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Efeitos biológicos das antocianinas no processo aterosclerótico

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116
Rev. Colomb. Cienc. Quím. Farm., Vol. 40 (1), 116-138, 2011 www.farmacia.unal.edu.co
Efeitos biológicos das antocianinas no 
processo aterosclerótico 
 Luciana Marques Cardoso, 1, João Paulo Viana Leite 1, Maria do Carmo Gouveia 
Peluzio 2
1 Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Programa de Pós-Graduação em Bioquímica 
Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Av. Peter Henry s/n, 36570-000 Viçosa, MG, Brasil, 
e-mail: luciana.cardoso@ufv.br, fax: (31) 3899-2373. 
2 Departamento de Nutrição e Saúde, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil. 
 Recibido para evaluación: 5 de abril de 2011
 Aceptado para publicación: 30 de mayo de 2011
Resumo
As antocianinas são metabólitos secundários biossintetizados por plantas e perten-
centes ao grupo dos flavonóides. Pesquisas indicam que as antocianinas podem 
aumentar a resistência da LDL à oxidação, comparado a outros compostos com alto 
poder antioxidante, como o ácido L-ascórbico, e reduzir fatores pró-inflamatórios, 
como citocinas, quimiocinas, moléculas de adesão e metaloproteinases. Como a 
inflamação e a oxidação são processos característicos da aterosclerose, tem se investi-
gado o efeito das antocianinas no processo aterosclerótico e há evidências que estes 
compostos podem diminuir o desenvolvimento e a progressão das lesões ateroscle-
róticas. 
Palavras chaves: Antocianinas, Aterosclerose, Antioxidante, Antiinflamatório 
Summary
Biological effects of anthocyanins on the atherosclerotic process
Anthocyanins are secondary metabolites biosynthesized by plants and belonging 
to the group of flavonoids. Research indicates that anthocyanins can increase resis-
tance of LDL to oxidation, compared to other compounds with high antioxidant 
properties, such as L-ascorbic acid, and reduce pro-inflammatory factors such as 
cytokines, chemokines, adhesion molecules and metalloproteinases. As inflamma-
tion and oxidation processes are characteristic of atherosclerosis, has investigated the 
Artículo de revisión
Efeitos biológicos das antocianinas no processo aterosclerótico
117
effect of anthocyanins in the atherosclerotic process and there is evidence that these 
compounds can reduce the development and progression of atherosclerotic lesions.
Key words: anthocyanins, atherosclerosis, antioxidants, antiinflamatory
Introdução
As antocianinas são pigmentos naturais que pertencem ao grupo de metabólitos secun-
dários vegetais conhecidos como flavonóides. Algumas das principais funções das anto-
cianinas nos vegetais são a atração de agentes polinizadores e dispersores de sementes e 
a proteção a diversos tecidos da planta durante as etapas de seu ciclo de vida (1). 
As antocianinas ocorrem mais comumente na natureza como glicosídeos de geninas 
antocianidinas, podendo estar aciladas com ácidos orgânicos como, cumárico, caféico, 
ferúlico, p-hidroxibenzóico, acético, malônico, succínico, oxálico e ácidos málicos (2). 
Sua estrutura geral é derivada do cátion flavílico (Figura 1).
Figura 1. Estrutura do cátion flavílio.
As antocianinas podem apresentar diferentes formas estruturais, tais como o cátion 
flavílio, a base quinoidal, o carbinol e a chalcona. Essas estruturas podem sofrer interfe-
rência de diversos fatores, entre estes, temperatura, pH e possíveis ligações com outras 
substâncias químicas, proporcionando diferentes colorações às antocianinas. O pH é 
o fator que mais influencia na coloração das antocianinas, visto que, em função de sua 
acidez ou alcalinidade, estas podem apresentar diferentes estruturas (3). 
Com o aumento do pH ocorre nas antocianinas a protonação do cátion flavílio e, con-
seqüentemente, diminuição do número de ligações duplas conjugadas, que são respon-
118
Marques, Viana e Gouveia
sáveis pelo aumento nos máximos de absorção destas substâncias. Em meio ácido (pH 
= 1), as antocianidinas apresentam coloração na região visível do vermelho (cátion fla-
vílio) e em pH ainda ácido, porém maior (pH = 4,5), as antocianidinas apresentam 
uma coloração vermelha bem menos intensa, próxima ao incolor, como mostra a figura 
2 (3). 
