltaico” vem do gregophotos, que significa luz. A descoberta do fenômeno de conversão fotovoltaica remete ao século XIX, período no qual alguns estudiosos observaram fenômenos físicos que permitiam a conversão da luz em energia elétrica (ZILLES et al., 2012). Em 1839, o cientista francêsAlexandreEdmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico, ao observar, em um experimento com uma célula eletrolítica (dois eletrodos metálicos dispostos em uma solução condutora), que a geração de eletricidade aumentava quando a célula era exposta à luz.A partir daí, foram estudados os comportamentos de diversos materiais expostos à luz, até que, no ano de 1954, Daryl Chapin, Calvin Fuller e Gerald Pearson desenvolveram a primeira célula fotovoltaica de silício, com eficiência de 6% e capaz de converter energia solar em eletricidade suficiente para alimentar alguns equipamentos elétricos (PINHO, 2008). De acordo com Nascimento (2014),“uma célula fotovoltaica não armazena energia elétrica, apenas mantém um fluxo de elétrons num circuito elétrico enquanto houver incidência de luz sobre ela. Este fenômeno é denominado Efeito Fotovoltaico”. O material utilizado nas células solares deve ser da maior pureza possível. Isto pode ser conseguido através de sucessivas etapas químicas. Até nos dias de hoje, os fabricantes de células solares têm obtido, em sua maioria, o material purificado através de restos da indústria eletrônica de semicondutores (MIRANDA, 2014). O material mais usado na fabricação de células fotovoltaicas é o silício, que se constitui como o segundo elemento químico mais abundante na Terra. O silício é caracterizado por possuir quatro elétrons de ligação, permitindo a formação de redes cristalinas. Ao ser introduzido em uma parte átomos de boro, e em outro fósforo, é formadoa chamada junção pn. Elétrons livres do lado n passam ao lado p encontram os buracos que os capturam; isto faz com que haja um acúmulo de elétrons no lado p, gerando uma carga negativa e uma redução de elétrons do lado n, que o torna eletricamente positivo.Es campo elétrico (WENDLING, 2011) Para o caso de ocorrer diferente de zero, as cargas serão aceleradas, gerando assim, uma corrente ao longo da junção, e consequente diferença de potencial como Efeito Fotoelétrico. Se as duas extremidades do silício forem conectadas por um fio, haverá, dessa forma funcionamento das células ENERGIA SOLAR E EÓLICA SÉRGIO DE SALVO BRITO exemplificado na Figura Figura 5 Fonte: http://www.electronicsandyou.com/ 2.3 TECNOLOGIAS FOTOVOLTAICAS 2.3.1 Tipos de Células Atualmente, o mercado disponibiliza são aplicadas na produção de células e módulos fotovoltaicos, sendo a primeira dividida em duas cadeias produtivas: silício monocristalino (m policristalino (p-Si), que mundial, por ser uma tecnologia consolidada, confiável e ter a maior eficiência formadoa chamada junção pn. Elétrons livres do lado n passam ao lado p encontram os buracos que os capturam; isto faz com que haja um acúmulo de elétrons no lado p, gerando uma carga negativa e uma redução de elétrons do lado n, que o torna eletricamente positivo.Essas cargas aprisionadas dão origem a um LING, 2011). Para o caso de ocorrer incidência de fótons na região onde o campo elétrico é diferente de zero, as cargas serão aceleradas, gerando assim, uma corrente ao longo da junção, e consequente diferença de potencial (DDP) Fotoelétrico. Se as duas extremidades do silício forem conectadas por dessa forma, circulação de elétrons, formando a base do funcionamento das células fotovoltaicas (CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ENERGIA SOLAR E EÓLICA SÉRGIO DE SALVO BRITO gura 5: –Corte transversal de uma célula fotovoltaica http://www.electronicsandyou.com/. 2.3 TECNOLOGIAS FOTOVOLTAICAS Atualmente, o mercado disponibiliza gerações de tecnologia aplicadas na produção de células e módulos fotovoltaicos, sendo a primeira dividida em duas cadeias produtivas: silício monocristalino (m Si), que representam, no mercado, cerca de 85% da produção l, por ser uma tecnologia consolidada, confiável e ter a maior eficiência 21 formadoa chamada junção pn. Elétrons livres do lado n passam ao lado p, onde encontram os buracos que os capturam; isto faz com que haja um acúmulo de elétrons no lado p, gerando uma carga negativa e uma redução de elétrons do lado as cargas aprisionadas dão origem a um de fótons na região onde o campo elétrico é diferente de zero, as cargas serão aceleradas, gerando assim, uma corrente ao (DDP), que conhecemos Fotoelétrico. Se as duas extremidades do silício forem conectadas por circulação de elétrons, formando a base do CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ENERGIA SOLAR E EÓLICA SÉRGIO DE SALVO BRITO, 2006), o que é Corte transversal de uma célula fotovoltaica gerações de tecnologias diferentes que aplicadas na produção de células e módulos fotovoltaicos, sendo a primeira dividida em duas cadeias produtivas: silício monocristalino (m-Si) e silício no mercado, cerca de 85% da produção l, por ser uma tecnologia consolidada, confiável e ter a maior eficiência 22 comercial entre as demais tecnologias (COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS, 2012). Segundo Rüther (2004), a eficiência do módulo fotovoltaico p-Si é menor que a do silício monocristalino, mesmo sendo fabricados pelo mesmo material. Visto, pois, ao invés de ser formado por um único cristal, é fundido e solidificado, resultando em um bloco com grandes quantidades de grãos ou cristais, concentrando maior número de defeitos, justificando o custo mais baixo quando comparados às células monocristalinas. As três possibilidades de painéis para a tecnologia c-Sisãomostrados abaixo. Figura 6 – Tiposde encapsulamento para estruturas cristalinas (a) (b) (c) (a)Silício monocristalino; (b) Silício policristalino; (c) Silício monocristalino com encapsulamento vidro-vidro. Fonte: PORTAL SOLAR(2017). A segunda geração, denominada comercialmente de filmes finos, trabalha com três cadeias produtivas: silício amorfo (a-Si), disseleneto de cobre, índio e gálio (CIGS) e telureto de cádmio (CdTe). Esta geração possui menor eficiência que a primeira e possui dificuldades associadas à disponibilidade dos materiais, vida útil e toxidade, no caso do cádmio. Exemplos dessas células são mostradas na Figura7. 