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Farmacologia dos Antiparkinsonianos e Antipsicóticos

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Farmacologia dos Antiparkinsonianos
e Antipsicóticos
DESCREVER O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO PARA DOENÇA DE PARKINSON (DP) E DA
ESQUIZOFRENIA (USO DE ANTIPSICÓTICOS), ASSIM COMO EFEITOS ADVERSOS DESTES
MEDICAMENTOS.
AUTOR(A): PROF. TATIANA CRISTINA FERREIRA ARAMINI
AUTOR(A): PROF. VIVIANI MILAN FERREIRA RASTELLI
O que é a doença de Parkinson?
A doença de Parkinson (DP) pertence a um grupo importante de patologias debilitantes, as doenças
neurodegenerativas. A DP é detectada em mais de 1% da população com mais de 65 anos. Com o
envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam morte progressiva das células nervosas que
produzem a dopamina. Algumas pessoas, entretanto, perdem essas células (e consequentemente diminuem
muito mais seus níveis de dopamina) num ritmo muito acelerado e assim acabam por manifestar os
sintomas da doença. Na DP, então, ocorre a destruição extensiva dos neurônios dopaminérgicos,
especialmente em uma área denominada de substância negra, enquanto que os neurônios do córtex e
diversas outras áreas não são afetadas. 
A via dopaminérgica nigroestriatal é formada por neurônios dopaminérgicos que se projetam da substância
negra para o corpo estriado. Neurônios da substância negra liberam dopamina no estriado. O estriado envia
projeções para os núcleos da base, que por sua vez são importantes na normalidade da função motora. Com
a redução de dopamina nesta área, ocorre como consequência o aumento de ACH (acetilcolina),  levando a
um desequilíbrio entre estes neurotransmissores e ativando o processo de contração muscular (disfunção
motora).
  Não há um padrão hereditário muito bem definido na DP. Embora já sejam conhecidos alguns genes
relacionados à ocorrência da DP, ela habitualmente não é uma doença hereditária. Fatores ambientais,
como contaminação com agentes tóxicos (agrotóxicos e resíduos químicos), agentes infecciosos, toxinas e
lesões encefálicas adquiridas foram sugeridos para explicar os distúrbios neurodegenerativos.  
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O controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos, que permitem o
diagnóstico clínico de parkinson. O quadro clínico basicamente é composto de quatro sinais principais:
Tremor em repouso;
Bradicinesia: lentidão e pobreza dos movimentos voluntários;
Rigidez muscular;
Instabilidade postural (dificuldades relacionadas ao equilíbrio,  distúrbios da marcha que podem resultar
em quedas frequentes).
A forma mais comum do parkinsonismo é a DP idiopática, descrita por James Parkinson em 1817. Sem
tratamento, a DP progride ao longo de 5- 10 anos para um estado de rigidez e acinesia (falta de movimento,
imobilidade) no qual o paciente não consegue cuidar de si próprio. A morte geralmente resulta de
complicações de imobilidade, como a pneumonia por aspiração ou embolia pulmonar. A disponibilidade de
tratamento farmacológico eficaz resultou em um melhor prognóstico da DP, onde na maioria dos casos, é
possível manter uma mobilidade funcional satisfatória durante muitos anos.  
 
SíNTESE, METABOLISMO E RECEPTORES DE
DOPAMINA
A dopamina é um neurotransmissor sintetizado a partir do aminoácido tirosina, necessitando da
ação de duas enzimas: tirosina hidroxilase que converte tirosina em L-DOPA. A L-dopa sofre uma
descarboxilação por meio da enzima dopa descarboxilase, sendo transformada então em dopamina
(DA). Uma vez que a dopamina é liberada na fenda sináptica ela pode ser degradada por enzimas
(MAO – monoaminooxidades e COMT catecol-O-metil-transferase), pode ser recaptada para o
botão sináptico ou atuar em receptores pré ou pós-sinápticos. Destacam-se os receptores D1
(ligados a proteína Gs) e receptores D2 (ligados a proteína Gi). No entanto, estudos mais recentes já
demonstram a existência de 5 tipos de receptores dopaminérgicos (D1 – D5). 