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Trans-Chalcona Ionizada (C )t
Figura 2. Possíveis transformações estruturais sugeridas para antocianinas em meio aquoso em 
função do pH.
Efeitos biológicos das antocianinas no processo aterosclerótico
119
As antocianinas são solúveis em água e podem ser facilmente extraídas com solventes 
polares, sendo os solventes alcoólicos, como metanol e etanol, os mais utilizados. Mui-
tos trabalhos têm empregado solventes extratores alcoólicos acidificados para favorecer 
a extração, pois além de aumentar a estabilidade das antocianinas, dificulta o apareci-
mento de fungos (5). Porém, o uso de solventes ácidos para a extração de antocianinas 
deve ser cauteloso, pois o excesso de ácido pode promover sua hidrólise, levando a for-
mação de antocianidinas. O aquecimento durante a extração também deve ser obser-
vado, pois estudos indicam que as antocianinas são termicamente estáveis até 60 °C (4, 
6). 
A quantidade e o tipo das antocianinas nos vegetais também sofrem influência de 
alguns determinantes, como as condições de cultivo, tempo de plantio, exposição à 
luz UV e método de colheita. Por esse motivo, a comparação de teores de antocianinas 
entre diferentes culturas de um mesmo vegetal, como frutas, pode gerar resultados bas-
tante distintos (7). 
Há diversos métodos descritos na literatura para quantificar as antocianinas (totais 
ou individuais), dentre os quais se destacam aqueles que envolvem espectrofotometria 
UV-VIS, cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e espectrometria de massas 
(8, 9, 10). 
Têm-se observado um crescente interesse no uso de antocianinas em diversos segmen-
tos, dentre os quais se destacam as indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética, 
onde podem ser aplicadas, por exemplo, como corantes, principalmente de coloração 
vermelha, sendo estes uns dos corantes naturais mais difíceis de serem encontrados na 
natureza em forma estável. Entretanto, o uso industrial de antocianinas como coran-
tes ainda é restrito devido a algumas limitações, dentre as quais podemos citar a baixa 
estabilidade e a capacidade corante reduzida, quando comparadas a corantes sintéticos; 
além de dificuldades na etapa de obtenção e pelo elevado custo desse processo (5). 
Como importantes fontes de antocianina na dieta podem ser citadas as frutas como o 
açaí, ameixa, amora, cereja, figo, framboesa, uva, maçã, morango e acerola e os vegetais, 
como o repolho roxo, batata roxa, berinjela, entre outros (1).
Estima-se que a ingestão de antocianinas nos Estados Unidos, principalmente na forma 
de cianidina e malvidina, esteja entre 12 a 215 mg/dia por indivíduo (11), a qual é 
maior que outros flavonóides incluindo quercetina, kaempferol, miricetina, apigenina 
e luteolina (12). 
Além de suas funções como corantes naturais, as antocianinas têm apresentado grandes 
benefícios á saúde devido suas atividades biológicas, queincluem propriedades antioxi-
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Marques, Viana e Gouveia
dantes (13), antiinflamatórias (14), inibição da oxidação do LDL (15), diminuição dos 
riscos de doenças cardiovasculares (16) e de câncer (17). 
Propriedades antioxidantes das antocianinas
O estresse oxidativo é caracterizado por um desequilíbrio entre agentes oxidantes, 
como os radicais livres, e moléculas antioxidantes, favorecendo o aumento de espécies 
oxidantes no sistema biológico. Nessa situação, os oxidantes podem provocar danos em 
estruturas celulares, como os ácidos nucléicos, proteínas e lipídios (30). 
Radical livre é uma espécie química que tem elétrons desemparelhados, sendo por isso 
instável e com grande capacidade de reatividade. Outras espécies químicas também ins-
táveis podem-se formar a partir dos radicais livres, que embora, não tenham elétrons 
desemparelhados, possuem similar instabilidade estrutural a dos radicais livres. Assim, 
para designar as espécies reativas na forma de radical livre e na forma não radical são 
utilizados os termos espécies reativas de oxigênio (EROs) e espécies reativas de nitro-
gênio (ENOs) (31). 
As espécies reativas são formadas a partir de inúmeras reações no organismo, como 
parte de seu metabolismo normal. Como exemplos está a formação de íons superóxi-
dos por células de defesa imunológica a partir do oxigênio molecular (O2) por meio 
da respiração mitocondrial, assim como a formação de óxido nítrico como mecanismo 
de vasodilatação vascular (32). Porém condições patológicas como a inflamação e fon-
tes exógenas como o cigarro, poluentes do ar, radiação, medicamentos e dieta podem 
aumentar a produção das espécies reativas (30).