23 Figura 7 –Célulascoloridas de c-Si Fonte: RENESOLA (2014). A terceira geração, ainda em fase de pesquisa e desenvolvimento, testes e produção em pequena escala, é dividida em três cadeias produtivas: célula fotovoltaica multijunção, células sensibilizadas por Corante (Dye-Sensitized Solar Cell – DSSC) e células orgânicas ou poliméricas (OrganicPhotovoltaics – OPV). A tecnologia OPV demonstrou ter um potencial para produção de módulos com alta eficiência, porém, o preço ainda não é competitivo com as tecnologias que dominam o mercado (PINHO; GALDINO, 2014). Figura 8 – Células de terceira geração (a) (b) (c) (a) Célula de Multijunção; (b)Células sensibilizadas por Corante; (c) Célula Orgânica ou polimérica. Fonte: CSEM BRASIL (2015). 2.3.2Componentes de umsistema SFCR Os Sistemas ligados à rede (ON GRID), também chamados de SFCR, operam com conexão à rede elétrica pública, ou seja, aenergia elétrica, nãonecessitamdeelementoarmazenador. Na falta da rede elétrica (desligamento 24 para manutenção ou falha) os SFCR se desconectam automaticamente da rede, deixando de fornecer energia. Os módulos podem ser organizados em série, paralelo e misto. Para os arranjos em série, denomina-se o conjunto como fileira ou string, podendo essas fileiras ser ligadas em outras em paralelo, dando origem à ligação mista (MIRANDA, 2014). De forma sucinta, o painel fotovoltaico irá gerar energia elétrica em corrente contínua e, com a ajuda do inversor, irá convertê-la para corrente alternada, que é injetada na rede de energia elétrica. Tal conversão se dá pela utilização do inversor de frequência, que realiza a interface entre o painele a rede elétrica (PEREIRA; OLIVEIRA, 2013). Figura 9 – Esquema de um sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica Fonte: autora, 2017. No tangente à parte elétrica, os principais equipamentos que compõem um sistema fotovoltaico conectado à rede estão resumidos na Figura 10. A figura 11 descreve partes constituintes de um módulo fotovoltaico. Figura 10 – Principais componentes Fonte: Lisboa (2010) Figura 11 – Fonte: Lisboa (2010) Quanto à instalação de sistemas fotovoltaicos no Brasil, pode ser consultada a Resolução n° 482/2012, pub 687/2015, que regulamenta a conexão de sistemas de micro e minigeração distribuída (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2012 Alémdessas, algumas normas podem ser consultadas durante a concepção do projeto, as quais são listadas abaixo rincipais componentes de um sistema fotovoltaico conectado à – Partes constituintes de um módulo fotovoltaico instalação de sistemas fotovoltaicos no Brasil, pode ser consultada 2012, publicada pela ANEEL, e atualizada pela , que regulamenta a conexão de sistemas de micro e minigeração AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2012 , algumas normas podem ser consultadas durante a concepção do listadas abaixo. 25 de um sistema fotovoltaico conectado à rede Partes constituintes de um módulo fotovoltaico instalação de sistemas fotovoltaicos no Brasil, pode ser consultada atualizada pela Resolução n° , que regulamenta a conexão de sistemas de micro e minigeração AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2012, 2015). , algumas normas podem ser consultadas durante a concepção do 26 Tabela 1 – Normas da ABNT relacionadas ao SFCR NÚMERO TÍTULO NBR 11704:2008 Sistemas fotovoltaicos – Classificação NBR IEC62116:2012 Procedimento de ensaio de anti-ilhamento para inversores de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica NBR 10899:2013 Energia solar fotovoltaica – Terminologia NBR 16149:2013 Sistemas fotovoltaicos (FV) – Características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição NBR 16150:2013 Sistemas fotovoltaicos (FV) – Características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição – Procedimento de ensaio de conformidade NBR 16274:2014 Sistemas fotovoltaicos conectados à rede – Requisitos mínimos para documentação, ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho. Fonte: adaptadode Blasques (2015) Por fim, frisa-se que no momento da inserção de um SFCR, é necessário avaliar as grandezas elétricas dos módulos como tensão de circuito aberto (Voc), tensão de máxima potência (VMP), corrente de curto circuito (ISC) e corrente de máxima potência (IMP). Asligações serie e paralelo dos módulos fotovoltaicos devem ser feitas de modo a não exceder os limites de entrada do inversor de frequência. Deve-se, ainda, levar em conta os efeitos da temperatura ambiente nos cálculos de dimensionamento(BLASQUES, 2015). 2.3.3Sombreamento O projetista deve avaliar o sombreamento na envoltória do local a ser instalado o painel, gerado pelo entorno e por elementos que possam afetar o desempenho de painéis. Este sombreamento pode ser causado pelo entorno construído (prédios, postes, torres etc.), pelo entorno natural (árvores, relevo etc.) epelo próprio edifício (chaminés, caixas d’água etc.), ou outros dispositivos da própria estrutura de suporte dos módulos (MELO, 2012). 