02 / 13
Legenda: SìNTESE E LIBERAçãO DA DOPAMINA E PONTOS DE AçãO DOS ANTIPARKINSONIANOS
O mecanismo de ação dos antiparkinsonianos consistem ou no aumento da DA (que está em falta) ou na
redução da ACH (que está em excesso), na via nigro-estriatal.
Observe os números de 1 a 5 descritos no esquema acima e verifique o mecanismo de ação e fármacos em
cada uma das situações ilustradas. Estas vias representam fármacos de ação dopaminérgica (que objetivam
aumentar as ações da dopamina), o mecanismo de bloqueio muscarínico não está ilustrado nesta imagem.
03 / 13
TRATAMENTO MEDICAMENTO DA DOENÇA DE
PARKINSON (DP)
1) Levodopa + Carbidopa ou Levodopa + Benzerazida
 
A levodopa, é o precursor metabólico da DA e isoladamente é o fármaco mais eficaz para o tratamento da
DP. Quando administrada por via oral a levodopa é absorvida pelo intestino delgado e atinge a circulação
sistêmica. Levodopa precisa ultrapassar a barreira hematoencefálica (BHE) para ser convertida em
dopamina através da enzima dopa descarboxilase nos neurônios dopaminérgicos. No entanto, se a levodopa
for convertida em dopamina na periferia, não seria possível obter os efeitos terapêuticos, pois, dopamina já
convertida não ultrapassa a BHE.
O segundo fármaco presente nas formulações farmacêuticas (carbidopa ou benzerazida) garante a
disponibilidade de levodopa até o SNC. Tanto a carbidopa como a benzerazida são antagonistas da enzima
dopa descarboxilase periférica (não sendo possível bloquear a dopa descarboxilase do SNC), uma vez que
ambos os fármacos não ultrapassam a BHE. Sendo assim, a carbidopa e a benzerazida bloqueiam dopa
descarboxilase periférica e garantem que levodopa não seja convertida na periferia, desta forma, ultrapassa
a BHE e somente nos neurônios dopaminérgicos haverá a conversão em dopamina.
Nos estágios iniciais da doença, a intensidade da melhora dos sintomas pode ser praticamente total. Já nos
estágios mais avançados e / ou após anos de tratamento, os pacientes vivenciam um fenômeno denominado
“ON/OFF” / “liga-desliga”. Ou seja, estado “desligado” (sem qualquer benéfico do fármaco) e estado ligado
(com benefícios, porém com discinesias incapacitantes). Esse efeito “ON/OFF” ou “liga/desliga” pode fazer
o paciente parar de andar de repente, e fazê-lo sentir-se fixado no chão. Na tentativa de reverter esses
efeitos são utilizadas administrações de doses menores com intervalos mais curtos.
Exemplos de discinesias incapacitantes:
Movimento coreiforme: Movimentos involuntários parecidos a sequências aleatórias ou desordenadas de
fragmentos de movimentos propositais que afetam tipicamente as extremidades superiores e inferiores e a
face: os punhos se sacodem, os dedos dos pés se contorcem, a língua se projeta, os lábios são contraídos ou
contorcidos em um sorriso bizarro.
Discinesia orofacial: Movimentos involuntários buco-linguo-maxilar com projeção de lingua.
Distonia: Movimento involuntário que pode ocorrer em qualquer região do corpo de maneira localizada
(focal) ou mesmo generalizada e se caracteriza por uma contração involuntária em desarmônica dos
músculos que provoca postura anormal do corpo (cabeça, mão, tronco ou pé) e está frequentemente
associado a dor.
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Efeitos colaterais: Além das discinesias, o tratamento com levodopa pode provocar alucinações e confusão,
especialmente em pacientes idosos ou com disfunção cognitiva pré-existente. Arritmias cardíacas,
incluindo taquicardia, extra-sístoles ventriculares e fibrilação atrial, são efeitos atribuídos a formação de
catecolaminas periféricas.
