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Constipação Resumo: Bruna Souza – 2010.2 P2 de Pediatria Constipação intestinal corresponde a eliminação de fezes com esforço, endurecidas, quase sempre de grosso calibre, ressecadas e com intervalos comumente acima de 1 dia (fezes duras liberadas com dificuldade a cada 3 dias). Por tratar-se de um sintoma, o seu tratamento só terá sucesso quando atuarmos em sua causa. A constipação pode surgir de anomalias de enchimento ou esvaziamento do reto. A distensão do reto e do cólon reduz a sensibilidade do reflexo de defecação e a eficácia da peristalse. A evacuação depende de um reflexo condicionado e para que se realize normalmente, são necessárias algumas condições: - dieta em quantidade adequada; - trânsito livre no TGI; - funcionamento perfeito do SNA (simpático inibe e o parassimpático estimula o reflexo); - tônus muscular adequado; - ausência de fenômenos corticais e inibitórios. A constipação tende a ser autoperpetuadora – as fezes endurecidas poderão provocar dor (fissuras anais), e com isso, a criança passará a ter medo de evacuar, ocorrendo ainda mais retenção fecal (ciclo vicioso). A constipação em si não apresenta efeitos orgânicos deletérios. Nos primeiros meses de vida, as causas orgânicas são mais importantes na etiologia da constipação: hipotireoidismo, hipercalcemia, hipocalemia, desidratação, anormalidades na musculatura abdominal e na inervação neuromuscular, sendo a mais frequente, a Doença de Hirschsprung. ◘ História clínica: tipo de fezes, freqüência de evacuações, calibre, dor para eliminá-la, idade em que se iniciou, tipo de alimentação, história familiar (principalmente na linhagem materna), escape fecal ou soiling e resultado de tratamentos anteriores. ◘ Exame físico: palpação abdominal e toque retal*, são as partes mais importantes no exame. * Toque retal – nos casos de constipação funcional ou idiopática, costuma apresentar uma ampola cheia de fezes e ausência de tônus do esfíncter interno, já na presença de Doença de Hirschsprung, mostra ampola vazia e forte contratura do esfíncter interno. Classificação ( Constipação intestinal aguda – convalescência de doença aguda (quadros febris). ( Constipação intestinal crônica funcional – simples (mudanças alimentares em lactentes) e psicogênica (iniciando-se a partir da época de treinamento dos esfíncteres, tem maior gravidade que a simples). ( Constipação intestinal orgânica – se deve a uma doença básica, podendo ser primária (do próprio intestino) ou secundária. Manifestações clínicas – anorexia (distensão abdominal), febre, nervosismo, vômitos, flatulências, escape fecal ou soiling (fases mais tardias, podendo ser confundido com diarreia), déficit de crescimento e baixo rendimento escolar. ◘ Doença de Hirschsprung ou Megacólon Agangliônico congênito Ausência de células ganglionares do sistema parassimpático na parede intestinal, de modo que leva a uma constante contração tônica da porção do intestino afetado, com inabilidade de relaxar em resposta à dilatação proximal. Em 75% dos casos ocorre no reto e no sigmóide. Quatro vezes mais frequente no sexo masculino. Manifestações clínicas: não eliminação do mecônio nas primeiras 48 a 72 horas de vida e com distensão abdominal, anorexia, vômitos, e na ausência de malformação anal visível. Pode levar à enterocolite (severa distensão abdominal, diarreia aquosa com eliminação explosiva, enteropatia perdedora de proteínas, choque hipovolêmico e perfuração intestinal.
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