A ocorrência de um estresse oxidativo moderado, freqüentemente é acompanhada pelo 
aumento das defesas antioxidantes enzimáticas, mas a produção de uma grande quan-
tidade de radicais livres pode causar danos e morte celular (33). Os danos oxidativos 
induzidos nas células e tecidos têm sido relacionados com a etiologia de várias doenças, 
incluindo a aterosclerose. 
Os radicais livres, principalmente as sustâncias reativas de oxigênio (EROs), parecem 
ser uma das principais causas da disfunção endotelial que precede e promove a aterogê-
nese. As EROs podem lesar membranas celulares e o núcleo, interagir com mediadores 
vasomotores, inativando seus efeitos vasodilatadores, e principalmente, oxidar os lipí-
dios da LDL, elemento chave na aterosclerose (34). 
O organismo humano possui mecanismos de defesa antioxidante, os quais atuam intra-
celular e extracelularmente e mantém o equilíbrio redox da célula, assegurando que o 
aumento das EROs seja transitório. Existem dois mecanismos antioxidantes: o enzimá-
Efeitos biológicos das antocianinas no processo aterosclerótico
121
tico e o não enzimático, os quais agem cooperativamente para manter o equilíbrio dos 
radicais livres no organismo (31). 
O mecanismo de defesa enzimático é a primeira linha de defesa do organismo contra 
os danos oxidativos. O sistema é constituído por um conjunto de enzimas, tais como a 
superóxido dismutase, glutationa peroxidase, glutationa redutase, catalase, tiorredoxi-
nas, peroxirredoxinas e inúmeras outras redutases (31). Já o mecanismo não-enzimático 
é constituído por um grande número de compostos de baixo peso molecular, ingeridos 
pela dieta (nutrientes e não-nutrientes) ou sintetizados no organismo, como as vitami-
nas A, C e E, o peptídeo glutationa e os flavonóides (31, 22). 
Estudos in vitro e in vivo mostram que as antocianinas podem atenuar o estresse oxida-
tivo envolvido no processo aterosclerótico. Sendo que vários mecanismos podem estar 
envolvidos nesse processo, como a capacidade das antocianinas de inibir a oxidação do 
LDL (15) e reduzir a injúria oxidativa das células endoteliais vasculares (35).
Os efeitos biológicos antioxidantes das antocianinas dependem da sua estrutura quí-
mica, tais como grau de glicosilação e o números de grupos hidroxilas (36). O número 
de hidroxilas (-OH) total, a presença de hidroxilas nas posições C3’ e C4’ no anel B e 
no C3 do anel C do núcleo fundamental flavônico parecem ser os principais requisitos 
estruturais para as antocianinas inibirem a injúria oxidativa das células endoteliais e a 
atividade intracelular de radicais livres. Por outro lado, a presença de metilações nas 
posições (C3’, C4’e C3) reduzem esses efeitos. Comparando as ubstituições por dife-
rentes açúcares, as antocianinas que possuem os monossacarídeos glicose e galactose 
apresentam benefícios antioxidantes superiores com relação as que contêm dissacarí-
deos (35). 
Nos quadros 1 e 2 encontram-se resumos de trabalhos realizados in vivo e in vitro, res-
pectivamente, que correlacionam a atividade antioxidante das antocianinas ou de fru-
tos que são fontes características desta classe de flavonóides. 
A capacidade antioxidante das antocianinas também tem sido extensivamente avaliada 
nos derivados dos vegetais ricos nesta classe de flavonóides como nas polpas e sucos, 
como representado no quadro 3.
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Marques, Viana e Gouveia
Propriedades antiinflamatórias das antocianinas
Existem evidências que comprovam que as antocianinastambém apresentam proprie-
dades antiinflamatórias. Alguns autores sugerem que os efeitos antiinflamatórios das 
antocianinas podem ser explicados por diferentes mecanismos, tais como:
a) Inibição da ativação do fator nuclear Kappa B (NF-kB) em humanos.