2) Inibidores seletivos da MAO-B
A enzima MAO-B está relacionada a degração da dopamina, portanto, para tratamento da DP é de interesse
bloquear a MAO-B e não a MAO-A (que degrada noradrenalina e serotonina).
Nesta classe podemos citar o único representante no Brasil: Selegilina
Um outro fármaco desta classe chamado rasagilina está disponível somente nos E.U.A e na Europa.
Com o bloqueio de MAO-B de forma irreversível,ocorre o aumento da disponibilidade da dopamina.
Geralmente é associada ao tratamento com levodopa + carbidopa. O tratamento coadjuvante reduziu
significativamente o efeito “liga-desliga” observado com levodopa na DP avançada. Geralmente é bem
tolerada, mas também pode causar alucinações.
3) Aumento da liberação de dopamina
A amantadina é o único representante desta classe.
A amantadina parece alterar a liberação de DA no estriado, tem propriedades anticolinérgicas e também
bloqueia os receptores de glutamato do tipo NMDA. Os efeitos da amantadina são modestos e é utilizada
como tratamento inicial para pacientes com doença branda ou como coadjuvante em pacientes tratados
com levodopa que apresentam o efeito “liga-desliga”. As propriedades antidiscinéticas da amantadina
foram atribuídas ás suas ações nos receptores NMDA.
Efeitos colaterais: tontura, letargia, distúrbios do sono, efeitos anticolinérgicos, náusea e vômitos.
4) Inibidores da COMT
Fármacos: Tolcapona e Entacapona
Estes fármacos possuem como mecanismo de ação o bloqueio da enzima COMT (catecol-O-metil-
transferase) que faz a degradação da dopamina.
A tolcapona tem tempo de ½ vida maior que o fármaco entacapona.
Efeitos colaterais: incluem náuseas, hipotensão ortostática, delírios e alucinações. Especialmente a
tolcapona está associada a hepatotoxicidade. Aproximadamente 2% dos pacientes tiveram aumento dos
níveis séricos de alanina e da aspartato aminotransferase. Usar somente nos pacientes que não respondem
satisfatoriamente aos outros tratamentos, no entanto, requer monitorização hepática.
5) Agonistas dopaminérgicos
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Os fármacos agonistas dopaminérgicos mimetizam as ações da dopamina sem necessitar de conversão
enzimática (como ocorre com a levodopa). Isto constitui uma vantagem terapêutica uma vez que independe
da capacidade funcional dos neurônios nigroestriatais. Em geral, possuem ações mais prolongadas que a
levodopa. A duração da ação dos agonistas dopaminérgicos é entre 8-24 horas e a levodopa é entre 6-8
horas, e são particularmente eficazes nos pacientes que desenvolveram o fenômeno “liga-desliga”.
Fármacos:
Bromocriptina
Pergolida
Pramipexol
Devem ser iniciados em baixas dosagens de modo que o aumento de dose ocorra de forma gradual para uma
menor incidência de efeitos colaterais. Os agonistas dopaminérgicos podem causar: fadiga, sonolência,
náuseas, vômitos, constipação, hipotensão ortostática, delírios e alucinações.
6) Antagonistas colinérgicos
Os antagonistas dos receptores muscarínicos da acetilcolina foram amplamente utilizados no tratamento
da DP antes da descoberta da levodopa.
Fármacos:
Triexifenidil
Biperideno
Possuem atividade antiparkinsoniana modesta, sendo utilizados apenas no tratamento da DP em estágio
inicial ou como coadjuvante com os outros tratamentos que aumentam as ações de dopamina.
Efeitos colaterais: relacionados as ações anticolinérgicas  como boca seca, retenção urinária, constipação,
visão turva, sedação e confusão mental.
ANTIPSICÓTICOS (NEUROLÉPTICOS)
O que é psicose? 
 Psicose é um sintoma de doença mental caracterizado por um senso distorcido ou inexistente da realidade.