27 De acordo com Tenente (2010), o sombreamento pode ser observado de três maneiras: o sombreamento temporário (causado por sujeiras, folhas ou qualquer material particularmente depositado na superfície), o sombreamento produzido em consequência da localização (prédios vizinhos e entorno imediato) e o sombreamento produzido pelo próprio edifício (antenas, torres de caixa d’água, etc.). 2.4 BULDING INTEGRATED PHOTOVOLTAICS (BIPV) Partindo de um olhar arquitetônico, os Sistemas FotovoltaicosConectados à Rede (SFCR) e integrados à edificação, devem ser classificados em: Sistemas Fotovoltaicos Aplicados à Edificação (BuildingAppliedPhotovoltaics – BAPV); Sistemas Fotovoltaicos Integrados à Edificação (BuildingIntegratePhotovoltaics – BIPV). Atualmente, no Brasil, o maior número de aplicações Fotovoltaicas, encontra- se vinculada a aplicação a um BAPV. Geralmente,eles são postos sobre estruturas já construídas, com maneiras diferentes ou não de orientação e inclinação, sobrepõem-se a cobertura de edificações através de um suporte, que determina a inclinação e a orientação dos módulos, não sendo arquitetonicamente integrado à estrutura do edifício, tomando a forma de um materialconstrutivo. Em aplicações do tipo BIPV, o aparato gerador de eletricidade entra como substituto das matérias de construção convencionais, sendo visto como material de vedação de coberturas e de fachadas, dentre outros (JELLE et al., 2012). Eles unem a geração de energia através de uma fonte renovável de produção a uma configuração arquitetônica totalmente integrada e menos impactante ao meio ambiente. De modo geral,ressalta-se que tanto aplicações do tipo BAPV quanto BIPV objetivam, principalmente, a geração de eletricidade através da capitação da luz do sol; o que os diferencia, é o nível de integração dos sistemas nas edificações (PENG et al., 2011). De acordo com Thomas (1999), para a sua melhor eficiência, o BIPV deverá cumprir os seguintes requisitos: a) Os módulos precisam receber a maior irradiação solar possível; b) Requer um projeto elétrico específico para a instalaçãoFV; 28 c) Necessitará de inversores e capacitores, a instalação deve ser visível e esteticamenteagradável. A Figura 12 mostra uma aplicação fotovoltaica do tipo BIPV,em Florianópolis (SC), em uma usina de energia solar fotovoltaica(até o momento é amaior da América Latina integrado a um edifício). Figura 12 −BIPV instalado sobre a cobertura e estacionamentosem uma usina fotovoltaica em Santa Catarina Fonte: Portal Solar (2017). Com potência instalada de 1 megawatt-pico (MWp), a Usina Megawatt Solar encontra-se preparada paraproduzir aproximadamente 1,2 gigawatts-hora (GWh) de energia solar por ano, suficiente para atender cerca de 540 residências em Florianópolis. Essa capacidade de geração vem das 4,2 mil placas fotovoltaicasque estão instaladas nas coberturas do edifício-sede e estacionamento, totalizando uma área de 8,3 mil m². 2.5 BALANÇO DE CARBONO NOS SISTEMAS FOTOVOLTAICOS Mediante a crescente conscientização sobre as consequências vinculadas aos impactos ambientais que o lançamento doGases do Efeito Estufa (GEE) ocasionam para a sociedade, despertou atençãonas organizaçõesmundiais a preocupação com as futuras fontes de energia, desencadeando os países a investirem emrecursos para avaliar e monitoraro quanto é emitido durante a produção dos bens e serviços relacionados a processos produtivos, e que os mesmos sejam compatíveis com os limites estabelecidos pela ResoluçãoConama. 29 Todo e qualquer sistema de energia renovável contribui para a mudança climática e isso se dá pelo fato de os mesmos usarem fontes de energia que emitem os GEE, principalmente o CO2, durante a sua fabricação e operação, o que vai de encontro com a ideia de que esses sistemas não emitem nada, ou seja, são fontes totalmente limpas (VARUN; BHAT; PRAKASH, 2009). Portanto, é expectável que a tecnologia solarfotovoltaicase torne a primordial tecnologia, afim de que possam ser solucionados os problemas energéticos e ambientais do planeta Terra, visto quea mesma não emite poluentes, gases do efeito estufa, não usa combustíveis fósseis para produzir energia elétrica. 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a realização deste trabalho compreendeuas etapas apresentadas na Figura 13 trabalhos executados até atingir o objetivo geral do trabalho, que é um sistema fotovoltaico tipo SFCR (por inteiro) e sua contribuição ao meio ambiente. Fonte: elaborado pela autora O desenvolvimento da metodologia do tr trêsgrandes etapas: O levantamento bibliográfico (1º Etapa) Coleta de dados (2º Etapa) Tratamento e análise dos dados (3º Etapa) O levantamento bibliográfico foi el revisão bibliográfica, e também nos resultados, servindo de apoio às etapas 1º ETAPA LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO - Identificação e caracterização de diferentes tipologias de tecnologias fotovoltaicas, BIPV, Bal anço de carbono. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho compreendeu as etapas apresentadas na Figura 13. O fluxograma apresenta a sequência de rabalhos executados até atingir o objetivo geral do trabalho, que é um sistema fotovoltaico tipo SFCR (por inteiro), analisando a viabilidade econômica e sua contribuição ao meio ambiente. Figura 13 – Etapas da pesquisa ado pela autora, 2017. O desenvolvimento da metodologia do trabalho pode ser dividido em O levantamento bibliográfico (1º Etapa) Coleta de dados (2º Etapa) Tratamento e análise dos dados (3º Etapa) O levantamento bibliográfico foi elaborado,primeiramente, sendo apresentado e também nos resultados, servindo de apoio às etapas MONOGRAFIA 1º ETAPA LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO -Complementação da análise. 