 Dentre os mecanismos regulatórios da resposta inflamatória, a via do fator 
nuclear kappa B (NF-kB) representa uma via crucial no controle da transcrição 
de vários genes pró-inflamatórios, como citocinas, quimiocinas, moléculas de 
adesão, proteínas de fase aguda, reguladores da apoptose e da proliferação celular 
(25). Portanto, a inibição desta via pode contribuir para a redução do processo 
aterosclerótico. 
b) Redução da concentração plasmática da proteína quimiotática de monócitos 1 
(MCP-1) em humanos, in vitro e in vivo.
 A MCP-1 é um biomarcador envolvido na evolução de doenças inflamatórias e 
é expressa, principalmente nas fases iniciais da aterosclerose (40). Esta proteína 
está envolvida na aterogênese através de diferentes mecanismos. Ela promove o 
recrutamento de monócitos e linfócitos T circulantes do sangue para o espaço 
subendotelial e contribui para a diferenciação dos macrófagos em células espu-
mosas (49). A MCP-1 é uma quimiocina membro da subfamília de quimiocinas 
secretadas por vários tipos de células presentes na parede arterial, como as células 
endoteliais, as células musculares lisas, fibroblastos e macrófagos e sua expressão 
pode ser mediada por fatores de transcrição NF-kB (50).
 In vitro, o extrato aquoso de Hibiscus sabdariffa (10, 50 e 100 µg/mL), rico nas 
antocianidinas delfinidina e cianidina, promoveu uma efetiva proteção da morte 
de células sanguíneas humanas induzidas por adição de peróxido de hidrogênio 
(H2O2). Houve redução na concentração de MCP-1 de uma maneira dose depen-
dente. O mesmo extrato de Hibiscus sabdariffa, porém liofilizado, foi adminis-
trado oralmente na dose de 10 g, a 5 homens e 5 mulheres, ambos saudáveis, com 
idade entre 23 e 50 anos. As concentrações plasmáticas de MCP-1 reduziram-se 
significativamente com a administração aguda de 10 g do extrato liofilizado de 
Hibiscus sabdariffa (40). 
 Garcia-Alonso et al., 2008 (13) avaliaram o consumo do extrato de vinho tinto, 
com alto teor de antocianinas, nos níveis plasmáticos de MCP-1 de indivíduos 
saudáveis. A caracterização do extrato por HPLC evidenciou a presença de 71,2% 
de antocianidinas monoglicosiladas do total de antocianidinas, representadas 
Efeitos biológicos das antocianinas no processo aterosclerótico
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128
Marques, Viana e Gouveia
em ordem decrescente, pela malvidina-3-glicosídeo, delfinidina-3-glicosídeo, 
petunidina-3-glicosídeo, peonidina-3-glicosídeo e cianidina-3-glicosídeo. Sete 
indivíduos (dois homens e cinco mulheres), com idade média de 31 anos e índice 
de massa corporal médio de 23,2 receberam oralmente, após jejum de 12 horas, 
uma dose única de 12 g do extrato rico em antocianinas. A dosagem de MCP-1 
foi realizada as 0, 3, 6, 10 e 24 h após a ingestão do extrato. Porém, apenas 3 horas 
após a ingestão do extrato foi encontrado uma redução significativa de MCP-1 
no plasma e após 24 horas os níveis de MCP-1 voltaram ao normal. Esse fato 
pode ser decorrente do extrato ter sido administrado aos participantes do estudo 
em uma única dose e seria interessante a avaliação da ingestão do extrato rico 
em antocianinas por um período maior. Os resultados deste trabalho sugeriram 
fortes evidências de que as antocianinas podem interferir na produção da qui-
miocina MCP-1, e conseqüentemente, reduzir processos inflamatórios.
c) Inibição da resposta inflamatória e a apoptose de células endoteliais humanas 
induzidas pelo fator CD40.
 O fator imune CD40 e seu ligante (CD40L) são um dos mediadores do processo 
inflamatório, e estão sendo considerados como potentes ativadores da patogênese 
da aterosclerose. O CD40 e CD40L são membros do fator de necrose tumoral 
(TNF) e da família de receptores de TNF (TNFR) e são expressos pela intera-
ção de células imunes como os linfócitos T e B e também por células não imu-
nes, como as células endoteliais vasculares. A ligação do CD40 com seu ligante 
CD40L induz a produção de várias citocinas e quimiocinas inflamatórias, tais 
como as interleucinas e MCP-1, respectivamente, além das moléculas de ade-
são, como a VCAM-1 (molécula-1 de adesão vascular) e ICAM-1 (molécula-1 
de adesão intercelular). Esta interação também parece desempenhar um papel 
importante no desenvolvimento da ruptura da placa aterosclerótica e na regula-
ção da expressão de metaloproteinases da matriz. VCAM-1 e ICAM-1 são molé-
culas pró-inflamatórias que atraem linfócitos T e macrófagos para o ateroma, 
promovendo a iniciação e a progressão da lesão aterosclerótica. As metalopro-
teinases da matriz são capazes de degradar componentes da matriz extracelular 
nos vasos sanguíneos e aumentar a vulnerabilidade das placas ateroscleróticas à 
ruptura com conseqüente formação de trombos (51). 