Os transtornos psicóticos têm diversas etiologias e cada uma delas exige uma abordagem de tratamento
diferenciada. Os transtornos psicóticos comuns incluem (depressão maior ou mania) com características
psicóticas, psicose induzida por substâncias, demência com características psicóticas, esquizofrenia, entre
outros. Em resumo, o diagnóstico de esquizofrenia exige a presença de psicose, mas pode haver psicose em
outras doenças e não exclusivamente na esquizofrenia.
06 / 13
DOPAMINA E A ESQUIZOFRENIA
A esquizofrenia tem uma prevalência mundia de 1% e os sintomas são divididos entre positivos e
negativos. 
Os sintomas negativos ocorrem normalmente na adolescência e é caracterizado por inibições
psíquicas e comportamentais: Embotamento afetivo, ausência de emoções, redução da iniciativa,
anedonia, pobreza de auto cuidado, redução no desempenho social.
Os sintomas positivos ocorrem mais tardiamente após um gatilho** e é caracterizado por
exacerbações psíquicas e comportamentais, tais como delírios e alucinações. **gatilho: Os
sintomas iniciais são os sintomas negativos, após alguma situação de gatilho que o paciente
poderá ter o primeiro surto psicótico (normalmente isso ocorre em adultos jovens na faixa de 20 -
25 anos). Destaca-se como gatilho o estresse excessivo, contato com drogas de abuso como
maconha, cocaína e/ou a privação de sono.
Dentre os delírios podemos destacar que o paciente apresenta uma ideia falsa, fixa e persistente,
por exemplo, delírios de perseguição e de grandiosidade; Também podemos destacar distúrbios do
pensamento (bloqueio), concretismo (não sabe o que é real ou imaginário). Dentre as alucinações
destacam-se alucinações de perseguição, visuais e auditivas (o paciente ouve vozes e vê pessoas ou
seres bizarros que lhe dão comandos), além de alucinações cinestésicas (falsas sensações
relacionadas ao movimento, por exemplo, sentir que está de cabeça para baixo); alucinações
gustativas (sentir gosto metálico), táteis (sentir que aranhas andam no seu corpo); olfativas (sentir
cheiro de gases que não estão presentes no ambiente real). Ou seja, uma serie de alterações
totalmente distorcidas da realidade que o paciente acredita vivenciar.   Devido as alucinações de
perseguição e vozes que lhe dão comando, um paciente não tratado pode ser potencialmente
perigoso para a sociedade. Não é incomum, presenciarmos relatos na mídia de assassinatos
cometidos pelo paciente esquizofrenico, até mesmo contra seus familiares. Vale ressaltar que um
paciente diagnosticado e tratado poderá ter uma vida praticamente normal.
 
A classe de antipsicóticos, também conhecido como tranquilizantes maiores ou neurolépticos são fármacos
utilizados comumente, mas não exclusivamente, para tratamento da  esquizofrenia. Embora esta doença
não tenha cura, é possivel manter um bom controle dos sintomas e o paciente poderá se manter em
convivio com a sociedade, podendo ser produtivo no trabalho e/ou ambiente escolar, desde que utilize a
medicação corretamente (evitando novos surtos).
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Dentre as teorias para o desenvolvimento da esquizofrenia, destaca-se a teoria da hiperatividade
dopaminérgica no sistema límbico. Já os sintomas negativos parecem ser decorrentes de uma hipoatividade
no córtex frontal. 