2º ETAPA COLETA DE DADOS - Levantamento de dados e georreferenciamento da área. - levantamento de dados de irradiação solar . 30 A metodologia utilizada para a realização deste trabalho compreendeu as . O fluxograma apresenta a sequência de rabalhos executados até atingir o objetivo geral do trabalho, que é estudar o uso de analisando a viabilidade econômica abalho pode ser dividido em primeiramente, sendo apresentado na e também nos resultados, servindo de apoio às etapas de 3º ETAPA TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS -Escolha do melhor ângulo de inclinação e escolha de painéis solares conjuntamente a inversores. - Elaboração de um projeto arquitetõnico 31 coleta, tratamento e análise dos dados, sobre os assuntos pertinentes ao tema que serviram de base para o desenvolvimento do trabalho. A revisão bibliográfica, já apresentada neste trabalho, demonstra questões teóricas e práticas sobre a tecnologia fotovoltaica com foco no BIPV. Esta parte trata das questões de funcionamento e utilização da tecnologia fotovoltaica, bem como do mercado atual e projeções futuras da tecnologia, visando situar o tema do trabalho e ressaltar os desafios presentes na tecnologia em que este trabalho poderá vir a contribuir. A revisão ainda contou com uma etapa específica sobre o balanço de carbono em sistemas fotovoltaicos, que vêm sendo apontados como uma das soluções para os problemas energéticos e ambientais do mundo. A segunda etapa do trabalho foi a coleta de dados,incluindo georreferenciamento da área em estudo, visto que os mesmos encontram-se disponívelna Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) do Pará e, também, foram cedidospelo grupo SolvíRevita.A complementação das análises está vinculada à realização do levantamento da coleta do banco de dados do software livre SunData, A terceira etapa foi o tratamento dos dados considerando o melhor ângulo de inclinação para a cidade escolhida, Marituba (PA) conforme Villalva e Gazoli (2012), e a escolha do painel com inversor idealcom dados retirados da planilha de custos da Elektsolar Innovations.Foi elaborado um projeto arquitetônico de um estacionamento padrão (2,5m x 5 m), no total de 603,72 m², coberto com placas fotovoltaicas, comparando o cenário atual do aterro e o cenário futuro do mesmo. A análise dos dados de alguns princípios da composição arquitetônica destacou as características que os módulos fotovoltaicos transmitem à edificação, a partir da relação deles com os outros materiais construtivos.Por fim, demonstrou-se aviabilidadeeconômicado projeto, baseada nos parâmetros adotados por Miranda (2014). 32 3.1 ÁREA DE ESTUDO O aterro sanitárioem questão é um empreendimento particular, constituído por instalações de apoio, para recebimento e destinação final de resíduos sólidos urbanos, sob as coordenadas geográficas DATUM: SAD69 – W: 48h20min: 31,00 – S01:21: 19; 00, com uma área total de328.900 m² (AMPLA MEIO AMBIENTE, 2011). A área da Guamá Tratamento de Resíduos Central de Processamento e Tratamento de Resíduos –CPTRClasse IIA, conforme classificação da ABNT NBR 10004/2004, e está localizada na parte sul da área urbana do município de Marituba,estado do Pará, região Norte do país, localizado na Região Metropolitana de Belém (RME), a cerca de 11 km da capital.Ocupa uma área de 103,279 km², tendo a menor área total dentre os municípios paraenses. Segundo dados doInstituto Brasileiro de Geografia eEstatística(2016), sua população foi estimada em 125.435 habitantes, sendo o nono maior município do Pará, ocupando a décima terceira posição entre as cidades do estado. Seus principaisbairros consistem em Bairro Novo, Beija-Flor / Nova Marituba / Jardim Imperial, Boa Vista / Mirinzal, Centro, Che Guevara / Almir Gabriel, Decouville, Dom Aristides, Nova União / São Francisco / Bela Vista, Uriboca. O acesso à área do empreendimento, a partir de Belém, é feito pela Rodovia BR 316, seguindo pela Alça Viária por uma distância aproximada de 4 km e, daí, por acesso em estrada de terra por, aproximadamente, 600 m até o limite com a Fazenda Guamá, conhecida como “Fazenda Pirelli”. AFigura 14 ressalta a localização do aterro sanitário. 33 Figura 14 – Mapade localização da Guamá Tratamento de Resíduos Fonte: GRUPO SOLVÍ (2011). Figura 15 – M Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Suste Mapa da Central de Processamento e Tratamento de resíduos Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2017). 34 Central de Processamento e Tratamento de resíduos 35 Figura 16 – Tratamentode Chorume presente na lagoa adicional Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2017) A figura acima retrata a ocorrência de tratamento de grande quantidadede chorume presente na lagoa adicional 02, proveniente da disposição de resíduos. Figura 17 – Atual frente de serviço Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2017) A figura 17 ressalta aAtual frente de serviço da etapa 2A2 e 2A3 do dia 21/11/2017. 