 O tratamento com as antocianinas cianidina-3-glicosídeo e peonidina-3-glico-
sídeo (1, 10 e 100 M) por 24 horas em cultura de células endoteliais huma-
nas da veia umbilical atenuou a resposta inflamatória e a apoptose destas células 
induzidas por CD40, por reduzir a secreção de moléculas de adesão (VCAM-1 e 
ICAM-1), reduzir a produção e atividade de metaloproteinases de matriz e supri-
Efeitos biológicos das antocianinas no processo aterosclerótico
129
mir a ativação de JNK e p38 induzida por CD40. Os autores mostraram que a 
ativação de p38 é um dos mecanismos chaves pelo qual o CD40 induz a resposta 
inflamatória e que a estimulação de JNK é necessária para promover a apoptose 
das células endoteliais estimuladas por CD40 (14). 
d) Inibição da produção de óxido nítrico e a expressão de iNOS (óxido nítrico sin-
tase induzida) em células de animais. 
 A iNOS (óxido nítrico sintase induzida) é a enzima responsável pela produção de 
óxido nítrico em diferentes células, como macrófagos, células endoteliais e hepa-
tócitos, após ativação com lipopolissacarídeos e citocinas. A utilização de agentes 
que inibem a atividade e/ou a indução da iNOS pode ser útil como ferramenta 
terapêutica na redução de processos inflamatórios em diferentes tecidos (43). 
 Matheus et al., 2006 (43), evidenciaram efeito inibitório de Euterpe oleracea 
(açaí) na produção do óxido nítrico e na expressão da iNOS. Neste trabalho 
foram investigados os efeitos de extratos etanólico, de acetato de etila e buta-
nólico obtido a partir de flores, frutos e casca do caule de Euterpe oleracea em 
cultura de células de monócitos e macrófagos de camundongos (RAW 264,7) 
estimuladas com lipopolissacarídeos e citocinas. As antocianinas predominan-
tes nos extratos foram cianidina-3-glicosídeo e cianidina-3-raminosídeo, sendo 
encontradas em maiores concentrações no extrato etanólico dos frutos de E. ole-
racea. Os resultados mostraram que o extrato etanólico obtido a partir dos frutos 
foi o mais potente em inibir a produção de óxido nítrico e a expressão da iNOS, 
provavelmente devido seu maior conteúdo de antocianinas que as outras frações. 
A redução da viabilidade celular foi encontrada apenas em altas doses dos extra-
tos (acima de 500 g/mL). 
Processo de formação da aterosclerose
As doenças cardiovasculares são as principais causas de morbidade e mortalidade no 
mundo ocidental, sendo suas principais manifestações decorrentes dos eventos clínicos 
da aterosclerose, como o infarto, as embolias e os acidentes vasculares cerebrais (18).
A aterosclerose é caracterizada como uma doença inflamatória crônica de origem mul-
tifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a 
camada íntima de artérias de médio e grande calibre (19). 
A disfunção endotelial é considerada o fator inicial para a formação das placas ateroscle-
róticas e caracteriza-se por uma resposta inflamatória à injúria da parede vascular. Um 
conjunto de reações celulares e moleculares a diversos agressores, dentre eles o excesso 
de radicais livres, a elevação das partículas de lipoproteína de baixa densidade (LDL) 
130
Marques, Viana e Gouveia
no plasma e a presença de LDL oxidada(LDLox) no interior da célula endotelial são 
responsáveis pelo comprometimento do endotélio (20, 21). 
A oxidação da LDL ocorre principalmente na íntima da artéria (21). As espécies rea-
tivas de oxigênio (EROs) e as espécies reativas de nitrogênio (ERNs) são as principais 
responsáveis por esta. As EROs incluem o ânion superóxido (O2
-), o radical hidroxil 
(OH.) e o peróxido de hidrogênio (H2O2), sendo os representantes principais das 
ERNs o óxido nítrico (NO.) e o peroxinitrito (ONO2
.) (22). 