Conforme mencionado acima neste tópico -quando tratamos da doença de parkinson (DP), foram clonados
em humanos cinco tipos de receptores dopaminérgicos:D1, D2, D3, D4 e D5. A ligação da dopamina
endógena aos receptores dopaminérgicos pós-sinápticos, resultarão em uma série de alterações
bioquímicas e eletrofisiológicas nas células pós-sinápticas, as quais somadas e propagadas culminarão em
respostas orgânicas específicas. Para compreendermos os efeitos colaterais destes medicamentos, é
importante conhecermos as 4 vias dopaminérgicas no SNC:
RESPOSTA VIA CORPO CELULAR INERVAÇÃO
Endócrina Túbero-Infundibular Hipotálamo Hipófise
Motora Nigro-Estriatal Substância Negra Estriado
Psíquica
Meso-Límbica
 
Meso-Cortical
 
Área Ventral
tegumentar mesoencefálico
    
   Sistema Límbico
 
  Córtex Frontal
 
VIAS DOPAMINéRGICAS DO SNC
A) Neurônios que se projetam da substância negra para o estriado (via nigro-estriatal), são
responsáveis pela resposta motora.
B) Neurônios que se projetam da área vental tegumentar mesoencefalica para o sistema límbico e
C) para o córtex frontal, são responsáveis pela resposta psíquica. Estas duas vias que estão
diretamente envolvidas com os sintomas positivos e negativos da esquizofrenia;
D) Neurônios que se projetam do hipotálamo para a hipófise são responsáveis pela respostaendócrina.
O tratamento da esquizofrenia é decorrente da ação destes medicamentos nas vias B e C. Já as
ações nas vias A e D serão responsáveis, exclusivamente, pelos efeitos colaterais desta classe de
medicamentos. 
Objeto disponível na plataforma
Informação:
08 / 13
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA ESQUIZOFRENIA
Efeitos colaterais: A eficácia clinica dos neurolépticos é atribuída ao antagonismo dos receptores
dopaminérgicos D2 localizados nas estruturas límbicas. Entretanto, o bloqueio propiciado por estas
substâncias em outras estruturas é responsável pelo aparecimento de efeitos indesejados. Distúrbios
endócrinos resultam do bloqueio dos receptores dopaminérgicos na via túbero-infundibular e distúrbios
motores como a discinesia tardia e o parkinsonismo iatrogênico são decorrentes do bloqueio de receptores
da via nigro-estriatal. 
Os antipsicóticos são dividos entre típicos (clorpromazina e haloperidol), e atípicos (clozapina, risperidona,
ziprasidona, olanzapina e aripiprazol).
Antipsicóticos Típicos (1º geração)
Clorpromazina
Haloperidol
Por mais de 30 anos, o tratamento da esquizofrenia baseou-se no uso de neurolépticos típicos. Essas drogas,
que são antagonistas potentes e específicos de receptores dopaminérgicos centrais do tipo D2, são eficazes
contra os sintomas positivos, e melhoram de forma significativa a qualidade de vida de milhares de
pacientes. No entanto, apresentam dois problemas: são pouco eficazes contra os sintomas negativos da
esquizofrenia e frequentemente causam uma alta incidência de efeitos extrapiramidais, que pioram a
qualidade de vida dos pacientes, levando a não adesão ao tratamento e a um alto risco de novos surtos.
Os efeitos colaterais extrapiramidais produzidos por neurolépticos típicos ocorrem principalmente devido
ao desenvolvimento do fenômeno de supersensibilidade dopaminérgica que ocorre devido ao bloqueio
prolongado de receptores de dopamina imposto pelos neurolépticos típicos, que gera uma resposta
compensatória de proliferação dos dopaminoreceptores. Podemos destacar o parkinsonismo iatrogênico
(são os mesmos sintomas do Parkinson doença, mas são induzidos pelo fármaco). Logo, a retirada da droga
tende a atenuar e melhorar completamente os tremores que podem ocorrer. Já a discinesia tardia
(movimentos involuntários buco-linguo-maxilar), por vezes, pode ser irreversível. Em muitos países pelo
mundo as drogas típicas estão obsoletas devido a estes efeitos colaterais.
Outros efeitos colaterais: hipotensão postural (bloqueio de alfa-adrenoceptores), ganho de peso e sedação
(bloqueio de receptores histaminérgicos), ou constipação, boca seca e visão turva devido ao bloqueio de
receptores colinérgicos muscarínicos.