36 Figura 18 – Base de concreto para nova estação de tratamento de chorume Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2017) A figura 18 explana a Base de concreto para receber nova estação de tratamento de chorume (MBR) Figura 19 – Implantação de dreno sub - superficial de água pluvial Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2017) A figura 19 acima trata-se de da Implantação de dreno sub-superficial de água pluvial na etapa 3A. 37 Figura 20 – Continuidade da cobertura do aterro com solo Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2017) A figura 20concerne a Continuidade da cobertura do aterro com solo, na atual frente de serviço ocorrido no dia 23/11/2017. Figura 21 – Material reciclável acondicionado para transporte proveniente da usina de triagem Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2017) A figura acima trata-se de Material reciclável acondicionado para transporte proveniente da usina de triagem 38 Figura 22– Lagoa de permeado tratado Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2017) A figura 22 acima retrata uma lagoa de permeado tratado localizado na Guamá Tratamento de resíduos – CPTR Marituba. Figura 23 – Continuidade na cobertura do maciço com manta PEBD Fonte: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2017) A CPTR Marituba realizou umaobra de impermeabilização com manta visto que aproteção foi aplicada na chamada Etapa 1, na extensão queestá previsto a não ocorrência de disposição de resíduos, visto que toda material Classe IIA depositado e compactado e coberto com solo para, na sequência, receber a cobertura com 39 manta PEBD (polietileno de baixa densidade), considerando que o uso da manta de cobertura é uma medida regular na gestão de aterros, sendo utilizada para cobrir as áreas que armazenam resíduos já cobertos com solo. O material garante a impermeabilização dos resíduos compactados e evita que eles tenham contato com a água da chuva, reduzindoa geração de chorume dentro do empreendimento conjuntamente aosistema de drenagem que complementa o sistema de tratamento dos resíduos sólidos. O grupo responsável pelo aterro sanitário tem a intenção de utilizar o sistema fotovoltaico proposto para trazer um marketing de sustentabilidade à empresa frente aos seus clientes e reduzir o consumo de energia do mesmo.O sistema SFCR que será dimensionado para este projeto constituirá, parciamente, o valor de 50% da demanda energética do aterro, pois, além do impacto positivo que será causado no meio ambiente, a utilização do sistema fotovoltaico pode levar a uma economia de quase metade do custo operacional da área do empreendimento. Entretanto, seria inviável utilizar o Sistema SFCRtotal, devidoaos custos e quantidade de irradiação perante algunsmeses do ano, que satisfaz à demanda requerida no aterro. 3.2 DADOS DA MEDIÇÃO DA IRRADIAÇÃO SOLAR Para realizar a medição foi utilizada a plataforma SunData, desenvolvida pelo Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito (CRESESB), como ferramenta de suporte ao dimensionamento de sistemas FV. Para obter o resultado, foi necessário inserir as informações sobre as coordenadas geográficas da cidade de Belém (visto que não existem dados disponíveis para a cidade de Marituba no banco de dados do SunData), gerandoo relatório de onde foram extraídos os dados que se encontram dispostos na Tabela 2. Os dados relativos à área de Belém foram adquiridos por meio do programa SunDatae permitiramobter informações arespeito irradiação solar no plano horizontal e para o ângulo igual à latitude local e acesso amaior e menor médias anuaise mensais. Dentre os dados fornecidos,foi selecionado a irradiação no ângulo igual àlatitude local (Tabela7). 40 Os maiores índices totais de irradiação Inclinação 1° n ângulo igual à latitude que chegam à superfície ocorrem nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro, sendo que os mínimos são nos meses de dezembro a fevereiro.Essa distribuição é controlada pela nebulosidade associada ao padrão espacial e temporal das chuvas na região. A flutuação anual na radiação solar, na temperatura do ar e na umidade atmosférica está associada ao ciclo anual das chuvas. Por ocasião do período mais chuvoso, ocorre redução na temperatura do ar, da radiação solar global e o aumento da umidade do ar. O oposto ocorre por ocasião do período estiagem. Tabela 2 –Irradiaçãosolar diária média mensal (kWh/m². dia),para coordenada UTM 1,4° Latitude Sul e 48,504444° Longitude Oeste. Mês Inclinação 0° n plano horizontal Inclinação 1° n ângulo igual á latitude Maior média anual inclinação 3°n Maior mínimo mensal inclinação 2°n Janeiro 4,33 4,30 4,25 4,28 Fevereiro 4,17 4,16 4,13 4,14 Março 4,17 4,17 4,16 4,16 Abril 4,11 4,12 4,14 4,13 Maio 4,89 4,92 4,98 4,95 Junho 5,06 5,10 5,18 5,14 Julho 5,67 5,71 5,80 5,76 Agosto 6,03 6,06 6,11 6,09 Setembro 5,58 5,58 5,59 5,59 Outubro 5,89 5,87 5,83 5,85 Novembro 5,61 5,58 5,50 5,54 Dezembro 5,11 5,07 5,00 5,03 Fonte: Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito (2016). 41 Gráfico 1 – Irradiação solar Fonte: elaborado pela autora,2017. 3.2.1 Dimensionamento do sistema nos meses de melhorirradiância Foi prevista a colocação do gerador fotovoltaico em área predeterminada, dispondo-o distante de objetos que pudessem gerar sombreamento, principalmente, nos meses considerados de melhor irradiância definidos pelo SunData. 