As partículas de LDL difundem-se passivamente pelas células endoteliais por trans-
porte vesicular, podendo aderir à parede do vaso por interações entre a apoproteína B e 
os proteoglicanos da matriz subebdotelial (19).
A LDLox estimula a camada de células endoteliais a produzir moléculas de adesão celu-
lar como VCAM-1 (molécula-1 de adesão vascular), ICAM-1 (molécula-1 de adesão 
intercelular), fatores de crescimento, como o M-CSF (fator estimulador de colônia de 
macrófagos) e proteínas quimiotáticas, como MCP-1 (proteína-1 quimiotática para 
monócitos), resultando na adesão e no recrutamento de monócitos e linfócitos circu-
lantes para dentro do vaso. Os monócitos migram para o espaço subendotelial onde 
se diferenciam em macrófagos, que por sua vez captam as LDL-ox, pela ação dos seus 
receptores seqüestradores (19). 
Dentro dos macrófagos, a LDLox é degradada e o colesterol livre é esterificado, resul-
tando em um grande acúmulo de colesterol e a formação de células espumosas, origi-
nando a primeira lesão da aterosclerose: a estria gordurosa (23). 
Posteriormente, as células musculares lisas começam a migrar da camada média da 
parede arterial para a íntima ou espaço subendotelial, proliferam e secretam colágeno, 
dando origem à lesão intermediária. Nesta fase, o espessamento da íntima provoca o 
remodelamento, ou seja, uma dilatação da artéria, compensatória ao estreitamento do 
lúmen. Mais uma vez, sob o estímulo da LDLox, as células do sistema imune local libe-
ram enzimas, citocinas e fatores de crescimento capazes de induzir necrose local. Ciclos 
repetidos de acúmulo e ativação de células mononucleares, migração e proliferação das 
células musculares lisas com produção de colágeno, levam ao aumento progressivo da 
lesão, até que se estruture uma capa fibrosa ao redor de um núcleo lipídico e de tecido 
necrótico, a chamada lesão avançada (24).
Como exposto, a LDLox participa de todas as etapas do processo de desenvolvimento 
da aterosclerose, desde a disfunção endotelial até a evolução final do processo ateros-
clerótico, com oclusão total do lúmen do vaso (21). Além dos seus efeitos biológicos 
citados, produtos derivados da LDLox são citotóxicos, podendo promover a apoptose 
Efeitos biológicos das antocianinas no processo aterosclerótico
131
celular. Outras contribuições da LDLox para o processo inflamatório na aterosclerose 
são a inibição da produção de óxido nítrico, que é um vasodilatador, o estímulo da pro-
dução de citocinas, como a interleucina-1, e o aumento da agregação plaquetária (22). 
Dentre os mecanismos regulatórios da resposta inflamatória, a via do fator nuclear 
kappa B (NF-κB) representa uma via crucial no controle da transcrição de vários genes 
pró-inflamatórios, cujo envolvimento na patogênese da aterosclerose tem sido docu-
mentado, a liberação de proteínas de fase aguda, como citocinas, quimiocinas, molé-
culas de adesão e reguladores da apoptose e da proliferação celular (25). A indução à 
inflamação promovida pela LDLox parece ser decorrente da ativação dessa via pelos 
seus fosfolipídios oxidados, como a lisolecitina e o ácido lisofosfatídico (26). 
Antocianina no tratamento da lesão aterosclerótica
Na busca da elucidação de possíveis mecanismos de ação das antocianinas sobre o pro-
cesso aterosclerótico algumas pesquisas foram realizadas, dando enfoque mais especí-
fico. Podemos citar os trabalhos de Xia et al., 2006 (14), Mauray et al., 2009 (28) e 
Miyazaki et al., 2008 (29) que analisaram os efeitos de extratos com alto teor de anto-
cianinas em camundongos com aterosclerose: o extrato de arroz preto, de uvas e de 
batata doce roxa, respectivamente. 