Antipsicóticos Atípicos (2º geração)
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Ziprasidona
Risperidona
Olanzapina
Quetiapina
Sertindol
Neurolépticos de 2ª geração: Surgiu então, uma nova classe de drogas, que antagoniza tanto os receptores
dopaminérgicos como os receptores serotonérgicos 5-HT2. O objetivo no desenvolvimento dessa nova
classe foi  a melhora dos sintomas negativos e menor incidência de efeitos colaterais. 
Os neurolépticos de 1ª geração, como o haloperidol, tem uma forte afinidade por receptores D2, o que faz
com que a droga ligue e permaneça ligada ao receptor por muito tempo. Já para os neurolépticos atípicos,
este perfil de ligação é diferenciado, a droga se liga e desliga do receptor, fenômeno postulado pelos autores
de “Fast Dissociation” ou "Dissociação Rápida". Assim, como a droga se desliga rapidamente  ainda permite
ligação da dopamina endógena, proporcionando os efeitos antipsicóticos sem promover a
supersensibilidade dopaminérgica, o que reduz a incidência dos efeitos colaterais motores.Podemos afirmar
então que o bloqueio dopaminérgico é suficiente para tirar o paciente do surto e insuficiente para promover
efeitos colaterais. Além disso o bloqueio serotonérgico resulta em aumento da dopamina apenas no córtex
frontal, melhorando também os sintomas negativos da doença.
Neuroléptico de 3º geração: Mais recentemente, surgiu a possibilidade da utilização de um fármaco que
atua de forma diferenciada: aripiprazol, que assim como muitos neurolépticos de 2º geração, tem atividade
no bloqueio de receptores serotonérgicos. Não obstante, atua também como agonista parcial em receptores
D2, agindo como um estabilizador da transmissão dopaminérgica. Tal fato levou diversos autores a
preconizá-lo como o primeiro fármaco de 3º geração de antipsicóticos. O aripiprazol também é descrito
como efetivo para os sintomas positivos e negativos da esquizofrenia, assim como um fármaco de baixa
propensão para causar os efeitos extrapiramidais e demais efeitos colaterais conhecidos dos antipsicóticos
típicos. 
Compreendendo melhor a ação diferenciada dos
fármacos de 2º e 3º geração
 
SINTOMAS POSITIVOS: Exacerbação da resposta dopaminérgica na via mesolímbica
SINTOMAS NEGATIVOS: Inibição da resposta dopaminérgica na via mesocortical
10 / 13
O tratamento ideal deve consistir em bloquear a resposta dopaminérgica na via mesolímbica e aumentar a
resposta dopaminérgica na via mesocortical. Durante muitos anos, esta foi a principal dificuldade no
tratamento da esquizofrenia, pois, os fármacos típicos tratam os sintomas positivos através do bloqueio
persistente dos receptores D2 da dopamina, no entanto, os medicamentos acabam bloqueando os
receptores D2 de todo o SNC (não tendo a capacidade de diferenciar as 4 vias dopaminérgicas) e bloquear a
única via de interesse. Vale lembrar que o bloqueio D2 na via endócrina causa aumento de prolactina e o
bloqueio D2 na via nigro-estriatal resulta no SEP (sintomas extra piramidais). Quando este bloqueio D2 é
persistente, como ocorre com o haloperidol, não há significativa melhora dos sintomas negativos, pelo
contrário, o bloqueio D2 na via mesocortical pode resultar em uma piora dos sintomas negativos. Já os
  fármacos mais modernos não realizam um bloqueio tão persistente (teoria da dissociação rápida). Desta
forma, o fato do fármaco desligar e permitir alguma ação dopaminérgica já reduz os efeitos colaterais de
forma considerável. Adicionalmente, estes fármacos tratam bem os sintomas negativos da doença através
do bloqueio de receptores serotonérgicos (5HT2A). Essa explicação serotonérgica é baseada nos seguinte
eventos:
Na via mesocortical está faltando dopamina. Os receptores 5HT2A em neurônios dopaminérgicos
funcionam como "freio" na liberação de DA. Sendo assim, quanto mais estimulo neste receptor (estimulo
por serotonina), menor é a liberação de dopamina no córtex frontal. Com o bloqueio serotonérgico, ocorre o
bloqueio do "freio" mediado pela serotonina com consequente aumento na liberação de DA nesta via. Desta
forma, somente medicamentos mais modernos (de 2º e 3º geração) são efetivos para tratar tanto os
sintomas positivos como negativos da esquizofrenia.