3.3 DESCRIÇÃO DO PROJETO DE COBERTURA FOTOVOLTAICA 3.3.1Placas solares As placas solares foram selecionadaspor meio de simulação feita pela Elektsolar Innovations(https://elektsolar.com. br), através de planilhas de cálculosque realizam simulações energéticas de economia de energia e sugestões de modelos de conjuntos fotovoltaicos. As características dos módulos escolhidos para compor o sistema foram extraídas do manual do fabricante (Anexo A). A marca desse aparato é aCSUN, modeloCSUN260-60Ppolicristalino, de potência nominal de 260 Wp. Cada placa terá a dimensão de 1654x998x6mm, com 60 células, protegidas por uma tampa frontal de 2,5 mm de vidro temperado, moldura em liga de alumínio 0 1 2 3 4 5 6 7 Ja ne iro M ar ço M ai o Ju llh o Se te m br o N ov em br o KW h/ m ².d ia Meses do ano IRRADIAÇÃO SOLAR DIÁRIA MÉDIA MENSAL Inclinação 0° N plano Horizontal Inclinação 1° N ângulo igual a latitude Maior média anual inclinação 3° N Maior mínimo Mensal inclinação 2°N 42 anodizado, chegando a pesar 24,7Kg, utilizando um espaço de 603,72 m², atendendo a uma demanda de eletricidade de potência de 75,46 kWp, tensão 127/220V (Tabela 3). Tabela 3 – Definição do módulo fotovoltaico Caracteristicas do Módulo desejado – CSUN 260-60P-DG Potência nominal Pmpp Wp 260 Tensão do ponto de máxima potência Vmpp V 28,1 Corrente do ponto de máxima potência Impp A 6,82 Tensão de circuito aberto Voc V 34,9 Corrente de curto circuito Isc A 7,2 Comprimento L M 1654 Largura b M 988,000 Nominal Operation cell temperature NOCT ºC 20 Temperature coefficient of Pmax γ %/ºC -0,41 Temperature coefficient of Voc β %/ºC -0,32 Temperature coefficient of Vmpp β %/ºC -0,31 Temperature coefficient of Isc α %/ºC 0,053 Fonte: Elektsolar Innovations, 2017. 3.3.2Inversores Os inversores escolhidos também foram extraídosda Elektsolar Innovations,através de planilhas de cálculos. Ressalta-se que os mesmos serão da fabricante Austríaca Fronius, modelo FRONIUS PRIMO, que é um inversor comunicativo para gerenciamento de energia otimizada.As informações foram retiradas do AnexoB e transferidas para a planilha. Tabela 4 – Definição do inversor fotovoltaico Características do Inversor desejado Número de Fases 3 Mppt Entrada – CC A B Potência de entrada máx. DC power Pccmax W 12000 12000 Tensão de entrada máx. Vccmax V 1000 1000 Faixa de tensão do seguidor - MAX mpp Vmpp V 800 800 Tensão nominal Vmpp V 710 710 Faixa de tensão do seguidor - MIN mpp Vmpp V 800 800 Corrente máxima do MPPT Impp A 12 12 Corrente de curto circuito máx. Iccmax A 18 18 Numero de entradas DC (Strings) Unid 2 2 43 Saída – CA Potência de saída nominal Pca W 230 Tensão de saída nominal Vca V 3500 Corrente de saída máx. Icamax A 16 Fonte: Elektsolar Innovations, 2017. 3.3.3Dimensionamento da tipologia do gerador Após a inserção dos dados requeridos automaticamente, a planilha da Elektsolar Innovations gera a quantidade de placas e inversores necessários para atender à demanda do sistema, conforme Tabela 5.Tabela 5 – Características da tipologia do gerador fotovoltaico Características daGerador Fotovoltaico Número de Módulos do KIT 296 Número de Inversores do KIT 8 Número de Módulos por Inversor 37 Fonte: Elektsolar Innovations, 2017. Após esta etapa, foi verificado a compatibilidade do arranjo Fv com o inversor, conforme Tabela 6. Tabela 6 – Compatibilidade do arranjo Fotovoltaico com o inversor Compatibilidade da Painel solar com inversor Fator de Dimensionamento do Inversor - FDI 120% MAX. de módulos por inversor (FDI) 1,06 1 Temperaturas Limites (Min. ; Max.)- °C -5 95 MAX. de módulos em série (Voc) 26,53 26,00 MAX. de módulos em série (Vmpp) 26,42 26 MIN. de módulos em série (Vmpp) 37,09 38 MAX. de séries por Mppt (Impp) 1,69 1 MAX. de séries por Mppt (Icc) 2,40 2 Quantidade de Modulos IDEAL por serie 28,84 29 Conferir características do arranjo fotovoltaico com as do Inversor Temperatura de Simulação °C 60 Seguidor de maxima potencia Mppt A B Número de módulos em série 16 16 Número de séries 1 1 44 Potência do painel - Pfv,painel W 3477,8 3477,8 Tensão de circuito aberto do painel - Uoc, painel. V 486,9 486,9 Tensão nominal do painel - Vmpp, painel V 393,8 393,8 Corrente nominal do painel - Impp, painel. A 6,96 6,96 Corrente de curto circuito do painel - Icc, painel. A 7,35 7,35 Caracteristicas do Arranjo Fotovoltaico Dimensionado / Inversor Seguidor de máxima potencia Mppt A B Potência Instalada kWp 4,16 4,16 Área necessária para implantação do Arranjo m² 603,72 603,72 Geração anual estimada kWh 6.178,29 6.178,29 Fonte: Elektsolar Innovations, 2017. Todos os geradores serão compostos por módulos fotovoltaicos de mesmo fabricante e modelo, assim como os inversores,afim de evitar a possibilidade de incompatibilidade na operação do sistema. Cada grupo gerador constituirá a ligação demódulos fotovoltaicos de 3477,8 wa 08 inversores de 4,16kWp cada,sendo a cada 37 módulos 1 inversor. 3.4PROJETO ARQUITETÔNICO Tomando por base os critérios adotados por Villava e Gazoli (2012), dispostos na Tabela 7, foi possível descrever o ângulo de inclinação ideal para os painéis solares.No caso de Belém, por estar posicionada na latitude de 1,4° Latitude Sul e 48, 504444°Longitude Oeste (coordenada UTM), adotou-se o ângulo de 0º a 10° de latitude local. Tabela 7– Ângulode inclinação recomendado Latitude Local Ângulo de InclinaçãoRecomendado 0° a 10° φ = 10° 11° a 20° φ = latitude 21° a 30° φ = latitude + 5° 31° a 40° φ = latitude + 10° 41° oumais φ = latitude + 15° Fonte: Villalva e Gazoli, (2012.). 45 Será construída cobertura no estacionamento e sobre ela disposta as placas, cobrindo uma área de com área total de 603,72 m², e cada uma possui uma metragem de 2,50 x 5,00. De acordo com Campos e Alcântara (2013), em Belém (cidade mais próxima de Marituba), por sua proximidade com a linha do Equador, os períodos do ano nos quais os painéis devem estar voltados para o polo norte e para o polo sul são, aproximadamente, iguais em duração. Mediante o exposto, foi elaborada uma proposta arquitetônica conforme a Figura 24. Figura 24 – Modelo arquitetônico para cobertura fotovoltaica (cenário atual do aterro) Fonte: Guamá Tratamentos, 2017. Abaixo, constata-se uma proposta arquitetônicapara a construção de um estacionamento coberto, com a inserção de um telhado para acoplar placas fotovoltaicas. Figura 25 – Projeto arquitetônico do estacionamento (cenário futuro) Fonte: elaborado pela autora, 2017. 