Xia et al., 2006 (14) investigaram a influência de dietas suplementadas com extrato de 
arroz preto com alto teor antocianina (300 mg/Kg/dia) e com sinvastatina (50 mg/
Kg/dia) na vulnerabilidade de placas ateroscleróticas avançadas em camundongos 
deficientes na apoproteína E. Após 20 semanas de intervenção, o tamanho da placa 
aterosclerótica foi reduzido em 18% e 13% nos grupos de animais que receberam o 
extrato e a sinvastatina, respectivamente. Em ambos os grupos houve redução da fre-
qüência de núcleos necróticos grandes, da espessura da cápsula fibrosa e um aumento 
no conteúdo de colágeno 1, comparado ao grupo controle. Sabe-se que o aumento 
no conteúdo de colágeno é importante, pois contribui para a estabilização das placas 
ateroscleróticas. Nos grupos que receberam o extrato e a sinvastatina também houve 
decréscimo da expressão da iNOS (óxido nítrico sintase reduzida) e do fator tecidual, 
que são importantes fatores pró-inflamatórios durante o desenvolvimento e progressão 
das lesões ateroscleróticas. Em adição, a suplementação na dieta com o extrato de arroz 
preto melhorou o perfil lipídico plasmáticos dos camundongos, diminuindo os trigli-
cerídeos, colesterol total e a fração não HDL, porém, também reduziu a fração HDL, 
comparado com o grupo controle. Comparado com o grupo do extrato, o grupo que 
recebeu sinvastatina apresentou níveis maiores de triglicerídeos e menores de HDL. Os 
autores atribuíram esses resultados benéficos do extrato ao seu alto conteúdo de anto-
cianinas. Através de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), foram identifica-
132
Marques, Viana e Gouveia
das duas antocianinas majoritárias, a cianidina-3-glicosídeo e peonidina-3-glicosídeo, 
que representaram 43,2% do total de compostos presentes no extrato. 
Mauray et al., 2009 (28) observaram efeito antiaterogênico da suplementação na 
dieta (0,02%) por 16 semanas com dois extratos ricos em antocianinas extraídos de 
uvas fermentadas e não fermentadas, em camundongos deficientes na apoproteína E. 
A suplementação na dieta com os extratos de uva não fermentada e fermentada redu-
ziu as lesões ateroscleróticas em 15% e 36%, respectivamente. O melhor resultado foi 
observado com o extrato de uvas fermentadas, sugerindo que a fermentação gerou 
novos compostos bioativos mais eficientes na atenuação da progressão da aterosclerose. 
Entretanto, não foram observadas alterações na capacidade antioxidante no plasma, 
determinada pelas técnicas de capacidade de absorção do radical oxigênio (ORAC), 
peroxidação lipídica hepática e perfil lipídico (colesterol total e triglicerídeos) plasmá-
tico e no fígado dos animais. 
Miyazaki et al., 2008 (29) avaliaram o potencial antiaterogênico de antocianinas da 
batata doce roxa adicionadas por 4 semanas na dieta (1%) de camundongos deficientes 
na apoproteína E com 6 semanas de idade, alimentados com dieta enriquecida de coles-
terol e gorduras. In vitro, estas antocianinas foram capazes de aumentar a resistência 
da LDL à oxidação, comparado ao ácido L-ascórbico. Comparado ao grupo controle, 
os animais que receberam a dieta suplementada com antocianinas da batata doce roxa 
apresentaram uma redução nas lesões ateroscleróticas (45%), nos níveis de TBARS 
(substâncias que reagem com o ácido tiobarbitúrico) no fígado e nos níveis plasmáticos 
de VCAM-1 (molécula-1 de adesão da célula vascular). Entretanto, não foi observado 
efeito significativo no perfil lipídico no plasma e no fígado destes animais. 
A constatação destes diferentes estudos nos estimula à continuação das interpretações, 
principalmente com o objetivo de buscar novos mecanismos de ação que possa fortale-
cer o envolvimento das antocianinas na redução doprocesso aterosclerótico. 
Conclusão 
As antocianinas possuem grande potencial em reduzir o risco de desenvolvimento da 
aterosclerose. Os mecanismos envolvidos neste processo são, principalmente, referen-
tes às atividades antioxidantes das antocianinas e a capacidade destes compostos em 
reduzir fatores pró-inflamatórios. Ainda há lacunas sobre a dose de antocianinas neces-
sária para exercer estes efeitos. Ademais, é necessário ter cautela com a suplementação 
desses compostos, visto que essa não foi analisada por longos períodos de tempo em 
humanos. A ingestão de altas doses de substâncias antioxidantes pode exercer efeitos 
pró-oxidantes deletérios, principalmente se utilizados por longos períodos. 
Efeitos biológicos das antocianinas no processo aterosclerótico
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