ATIVIDADE FINAL
Os antiparkinsonianos consistem em aumentar as concentrações de
dopamina ou reduzir as concentrações de acetilcolina, pois, são estas
alterações que resultam na disfunção motora. Sobre o uso de levodopa
+ carbidopa, qual é o objetivo dessa associação?
A. Levodopa será precursora de Acetilcolina e o obejtivo é aumentar a disponibilidade periferica dos
medicamentos.
B. O objetivo é aumentar a conversão de levodopa em dopamina na periferia.
C. Carbidopa bloqueia dopa descarboxilase periférica e garante que levodopa não seja convertida antes
de passar a BHE. Somente no SNC deverá ser convertida em dopamina.
D. Carbidopa bloqueia tirosina hidroxilase periférica e garante que levodopa não seja convertida antes
de passar a BHE. Somente no SNC deverá ser convertida em dopamina. 
11 / 13
O tolcapone, amantadina e a selegilina são respectivamente de quais
classes:
A. Agonista dopaminérgico,antagonista COMT e Antagonista MAO-B.
B. Inibidor da COMT, aumenta liberação de DA e antagonista de MAO-B.
C. Inibidor da MAO-B, aumenta liberação de DA e Inibidor da COMT
D. Antagonista colinérgico, aumenta liberação de DA e antagonista de MAO-B.
Sobre a esquizofrenia e o tratamento com antipsicóticos, analise as
informações e selecione a opção incorreta:
A. O tratamento dos sintomas positivos da doença, ocorre devido ao bloqueio de receptores
dopaminérgicos na via mesolímbica. Os fármacos típicos como o haloperidol, bloqueiam os
receptores dopaminérgicos em todo o sistema nervoso central (SNC). A falta das ações da dopamina
nas demais vias dopaminérgicas que resulta nos efeitos colaterais, por exemplo, os sintomas
extrapiramidais (SEP), decorrente do bloqueio da via nigro-estriatal. 
B. O aumento de prolactina é decorrente do bloqueio dopaminérgico na via endócrina. Este efeito é
comum para o haloperidol.
C. Todos os antipsicóticos possuem um mecanismo em comum: bloqueio de receptores dopaminérgicos.
No entanto, os fármacos atípicos se dissociam mais rapidamente dos receptores dopaminérgicos, o
que confere maior risco de efeitos extrapiramidais (SEP). 
D. O aripiprazol é um fármaco de 3º geraçao, é um agonista parcial dopaminérgico.
REFERÊNCIA
FUCHS, F.D; WANNMACHER L. Farmacologia Clínica. 4º ed. Editora Guanabara Koogan.
GOODMAN; GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11ª ed Editora MCGraw-Hill.
KAPUR S. & SEEMAN P. Does Fast Dissociation From the Dopamine D2 Receptor Explain the Action of
Atypical Antipsychotics?:A New Hypothesis. Am J Psychiatry 2001; 158:360–369
OHLSEN RI, PILOWSKY LS. The place of partial agonism in psychiatry: recente developments. J
Psychopharmacol. 19 (4): 408-13, 2005.
RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M. Farmacologia.   6º ed. Editora Guanabara Koogan.
12 / 13
STAHL S. M. Psicofarmacologia. Bases neurocientíficas e aplicações práticas. 3º ed. Editora Guanabara
Koogan.
STAHL, SM. Conventional neuroleptic drugs for schizophrenia and novel antipsychotic agents. In: Essential
Psychopharmacology. New York: Cambridge University, p. 263-88, 1996.
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