46 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Há alguns anos, a energia solar é competitiva na comparação com fontes mais tradicionais de energia. Na Alemanha, por exemplo,o preço dos painéis solares é bemmais atrativo. Essa tecnologia entrou no Brasil mais recentemente, embora ainda não seja tão rentável, pois o material utilizado é importado e de alto custo, mas, em contrapartida, é altamente benéfico, em razão de não ser uma fonte que prejudique o meioambiente e não emita carbono na atmosfera. 4.1 CUSTO DE AQUISIÇÃO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO Para fazer a análise econômica e financeira, foi necessário levantar o custo do total a ser investido no empreendimento, o qual, no caso dos módulos, foi calculado em função da área disponível para aplicação da tecnologia. Os módulos menos eficientes, normalmente, possuem melhor relação custo por m², podendo ocupar uma grande área de cobertura por um baixo investimento, enquanto que módulos mais eficientes são escolhidos quando a área desejada ou disponível para ser ocupada tem dimensões já definidas, não podendo ser ultrapassadas, como é o caso desse estudo. A Tabela 8 mostra o custo de aquisição dos principais componentes da cobertura fotovoltaica. Tabela 8 – Custo de aquisição dos principais componentes de um sistema fotovoltaico MODELO FABRICANTE DESCRIÇÃO QTDE. POTÊNCIA TOTAL MÁX. CUSTO TOTAL CSUN260-60P CSUN PAINEL FV. 296placas 260 W (potência nominal) R$258,350,00 Fronius Primo FroniusShiftingthelimits INVERSOR 8 4,16 kWp R$ 74.320,00 Cabeamento - Cabeamento em geral Área de 603,72m² R$9.000,00 Mão de obra - Operadores 5 R$22.680,00 Projeto elétrico - Engenheiros 1 R$13.000,00 CUSTO TOTAL R$377.350,00 Fonte: elaborado pela autora, 2017. 47 4.2 ANÁLISE DE DADOS DO CONSUMO ENERGÉTICO DO ATERRO Os dados mais importantes a serem observados, além do custo, são o baixo coeficiente de temperatura e boa eficiência das células (que implicará em menor área do módulo em função da potência gerada). Devido ao baixo custo, excelente coeficiente de temperatura e boa eficiência do módulo, o painel fotovoltaico selecionado para a simulação do presente estudo possui uma outra vantagem a ser considerada em relação às demais: a quantidade de silício residual gerado durante o processode corte das células fotovoltaicas é bem menor, em comparação com monocristalino. Considerou-se, também, que os painéis policristalinos tendem a ser um pouco mais baratos do que os painéis solares monocristalinos, além da vida útil dos painéis policristalinos ser maior que 30 anos e teremgarantia de 25 anos. Tabela 9 – Consumo anual Meses do Ano Qtde. Dias Consumo Diário (kWh) Consumo Mensal (kWh) Preço Consumo ponta (médio) Preço Consumo fora ponta (médio) Preço Demanda ativa (média) Custo do kWh Médio Gasto Mensal R$ (com tributos: ICMS, PIS, COFINS). Janeiro 31 597,96 18.536,76 3.28 0,42 28,29 0,80 14.829,41 Fevereiro 28 597,96 16.742,88 3,28 0,42 28,29 0,80 13.394,30 Março 31 597,96 18.536,76 3,28 0,42 28,29 0,80 14.829,41 Abril 30 597,96 17.938,80 3.28 0,42 28,29 0,80 14.351,04 Maio 31 597,96 18.536,76 3,28 0,42 28,29 0,80 14.829,41 Junho 30 597,96 17.938,80 3,28 0,42 28,29 0,80 14.351,04 Julho 31 597,96 18.536,76 3,28 0,42 28,29 0,80 14.829,41 Agosto 31 597,96 18.536,76 3,28 0,42 28,29 0,80 14.829,41 Setembro 30 597,96 17.938,80 3,28 0,42 28,29 0,80 14.351,04 Outubro 31 597,96 18.536,76 3.28 0,42 28,29 0,80 14.829,41 Novembro 30 597,96 17.938,80 3.28 0,42 28,29 0,80 14.351,04 Dezembro 31 597,96 18.536,76 3,28 0,42 28,29 0,80 14.829,41 Fonte: elaborado pela autora, 2017. 48 Gráfico 2 – Consumo Anual Fonte: elaborado pela autora,2017. Os meses demaior consumo sinalizados no gráfico acima, segundo a Nota Técnica nº 125 da Agência Nacional de Energia Elétrica (2017), inserem-se no consumo fora ponta, que são as horas consecutivas e complementares, às definidas nos horários de ponta, para os quais a CELPA atualmente adota o intervalo entre as 18:30 e 21:30h. Os horários ponta e fora ponta estão intimamente ligados aos valores cobrados nas tarifasda conta de energia elétrica. O posto tarifário para o horário de ponta é bem mais custoso do que o consumo fora ponta. 4.3 GERAÇÃO FOTOVOLTAICA ESPERADA Nesta seção, serão discutidas e quantificadas as perdas esperadas em um sistema conectado à rede. Verdade é que para uma criteriosa estimativa de geração fotovoltaica conectada à rede, é de extrema importância a consideração desses valores frente à representação negativa que ela possui no estudo de viabilidade econômica. De acordo com Miranda (2014), as perdas são geradas por diversos motivos, sendo os principais: a queda de tensão no lado DC, queda no lado AC, eficiência do inversor, diodos e conexões, degradação por incidência inicial da luz, transformadores de isolamento, sombreamento e dados incorretos de placa (remete à confiabilidade do fornecedor).Com a metade do consumo em 50%da demanda, esse sistema se comportaria conformeo gráfico e a tabela abaixo: 15.500,00 16.000,00 16.500,00 17.000,00 17.500,00 18.000,00 18.500,00 19.000,00 Ja ne iro Fe ve re iro M ar ço Ab ril M ai o Ju nh o Ju lh o Ag os to Se te m br o O ut ub ro N ov em br o De ze m br o Co ns um o kW h/ m ês Meses do ano Consumo Anual Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Tabela 10 – Comportamento do sistema fotovoltaic consumo usando apenas 50% da rede Comportamento do Sistema SFCR gerando 50% da demanda de consumo MESES DO ANO QTDE. DIAS CONSUMO DIÁRIO Janeiro 31 298,98 Fevereiro 28 298,98 Março 31 298,98 Abril 30 298,98 Maio 31 298,98 Junho 30 298,98 Julho 31 298,98 Agosto 31 298,98 Setembro 30 298,98 Outubro 31 298,98 Novembro 30 298,98 Dezembro 31 298,98 Fonte: elaborado pela autora, 2017. Considerando estudos realizados e análises criteriosos em alguns ensaios e artigos científicos mundiais, transcreveram para o sistema, considerando a realidade do local onde será instalado. Gráfico 3 – Fonte: elaborado pela autora 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 JA N EI RO FE VE RE IR O M AR ÇO Comportamento do Sistema Fotovoltaico SFCR Comportamento do sistema fotovoltaico SFCR com a metade do consumo usando apenas 50% da rede Comportamento do Sistema SFCR gerando 50% da demanda de consumo CONSUMO DIÁRIO (kWh) CONSUMO MENSAL (kWh/mês) Custo kWh (imposto + tarifa) % GASTO MENSAL R$ 298,98 9268,38 R$0,80 7414,704 298,98 8371,44 R$0,80 6697,152 298,98 9268,38 R$0,80 7414,704 298,98 8969,4 R$0,80 7175,52 298,98 9268,38 R$0,80 7414,704 298,98 8969,4 R$0,80 7175,52 298,98 9268,38 R$0,80 7414,704 298,98 9268,38 R$0,80 7414,704 298,98 8969,4 R$0,80 7175,52 298,98 9268,38 R$0,80 7414,704 298,98 8969,4 R$0,80 7175,52 298,98 9268,38 R$0,80 7414,704 , 2017. Considerando estudos realizados e análises criteriosos em alguns ensaios e artigos científicos mundiais, transcreveram-se na tabela valores típicos esperad para o sistema, considerando a realidade do local onde será instalado. – Comportamento do sistema fotovoltaico SFCR elaborado pela autora, 2017. M AR ÇO AB RI L M AI O JU N HO JU LH O AG O ST O SE TE M BR O O U TU BR O N O VE M BR O DE ZE M BR O Comportamento do Sistema Fotovoltaico SFCR CONSUMO (Kwh/mês) GASTO MENSAL R$ 49 o SFCR com a metade do Comportamento do Sistema SFCR gerando 50% da demanda de consumo GASTO MENSAL R$ REAJUSTE ANUAL % 7414,704 7,38% 6697,152 7,38% 7414,704 7,38% 7175,52 7,38% 7414,704 7,38% 7175,52 7,38% 7414,704 7,38% 7414,704 7,38% 7175,52 7,38% 7414,704 7,38% 175,52 7,38% 7414,704 7,38% Considerando estudos realizados e análises criteriosos em alguns ensaios e abela valores típicos esperados para o sistema, considerando a realidade do local onde será instalado. mportamento do sistema fotovoltaico SFCR Comportamento do Sistema Fotovoltaico SFCR CONSUMO (Kwh/mês) GASTO MENSAL R$ 50 4.3.1 Geração total Para esse cálculo, utilizou-se as equações abaixo. Baseado, então, nas informações já estabelecidasneste estudo, foi calculada a geração fotovoltaica esperada com a implantação do sistema. Para obtenção do resultado, utilizou-se a Equação 1 para o cálculo de geração sem perdas(MIRANDA,2014). Equação 1 – Geração Total de energia solar calculada para um mês GT = = ∑ ࡵ࢚ୀ . . n- número de dias do mês I0- Radiação média diáriado mês em questão (kWh/m2.dia) A-Àrea total de painéis fotovoltaícos n- Eficiência do painel 4.3.2 Geração total com perdas Equação 2 – Geração total de energia solar calculada com perdas para o mês GTP = = ∑ ࡵ࢚ୀ . . (1-P) n- número de dias do mês I0- Radiação média diáriado mês em questão (kWh/m2.dia) A-Àrea total de painéis fotovoltaícos n- Eficiência do painel P- Perda Percentual do sistema A equação 2 foi calculada considerando as perdas Típicas em um sistema fotovoltaico conectado à rede, mostrado na Tabela 11. 51 Tabela 11 – Perdas típicas em um sistema fotovoltaico conectado à rede Fonte: adaptado de Laronde, 2010. Para obter os resultados da Tabela 12, calculou-se as equações 1 e 2. Perda Variação Mínima e Máxima de Perda (%) Percentual Adotado (%) Rendimento Nominal do Módulo e da Radiação de 1000 W/m² -5 a 10 2,5 Temperatura do Módulo -3 a 6 3,5 Condutores no Lado DC 1 a 3 2 Condutores no Lado CA 0,7 a 2 1 Eficiência do Invresor na Conversão 1 a 15 1,5 Mismatch no MPPT 1,5 a 3 2 Sombreamento 0 a 100 0 Diodos e Conexões 0,3 a 0,5 0,5 Transfomadores (como os de isolante no Inversor) 2 a 4 2 Sistema Solar – Tracking 0 a 2 0 Degradação na Incidência Solar Inicial 1 a 10 1 Indisponibilidade do Sistema 0 a 0,5 0 SujeiranosMódulos 2 a 25 2 Total de Perdas - 18 52 Tabela 12 – Geração esperada MÊS Ângulo igual à latitude 1° kWh/m². dia Área Total (m²) Eficiência do Painel (%) Consumo energia (kWh) total mensal Geração com perdas (18%) CONSUMO (kWh/mês) Geração percentual Janeiro 4,30 603,72 16% 12.884 10.558 18.536,76 57% Fevereiro 4,16 603,72 16% 11.258 9.226 16.742,88 55% Março 4,17 603,72 16% 12.495 10.239 18.536,76 55% Abril 4,12 603,72 16% 11.947 9.790 17.938,80 55% Maio 4,92 603,72 16% 14.742 12.081 18.536,70 65% Junho 5,10 603,72 16% 14.788 12.119 17.938,80 68% Julho 5,71 603,72 16% 17.109 14.021 18.536,76 76% Agosto 6,06 603,72 16% 18.158 14.880 18.536,76 80% Setembro 5,58 603,72 16% 16.180 13.259 17.938,80 74% Outubro 5,87 603,72 16% 17.588 14.413 18.536,76 78% Novembro 5,58 603,72 16% 16.180 13.259 17.938,80 74% Dezembro 5,07 603,72 16% 15.191 12.449 18.536,76 67% TOTAL 178.521 146.296 218.255,34 67% Fonte: elaborado pela autora, 2017. Gráfico 4 – G Fonte: elaborado pela Na Tabela 12, foi informad nestes valores, foi calculad datasheet, esta depreciação é de 0,8% ao ano. Além disso, para chegar ao valor de geração real, foi considerado ainda perdas elétricas de 18%, diminuindo valores de geração aproveitados como receita. 4.4ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA DO A análise econômica presente nas tabelas acima foirealizada conta as variantes de que Retorno(payback)1 não deve apresentar longos períodos, a Taxa Interna de Retorno (TIR)2 deve ser mai como o Valor Presente Líquido(VPL) As tarifas de energia elétrica presentes nesta análiseforam obtidas através do preço do kWh cobrado pela ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre 1 Quantificação do tempo que o investidor
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